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Eutanásia e o Código de Ética Médica- QUAIS DESAFIOS? O Código de Ética Médica é o principal documento que rege a conduta dos profissionais da saúde no Brasil e estabelece diretrizes fundamentais para a prática da medicina, incluindo a questão da eutanásia. Essa relação entre a ética médica e a eutanásia é essencial para compreender os limites e responsabilidades dos médicos no que diz respeito a decisões sobre o fim da vida. Princípio da não-maleficência: O Código determina que o médico deve sempre agir de forma a não causar dano ao paciente, o que pode entrar em conflito com a prática da eutanásia, vista por alguns como uma forma de acelerar a morte. 1. Princípio da autonomia: Por outro lado, o Código também respeita a autonomia do paciente, incluindo sua decisão de solicitar a eutanásia em casos terminais e de sofrimento intenso. 2. Deveres do médico: O Código estabelece que o médico deve atuar sempre em benefício do paciente, o que envolve aliviar seu sofrimento, mesmo que isso signifique optar pela eutanásia quando todas as outras alternativas se esgotaram. 3. Regulamentação e fiscalização: O Conselho Federal de Medicina é o órgão responsável por regulamentar e fiscalizar o cumprimento do Código de Ética Médica, inclusive no que se refere à eutanásia. 4. Portanto, a relação entre a eutanásia e o Código de Ética Médica é complexa e delicada, exigindo constante debate e revisão à medida que a sociedade evolui em suas percepções sobre o fim da vida e o papel do médico nesse contexto. Eutanásia e o Conselho Federal de Medicina- QUAIS DESAFIOS? O Conselho Federal de Medicina (CFM) desempenha um papel fundamental na discussão e regulamentação da prática da eutanásia no Brasil. Como órgão máximo da classe médica, o CFM tem a responsabilidade de estabelecer as diretrizes éticas e deontológicas que devem nortear a conduta dos profissionais de saúde em relação a temas sensíveis como a eutanásia. Em 2006, o CFM publicou a Resolução nº 1.805, que regulamentava a "ortotanásia", ou seja, a possibilidade de o médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem o sofrimento do paciente em fase terminal, desde que respeitada a vontade do próprio paciente ou de seu representante legal. Essa resolução foi revogada posteriormente, devido a controvérsias e pressões de setores mais conservadores da sociedade. Atualmente, o CFM mantém uma posição mais cautelosa em relação à eutanásia, embora reconheça a importância do debate e a necessidade de normatizar a matéria. Em 2016, o Conselho divulgou uma nota técnica afirmando que "a prática da eutanásia não é admitida no Brasil, sendo vedado ao médico participar de qualquer ato deliberado que tenha por objetivo antecipar a morte do paciente". Apesar dessa posição oficial, o CFM tem acompanhado atentamente as discussões sobre o tema, ciente de que a sociedade brasileira caminha cada vez mais em direção a uma maior aceitação e regulamentação da eutanásia. Caberá ao Conselho, portanto, assumir um papel de liderança nesse debate, buscando conciliar os interesses e valores éticos da classe médica com as demandas da população.