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Expressão Oral e Escrita
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Por que escrevemos?
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. Para dar ordens;
. Para avisar a alguém;
. Para reclamar;
. Para receitar;
. Para advertir;
. Para pedir;
. Para tirar uma boa nota;
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. Para pedir socorro;
. Para não se esquecer;
. Para dizer um pouco do que sentimos num diário que só nós lemos;
. Para dizer um pouco de tudo aos outros em forma de poesia;
. Para contar uma história...
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E escrevemos por muitas, muitas outras razões.
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		Todos esses motivos particulares pelos quais escrevemos podem ser explicados por uma razão geral:
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		Escrevemos para resolver problemas que a fala, a linguagem oral, não consegue resolver.
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		Podemos dizer que o homem inventou a escrita, há milhares de anos, quando só a conversa não conseguia dar conta de todas as suas necessidades.
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		Quando um antepassado nosso resolveu desenhar algum sinal na pedra, para representar uma ideia ou um som, inicia-se uma viagem de séculos que mudaria completamente a face da vida humana, para o bem ou para o mal.
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		O domínio da escrita é tão importante que, durante séculos, só se permitia que uma pequeníssima parcela da sociedade aprendesse a ler e escrever.
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		Escrever era uma questão de segurança social, política e religiosa: só pessoas de determinadas classes ou castas tinham esse direito, exercido sempre sob estrito controle.
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		Qual é o grande segredo da escrita?
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	A escrita atravessa o tempo.
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A escrita atravessa o espaço.
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		Por causa dessa simples qualidade – a permanência – a escrita dominou o mundo.
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ESCREVER NÃO É A MESMA COISA QUE FALAR!
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		A fala é apenas um ponto de partida, uma base geral. Mas, quando escrevemos, nós obedecemos a um sistema particular de regras que não coincide com a fala em muitos pontos essenciais.
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PRIMEIRA DIFERENÇA ENTRE A FALA E A ESCRITA
o princípio da organização
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		O texto lido tem cinco parágrafos, que são blocos visualmente destacados no conjunto gráfico do texto.
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1º PARÁGRAFO:
	Paleontólogos levantaram a tese de que o Homo erectus teria inventado a primeira embarcação há 160.000 anos
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2º PARÁGRAFO:
	os cientistas descobriram marcas de trabalho humano junto com fósseis de fauna insular na ilha de Flores, o que provaria que o homem só chegou lá por via marítima.
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3º PARÁGRAFO:
4º PARÁGRAFO:
5º PARÁGRAFO:
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		Cada parágrafo tem o seu próprio subassunto, que não se mistura com os outros, nem os repete. Um parágrafo leva a outro, que leva a outro, que...
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		E quando falamos, nós falamos assim?
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CONCLUINDO:
	a) Um bom texto escrito delimita o seu assunto, e fica nele;
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b) Um bom texto escrito se organiza em parágrafos, que acrescentam informações numa sequência bem ordenada.
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		Na fala, vamos, conversando aos pedaços, perguntando, respondendo, interrompendo, tentando nos lembrar, gesticulando, corrigindo os mal-entendidos etc., tudo em sentenças muito curtas, muitas vezes fragmentadas.
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		Para substituir a riqueza de recursos da oralidade (entonação, gestos, autocorreção, interrupção, pausas...), a escrita dispõe de recursos exclusivamente gráficos – os sinais de pontuação – , responsáveis em grande parte pela clareza do texto.
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		Além disso, como normalmente quem escreve não está junto com o leitor no momento da leitura para esclarecer dúvidas, é preciso que o texto seja claro, isto é, que o leitor entenda perfeitamente o que está escrito, contando apenas com o que está escrito. 
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		Em suma: a escrita tem um sistema de organização próprio, isto é, um conjunto de princípios em boa parte diferente do sistema de organização da fala.
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	Três aspectos importantes que, em gera, diferenciam a escrita da fala:
. a unidade temática;
. a organização dos parágrafos;
. a estrutura da sentença.
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	Aspecto da fala que percebemos no dia-a-dia:
		as diferenças de fala entre as pessoas, entre as comunidades e as regiões do país.
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		Ou, no nosso caso, entre países...
	Em Schifaizfavoire, Mario Prata mostra que as diferenças entre Brasil e Portugal vão muito além da língua. Quer ver? Linguado para você é um peixe, certo? Errado. Na terra de Fernando Pessoa, linguado é beijo de língua. Outra: Se você está num restaurante e fica “apertado”, arrisque perguntar ao empregado de mesa (mais conhecido no Brasil por garçom) onde é o banheiro. Só não estranhe se ele lhe indicar a praia mais próxima. É lá que você vai encontrar um banheiro, ou seja, um salva-vidas... Depois de viver dois anos em Lisboa, Prata reuniu 600 verbetes em um “dicionário de pequenas crônicas em ordem alfabética”, como ele define.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/3435799/schifaizfavoire-dicionario-de-portugues
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Por favor, não esqueça de carregar no autoclismo da retrete! 
Por favor, não esqueça de dar descarga na privada!
 Badagaio, vai me dar um!
Vou ter um troço!
 Por favor, é proibido furar a bicha!
Por favor, é proibido furar a fila!
 Estou numa cadela!
Estou num grande porre!
 Programa em diferido
Programa gravado
 Fazer farinha, comigo não!
Abusar de mim, nem pensar!
 Estar com história
Estar menstruada
 Quero uma imperial
Quero um chope
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		Variedades linguísticas:
. Diferenças regionais: cada região do país tem um “sotaque” típico, vocabulário próprio em alguns casos etc.
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. Diferenças sociais: na mesma região, as pessoas de classes sociais diferentes falam também linguagens parcialmente diferentes.
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		Cada um de nós é assim um “processador de linguagens”: de acordo com o momento, com as nossas intenções, com a pessoa com quem falamos, nós mudamos a nossa linguagem.
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E A ESCRITA?
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Na escrita a linguagem é outra...
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		A escrita permite uma ampla variedade de registros, de gêneros textuais, mas há pelo menos um aspecto em que ela é absolutamente fixa: a ortografia.
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ORTOGRAFIA: A LEI DA ESCRITA
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		Todas as variações de pronúncia das palavras se resumem, na escrita, a uma forma única, aliás determinada por lei. 
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		Apesar das várias mudanças na ortografia da Língua Portuguesa ao longo das décadas (os chamados Acordos Ortográficos), a forma de falar continua a mesma.
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		A ortografia, desde o princípio, se estabeleceu como mera convenção.
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		No seu primeiro momento, lá pelo século XII, a escrita da língua portuguesa pretendia imitar a fala das pessoas (quer dizer, a fala das pessoas que escreviam, não de todas as pessoas!)
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		Com o tempo, essa fala foi mudando e a escrita foi ficando do mesmo jeito.
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		E, em muitos casos, escrevia-se não como se falava, mas como a palavra era escrita em latim, a língua que deu origem ao português.
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		A questão ortográfica é, em si, simples – trata-se da grafia oficial, única, das palavras, grafia transcrita nos dicionários.
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DIFERENÇAS SISTEMÁTICAS
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		A oralidade e a escrita apresentam sempre diferenças sistemáticas.
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		Escrever uma palavra significa passar de um sistema da língua (linguagem oral) para outro sistema (a representação gráfica da linguagem).
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		No português do Brasil, em situações informais cotidianas, dizemos: fazê, começá, vamo, perdemo... Mas escrevemos fazer, começar, vamos, perdemos.
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		O processo de escolarização, desde o primeiro momento, estabelece um certo controle da nossa fala. Em geral, se frequentamos algum tempo de escola, acabamos por dominar das duas formas.
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DIFERENÇAS SINTÁTICAS
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		Compare:
	Outra coisa que poderia ajudar ele na confecção de embarcações era o fato de já manusear ferramentas de pedra. (fala)
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	 Outra coisa que poderia ajudá-lo na confecção de embarcações era o fato de já manusear ferramentas de pedra. (escrita)
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		Por convenção social, formas como ajudá-lo, o uso de r nas formas verbais do infinitivo (fazer, correr), ou de s em outras formas verbais (corremos, vamos), são consideradas corretas, pertencentes ao quese chama de língua-padrão.
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		Todos nós temos de escrever de um modo que se distancia bastante da realidade cotidiana da nossa fala.
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		A ideia de correção é tão forte que a nossa cultura gerou até uma tentativa de codificação da língua-padrão em um manual, a chamada gramática normativa.
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		A língua-padrão não é, em si, nem melhor nem pior que a fala nossa de todos os dias. Ela é simplesmente uma convenção, que se estabeleceu ao longo dos séculos por todo um sistema de comunicação da escrita que se sustenta pelo controle social e se reproduz pelo aprendizado sistemático nas instituições escolares.
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	QUAIS AS VANTAGENS DA LÍNGUA-PADRÃO?
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		Do ponto de vista do estado, é um poderoso fator político de unificação. Em alguns casos, é também uma arma de repressão das diferenças.
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		No caso do Brasil, as diferenças dialetais nunca representaram diferenças políticas capazes de gerar movimentos de autonomia linguística.
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