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Diego Oliveira Prática Trabalhista 2ª Fase Exame da Ordem APOSTILA – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA – PARTE 2 Diego Oliveira www.cursocejas.com.br WhatsApp: (71) 99402-4444 Instagram: @professordiegooliveira Prática Trabalhista APOSTILA PARA PREPARAÇÃO PARA A 2ª FASE DO EXAME DE ORDEM Versão 1.0 Atualizado até 19/02/2020 SUMÁRIO SUMÁRIO ................................................................................................................................... 2 MÉRITO ...................................................................................................................................... 3 Remuneração e Salário ......................................................................................................... 3 Reflexos............................................................................................................ 3 Jornada de Trabalho ............................................................................................................. 5 Jornada 12 x 36 horas ...................................................................................... 6 Turno ininterrupto de revezamento................................................................ 6 Intervalos na jornada ....................................................................................... 7 Intervalo intrajornada ...................................................................................... 7 Intervalo interjornada ..................................................................................... 7 Adicional noturno ............................................................................................ 7 Honorários advocatícios ...................................................................................................... 8 Da multa do art. 467 da CLT ................................................................................................. 8 Multa do art. 477 §8º da CLT ................................................................................................. 8 Dano de natureza extrapatrimonial .................................................................................... 9 3 Capítulo 1 MÉRITO Neste tópico do nosso material poderemos ter uma infinidade de assuntos, pois aqui estará o corpo da nossa petição inicial, delimitando e apontando os pedidos que faremos na reclamação trabalhista. Será o momento de fazer uma nova pausa para a leitura do enunciado, identificando os direitos do reclamante que foram violados e que serão postulados na ação. Para discorrer acerca do mérito da nossa reclamação trabalhista, utilizaremos os dados fornecidos pelo examinador, após identificar os direitos violados que serão postulados. Neste tópico, serão muito importantes as marcações feitas no nosso material. Tem-se percebido pelo estudo dos espelhos da banca examinadora que o examinando deve estruturar a sua petição inicial da seguinte maneira: Remuneração e Salário A Salário é toda a contraprestação recebida pelo empregado diretamente do seu empregador, seja em dinheiro, seja em utilidades. Já a remuneração é o somatório do salário com as gorjetas que o trabalhador receber. Equiparam-se aqui também as gueltas, que são os incentivos financeiros recebidos pelo trabalhador para venderem determinados produtos. Esse incentivo é pago por terceiros, em geral, o laboratório que fabrica os produtos. Essa distinção é fundamental, visto que algumas verbas trabalhistas são calculadas sobre o valor da remuneração (FGTS, férias, 13º salário, etc.); e outras são calculadas sobre o valor do salário, como o adicional de periculosidade (Súmula 191, TST) ou sobre o salário mínimo, como o adicional de insalubridade etc. Reflexos Para formular os reflexos de determinado pedido, precisaremos observar: 1. Pedido principal 2. Verificar se parcela tem natureza salarial e se é fornecida com habitualidade 3. Verificar se devemos pedir o reflexo em DSR (pediremos o reflexo em DSR sempre que o pedido principal for variável (recebido por produção, por dia ou por hora). Se for recebido mensalmente ou quinzenalmente, o DSR já estará incluso (como diferença salarial, por exemplo). 4. Se for o caso de pedir o reflexo em DSR, pediremos também Aviso prévio, 13º salário, Férias + 1/3 e FGTS. 4 Os reflexos irão incidir sempre em parcelas de natureza contratual e resilitórias. No caso de: Férias – As integrais são contratuais e as proporcionais são resilitórias. O reflexo incide em ambas, inclusive no 1/3 constitucional. 13º salário – Os integrais são contratuais e os proporcionais são verbas resilitórias. O reflexo incide em ambas. FGTS – No caso do FGTS, os reflexos incidirão nos depósitos mensais (8%), bem como na indenização compensatória (multa de 40%) Aviso prévio – esta é uma verba meramente resilitória e também incidirá reflexos sobre ela. O pedido de reflexos deve, conforme sugestão, seguir sempre o pedido principal, conforme modelo abaixo: Pedido principal + reflexos Exemplo: Requer a condenação da reclamada ao pagamento das horas extras excedentes à oitava hora diária com adicional de 50% e reflexos nas verbas contratuais e resilitórias em DSR, aviso prévio, férias integrais e proporcionais + 1/3, 13º salários integrais e proporcionais, depósitos do FGTS e multa de 40% do FGTS, no valor de R$. IMPORTANTE! Só para lembrar! Devemos pedir reflexos apenas em parcelas de natureza salarial recebidas com habitualidade recebidas. No caso do reflexo em DSR, incidirá apenas se a parcela for recebida em formato variável (por dia, por hora ou produção). Ex: hora extra, sobreaviso, intervalos, adicional noturno, comissões, etc. Se a parcela tiver natureza salarial, for recebida com habitualidade, MAS A FORMA DE RECEBIMENTO FOR QUINZENAL OU MENSAL, devemos pedir reflexos em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional, e FGTS (depósitos e multa de 40%), MAS NÃO DEVEMOS PEDIR REFLEXOS EM DSR. Ex: adicional de periculosidade, adicional de insalubridade, equiparação salarial, salário in natura, etc. Não tem natureza salarial: • Aviso prévio indenizado; (gera diferença apenas de FGTS); • Férias indenizadas (gera diferença apenas de FGTS); • Multa e depósito do FGTS • Alimentação que não é fornecida em dinheiro • Veículo fornecido pelo empregador para o trabalho • Indenização do art. 9º da Lei 7238/84 • Indenização de rescisão antecipada do contrato por tempo determinado (art. 479 CLT) • PLR • Vale transporte 5 • Ajuda de custo • Diárias para viagem • As utilidades constantes do art. 458, § 2º CLT fornecidas para o trabalho. • Intervalo de jornada não concedido IMPORTANTE! Quando o pedido principal for verba que já gera reflexo (aviso prévio, férias, DSR, etc.), não devemos pedir reflexos, salvo no FGTS. Ex. Se o pedido principal for o aviso prévio não pago pela reclamada, teremos apenas o pedido principal (aviso prévio) com reflexos apenas no FGTS pela prorrogação ou cumprimento do aviso. Jornada de Trabalho O tema jornada de trabalho merece especial atenção para a nossa 2ª Fase. Quando o examinador apresentar o enunciado, você deve verificar na jornada os seguintes elementos: 1) Se o trabalhador laborava em jornada extraordinária (se eram pagas ou compensadas) Você deve ficar atento se o trabalhador exercia alguma jornada especial (ex: bancário). Caso ele labore em jornada extraordinária, havia compensação de jornada? Havia banco de horas? Em caso de banco de horas, as horas compensadas ou pagas? Não há motivo para pânico, todas essas informações estarão no enunciado. 2) Se havia concessão de intervalo intrajornada e interjornada Caso não houve concessão de intervalo intrajornada ou interjornada, o trabalhador recebe com adicional deno mínimo 50%. 3) Se havia concessão do DRS (também o DSR + o interjornada) Devemos observar se o trabalhador recebia e gozava o Descanso Semanal Remunerado. Lembrando que o DRS combinado com intervalo interjornada deve dá ao empregado um descanso de 35 horas. DSR (24h) + Interjornada (11h). 4) Se o trabalhador faz jus ao adicional noturno O caso deverá apontar a jornada do trabalhador e, nós, devemos identificar se faz jus ao adicional noturno urbano (22h às 05h) ou rural (21h às 05h agricultura e 20h às 04h pecuária). Lembrando as horas extras são verbas de natureza salarial e recebidas por hora, por isso, incide reflexos em DSR, aviso prévio, férias integrais e proporcionais + 1/3, 13º salário integrais e proporcionais e FGTS. Lembro que falamos na apostila anterior que iríamos aprofundar mais o tema! E isso se deve ao fato de que demos uma noção geral na apostila passada, apenas para entender a estrutura da peça e agora, sim, agora vamos aprofundar um pouco mais. Como pedir horas extras em uma petição inicial de uma reclamação trabalhista? Segue um modelo: DAS HORAS EXTRAS 6 O trabalhador cumpria uma jornada de segunda à sábado das 08h às 18h, com 1h hora de intervalo para refeição e descanso, sem, contudo, receber pelas horas extras trabalhadas. O limite da jornada máxima do trabalhador deve ser de 8 horas diárias e 44 horas semanais, extrapolados no curso do contrato de trabalho, nos termos do art. 7º, XIII, CF/88 e do art. 58 da CLT, art. 59, § 1º, da CLT e art. 7º, XVI, da CF/88 Desta forma, requer seja a reclamada condenada ao pagamento das horas extras excedentes à 8ª hora diária e à 44ª hora semanal, com adicional de no mínimo 50%, bem como os reflexos em DSR, aviso prévio, férias integrais e proporcionais + 1/3, 13º salário integrais e proporcionais e depósito e multa de 40% sobre o FGTS, no valor de R$. Jornada 12 x 36 horas O artigo 59-A da CLT prevê a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, (12x36), prevista em acordo individual escrito, lei ou ajustada mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho. Nestes casos, o empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas. Caso a questão aponte uma jornada 12x36, para verificar a jornada do trabalhador, você deve verificar: Se a jornada acima não foi ajustada por acordo individual escrito, lei ou norma coletiva, significa que a jornada 12x36 não tem validade e o trabalhador será enquadrado na jornada comum, sendo considerada hora extra, todas que ultrapassarem a 8ª hora diária e a 44ª semanal. Exemplo: Embora o trabalhador tenha exercido a jornada 12x36, esta não fora fixada mediante acordo escrito, lei ou norma coletiva. A jornada 12x36 somente terá validade se firmada mediante acordo escrito, lei ou norma coletiva, conforme previsão no artigo 59-A da CLT, art. 59, § 1º, da CLT e art. 7º, XVI, da CF/88. Desta forma, requer seja a reclamada condenada ao pagamento das horas extras excedentes à 8ª hora diária e à 44ª hora semanal com adicional de no mínimo 50%, bem como os reflexos em DSR, aviso prévio, férias integrais e proporcionais + 1/3, 13º salário integrais e proporcionais e depósito e multa de 40% sobre o FGTS, no valor de R$. Turno ininterrupto de revezamento No caso do turno ininterrupto de revezamento, sabemos que, em regra, a jornada máxima diária é de 6 horas, podendo esta ser prorrogada para 8 horas, mediante norma coletiva. A questão pode vir abordando, por exemplo, uma temática semelhante ao tópico anterior. Logo você deve observar se a jornada do turno de revezamento for de 8 horas 7 diárias, se foi pactuada mediante norma coletiva. Caso contrário o trabalhador fará jus à horas extras na 7ª e 8ª horas trabalhadas. Segue modelo: Embora o trabalhador tenha cumprido jornada diária de 8 horas em turno ininterrupto de revezamento, esta não fora pactuada mediante norma coletiva, na forma do art. 7º, XIV, CF/88. O trabalhador apenas não fará jus à horas extras em relação 7ª e 8ª horas do turno ininterrupto de revezamento, se a jornada for pactuada mediante norma coletiva, o que não foi o caso, nos termos do art. 7º, XIV, CF/88 e Súmula 423 do TST. Desta forma, requer seja a reclamada condenada ao pagamento das horas extras excedentes à 6ª hora diária com adicional de no mínimo 50%, bem como os reflexos em DSR, aviso prévio, férias integrais e proporcionais + 1/3, 13º salário integrais e proporcionais e depósito e multa de 40% sobre o FGTS, no valor de R$. Intervalos na jornada Os intervalos na jornada assumem papel fundamental na elaboração da sua peça processual, pois sabemos que, se não forem gozados, o trabalhador terá direito a receber como hora extra. Intervalo intrajornada Se trabalhador labora até 04 horas por dia, não fará jus ao intervalo intrajornada. Se laborar entre 04h e 06h, por dia, fará jus ao intervalo de 15 minutos. Quando laborar acima 6 (seis) horas por dia, o intervalo deverá ser de no mínimo 1 (uma) e no máximo 2 (duas) horas, salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho que poderão elastecer o intervalo. Caso trabalhador não goze do intervalo intrajornada, deverá receber apenas a parcela não usufruída do intervalo com adicional de no mínimo 50%, conforme art. 71, § 4º, CLT. Vale lembrar que essa parcela do intervalo intrajornada não gozada pelo empregado terá natureza indenizatória, não incidindo reflexos nas parcelas de natureza salarial. Portanto, quando for pleiteada em sua petição, você NÃO deve requer os reflexos nas verbas contratuais e resilitórias, aviso prévio, 13º integral e proporcional, férias integrais e proporcionais + 1/3, FGTS (depósito e multa), bem como no DSR. Intervalo interjornada O intervalo interjornada, entre um a jornada de trabalho e outra deve ter a duração do, em regra, de pelo menos 11 horas consecutivas, conforme artigo 66 da CLT. Caso esse intervalo não seja respeitado, o trabalhador fará jus ao recebimento na forma do art. 71, §4º e Súmula 110 do TST, aplicado analogicamente, vide OJ 355 do TST. Adicional noturno O adicional noturno é devido nos casos dos trabalhadores urbanos de rurais. Destacamos também a hipótese do advogado conforme quadro abaixo: Hipótese Previsão Legal Jornada Adicional Observação Trabalhador Urbano Art. 73 CLT 22h às 05h 20% Hora reduzida 52 min e 30 seg 8 Rural Agricultura Art. 7º Lei 5889/73 21h às 05h 25% Rural Pecuária Art. 7º Lei 5889/73 20h às 04h 25% Advogado Art. 20, §3º Lei 8906/94 20h às 05h 25% Vale lembrar que o adicional noturno tem natureza salarial e, se pago com habitualidade, integra a remuneração do empregado para todos os fins. Honorários advocatícios Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. Segue um modelo para adaptação conforme o caso: Requer a condenação da parte ao pagamento dos honorários sucumbenciais no importe de 15%, na forma do artigo 791-A da CLT. Da multa do art. 467 da CLT A reclamada deve sempre quitar asverbas incontroversas até a primeira audiência, sob pena de incidir uma multa de 50% sobre elas. Logo, em uma reclamação trabalhista, você deve sempre fazer esse pedido. Segue modelo: Requer que a reclamada efetue o pagamento das verbas rescisórias incontroversas até a primeira audiência, sob pena de ser condenada a fazer, incidindo uma multa de 50%, nos termos do art. 467, da CLT Multa do art. 477 §8º da CLT O art. 477, §6º, da CLT prevê o prazo de dez dias após o término do contrato de trabalho para pagamento das verbas rescisórias. Este prazo não leva mais em consideração o aviso prévio, se foi indenizado ou trabalhado, sendo unificado. Caso não haja o cumprimento do prazo para pagamento das verbas rescisórias, o empregador deverá pagar uma multa equivalente à um mês de salário do reclamante, conforme art. 477, § 8º da CLT. 9 Logo, ao se deparar com uma reclamação trabalhista, você deve se atentar ao prazo para pagamento das verbas rescisórias e pedir a multa caso o prazo não tenha sido cumprido, vide modelo abaixo: O reclamante fora dispensado sem justa causa, tendo cumprido aviso prévio até o dia 15/10/18, e suas verbas foram quitadas pela reclamada em 30/10/18. O pagamento das verbas rescisórias deve ser feito no prazo de dez dias contados a partir do término do contrato, o que não fora cumprido pela reclamada, conforme art. 477, §6º, da CLT. Desta forma, requer seja a reclamada condenada ao pagamento da multa prevista no art. 477, §8º, da CLT. Dano de natureza extrapatrimonial A caracterização do dano de natureza extrapatrimonial leva em consideração os elementos da responsabilidade civil exportados do direito civilista. Neste sentido, para a caracterização do dano é necessário identificar uma ação ou omissão do agente que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica. Para o surgimento do dever de indenizar é indispensável que o dano sofrido pela vítima tenha nexo de causalidade com a ação ou omissão do agente. Observe que o dano extrapatrimonial irá sempre ofender a esfera moral do indivíduo, ou seja, direitos da personalidade, ou a esfera existencial, afetando-lhe os projetos de vida e a vida de relações. O dano existencial é caracterizado pela carga excessiva de trabalho que afeta os projetos de vida do trabalhador, impedindo-lhe de ter ascensão pessoal e/ou profissional, além de violar a sua vida de relações, que se caracteriza pelo prejuízo ao convívio social do trabalhador em razão da carga de trabalho. A CLT considera a etnia, a idade, a nacionalidade, a honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, o gênero, a orientação sexual, a saúde, o lazer e a integridade física como bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa natural. Ao mesmo tempo, considera a imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo. Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de natureza extrapatrimonial. Os danos matérias são os prejuízos patrimoniais que a parte sofre em razão da ação ou omissão do agente. Se classificam em danos emergentes e lucros cessantes. Os danos emergentes são os prejuízos materiais de imediato que a parte sofreu em razão da ação ou omissão do agente. Já os lucros cessantes são caracterizados pelo ganho que a parte razoavelmente deixou de obter em razão da ação ou omissão do agente. A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais. 10 Ao julgar procedente o pedido, o juízo fixará a reparação a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação: I - para ofensa de natureza leve - até três vezes o valor do último salário contratual do ofendido; II - para ofensa de natureza média - até cinco vezes o valor do último salário contratual do ofendido; III - para ofensa de natureza grave - até vinte vezes o valor do último salário contratual do ofendido; ou IV - para ofensa de natureza gravíssima - até cinquenta vezes o valor do último salário contratual do ofendido. Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos mesmos parâmetros estabelecidos acima, mas em relação ao salário contratual do ofensor. Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da indenização. Como pedir: O reclamante sofreu abalos psíquicos e profunda dor moral em razão da perda de um membro inferior em acidente de trabalho lhe gerando um dano gravíssimo. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação que ofenda a esfera moral da pessoa física titular exclusivas do direito à reparação, conforme previsão do art 223-B da CLT, art. 223-C da CLT, art. 223-G da CLT e art. 5º, X, CF/88. Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de indenização de natureza gravíssima, no importe de cinquenta vezes o valor do salário contratual do ofendido, no valor de R$. Obs: Caso o enunciado não traga elementos demonstrado qual foi a natureza do dano, deve-se pedir para que a indenização seja arbitrada pelo juízo.