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CONCRETAGEM: 
DIMENSIONAMENTO 
E EFEITOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página | 64 
 
APRESENTAÇÃO 
Você sabia que para todos os tipos de estruturas se fazem necessários o 
dimensionamento/a dosagem do concreto? Do concreto para uma simples calçada 
até o concreto de um prédio, uma ponte ou outras estruturas mais 
robustas/complexas, a dosagem é fundamental, pois interfere diretamente na vida 
útil da estrutura. 
Uma dosagem deficitária causa inúmeros problemas, como fissuras, 
infiltrações, deslocamentos, corrosão das armaduras/ferragens e, em casos mais 
graves, potenciais desmontes ou demolições prematuras. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre a dosagem de 
concreto e os efeitos de uma dosagem incorreta. 
 
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes 
aprendizados: 
 Identificar os tipos de dosagem de concreto: empírico e experimental. 
 Relacionar a normatização específica para a dosagem de concreto. 
 Reconhecer possíveis causas de uma dosagem de concreto incorreta. 
 
 
Objetivos de aprendizagem 
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: 
 Identificar os tipos de dosagem de concreto: empírico e experimental. 
 Relacionar a normatização específica para dosagem de concreto. 
 Reconhecer possíveis causas de uma dosagem de concreto incorreta. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Você sabia que para todos os tipos de estruturas se faz necessário o 
dimensionamento/dosagem do concreto? Esse processo é utilizado tanto para o 
concreto usado em uma simples calçada quanto para o concreto utilizado em um 
prédio, uma ponte ou outras estruturas mais robustas/ complexas. A dosagem 
interfere diretamente na vida útil da estrutura. 
Uma dosagem deficitária causa inúmeros problemas, como fissuras, 
infiltração, deslocamentos, corrosão das armaduras/ferragens. Em casos mais 
graves, pode gerar potenciais desmontes ou demolição prematura. Neste texto, você 
aprenderá sobre a dosagem de concreto e os efeitos de uma dosagem incorreta. 
 
Dosagem de concreto 
O concreto é um composto monolítico resultante de uma mistura (cimento, 
água, pedra, areia e aditivos). Essa mistura forma uma massa com plasticidade 
sufi- ciente para que possa ser manuseada, transportada e lançada, a fim de 
garantir a resistência necessária ao elemento a ser concretado. 
A dosagem do concreto estabelece a quantidade, de modo racional, de cada 
componente. Esse processo obedece aos requisitos de resistência necessária e de 
moldabilidade do concreto fresco. 
Existem vários tipos de dosagem de concreto: a empírica e as experimen- tais. 
A dosagem empírica, realizada sem procedimentos experimentais, é a chamada 
“receita de bolo”. Ela não leva em consideração as características dos ingredientes 
da massa, apenas a prática do construtor. Ainda é utilizada em obras pequenas e 
sua utilização, em geral, proporciona um gasto maior de materiais e não garante 
boa qualidade. 
Página | 65 
 
Já as dosagens experimentais ou racionais, como o próprio nome já diz, são 
realizadas em laboratórios (ou nas centrais de concreto). Nesses locais, se calcula 
racionalmente (e, por que não dizer, economicamente) cada elemento a ser utilizado 
no concreto. 
 
 
 
Dosagem ou traço do concreto 
O traço de concreto nada mais é do que a expressão da proporção dos 
materiais a ser utilizada para um determinado concreto com uma determinada 
resistência. Pode-se obter traço de concreto em volume de todos os materiais, só em 
volume dos agregados e em peso de todos os materiais. 
 
De acordo com a ABNT NBR 12655:2015, 
[...] a composição de cada concreto de classe C15 ou superior, a ser utilizado 
na obra, deve ser definida, em dosagem racional e experimental, com a devida 
antecedência em relação ao início da concretagem da obra. O estudo de dosagem 
deverá ser realizado com os mesmos materiais e condições semelhantes àquelas da 
obra, tendo em vista as prescrições de projeto e as condições de execução. A 
dosagem do concreto deverá ser refeita sempre que houver mudança de marca, tipo 
ou classe de cimento, na procedência dos agregados e demais materiais. 
Ao fazer um traço de concreto, você deve levar em consideração as condi- ções 
de preparo do concreto, definidas pela ABNT NBR 12655:2015. Observe a 
classificação: 
 
Condição A: Aplicável às classes C10 a C80. O cimento e os agregados são 
medidos em massa; a água é medida em massa ou volume com dispositivo dosador 
e corrigida em função da umidade dos agregados. 
 
Condição B: Aplicável às classes C10 até C25. O cimento e os agregados são medi- 
dos em massa; a água é medida em massa ou volume com dispositivo dosado e os 
agregados medidos em massa combinada com volume. 
Aplicável às classes C10 até C20; O cimento e os agregados são medidos em 
massa; a água é medida em massa ou volume com dispositivo dosador e os 
agregados medidos em volume. A umidade do agregado miúdo é corrigida por meio 
da curva de inchamento estabelecida para o material utilizado. 
 
Condição C: Aplicável às classes C10 e C15. O cimento é medido em massa; os 
agregados e a água são medidos em volume. A quantidade de água é corrigida em 
função da estimativa de umidade dos agregados e da determinação da consistência 
do concreto. 
Página | 66 
 
Conceitos 
Você já deve ter ouvido alguém falar uma frase como esta: “O concreto 25 
MPa será utilizado na laje”. 
Mas você sabe o que ela quer dizer? E sabe o que são MPa, Fck, Mpa, 
resistência, corpo de prova, slump test e desvio padrão? 
Antes de prosseguir com os estudos, você irá conhecer e entender o que esses 
conceitos significam. 
 
Resistência: propriedade mecânica que o concreto tem de resistir à força, 
podendo ser à tração ou à compressão, atendendo ainda ao módulo de elasticidade. 
Fck: resistência característica do concreto à força de compressão/tração 
quando atinge a idade média de 28 dias. 
N (Newton): unidade de medida de força de pressão, distribuída 
uniformemente sobre uma área plana 1 m2. 
Pa (Pascal): 1 N = força aplicada a um corpo de massa igual a 1 kg a uma 
aceleração de 1 m/s² no mesmo sentido. 1 Pa = 1 kg f/m 
MPa: (Mega Pascal) = 1.000.000 Pa = unidade utilizada para medir a 
resistência do concreto. 
 
Corpo de prova: no Brasil, é uma peça moldada em formato cilíndrico, de 30 
cm de altura por 10 cm de diâmetro, no momento da concretagem. É nessa peça 
que será aplicada a força necessária para que se tenha a ruptura, e, portanto, a 
comprovação da resistência do concreto. 
Slump test: teste de abatimento de tronco de cone = é um teste realizado 
para verificar a consistência, a fluidez do concreto e a uniformidade da 
trabalhabilidade. Geralmente é realizado poucos instantes antes do início da 
concretagem. 
25 Mpa: (usando o exemplo) esse valor (25) é o “tamanho” da força média a 
ser aplicada sobre o corpo de prova. Pode variar de acordo com o SD (desvio 
padrão) utilizado para a amostragem. Em função desse desvio padrão, pode-se 
aceitar uma amostra com uma porcentagem maior ou menor (em torno de 5% do 
Fck esperado). Amostras fora dessa porcentagem devem ser descartadas. 
SD (desvio padrão): utilizado para indicar o grau de variação do Fck nas 
amostras de concreto (corpo de prova). O desvio padrão, nas dosagens 
experimentais, tem uma tabela com valores aceitáveis. 
 
Dosagem 
Para obter concreto resistente, você deve levar em consideração não só a 
qualidade dos materiais que irão compor a massa, mas também a dosagem. Ela é 
de suma importância, pois interfere diretamente no resultado do processo. 
 
Existem basicamente dois tipos de dosagem: empírica e experimental. 
De acordo com a ABNT NBR 6118:2014, ao se fazer uma dosagem, se deve 
atender aos seguintes requisitos: 
 Classe de agressividade 
 Fator água/cimento 
 Desvio padrão 
 
Classe de agressividade ambiental 
A classe agressividade depende dotipo de ambiente em que será construída a 
edificação, e pode ser classificada como fraca, moderada, forte ou muito forte. Isto 
pode ser visto na Tabela 1. 
Página | 67 
 
Classe de 
agressividade 
ambiental 
Agressividade 
Classificação geral do 
tipo de ambiente para 
efeito de projeto 
Risco de deterioração 
da estrutura 
I Fraca 
Rural 
Insignificante 
Submersa 
II Moderada Urbana a,b Pequeno 
III Forte 
Marinha a 
Grande 
Industrial a,b 
IV Muito forte 
Industrial a,c 
Elevado 
Respingos de maré 
Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um 
nível acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e 
áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com 
concreto revestido com argamassa e pintura). 
Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um 
nível acima) em obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou 
igual a 65%, partes das estruturas protegidas de chuvas em ambientes 
predominantemente secos ou regiões onde chove raramente. 
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, 
branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes e indústrias 
químicas. 
 
Fator água/cimento 
É a quantidade de água da pasta em relação à massa de cimento. Essa 
quantidade influencia diretamente as propriedades do concreto (trabalhabilidade, 
permeabilidade, porosidade, durabilidade e resistência à compressão). Quanto 
menor a relação água/cimento, maior a durabilidade da estrutura. Esse fato é dado 
pela expressão: 
FAC: a/c 
 
Em que: 
FAC = Fator Água Cimento (resultado em porcentagem) 
A = Água (em volume) 
C = Cimento (em kg) 
 
Desvio padrão 
De acordo com a ABNT NBR 12655:2015, o desvio padrão é utilizado para 
indicar o grau de variação do Fck nas amostras de concreto (corpo de prova). 
Desvio padrão desconhecido: utilizado quando não se tem referências estatísticas. 
Adota-se a condição C como condição de preparo do concreto, com consumo 
mínimo de 350 kg de cimento por m³, para concreto Classe = C15. 
 
Condição SD – Desvio padrão em MPa 
A 4 
B 5,5 
C 7,0 
 
Desvio padrão conhecido: Quando o concreto for elaborado com os mes- mos 
materiais, mediante equipamentos similares e sob condições equivalentes, o valor 
do desvio padrão deve ser fixado com no mínimo 20 resultados consecutivos 
obtidos no intervalo de até 30 dias. Em nenhum caso o SD pode ser menor que 2 
MPa (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). 
Página | 68 
 
Dosagem empírica 
Esse método utiliza o volume dos componentes como unidade de medida. 
Assim, a unidade pode ser baseada no volume de latas, carrinhos de mão ou 
padiolas e tem um traço fixo que é passado de construtor para construtor. 
Esse tipo de dosagem ainda é utilizado em pequenas obras. 
 
Dosagem experimental 
Existem diversos tipos de dosagens experimentais. Elas levam esse nome pois 
foram desenvolvidas em laboratório e se baseiam em estudos realizados por 
profissionais da área. O traço é desenvolvido por meio da avaliação da resistência e 
da trabalhabilidade. Assim, se gera um menor desvio padrão nas amostras e um 
menor custo final do concreto. 
As dosagens experimentais de concreto mais conhecidas no Brasil são a 
ABCP e a IPT. 
Dosagem ABCP: A dosagem ABCP foi desenvolvida na década de 1980 pela 
Associação Brasileira de Cimento Portland. Devido a evoluções dos materiais desde 
aquela época, já não é um método utilizado para a determinação de um traço de 
concreto. 
 
A dosagem ABCP leva em consideração: tipo, massa específica e nível de 
resistência aos 28 dias do cimento (ex.: CP II 32 – 32 MPa aos 28 dias); análise 
granulométrica e massa específica dos agregados; dimensão máxima característica do 
agregado graúdo; consistência desejada do concreto fresco; e resistência de dosagem do 
concreto (fcj). 
 
 
Exemplo da aplicação da dosagem ABCP: 
 
Material Tipo 
Peso específico 
= γ (kg/m³) 
Massa específica = 
γ (kg/m³) 
Cimento CPII – 32 3.150,00 
Areia 
Areia média bem 
graduada 
1.620 2.640 
Brita Brita 1 (Dmáx = 19 mm) 1500 2.280 
Concreto 
Idade 
Resistência à 
compressão (Mpa) 
Consistência do 
concreto fresco 
28 dias 25 Mole 
 
1. Determinação da relação do fator água/cimento: 
Para Fc28 = 25 Mpa → a relação do fator água/cimento se consegue por meio da 
curva de Abrams, que está em função da idade e da resistência mecânica desejada, 
assim como você pode ver na Figura 2: 
 
Página | 69 
 
 
 
Portanto, o fator água/cimento é igual a 0,58. 
 
2. Determinação do consumo de água: 
Adotando um abatimento do tronco de cone de 90 mm e Dmáx de 19 mm, você 
pode obter o consumo aproximado de água a partir da tabela abaixo: 
 
Tabela 4. Consumo de água. 
Consumo de água aproximado, em l/m³ 
Abatiment
o (mm) 
Dmáx de agregado graúdo 
9,5 19,0 25,0 32,0 38,0 
40 a 60 220 195 190 185 180 
60 a 80 225 200 195 190 185 
80 a 100 230 205 200 195 190 
 
 
3. Determinação do consumo de cimento: 
Você pode obter a determinação do consumo de cimento por meio da 
fórmula: 
 
 
Em que: 
Cc = consumo de cimento (kg/m³) 
Ca = consumo de água (tabelado) (l/m³) 
a/c = fator água/cimento 
4. Determinação do consumo dos agregados: 
Depende do teor ótimo, da dimensão máxima do agregado graúdo e do 
módulo de finura da areia. 
Página | 70 
 
Você pode obter o consumo dos agregados por meio da tabela abaixo: 
 
Tabela 5. Consumo de agregado miúdo. 
Módulo de 
Finura 
Dimensão máxima (mm) 
9,5 19,0 25,0 32,0 38,0 
1,8 0,645 0,770 0,795 0,820 0,845 
2,0 0,625 0,750 0,775 0,800 0,825 
2,2 0,605 0,730 0,755 0,780 0,805 
2,4 0,585 0,710 0,735 0,760 0,785 
2,6 0,565 0,690 0,715 0,740 0,765 
2,8 0,545 0,670 0,695 0,720 0,745 
3,0 0,525 0,650 0,675 0,700 0,725 
3,2 0,505 0,630 0,655 0,680 0,705 
3,4 0,485 0,610 0,635 0,660 0,685 
3,6 0,465 0,590 0,615 0,640 0,665 
 
Adotando o agregado miúdo, com módulo de finura = 2,6 e diâmetro máximo 
para o agregado graúdo = 19 mm, você obtém, na tabela acima, um volume de 
0,690 m³. 
 
Assim, você pode calcular o consumo do agregado graúdo: 
Cb = Vb × Mb 
Cb = 0,690 × 1500 Cb = 1035 kg/m3 
 
Em que: 
Cb = consumo de brita, em kg/m³ 
Vb = volume de brita (tabelado) (l/m³) 
Mb = peso específico da brita (kg/m³) 
A obtenção do consumo do agregado miúdo se dá por: Cálculo do volume a 
ser utilizado 
 
 
 
Em que: 
 
Vareia 
Cc = consumo de cimento Cb = consumo de brita Ca = consumo de água 
a = massa específica da água 
b = massa específica da brita 
c = peso específico do cimento 5º – Apresentação do traço: Cim : Areia : Brita : 
A/C 
Página | 71 
 
 
 
O traço definitivo é: 
1 : (1,85) : (3,00) : (0,58) 
 
 
Dosagem IPT 
É um método simples, eficiente e muito divulgado no Brasil. Ele aceita a 
utilização do agregado disponível em obra, dispensando o estabelecimento de 
composição granulométrica geralmente estipulada por modelos teóricos. Além 
disso, leva em consideração a resistência característica do concreto aos 28 dias 
(fck), do diâmetro máximo dos agregados e da consistência do concreto. A partir 
desses valores, obtém as proporções de areia e pedra britada para cada unidade de 
cimento, além da obtenção do fator água/cimento. 
Exemplo de aplicação da dosagem IPT: 
 
Material Tipo 
Peso específico 
= γ (kg/m³) 
Massa específica 
= γ (kg/m³) 
Observação 
Cimento CPII – 32 3.150,00 
Areia 
Areia média 
bem graduada 
1.620 2.640 
Módulo de 
finura: Mf = 2,6 
Brita 
Brita 1 (Dmáx = 
19 mm) 
1.500 2.280 
Concreto 
Idade 
Resistência à 
compressão (Mpa) 
 
28 dias 25 
 
Por meio das tabelas a seguir, você pode obter o teor de argamassa e o fator 
água/cimento. 
 
Dmáx do agregado 
graúdo 
Módulo de finura do agregado miúdo 
Menor do que 2,4 Entre 2,4 e 2,6 Maior do que 2,8 
9,5 55 57 59 
19 50 52 54 
25 46 48 50 
38 43 44,5 46 
50 37 39 41 
76 333 34,5 36 
102 30 31 32 
152 27 28 29 
Fcj (MPa)Cimentos do tipo CP I, II, III e IV 
CP V ARI 
Classe 25 Classe 32 Classe 40 
10 0,79 0,89 0,96 0,96 
15 0,64 0,74 0,81 0,81 
20 0,53 0,63 0,71 0,71 
25 0,45 0,55 0,62 0,62 
30 0,38 0,48 0,56 0,56 
35 0,32 0,42 0,50 0,50 
Página | 72 
 
Teor de argamassa → α = 53% (valor aproximado) 
Fator água/cimento → x = 0,55 
1º – Determinação do traço inicial (1:5) 
Determinação da consistência →A consistência é definida pela relação água/ 
materiais secos (H), que pode ser relacionada com os termos do traço da seguinte 
maneira: 
 
 
 
Determinação do traço inicial 
 
 
 
2º – Traço pobre (1: 3,5) → 1 : 1,6 : 1,9 : 0,55 
3º – Traço rico (1: 6,5) → 1 : 2,4 : 2,9 : 0,55 
 
 
Efeitos 
As falhas na fase de concretagem comprometem o desempenho da estrutura. 
Armadura exposta e vazios são os problemas mais comuns. Eles interferem 
diretamente na resistência e na durabilidade das estruturas. Porém, essas falhas só 
são detectadas quando ocorre a desforma da estrutura. 
 
Falhas severas comprometem a estrutura e podem causar o seu 
desmoronamento antes mesmo do término da obra. No entanto, quando não 
ocorre o comprometimento da estrutura, ela pode ser recuperada por meio de 
ações reparadoras. 
 
Bicheiras ou nichos: são espaços vazios detectados após a desforma de uma 
estrutura de concreto armado. São ocasionados por várias causas. As mais comuns 
são falta de vibração ou falta de espaço suficiente para passagem dos agregados 
entre armaduras e formas. 
 
 
Página | 73 
 
A não observância de alguns fatores contribui para a existência de falhas na 
execução da concretagem. A seguir, você pode ver os exemplos mais comuns: 
 
 Erro na definição do traço do concreto e/ou não atenção ao traço de- finido 
em projeto. 
 Erro de projeto no detalhamento da armadura. 
 Perda da nata do concreto, causada por não se conferir a vedação da forma. 
 Adensamento do concreto em excesso, que segrega os componentes do 
concreto. O tipo e a frequência de vibração são estipulados de acordo com o 
tipo de agregado e a armadura utilizada. 
 Excesso de água na dosagem antes da aplicação do concreto fresco e no 
acabamento (cura). No primeiro, causa a perda da resistência na qual foi 
dosado. Já no segundo causa a segregação dos materiais. 
 Retirada das escoras e formas prematuramente. 
 Cura inadequada. 
 Erro na execução das ferragens, não utilizando a bitola adequada, o 
espaçamento e o cobrimento especificados em projetos. 
 
 
DESAFIO 
Após fazer todas as escavações para a execução de uma fundação para a 
ampliação de uma residência, você verificou que irá precisar de 4m3 de concreto. 
Para solicitar esse volume de concreto, você precisa passar algumas 
informações/características, como as apresentadas a seguir: 
 
Cimento: 
• Tipo: CPII – 32 
• Peso específico do cimento utilizado: γ = 3150 kg/m3 
 
Agregado miúdo: areia 
• Tipo: areia média bem graduada 
• Peso específico: γ = 1620 kg/m3 
• Massa específica: γ = 2640 kg/m3 
• Módulo de finura: 2,6 
 
Agregado graúdo: brita 
• Tipo: brita 1 (Dmáx = 19 mm) 
• Peso específico: γ = 1500 kg/m3 
• Massa específica: γ = 2880 kg/m3 
 
Concreto: 
• Idade: 28 dias 
• Resistência à compressão: 26 MPa 
• Consistência do concreto fresco: bem mole 
• Abatimento: +/- 80 mm. 
 
Utilizando o método ABCP para dosagem, determine, com base nos dados acima: 
a) Fator água/cimento. 
b) Consumo de água. 
c) Consumo de cimento. 
d) Consumo de agregados: areia e brita. 
Página | 74 
 
e) Traço definitivo. 
f) Quantitativo do consumo para 4 m3 de concreto em kg e em volume. 
 
Geralmente, o fator água/cimento está em torno de 0,4 – 0,7. Por exemplo, se 
uso 100kg de cimento e 50kg de água, tenho uma relação água/cimento de 0.5. Se 
o concreto estiver 0,3 ficará muito difícil de trabalhar, se estiver 0,8 ficará muito 
fraco. 
 
Padrão de resposta esperado 
Para Fc28 = 26Mpa → através da fórmula: 
 
 
 
Adotando o abatimento do tronco de cone = 80 mm e Dmáx = 19 mm, o 
consumo aproximado de água se verifica a partir da tabela abaixo: 
 
Consumo de água aproximado, em 1/m³ 
Abatimento (mm) 
Dmáx agregado graúdo (mm) 
9,5 19,0 25,0 32,0 38,0 
40 a 60 220 19,0 190 185 180 
60 a 80 225 200 195 190 185 
80 a 100 230 205 200 195 190 
 
O consumo adotado em função do abatimento do slump test e do agregado 
graúdo é igual a 200 l/m3. Portanto, Ca=200 l/m3. 
A determinação do consumo de cimento é obtida através da fórmula 
 
 
Página | 75 
 
 
 
Depende do teor ótimo, da dimensão máxima do agregado graúdo e do 
módulo de finura da areia. O consumo dos agregados são obtidos através da tabela 
abaixo: 
 
Módulo 
de finura 
Dimensão máxima (mm) 
9,5 19,0 25,0 32,0 38,0 
1,8 0,645 0,770 0,795 0,820 0,845 
2,0 0,625 0,750 0,775 0,800 0,825 
2,2 0,605 0,730 0,755 0,780 0,805 
2,4 0,585 0,710 0,735 0,760 0,785 
2,6 0,565 0,690 0,715 0,740 0,765 
2,8 0,545 0,670 0,695 0,720 0,745 
3,0 0,525 0,650 0,675 0,700 0,725 
3,2 0,505 0,630 0,655 0,680 0,705 
3,4 0,485 0,610 0,635 0,660 0,685 
3,6 0,465 0,590 0,615 0,640 0,665 
 
Adotando-se para o agregado miúdo o módulo de finura = 2,6 e o diâmetro 
máximo para o agregado graúdo = 19 mm, obtém-se na tabela acima o volume de 
0,690 m3. 
 
Assim, pode-se obter o consumo do agregado graúdo: 
 
 
A obtenção do consumo do agregado miúdo se dá por: 
 Cálculo do volume a ser 
 
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 Cálculo do consumo da areia: 
 
 
 
 Consumo para 1 m3 de concreto: 
Cimento....→ 1 x 327,86 = 327,86 kg 
Brita..........→ 3,16 x 1035 = 3.270,6 kg 
Areia.........→ 2,74 x 897,6 = 2459,4 kg 
Água.........→ 0,61 x 200 = 122,00 kg 
 
 
 Consumo para 4 m3 de concreto: 
Cimento.....→ 4 x 327,86 = 1311,44 kg 
Brita..........→ 4 x 4123,8 = 16495,2 kg 
Areia.........→ 4 x 2459,4 = 9837,6 kg 
Água.........→ 4 x 122,00 = 488 kg 
 
 
 Consumo em volume: 
Cimento.....→ 1311,44/50 = 26,23 sacos de cimento 
Brita..........→ 16495,2/2880 = 5,73 m3 
Areia.........→ 9837,6/2640 = 3,72 m3 
Água.........→ 488/1000 = 0,488 m3 
 
 
 
NA PRÁTICA 
 
Concreto leve 
Atualmente, existem muitos tipos de concreto, feitos com diversos tipos de 
materiais e para as mais diversas aplicações. E, para atender a essas necessidades, 
foram desenvolvidos vários tipos de dosagens. Com o intuito de diminuir o peso das 
estruturas e diminuir o custo, estudiosos desenvolveram um concreto mais leve 
que leva em sua composição a argila expandida, a qual contribui com 
características como o isolamento termo-acústico, que proporciona leveza com 
resistência, inércia química, estabilidade bidimensional e incombustibilidade. 
 
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Os concretos leves caracterizam-se pela redução da massa específica em 
relação aos concretos convencionais, consequência da substituição de parte dos 
materiais sólidos por ar. Podem ser classificados em concreto com agregados leves, 
concreto celular e concreto sem finos. 
Os concretos leves estruturais são obtidos pela substituição total ou parcial 
dos agregados convencionais por agregados leves. De modo geral, são 
caracterizados por apresentar massa específica aparente abaixo de 2000 kg/m³. 
Alguns detalhes são levados em consideração quando é determinada a 
utilização de concreto leve, adotando argila expandida como agregado miúdo: 
 
Granulometria – 6/15 mm (equivalente à brita 0). 
 Densidade aparente = 600 kg/m³. 
 Para obras de fundação, além da redução do peso, pois possui massa 
específica próxima de 1800 kg/m³, seu custo se mostra vantajoso em 
comparação ao custo do concreto convencional com massa específica 
normal (em torno de 30% menor). 
 Melhora o desempenho termo-acústico e a resistência ao fogo. 
 Boa trabalhabilidade, facilitando a aplicação com maior agilidade. 
 Menor sobrecarga nas estruturas pelo peso próprio. 
 Menor módulo de elasticidade. 
 Excelência na durabilidade. 
 
Foram desenvolvidos alguns traços, a depender de cada tipo de finalidade, 
conforme mostrado a seguir: 
 
 
Traços deconcreto leve em relação ao tipo de aplicação. 
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Aplicações do concreto leve 
O concreto leve divide-se em dois tipos: estrutural e de enchimento. 
 
No uso estrutural, é empregado para reduzir o peso próprio da estrutura. É 
uma solução muito vantajosa para a execução de obras com grandes vãos, como 
pontes, lajes e coberturas, bem como em elementos flutuantes, como docas e 
plataformas petrolíferas (embora no Brasil não se costume usar o concreto leve em 
plataformas flutuantes). 
 
 
 
 
Por exemplo, em Dubai, que é um lugar muito quente, utiliza-se um concreto 
com agregado leve como agente interno de cura, facilitando esse processo e 
aumentando a vida útil da estrutura. 
Na Europa, o concreto leve é muito utilizado para reduzir, durante o inverno, 
o gasto energético com sistemas de aquecimento, pois é um isolante térmico e 
mantém a temperatura ambiente. 
Já no uso do concreto leve como enchimento, procura-se atender às 
exigências específicas da obra. Pode ser usado como enchimento de lajes, na 
fabricação de blocos de concreto, na regularização de superfícies e no 
envelopamento de tubulações.

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