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Modalização do discurso

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Modalização do discurso 
 
A MODALIZAÇÃO 
 Considerando que, no interagir com o outro e com a linguagem, os falantes mobilizam recursos linguísticos e 
expressivos para atingir seus objetivos numa dada situação comunicativa. A linguagem é o lugar da interação 
humana, visto que ela permeia todos os nossos atos, articula nossas relações com os outros e nos constitui 
enquanto sujeitos. Essa interação social, por intermédio da língua, caracteriza-se, necessariamente, pela 
argumentatividade. 
Esses elementos modalizadores têm como função principal indicar a força argumentativa dos enunciados ao 
relacionar, contrapor temas, valores e crenças compartilhadas por uma comunidade linguística. É, pois, nesse 
sentido que a modalização destaca-se por indicar a orientação argumentativa dos enunciados e servir como 
instruções que permitem especificar a conclusão para a qual o enunciado aponta. 
O fenômeno da modalização ganha destaque nos estudos linguísticos, pois tem a função de determinar “o modo de 
como aquilo que se diz é dito”. Na produção de um discurso, o locutor manifesta suas intenções e sua atitude no 
enunciado que produz, o que pode ser considerado como atitude ilocucionária de modalização. 
Observemos os exemplos abaixo. 
a) Eu ordeno que você se retire daqui. 
b) É preciso que você se retire daqui. 
Nota-se que, respectivamente, as sentenças estabelecem as noções de obrigatoriedade e necessidade. Em ambas o 
locutor procura obrigar seu interlocutor a assentir ao seu discurso, o qual é marcado pela atitude autoritária e 
imperativa daquele. Em (a) o locutor coloca-se explicitamente num patamar de autoridade e manifesta em seu 
enunciado a intenção de levar o interlocutor a agir conforme o citado. Já em (b) o locutor é menos incisivo e 
autoritário, porém manifesta a necessidade de que a ação seja concretizada. Nota-se que em ambas as frases o 
locutor se compromete com o conteúdo asseverado, pois se expõe como autor de tais afirmações. 
Um grupo de quarenta famílias de sem-teto ocupou o plenário da Câmara de Campinas (99 Km de SP) entre 14h e 
21h de ontem após ser desalojado de uma área invadida em abril deste ano por cerca de 600 pessoas. Os sem-teto 
permaneceram no plenário da Câmara e só concordaram em deixar o local após o juiz Jamil Miguel, da 5.a Vara 
Civil de Campinas, anular liminar para reintegração de posse expedida ontem. 
c) É possível que Maria tenha feito a prova. 
d) Provavelmente será preciso estudar. 
Em (c), o locutor parte de suas percepções acerca da realidade, de suas convicções, porém não garante a verdade 
da proposição, o que permite que a responsabilidade sobre a asseveração seja atenuada. Já no exemplo (d) nota-se 
que o locutor, diferente do que ocorre no enunciado (b), avalia o conteúdo como uma possibilidade não como uma 
verdade. Ele deseja ver realizada a ação de estudar, porém a apresenta de modo menos incisivo, podendo receber 
contestações, pois não é apresentada como uma certeza. 
Modalidade do discurso: 
– modalização e modulação 
– valores 
A polaridade e a modalidade são recursos interpessoais da linguagem. A polaridade ocorre em respostas a 
perguntas do tipo sim/não. A modalidade, por sua vez, pode ocorrer como probabilidade, usualidade, obrigação e 
prontidão. 
A probabilidade e a usualidade servem a proposições (declarações e perguntas). É o caso propriamente dito de 
modalização. A obrigação e a prontidão, por sua vez, servem a propostas (ofertas e comandos). É o caso da 
modulação. 
Valores da modalidade: 
 Sempre com base na polaridade, a modalidade pode trazer um grau alto, médio ou baixo de julgamento. 
 – Grau alto: 
 “certamente”, “sempre”... 
 – Grau médio: 
 “provável”, “usualmente”... 
 – Grau baixo: 
 “possível”, “às vezes”... 
 A função interpessoal também ocorre por meio do metadiscurso. O metadiscurso consiste em 
“comentários” do locutor que permeiam seu discurso. O metadiscurso pode ser analisado por meio de seus 
índices (tarefa da interpretação). 
Índices do metadiscurso: 
 Marcadores ilocucionais: 
 – “afirmo”, “prometo”, “discuto”, “por exemplo”... 
 Narradores: 
 – “O diretor informou que...” 
 Salientadores: 
 – “mais necessário”, “mais importante”... 
 Enfatizadores: 
 – “sem dúvida”, “é óbvio”, “é lógico”... 
 Marcadores de validade: 
 – “pode”, “deve”, “talvez”... 
 Marcadores de atitude: 
 – “infelizmente”, “é incrível que”, “curiosamente”... 
 Comentadores: 
 – “talvez você queira...”, “meus amigos” e todas as formas de vocativo, “vocês poderão”...

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