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1 
 
 
 
Tema 4: Técnicas e metodologias do ensino 
Profa. Andrea da Paixão Fernandes 
 
 
Descrição 
 
Você vai aprender as técnicas e metodologias de ensino na educação brasileira, compreendendo as 
que melhor se adequam à sua prática, em diferentes contextos, faixas etárias e objetivos. 
 
Propósito 
 
Conhecer as técnicas e metodologias de ensino é essencial para o desenvolvimento da prática docente. 
Dessa forma, é possível adaptá-las para a realidade de diferentes públicos e contextos de trabalho em 
sala de aula. 
 
Preparação 
 
Tenha em mãos um dicionário de literatura para compreender o vocabulário específico da área. Na 
internet, você acessa gratuitamente o E-dicionário de termos literários, de Carlos Ceia, e o 
Dicionário de cultura básica, de Salvatore D’Onofrio. 
 
2 
Objetivos 
 
 
Introdução 
 
Neste conteúdo, vamos discutir as escolhas a serem feitas para o desenvolvimento das práticas docentes na 
educação básica. 
Escolher bem a(s) metodologia(s) e compreender como determinadas técnicas podem (ou não) se adequar a 
essas escolhas é um caminho necessário para que a aula e o desenvolvimento do trabalho pedagógico sejam 
mais bem qualificados. 
 
Para isso, além da conceituação de algumas das técnicas e metodologias de ensino mais utilizadas na educação 
brasileira, consideramos necessário propor a reflexão sobre as escolhas metodológicas à luz das realidades 
existentes. Mais do que isso, consideramos estratégico que você perceba a potência das metodologias, 
considerando a diversidade de público estudantil, composto por crianças, jovens e adultos, com o qual lidamos 
nas escolas, ou seja, em espaços formais de ensino e mesmo em outros espaços educativos. 
 
É importante lembrar que o diálogo atual sobre técnicas e metodologias de ensino traz o desafio de pensarmos 
para além do que já temos instituído. A pandemia da covid-19 nos lança nesse cenário de busca de novas 
metodologias, de outras formas de desenvolver a prática docente, para além do que os cursos de formação de 
professores vinham trabalhando. Novos e complexos horizontes se apresentam para todos nós, 
professores e professoras. 
 
 
Módulo 1 
 
 
 
Descrever algumas das metodologias de ensino e técnicas 
adequadas para a educação básica. 
 
Módulo 2 
 
 
 
Identificar a importância das escolhas metodológicas no processo de 
ensinaraprender, considerando a prática e as diferentes realidades 
educacionais. 
 
3 
 
 
 
1 - Metodologias de ensino e técnicas na educação básica 
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever algumas das metodologias de ensino e técnicas adequadas para a 
educação básica. 
 
Conceitos 
 
É uma tarefa árdua organizar o cotidiano da sala de aula e estruturar caminhos a serem seguidos, tendo como 
meta o melhor desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. 
Todavia, é de extrema importância fazer escolhas que sejam facilitadoras para o desenvolvimento desse 
processo. Conhecer as realidades e as necessidades que compõem o grupo de estudantes que divide uma sala 
de aula é um dos pilares centrais da organização e estruturação sobre a qual estamos falando. 
 
Por outro lado, sabemos que não é incomum que as instituições educacionais tenham previamente 
estabelecidos os seus grandes referenciais metodológicos, também conhecidos como concepções. Exemplo 
disso é que, não raro, escutamos expressões como “escola socioconstrutivista”, “alfabetização com método 
natural”, “concepção tradicional de ensino”, dentre outros. Mas isso, descolado de um contexto educacional, 
não é suficiente. 
 
Precisamos estar atentos ao fato de que os caminhos metodológicos precisam se relacionar diretamente às 
formas de ensinar e às abordagens que promovam melhores condições de ensinaraprender. 
 
Ensinaraprender 
Ensinaraprender, escrito de forma conjunta, representa, de acordo com Alves (2001), a indissociabilidade entre 
os atos de ensinar e aprender. 
Revisitando Paulo Freire (2013), você também poderá observar que “(q)uem ensina aprende ao ensinar e quem 
aprende ensina ao aprender”, reafirmando a indissociabilidade e a dialogicidade essenciais ao processo de 
ensinaraprender. 
Ref l exão 
Pegue seu caderno de estudo ou abra um novo arquivo de documento em seu computador. Escreva o que você 
entende por metodologia e por técnica de ensino. Em seguida, procure fazer uma lista das metodologias de 
ensino que você conhece ou já ouviu falar. Ao final deste estudo, retome suas anotações e reflita sobre elas. 
 
Técnica e metodologia: origem etimológica e caminhos 
 
4 
Se nos remetermos à origem etimológica das palavras técnica e metodologia, temos o seguinte: 
 
 
 
 
É importante lembrar que essa conceituação ampla de técnicas e metodologias não é suficiente para a plena 
compreensão de quais escolher para o desenvolvimento do trabalho pedagógico com crianças, jovens ou 
adultos nos diferentes anos de escolaridade da educação básica. Outro aspecto a ser observado é a linha tênue 
que existe entre essas conceituações. 
Nosso foco agora é conhecer (ou reconhecer, por que não?) algumas das metodologias e técnicas de ensino 
utilizadas na educação básica. Elegemos as que mais transitam nas escolas e nos cursos de formação de 
professores, mas se você entende que seu processo de formação docente é permanente, siga em frente. 
Pesquise outras metodologias e aprofunde seus estudos. 
 
 
Professor orientando alunos em seus exercícios. 
 
vez, é definido como: “1. procedimento, técnica ou meio para se 
atingir um objetivo (…) 2. processo organizado de ensino, 
pesquisa, apresentação etc.” (2004). 
 
Técnica 
 
 
Tem sua origem em technikós, do grego, que associada à téchnē, 
é conhecida como a arte ou habilidade de fabricar ou fazer algo. 
De acordo com o dicionário Houaiss (2004), técnica é um 
conjunto de procedimentos ligados a uma arte ou ciência. 
Metodologia 
Tem sua origem a partir de três expressões gregas: metà (ir para 
além), odòs (qual caminho seguir) e logos (estudo). Pode ser 
definida pelo estudo dos caminhos e possibilidades para o 
alcance de determinado objetivo. O dicionário Houaiss (2004) a 
define como um conjunto de métodos, princípios e regras 
empregados por uma atividade ou disciplina. E método, por sua 
 
5 
 
A escolha da metodologia de ensino é tarefa complexa e, muitas vezes, é a principal pergunta que os 
responsáveis ou os estudantes fazem antes de realizar a matrícula em uma escola. Essa escolha deve considerar 
o perfil de escola, a missão, os princípios e os valores que a gestão escolar considera relevantes para o 
desenvolvimento humano de seus estudantes. 
 
É a metodologia que norteará o trabalho docente, utilizando-se de diferentes modos de ensinar, ou seja, 
técnicas, e até mesmo de novos recursos, buscando implementar um fazer educativo que estimule o 
ensinaraprender pautado em contextos e possibilidades modernas. 
 
Você deve estar se perguntando: toda técnica se adequa a toda metodologia? Certamente não! A escolha da 
técnica vai depender do caminho metodológico utilizado, sendo que uma mesma técnica de ensino pode ser 
utilizada em mais de uma metodologia. 
 
Quanto à escolha metodológica, também é importante considerar que ela deva ser adequada para o público a 
que se destina, ou seja, para cada perfil de estudante e de escola. Se a escola atende a um público conservador, 
uma metodologia pautada em experimentações e 
processos que visem a construção do conhecimento pode não ser a mais apropriada. Em contrapartida, se o 
público apresenta um perfil mais questionador e problematizador, metodologias que transitem nesses contextos 
podem ser bem-vindas. Tudo isso vai precisar estar em conexão com o projeto político-pedagógico da escola. 
 
O que é projeto político- pedagógico? 
 
Resposta 
O projeto político-pedagógico (PPP) pode ser definido como o documento norteador e orientador dos passos a 
seremtrilhados pela escola. Nele devem estar contidas as finalidades da escola, o seu papel social, a concepção 
pedagógica e os percursos que delineiam a organização do trabalho pedagógico da instituição. 
 
Um projeto político-pedagógico que se ancore nos princípios de uma escola democrática deve ser desenvolvido 
em diálogo com toda a comunidade escolar (professores, funcionários técnico- 
administrativos, estudantes e famílias) e ser fruto de reflexão sobre o que se deseja construir e implementar 
como proposta de escola. 
 
Há escolas que possuem em sua organização e modo de funcionamento o conselho escola-comunidade. Se for 
o caso da escola que está (re)pensando e (re)estruturando o seu projeto político-pedagógico, é muito importante 
que esse conselho seja parte do processo de elaboração do PPP. 
 
Você sabia que o esperado dentro dos princípios de uma escola democrática é que o projeto político-
pedagógico seja construído pela comunidade escolar ― professores, funcionários técnico- administrativos, 
estudantes e responsáveis? Sim! Essa construção coletiva é importante para que possa refletir, na essência, os 
anseios da comunidade e estar em consonância com a missão, princípios e valores institucionais e culturais da 
escola. Um projeto político-pedagógico que não atende a esse requisito pode se transformar em algo distante 
e não desenvolver na comunidade escolar o sentimento de pertencimento. 
Utilizando uma das categorias do pensamento freireano, tal prática se assemelharia à invasão cultural. 
Desse modo, tudo na escola ganha mais sentido quando todos se sentem partes integrantes. E esse sentimento 
floresce ainda mais quando os caminhos são tecidos conjuntamente. 
Ainda tratando das escolhas, as técnicas e as metodologias de ensino a serem utilizadas pretendem considerar 
alguns aspectos importantes: 
quais são os objetivos educacionais? Quais são as condições de espaço escolar? Qual é o perfil de estudante 
atendido? Quanto tempo se tem para o desenvolvimento do conteúdo a ser trabalhado? Qual é a segurança do 
professor para trilhar aquele caminho, ou seja, ele tem experiência ou conhecimento didático para seguir a 
escolha feita? 
 
6 
Invasão cultural 
 
Para Paulo Freire (1987), o conceito de invasão cultural compreende o ato de invadir o espaço ou o contexto 
cultural de outras pessoas, tentando fazer valer a sua visão de mundo ― dos invasores ― e, com isso, 
impedindo que suas vozes, suas atividades criadoras e seus posicionamentos se manifestem. 
 
Essas perguntas nos permitem refletir sobre a necessidade da existência de mais de um caminho a seguir em 
uma mesma metodologia de ensino. O que nos leva a compreender que, de acordo com o desenvolvimento do 
trabalho pedagógico, pode ser necessário ao professor ter flexibilidade para experimentar ou praticar outra 
técnica, caso a originalmente escolhida não atenda aos objetivos propostos para o trabalho a ser desenvolvido. 
Mais do que isso, é bastante comum escolher mais de mais de uma técnica, já que a integração entre mais de 
uma opção pode ser bastante enriquecedora.s 
 
 
Professora comentando com a aluna o seu desenho. 
 
Como você pode notar, não há fórmulas prontas ou receitas infalíveis. 
Conhecer o grupo de estudantes e diferentes técnicas de ensino, e buscar experimentar os caminhos escolhidos 
são possibilidades que se apresentam. A área de educação, como muitas, está em permanente movimento. 
Sendo assim, é fundamental que o professor assuma a postura de pesquisador. 
 
O professor pesquisador é aquele que estuda, busca, investiga, experimenta, ousa e vai além. Sempre 
respeitando os princípios éticos na relação professor- aluno, entende que sua atuação precisa ser de constante 
movimento em prol de um trabalho pedagógico mais eficiente e eficaz. 
 
Embora a discussão sobre o conceito de professor pesquisador não seja o eixo central aqui, não poderíamos 
deixar de mencionar a importância de os professores da educação básica assumirem uma postura investigativa, 
sendo indivíduos fundamentais na parceria para a construção de uma proposta de escola que atenda às 
necessidades do século XXI (E olha que isso já é falado desde o século XX!). Formar professores para que se 
sintam, potencialmente, autores e produtores dos conhecimentos a serem desenvolvidos ― e construídos, 
produzidos em sala de aula ― é um desafio por vezes complexo, mas não pode estar de fora do debate da 
escola no século XXI. No artigo Os estranhos caminhos de Santiago, o professor Paulo Sgarbi, recorrendo às 
suas memórias de infância, diz: 
 
 
 
 
 
 
7 
E consta que, lá pelos três anos, esse moleque portando um trilho de prender papel, estava no quintal brincando 
com o que ele supunha ser uma minhoca linda e colorida. 
Dona Amélia, ao perceber que o silêncio imperava no ambiente, o que era um sinal claro de que Paulo Sérgio 
estava aprontando alguma, saiu a procurá-lo e o viu brincando com a tal minhoca. Foi um susto só, e um 
vigoroso puxão pelo braço tirou o menino daquela inocente situação. 
 
Na verdade, a minhoca colorida era um filhote de cobra coral, e o inocente menino disse que estava tão somente 
ensinando a minhoca a dançar. Na verdade, não havia nenhum motivo para susto: eu apenas estava começando 
a minha formação acadêmica no estranho caminho de me tornar, um dia que eu ainda não sabia que existiria, 
professor. 
 
(SGARBI, 2000, p. 82) 
 
Em Como tenho me tornado professora?, Margarida dos Santos (2000) compartilha conosco, leitores e 
professores em constante formação, um pouco de sua trajetória formativa. Pedimos licença para o convite à 
leitura de um trecho um pouco extenso, mas que tem por objetivo vermos as potencialidades e possibilidades 
de cada professor fazer-se cotidianamente, professorpesquisador. 
 
“Apesar do meu esforço e prazer pelo trabalho, alguma coisa parecia não dar certo. Procurava cursos, mudava 
a metodologia, trocava cartilhas, enfim, repensava e buscava novas possibilidades de trabalho. No entanto, 
percebia que algumas crianças pareciam ficar pelo meio do caminho” (SANTOS, 2000, p. 68-69). 
 
E dando prosseguimento à sua narrativa, Margarida (2000, p. 74-75) nos conta: 
 
(…) “ candidatei-me ao concurso de remoção e fui para o Instituto de Educação do Rio de Janeiro ― IERJ. Lá 
encontrei um grupo de professoras e professores engajados num processo de construção de alternativas 
pedagógicas para as práticas alfabetizadoras já existentes na escola. (…). Nossos olhos iam se tornando atentos, 
desejosos de aprender. Olhos crédulos na capacidade de cada criança. (…). Esse período foi marcado por 
momentos de angústia, medo e perplexidade, alegria, ousadia, indiferença, ameaças, impotência e onipotência. 
(…). Naquele momento, começava a me reconhecer como sujeito que ensina mas também aprende e, o mais 
surpreendente, em processo e na interação, especialmente com as crianças. Aos poucos compreendia que erro 
e acerto fazem parte de um mesmo processo, aprendia a ver o erro como possibilidade, o que me mobilizava 
a continuar buscando respostas para as minhas dúvidas e a compreender que eu não era a única a viver aquele 
processo, o que me dava certa tranquilidade para continuar buscando espaços de troca. Sabia que não estava 
sozinha. 
Descobria mais uma vez a força do coletivo e, no coletivo, me sentia mais aberta para rever práticas antigas”. 
 
Sgarbi e Santos nos permitem perceber a potência da pesquisa. 
Primeiro, com Paulo Freire, vemos uma criança que se coloca ao desafio da experimentação, em sua inocência, 
sem perceber o risco com o qual se deparava. Mas, como ele mesmo diz, já se anunciava ali um potencial 
professor pesquisador. 
 
Nas falas de Margarida, nos deparamos com a formação 
da professorapesquisadora por meio do incômodo com as metodologias já conhecidas e os seus possíveis 
caminhos. 
Em resposta a isso, a trajetória narrada por ela nos leva a perceber as potencialidadese possibilidades que cada 
professor(a) tem na ousadia manifestada pelas trocas e por outras escolhas metodológicas a serem tecidas a 
partir de um olhar e de uma prática reflexiva, investigativa e propositiva. 
 
8 
 
 
Professora mostrando itens em seu tablet para grupo de alunos. 
 
E, assim, estamos falando também de metodologias que podem e devem ser adequadas aos nossos contextos 
vividos, às realidades dos nossos estudantes e às suas demandas reais. 
Ao chegar até aqui, você já deve estar percebendo que não há uma única metodologia de ensino, assim como 
não há uma única técnica para determinada metodologia, como falamos anteriormente, para toda a diversidade 
de pessoas em escolarização, sejam crianças, jovens ou adultas. 
 
 
 
Técnicas e metodologias 
 
Neste vídeo, vamos conceituar as noções de técnicas e metodologias com foco no processo de ensinar e 
aprender. Para isso, vamos tratar do que aproxima e diferencia técnica e metodologias, e entender como elas 
impactam o trabalho docente. 
 
Definição e aplicabilidade na educação básica 
O conhecimento de diferentes metodologias de ensino e algumas das técnicas que se adequam a elas é o assunto 
que trataremos de agora em diante. 
Você deve lembrar que as metodologias precisam se adequar aos contextos escolares ― institucionais ― e, 
também, aos contextos individuais. Desse modo, qual é o perfil de estudante que a escola atende? Qual é o 
compromisso político, considerando a concepção freireana? Não há fórmula ou receita. 
 
 
 
Alunos quilombolas de uma escola rural em Nova Viçosa, Bahia. 
 
9 
 
 
Nossa escolha será apresentar algumas dessas possibilidades para que se constituam como caminhos para que 
você, como professor pesquisador em formação, possa trilhar, aprofundar e escolher. Dessa forma, além de 
(re)conhecer a caracterização de algumas das metodologias existentes e utilizadas na educação básica, você 
poderá acessar alguns dos muitos outros caminhos existentes para ler e, assim, saber mais sobre cada uma delas. 
 
Metodologia tradicional 
Considera o professor como o detentor do conhecimento que é transmitido a seus estudantes. O professor 
planeja as aulas de forma a transmitir seus saberes aos estudantes, a quem cabe receber o conteúdo transmitido, 
assimilar, internalizar. 
 
Nessa metodologia, que foi marcante durante parte significativa do século XX, o professor é sempre o 
protagonista e a interação entre professor e aluno limita-se a ter uma pessoa que ensina (o professor) para os 
demais (os estudantes) aprenderem. 
A verificação da aprendizagem é feita por meio de: 
 
 
 
 
Exercícios de fixação Avaliações, como trabalhos e provas 
A aula expositiva, por exemplo, é uma técnica muito utilizada na metodologia tradicional e favorece o formato 
em que um ensina para outros aprenderem. Os materiais costumam ser padronizados com a utilização de livros, 
apostilas e modelos de exercícios. 
 
A sala de aula tende a ser organizada em filas e os alunos se sentam um atrás do outro. Há escolas que, por 
muito tempo, utilizaram salas no formato auditório, com degraus, de forma que os alunos das últimas fileiras 
pudessem ter uma melhor visão do quadro e do professor. Outro artefato utilizado era um tablado na frente da 
sala, que assegurava ao professor ministrar sua aula em um patamar elevado. 
 
 
Professora e alunos em sala de aula em Paragominas, Pará. 
 
 
Por muito tempo foi considerada uma metodologia eficaz, tendo sido o modelo mais utilizado em escolas 
brasileiras. Contudo, há questionamentos a serem feitos a essa metodologia. 
 
10 
 
Para Paulo Freire, na concepção bancária de educação, os saberes são atributos de um grupo, ou seja, dos 
detentores desses saberes. De acordo com esse contexto, a educação apresenta-se como a ação de transferir 
conhecimento de uma pessoa que sabe (o professor) para outra que deve aprender (o estudante). Os saberes 
são transmitidos sem espaço para questionamentos e não há preocupação com o desenvolvimento do 
pensamento autônomo e crítico pelos estudantes. 
Ref l exão 
Você se lembra de alguma crítica que tenha sido feita em relação a metodologia que falamos e sua 
aplicabilidade? Registre o que lembrar e retorne a esses registros ao final deste conteúdo para checar suas 
anotações. 
 
Agora, o treinador Arthur Antunes Coimbra, o Zico, fala sobre sua 
experiência, destacando o valor da repetição e o papel da metodologia tradicional no esporte. Clique para ouvir! 
 
Metodologia sociointeracionista 
Apoia-se no pensamento de Lev Semyonovitch Vygostky. No sociointeracionismo, os estudantes são 
estimulados a desenvolverem seus conhecimentos a partir da interação entre pares e com o meio em que 
estão inseridos, mediados pelo professor. 
 
 
Lev Semyonovitch Vygostky. 
 
 
De acordo com as concepções do bielorrusso Vygotsky, a interação entre os seres humanos baseia-se nas 
dimensões históricas, sociais e culturais que se constroem por meio do convívio. É com e a partir do convívio 
social que a sociedade se desenvolve. 
 
Grupo de alunos desenvolvendo pintura artística e desenho em sala de aula no Rio de Janeiro. 
 
O trabalho em equipe é estimulado e contribui para a busca de soluções de um problema conjuntamente, o que 
desencadeará no processo de construção de conhecimento, por meio das interações entre as pessoas e o meio 
histórico, social e cultural, sendo mediado. Assim, há a promoção do aprendizado e, por conseguinte, o 
desenvolvimento cognitivo, seja de crianças, de jovens, de adultos e de idosos. 
 
A seguir, o professor Rodrigo Rainha destaca o valor do sociointeracionismo na História. Ouça! 
 
Metodologia socioconstrutivista 
 
11 
Ancorada no pensamento do suíço Jean Piaget, a metodologia socioconstrutivista leva em consideração o 
processo de construção do conhecimento pelos estudantes em interação com o meio em que vive. 
A dinâmica de trabalho precisa dar lugar à escuta atenta do que o estudante sabe, para, a partir de seus 
conhecimentos prévios, ser possível elaborar e construir o conhecimento. 
 
Jean Piaget. 
 
O professor é o responsável por assegurar os meios para que o estudante aprenda, sendo um mediador ou 
facilitador do processo de ensino-aprendizagem. 
O formato da avaliação supera o desenho convencional e pode se ancorar na construção do conhecimento 
cotidianamente. Observar e registrar as fases de desenvolvimento dos estudantes, lidar com situações 
cotidianas e dos contextos sociais, perceber as formas de interações dos estudantes, estimulá-los a expor seu 
pensamento e posicionamento sobre os temas trabalhados em sala de aula são reconhecidamente possibilidades 
de desenvolvimento da aprendizagem e de se produzir uma avaliação do processo ensino-aprendizagem. 
Para o sucesso dessa metodologia, é importante que as turmas sejam organizadas com menor quantidade de 
estudantes, de forma a possibilitar que os professores os acompanhem mais de perto e, assim, criar situações 
que estimulem a construção do conhecimento, levando em conta o tempo de aprendizagem de cada um. 
 
 
Professora orientando grupo reduzido de alunos. 
 
Ouça agora o relato da professora Regina Braga destacando o valor da educação socioconstrutivista no ensino 
de biologia. 
 
Metodologia (ou concepção) freireana 
O pensamento de Paulo Freire, muito mais do que uma metodologia, apresenta uma concepção de ensino que 
considera que aprender é ler o mundo, ir além dos conteúdos e que se constrói por meio das trocas e de 
compartilhamento de saberes, o que nos permite aprender cotidianamente. 
 
 
 
12 
Paulo Freire. 
 
Freire se preocupou com as classes populares e sempre valorizou o ser humano em sua essência como um 
eterno aprendiz. Educar, para ele, é um ato político. Diante disso, valorizar o cotidiano dos estudantes e 
estimular que cada ser humano possa primeiro ler o mundo para somente depois aprendera ler as palavras, 
representa trazer essa pessoa para conhecer qual o contexto social em que vive, qual a relação social que se 
estabelece ― será esse ser humano um oprimido? Um opressor? Como se define como opressor ou como 
oprimido? ― e como se constituir como um ser consciente de sua ação no mundo e no contexto social em que 
vive. 
 
Para isso, a prática educativa deve promover o desenvolvimento da leitura crítica de mundo e os conteúdos 
trabalhados na escola devem considerar a realidade social, histórica, econômica e cultural do local de vivência 
dos estudantes. 
 
Ao ter o compartilhamento de saberes como base da educação, a ideia de hierarquia, presente na concepção 
tradicional de educação, dá lugar à horizontalidade. Diante disso, valorizar os diferentes conhecimentos que 
os seres humanos trazem para seus contextos sociais e para a escola, se une à ideia de compartilhamento de 
saberes. 
 
Como você pode perceber, isso nos remete à potencialidade do aprender em comunhão, pela troca, de forma 
horizontalizada, pois “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, 
mediatizados pelo mundo” (Freire, 1987, p. 68). Para isso, o diálogo e uma proposta de educação 
problematizadora, que valorize as diferentes ideias e opiniões sobre um mesmo tema em debate, são essenciais 
para o desenvolvimento do processo de ensino- aprendizagem e para a busca da emancipação humana. 
 
Grupo de alunos atentos em sala de aula em Alagoinhas, Bahia. 
 
 
Mas para tudo isso acontecer por meio da orientação da teoria freireana, educadores precisam se permitir 
vivenciar a prática comprometida com os oprimidos, com as classes populares, com os princípios da 
democracia, da cidadania, da liberdade e dos direitos humanos. 
Resumindo 
A prática pedagógica precisa se fazer verdadeiramente no compartilhamento de conhecimentos e na crença de 
que é possível organizar o trabalho pedagógico orientado para a inclusão. E isso é possível ao se romper com 
o distanciamento entre professores e estudantes e com a ideia de que há uns saberes que se sobrepõem a outros. 
 
 
13 
A seguir, a professora Flávia Miguel fala sobre o valor do olhar freireano em uma concepção libertadora de 
educação. Ouça agora! 
 
Metodologia Freinet 
O francês Celestin Freinet contribuiu de forma marcante com a educação básica em diferentes lugares do 
mundo, incluindo o Brasil. Para Freinet, não há um modelo ideal de educação, mas uma concepção que se 
articule por meio da relação entre escola e o meio social, e que se estabeleça a partir da ideia de educação 
de classes. 
 
Celestin Freinet. 
 
A metodologia Freinet apresenta o trabalho como central e como princípio na organização da escola, baseado 
na cooperação entre estudantes e professores, e ancorando-se no desenvolvimento da confiança e do respeito 
entre todos. Soma-se a esses aspectos o lugar da democracia, da ordem e da disciplina como valores 
importantes no espaço e no cotidiano escolar e que contribuem para a formação cidadã. 
 
É importante que você repare que a metodologia Freinet valoriza a transformação das situações consideradas 
estritamente escolares em experiências de vida, tendo como centro a vida das crianças. 
Abordaremos agora alguns dos caminhos trilhados por ele no desenvolvimento de seu fazer pedagógico. São 
eles: 
 
As aulas-passeio O livro da vida 
A imprensa escolar 
A correspondência interescolar 
 
As aulas-passeio (também conhecidas como trabalhos de campo ou estudo do meio) permitiam que o aprender 
e o fazer, juntos, se materializassem e ganhassem corpo. E, assim, nessas atividades, alguns conhecimentos 
vão sendo construídos ao passo que outros vão sendo reelaborados, recriados. Como você deve notar, os 
saberes circulam para além do espaço da sala de aula e, até mesmo, da escola, pois estão no mundo. 
 
Diante disso, observar elementos da natureza, a vida em movimento, para além dos muros escolares, interagir 
com pessoas que não estão dentro de sua escola e pesquisar sobre seus modos de ser e de viver eram aspectos 
importantes para que o processo de ensino-aprendizagem ocorresse. Assim, as aulas-passeio foram se 
constituindo como encontros entre o que er vivido na escola e para além de seus muros. 
 
 
 
14 
 
Crianças explorando a natureza como conhecimento. 
Freinet rompeu com os materiais escolares e criou o livro da vida. 
Estava ali uma forma de construir o próprio material didático: em parceria com os alunos e de acordo com os 
interesses coletivos, suas leituras de mundo e de vida e, ainda, em conexão com o meio. Nesse movimento de 
produção da leitura e da escrita com sentido, criou também a imprensa escolar e, por meio dela, produziu 
jornais com seus alunos. A leitura dos jornais produzidos no ambiente escolar era compartilhada e lida com 
familiares e amigos dos estudantes. 
 
Buscando transcender os muros da comunidade, criou a correspondência interescolar e alçou outros voos, 
que permitiram às crianças conhecerem outras formas de viver em outras comunidades. 
Comentário 
A metodologia Freinet trazia para a cena escolar potencialidades de um trabalho construído em coletividade, 
em cooperação, no qual o professor é o mediador. Apresentava-se, ainda, como potência para a emancipação 
dos filhos da classe trabalhadora, do homem do campo, em uma ação de trabalho escolar formativo e para a 
vida, com sentido para aqueles que a praticavam (ou seja, os estudantes). Em suma, uma formação visando à 
leitura crítica de mundo, à prática da liberdade e à busca de transformações na sociedade. 
 
Convidamos você a ir além, pesquisando mais sobre essas escolhas de Celestin Freinet para a educação dos 
filhos da classe trabalhadora! 
A seguir, o professor Caio Abtibol destaca o valor de Freinet na prática do pedagogo. Ouça! 
 
Metodologia Montessoriana 
De acordo com o pensamento da italiana Maria Montessori, o estudante precisa ser estimulado e, assim, deverá 
ser construída a autoeducação da criança. O professor exerce o papel de observador e de mediador. 
Para ela, liberdade e disciplina se equilibram, não sendo possível conquistar uma sem a outra. 
 
 
Maria Montessori. 
Com a multidisciplinaridade sendo a base para a organização curricular, você deve perceber que o trabalho 
pedagógico se baseia nas experiências como potenciais formas de desenvolvimento do processo de ensino-
 
15 
aprendizagem, por meio dos estímulos. Os chamados materiais concretos ou objetos fazem parte do acervo da 
sala de aula e são considerados parte da construção do aprendizado. 
 
 
 
Professora monitorando alunos em atividade de manuseio e montagem de objetos de madeira em formatos 
variados. 
 
O professor tem a atribuição de observar e, assim, de acompanhar a evolução do aprendizado dos estudantes 
de diferentes faixas etárias (a organização do grupo de uma mesma sala de aula considera a perspectiva da 
heterogeneidade, que potencializa o compartilhamento de saberes) e investigar os motivos geradores das 
possíveis dificuldades de aprendizagem. Isso tudo sempre respeitando o interesse de estudo, o ritmo de 
aprendizagem de cada um e demonstrando tranquilidade, de forma que a criança se sinta segura. 
 
 
Cabe ressaltar que esse processo de observação e acompanhamento é a base do processo de avaliação na 
metodologia montessoriana. 
A seguir, o professor Antônio Giacomo fala sobre o valor do modelo de Montessori na formação dos 
professores. Clique para ouvir! 
 
Metodologias ativas 
As metodologias ativas apontam para uma nova perspectiva em educação, em que a relação de ensino-
aprendizagem busca estimular o estudante ao potencializá-lo como protagonista do processo de 
ensinaraprender. Como você deve perceber, essa é mais uma das metodologias de ensino em que o professor 
é o orientador ou o mediador do processo, o que fortalece a interação e a participação ativa dos estudantesnos percursos de construção de saberes. 
Vamos conhecer algumas das técnicas de ensino que se desenvolvem na perspectiva das metodologias ativas. 
 
Professor orientando grupo de alunos em atividade proposta em grupo. 
Projetos de trabalho 
 
 
16 
Busca incentivar os estudantes a aprenderem de forma colaborativa e por meio de casos desafiadores, de 
resolução de problemas ou de estudos de casos propostos pelo professor. 
Pretende-se, com isso, que o estudante desenvolva um perfil investigativo e crítico perante a realidade, e o 
conhecimento precisa ser construído de forma consistente. 
 
Professora orientando aluno em atividade no computador. 
 
 
Sala de aula invertida 
Os conteúdos são disponibilizados antecipadamente para os estudantes e diversos recursos de aprendizagem, 
como vídeos, textos, jogos etc. são disponibilizados didaticamente. 
 
 
Professora e alunos em atividade utilizando tecnologia imersiva, óculos de realidade virtual. 
 
 
Gamificação 
 
Consiste na utilização de jogos que estimulem o pensamento crítico e que motivem os estudantes no processo 
de ensino- aprendizagem, colaborando para que eles sejam protagonistas desse processo. O professor, por meio 
do uso dessa técnica, pode ter uma visão mais ampla do desempenho de seus alunos, buscando maior 
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem deles. 
 
Estudante realizando atividades em casa a partir de aula on-line. 
 
Ensino híbrido 
 
Reúne diferentes possibilidades para o desenvolvimento da prática pedagógica, associando atividades 
 
17 
desenvolvidas presencialmente a outras no formato on-line. O estudante é incentivado a desenvolver sua 
autonomia e assumir uma postura pesquisadora, de forma a potencializar o movimento de busca de 
informações que permitam aprofundar e complementar o que foi abordado no contexto presencial. 
 
Ouça agora o relato do professor Gabriel Elmor destacando o valor das metodologias ativas para o ensino de 
exatas. 
 
 
Agora que você já (re)conheceu alguns dos caminhos a serem seguidos na prática docente por meio das técnicas 
e metodologias de ensino utilizadas na educação básica, retome as respostas das atividades anteriores e cheque 
os seus conhecimentos prévios e o que você agregou durante o estudo deste conteúdo. 
 
Em síntese, você deve ter percebido que não há uma metodologia certa ou errada. E que não há receita para 
se escolher essa ou aquela metodologia ou técnica de ensino. Essas escolhas devem considerar um conjunto de 
fatores que sinalizamos no decorrer deste material, sobretudo quem é nosso estudante e qual é a sua realidade 
e contexto de vida. 
 
Sem receita de bolo? Brincando com metodologias 
Neste vídeo, o doutor em história e educação, Rodrigo Rainha, mostra como se dá o diálogo entre as 
metodologias e as escolhas por parte da escola e dos professores. Assista! 
 
Falta pouco para atingir seus objetivos. 
 
Vamos praticar alguns conceitos? 
 
Questão 1 
 
Você teve contato com algumas das principais metodologias de ensino. Considerando o que você estudou, 
assinale a alternativa que define a metodologia que Paulo Freire associa à educação bancária: 
 
 
A Montessoriana 
 
B Tradicional 
 
C Sociointeracionista 
 
D Ativa 
 
E Socioconstrutivista 
Parabéns! A alternativa B está correta. 
 
Uma das características da metodologia tradicional é a ideia de transferência de saberes dos professores para 
os estudantes. A crítica freiriana busca refletir sobre as formas de aprender ao associar a concepção bancária 
de educação à metodologia tradicional de ensino. 
Questão 2 
 
O século XXI e as demandas apresentadas pela pandemia da covid- 19 para o campo da educação apresentam 
a possibilidade de novos caminhos e formas para o desenvolvimento da prática pedagógica e de outras 
metodologias de ensino, como é o caso, por exemplo, das metodologias ativas. Assinale a alternativa que 
melhor apresenta um caminho ou técnica que se adeque a essa metodologia: 
 
 
18 
 
A Aula-passeio 
 
B Aula expositiva 
 
C Observação individualizada do estudante 
 
D Ensino híbrido 
 
E Trabalho em grupo 
 
Parabéns! A alternativa D está correta. 
 
O contexto da pandemia da covid-19 aponta para revisões nas formas de se propor o desenvolvimento do 
ensino-aprendizagem, que poderão ser incorporadas na prática pedagógica, sem retirar a autonomia e o lugar 
de atuação da escola e do professor. A incorporação de novas metodologias e técnicas de ensino deve 
considerar que o professor precisa continuar sendo pesquisador de sua prática e refletir sobre o que propõe para 
o pleno desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de seus estudantes. 
 
Outro aspecto importante é a introdução ou a ampliação dos usos das tecnologias na sala de aula, como suporte 
ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
2 - As escolhas metodológicas no processo de ensinar e aprender 
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar a importância das escolhas metodológicas no 
processo de ensinaraprender, considerando a prática e as diferentes realidades educacionais. 
 
Qual metodologia para qual realidade? 
Crianças, jovens, adultos, idosos: reflexões sobre ensinar e aprender 
Convidamos você a uma reflexão sobre qual metodologia (e para qual realidade) possibilita o efetivo 
desenvolvimento do processo de ensino- aprendizagem, para crianças, jovens, adultos e idosos. 
 
Não temos receitas prontas, pois para a educação não há receita! Há caminhos a serem seguidos. 
 
19 
Esses caminhos precisam considerar a necessidade de se relacionar teoria e prática pedagógica, pois uma não 
se faz sem a outra. Além disso, é essencial considerar as diferentes realidades educacionais existentes para, 
então, se propor um trabalho ancorado em determinada concepção metodológica. 
 
 
Professor dando aula para adultos e idosos no Colégio Central, em Salvador, Bahia. 
 
 
Dito isso, é importante que você reconheça que a potencialidade da reflexão sobre os processos de 
desenvolvimento do ensino-aprendizagem de crianças, jovens, adultos e idosos requer, em primeiro momento, 
a consideração sobre quem são esses seres em suas subjetividades e necessidades. Cada um tem um tempo e 
um modo de lidar com os modos de ensinaraprender e não podemos esquecer que esse movimento requer, por 
parte dos professores, investimentos na reflexão cotidiana sobre as diferentes formas dessas práticas. 
 
A reflexão sobre esses processos precisa (re)conhecer: quem são os estudantes? Quais são suas faixas etárias 
em suas diversidades? Quais são seus pontos de partida (conhecimentos prévios, de vida, que trazem para o 
cotidiano da escola)? E quais são suas expectativas com a escola? 
 
Partir desse (re)conhecimento é considerar alguns dos elementos que nos ajudam a pensar sobre qual 
metodologia e para qual realidade. 
Relembrando 
Você deve lembrar que estudamos um pouco sobre as experiências de pesquisa de Paulo Sgarbi e de Margarida 
dos Santos. Ele se mostrou pesquisador ainda bem menino, ao passo que ela traz a necessária relação da 
pesquisa para o fazer docente. Os dois são, sem dúvida, professorespesquisadores que refletem sobre suas 
práticas. 
Quando convidamos você à reflexão sobre a importância das escolhas metodológicas, estamos convidando a 
incorporar os sentidos de ser professorpesquisador na essência. Ou seja, aquele que lê, estuda, conhece, 
questiona, por consequência, busca. E, assim, se permite ousar pelos caminhos das escolhas metodológicas. 
 
Contudo, é importante que você saiba que não nos formamos professorespesquisadores e estará tudo resolvido. 
Certamente não é assim. A formação do professorpesquisador é cotidiana e se reflete na forma como 
interagimos com nossos estudantes e com a prática pedagógica que desenvolvemos diariamente em sala de 
aula. 
É, portanto, um movimento contínuo de ação-reflexão-ação, que possibilita o replanejamento,recalcular a rota. 
Logo, é cotidianamente que nos formamos professorespesquisadores. Ou, dito de outra forma, é essencial, para 
uma prática pedagógica que seja diferenciada e imbuída da busca constante por conhecer as realidades de 
nossos estudantes, que nos lancemos ao desafio e à ousadia de sermos professorespesquisadores a cada dia do 
nosso fazer docente. 
 
 
20 
 
 
Professores e alunos em protesto contra cortes na educação na Avenida Paulista, em São Paulo, 2019. 
 
 
Mas, será que isso é fácil? Pare um pouco para pensar sobre isso. 
 
Caminhos e descaminhos 
 
Como podemos observar, estamos diante de um dos desafios colocados para professores que se percebem 
permanentemente em formação. E, mais uma vez, é importante que você lembre que não há receita, mas 
caminhos a serem trilhados. 
Ref l exão 
Pense em uma escola. Escreva em seu caderno, ou em um documento que possa ser salvo em seu computador, 
qual é o perfil dos estudantes atendidos nessa escola, seus interesses, a caracterização da escola. 
Você deve falar do lugar de professorpesquisador. 
Lembre-se, também, do ensinamento de Paulo Freire de que a educação precisa ser considerada um ato político, 
portanto, há escolhas a serem feitas. E por falar em escolhas, toda ação pedagógica, que se faz por meio das 
tendências pedagógicas, é uma ação política que impacta e é impactada pela proposta de educação e de 
sociedade. 
 
Ao optar pela metodologia, não se esqueça de que é fundamental e necessário trilhar caminhos que 
possibilitem saber quem é o estudante, o grupo que tem em sala de aula, seus acessos a conhecimentos e 
potencialidades para além dos muros da escola. 
 
Você deve notar que os caminhos trilhados precisam considerar o compromisso com as realidades diversas, 
plurais, que colocam os professores frente ao desafio de se comprometerem com os grupos sociais com os 
quais lidam, independentemente de suas condições socioeconômicas e culturais. 
 
21 
 
 
Professora dando aula em uma escola pública na cidade de Vitória da Conquista, Bahia. 
 
 
Cada grupo social ou segmento da sociedade importa. E a educação e suas formas de fazer, em diferentes níveis 
e modalidades de ensino, e por diferentes anos de escolaridade, precisam contemplar essas realidades e 
nuanças. 
 
A essa altura, você pode estar se perguntando: como fazer isso? Como trilhar esses caminhos? Como propor 
uma escola com metodologias e técnicas de ensino outras que promovam processos de ensino-aprendizagem, 
que se ancorem na inclusão social de todos, considerando os contextos geracionais, os campos de interesse e 
os saberes que vão sendo aprendidos ao longo da vida? 
 
O conceito de aprendizagem ao longo da vida é entendido como a possibilidade que as pessoas têm 
de, independentemente da idade, aprenderem durante todo o curso de sua vida, em diferentes níveis e 
modalidades de ensino. 
 
Para a modalidade EJA (educação de jovens e adultos), a aprendizagem ao longo da vida tem se 
constituído como um direito, na medida em que seu sentido possibilita que pessoas jovens, adultas e 
idosas acessem às diferentes etapas da escolarização buscando retomar os estudos. A instituição 
educacional, seja ela básica ou superior, constitui-se como espaço que se abre para os jovens, 
adultos e idosos, dentro da perspectiva da formação permanente, o que contribui para a conquista de 
melhores condições de formação para inserção no mundo do trabalho. 
 
Além disso, em 2018, a perspectiva do aprender ao longo da vida foi inerida na Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional, em seu artigo 3º: “XIII – garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo 
da vida”. Essa redação na legislação assegura o princípio da aprendizagem ao longo da vida para todo o 
ensino, contemplando todas as pessoas, de todas as idades. 
É preciso que você perceba que cada professor, em cada escola, precisa ter consciência sobre com quem e para 
quem desenvolve a prática pedagógica escolhida, pois cada metodologia precisa agir como uma facilitadora 
ou como mediadora, para que os estudantes possam compreender e melhor se apropriarem dos conteúdos. 
 
Embora haja realidades e espaços educativos que adotem determinada metodologia, mais do que conhecer o 
como fazer, como utilizar essa ou aquela metodologia e determinada técnica de ensino, é fundamental 
conhecer bem quem são os estudantes, seus contextos de vida, suas realidades, dinâmicas de vida e de 
convivência e os percursos. Dessa forma, é possível analisar e avaliar o potencial de adequação dessas técnicas 
 
O que é aprendizagem ao longo da vida? 
 
22 
e metodologias, seus usos e suas contribuições para o desenvolvimento efetivo do processo de ensino-
aprendizagem dos estudantes. 
 
 
 
 
Professor e alunos em sala de aula de escola indígena na Aldeia Jaqueira, em Porto Seguro, Bahia. 
 
Ao considerar esses aspectos, devemos lembrar da pluralidade que está apresentada na Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional e que precisa ser considerada dentro do espaço da escola. E falamos, ainda, da 
liberdade de ensinaraprender e da compreensão da escola que ensinaaprende — sendo também difusora de 
diferentes conhecimentos (populares, científicos, culturais) desenvolvidos dentro e fora da escola, 
potencializando a concepção de aprendizagem. 
 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
 
O artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, estabelece alguns princípios 
para o desenvolvimento do ensino no país. Dentre eles, destacamos: 
II — liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
III — pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
XIII — garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. 
 
 
A proposição de uma prática reflexiva sobre o ensinaraprender, que impacte em escolhas metodológicas que 
se adequem às diferentes realidades, pressupõe o diálogo com esses princípios considerados na LDB. 
Mesmo que os estudantes sejam de um mesmo perfil socioeconômico ou cultural, trazem consigo hábitos, 
heranças culturais, valores que se constituem, primeiramente, no núcleo familiar e que, portanto, os 
diferenciam ou mesmo criam grupos que se aproximam por esses jeitos de ser e de interagir. E a escola não 
pode se fechar para essas diferenças que constituem pluralidades. 
Quando nos referimos a esses jeitos de ser, nos referimos às formas de ser e de estar no mundo e em diferentes 
realidades. Logo, ao refletirmos sobre metodologias de ensino, é importante considerarmos as 
diferentes possibilidades de inserção de formas de se fazer a prática pedagógica, nesses contextos tão 
diferenciados, contemplando percursos, momentos históricos, realidades educacionais e vida dos estudantes. 
 
Barco escolar fornecido pelo governo federal às cidades para transportar estudantes que moram às margens dos 
rios no Pará. 
 
23 
O trilhar desse caminho potencializa os professores a desenvolverem uma prática educativa que esteja 
efetivamente a serviço de todas as classes sociais, como promotora da transformação social e da emancipação 
humana. 
 
 
 
 
 
Qual metodologia para qual realidade? 
Neste vídeo, vamos explorar diferentes metodologias de ensino e entender como elas se adaptam às diversas 
realidades, com o objetivo de promover um aprendizado eficaz para pessoas de todas as idades. 
 
Descobrindo uma nova forma de pensar o espaço educacional 
É importante que você reconheça que o sentido da escola, como promotora da transformação social e da 
emancipação humana, está posto dentro de uma concepção de escola como espaço de produção de saberes. 
 
acontecer nos diferentes espaços e contextos sociais de 
convívio dos seres humanos. 
Dessa forma, a significativa contribuição da educação pode se 
realizar por meio da ação comprometida dos professores, 
investindo no desenvolvimento daautonomia dos estudantes, 
com respeito e valorização de suas realidades de vida, na 
diversidade que as constituem. 
O que é emancipação 
humana? 
O conceito de emancipação humana, na perspectiva freireana, se 
ancora na ideia de uma busca incessante pela libertação das 
pessoas, de situações de opressão e de dominação, que retiram 
direitos dos seres humanos. É, portanto, um processo a ser 
conquistado pela ação humana. 
Ao revisitar o livro Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire, 
você encontrará o aprofundamento desse debate conceitual, pois 
a defesa que o autor faz é pela emancipação por meio da luta 
pela libertação, tendo como horizonte a construção de novas 
perspectivas para os seres humanos e suas relações. Essa luta é 
em direção à busca da transformação social, que pode 
 
24 
Esse movimento traz para o texto uma lembrança do que escreveu e cantou Gonzaguinha, na música Caminhos 
do Coração: 
 
“E é tão bonito quando a gente entende / que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá” 
(Caminhos do Coração, Gonzaguinha, 1982) 
 
E essa “tanta gente que a gente é” precisa ser visibilizada dentro da escola, com suas diferentes cores, com 
suas diferentes formas de ser e de estar no espaço escolar e para além de seus muros, na sociedade. 
Com suas diferentes histórias, culturas e tradições. 
 
Você deve saber que as culturas estão por toda parte. E que a manutenção das tradições, como patrimônio a 
ser preservado, é tarefa, também, da escola. Mas, para isso, as culturas precisam transbordar dentro dos espaços 
escolares. 
 
Reconhecer que cultura é toda a produção criada pelos seres humanos, como traz Paulo Freire, é um ponto de 
partida importante para se investir no trabalho com as diferentes culturas que fazem parte da vida e dos modos 
de viver dos estudantes da educação básica, sejam eles crianças, jovens, adultos ou idosos. 
 
 
Alunos de diferentes faixas etárias estudando e pesquisando na biblioteca da Escola Municipal Hildete Bahia 
de Souza, no bairro de Pernambuco, em Salvador, Bahia. 
 
 
Respeitar e buscar conhecer as diferentes culturas, das diferentes pessoas, é estimular a valorização dos 
diferentes saberes — em que um saber não é mais importante do que o outro, mas simplesmente diferente — 
e precisa ser um exercício cotidiano dos professores, ao pensarem sobre sua prática pedagógica e ao 
organizarem seu planejamento. 
Quando os professores potencializam a interface com as diferentes culturas populares no cotidiano da prática 
pedagógica, promovem a valorização dos saberes do povo, desmistificando a ideia de que há uma cultura 
instituída e, de certa forma, como patrimônio de camadas elitistas da sociedade, que se sobressai às culturas 
populares e à manutenção e preservação de suas tradições. 
Comentário 
O trabalho com as culturas populares precisa ser estimulado dentro das escolas e estar incluso em seus projetos 
político-pedagógicos. Essa é uma das formas de se valorizar os saberes e as tradições populares, e contribuir 
para sua preservação. 
 
Uma prática educativa que se ancore na diversidade, no respeito às diferenças, na valorização dos saberes dos 
povos tradicionais, nas heranças que passam dos avós para as futuras gerações, e que também possibilite a 
democratização dos saberes, é uma prática que se pressupõe socialmente, culturalmente e, portanto, eticamente 
inclusiva e emancipatória. 
Para isso, é importante compreender a centralidade da cultura nos currículos praticados e nas escolhas 
 
25 
metodológicas, uma vez que as culturas, suas conformações e manifestações estão presentes no cotidiano das 
pessoas de diferentes idades que chegam às escolas, em todo e em cada ano de escolaridade. 
 
Tratamos aqui de metodologias de ensino para crianças, jovens, adultos e idosos. Sabemos que são faixas 
etárias diferenciadas, leituras de mundo, de escola, de vida e de sociedade também variadas. Logo, os 
professores que trabalham com cada um desses públicos precisam considerar essas especificidades. 
 
Alunos adultos e idosos em sala de aula no Colégio Central, em Salvador, Bahia. 
 
Pode parecer que há uma linha tênue que nos permite utilizar um mesmo livro de literatura ou outro material 
didático com todos eles, por exemplo, como um panfleto, uma notícia de jornal ou mesmo um livro de literatura 
infantojuvenil. Mas a forma de encaminhar o trabalho precisa considerar os objetivos, as especificidades de 
cada faixa etária e os contextos e realidades de vida. 
 
Por outro lado, determinados materiais não conseguem transitar entre os diferentes públicos estudantis, mesmo 
que no mesmo ano de escolaridade, seja em classes infantis, seja em classes da modalidade educação de jovens 
e adultos. 
Diante disso, é fundamental termos em mente que, ao nos formarmos cotidianamente professores e 
professorespesquisadores da nossa própria prática, precisamos estar atentos a essas dimensões. 
Novos contextos 
Considerando a pandemia da covid-19 e as mudanças impostas para a educação, não parece mais ser possível 
conceber o fazer educativo sem o uso de suportes tecnológicos, sejam eles quais forem. 
Para a escola pós-pandemia, fica o legado de um novo fazer educativo, com novas metodologias que requerem 
maior interatividade entre professores e estudantes. 
 
Todavia, num país que carrega as marcas de séculos de desigualdade social (que nem mesmo os processos de 
democratização da educação e dos acessos à escola deram conta de superar), é preciso levar em consideração 
a necessidade tanto da escola em ser mais acessível digitalmente, quanto de seus estudantes individualmente. 
Professora dando aula on-line por meio de seu tablet. 
Por outro lado, é necessário considerar as perspectivas dos usos das tecnologias e de suas potencialidades na 
 
26 
educação. 
Tais considerações exigem que as escolas brasileiras (que ainda convivem com as marcas da desigualdade, da 
insuficiência de recursos e de acessos) possam ter seus problemas estruturais superados, de forma a 
constituírem-se, efetivamente, como escolas do século XXI. 
 
Resumindo 
Toda escolha a ser feita necessita de conhecimento sobre quem são os estudantes e quais objetivos e metas 
traçam o desenho da escola e da concepção de educação a ser implementada. 
 
Os processos de pesquisa e a vivência de se fazerem e de serem professorespesquisadores (que já vêm sendo 
apresentados para o debate sobre educação e suas práticas desde o século XX) parecem ganhar mais força no 
século XXI. Em muitas realidades educacionais, esses processos tornaram-se ação efetiva, possibilitando a 
experimentação metodológica que já marcou cenários educativos de meados do século XX, como é o caso das 
Escolas Anísio Teixeira e dos colégios de aplicação das universidades brasileiras. 
 
Atividade discursiva 
 
Agora, fazemos um convite a mais uma reflexão. Para isso, lembre-se da necessidade de se reconhecer e 
compreender que o processo de ensinaraprender, seja para crianças, seja para jovens, adultos ou idosos precisa 
se adequar às diferentes realidades educacionais. Essa é uma tarefa urgente para todos os que atuam na área 
de educação e que defendem a ideia da democratização do acesso aos saberes e do respeito às diferenças que 
constituem a cada um na sua individualidade. 
 
Dito de outra forma: qual é a intenção da prática docente? A quem ela serve? Por que optar entre essa ou 
aquela metodologia? Por que se apropriar dessas ou daquelas técnicas de ensino? Qual é a consequência do 
fazer pedagógico? Qual metodologia para qual realidade e para qual público estudantil? 
 
Professora e alunos em sala de aula. 
 
Chave de resposta 
 
Após ter feito suas reflexões, você deve ter reconhecido que a intencionalidade da prática docente é uma 
necessidade e contribui para orientar as escolhas das metodologias e técnicas de ensino. Deve também ter 
identificado que, nem sempre, uma metodologia pode se adequare ser positiva para diferentes públicos 
estudantis, mesmo para além das realidades educacionais e de vida desses públicos. 
 
 
Para onde vamos? 
 
Neste vídeo, o doutor em História e Educação, Rodrigo Rainha, mostra como se dá o diálogo entre as 
metodologias e as escolhas por parte da escola e dos professores. Assista! 
 
27 
 
Falta pouco para atingir seus objetivos. 
 
Vamos praticar alguns conceitos? 
 
Questão 1 
 
A prática pedagógica traz, historicamente, desafios. Um desses desafios, que traz a essência do ser 
professorpesquisador, pode ser representado pela alternativa: 
 
 
O professorpesquisador é aquele que organiza seu 
A planejamento a partir das anotações e materiais didáticos que já possui, de anos anteriores. 
 
O professorpesquisador é aquele que investe na 
B transmissão de conteúdos aos estudantes, ficando restrito às aulas expositivas. 
 
O professorpesquisador é aquele que defende que a 
C avaliação seja restrita à realização de testes e provas. 
 
D O professorpesquisador é aquele que não se apresenta como autor de sua própria prática. 
 
O professorpesquisador é aquele que lê, estuda, 
E busca, conhece, questiona e ousa pelos caminhos das escolhas metodológicas. 
 
 
Parabéns! A alternativa E está correta. 
 
É importante perceber que o professor que se coloca como pesquisador é aquele que se forma cotidianamente, 
no espaço escolar, e por meio dele, de seus estudos e de suas ações cotidianas. Ao fazer de sua ação pedagógica 
um espaço de pesquisa, ele se forma e aperfeiçoa seu saberfazer docente. 
 
Questão 2 
 
Atualmente, observam-se algumas experiências pedagógicas na educação básica que propõem, para o 
cotidiano da escola, ações que se preocupem em desenvolver o trabalho com as culturas em suas diversidades. 
Assinale a alternativa que indica aspectos que contribuem para estimular esse trabalho com as culturas e 
manifestações populares dentro dos espaços escolares: 
 
 
A valorização dos saberes dos estudantes e a manutenção das tradições como patrimônio a ser 
A 
preservado e trabalhado cotidianamente na/pela escola. 
 
A valorização da cultura erudita como 
B 
representatividade das manifestações populares. 
 
A compreensão de que há uma cultura única que 
C deve ser valorizada por todos, independentemente de suas origens étnicas, sociais e econômicas. 
 
 
28 
A realização de festa junina e de festa do folclore 
D como atividades exclusivas para o trabalho pedagógico com a temática das culturas. 
Incluir o tema culturas somente no planejamento de 
E 
trabalho da educação infantil. 
 
Parabéns! A alternativa A está correta. 
 
A cultura (ou as culturas) está(ão) por toda a parte. É fundamental compreender que essa temática precisa 
perpassar o currículo de todos os anos de escolaridade, sem distinção. Dessa forma, é 
possível a escola ser, efetivamente, um espaço de inclusão social. 
 
Considerações finais 
 
Como vimos neste conteúdo, há diversas metodologias e técnicas de ensino e elas se adequam a diferentes 
tendências e práticas pedagógicas. Se olharmos para a história da educação brasileira, vamos reconhecer que 
essas tendências e, também, essas metodologias, foram se modificando ao longo do tempo. 
 
Diante disso, conhecer algumas das metodologias de ensino e as técnicas é importante para que possamos 
fazer as escolhas que melhor contribuam para o processo de ensino-aprendizagem que se quer desenvolver. 
 
Mas, para isso, já sabemos que é necessário — e, por que não dizer, imprescindível — conhecer a realidade e 
os contextos de vida dos estudantes. É preciso também reconhecer a educação como uma ação essencialmente 
humana e carregada de escolhas ou, parafraseando Freire, a educação como uma ação eminentemente 
política, porque as escolhas feitas são políticas capazes de promover a inclusão social e práticas mais 
igualitárias, ou não. 
Práticas pedagógicas que pressuponham o caminhar e o aprender em comunhão, o tecer junto ancorado em 
uma perspectiva de horizontalidade para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, dialogam 
com determinadas proposições de concepções metodológicas de ensino e não com outras. Essas concepções 
precisam ser conhecidas, de forma que possam ser feitas conscientemente. 
E por falar em consciência, a educação e as práticas docentes precisam estar ancoradas em ideias que 
possibilitem pensar sobre o fazer educativo e as metodologias de ensino a serem utilizadas, considerando uma 
escola outra, que se faça para além dos seus muros, com os saberes elaborados em diálogo, como em uma via 
de mão dupla, para lá e para cá, adentrando o espaço da sala de aula e sendo estímulo aos compartilhamentos 
desses saberes de toda gente que habita esse espaço de forma horizontalizada. 
 
Dessa forma, ao refletir sobre a escola e seus saberesfazeres, nos tempos atuais, é inegável que a prática docente 
preocupada da emancipação humana, da inclusão e da transformação social ainda é um processo de busca 
incessante, um movimento de construção que requer pesquisa e a construção de caminhos metodológicos que 
dialoguem e promovam a efetiva aprendizagem. 
O professor Rodrigo dos Santos Rainha encerra com uma provocação acerca das escolhas a serem realizadas 
a partir da observação e análise do entorno, do contexto em que as técnicas e métodos serão aplicados. Qual é 
o papel do professorpesquisador nas práticas do dia a dia? Ouça! 
 
Explore + 
 
Como um bom professorpesquisador, você deve estar querendo se aprofundar ainda mais no assunto. 
Pensando nisso, separamos uma série de artigos importantes para você. Boa leitura! 
 
 
29 
As metodologias de ensino precisam ser pensadas a partir da realidade dos estudantes, para o desenvolvimento 
de seu processo de ensino- aprendizagem. Para conhecer mais sobre esse debate, convidamos você à leitura 
do artigo Metodologia de ensino: um re-pensar do processo de ensino e aprendizagem, de Francielle 
Altrão e Egeslaine de Nez, que se baseia em um relato de experiência. 
Leia o artigo Tendências pedagógicas na prática escolar, de José Carlos Libâneo. Nesse texto, você 
encontrará um panorama das tendências pedagógicas em curso no Brasil, em diferentes períodos da história da 
educação. Embora não tenhamos a intenção de aprofundar cada uma das pedagogias e de suas tendências 
apresentadas por Libâneo, nosso caminhar dialoga com o que o autor discute nesse texto. Além disso, é mais 
um material para você compreender a importância das escolhas de técnicas e metodologias na prática docente 
e refletir sobre isso. 
 
Para que você possa refletir um pouco mais sobre as culturas populares, sua relevância e suas potenciais 
relações e interações com a escola, sugerimos a leitura do artigo Culturas, educação e corpo em movimento 
– potencialidades da escola, de autoria de Andrea da Paixão Fernandes e Lucio Bernard Sanfilippo. 
Convidamos você ao aprofundamento sobre a relação entre escola e culturas e sua centralidade nos currículos, 
e em como essas formas de fazer uma outra concepção de currículo pode afetar o projeto político- pedagógico 
da escola, por meio da leitura do artigo Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos, de autoria de 
Antonio Flavio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau. 
 
Para conhecer mais sobre Célestin Freinet, assim como sua vida, sua obra e os estudos que envolvem o 
pensamento desse pedagogo francês, convidamos você a navegar no site Rede Freinet. Lá você poderá acessar 
textos diversos, pesquisas e vídeos que abordam sua trajetória. 
 
Referências 
 
ALVES, N. Imagens das escolas. In: ALVES, N.; SGARBI, P. (orgs.). 
Espaços e imagens na escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 7-17. 
 
BRASIL. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
Consultado na internet em: 12 dez. 2020. 
 
FERNANDES, A. da P.; SANFILIPPO, L. B. Culturas, educação e corpo em movimento – potencialidadesda escola. In: RevistAleph, n. 31. Dez. 2018. p. 378-391. Consultado na internet em: 10 fev. 2021. 
 
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 
 
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
2013. 
HOUAISS, Instituto Antônio (org.). Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 
2004. 
MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. In: Revista 
Brasileira de Educação, n. 23, mai-ago 2003, p. 153-168. Consultado na internet em: 10 fev. 2021. 
 
SANTOS, M. dos. Como tenho me tornado professora? In: VASCONCELOS, G. A. N. (org.). Como me 
fiz professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 61-79. 
SGARBI, P. Os estranhos caminhos de Santiago. In: VASCONCELOS, G. A. N. (org.). Como me fiz 
professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 81- 98.

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