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Acidente Vascular Cerebral AVC: déficit neurológico súbito agudo, devido a um infarto agudo encefálico, medular ou retiniano. - Pode em ocorrer um múltiplas regiões Tipos AVC isquêmico: oclusão arterial (85%). AVC hemorrágico: rompimento do vaso (15%). Acidente Isquêmico Transitório (AIT): Déficit neurológico transitório, com duração necessário exame de imagem para verificar se há isquemia. - Afasia que passou, paresia que passou em menos de 1 hora = AIT. Importância do AVC 1 a cada 4 pessoas tem um AVC (prevalência alta). Segunda causa de óbitos no Brasil. Grande causa de incapacidades e sequelas em pacientes adultos. Após sofrer um AVC, dentro de um período de 1 ano aproximadamente 31% dos doentes evoluem para óbito, 28% para déficit neurológico grave, 11% para invalidez moderada, 11% para transitória e apenas 17% evoluem sem sequelas. É uma doença potencialmente prevenível. Prevenção do AVC Primária: controle dos fatores de risco. Secundária: controle dos fatores de risco e tratamento específico. Não modificáveis: idade, sexo masculino, etnia não branca e genética/história familiar (homem 10mmHg em pressão sistólica), diabetes mellitus (descompensado), fibrilação arterial (idosos >60 anos), doença carotídea/estenose (placa de ateroma na carótida), dislipidemia (dieta inadequada), tabagismo (AVC em pequenos vasos, ateriolomastose), obesidade/erros dietéticos, hiperhomocisteinemia (aumento da homocisteína), consumo excessivo de álcool, infecções e sedentarismo. Um AVC prévio é o mais importante fator de risco para um novo AVC. Números de casos prevenidos com o controle da hipertensão, hipercolesterolemia, tabagismo, fibrilação arterial e alcoolismo pesado. Quem já teve um AVC tem um risco 9 vezes maior de sofrer outro evento. Quem sofreu um AVC em 5 anos tem um risco 10 vezes maior de morte, comparativamente a população da mesma idade. Importância do diagnóstico e tratamento adequados. Diagnóstico História do paciente + exame físico + exames complementares. Sintomas (relacionado a topografia): Carotídeo- hemiparesia/plegia, hemiparesia, distúrbio cognitivo, disfagia/afasia, disgrafia, dislexia e distúrbio visual. Vértebro-basilar- vertigem, disfonia, disfagia, distúrbio visual e hemiparesia (sd alterna: sintomas da cabeça aparecem no mesmo lado afetado e os sintomas motores do corpo aparecem no lado oposto). Amaurose fugaz- perda de visão transitória de um olho. Identificar um AVC: S (sorria- boca torta) A (abrace- perda de força) M (música- dificuldade na fala) U (urgente- encaminhar para o setor de emergência) Paralisia facial central: metade inferior da hemiface comprometida- comum no AVC. Paralisia facial periférica: hemiface totalmente acometida. Abordagem no PS Avaliar história do paciente e realizar o exame físico NIH Stroke Scale (11 pontos): 1a- nível de consciência, 1b- perguntas de nível de consciência (orientação no tempo), 1c- comandos de nível de consciência (execução de tarefa motora), 2- Melhor olhar (paralisia do olhar, horizontal- desvio do olhar conjugado e se vence a linha média) 3- Campos visuais (estímulo de blinking- em paciente que não responde verbalmente) 4- Paralisia facial 5- Comando motor para membros superiores (10 segundos) 6- Comando motor para membros inferiores (5 segundos) 7- Ataxia de membros (index-nariz e calcanhar joelho) 8- Sensibilidade (tátil) 9- Melhor linguagem (afasia), 10- Disartria 11- Extinção ou desatenção (testar a negligência) 0: sem sintomas de AVC 1-4: AVC leve 5-15: AVC moderado 16-20: AVC moderado a grave 21-24: AVC muito grave Avaliação por Imagem Tomografia AVC hemorrágico AVC isquêmico A- Hipodesidade cortical B- Fissura silviana definida no lado esquerdo C- Perda da definição dos núcleos da base D- Hemisfério direito totalmente acometido (edema citotóxico)- perda dos sulcos e giros. ASPECTS (circulação anterior- tamanho da isquemia): 10 pontos: tomografia normal Cada área afetada perde-se um ponto. Angiotomografia: onde há oclusão arterial. Imagem A possui o sinal de corda (veia cortical trombosada) Imagem D- artérias colaterais simétricas (artérias colaterais suprimem a circulação). TC de crânio com perfusão: verifica a velocidade que o contraste passa pela artéria. Área em vermelho na imagem D é a área de isquemia, e a área verde é a área de penumbra. Ressonância Magnética Protocolo AVC: flair (paciente com déficit sem tempo definido), DWI, T2 (GRE ou SWI) e TOF. DWI (imagem ponderada em difusão)- até 14 dias Flair normal- paciente está dentro da janela de 4 a 5 horas. Realizado em paciente que acordaram com o déficit onde não é possível saber se o paciente teve AVC antes de acordar, durante o sono ou ao deitar-se. AVC é uma emergência: A cada minuto do AVC são destruídos 1.9 milhões de neurônios, 14 bilhões de sinapses e 12Km de fibras mielinizadas. AVC Isquêmico Oclusão arterial por coágulo ou placa de ateroma. Há o núcleo da isquemia (local de oclusão) e a área de penumbra (área em volta da área de isquemia que possui potencial recuperação). Alteplase (rtPA): anticoagulante, protease que se liga a fibrina do trombo e converte o plasminogênio do trombo em plasmina (enzima fibrinolítica). Aprovada em 1995 e pode ser utilizada até 4 horas e 30 minutos após o evento isquêmico. - Indicação da trombólise venosa com Alteplase: tempo de AVCAcompanhamento Ambulatorial Prevenção secundária (investigação do paciente para evitar um novo AVC) e reabilitação Prevenção Secundária: tratamento específico e controle dos fatores de risco de HAS, diabetes, fibrilação atrial, doença carotídea/estenose, dislipidemia, tabagismo, obesidade/erros dietéticos, hiperhomocisteinemia, consumo excessivo de álcool, infecções e sedentarismo. Tratamento específico relacionado a causa do AVC. Etiologia do AVC isquêmico (Classificação de TOAST): Aterotrombótico- placa de ateroma instável que levou ao AVC, administração de antiplaquetários (AAS) e estatina, ou cirurgia. Cardioembólicos, carotídeos ou ateromatose de grandes vasos, lacunares ou oclusão de pequenos vasos, cripitogênicos (investigando sem causa específica Cardioembólico- fibrilação atrial (fluxo turbilhonado do sangue dentro do átrio que gera uma trombos que passam para os ventrículos e são distribuídos pelo corpo). Administrar anticoagulantes: Warfarina (interação com alimentos e medicamentos) ou DOACS: Xarelto/rivaroxabana, Pradaxa/Dabigatrana, Eliquis/Apixabana, Lixiana/Edoxabana. Diminuição de 60% do risco de AVC em 1 ano, e há risco de sangramento em TGI e SNC. Lacunar- Causado por fatores de risco não controlados. Controle de fatores de risco, antiplaquetários, estatina. Outras causas- Trombofilias, doenças inflamatórias e autoimunes, dissecções. Criptogênico- Nenhuma causa conseguiu ser identificada, é a causa de 15-30% de todos os AVC's. Utilizar AAS + estatina. Risco de recorrência ~25%. Reabilitação: Apenas 10 - 20% dos pacientes recebem o tratamento emergencial adequado. A maioria dos pacientes vai apresentar sequelas na alta, frequentemente motoras. Avaliação de comprometimentos de força, flexibilidade, equilíbrio, sensibilidade → Objetivo: capacidade de execução das atividades de vida autônoma e social. Deve ser iniciada na internação hospitalar (precoce e integral). A maioria dos déficits neurológicos tem maior capacidade de recuperação nos primeiros 3 a 6 meses do quadro, e costumam ter menor recuperação após estes 6 meses iniciais. A reabilitação precoce influencia na plasticidade cerebral.