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LEGISLAÇÃO 
EMPRESARIAL 
APLICADA
Recuperação de empresas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar quem está sujeito à recuperação de empresas.
 � Distinguir a recuperação de empresas da falência.
 � Reconhecer quando se pode pleitear a recuperação de empresas.
Introdução
Quando uma empresa tem dificuldades para pagar suas dívidas, ela pode 
recorrer ao pedido de recuperação junto à justiça. Essa recuperação, 
prevista em lei, pode garantir a reestruturação dos negócios, auxiliando 
na redefinição de um plano de resgate financeiro.
Neste capítulo, você conhecerá essa forma de reorganização empre-
sarial, aprendendo a distingui-la de falência, bem como identificando 
quem está sujeito a solicitá-la e quando se pode pleiteá-la judicialmente. 
1 Recuperação de empresas
Empresário é definido pelo art. 966 do Código Civil (BRASIL, 2002, docu-
mento on-line) como: 
[...] quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão inte-
lectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso 
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa.
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
A Figura 1, a seguir, sintetiza a definição apresentada no Código Civil 
(BRASIL, 2002).
Figura 1. Definição de empresário e suas atividades.
EMPRESÁRIOAtividade econômica
organizada
Pro�ssionalismo
Produção
de bens ou
serviços
Circulação
de bens ou
serviços
Assim, se o empresário é aquele que exerce uma atividade econômica 
organizada, a empresa será a sua própria atividade, cuja finalidade é produzir 
ou fazer circular bens ou serviços. Embora rotineiramente a utilizemos de 
modo inadequado, a correspondência correta de empresa é empreendimento 
(COELHO, 2016).
Para Requião (2015), os organismos econômicos que se concretizam na 
organização dos fatores de produção e se propõem a satisfazer as necessidades 
alheias, bem como as exigências do mercado geral, têm, na terminologia 
econômica, o nome de empresa.
Assim, ao satisfazer as necessidades alheias, as empresas desenvolvem a 
circulação de bens e serviços, o que beneficia toda a coletividade. Sob essa 
ótica, é de interesse da sociedade que existam meios preventivos que permi-
tam a continuidade desse segmento, sempre que possível, preservando tanto 
empresas quanto empresários (CHAGAS, 2016). Uma dessas ferramentas é 
justamente a recuperação empresarial, que pode ocorrer extra ou judicialmente. 
Recuperação de empresas2
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
Afinal, quem pode ser beneficiado por essas duas formas de recuperação? 
Nos termos dos arts. 1º e 2º da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 (BRASIL, 
2005), poderão usufruir da recuperação judicial, da recuperação extrajudicial 
e também da própria falência: 
 � o empresário;
 � a sociedade empresária.
Integrantes dessas categorias, e que se incluam como microempresas ou 
empresas de pequeno porte, também podem usufruir das modalidades de 
recuperação judicial. 
É importante mencionar que, por expressa disposição da lei, a recuperação 
empresarial não se aplica a (BRASIL, 2005): 
 � empresas públicas;
 � sociedades de economia mista;
 � instituições financeiras públicas ou privadas;
 � cooperativas de crédito;
 � consórcios;
 � entidades de previdência complementar;
 � sociedades operadoras de plano de assistência à saúde;
 � sociedades seguradoras;
 � sociedades de capitalização;
 � outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Tanto a recuperação judicial quanto a extrajudicial, previstas na legislação, 
visam ao exaurimento dos meios instrumentais para se evitar a falência da 
empresa em crise, mantendo os empregos, a arrecadação, os fornecedores 
e, acima de tudo, o nome com o respectivo conceito no mercado. O proce-
dimento de recuperação abarca a demonstração da viabilidade do negócio, 
podendo haver o afastamento do controlador ou sócio administrador em casos 
excepcionais, sendo fundamental assinalar as causas da crise e os remédios 
acerca da execução do plano de reestruturação (MARTINS; ABRÃO, 2017). 
Contudo, como bem expressa Coelho (2016, p. 320), “[...] nem toda em-
presa merece ou deve ser recuperada, eis que a reorganização de atividades 
econômicas é custosa”. A afirmação do doutrinador merece reflexão, pois, 
uma vez que concedida a recuperação judicial ou extrajudicial de uma empresa 
devedora, esta será beneficiada com isenções, prazos e redução de juros de suas 
dívidas. Ou seja, tratam-se de ferramentas para que ela possa reestabelecer a 
3Recuperação de empresas
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
sua saúde financeira. Dessa forma, somente as empresas viáveis devem ser 
objeto de recuperação judicial ou extrajudicial.
Conforme expressa o art. 47 da Lei nº 11.101/2005:
A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de 
crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da 
fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, 
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo 
à atividade econômica. (BRASIL, 2005, documento on-line).
A recuperação extrajudicial está prevista nos arts. 161 a 167 da mesma 
legislação (BRASIL, 2005), e consiste em uma negociação feita diretamente 
entre o devedor e seus credores. Depois de elaborado e assinado o acordo, 
ele será submetido à homologação judicial, cujo juízo será de competência do 
local do principal estabelecimento do devedor ou da filial da empresa, caso 
tenha sede fora do Brasil (CHAGAS, 2016). 
Já a recuperação judicial tem como procedimento um requerimento 
inicial de recuperação judicial junto ao poder judiciário. Os meios para a 
recuperação de uma empresa são elucidados no art. 50 da Lei nº 
11.101/2005, que foi atualizada pela Lei nº 14.112/2020, lembrando que se 
trata de um rol que não é exaustivo (BRASIL, 2005, documento on-line): 
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação 
pertinente a cada caso, dentre outros:
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das 
obrigações vencidas ou vincendas;
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição 
de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos 
dos sócios, nos termos da legislação vigente;
III – alteração do controle societário;
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou 
modificação de seus órgãos administrativos;
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de 
administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano 
especificar;
VI – aumento de capital social;
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade 
constituída pelos próprios empregados;
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva;
X – constituição de sociedade de credores;
Recuperação de empresas4
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
5Recuperação de empresas
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
XI – venda parcial dos bens;
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer 
natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de 
recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, 
sem prejuízo do disposto em legislação específica;
XIII – usufruto da empresa;
XIV – administração compartilhada;
XV – emissão de valores mobiliários;
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, 
em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.
XVII - conversão de dívida em capital social; (Incluído pela Lei nº 
14.112, de 2020) 
XVIII - venda integral da devedora, desde que garantidas aos credores não 
submetidosou não aderentes condições, no mínimo, equivalentes àquelas 
que teriam na falência, hipótese em que será, para todos os fins, 
considerada unidade produtiva isolada. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 
2020).
§ 1º Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia
ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa 
do credor titular da respectiva garantia.
§ 2º Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será
conservada como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e
só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar
expressamente previsão diversa no plano de recuperação judicial.
§ 3º Não haverá sucessão ou responsabilidade por dívidas de qualquer 
natureza a terceiro credor, investidor ou novo administrador em
decorrência, respectivamente, da mera conversão de dívida em capital, de
aporte de novos recursos na devedora ou de substituição dos 
administradores desta.
§ 4º O imposto sobre a renda e a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) incidentes sobre o ganho de capital resultante da
alienação de bens ou direitos pela pessoa jurídica em recuperação judicial 
poderão ser parcelados, com atualização monetária das parcelas,
observado o seguinte:
I - o disposto na Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; e
II - a utilização, como limite, da mediana de alongamento no plano de
recuperação judicial em relação aos créditos a ele sujeitos.
§ 5º O limite de alongamento de prazo a que se refere o inciso II do § 4º
deste artigo será readequado na hipótese de alteração superveniente do
plano de recuperação judicial.
Conforme art. 50-A: Nas hipóteses de renegociação de dívidas de pessoa 
jurídica no âmbito de processo de recuperação judicial, estejam as dívidas 
sujeitas ou não a esta, e do reconhecimento de seus efeitos nas 
demonstrações financeiras das sociedades, deverão ser observadas as 
seguintes disposições: (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
Recuperação de empresas6
As microempresas e as empresas de pequeno porte também poderão pleitear a 
recuperação judicial. Porém, elas terão tratamento especial e diferenciado, o que está 
previsto nos arts. 71 e 72 da Lei nº 11.101/2005 (BRASIL, 2005).
2 Recuperação de empresas e falência
Com base na Lei nº 11.101/2005, veja as principais diferenças entre a recupe-
ração de empresas e a falência, apresentadas no Quadro 1 (BRASIL, 2005).
A primeira diferença entre os dois institutos se refere ao objetivo. Enquanto 
que a recuperação judicial visa a permitir que a empresa retome sua saúde 
financeira, a falência objetiva organizar o recebimento dos créditos de forma 
justa. Ou seja, a recuperação busca a preservação da atividade empresarial, 
não dos empresários responsáveis pela gestão. Em relação à gestão da empresa, 
a substituição total ou parcial dos administradores poderá ocorrer na recu-
peração, em hipótese e circunstâncias específicas (FAZZIO JÚNIOR, 2016).
Dessa forma, podemos concluir que, na recuperação judicial, é dada ao 
empresário a oportunidade de se reestruturar e manter a continuidade de 
suas atividades, ao passo que, uma vez decretada a falência, o objetivo final 
é apenas liquidar o patrimônio da pessoa jurídica e satisfazer os credores. 
I - a receita obtida pelo devedor não será computada na apuração da base de 
cálculo da Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e para o 
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e da 
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); (Incluído 
pela Lei nº 14.112, de 2020) 
II - o ganho obtido pelo devedor com a redução da dívida não se sujeitará ao 
limite percentual de que tratam os arts. 42 e 58 da Lei nº 8.981, de 20 de 
janeiro de 1995, na apuração do imposto sobre a renda e da CSLL; e 
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
III - as despesas correspondentes às obrigações assumidas no plano de 
recuperação judicial serão consideradas dedutíveis na determinação do lucro 
real e da base de cálculo da CSLL, desde que não tenham sido objeto de 
dedução anterior. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica à hipótese de 
dívida com: (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
I - pessoa jurídica que seja controladora, controlada, coligada ou interligada; 
ou (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
II - pessoa física que seja acionista controladora, sócia, titular ou 
administradora da pessoa jurídica devedora.
Recuperação judicial Falência
Devedor/empresa
Visa a oferecer a chance 
de a empresa se recupe-
rar da crise financeira e 
se manter no mercado.
Visa a liquidar todo o 
ativo do devedor e a 
satisfazer os credores de 
forma concursal.
Empresário
(nas duas opções, o 
titular pode postular)
Continua no comando 
da empresa, tendo o de-
ver de prestar contas ao 
administrador judicial.
Fica afastado das ativida-
des da empresa, estando 
a encargo do administra-
dor judicial tal tarefa.
Administrador 
judicial
Atua como fiscal das 
ações do empresário.
Fiscaliza a recuperação 
judicial e o seu plano.
Atua como o próprio 
empresário.
Administra a massa 
falida.
Pedido
Somente se inicia se o 
titular da empresa quiser.
Pode ser requerida 
pelos credores.
Quadro 1. Recuperação de empresas e falência
Contudo, uma vez requerida a recuperação judicial, por deliberação da 
assembleia geral de credores, se rejeitado o plano de recuperação judicial ou 
se o devedor descumprir qualquer dispositivo de lei, será decretada, pelo juiz 
competente, a convolação em falência, conforme os arts. 73 e 74 (BRASIL, 
2005). 
O administrador judicial é figura presente e extremamente importante 
tanto na recuperação judicial quanto na falência. Ele será escolhido pelo juiz 
entre pessoas de sua confiança pessoal e direta. Na recuperação judicial, ele 
fiscaliza o seu processamento, bem como verifica o correto cumprimento do 
plano estipulado, sempre no interesse dos credores. Na falência, seu papel 
está ligado a administração da massa falida, arrecadação e venda de ativos, 
e identificação e pagamento do passivo (CHAGAS, 2016).
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
7Recuperação de empresas
Os créditos referentes a honorários advocatícios contratuais têm natureza alimentar em 
decorrência do recurso repetitivo 543-C (BRASIL, 2014). A habilitação de crédito posterior 
ao processamento da recuperação judicial é equiparada aos créditos trabalhistas. 
3 Quando se pode pleitear a recuperação 
de empresas
A recuperação empresarial poderá ocorrer de duas formas. A primeira, pela 
via extrajudicial, trata-se de uma composição entre devedor e credores que 
será posteriormente homologada pelo poder judiciário.
A Lei nº 11.101/2005, nos arts. 161 a 167, prevê que, nos casos em que 
forem cumpridos os requisitos previstos no art. 48, o devedor poderá propor 
e negociar com credores um plano de recuperação extrajudicial. Também são 
características desse tipo de plano (BRASIL, 2005):
� Sujeitar à recuperação extrajudicial todos os créditos existentes na
data do pedido, exceto os créditos de natureza tributária e aqueles
previstos no § 3º do art. 49 e no inciso II do caput do art. 86
desta Lei, e a sujeição dos créditos de natureza trabalhista e por
acidentes de trabalho exige negociação coletiva com o sindicato da
respectiva categoria profissional.
� Não poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem
tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam
sujeitos.
� O devedor não poderá requerer a homologação de plano
extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou
se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro
plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
� O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial
não acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a
impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores
não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial.� Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não
poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência
expressa dos demais signatários.
� A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial
constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso
III do caput, da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil.
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
Recuperação de empresas8
Coelho (2016) classifica a homologação da recuperação extrajudicial em 
duas possibilidades. Veja a seguir.
1. Homologação facultativa: prevista no art. 162 da Lei nº 11.101/2005
ocorre quando há adesão de credores, constando suas assinaturas.
Tal previsão tem o objetivo de revestir o ato de maior solenidade,
bem como possibilitar a hasta judicial de filiais do devedor.
2. Homologação obrigatória: prevista no art. 163 da mesma lei, ocorre
quando for assinada por credores que representem mais da metade dos
créditos de cada espécie abrangidos. Nesse caso, os efeitos da
homologação se estendem aos credores minoritários, suprindo a
necessidade da adesão voluntária.
É possível perceber que o legislador buscou fornecer ao empresário uma 
escala de possibilidades alternativas, que obedecem à seguinte ordem (CHA-
GAS, 2016): 
1. Recuperação extrajudicial majoritária.
2. Recuperação judicial.
3. Autofalência.
4. Inexitosas todas as alternativas anteriores, aguardar o pedido de falência
de algum dos credores.
Ainda, é necessário ressaltar que a via extrajudicial não é impedimento 
para pedido de recuperação extrajudicial. Ou seja, uma recuperação judicial 
encerrada pode plenamente ser seguida por uma recuperação judicial. 
De acordo com o art. 48 da Lei nº 11.101/2005, a recuperação judicial 
poderá ser requerida pelo próprio devedor, pelo cônjuge sobrevivente, pelos 
herdeiros, pelo inventariante ou pelo sócio remanescente (BRASIL, 2005). 
São requisitos para pedido de recuperação judicial:
 � o devedor deve, no momento do pedido, ter exercido regularmente suas
atividades há mais de 2 anos, cumulativamente;
 � não ser falido, mas se o foi, que estejam declaradas extintas, por sentença
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
 � não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial;
 � não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial
com base no plano especial de que trata a recuperação de microempresas
e empresas de pequeno porte;
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
9Recuperação de empresas
 � não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio contro-
lador, pessoa condenada por qualquer um dos crimes previstos nessa lei.
A Lei nº 11.101/2005 (BRASIL, 2005, documento on-line) contempla, em seu 
art. 50, uma lista exemplificativa dos meios de recuperação da atividade econômica:
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações 
vencidas ou vincendas;
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de 
subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos 
sócios, nos termos da legislação vigente;
III – alteração do controle societário;
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou 
modificação de seus órgãos administrativos;
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de 
administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano 
especificar;
VI – aumento de capital social;
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade 
constituída pelos próprios empregados;
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, 
mediante acordo ou convenção coletiva;
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem 
constituição de garantia própria ou de terceiro;
X – constituição de sociedade de credores;
XI – venda parcial dos bens;
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer 
natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de 
recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, 
sem prejuízo do disposto em legislação específica;
XIII – usufruto da empresa;
XIV – administração compartilhada;
XV – emissão de valores mobiliários;
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em 
pagamento dos créditos, os ativos do devedor.
XVII - conversão de dívida em capital social; 
XVIII - venda integral da devedora, desde que garantidas aos credores não 
submetidos ou não aderentes condições, no mínimo, equivalentes àquelas que 
teriam na falência, hipótese em que será, para todos os fins, considerada 
unidade produtiva isolada. 
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
Recuperação de empresas10
Por fim, o processo da recuperação judicial se divide em três etapas dis-
tintas. Veja a seguir.
1. Fase postulatória: momento em que o devedor apresenta seu requeri-
mento junto ao juízo competente e se encerra com o despacho judicial
determinando o processamento do pedido.
2. Fase deliberativa: após a verificação do crédito, discute-se um plano
de reorganização da empresa e se encerra com a decisão homologatória
do plano aprovado pela assembleia geral de credores.
3. Fase de execução: compreende na fiscalização do cumprimento do
plano que fora aprovado e termina com a sentença de encerramento do
processo. Segundo Coelho (2016), esta é a derradeira etapa do processo.
O Grupo Oi requereu um pedido de recuperação judicial em 20 de junho de 2016, 
com base na Lei nº 11.101/2005. O processamento foi deferido em 29 de junho de 2016 
pelo Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro 
(processo nº 0203711- 65.2016.8.19.0001).
A recuperação judicial envolveu as empresas Oi S. A., Telemar Norte Leste S. A., Oi 
Móvel S. A., Copart 4 Participações S. A., Copart 5 Participações S. A., Portugal Telecom 
International Finance B. V. e Oi Brasil Holdings Coöperatief U. A. (CARRO, 2018).
11Recuperação de empresas
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Presidência 
da República, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/2002/
L10406.htm. Acesso em: 29 maio 2020.
BRASIL. Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extraju-
dicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Brasília, DF: Presidência 
da República, 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2005/lei/l11101.htm. Acesso em: 29 maio 2020.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso especial nº 1.152.218 – RS (2009/0156374-4). 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E EMPRESARIAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO 
DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FALÊNCIA. 
HABILITAÇÃO. Recorrente: José Euclésio dos Santos e outros. Recorrido: Kreybel Em-
preendimentos Imobiliários Ltda. Relator: Ministro Luis Felipe Salomão, 7 de maio de 
2014. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/144439769/
recurso-especial-n-1152218-rs-do-stj. Acesso em: 29 maio 2020.
CARRO, R. Oi: Justiça homologa plano de recuperação aprovado por credores. 
In: VALOR Econômico. Rio de Janeiro, 8 jan. 2018. Disponível em: http://www.valor.com.
br/empresas/5249589/oi-justica-homologa-plano-de-recuperacao-aprovado-por-
-credores. Acesso em: 29 maio 2020.
CHAGAS, E. E.. Direito empresarial esquematizado. Coordenador: Pedro Lenza. São 
Paulo: Saraiva, 2016.
Recuperação de empresas12
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1
COELHO, F. U. Manual de direito comercial: direito de empresa. 28. ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2016.
FAZZIO JÚNIOR, W. Manual de direito comercial. 17. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: 
Atlas, 2016.
MARTINS, F.; ABRÃO, C. H. Curso de direito comercial. 40. ed. São Paulo: Forense, 2017.
REQUIÃO, R. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 2015. v. 1. E-book. 
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília, DF: 
Presidência da República, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 29 maio 2020.
VALOR ONLINE. Recuperação extrajudicial de pequenas e micro empresas. In: SEBRAE. 28 jan. 
2005. Disponível em: http://www.sebrae-sc.com.br/newart/default.asp?materia=8838. 
Acesso em: 29 maio 2020.
VIGIL NETO, L. I. Teoria falimentar e regimes recuperatórios. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2008.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
13Recuperação de empresas
Identificação interna do documento PTP636Y9TR-KXRDZJ1

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