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Universidade Federal da Bahia Instituto de Física – Departamento de Física do Estado Sólido Disciplina: Física Geral e Experimental III – Fís123 Professor: Sandinei LINHAS EQUIPOTENCIAIS Graduandos: Ana Paula Cruz de Freitas Rafael Rodrigues dos Santos da Guia Salvador, Ba 14 de Abril, 2008 P á g i n a | 2 SUMÁRIO I – OBJETIVOS_______________________________________________03 II – INTRODUÇÃO TEÓRICA_____________________________________03 III – EXPERIMENTAL__________________________________________04 IV – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS______________________________06 V – CONCLUSÕES____________________________________________08 VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS______________________________08 P á g i n a | 3 I – OBJETIVOS. Fazer um mapeamento das linhas equipotenciais, através da simulação bidimensional, utilizando para isso a configuração de dois condutores cilíndricos iguais, sendo estes últimos imersos numa solução de sulfato de sulfato de cobre – líquido condutor – tendo como auxílio um circuito de detector zero. II – INTRODUÇÃO TEÓRICA. Em seguida estão definidos conceitos físicos como: potencial, superfície equipotencial e linhas equipotenciais, relativos ao experimento. 1) Noção de potencial elétrico A noção de potencial elétrico provém do conceito de trabalho. O potencial absoluto V em um ponto a uma distância de uma carga pontual isolada , é dada pela relação: E é por definição, igual ao trabalho necessário para trazer uma carga de prova do infinito até a distância da carga , dividida pela carga . O potencial resultante para um ponto situado perto de uma configuração de n cargas, é a soma algébrica de todas as contribuições dos diversos potenciais, sendo simbolicamente representado como: ∑ 2) Superfície equipotencial Uma superfície escolhida de modo a que todos os pontos tenham o mesmo potencial é chamada superfície equipotencial. Uma linha de tal superfície é conhecida como linha equipotencial. Superfícies equipotenciais são sempre perpendiculares às linhas de força. Com efeito, o trabalho da força eletrostática é definido como o produto escalar da força pelo deslocamento, ou seja: ⃗⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ Logo, o deslocamento de uma carga teste numa superfície equipotencial não envolve trabalho, uma vez que a força e, portanto, o campo elétrico são sempre perpendiculares às equipotenciais, ou matematicamente: Como , ⃗⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ = 0. P á g i n a | 4 Se em um sistema eletrostático, as linhas equipotenciais podem ser desenhadas, logo as linhas de força podem ser construídas, uma vez que estas últimas são perpendiculares às superfícies equipotenciais. III – EXPERIMENTAL. O experimento consiste em fazer o mapeamento de algumas linhas equipotenciais num meio líquido condutor (solução de sulfato de cobre), com o auxílio do galvanômetro. Para produzir a corrente elétrica neste meio, manteve-se uma diferença de potencial entre os dois eletrodos mergulhados no meio. Das linhas equipotenciais obtidas, deduziram-se as linhas de corrente e as linhas de campo do problema eletrostático, correspondentes ao caso onde a resistência se torna infinita. Seguem-se na tabela 01, os materiais e equipamentos utilizados nos experimentos. Tabela 01. Materiais e equipamentos Quantidade Cuba de madeira e vidro com papel milimetrado na superfície inferior 01 Fonte de tensão 01 Eletrodo 01 Hastes e/ ou placa de metal 01 Fonte de tensão 01 Fios condutores 04 Sonda móvel 01 Sonda fixa com resistência de proteção para o galvanômetro 01 Solução de sulfato de cobre Não especificado Galvanômetro de zero central 01 Folhas de papel milimetrado 04 CIRCUITOS UTILIZADOS Os seguintes circuitos foram montados, requeridos para cada configuração do experimento. A finalidade de cada nova configuração é a mesma: a determinação das linhas equipotenciais. P á g i n a | 5 Configuração 01 Baseado nesta configuração procurou-se pontos na solução onde a ddp é nula. Para tal, a sonda fixa foi colocada em um ponto arbitrário e com a outra sonda, procuraram-se outros pontos nas vizinhanças, para os quais o galvanômetro não detecta corrente. Os pontos encontrados e o ponto onde a sonda fixa se localiza, são então transferidos para uma folha de papel milimetrado idêntica à que existe no fundo da cuba. A seguir, procuram-se novos pontos em número suficiente para traçarem-se as linhas equipotenciais. Os pontos foram escolhidos de maneira a termos um desenho mais semelhante com a literatura. Configuração 02 Baseando-se novamente na configuração 01, determinam-se as linhas equipotenciais para esta nova configuração, com a placa metálica localizada no centro da cuba eletrolítica. Configuração 03 Nesta configuração, utilizam-se eletrodos em forma de placa metálica e determinam-se assim, a família das equipotenciais. P á g i n a | 6 Configuração 04 Baseando-se na configuração anterior, colocou-se uma placa metálica localizada próxima à barra de polaridade negativa; sendo assim, determinam-se uma nova família de equipotenciais. IV – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. IV. 1 – Configuração 01. Para o mapeamento da configuração 1 , utilizou-se dos eletrodos cilíndricos e a sonda fixa em um ponto arbitrário na cuba contendo a solução eletrolítica (sulfato de cobre). A partir daí, com a sonda móvel e com o auxílio do galvanômetro de zero central, localizou-se pontos onde a corrente elétrica é nula. Ora, se a corrente é nula entre esses pontos, logo estes últimos pertencem à mesma linha equipotencial, ou seja, pontos em que o potencial elétrico é o mesmo; dessa forma a diferença de potencial entre estes pontos é zero. Tais pontos foram identificados numa folha de papel milimetrado que se encontrava na cuba e, por analogia, identificados em outra folha de papel milimetrado. Determinou-se a linha equipotencial referente a esses pontos, traçando-se uma curva que passa por eles (dados registrado no anexo 01). De maneira similar, colocou-se a sonda fixa em outros pontos, de modo a obter outras linhas equipotenciais correspondentes a esse novo sistema. Pode-se determinar a partir dessa família de equipotenciais as linhas de correntes, que são perpendiculares às linhas equipotenciais (dados registrados no anexo 01). Observou-se uma simetria tanto das linhas equipotenciais quanto das linhas de corrente. Tal fato é devido porque o meio (líquido condutor) é uniforme – uma solução homogênea – e a cuba encontra-se na horizontal. Se a cuba estivesse numa posição inclinada teríamos uma maior concentração de íons nos locais de maior profundidade, o que causaria uma diminuição da resistência, já que a corrente aí registrada seria maior; nos locais mais rasos, teríamos um aumento da resistência. Infere-se então que ocorreria uma não simetria (deformação geométrica) das linhas equipotenciais, ocasionando a concentração das linhas de corrente nas regiões de menor profundidade (maior resistência). IV. 2 – Configuração 02. No caso específico da configuração com a placa metálica localizada no centro da cuba (configuração 2) como a mesma é condutora (segundo a literatura, os metais possuem um “mar” de elétrons livres), a placa metálica por estar imersa na solução eletrolítica, produz um campo elétrico em sua volta, sendo que este campo produzido interfere nas linhas de campo do eletrodo. Uma vez que as linhas de campo possuem P á g i n a | 7 uma relação direta com as linhas equipotenciais estas últimas são distorcidas, explicação esta que evidenciam os registros do anexo 2. IV. 3 – Configurações 03 e 04. Para as configurações 3 e 4 , as linhas equipotenciais obtidas se aproximamde uma reta . Isto é devido ao fato de que as linhas de campo eletrostáticas produzidas pelas próprias barras que estão carregadas são perpendiculares à superfície da barra. Logo, como as equipotenciais são perpendiculares ao campo elétrico em cada ponto, então serão paralelas à barra nas proximidades desta. IV. 4 – Uma breve discussão geral sobre o experimento. Linhas de corrente Já que as linhas de corrente são perpendiculares às linhas equipotenciais, com o fluxo indo do pólo positivo para o pólo negativo, então, estas possuem a mesma configuração das linhas de força de um campo eletrostático, pois a configuração não é alterada com a redução da corrente. Cruzamento das linhas equipotenciais No caso das linhas equipotenciais obtidas, segundo cada configuração dada, as mesmas não se cruzam, pois todos os pontos que pertencem a um mesmo potencial elétrico estão situados numa única linha equipotencial, sendo esta última registrada nos anexos deste relatório. Entretanto, caso duas ou mais linhas equipotenciais se cruzassem, estas pertenceriam obrigatoriamente à mesma superfície equipotencial, já que possuem o mesmo potencial em todos os seus pontos. Resistividade da solução de sulfato de cobre Como a resistividade da solução de sulfato de cobre é muito maior do que a resistividade do metal dos eletrodos considera-se então estes últimos como sendo equipotenciais. Pela Lei de Ohm , se é desprezível, então tende a zero; logo a ddp entre dois pontos no eletrodo é desprezível. Já que o líquido condutor é o meio por onde ocorre o transporte de cargas e este apresenta uma resistividade alta em relação aos eletrodos, dificulta-se, por conseguinte a passagem de corrente; existe então uma analogia com o dielétrico, pois este também apresenta uma resistência à passagem de corrente no meio entre os condutores. Logo, uma variação na profundidade da cuba é análoga a uma variação de dielétrico no caso eletrostático equivalente. Sugestão deste experimento em três dimensões O experimento realizado correspondente a uma configuração em duas dimensões, sendo que uma maneira para simular este em três dimensões seria a utilização de um reservatório, tipo aquário, contendo o meio líquido condutor. Em tal, se colocaria os eletrodos em contato com o meio, e a sonda fica em um ponto qualquer do seu interior; com a sonda móvel, procuram-se as linhas equipotenciais que irão formar a superfície equipotencial gerada. Vale salientar que se deve isolar toda a sonda (fixa e móvel), com exceção da ponta; a espessura da sonda deve ser a mínima possível – o que seria equivalente se o P á g i n a | 8 volume do líquido deslocado, quando a sonda estiver na parte rasa seja, aproximadamente igual à de quando estiver no fundo do reservatório. Já que uma variação de volume do meio condutor irá interferir na resistência nos locais onde as sondas estão posicionadas, ou seja, é o caso análogo da cuba encontrar-se na posição inclinada em comparação ao problema bidimensional. Erros experimentais Os erros experimentais devem-se principalmente à transposição dos pontos para a folha de papel milimetrado, visto que o líquido condutor dificulta a visão do ponto que está sendo marcado pela sonda móvel. V – CONCLUSÕES Através dos estudos e dos experimentos realizados, pôde-se compreender que a partir do galvanômetro de zero central e do método de zero, é possível traçar a família de equipotenciais (pontos de mesmo potencial elétrico) de uma configuração eletrostática. Entende-se que se dois ou mais pontos possuem o mesmo potencial, conclui-se que estes pertencem à mesma linha equipotencial. Em cada caso do experimento, observa-se uma geometria das linhas equipotenciais; tal fato é devido pelos motivos já explicados anteriormente: horizontalidade da cuba e a homogeneidade da solução eletrolítica. VI – REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS 1. HALLIDAY, David, RESNICK, Robert. Fundamentos de Física, 3ed., Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, Editora S.A, 1993. V.03, p.115-125. 2. Roteiro da prática: Experimento 04: Linhas equipotenciais. Departamento de Física do Estado Sólido – Instituto de Física, Universidade Federal da Bahia, 2008.
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