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MÓDULO 1 Gestão de pessoas NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: valorização, saúde e desenvolvimento GOVERNO FEDERAL Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Vice-Presidente da República Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho Ministro da Justiça e Segurança Pública Enrique Ricardo Lewandowski Secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais – SENAPPEN André de Albuquerque Garcia Diretora da Escola Nacional de Serviços Penais – ESPEN Stephane Silva de Araújo Equipe ESPEN Haynara Jocely Lima de Almeida Leonardo Conceição Cruz Maria de Fátima de Souza Moreno UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Coordenação Geral Luciano Patrício Souza de Castro Financeiro Fernando Machado Wolf Consultoria Técnica EaD Giovana Schuelter Coordenação de Produção Francielli Schuelter Coordenação de AVEA Andreia Mara Fiala Revisão Textual Supervisão: Cleusa Iracema Pereira Raimundo Victor Rocha Freire Silva Vivianne Oliveira Rodrigues Design Instrucional Supervisão: Milene Silva de Castro Joyce Regina Borges Julia Dias Lopes Larrissa Usanovich de Menezes Design Gráfico Supervisão: Mary Vonni Meürer de Lima Cleber da Luz Monteiro Giovana Aparecida dos Santos Guilherme Comerão Stecca Almeida Julia Morato Leite Lucas Nicole Alves Guglielmetti Renata Cristina Gonçalves Sonia Trois Tiago Augusto Paiva Programação Supervisão: Alexandre Dal Fabbro Luan Rodrigo Silva Costa Luiz Eduardo Pizzinatto Audiovisual Supervisão: Rafael Poletto Dutra Angie Luiza Moreira de Oliveira Arthur Pereira Neves Daniele de Castro Dilney Carvalho da Silva Kimberly Araujo Lazzarin Marcelo Vinícius Netto Spillere Marília Gabriela Salomao Dauer Rodrigo Humaitá Witte Apresentação Áureo Mafra de Moraes Conteúdo Juciane Prado Lourenço da Silva BY NC ND Todo o conteúdo do curso Noções de Gestão de Pessoas na Execução Penal Federal: valorização, saúde e desenvolvimento, da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo federal – 2023, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial - Sem Derivações 4.0 Internacional. Para visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR. EXPEDIENTE https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR A partir de 1º de janeiro de 2023, o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) passou a ser denominado Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), instituída pelo Art. 59 da Medida Provisória nº 1.154; porém, devido ao fato de o material deste curso ter sido produzido antes da vigência da referida medida provisória, há conteúdos em que a atual SENAPPEN é mencionada como DEPEN. É possível, ainda, que outros órgãos gover- namentais federais citados nos materiais, como ministérios, secretarias e departamentos, disponham de uma nova estrutura regimental e uma nova nomenclatura e sejam mencionados de maneira diferente da atual. ESCLARECIMENTO SUMÁRIO Apresentação ................................................................................................................................................5 Objetivos do módulo 5 Unidade 1: Gestão de pessoas no setor público .............................................7 1.1 Perspectiva histórica e gestão de pessoas no Brasil 8 1.2 Gestão estratégica de pessoas no setor público 12 Unidade 2: Gestão por competências no setor público ..................18 2.1 lnstituição do modelo na administração pública federal 19 2.2 Desafios para a gestão por competências no setor público 27 Síntese do Módulo .............................................................................................................................. 38 Referências ................................................................................................................................................... 39 NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 5 APRESENTAÇÃO Olá, cursista! Neste módulo, vamos apresentar noções gerais sobre gestão de pessoas no serviço público, as quais serão organizadas nos seguintes tópicos: perspectiva histórica e gestão de pessoas no Brasil; gestão de pessoas no setor público; e gestão por competências no setor público. A parte inicial deste módulo é importante para a compreensão das políticas de gestão de pessoas na execução penal federal, pois estas apresentam, de forma crítica, os principais conceitos adotados pela administração pública nessa área. Objetivos do módulo • Apresentar os referenciais históricos da gestão de pessoas no setor público. • Discorrer sobre os conceitos da gestão de pessoas no setor público. UNIDADE 1 Gestão de pessoas no setor público NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 7 1. GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚBLICO Para entender sobre a gestão de pessoas no contexto penitenciário, é preciso primeiro compreender conceitos essenciais da gestão no setor público de forma geral. Portanto, veja a seguir como o conteúdo será conduzido nesta primeira unidade. Os trabalhos acadêmicos sobre gestão de pessoas no setor público normal- mente se aprofundam em temas específicos aplicados a um único órgão, o que limita as possibilidades de generalização nessa área. Na área da execução penal, por exemplo, os estudos são escassos. Esse campo de estudo padece de pesquisas mais amplas que busquem compreender como as políticas de gestão de pessoas podem contribuir de forma estratégica para os órgãos de administração penitenciária. Nesse sentido, apresentamos conceitos essenciais para a compreensão da gestão de pessoas na esfera pública, que são particularmente impor- tantes para compreender a gestão de pessoas na execução penal federal. Para a melhor compreensão do conteúdo, propõe-se, de forma inicial, conhecer as transformações dos modelos de administração pública e seus reflexos na gestão de pessoas no setor público. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 8 QR CODE Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir à animação Introdução à gestão de pessoas no setor público, ou acesse o link: https://youtu.be/ CmtkxETzbqI. 1.1 Perspectiva histórica e gestão de pessoas no Brasil A evolução histórica da gestão de pessoas no Brasil está relacionada às suas principais reformas administrativas. Destacam-se as principais características e reformas institucionais ocorridas de 1930 até a década de 1990, com o surgimento da administração gerencial.Exemplos de técnicas operacionais de inteligência Década de 1990 Administração gerencial 1930 A modernidade e os modelos democráticos ensejaram a separação entre o Estado e o mercado, e a criação de novas instituições deu abertura à racio- nalização da administração pública, o que representou uma ruptura com o patrimonialismo – sem, no entanto, eliminá-lo da administração pública –, pautando a administração burocrática weberiana, de padronização e rigidez administrativa, com ideais de concepção de carreiras, profissionalização, hierarquia, impessoalidade e formalismo (CARMO et al., 2018). https://youtu.be/CmtkxETzbqI https://youtu.be/CmtkxETzbqI NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 9 PODCAST A criação do Departamento Administrativo do Serviço Público, o DASP, na década de 1930, foi um marco para a reforma burocrática e buscou concretizar os princípios de racionalidade e eficiência, se tornando a grande agência de modernização do Estado. No entanto, diante das disfunções do modelo burocrático, como a rigidez das normas que inibem as transformaçõese desestimulam as inovações, novos modelos foram estimulados (CARMO et al., 2018). Como você verá a seguir, é no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970 que é possível observar claramente essa transição. A Reforma Administrativa, criada pelo Decreto - Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967, configurou-se como uma tenta- tiva de abandono da rigidez burocrática e adoção da modernização nos processos administrativos do Estado brasileiro. Nesse período houve a separação entre administração direta e indireta, a fim de promover maior descentralização do Estado (CARMO et al., 2018). Com a administração burocrática em crise no início dos anos 1970, houve uma nova tentativa de estímulo à moderni- zação com a criação da Secretaria de Modernização e Reforma Administrativa (SEMOR), encarregada de implantar técnicas de gestão de recursos humanos e promover a modernização funcional e estrutural – advento da admi- nistração pública gerencial –, atribuindo técnicas de descentralização e flexibilidade ao setor público (CARMO et al., 2018). Apesar das expectativas de eficiência e de eficácia, a redemocratização do país, com a Constituição Federal de 1988, configurou-se como um retrocesso na modernização da gestão pública, e isso se deve principal- mente aos motivos elencados a seguir. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 10 Motivos do retrocesso Impôs um Regime Jurídico Único aos servidores dos municípios, estados e União, transformando o regime de trabalho de empregados celetistas para estatutários. Fonte: Adaptado de Carmo et al., 2018. Reduziu a autonomia do Poder Executivo em relação aos órgãos públicos. Reduziu a flexibilidade da administração indireta ao lhe atribuir normas de funcionamento iguais às da administração direta. Na década de 1990, surge a administração gerencial pela necessidade de conferir maior flexibilidade à administração, seguindo os parâmetros do New Public Management (NPM), ou Nova Gestão Pública, que busca a superação do modelo burocrático por meio da perspectiva gerencialista – modelo que propõe um serviço público com as seguintes características, aproximando-se do setor privado (PETERS, 2008). mais flexível descentralizado melhor qualidade orientado ao cidadão eficiente NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 11 No entanto, vale destacar que há diferenças nesse modelo em relação à prática e à teoria, quando pensamos em gestão pública. Na prática, esse movimento de mudança, com enfoque estratégico em gestão de pessoas no serviço público, está longe de ocorrer, pois, mesmo com iniciativas de flexibilidade, o sistema de carreiras do setor público brasileiro ainda possui características de rigidez, o que limita mudanças significativas para uma construção do pró- prio setor público e reforça apenas a importação de tecnologias de gestão do setor privado, sem considerar as peculiaridades inerentes à gestão pública (SECCHI, 2009). Após as mudanças, os dirigentes públicos passaram a lidar com paradoxos, relacionados à transformação contínua das organizações, estilos de liderança, estrutura organizacional, medidas de desempenho, administração de recursos humanos, tecnologia, cultura e estratégia no setor público (CARMO et al., 2018). Fonte: © [zama.studio] / Freepik. O setor público possui uma infinidade de peculiaridades oriundas da própria natureza das organizações que o compõem. Observam-se diver- gências quanto à finalidade, ao recrutamento, à seleção, à contratação, às políticas de remuneração, aos métodos de avaliação de desempenho etc. (BANDEIRA et al., 2017). NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 12 Um ponto de diferenciação importante entre a atuação do ser- vidor público e a do empregado privado é a atuação pública para a tutela de interesses coletivos. Esse aspecto de atuação no setor público é um desafio tanto para a liderança quanto para os de- mais membros das equipes, o que confere um componente ético imperativo de agir em busca do melhor resultado do trabalho e maior complexidade ao setor público (BERGUE, 2019). 1.2 Gestão estratégica de pessoas no setor público Vistos os diferentes modelos e reformas pelas quais o setor público passou, agora vamos nos aprofundar na Gestão Estratégica de Pessoas (GEP). A gestão de pessoas pode ser definida como um conjunto de políticas e práticas organizacionais que orientam o comportamento humano e as relações interpessoais no ambiente de trabalho. Essa compreensão faz parte de uma evolução da área, em que se transita da perspectiva de recursos humanos, centrada em controle de pessoal e procedimentos administrativos, para a GEP, que consiste na articulação funcional e de objetivos individuais e organizacionais. Foto: © [Rawpixel.com] / Freepik. A alteração nas relações de trabalho ao longo dos anos faz com que a apren- dizagem e o desenvolvimento sejam importantes para os trabalhadores, o que torna a gestão de pessoas uma função estratégica nas instituições para o alcance dos objetivos organizacionais, dando enfoque a modelos de gestão orientados para resultados (LONGO, 2007). http://Rawpixel.com NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 13 Longo (2007) sugere a tentativa de influenciar a conduta das pessoas na busca de adequá-la aos objetivos de uma organização. A inserção desse modelo no serviço público vem atrelada ao movimento do New Public Management, em resposta às necessi- dades do mundo globalizado e competitivo, por meio da gestão por competências, que possui uma metodologia coerente com a gestão de pessoas na perspectiva de alinhamento dos objetivos, metas e processos organizacionais (BANDEIRA et al., 2017). A gestão estratégica de pessoas é uma maneira de vincular a gestão de pessoas à estratégia da organização, o que confere a essa área a atribuição de fomentar a conexão entre as pessoas e os resultados que a organização pretende alcançar. A GEP considera os indivíduos como ativos valiosos, conferindo à organização vantagem competitiva, uma vez que o desem- penho de uma organização está condicionado às pessoas que nela atuam. Por isso, o planejamento estratégico deve abranger desde o nível macro até o individual (BERGUE, 2019). QR CODE Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) no QR Code ao lado para assistir ao vídeo Introdução à gestão de estratégica de pessoas, ou acesse o link: https://youtu.be/ BxkdQBz2DhI. Isso posto, a melhor prática de gestão de pessoas se assenta na prece- dência do conceito em relação à técnica, a partir da compreensão de que ela possui uma extensão muito mais ampla e multifacetada do que a expressão funcional sugere, trazendo à luz o entendimento de que tudo nas organizações, em alguma medida, se processa por meio das pessoas – os agentes públicos –, o que implica dizer que a produção de valor público se dá pela ação das pessoas (BERGUE, 2019). Bergue (2019) aponta a necessidade de superar a ideia de que gestão de pessoas constitui monopólio de uma área para compreender sua ex- tensão e significado a partir de um compromisso de toda a organização, pois é uma relação que envolve múltiplos atores, as lideranças e os de- mais membros das equipes, em todos os níveis e áreas da organização como coprodutores dos resultados do trabalho, da qualidade da relação e da saúde do ambiente. https://youtu.be/BxkdQBz2DhI https://youtu.be/BxkdQBz2DhI NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 14 Mariotti (2010) aponta três abordagens fundamentais para compreender a gestão de pessoas de forma estratégica, conforme elencadas a seguir. Compreensãoda gestão de pessoas 3 É fundamental à gestão de pessoas a competência analítica, ou seja, a capacidade de compreender o fenômeno em seu contexto e complexidade é mais importante e anterior ao domínio das ferramentas ou tecnologias de gestão. 2 Gestão, em geral, significa gestão de pessoas. 1 A gestão de pessoas não é uma área (departamento, unidade, secretaria etc.), mas uma função, um processo. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 15 Dessa forma, a gestão de pessoas é um processo cíclico e virtuoso, com ciclos sucessivos e infinitos, que se desenvolvem com a contribuição da unidade de gestão de pessoas como parte da dimensão da gestão, órgão importante da estrutura organizacional, que atua como ativador da formulação, da execução e da avaliação de políticas de gestão de pessoas, entre outras tantas atribuições, em regime de colaboração com os demais atores da organização (BURGUE, 2019). BOAS PRÁTICAS A área de administração vem se valendo cada vez mais do auxílio de psicólogos e profissionais de áreas afins como meio de compre- ender a motivação das pessoas. A psicologia se apresenta como ferramenta essencial à gestão de pessoas, por meio das contri- buições no campo do comportamento humano e organizacional, pois a gestão estratégica de pessoas pressupõe a gestão dos atos legais das relações de trabalho e a subjetividade humana numa mesma dimensão (BANDEIRA et al., 2017). As organizações são formadas por um conjunto de pessoas distintas; portanto, as relações presentes no espaço de trabalho, suas implicações sobre o comportamento humano e as razões que motivam os indivíduos a agirem de forma proativa são pontos essenciais na gestão estratégica de pessoas (BANDEIRA et al., 2017). Atuar estrategicamente nessa área requer entender as pessoas, conhecer um pouco mais de suas essências, formações, personalidades, comportamentos e relacionamentos (BANDEIRA et al., 2017). Foto: © [YuriArcursPeopleimages/ Freepik. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 16 Em um processo complexo, amplo, dinâmico e multidimensional, não existem receitas prontas, aplicáveis a todas organizações. As pessoas são diferentes, desenvolvem relações próprias, transformam-se ao longo do tempo, variando e oscilando em seus comportamentos, interesses e expectativas por diferentes fatores pessoais, profissionais, relacionais, ambientais, entre muitos outros aspectos (BERGUE, 2019). Portanto, estudar gestão de pessoas não é antecipar padrões ide- alizados de como proceder em todas as situações, mas qualificar os agentes públicos a compreender a dinâmica de comportamento das pessoas no ambiente de trabalho, espaço fortemente influen- ciado pelas demais dimensões da vida, buscando desenvolver conceitos que habilitem o reconhecimento de uma perspectiva mais ampla sobre gerenciar pessoas (BERGUE, 2019). UNIDADE 2 Gestão por competências no setor público NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 18 2. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NO SETOR PÚBLICO A administração é o instrumento utilizado pelo Estado para realizar as suas políticas de governo, e a modernização da administração pública é necessária para que a estrutura governamental possa atender de forma mais eficiente e eficaz as demandas sociais. Em razão dos precários serviços públicos ofertados à sociedade, em especial nas políticas sociais e de segurança pública, cabe à administração pública a instituição de tecnologias, metodologias e novos modelos de gestão de pessoas para suprir a escassez de servidores e a falta de qualificação profissional para atender à demanda da população. Dessa forma, nesta unidade vamos aprender um pouco sobre como a gestão por competências se estabelece na administração pública federal, na perspectiva de implementar a gestão estratégica de pessoas. Diversas organizações públicas brasileiras já adotaram planos para a implantação dos modelos de gestão por competências, alguns com mais assertividade do que outros. O que se verifica nas análises sobre o modelo é que sua implementação é dotada de desafios e dificuldades, que se revelam sobretudo no campo cultural e estrutural. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 19 Portanto, o conhecimento sobre o estabelecimento do modelo no âmbito do Poder Executivo Federal é essencial para compreender as políticas de gestão de pessoas realizadas no Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em que se inserem as carreiras da área penitenciária federal. A proposta é que as competências a serem desenvolvidas no curso subsi- diem uma análise crítica do contexto de trabalho na área da execução penal, associada ao conhecimento das políticas, ferramentas e modelos ado- tados e em construção na execução penal federal. 2.1 lnstituição do modelo na administração pública federal Para mobilizar recursos e mecanismos voltados a estimular a moti- vação dos servidores públicos, promovendo o alinhamento com as ativi- dades institucionais da administração pública e as diretrizes de governo, como instrumento de gestão estratégica de pessoas, surge a abordagem de competências no serviço público federal (SILVA; MELLO, 2013). Essa política de desenvolvimento foi, inicialmente, instituída pelo Decreto Federal n° 5.707, de 23 de fevereiro de 2006. A norma inaugurou a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, bem como estabeleceu diretrizes para a sua implementação. Bergue (2019) define a gestão por competências como uma tecnologia de gestão de pessoas em processo de transposição para o contexto do serviço público nas múltiplas esferas de governo, em distintos níveis de intensidade. O autor destaca a relação entre gestão por competência e o conceito de meritocracia, estabelecendo o seguinte: “Pensar a gestão de pessoas sob a perspectiva das competências estabelece uma vinculação com o senso de mérito na medida em que o foco de atenção se desloca do cargo ou da carreira, suas atribuições e parâmetros formais de admissão, lotação e promoção, para as pessoas, suas competências e correspondentes mobilizações, e as estratégias de desenvolvimento dos servidores orientadas pelas ca- pacidades necessárias à realização das entregas de interesse público.” (BERGUE, 2019, p. 45). NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 20 Ainda que o conceito de competência se articule com outros temas correlatos, tais como desempenho, capacitação e lotação de pessoas, o fundamento essencial para a adoção da gestão por competência é promover impactos substantivos sobre a gestão de desempenho por meio da capacitação, sinalizando e orientando as potencialidades de lotação ou de realocação de pessoas (BERGUE, 2019). Veja, a seguir, quais são as perspectivas fundamentais para o modelo de gestão por competências no setor público. Perspectivas fundamentais DA ORGANIZAÇÃO Suas atividades são investigadas a partir do conceito para identificar competências necessárias em cotejo com as existentes, para fins de análise de desempenho e identificação de lacunas orientadas para informar as políticas de capacitação. DAS PESSOAS São reconhecidas como detentoras de competências passíveis de serem mobilizadas para a produção de valor público, numa perspectiva mais orientada para as políticas de movimentação e lotação de servidores. Fonte: Adaptado de Bergue (2019). Por meio do Decreto n° 9.991, de 28 de agosto de 2019, a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoas (PNDP) na administração pública federal foi atualizada. De acordocom o decreto, a PNDP tem o objetivo de: “[...] promover o desenvolvimento dos servidores públicos nas com- petências necessárias à consecução da excelência na atuação dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.” (BRASIL, 2019). NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 21 Apesar de sua vinculação com as entregas institucionais, a implan- tação da gestão de competências não implica o processo de avaliação de desempenho, pois o modelo visa a capacitação dos servidores, por meio de seus instrumentos, como um processo permanente e deli- berado de aprendizagem, de modo a contribuir para o desenvolvimento de competências individuais e institucionais. A prioridade no desenvol- vimento e na flexibilidade da abordagem de gestão por competências é substituir o modelo de qualificação tradicional, que se tornou incompatível com a dinâmica atual do mundo do trabalho (SANTOS, 2011). O conceito de competências articula três dimensões: conhecimentos, habilidades e atitudes, as quais são detalhadas a seguir. Dimensões do conceito de competências Conhecimento Corresponde a uma série de informações assimiladas e estruturadas pelo indivíduo, que lhe permite entender o mundo, ou seja, trata-se da dimensão do saber. Habilidade Está associada ao saber-fazer, ou seja, corresponde à capacidade de aplicar e fazer uso produtivo do conhecimento adquirido e utilizá-lo em uma ação com vista ao alcance de um propósito específico. Atitude Diz respeito aos aspectos sociais e afetivos relacionados ao trabalho, é a dimensão do querer-saber-fazer. Fonte: Adaptado de Santos (2011). As três dimensões da competência estão interligadas e são interde- pendentes, trazendo uma visão mais flexível sobre competência em que se deixa de lado a vinculação restrita ao desenho dos cargos para adotar um conceito dinâmico de habilidades e competências necessá- rias ao sucesso da organização e dos seus parceiros (SANTOS, 2011). NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 22 Essa definição, apesar de não determinar, aproxima a noção de compe- tência à de desempenho, identificando a competência como preditor do desempenho: “[...] como resultado da articulação entre competência individual (conhecimentos, habilidades e atitudes mobilizados nas tarefas desempenhadas), características pessoais (idade, grau de instrução, motivação, estratégias de aprendizagem, etc.) e suporte recebido da organização (material e psicossocial).” (SANTOS, 2011, p. 370). Portanto, esse desempenho se refere à capacidade dos servidores no desenvolvimento de ações finalísticas ou de suporte da organização. Assim, reafirma-se o constructo de competência enquanto comporta- mentos observáveis no trabalho (BRANDÃO; BAHRY; FREITAS, 2008), numa noção que mobiliza o repertório em determinado contexto, caracterizando a competência como o saber agir em determinada situação (SANTOS, 2011). De acordo com o Decreto n° 9.991, de 2019, são instrumentos da PNDP os itens elencados a seguir. Instrumentos da PNDP 1 O Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP). 2 O relatório anual de execução do PDP. 3 O plano consolidado de ações de desenvolvimento. 4 O relatório consolidado de execução do PDP. 5 Os modelos, as metodologias, as ferramentas informatizadas e as trilhas de desenvolvimento, conforme as diretrizes estabelecidas pelo órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC). NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 23 Instrumentos da PNDP 1 O Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP). 2 O relatório anual de execução do PDP. 3 O plano consolidado de ações de desenvolvimento. 4 O relatório consolidado de execução do PDP. 5 Os modelos, as metodologias, as ferramentas informatizadas e as trilhas de desenvolvimento, conforme as diretrizes estabelecidas pelo órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC). O plano anual de desenvolvimento (PDP) é o instrumento que deve con- solidar todas as necessidades de desenvolvimento dos servidores e as respectivas ações planejadas para atendê-las no ano subsequente ao do planejamento. Ou seja, ano a ano, é preciso ser encaminhado à Central SIPEC no prazo estabelecido normativamente pelo decreto que institui a PNDP. PODCAST As ações registradas no PDP não se tornam obrigatórias, mas as ações de desenvolvimento não previstas no plano, inclusive os pedidos de licenças para capacitação e afastamentos voltados ao desenvolvimento de pessoas, não podem ser processadas. Dessa forma, é indispensável a inclusão das competências no levantamento de necessidades, a fim de que as possibilidades sejam deliberadas pela autoridade competente quanto à con- solidação no plano anual. O planejamento anual poderá ser revisado trimestralmente, podendo ser incluídas e retiradas necessidades de desenvolvimento de competências, mediante justificativas, prazos e critérios estabelecidos pela legislação. Portanto, o PDP é um documento flexível, voltado a atender a dinâ- mica estratégica das organizações públicas. Os demais instrumentos (metodologias, relatórios, ferramentas etc.) determinados e previstos na PNDP orbitam seu fomento, sua melhoria ou sua proveniência. Além das informações exigidas no Decreto n° 9.991/2019, o PDP deve apresentar as informações contidas no infográfico a seguir, bem como as demais informações que o órgão central do SIPEC solicitar por meio da ferramenta informatizada. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 24 Fonte: Adaptado de Brasil (2021). São conceitos essenciais para a PNDP, em especial para a elaboração do PDP, de acordo com a Instrução Normativa ENAP n° 21, de 1º de fevereiro de 2021, o que é apresentado a seguir. Conceitos essenciais para o PNDP Necessidade de desenvolvimento Lacuna identificada entre o desempenho esperado e o desempenho atual, derivada da diferença entre o que o servidor deveria saber fazer/ser e o que ele sabe fazer/ser, com efeito sobre os resultados organizacionais. Ação de desenvolvimento Atividade de aprendizagem estruturada para impulsionar o desempenho competente da atribuição pública em resposta a lacunas de performance ou a oportunidades de melhoria descritas na forma de necessidades de desenvolvimento, realizada em alinhamento com os objetivos organizacionais, por meio do desenvolvimento assertivo de competências. 2 $1 INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS NO PDP Obrigatórias Facultativas A necessidade de desenvolvimento. O tipo de aprendizagem e sua especificação. Os dados atualizados que auxiliam no embasamento das necessidades de desenvolvimento. A modalidade da ação de desenvolvimento. A área temática e subárea temática da necessidade de desenvolvimento. O título da ação de desenvolvimento, se já houver previsão. A competência associada da necessidade de desenvolvimento. A carga horária total estimada da ação de desenvolvimento. A competência de liderança relacionada à necessidade em caso de desenvolvimento de capacidades de direção, chefia, coordenação e supervisão. O ano previsto para o término da ação de desenvolvimento. A transversalidade ou não da necessidade de desenvolvimento. O público-alvo da necessidade de desenvolvimento. A(s) unidade(s) onde atuam os servidores que compõem o público-alvo previsto. A(s) unidade(s) da Federação onde estão lotados os servidores que compõem o público-alvo previsto. A quantidade prevista de servidores que terão suas necessidades desenvolvidas para cada ação de desenvolvimento descrita, por unidade da Federação. Se a ação de desenvolvimento tem relação com algum sistema estruturador do Poder ExecutivoFederal. O custo total estimado da ação de desenvolvimento. Se a necessidade da ação de desenvolvimento pode ser atendida por escola de governo ou unidade equivalente do órgão ou entidade do servidor. Fonte: Adaptado de Brasil (2021). NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 25 Os órgãos e as entidades elaborarão e encaminharão a sua proposta de PDP ao órgão Central do SIPEC, para ciência e eventuais sugestões de alteração, até o dia 30 de setembro de cada ano, pela autoridade máxima do órgão ou da entidade, sendo permitida a delegação aos dois níveis hierárquicos imediatos, com competência sobre a área de gestão de pessoas, e vedada a subdelegação (BRASIL, 2019). A aprovação da proposta do PDP será efetivada, a partir de 30 de no- vembro de cada ano, pela autoridade máxima do órgão, que poderá aco- lher ou não as sugestões recebidas do órgão central do SIPEC no período (BRASIL, 2019). No âmbito do Departamento Penitenciário Nacional, a provação e o envio da PDP ao órgão do SIPEC é competência do sub- secretário de administração, conforme estabelecido pela Portaria MJSP n° 443, de 24 de novembro de 2021. A imagem a seguir apresenta quais são os prazos para desenvolvi- mento do PDP. Prazos do PDP Até 30/09 Autoridade máxima do órgão ou entidade envia o PDP ao órgão central do SIPEC, via sistema. 20/10 Órgão central do SIPEC envia para a ENAP o Plano Consolidado de Ações de Desenvolvimento. 10/11 ENAP devolve resposta quanto ao atendimento de necessidades do PDP. 30/11 Órgão central do SIPEC devolve aos órgãos e entidades os PDP via sistema. Fonte: Adaptado de Brasil (2022). As escolas de governo são instituições voltadas ao desenvolvimento de servidores públicos, em especial os cursos de desenvolvimento nos quais a participação constitui requisito para aprovação em estágio probatório, remoção, progressão ou promoção no serviço público federal – ou seja, quando as ações de capacitação forem articuladas com outros processos de gestão de pessoas. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 26 De acordo com as alterações promovidas pelo Decreto n° 10.506, de 2 de outubro de 2020, as escolas de governo são previstas em leis e decretos, bem como reconhecidas em ato do ministro de Estado da Economia, incluídas na estrutura da administração pública federal direta, autárquica e fundacional como escolas de governo do Poder Executivo Federal. Por seu turno, as unidades de gestão de pessoas do órgão e as suas escolas de governo, quando houver, são responsáveis pelo PDP pe- rante o órgão central do SIPEC e apoiarão os gestores e a autoridade máxima do órgão ou da entidade na gestão do desenvolvimento de seus servidores, desde o planejamento até a avaliação. Essa com- petência poderá ser delegada à autoridade máxima da escola de governo do órgão ou da entidade (BRASIL, 2019). Atualmente, o plano é elaborado com o suporte do Portal SIPEC – módulo PDP, no qual servidores, chefias, profissionais de gestão de pessoas e a autoridade máxima da organização, de acordo com seus papéis e perfis no sistema, preenchem informações – chaves de levan- tamento e planejamento. Fonte: Brasil (2022). O relatório de execução do PDP será enviado ao órgão central do SIPEC, ao qual caberá elaborar o relatório consolidado de execução dos PDP a partir da consolidação das informações constantes dos relatórios anuais de execução dos PDP. As ações de desenvolvimento registradas no PDP que ultrapassarem o exercício de execução deverão constar nos relatórios anuais de execução de todos os anos enquanto durar a ação. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 27 O plano de desenvolvimento tem como objetivo viabilizar ações de capacitação aos servidores públicos a partir do sistema cíclico composto pelos itens listados a seguir. Capacitação dos servidores públicos Descrição de cargos e funções. Descrição dos fluxogramas setoriais. Dimensionamento das necessidades de pessoal. Definição de modelo de alocação de vagas. Avaliação de desempenho. 2.2 Desafios para a gestão por competências no setor público Apesar de representar um importante caminho, é um equívoco acreditar que os programas de formação e treinamento levem ao desenvolvi- mento de competências, pois esses programas isolados não asseguram a implantação desse modelo de gestão (SILVA; MELLO, 2013). Os programas tratam de conhecimentos, capacidades e outros recursos desenvolvidos em treinamento, mas pouco tratam da capacidade de mobilizar saberes em situação específica de trabalho (SILVA; MELLO, 2013). O modelo de gestão por competências requer uma cultura aberta ao conhecimento, por meio da qual se possa manter um apren- dizado contínuo, em um ambiente flexível, no qual seja possível aplicar as novas habilidades adquiridas e onde existam os recursos estruturais necessários para que se alcancem os resultados defi- nidos nos objetivos estratégicos (SILVA; MELLO, 2013). NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 28 Apresentamos, a seguir, ações essenciais para iniciar o processo de implementação da gestão por competências. Ações para implementação da gestão por competências Analisar e considerar os fundamentos e objetivos do órgão público em questão para que se possa desenvolver o correto mapeamento das competências necessárias e das já existentes. Desenvolvimento de ações educativas que possam suprir essas necessidades, em que se destacam os cursos, seminários e programas de intercâmbio de informações e experiências. Estudo dos objetivos estratégicos da instituição e, em seguida, definem-se as competências necessárias para atingir esses resultados. 1 2 3 A etapa de mapeamento de competências é de fundamental importância, pois dela decorrem as ações de captação e desenvolvimento de competências, avaliação e retribuição. O setor público apresenta diferentes desafios, principalmente pelo conservadorismo gerencial, pelo processo de decisão cen- tralizado e pelo pouco desenvolvimento de lideranças, além dos problemas de comunicação e da forma tradicional das estruturas das organizações públicas (SILVA; MELLO, 2013). Outros desafios também merecem destaque. A contratação e o pro- cesso seletivo acontecem mediante concursos públicos, regidos por editais conforme a legislação. O processo enrijece as possibilidades de contratação de pessoal com perfil desejado pela organização, deixando de selecionar pessoas com vocação para o devido exercício funcional e, ao mesmo tempo, atraindo pessoas mais interessadas em alguns as- pectos das condições de trabalho, como remuneração e estabilidade (SILVA; MELLO, 2013). NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 29 Concurso público. Foto: © [ED ALVES] / CB/D.A. PRESS. Entre os principais desafios para a gestão por competências no setor público, apontam-se estes fatores da cultura organizacional, apresentados no infográfico a seguir. Desafios da gestão por competências Falta de incentivo à participação em programas de treinamento. Mudança da cultura organizacional do serviço público, onde o sucesso para a implantação da gestão por competências pressupõe comprometimento e ação, migrando de um modelo burocrático para um modelo gerencial de resultados Falta de oportunidade de se aplicar, na prática, o conhecimento adquirido. Inexistência de um sistema de informações bem estruturado. Cultura Fonte: Adaptado de Silva e Mello (2013). NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 30 Além dos desafios culturais apresentados,apontamos outras dificuldades para a implementação adequada da gestão por competências. Outras dificuldades para a implementação 1 Dificuldades metodológicas de mapeamento de competências. 2 Baixo envolvimento da alta administração e de níveis gerenciais. 3 Dificuldade de articulação das novas práticas aos subsistemas de gestão de pessoas. 4 Carência de pessoal qualificado e desconhecimento do tema. 5 Dificuldade de redimensionamento de pessoal, no que se refere a desvios de função, privilégios na carreira, falta de ferramentas e tecnologia de informação que coloque pessoas certas nas funções certas e falta de um banco de talentos. 6 Falta de pessoal para desenvolver as funções provenientes do aumento de demanda e da maior exigência da sociedade. 7 Ausência de incentivos voltados à liderança. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 31 Também existem várias dificuldades de ordem prática para a operacio- nalização da gestão de competências no serviço público. Dificuldades de ordem prática 1 Os quadros funcionais. 2 A direção das organizações nem sempre aceitam as recomendações do modelo. 3 Há uma dificuldade em integrar os sistemas de competência e de desempenho. 4 Não é integrada ao cotidiano da gestão operacional. 5 Os quadros não necessariamente consideram a gestão por competência como valor agregado à organização. 6 Emergência de uma nova burocracia voltada para a implementação do sistema. Nesse contexto de desafios, a unidade de gestão de pessoas e as escolas de governo ocupam um espaço importante, pois são responsáveis pela coordenação, elaboração, execução, monitoramento e avaliação do plano de desenvolvimento de pessoas. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 32 Segundo a PNDP (BRASIL, 2021), cabe a essas instâncias as seguintes ações: ✓ Dar ampla divulgação à PNDP. ✓ Orientar e divulgar internamente a metodologia utilizada (por competências), a partir das orientações do órgão central do SIPEC, para o levantamento das necessidades de desenvolvimento dos servidores. ✓ Garantir que a oferta das ações de desenvolvimento aconteça de ma- neira equânime a todos os servidores, privilegiando a alternância. ✓ Preencher, analisar, consolidar e revisar o PDP. ✓ Orientar os servidores responsáveis pela elaboração do PDP quanto ao seu correto preenchimento, na forma do disposto no art. 3º do Decreto n° 9.991, de 2019. ✓ Obter a aprovação do PDP pela autoridade máxima do órgão ou entidade. Como já visto na primeira unidade, a gestão de pessoas é competência de toda a organização, incluindo responsabilidades específicas para a área de pessoal. A área de pessoal ocupa um espaço técnico, de promoção de políticas e de mediação, mas é preciso ter a compreensão de que a organização é formada por pessoas, e gerir pessoas é função de todos. Elencamos, a seguir, boas práticas para a implementação da gestão por competências no setor público. Boas práticas para a implementação Instituição de plano de desenvolvimento dos integrantes do plano de cargos e carreiras. Instituição de plano de desenvolvimento dos cargos e carreiras, com recorte para alcance das metas do planejamento estratégico e diretrizes institucionais. Criação de sistema de gestão em que a área de pessoal se reporta diretamente à direção institucional da organização. Boas práticas NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 33 Boas práticas para a implementação Integração da área de gestão de pessoas aos negócios institucionais, coroando a gestão por competências como chave no processo de gestão estratégica. Realizar etapa de sensibilização no processo de implantação do modelo junto aos servidores.Boas práticas Um dos principais objetivos da gestão por competências é identificar qual o perfil de competências individuais mais adequado para o desempenho de determinada função. Os estudos mostram que é essencial identificar as capacidades dos servidores para propor planos de desenvolvimento e capacitação de maneira articulada, sistêmica e estratégica (SILVA; MELLO, 2013). SAIBA MAIS Neste módulo inicial, tratamos de ideias e conceitos importantes para a implementação da gestão estratégica de pessoas na admi- nistração pública. Para aprofundar os conhecimentos e habilidades relacionados ao processo operacional de gerenciamento do plano de desenvolvimento de pessoas, leia o Guia para elaboração do Plano de Desenvolvimento de Pessoas, do Ministério da Economia (BRASIL, 2022), disponível em: https://www.gov.br/ servidor/pt-br/acesso-a-informacao/gestao-de-pessoas/pndp/ paginas/GuiaparaelaboraodoPDP2023verso30.06.22.pdf. Como já visto, o modelo estudado contribui para que a cultura do serviço público patrimonialista seja rompida (SILVA; MELLO, 2013). “Sendo assim, a abordagem da gestão por competências infere pensar numa organização transformada, com identidade corporativa, de modo a encarar os novos desafios externos e internos. Não basta simplesmente introduzir uma nova ferramenta de gestão, https://www.gov.br/servidor/pt-br/acesso-a-informacao/gestao-de-pessoas/pndp/paginas/GuiaparaelaboraodoPDP2023verso30.06.22.pdf https://www.gov.br/servidor/pt-br/acesso-a-informacao/gestao-de-pessoas/pndp/paginas/GuiaparaelaboraodoPDP2023verso30.06.22.pdf https://www.gov.br/servidor/pt-br/acesso-a-informacao/gestao-de-pessoas/pndp/paginas/GuiaparaelaboraodoPDP2023verso30.06.22.pdf NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 34 sem transformar de maneira simultânea o sistema todo, sem incluir po- líticos e cidadãos nesse processo. Nesse sentido corrobora-se com Ca- pano e Steffen (2012), os quais recomendam o uso de descobrimento, de inovação, de autoconstrução de novos saberes compartilhados, com insistência, numa forma de pedagogia real, com coordenação, controle, enfocando todos os esforços feitos em prol dos resultados e dos clientes-cidadãos. Por fim, os desafios da implantação da gestão por competências no setor público também passam por com- preender que é um processo evolucionário, onde o sucesso depende de eventos planejados e espontâneos que objetivam transformar comportamentos em atitudes, o que leva tempo e exige perseverança nas ações organizacionais do dia a dia.” (SILVA; MELLO, 2013, p. 15). Vale salientar a previsão do Decreto n° 9.991, de 28 de agosto de 2019, quanto ao plano de desenvolvimento de pessoal, a ser desenvolvido e aprovado por cada instituição, ou pasta ministerial da administração pública federal. “Art. 3º Cada órgão e entidade integrante do SIPEC elaborará anual- mente o respectivo PDP, que vigorará no exercício seguinte, a partir do levantamento das necessidades de desenvolvimento relacionadas à consecução dos objetivos institucionais. § 1º O PDP deverá: I - alinhar as necessidades de desenvolvimento com a estratégia do órgão ou da entidade; [...] II - estabelecer objetivos e metas institucionais como referência para o planejamento das ações de desenvolvimento; III - atender às necessidades administrativas operacionais, táticas e estratégicas, vigentes e futuras; IV - nortear o planejamento das ações de desenvolvimento de acordo com os princípios da economicidade e da eficiência; NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 35 V - preparar os servidores para as mudanças de cenários internos e externos ao órgão ou à entidade; VI - preparar os servidores para substituições decorrentes de afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e da vacância do cargo; VII - ofertar ações de desenvolvimento de maneira equânime aos servidores; VIII - acompanhar o desenvolvimento do servidordurante sua vida funcional; IX - gerir os riscos referentes à implementação das ações de desenvolvimento; X - monitorar e avaliar as ações de desenvolvimento para o uso adequado dos recursos públicos; e XI - analisar o custo-benefício das despesas realizadas no exercício anterior com as ações de desenvolvimento. § 2º A elaboração do PDP será precedida, preferencialmente, por diagnóstico de competências. § 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se diagnóstico de competências a identificação do conjunto de conhecimentos, habilidades e condutas necessários ao exercício do cargo ou da função. Art. 4º O PDP conterá, no mínimo: I - a descrição das necessidades de desenvolvimento que serão contem- pladas no exercício seguinte, incluídas as necessidades de desenvolvi- mento de capacidades de direção, chefia, coordenação e supervisão; II - o público-alvo de cada necessidade de desenvolvimento; III - Revogado pelo Decreto nº 10.506, de 2020; IV - o custo estimado das ações de desenvolvimento. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 36 Parágrafo único. O PDP também conterá as ações de desenvolvimento, caso já tenham sido definidas, com respectiva carga horária estimada, que atenderão cada necessidade de desenvolvimento identificada, previstas para o exercício seguinte.” (BRASIL, 2019). Por fim, para fechar este módulo, vejamos algumas abordagens típicas para compreensão da gestão de pessoas. Abordagens para compreensão da gestão de pessoas A abordagem burocrática Amplia a visão taylorista, não somente por descrevê-la em seus efeitos – as burocracias –, mas por aportar uma dimensão de análise mais ampla, incluindo o poder, na expressão da dominação (WEBER, 1999; 1978). Possui as características conformadoras dos aparelhos administrativos que emergiam nas sociedades – denominadas de burocracias. Características que moldam os aparelhos administrativos eficientes: competências oficiais fixas; hierarquia de cargos em carreiras; formalização; conhecimento especializado e qualificação técnica; emprego pleno da força de trabalho e horário obrigatório e fixamente delimitado (WEBER, 1999). A abordagem clássica do pensamento administrativo Fundamentos da visão departamental da gestão de pessoas, divisão do trabalho em áreas e cargos, senso de motivação das pessoas associado ao componente remuneratório, especialização dos servidores em cargos e constituição de carreiras, padronização e formalização de procedimentos, políticas de remuneração variável baseadas em resultados, pessoas como apêndices dos processos de trabalho, recursos que se subordinam aos ditames das normas e dos procedimentos. (TAYLOR, 1987). As modalidades de abordagens NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA EXECUÇÃO PENAL FEDERAL: VALORIZAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO MÓDULO 1 | Gestão de pessoas 37 Abordagens para compreensão da gestão de pessoas A abordagem comportamental No campo da gestão, essa abordagem se volta para o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho, e se ocupa com fenômenos como a motivação humana, a liderança e o processo de tomada de decisão. Essa abordagem pode ser vista como uma abordagem diversa, que traz em seu bojo teorias complementares, em resposta à complexidade da atuação humana no trabalho: Maslow explicará a motivação das pessoas como resultante das suas necessidades; Herzberg a explica a partir da noção de satisfação; Victor Vroom explica a motivação como função das expectativas das pessoas; Adams destaca o senso de equidade como fator influenciador da motivação das pessoas. A abordagem humanista Voltada à análise da dimensão humana das organizações. Na perspectiva humanista, as relações que se estabelecem entre as pessoas adquirem centralidade na forma de gerenciar as organizações (MAYO, 2005). Segundo essa referência, as pessoas são a organização. Para essa abordagem, o desempenho é impactado pelos vínculos interpessoais de cooperação, de valorização no ambiente de trabalho. Fonte: Adaptado de Bergue (2019). As modalidades de abordagens Veja a seguir uma retomada dos pontos abordados neste módulo. 38 SÍNTESE DO MÓDULO Neste módulo, abordamos os temas de gestão de pessoas e competências no serviço público, como parte introdutória do curso de gestão de pessoas na execução penal federal. Essa construção é essencial para definir o papel do Estado e a importância de cada pessoa nas organizações públicas. Os desafios apresentados nesses estudos mostram que as mudanças no setor público não são rápidas, principalmente se as compararmos com o setor privado. Porém, toda discussão abre caminhos para um diálogo mais profundo sobre a qualidade de serviços públicos e cidadania, debate que agrega a valorização do servidor público, a capacitação e a qualificação como caminhos para uma administração pública eficiente, eficaz e que impacte positivamente a vida dos cidadãos através das políticas públicas. Você finalizou o Módulo 1! No Módulo 2 trataremos da execução penal e seus diversos aspectos. Até lá! 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Acesso em: 15 mar. 2023. https://periodicos.uff.br/pca/article/view/11326 https://periodicos.uff.br/pca/article/view/11326 https://www.redalyc.org/pdf/2234/223417436002.pdf https://www.redalyc.org/pdf/2234/223417436002.pdf https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5707.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5707.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7133.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7133.htm REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto n° 9.991, de 28 de agosto de 2019. Dispõe sobre a Po- lítica Nacional de Desenvolvimento de Pessoas da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e regulamenta dispositivos da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, quanto a licenças e afastamentos para ações de desenvolvimento. Brasília, DF: Presidência da República, 2019. 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Gestão por competências no setor público 2.2 Desafios para a gestão por competências no setor público Síntese do Módulo Referências