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Gestão de Resíduos A gestão de resíduos sólidos é um desafio global. Vamos abordar : * legislação, etapas, tecnologias e benefícios da gestão de resíduos. Os resíduos sólidos ameaçam o meio ambiente e a saúde pública. É crucial encontrar soluções sustentáveis para reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos. Resíduos "Resíduos são os produtos do consumo e das atividades humanas que, embora sem utilidade imediata para quem os gerou, podem vir a ser úteis para outros, em sua forma original ou após transformação, na produção de novos bens ou como fonte de energia." Darcy Ribeiro, em "O Processo Civilizatório: etapas da evolução sociocultural" Antropólogo e educador brasileiro. Rejeito O rejeito é um tipo específico de resíduo — quando foram esgotadas todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem. Desafios na Gestão de Resíduos Crescente produção de resíduos, a falta de infraestrutura adequada, a necessidade de conscientização e participação da comunidade, a contaminação de resíduos e solos, além de questões econômicas e políticas. Superar esses desafios é fundamental para garantir uma gestão eficaz e sustentável dos resíduos. O ciclo da gestão de resíduos consiste em um conjunto de ações adequadas nas etapas de: coleta, armazenamento, transporte, tratamento, destinação final e disposição final ambientalmente correta, objetivando a minimização da geração de resíduos, à preservação da saúde pública e a qualidade do meio ambiente. A destinação de resíduos diz respeito à reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético. A disposição final ambiental é a distribuição ordenada de rejeitos em aterros. Classificação de Resíduos A classificação de resíduos é a categorização dos materiais descartados de acordo com suas características físicas, químicas, biológicas e suas origens. Essa classificação é crucial para definir os métodos mais adequados de tratamento e disposição final dos resíduos. Orgânicos Resíduos orgânicos são compostos principalmente por materiais de origem biológica, como restos de alimentos, folhas, cascas, etc. Esses resíduos podem ser decompostos naturalmente por processos biológicos, sendo adequados para compostagem. Inorgânicos Resíduos inorgânicos são materiais não biodegradáveis, geralmente de origem mineral ou industrial, como vidro, metal, plástico e papel. Esses resíduos requerem técnicas de tratamento específicas, como reciclagem ou incineração. Perigosos Resíduos perigosos apresentam características que podem representar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, devido a suas propriedades físicas, químicas ou biológicas. Podem conter substâncias tóxicas, inflamáveis, corrosivas, entre outras. Não Perigosos Resíduos não perigosos são materiais que não apresentam características de periculosidade à saúde ou ao ambiente. Podem ser tanto orgânicos quanto inorgânicos, desde que não contenham substâncias que representem riscos significativos. Vídeos : https://www.youtube.com/watch?v=kg4oNO_heNs - aterro sanitário https://www.youtube.com/watch?v=ZBkMFIf9zKk https://www.youtube.com/watch?v=yMyUgiK1tCI Origem dos Resíduos A origem dos resíduos se refere ao setor ou atividade que gera os materiais descartados. Essa origem pode influenciar as características e a composição dos resíduos. Domésticos Resíduos domésticos são gerados nas residências e incluem principalmente restos de alimentos, embalagens, papel, plástico, vidro, entre outros. São uma fonte significativa de resíduos urbanos. Industriais Resíduos industriais são gerados por atividades industriais e podem incluir produtos químicos, metais, resíduos de processos de produção, entre outros. Podem variar em termos de volume, composição e toxicidade. Origem dos Resíduos Hospitalares Resíduos hospitalares, também chamados de resíduos de serviços de saúde, são gerados em hospitais, clínicas e laboratórios. Podem conter materiais biológicos, produtos químicos, materiais perfurocortantes e outros itens utilizados em procedimentos médicos. Comerciais Resíduos comerciais são provenientes de atividades comerciais, como lojas, escritórios e restaurantes. Podem incluir papel, embalagens, produtos descartados, entre outros. Origem dos Resíduos Construção civil Esses resíduos têm como origem reformas, reparos de clínicas radiológicas e instalações industriais, bem como demolições. Além disso, inclui materiais como telhas (amianto) e ou outros produtos nocivos à saúde. Agrícola: podem incluir embalagens de defensivos agrícolas, restos de criatórios intensivos, bagaço de cana, entre outros De limpeza urbana: originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas - Mineração Impactos Ambientais, Sociais e Econômicos dos Resíduos Não Gerenciados Impactos Ambientais: Poluição do Solo: Resíduos não gerenciados, como lixões a céu aberto, podem contaminar o solo com substâncias tóxicas e produtos químicos prejudiciais. Isso afeta a fertilidade do solo e pode levar a danos duradouros ao ecossistema terrestre. Poluição da Água: Resíduos não tratados podem infiltrar-se no solo e contaminar os lençóis freáticos e fontes de água. Isso resulta em poluição da água, colocando em risco a vida aquática e a saúde humana que dependem dessas fontes para consumo. Poluição do Ar: A má gestão de resíduos, como a queima a céu aberto, libera gases tóxicos e partículas finas na atmosfera. Esses poluentes podem causar problemas respiratórios e de saúde em humanos e animais, além de contribuir para as mudanças climáticas. Impactos Sociais: Saúde Pública: Descrição: A poluição resultante dos resíduos não gerenciados pode levar a problemas de saúde, como doenças respiratórias, gastrointestinais e dermatológicas. As comunidades próximas a locais de má gestão de resíduos são as mais afetadas. Qualidade de Vida: Descrição: Resíduos não gerenciados prejudicam a qualidade de vida das pessoas nas áreas afetadas. O mau cheiro, a poluição visual e os riscos à saúde afetam negativamente o bem-estar e o ambiente social. Desigualdades Sociais: Descrição: A má gestão de resíduos tende a afetar desproporcionalmente comunidades de baixa renda e marginalizadas, aumentando as desigualdades sociais e reforçando a exclusão social. Impactos Econômicos: Custos de Saúde: Descrição: O tratamento de problemas de saúde causados pela má gestão de resíduos resulta em altos custos para os sistemas de saúde e para os indivíduos, reduzindo a produtividade econômica. Perda de Recursos: Descrição: Os resíduos não gerenciados representam uma perda de recursos valiosos que poderiam ser reciclados ou reutilizados. Isso impacta negativamente a economia ao desperdiçar recursos que poderiam ser reinseridos no ciclo produtivo. Turismo e Atração de Investimentos: Descrição: A poluição resultante da má gestão de resíduos pode afastar o turismo e os investimentos de áreas afetadas, prejudicando as economias locais que dependem dessas atividades. Exemplos de Poluição do Solo, Água e Ar devido à Má Gestão de Resíduos Poluição do Solo: Exemplo: Vazamento de lixões a céu aberto contaminando o solo com substâncias químicas, metais pesados e toxinas, afetando a flora e a fauna locais. Poluição da Água: Exemplo: Infiltração de lixiviados de lixões não revestidos nos lençóis freáticos, contaminando águas subterrâneas com produtos químicos nocivos. Poluição do Ar: Exemplo: Queima a céu aberto de resíduos, liberando gases tóxicos e partículas finas na atmosfera, contribuindo para a poluição do ar e impactando a saúde respiratória da população. Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, temos uma ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. vídeos https://www.youtube.com/watch?v=UuOzQbBMm08 https://www.youtube.com/watch?v=jt8KHXjmXZA Legislação Relacionada à Gestãode Resíduos A legislação ambiental exige que as empresas implementem práticas de gestão de resíduos responsáveis. Ela abrange a classificação, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos, visando preservar o ambiente. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é uma legislação brasileira que tem como objetivo estabelecer diretrizes para a gestão adequada dos resíduos sólidos, buscando a proteção da saúde pública, do meio ambiente e o estímulo à economia sustentável. A PNRS foi instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, e traz princípios e objetivos para a gestão dos resíduos sólidos, incluindo a prevenção e redução na geração de resíduos, a reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como a disposição final ambientalmente adequada. Alguns dos principais pontos da PNRS incluem: Responsabilidade compartilhada: Estabelece que a responsabilidade pela gestão dos resíduos é de todos os envolvidos, desde os fabricantes e importadores até o consumidor e o poder público. Logística reversa: Prevê a implantação de sistemas de logística reversa, em que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes são responsáveis pelo recolhimento e destinação adequada dos produtos após o uso pelo consumidor. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; pilhas e baterias; pneus; óleos seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes (Brasil, 2010b). Alguns dos principais pontos da PNRS incluem: Economia circular: Estimula a transição para uma economia circular, na qual os produtos são concebidos para serem reutilizados, reciclados e reincorporados no ciclo produtivo, minimizando a geração de resíduos. Plano de gestão integrada: Exige a elaboração de planos de gestão de resíduos sólidos pelos municípios e estados, contemplando ações para a gestão integrada e o manejo dos resíduos sólidos. Alguns dos principais pontos da PNRS incluem: Instrumentos econômicos: Introduz incentivos econômicos, como taxas e incentivos fiscais, para promover a gestão adequada dos resíduos sólidos. A PNRS representa um avanço importante na gestão dos resíduos sólidos no Brasil, promovendo a mudança de paradigma em relação ao tratamento e destinação dos resíduos, com foco na sustentabilidade e na responsabilidade de todos os envolvidos na cadeia produtiva. A Lei estabeleceu um prazo para a disposição final adequada dos rejeitos em até quatro anos após a sua publicação, com o encerramento dos lixões até agosto de 2014, o que na realidade não aconteceu até hoje em boa parte do País. A PNRS também estabeleceu a obrigatoriedade de elaboração dos PMGIRS como pré-requisito para que as municipalidades obtivessem acesso aos recursos da União por meio de incentivos (Brasil, 2010). A legislação ambiental relacionada aos resíduos estabelece normas, diretrizes e responsabilidades para a geração, transporte, armazenamento, tratamento e destinação final dos resíduos, visando a sua gestão sustentável e segura. Ela busca garantir que a gestão de resíduos seja feita de acordo com critérios ambientais, sociais e econômicos, promovendo práticas responsáveis. A PNRS incorpora novos conceitos e propõe ferramentas de gestão, como: Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos; responsabilidade compartilhada; Planos Integrados de Resíduos Sólidos; coleta seletiva; Sistemas de Logística Reversa; incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas de materiais reutilizáveis e recicláveis; e educação ambiental (Brasil, 2010b; MMA, 2015). Introdução à legislação sobre gestão de resíduos A legislação sobre gestão de resíduos estabelece as diretrizes para um manejo adequado dos resíduos, garantindo a proteção do meio ambiente e a saúde pública. Conheça os principais pontos dessa legislação. Princípios básicos da lei Responsabilidade compartilhada A legislação promove a responsabilidade compartilhada entre geradores de resíduos, empresas, governo e sociedade civil. Hierarquia de gerenciamento A legislação estabelece a hierarquia do gerenciamento de resíduos, priorizando a minimização, reutilização, reciclagem, tratamento e, por último, a disposição final ambientalmente adequada. Ciclo de vida dos produtos A legislação incentiva a redução dos impactos ambientais ao longo do ciclo de vida dos produtos, desde a fabricação até o descarte. Geração de Resíduos A geração de resíduos refere-se à produção de materiais que não têm mais valor ou utilidade para o seu gerador. Isso ocorre em diversos setores, incluindo residências, indústrias, comércio, serviços e instituições, contribuindo para o acúmulo de resíduos que necessitam de gerenciamento adequado. Responsabilidades dos geradores de resíduos 1 Classificação Os geradores de resíduos devem classificar corretamente os resíduos gerados, considerando sua periculosidade e características. 2 Armazenamento É responsabilidade dos geradores garantir o armazenamento temporário adequado dos resíduos, de acordo com as normas estabelecidas. 3 Transporte Os geradores devem contratar transportadoras licenciadas para o transporte seguro e adequado dos resíduos até a destinação final. 4 Destinação final Os geradores têm a responsabilidade de destinar adequadamente os resíduos, seguindo as modalidades previstas na legislação. Acondicionamento e Coleta de Resíduos Acondicionamento refere-se à embalagem e disposição inicial dos resíduos em recipientes adequados, enquanto a coleta é o processo de recolhimento dos resíduos acondicionados, normalmente realizado por órgãos públicos ou empresas contratadas. Essas etapas são cruciais para garantir a segurança e a eficiência do transporte dos resíduos para tratamento. Transporte de Resíduos É a fase em que os resíduos coletados são movidos dos pontos de coleta até as instalações de tratamento ou disposição final. Esse transporte deve ser feito de maneira adequada, respeitando normas de segurança e ambientais para evitar vazamentos, contaminação ou qualquer impacto negativo no meio ambiente e na saúde. Tratamento e Disposição Final de Resíduos O tratamento de resíduos envolve a aplicação de técnicas para reduzir a quantidade e a nocividade dos resíduos, podendo incluir reciclagem, compostagem, incineração, entre outros. A disposição final é o destino final dos resíduos após o tratamento, que pode ser um aterro sanitário, aterro controlado, usina de incineração, entre outros. O papel dos municípios na gestão de resíduos Coletores e segregadores Os municípios desempenham um papel fundamental na coleta, segregação e encaminhamento dos resíduos gerados pelos cidadãos e empresas. Centro de triagem Além disso, os municípios devem providenciar a infraestrutura necessária, como centros de triagem, para o devido tratamento dos resíduos. Disposição final Os municípios são responsáveis por garantir a correta disposição final dos resíduos, seja por meio de aterros sanitários ou outras opções sustentáveis. Modalidades de destinação final de resíduos 1 Aterro sanitário O aterro sanitário é o método mais utilizado para a destinação final de resíduos sólidos, garantindo seu confinamento e minimização de impactos ambientais. 2 Reciclagem A reciclagem é uma modalidade cada vez mais importante, permitindo a transformação de resíduos em novos produtos, reduzindo a extração de recursos naturais. 3 Compostagem A compostagem é uma opção sustentável para o tratamento de resíduos orgânicos, transformando-os em adubo e evitando a contaminação do solo e da água. 4 Incineração A incineração é utilizada para o tratamento de resíduos perigosos e pode gerar energia, mas requer tecnologias avançadas para minimizar à emissão de poluentes.Principais Etapas da Gestão de Resíduos 1 Identificação e Classificação Os resíduos são identificados, classificados de acordo com sua periculosidade e origem. 2 Coleta e Transporte Os resíduos são coletados e transportados para as instalações de tratamento adequadas. 3 Tratamento e Disposição Os resíduos são tratados e dispostos corretamente, seguindo normas e regulamentos. O controle e a fiscalização das atividades Licenciamento ambiental A atividade de gestão de resíduos requer um licenciamento ambiental específico, garantindo que as empresas cumpram as exigências legais. Fiscalização rigorosa Órgãos ambientais e entidades responsáveis realizam fiscalizações efetivas para garantir o cumprimento da legislação ambiental e a correta gestão dos resíduos. Sanções aplicáveis Em caso de descumprimento da legislação, estão previstas sanções que variam desde multas até a suspensão das atividades da empresa infratora. Desafios na Gestão de Resíduos 1 Conscientização É essencial conscientizar a população sobre a importância da gestão adequada dos resíduos. 2 Recursos Financeiros A falta de recursos financeiros pode dificultar a implementação de infraestrutura e tecnologias necessárias para a gestão de resíduos. 3 Integração de Stakeholders A coordenação entre governo, empresas, comunidades e organizações é fundamental para uma gestão eficaz dos resíduos. Stakeholders significa partes interessadas. Tecnologias e Métodos Utilizados na Gestão de Resíduos Separar A separação adequada dos resíduos na fonte é essencial para facilitar o tratamento e reciclagem. Compostagem A compostagem transforma resíduos orgânicos em adubo, reduzindo a quantidade de resíduos enviados aos aterros. Produção de Biogás Através do tratamento anaeróbico, é possível gerar biogás a partir de resíduos orgânicos, que pode ser usado como fonte de energia renovável. Boas Práticas na Gestão de Resíduos Redução de Resíduos Evitar o desperdício e promover a reutilização são boas práticas para reduzir a quantidade de resíduos gerados. Reciclagem A reciclagem de materiais como papel, plástico e vidro contribui para a economia circular e a redução da extração de recursos naturais. Educação Ambiental Informar e educar a comunidade sobre a importância da gestão de resíduos é fundamental para promover mudanças de hábitos e comportamentos. Benefícios e Impactos da Gestão de Resíduos 1 Redução da Poluição A gestão adequada dos resíduos contribui para a redução da poluição do solo, água e ar. 2 Preservação dos Recursos Naturais A reciclagem e reutilização de materiais reduzem a extração de recursos naturais, como madeira e petróleo. 3 Geração de Empregos A indústria da gestão de resíduos cria empregos diretos e indiretos, promovendo o desenvolvimento econômico. Bibliografia BARBIERI, J. C.. Gestão Ambiental Empresarial. 3ªed.São Paulo: Editora Saraiva, 2011. TACHIZAWA, T. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Coorporativa - Estratégias de Negócios Focadas na Realidade.8ªed. São Paulo: Editora Atlas, 2015. SEIFFERT,M. E. B. Gestão Ambiental: Instrumentos, Esferas de Ação e Educação Ambiental.3ªed. São Paulo: Editora Atlas, 2014. image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png media1.mp4 image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png