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CRONOLOGIA DE MACAÉ Estudiosos de Arqueologia estimam que por volta de 8000 a.C., ainda no período glacial, no chamado Pleistoceno Final, a região sudeste do Brasil começou a ser povoada, incluindo o território do atual município de Macaé. O recuo do mar, nesse estágio, formou uma extensa orla de terra seca a leste da barreira da Serra do Mar e esta, por seus relevos sinuosos, pelas baixas temperaturas e escassez de vida animal, constituía-se em grande empecilho para que grupos humanos se expandissem do interior para o litoral. Muitos defendem a tese de uma migração, do sul para o norte, de bandos que empreenderam longas viagens estabelecendo-se na costa fluminense. O nível do mar estava abaixo do atual e as ilhas do Arquipélago de Santana provavelmente pertenciam à costa litorânea, formando pequenos montes, preservando ossada humana, com peculiaridades científicas, além de vestígios de interesse para a Paleontologia e a Malacologia, respectivamente o estudo de vegetais, animais fósseis e de moluscos. “Por causa da oscilação do nível oceânico muito do material arqueológico produzido em Macaé foi arrasado ou encontra-se submerso [...] Acredito que os sítios arqueológicos macaenses, mereçam estudos mais detidos... muita coisa boa está por vir. Aquele Arquipélago [de Santana] é precioso!” ALTAMIRANO ENCISO, Alfredo José (1940) - Doutor em Paleopatologia (FIOCRUZ). Análises sistematizadas desses sítios permitiriam o esclarecimento da pré-história do homem “macaense”, trazendo luz à sua estrutura social e colocando Macaé dentre as comunidades que podem orgulhar-se de contribuir para compreensão e engrandecimento da trajetória civilizatória da Humanidade. Aqueles foram sucedidos pelos grupos indígenas, da tradição tupi-guarani, que habitaram nosso território: Os Sacurus, na região serrana, viveram praticamente isolados, sendo os últimos a terem contato com brancos catequizadores, legando muitos costumes, principalmente na culinária. Os Tamoios, na margem direita do Rio Macaé, foram os ameríndios que melhor assimilaram a cultura europeia, embora tenham confrontado os portugueses em sangrentas batalhas, sendo aliados dos franceses. Do lado esquerdo do rio, a planície, estavam os Goitacás, descritos como bárbaros, porém com capacidade intelectual superior a da maioria dos silvícolas, nunca se entenderam com os europeus, impedindo o sucesso da Capitania de São Tomé. “Numa leitura bairrista poderíamos dizer que o personagem Peri, protagonista do romance ‘O Guarani’ [de José de Alencar], era macaense (Risos!). Sim, ele é descrito como um ‘chefe goitacá’. Sua ligação com a fidalga Ceci representa a síntese racial do povo brasileiro. Eu mesma, pelo lado Rocha, descendo de uma índia goitacá com um padre! (Risos!)” UCHÔA, Yolanda de Souza (1912- 1999) - Macaense, Professora, Poetisa, membro de uma tradicional família do antigo distrito de Carapebus. Já em 1557, na obra “As Singularidades da França Antártica, também Nomeada América e de Mais Terras e Ilhas Descobertas de Nossos Tempos”, o frade francês André Thevet relatou o seu desembarque na barra do Rio Maqué, sendo recebido por indígenas. Em 1578, outro francês, Jean de Léry, publicou o livro “História de uma viagem feita à terra do Brasil, também dita América”, com referência ao nome Macaé e observações sobre a região. Desde então surgiram registros equivocados sobre o significado do nome, como: “arara-verde”, “rio-fundo” e “rio-salgado”, porém o erro mais comum é “rio-dos-bagres”, pela abundância do pescado. Quanto à origem do termo, não resta dúvidas tratar-se de vocábulo indígena, procedente da corruptela “maca-ê”, que significa “coco-doce”, produzido pela palmácea macabaíba. “Lembro bem do tempo em que se escrevia Macaé com ‘agá’, Macahé. Fui alfabetizado escrevendo assim, no colégio de Dona Irene [Meirelles]. Com a reforma ortográfica [1943] caiu o ‘agá’. Meu pai [o farmacêutico José Siqueira da Silva] sempre se recusou a escrever do jeito novo. Aquela gente antiga ficou revoltada (Risos!).” SIQUEIRA, Jair Picanço (1925-2007) - Macaense, Médico, Empresário, Colecionador. Desde a chegada dos portugueses ao Brasil, a costa marítima macaense foi uma espécie de ancoradouro natural, onde aportavam naus, pertencentes ao consórcio privado liderado pelo cristão-novo Bartolomeu Marchioni, agraciado pela coroa portuguesa com o direito de escravizar índios e extrair a grande riqueza da terra, o pau-brasil, cobiçado por indivíduos de diversas nacionalidades. Já no ano de 1614, o Conde de Gondomar, embaixador em Londres, ciente de que piratas, patrocinados pela coroa britânica, contrabandeavam o ouro-púrpuro produzido em terras macaenses, alertou El-Rei Filipe II, que ordenou o estabelecimento de duzentos índios aculturados em aldeamento às margens do Rio Macaé, missão confiada a Amador de Souza, filho do célebre Araribóia, surgindo então o primeiro núcleo oficial de povoamento. Nesse tempo, foi edificada a Fortaleza de Santo Antonio do Monte Frio, onde hoje está o Forte Marechal Hermes. “Essas receitas [Vinho do Macaé, Fartel, Doce do Uso das Feitorias do Macaé, etc.] são do tempo de [Bartolomeu] Marchioni... da época do Descobrimento [do Brasil]... são nossos vínculos com os pioneiros... os primeiros macaenses. Precisam ser repassadas... praticadas... preservadas. É uma responsabilidade nossa.” THOMAZ, Alzira Rosa dos Santos Gavinho (1939) - Macaense, Colecionadora, descendente de antigas famílias coloniais. Pouco tempo depois, em 1627, um grupo de militares portugueses, com serviços prestados à Coroa, especialmente na expulsão dos franceses da Baía de Guanabara, foi agraciado com imensa sesmaria que se estendia da barra do Rio Paraíba do Sul até a do Macaé, devendo pagar foro aos donatários ausentes da Capitania de São Tomé e dízimo à Ordem de Cristo. Conhecidos como os Sete Capitães, empreenderam importantes expedições, fundando povoados e conferindo topônimos. Em Macaé não encontraram gente de maior consideração, apenas agradáveis mamelucos residindo em choupanas cobertas de palhas, ocupados da pesca de bagres, liderados pelo administrador Domingos Leal, que fazia às vezes de governo. “Seja verdadeiro ou falso, o fato é que o Roteiro [dos Sete Capitães] é a mais antiga pista manuscrita sobre tentativas de povoamento nesta região. Ainda que fruto de interesses escusos, acho que deve ser acatado em seus aspectos antropológicos, etnográficos... Eu o respeito como fonte.” QUEIRÓS MATTOSO, Gilberto de (1947-1996) - Historiador, Genealogista, Publicitário, membro de tradicionais famílias macaenses de Quissamã. Outra cobiçada sesmaria, compreendendo todos os campos entre os rios Macaé e Leripe, o rio-das-ostras, foi concedida em 1630 aos padres da Companhia de Jesus. A Fazenda de Macahé, importante entreposto pecuário, foi durante todo o período colonial um núcleo com influência determinante, mesmo após o confisco dos bens jesuíticos, em 1759, pelo Marquês de Pombal. Colocadas à venda em hasta pública, todas as terras que atualmente compõem o perímetro urbano macaense foram arrematadas, em 1761, pelo mestre-caldeireiro Gonçalo Marques de Oliveira, que empreendeu melhorias, tornando-se sócio do capitão Bento José Ferreira Rebello. Em 1798 aconteceu a primeira divisão de terras, sendo rebatizadas como Fazenda Velha de Sant’Anna, propriedade da família Ferreira Rebello, e Fazenda de Imboassica, dos Nunes Pereira. No ano de 1810, em 29 de agosto, foi criada uma nova comandância, da Barra do Furado até a Barra do São João, com terras retiradas de Campos e Cabo Frio, graças às artimanhas do sargento-mor João Luís Pereira Viana, grande proprietário de terras, ligado aos Ferreiras Rebello, apadrinhado pelo poderoso Bispo-Capelão-Mor Dom José Caetano da Silva Coutinho, que aqui esteve em agosto de 1812. Finalmente,em 29 de julho de 1813, Sua Alteza Real o Príncipe Regente, Dom João de Bragança, cria a Villa de São João de Macahé, conferindo-lhe autonomia político-administrativa. Cumpridas as exigências legais - acomodações públicas e pelourinho - no ano seguinte, em 22 de janeiro, foram empossadas as primeiras autoridades municipais - juízes, vereadores, etc. “Você já viu o livro da fundação do Município? Acho o documento mais importante da nossa história... A transcrição do Alvará Real... os termos de posse das primeiras autoridades, com assinaturas. É a certidão de nascimento de Macaé! Está no Gabinete [do Prefeito], naquela caixa com um ‘leão’ na tampa”. QUEIRÓS MATTOSO, Eleosina Pereira de (1917-1993) - Macaense, Bibliotecária, Arquivista, Funcionária Pública, Colecionadora. De fato, na primeira metade do Dezenove, grandes personalidades internacionais prestigiaram o território macaense; a primeira, em 1815, foi o príncipe alemão Maximiliano de Wied-Neuwied, líder de uma histórica expedição científica; em 1817, veio o célebre naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire; e em 1832, ninguém menos que o cientista inglês Charles Darwin, o pai da teoria da evolução das espécies. Pouco depois, em 1837, o engenheiro português Henrique Luís de Niemeyer Bellegarde, a pedido da Câmara Municipal, demarcou ruas e praças, conferindo ângulos retos e ordenados ao perímetro urbano. Nesse tempo, a intelectualidade macaense estava bem representada por nomes como José Carneiro da Silva, depois Visconde de Araruama, autor do primeiro livro sobre a história regional, publicando estudos socioeconômicos, sendo o grande propositor do Canal Campos-Macahé, articulou a aprovação da lei provincial de 1844 que autorizou a construção, com projeto do engenheiro inglês John Henry Freese. Tamanho progresso, fez com que no ano de 1846, em 15 de abril, fosse registrada no Livro da Legislação Provincial, uma minúscula lei, de número 364, com apenas um artigo, que elevou a Villa à categoria de Cidade, com o mesmo título. Tal condição era almejada há tempos, sendo conquistada pelos esforços políticos de Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, futuro Visconde de Sepetiba, um dos homens públicos mais conceituados do Império, que a sancionou, com aprovação da Assembléia Legislativa da Província do Rio de Janeiro. Agora, como promissora urbe, Macaé estava pronta para ser a primeira cidade do norte fluminense a receber o Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, Sua Majestade o Senhor Dom Pedro II, que aqui chegou em março de 1847, hospedado pelo comendador Francisco Domingues de Araújo. “Dom Pedro [II] veio à Macaé em várias ocasiões [1847, 1875, 1877]. Adorava Quissamã! Aqui ele caçou pela primeira e única vez na vida... ficou muito bem impressionado com nossa água, retirada da restinga... chamou de ‘água cor de vinho’... chegou recomendar à Princesa Isabel [em 1868]”. SILVA, Anna Francisca; Anicota (1908- 1999) - Macaense de Quissamã, Tabeliã, Memorialista, Colecionadora, Bibliófila. Representantes do Município exerceram relevantes cargos eletivos na Capital. Grandes casas de negócios foram fundadas nas ruas da Praia, Direita, do Collegio, e da Boa- Vista - hoje Presidente Sodré, Rui Barbosa, Télio Barreto e Roberto Silveira - em maioria por imigrantes portugueses e franceses. O agronegócio - pecuário, cafeeiro e açucareiro -, teve grandes empreendedores: os Araújos e os Silvas Porto, na cidade; os Carneiros da Silva, em Quissamã; os Pereiras Rabello e os Gavinhos em Carapebus; os Coelhos Antão e os Almeidas Torres, na região serrana; os Amados de Aguiar e os Figueiredos, em Macabu; os Sousas Meirelles, no Barreto; os Carvalhos e Mello e os Ribeiros Basto, em Barra de São João, dentre outros. Prédios públicos e particulares exibiam apurados recursos arquitetônicos, a exemplo do Theatro Santa Izabel, Solar dos Araújos (Palácio do Legislativo), Sobrado de Chico Diogo (Casa & Roupa), Sobrado Ribeiro de Castro (Palácio dos Urubus), Solar de Monte Elízio (Instituto Salesiano) - obras de grandes mestres-construtores, como o português Filomeno Borges e o alemão Antonio Becher. O comércio negreiro movimentava vultosas somas, tendo em Macaé o maior mercado da região Norte Fluminense, liderado pelo ardiloso Bernardino José de Sá. “Era muito velha aqui [referindo-se à avó paterna escrava], de modos que contava d’um pau grande [tronco] que tinha pro meio desse terrerão aí fora, aonde os preto que não trabalhava direito eram preso com uns ferro [grilhões], dispois [depois] vinha um homi [homem - feitor] e lascava eis [eles]. O avô do finado Adamastor Rodrigues [seu marido] era dessa função aí... fazia malvadeza aqui, ele. [sic].” RODRIGUES, Levina Candido (1918-2000) - Macaense de Quissamã, Lavradora, neta de escravos da Fazenda Machadinha. Nem mesmo a lendária praga proferida por Manoel da Motta Coqueiro - último civil branco condenado à pena capital no Brasil, seguido de, no mínimo, 16 livres, 30 cativos e 5 militares -, enforcado aqui, em 6 de março de 1855, impediu um apogeu social, econômico e cultural. A imprensa chegou em 1861 com a fundação do Macahense, seguido do Monitor Macahense, O Telegrapho, O Seculo, O Lynce e muitos outros. Nas artes a Sociedade Philo- Scenica Macahense, criou o Theatro Santa Izabel, em 1866, recebendo artistas renomados, como a cantora lírica italiana Augusta Candiani. O telégrafo, implantado em 1869, estabeleceu pronta comunicação com a Capital. Em 1º. de maio de 1871, é inaugurada a Casa de Caridade - fruto da generosidade post mortem de Antonio Joaquim d’Andrade, o Casculeiro -, sendo sua mantenedora, a Irmandade de São João Baptista de Macahé, criada em 22 de maio de 1872; ano de surgimento do transporte público urbano, com implantação dos bondes puxados a burros, marcando época. “Nunca esqueço o bondinho. Quando acabou [1930] eu era moça. Lembro de ir à Rua Direita [Rui Barbosa], em pequena, ver as noivas desfilarem nos vagões enfeitados com flores e fitas. O povo jogando arroz (Risos!). Um sonho! (Emocionada) Era uma tradição antiga.” RAMOS, Lília; Lilinha (1909-2005) - Macaense, autônoma, membro de uma tradicional família macaense. As sociedades musicais Nova Aurora, de 1873, e Lyra dos Conspiradores, 1882, baluartes culturais, resistiram aos percalços e permanecem até os dias atuais. A lavoura da cana de açúcar, o ouro-branco ou ouro-doce, teve seu auge com a fundação da Cia. Engenho Central de Quissamã, inaugurada em 1877, primeira do gênero instituída no Brasil, prestigiada pelo próprio Imperador, que sentenciou: - Hoje, Macahé é a sala de visitas do Império Brasileiro! O Porto de Imbetiba, sexto em volume de exportação no País, recebia riquezas produzidas na região através do Porto do Limão, no Rio Macaé, do Canal Campos- Macahé e da Cia. Estrada de Ferro Macahé-Campos, sucedida pela Cia. Estrada de Ferro Leopoldina, em 1889. A criação da Alfândega, em 1896, encerrou de forma gloriosa os oitocentos, marcados por tão opulentas efemérides. Nos primórdios do século XX, um macaense, Dr. Alfredo Augusto Guimarães Backer, presidia o Estado do Rio de Janeiro, criando por decreto de 15 de fevereiro de 1910 a Prefeitura Municipal, sendo primeiro prefeito o Dr. João Francisco Moreira Netto, responsável pelas comemorações do Centenário, com implantação de obelisco no Parque Oliveira Botelho, hoje Praça Veríssimo de Mello. No ano seguinte, 1914, foi inaugurado o serviço de abastecimento d’água, vinda do manancial da Atalaya. No mês de maio de 1916 foi fundada a Associação do Commercio, Industria e Lavoura de Macahé, depois convertida em Associação Comercial e Industrial de Macaé - ACIM. Em 1917 surge o Fluminense Futebol Clube; e a energia elétrica passa a ser distribuída com a instalação de um gerador na extinta Praça da Luz. Foram destaques nas artes:o desenhista e caricaturista Álvaro Marins, o Seth, atuando nos principais órgãos da imprensa carioca, publicou obras importantes como o álbum O Brasil pela Imagem; o pintor Hindemburgo Olive, premiado pela Sociedade Brasileira de Belas Artes e pelo Salão Nacional de Belas Artes, perpetuou vistas e personagens da terra macaense; o compositor e flautista Benedicto Lacerda, marcou época na música popular brasileira; e a cantora Angela Maria, a Sapoti, começou cantando em igrejas locais, alcançando o estrelato nacional como Rainha do Rádio. “A família da minha mãe toda cantava nos cultos protestantes, isso em [Conceição de] Macabu e, às vezes, na cidade [Macaé]. O meu pai [Albertino Coutinho da Cunha] mais tarde foi pastor. Saímos de Macaé pobrinhos, pobrinhos... mas éramos felizes. Quando voltei [28/07/1959] já era famosa, rica, Rainha do Rádio [1954]... paparicada pelo Prefeito [Eduardo Serrano] (Risos!)... foi uma vitória!” CUNHA, Abelim Maria da; Angela Maria (1928-2018) – Macaense de Conceição de Macabu, Cantora, Atriz, Rainha do Rádio. Aquele seria o século de importantes empreendimentos urbanos, a Fabrica de Gelo, Fabrica de Phosphoros Veado, Ribeiro Xavier, Lessa & C., Taboada & Cia., A Constructora, Casa Chaloub, Fabrica de Bebidas Prince, depois Lynce, fabricante de dois ícones macaenses: o licor Pesseguete e o refrigerante Moranguinho – hoje Moranguitto. A concorrida Praia de Imbetiba, com areias monazíticas, atraía turistas endinheirados, hospedes do Grande Hôtel Balneário na Imbetiba, luxuosa propriedade do historiador Alberto Lamego. O Café Belas Artes foi ponto de encontro de intelectuais, artistas, políticos, jornalistas... A imprensa, por décadas, esteve bem representada pelos periódicos: O Autonomista, O Regenerador, A Razão, Gazeta de Macaé, O Rebate, dentre outros. Na década seguinte, as lentes mágicas do artista-fotográfico Luís Sólon de Sá Vasconcellos registraram nova onda progressista. Em 1920, passou a funcionar no antigo prédio da Beneficência Portuguesa, o tradicional Grupo Escolar Raul Veiga, hoje Mathias Netto; e o macaense Afrânio Costa foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica. Em 1923, foi fundado, pelo advogado Dr. Camillo Nogueira da Gama, o Gymnasio Macahense, primeiro com curso secundário e formação de professores. Graças à competência do prefeito, Cel. Sizenando Fernandes de Souza, surgiram ruas pavimentadas, redes de esgoto e novas estradas vicinais. No final de 1927, véspera do Natal, desembarcou em Macaé, como Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, o Excelentíssimo Senhor Dr. Washington Luís Pereira de Sousa, acompanhado de todos os ministros, honrando seu berço natalício, o qual nunca esqueceu. “Ele [Washington Luís] era um homem lindo! Alto... elegantíssimo, num terno de casimira inglesa verde garrafa [...] Na ocasião [18/12/1927], num banquete, falou à minha mãe [Evangelina Nunes de Souza] que era mais macaense do que pensavam... que saiu daqui lendo e escrevendo... e que ainda tinha muito do menino Xiton [apelido de infância].” SANTOS MOREIRA, Laurita de Souza (1923- 2010) - Macaense, Poetisa, Memorialista, membro de uma tradicional família do antigo distrito de Carapebus. A vida social esteve ligada aos clubes recreativos, destacando-se o exclusivíssimo Tênis Clube de Macahé, de 1928, palco dos mais requintados acontecimentos, promovendo memoráveis competições esportivas, concursos, bailes carnavalescos e sociais. Em 1929 surge o Clube de Regatas Almirante Barroso, sucessor dos extintos Cristovão Colombo e Macahense; e nesse mesmo ano o potencial hidrográfico passa a ser aproveitado com a inauguração da Uzina de Glycerio. O serviço telefônico urbano começou, finalmente, em 1931, mas as chamadas interurbanas eram feitas há dois anos. Naquele mesmo ano, foram concluídas as obras do Cine-Theatro Taboada, idealizado pelo capitalista Manuel Guilherme Taboada, projeto grandioso assinado pelo architecto-constructor Joaquim da Silva Murteira, responsável por obras históricas: Casa das Sete Janelas, Câmara-Prefeitura Municipal, Usina Ayris, Asilo da Velhice Desamparada, Colégio Luiz Reid. “Fui à inauguração do [Cine-Theatro] Taboada [05/04/1931]. Foi a primeira vez que vesti um longo (Risos!). Era maravilhoso! Fecho os olhos e vejo [sic] as frisas, os camarotes... tantos artistas: [Heitor] Villa Lobos, Procópio Ferreira, Itália Fausta, Bidu Sayão... O cenógrafo [Ângelo] Lazary freqüentava nossa casa [o atual Solar dos Mellos]. Sabe que chorei, quando fecharam [1981]!?!” MELLO, Noêmia da Costa (1916-2001) - Professora, Artesã, membro de uma tradicional família macaense. O município de Macaé não ficou ileso à crise mundial provocada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Empresários, fazendeiros, comerciantes, abriram falência e a população amargou um longo período de recessão econômica, agravada pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial. “Durante a [Segunda] Guerra tivemos a ‘Lei do Blackout’. Sabe o que foi isso? Os moradores eram obrigados a permanecer na total escuridão. Diziam que era para evitar bombardeios. Imagina!?! Bombardeios... (Risos!) Em nossa casa colocávamos panos nas frinchas das portas, das janelas, evitando a passagem da luz. [...] Ninguém tinha dinheiro... muito rico ficou pobre... tempos horríveis!” MACHADO, Hilda Ramos (1913-1995) - Macaense, Mito do Magistério, Professora de Língua Francesa. Por decreto municipal, de abril de 1941, foi criada a Biblioteca Pública Municipal Dr. Télio Barreto, que permanece, assim como o Rotary Club de Macaé, de 1942. O renascimento da economia local começa em 28 de maio de 1943, com a inauguração da Rodovia Amaral Peixoto, hoje RJ-106, ligando Niterói a Campos, passando por Macaé, visitada na ocasião pelo Presidente da República, Getúlio Vargas, recebido com lauto almoço nas dependências do Clube dos Abaetés, depois Ypiranga Futebol Clube, onde funcionava a Rádio Emissora de Macaé. Em janeiro de 1950 entrou em funcionamento a Usina Hidrelétrica Central de Macabu, com obras iniciadas nos anos trinta. Em 1953 surge a primeira empresa têxtil, as Indústrias Bariloche S.A. O professor Antonio Alvarez Parada, o Tonito, dá os primeiros passos em seus estudos sobre o passado macaense, colecionando fontes, publicando colunas em jornais e lançando, em 1958, seu primeiro livro: Coisas e Gente da Velha Macaé. MACAÉ EM DADOS Macaé pertence à Região Norte Fluminense, que também abrange os municípios de Campos dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, Quissamã, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra. O município tem uma área total de 1.216,846 quilômetros quadrados, correspondentes a 12,5% da área da Região Norte Fluminense. O município está dividido em seis distritos: Sede, Cachoeiros de Macaé, Córrego do Ouro, Glicério, Frade e Sana. Está localizada a uma latitude S -22º22'33" e longitude W -41º46'30", fazendo divisa com os municípios de Carapebus, Conceição de Macabu, ao Norte; Rio das Ostras e Casimiro de Abreu, ao Sul; Trajano de Moraes e Nova Friburgo, a Oeste; e com o Oceano Atlântico, a Leste. Contando com 23 quilômetros de litoral, o clima é quente e úmido na maior parte do ano, com temperaturas que variam entre 18ºC e 30ºC, amplitude térmica considerável ocasionada pela troca de ventos entre o litoral e a serra, relativamente próximos. Com uma localização privilegiada, a 182 quilômetros da capital do Estado, Macaé conta com um aeroporto e uma boa infraestrutura de estradas, com ligação direta à BR-101, principal rodovia do país, e agora privatizada. A cidade é cortada por duas importantes rodovias estaduais – a RJ-106 (Amaral Peixoto) e a RJ-168 (Rodovia do Petróleo). A RJ-106 percorre todo o litoral, de Rio das Ostras a Carapebus, atravessando o centro da cidade.A RJ-168 corta o município de leste a oeste, acessando a BR-101, seguindo até a entrada para o Parque Municipal do Atalaia. A 168 alcança Conceição de Macabu, ao norte, e Rio das Ostras, ao sul. A RJ-162 dá acesso aos distritos de Cachoeiros de Macaé, Glicério e Frade. A rodovia se estende de Rio Dourado (Rio das Ostras) até Tapera (Trajano de Moraes). Macaé sedia o Terminal Benedito Lacerda e a Petrobras, possui o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, o Parque Municipal do Atalaia e o Parque Natural Municipal da Restinga do Barreto. Território: 1.216,846 km2 - Fonte: IBGE População estimada 2017: 244.139 habitantes - Fonte: IBGE População 2010 (último Censo): 206.728 habitantes - Fonte: IBGE Royalties: 434.425.117,94 (acumulado 2017) - Fonte: ANP PIB per capita 2015: R$ 88.863,40l - Fonte: IBGE Rodovias de acesso: BR-101, RJ-168 e RJ-106 30 agências bancárias - Fonte: Tribunal de Contas do Estado do RJ Renda mensal média: 7,5 salários mínimos - Fonte: IBGE Frota 2011: 84.050 veículos - Fonte: IBGE QUESTÕES 1. Os estudiosos de Arqueologia estimam que o território do atual município de Macaé começou a ser povoado no final da era glacial conhecida como: a) Plioceno b) Pleistoceno c) Criogeniano d) Toniano http://www.petrobras.com.br/pt/ http://www.icmbio.gov.br/parnajurubatiba/ http://www.icmbio.gov.br/parnajurubatiba/ http://www.macae.rj.gov.br/sema/conteudo/titulo/parque-municipal-atalaia http://www.macae.rj.gov.br/sema/leitura/noticia/prefeitura-cria-parque-ecologico-na-restinga-do-barreto http://www.macae.rj.gov.br/sema/leitura/noticia/prefeitura-cria-parque-ecologico-na-restinga-do-barreto https://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330240&idtema=16&search=%7C%7Cs%EDntese-das-informa%E7%F5es https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/macae/panorama https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/macae/panorama http://www.anp.gov.br/wwwanp/royalties-e-outras-participacoes/royalties https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/macae/panorama http://file/C:/Users/lmarcia/Downloads/Estudo%20Socioecon%C3%B4mico%202016%20-%20Maca%C3%A9%20(3).pdf http://file/C:/Users/lmarcia/Downloads/Estudo%20Socioecon%C3%B4mico%202016%20-%20Maca%C3%A9%20(3).pdf https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/macae/panorama https://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330240&idtema=109&search=rio-de-janeiro%257Cmacae%257Cfrota-2011 2. Sobre as tribos indígenas que habitaram o território onde hoje está estabelecido o município de Macaé, é INCORRETO afirmar que: a) Faziam parte da principal civilização indígena do país, conhecida como tupi- guarani b) Os Tamoios localizavam-se à direita do Rio Macaé c) Os Sacurus habitaram o lado esquerdo do Rio Macaé d) Os Goitacazes apresentavam capacidade intelectual superior comparado às outras tribos 3. Em 1627, um grupo de militares portugueses foi agraciado pela Coroa com imensa sesmaria que se estendia da barra do Rio Paraíba do Sul até o Rio Macaé. De acordo com esse fato histórico, é INCORRETA a seguinte afirmação: a) Foi a recompensa em razão da expulsão dos franceses da Baía de Guanabara b) Os militares ficaram conhecidos como os “Sete Capitães” c) Esse grupo empreendeu importantes expedições, fundando povoados e conferindo topônimos d) Eles não precisavam pagar impostos à Capitania de São Tomé, somente dízimo à Ordem de Cristo 4. A primeira cidade do Norte Fluminense a hospedar o imperador Dom Pedro II foi: a) Quissamã b) Macaé c) Campos dos Goytacazes d) São João da Barra 5. A alternativa que NÃO apresenta uma personalidade macaense é o (a): a) Cantora Ângela Maria b) Compositor e flautista Benedicto Lacerda c) Desenhista e caricaturista Álvaro Marins d) Carnavalesco Clóvis Bornay 6. No ano de 1920, o Brasil participou pela primeira vez dos Jogos Olímpicos. A cidade de Antuérpia, na Bélgica, recebeu a delegação brasileira composta de 21 atletas, conquistando três medalhas, todas no tiro esportivo, sendo uma por equipe e duas individuais. Um macaense foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica, qual seu nome? a) Afrânio Costa b) Dário Barbosa c) Sebastião Wolf d) Fernando Soledade 7. Qual rodovia corta a cidade? a) RJ-118 b) RJ-106 c) RJ-126 d) RJ-116 8. Em que ano a Petrobras inicia a construção de suas instalações em Macaé? a) 1967 b) 1982 c) 1977 d) 1974 9. Qual título Macaé recebeu no século XVI? a) Princesinha dos Lagos b) Capital Nacional do Petróleo c) Princesinha do Atlântico d) Cidade dos Cavaleiros 10. Como se chamava o cinema que foi fechado para dar lugar à loja de departamentos Brastel? a) Cine-Teatro São José b) Cine Télio Barreto c) Cine-Teatro Taboada d) Cine Imbetiba 11. Qual desses NÃO está em Macaé? a) Terminal Benedito Lacerda b) Parque Municipal do Atalaia c) Parque da Imboassica d) Parque Natural Municipal da Restinga do Barreto 12. Macaé está dividida em quantos distritos? a) Quatro b) Seis c) Cinco d) Oito 13. O município de Macaé tem uma área total de 1.216,846 quilômetros quadrados, que corresponde a 12,5% de qual região do Estado do Rio de Janeiro? a) Sul Fluminense b) Noroeste Fluminense c) Norte Fluminense d) Dos Lagos 14. Qual desses foi criado por decreto municipal em 1941? a) Biblioteca Pública Municipal Dr. Télio Barreto b) Praça dos Cavaleiros c) Parque Municipal da Imboassica d) Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba http://www.macae.rj.gov.br/sema/conteudo/titulo/parque-municipal-atalaia http://www.macae.rj.gov.br/sema/leitura/noticia/prefeitura-cria-parque-ecologico-na-restinga-do-barreto http://www.icmbio.gov.br/parnajurubatiba/