Prévia do material em texto
Resumos Fisioterapia em unidade de terapia intensiva Por Nayara Silveira Magalhães @nayarasilveira_ Sumário: 1- Infecções 2- Avaliação do paciente crítico 3- Via aérea artificial 4- Mecânica respiratória 5- Equilíbrio ácido-base 6-Gasometria arterial 7- Ventilação mecânica não invasiva 8- Ventilação mecânica invasiva 9-Desmame da ventilação mecânica Infecções DEFINIÇÃO: Resultante do desequilíbrio entre os mecanismos imunitários e o patógeno (bactéria, vírus, fungo, protozoário). Pode ser hospitalar ou comunitária. Hospitalar: adquirida em qualquer estabelecimento assistencial de saúde. Se em menos de 48hrs de alta o paciente apresentar uma infecção, ela será considerada hospitalar. Comunitária: adquirida fora de estabelecimento assistencial de saúde. Se em menos de 48hrs de internação o paciente apresentar uma infecção, ela será considerada comunitária. CAUSAS DE INFECÇÃO: Fatores intrínsecos/endógenos: relacionadas ao paciente (Ex: falta de vitaminas, de nutrientes e etc). Fatores extrínsecos/exógenos: causas externas (Ex: matérias e ambientes contaminados e etc). TRANSMISSÃO: Contato direto: do paciente ou funcionário contaminado para outro paciente. Contato indireto: por meio de dispositivos intermediários contaminados (objetos, mãos). Gotículas: tosse, espirro, fala (65 e lactato>2 após reanimação volêmica. Avaliação do paciente crítico O QUE É PACIENTE CRÍTICO? É divido em dois grupos: Paciente grave: aquele que tem risco grave de perder a vida ou função de órgão/sistema. Paciente de alto risco: aquele que tem uma condição determinante de instabilidade. COMPONENTES DA AVALIAÇÃO: Anamnese Exames complementares Nível de consciência Sinais vitais Inspeção clinica Inspeção respiratória Função neuromioarticular DISPNEIA: principal sintoma cardiorrespiratório. Repouso e/ou a pequenos, médios e grandes esforços. Ortopneia (DD). Trepopneia (DL). Platipneia (ortostática – em pé). Dispneia paroxística noturna (dormir). 0 – nenhuma, 0,5 – mto, mto leve, 1- muito leve, 2 – leve, 3 – moderada, 4 – pouco intensa, 5 – intensa, 6 , 7 – muito intensa, 8, 9 – mto, mto intensa, 10 – máxima. Escala de BORG modificada: avaliar o grau de desconforto respiratório durante o exercício. NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: Alerta/orientado: atende instruções e coopera na realização. Contactuante: cumpre ordens. Confusão: desorientado, responde apenas a comando simples. Delirium: confusão associada a oscilação entre agitação e quietude, não cooperativo. Torporoso: inconsciente, mas responde a estímulos dolorosos com movimento voluntários. Coma: ausência ou redução da capacidade de despertar e responder a estímulos. Escala de Coma de Glasgow (ECG): avalia o nível de consciência (abertura ocular, resposta verbal e motora). Utilizada em pacientes sem sedação. Pontuação 3: menor responsividade Pontuação 4 – 8: coma profundo Pontuação 9 – 12: coma moderado Pontuação 13 – 15: coma leve ECG ≤8 com diminuição do reflexo de tosse – indicação de IOT. Escala de agitação – sedação de Richmond (RASS): avalia o grau de sedação e agitação. Utilizada em pacientes sedados. 0 – algum grau de agitação. 4 – combativo, 3 – muito agitado, 2 – agitado, 1 – inquieto, 0 – alerta e calmo, -1 – torporoso, -2 – sedação leve, -3 – sedação moderada, -4 – sedação intensa, -5 – coma. SINAIS VITAIS: Frequência cardíaca: 60 - 100bpm FC prevista = 208 – (idade x 0.7) FC máxima = 220 – idade Frequência respiratória: Adultos: 12 – 20ipm Crianças: 20 – 30ipm Bebês: 30 – 60ipm Saturação de pulso (SpO2): 95%. Alerta 21%). Objetivo: corrigir a hipoxemia aguda, corrigir sintomas associados à hipoxemia crônica e corrigir a carga de trabalho imposta pela hipóxia. Hipóxia: redução do aporte de oxigênio para tecidos. Hipoxemia: baixa concentração de oxigênio no sangue arterial (PaO2). PaO2 ideal = 109 – (0,043 x idade) ÍNDICE DE OXIGÊNIO OU RESPIRATÓRIO: * ≥ 300 normal * 200 – 209 lesão pulmonar leve * 100 – 199 lesão pulmonar moderada *das VAS Necessidade de ventilação mecânica CÂNULA OROFARÍNGEA – (COF) - Cânula de Guedel: Tubo de borracha, metal ou de plástico, desenhado para ajustar-se ao palato curvo, mantendo a língua longe da porção posterior da faringe. CÂNULA NASOROFARÍNGEA – (CNF) Tubo macio, feito de borracha ou látex, que é introduzido pelo nariz do paciente, com sua ponta distal posicionada na base da língua, separando-a da parede da faringe. TUBO ENDOTRAQUEAL – (TET) Tubo inserido por via nasal (nasotraqueal) ou oral (orotraqueal) até a traqueia. O TOT é o mais utilizado. Orotraqueal (TOT): Mais fácil de inserir Menor resistência Menor possibilidade de acotovelamento Nasotraqueal (TNT): Mais fácil de estabilizar Facilita higiene oral Menor ocorrência de engasgo OROTRAQUEAL F - 7,0 e 8,0 mm M - 8,0 e 8,5 mm NASOTRAQUEAL aproximadamente 1 mm a menos do que TOT. Complicações: vômitos, com possível aspiração, traumas, hipoxemia, bradicardia, intubação, intubação esofágica, ventilação ou oxigenação inadequada, paresia ou paralisia das cordas vocais. Tubo endotraqueal duplo lúmen seletivo - Indicado para ventilação monopulmonar. TRAQUEOSTOMIA - (TQT) Técnica cirúrgica de abertura da parede anterior da traqueia, abaixo do nível das cordas vocais (1º e 2º anel traqueal), a fim de facilitar a entrada de oxigênio quando o ar está obstruído. Indicações: Intubações prolongadas (> 14 dias), desmame difícil (ela facilita o desmame), necessidade de VM prolongada, incapacidade de manter vias aéreas pérvias, permite a remoção eficaz de secreções, evita a broncoaspiração em paciente com déficit de deglutição. Complicações: Hemorragia, pneumotórax, infecção, deslocamento da cânula, obstrução da cânula, irritação, ulceração e necrose. Plástica - Mesmo nº da TOT Duplo lúmen – 0,5 maior que TOT Metálica– nº TOT – 2 Cuidados: proteção da pele com gazes, higiene da cânula, posicionamento externo – centralizado, umidificação e fixação. Mecânica respiratória Processo de Hematose: Difusão de O2 e CO2 → membrana alvéolo capilar Volumes pulmonares: VC - VOLUME CORRENTE → volume de ar mobilizado em um ciclo respiratório. VRI – VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIO → corresponde ao máximo de ar que é possível inspirar ao fim de uma inspiração normal. VRE – VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIA → máximo de ar que pode ser exalado a partir da posição de repouso respiratório (fim de uma inspiração normal). VR – VOLUME RESIDUAL → volume de ar que permanece no pulmão ao fim de uma expiração máxima. Inspiração normal: Diafragma contrai e movimenta-se para baixo → traciona os pulmões juntos Respiração normal. Músculos intercostais externos → elevando as costelas e aumenta o diâmetro horizontal. Inspiração forçada: Intercostais externos, serrátil anterior, escaleno, esternocleidomastoideo. Ex: atividade física. Expiração normal: Diafragma relaxa → retração elástica comprime os pulmões (PASSIVO). Expiração forçada: Auxiliada pela contração dos músculos abdominais e intercostais internos. Ex: tosse, espirro. Controle respiratório/centro respiratório – localiza-se no bulbo. - Recebe estímulos neurais e humorais, feedback dos músculos, nível de CO2 no sangue e regula taxa respiratória. Reflexo de Hering-Breuer: Receptores de estiramento transmitem sinais via nervos vagos ao GRD (Grupo respiratório dorsal) quando os pulmões são excessivamente distendidos, para evitar a insuflação excessiva do pulmão. Ventilação pulmonar É o fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões. Ocorre em função da DIFERENÇA DE GRADIENTES DE PRESSÃO entre o alvéolo e o ar atmosférico. Inspiração: Pressão alveolar é menor que pressão atmosfera, ar é sugado do meio de maior pressão para o meio de menor pressão. Expiração: Pressão alveolar é maior que pressão atmosfera, ar é sugado para atmosfera. Pressão intrapleural: pressão no líquido existente entre as pleuras, será sempre negativa (subatmosférica.) Pressão alveolar: pressão do ar no interior dos alvéolos, sofre variações durante o ciclo respiratório. Pressão transpulmonar: diferença entre a pressão alveolar e pleural. Pressão na boca com as Vias aéreas abertas (Pao): tem valor da pressão atmosférica, usualmente igual à zero. Pressão nas vias aéreas (Pva): a pressão no interior das vias aéreas varia de acordo com sua localização na extensão das vias aéreas e de acordo com a fase do ciclo respiratório. Transrespiratório: Prs = Pavl-Psc Transpulmonar: Pp = Pavl-Ppl Transtorácico (Pw) = Ppl – Psc Complacência: capacidade de distensão de um corpo. Elastância: capaz de retornar a configuração original após a remoção da força de distensão. Equilíbrio acidobásico e Gasometria arterial Quais são as funções do sistema respiratório? Troca gasosa (hematose), equilíbrio acidobásico e fonação. ÁCIDO: Substância que pode doar um íon hidrogênio (H+) para outra substância. * CO2 - Dióxido de carbono → pulmão → ácido. BASE: Substância que pode aceitar um íon hidrogênio H+ de outra substância. * HCO3 - – Bicarbonato → rins → básico·. O pH de normalidade do sangue arterial é igual a 7,4. Quanto mais hidrogênio – menor o pH (ácido). Quando menos hidrogênio – maior o pH (base). O pH de normalidade pode variar de 7,35 a 7,45. * ph abaixo de 7,35 é considerado acidemia (ácido). * pH acima de 7,45 é considerado alcalemia (base). > 7,8 e 120mmHg HIPOXEMIA – TIPOS: Aguda: declínio rápido da PaO2, em menos de 6h de evolução. Subaguda: declínio gradual da PaO2, de 6h a 7 dias de evolução. Persistente: redução persistente da PaO2, por 7 a 90 dias. Crônica: redução da PaO2 por tempo superior a 90 dias. Insuficiência respiratória TIPO I – PaO2 50mmHg Acidose Respiratória (pH7,45): aumento do pH plasmático devido ↓ PaCO2 menor que 35mmHg. Alcalose Metabólica (pH>7,45) : aumento do pH plasmático devido ↑ HCO3 - maior que 26mmol/L. Alcalose mista: combinação da alcalose metabólica com respiratória (↑ pH ↑ HCO3 - ↓PCO2). Acidose mista: combinação da acidose metabólica com respiratória (↓ pH ↓ HCO3 - ↑PCO2). Distúrbios compensados: situações em que o pH está estável com descompensação de pCO2 e HCO3. Ventilação mecânica não invasiva(VNI) O que é? Aplicação de suporte ventilatório sem utilização de via aérea artificial (TET, TQT), sendo a conexão entre o paciente e ventilador por meio de uma interface (máscara, dispositivos). IPAP/PPico: pressão positiva inspiratória nas vias aéreas (quanto de pressão está ofertando na inspiração) – sempre maior que EPAP. EPAP/PEEP: pressão positiva expiratória nas vias aéreas (quanto de pressão está ofertando na expiração). PEEP: pressão expiratória final positiva (quanto de pressão expiratória positiva que fica na via aérea do paciente). PS: pressão de suporte (diferença entre IPAP – EPAP, que determina o volume). BIPAP: dois níveis de pressão (um pra insp e um pra exp). CPAP: um nível de pressão (mesmo nível pra insp e exp).. Objetivo: Correção da hipoxemia (redução de O2) Correção de acidose causada por hipercapnia (aumento de C02). Aliviar o trabalho da musculatura respiratória Reverter/evitar a fadiga da musculatura respiratória Prevenir a IOT e a TQT, reduzindo os riscos de pneumonia nosocomial e lesões traqueais. Indicado para insuficiência respiratória agua (redução das concentrações de pressão arterial de oxigênio em menos de 6 horas) e insuficiência respiratória crônica agudizada (quando o paciente já tem uma pressão de oxigênio arterial reduzida, mas tem períodos de piora). Insuficiência respiratória tipo I - PaO2 50mmHg *Apneia obstrutiva do sono (SAOS) é uma parada respiratória provocada pelo colabamento das paredes da faringe, ocorre principalmente enquanto a pessoa está dormindo e roncando. Modos ventilatórios: - Espontâneo (modo que o paciente tem autonomia ventilatória, mas ainda pode receber um suporte pressórico, mesmo que mínimo). - Assisto-controlado (modo que o paciente não tem autonomia ventilatória, mas é capaz de disparar o ventilador mecânico). - Controlado (modo que o paciente não tem autonomia ventilatória alguma). Tipos de ventiladores: Convencional: - Circuitos duplos (inspiração por um ramo e expiração por outro ramo, para não ficar inalando C02). Específico: - Circuito único (precisa de uma válvula exalatória para não ficar inalando C02). - Precisa de uma fonte externa de O2. Interfaces: - Almofada nasal/Pronga nasal - Máscara nasal - Máscara oral - Máscara oronasal/facial - Peça bucal - Máscara facial total - Capacete/Helmet face Complicações: - Necrose de pele - Irritação ocular - Sangramento nasal - Distensão abdominal (aerofagia) - Ressecamento nasal, oral e conjuntivo Sinais de sucesso da VNI: * Resposta no período entre 30min - 2h - Diminuição da FR - Diminuição da PCO2 - Diminuição do uso dos mm acessórios - Aumento da SpO2 - Aumento do nível de Consciência -Aumento da PaO2 Sinais de insucesso da VNI: * Resposta no período entre 30min - 2h - Necessidade de FiO2 >60% - Queda rápida da oxigenação (SpO2) após a retirada da máscara * Nunca prolongar o tempo para IOT em pacientes que evoluem com insucesso. Ventilação mecânica invasiva O que é? Método que substitui parcial (paciente + ventilador) ou totalmente a ventilação espontânea do paciente (uso de via aérea artificial). Equipamento diminui a pressão alveolar (ventilação por pressão negativa) ou aumenta a pressão da via aérea proximal (ventilação por pressão positiva). Indicações: Insuficiência respiratória Parada cardiorrespiratória Hipoventilação e apneia Prevenção de complicações respiratórias Trabalho muscular respiratório insuficiente Aumento do trabalho muscular respiratório Fadiga muscular respiratória Intra e pós-operatórios de cirurgias de grande porte Deformidade torácica grave / instabilidade torácica Modos ventilatórios: processo pelo qual o ventilador mecânico determina, como e quando os ciclos ventilatórios são ofertados ao paciente. Segundo o grau de participação do paciente: Assisto/Controlado (A/C) Ventilação por Pressão de Suporte (PSV) Pressão Contínua nas Vias Aéreas (CPAP) Segundo o parâmetro programado para controle: Ventilação por Pressão Controlada (PCV) Ventilação por Volume Controlado (VCV) Ciclo ventilatório: período de tempo que compreende uma inspiração e uma expiração. - Disparo (início da inspiração) – tempo, pressão e fluxo. - Limite (durante a inspiração) – tempo, volume, pressão e fluxo. - Ciclagem (mudança da fase inspiratória para a fase expiratória). - Variável basal (durante a expiração/PEEP que mantém a pressurização). Volume: quantidade de gás que o pulmão acomoda até o final da inspiração (fluxo vs. tempo) – ml ou litros. Fluxo: velocidade de entrada do ar (variável) – L/min. Pressão: é a tensão que as moléculas de gás exercem dentro do pulmão – cmH2O. Parâmetros ventilatórios: Trigger/Sensibilidade (Disparo a fluxo/pressão): -2 cmH2O ou 1 a 5 L/min. Frequência respiratória (FR): 12 a 16 irpm. Volume corrente (VC): 6 a 8 ml/kg. Volume minuto (VM): 8 a 10 L/min. Fração inspirada de oxigênio (FiO2 ): 21 a 100%. Relação ins/ex (I:E): 1:2. Fluxo inspiratório (ύ): 40 a 60 L/min (velocidade com que o VC é ofertado). Tempo inspiratório (Ti): 0,8-1,2s. Pressão inspiratória (Pins): suficiente para gerar VC de 6 a 8 ml/kg. Pressão de pico (PPico): máximo 45 cmH2O (pressão nas vias aéreas). Pressão de platô (PPlatô): ↓ 30cmH2O (pressão nos alvéolos). Pressão positiva expiratória final (PEEP): 3 a 5 cmH2O. Modos ventilatórios: Modo Assisto/Controlado (A/C): - Pressão Controlada (PCV) – controla a pressão e o volume fica livre (de acordo com as características mecânicas do sistema respiratório do paciente). - Volume Controlado (VCV) – controla o volume e a pressão fica livre (de acordo com as características mecânicas do sistema respiratório do paciente). Pode ser ciclos mandatórios (disparo pelo ventilador, quando o paciente não conseguiu disparar) ou assistidos (disparo pelo paciente), ou os dois ao mesmo tempo, nesse caso monitorar a FR total. FR MANDATÓRIO + FR DO PACIENTE = FR TOTAL. Pressão controlada (PCV): O que ajustar? Pins ou PC, Tins/ I:E, FR, PEEP, FiO2 (21 a 100%) e Trigger (se vai ser pressão ou fluxo). O que monitorar? FR total e VC. Volume controlado – VCV: O que ajustar? VC, FR, PEEP, FiO2, F. ins/T. inp, Trigger. O que monitorar? FR total, Ppico, Pplatô. Modo espontâneo: - Ventilação por Pressão de Suporte (PSV) - Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP) Ventilação por Pressão de Suporte (PSV): É oferecido um auxilio na inspiração (Pressão de suporte de 5 - 25 cmH2O). Parâmetros de ajuste: PS, PEEP, FiO2,% ciclagem. Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP): Mesma pressão durante o ciclo respiratório. Parâmetros de ajuste: PEEP e FiO. Cálculos em VM: Peso predito: Homens: 50 + 0,91 x (altura em cm – 152,4) Mulheres: 45,5 + 0,91 x (altura em cm – 152,4) Volume corrente ideal: Peso predito x 6 a Peso predito x 8 Resistencia de vias aéreas: Rva (cmH2O/L/s) = PPico – Pplatô Fluxo insp (L/s) Complacência estática: Cest (ml/cmH2O) = VC PPlatô – PEEP Complacência dinâmica: Cdin (ml/cmH2O) = VC PPico – PEEP Parâmetros de normalidade: Resistência de vias aéreas:e periférica Desmame da ventilação mecânica O que é? É o processo de transição da ventilação mecânica para ventilação espontânea em pacientes que permanecem em VMI por um período superior às 24h. Extubação ou decanulação (traqueostomia): retirada da via aérea artificial Extubação precoce e tardia e reintubação aumentam a mortalidade. Elegibilidade para o desmame: Reversão ou estabilização da insuficiência respiratória e/ou do quadro que levou à VM Presença de drive ventilatório Sem intervenção cirúrgica próxima Parâmetros de oxigenação próximos da normalidade (PA, FC, FR, temperatura, oxigenação, gasometria e etc). Preditivos de sucesso no desmame: só devem ser calculados em situações de difícil decisão e NÃO como um instrumento isolado. Índice de Respiração Rápida e Superficial (IRRS) – índice de Tobin ≤ 105 rpm/L. Índice Integrativo de desmame ≥ 25 ml/cmH2O/rpm/L FR (rpm) VC (L) Cest x SaO2 IRRS Teste de respiração espontânea (TER): teste utilizado para verificar se o paciente é capaz de respirar sem ou com mínimo auxílio do ventilador, durante 30 a 120 minutos. Classificação do desmame: Simples: sucesso após 1º TER Difícil: falha na 1ª tentativa de TRE e requer 3 tentativas de TRE ou até 7 dias para obter sucesso na extubação Prolongado: paciente requer mais de 3 tentativas de TRE ou mais de 7 dias para obter sucesso na extubação Como extubar? Três principais fatores devem ser avaliados antes de se prosseguir com a retirada do TOT: - Capacidade de manutenção da permeabilidade das vias aéreas (para isso a PFE tem que estar >60L/min e teste do cartão branco positivo) e pouca secreção - Avaliação do nível de consciência e cooperação (escala de coma de Glasgow >8) - Avaliação da permeabilidade das vias aéreas (cuff –leak test) Deu tudo certo? Agora vamos extubar: Elevar a cabeceira a 30⁰ ou mais Pausar dieta/tirar fixação do tubo Orientar o paciente sobre o procedimento Aspirar tubo e VAS Entrar com sonda de aspiração e abrir o vácuo Desinsuflar o cuff Solicitar uma inspiração profunda e tracionar o tubo com o vácuo aberto Sucesso na extubação: retirada da prótese endotraqueal sem necessitar de reintubação ou VNI nas primeiras 48h. Formas: - TUBO T + oxigenoterapia (FiO2 ≤40%): desconectar o ventilador, conectar o tudo T e ofertar um pouco de oxigênio. - PSV: deixar conectado no ventilador mas reduzir o máximo de suporte ventilatório. Sucesso no desmame: tolerância ao TRE antes de ser submetido à extubação. Falha no desmame: insucesso no TER. Corrigir as causas da falha e aumentar PS para oferecer conforto e realizar novo TER após 24hrs se possível. Sinais de intolerância ao TER: - Sinais de desconforto respiratório, sudorese, cianose, RNC, laringoespasmo. - FC > 140bpm ou ↑20% - Arritmias - PAS 180mmHg ou ↓↑20% - FR > 35 rpm ou ↑50% - IRRS > 105 ou ↑20% - SpO2 50mmHg ou ↑8 - pH