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1 QFL – 238 Química Analítica Instrumental Pedro Vitoriano de Oliveira Introdução à Espectrometria Atômica � (1672) – Isaac Newton descreveu a decomposição da luz do sol ao passá-la através de um prisma � 1802 – Wollaston descobriu linhas negras no espectro do sol Como tudo isso surgiu? � 1820 – Brewster (absorção na atmosfera) � 1860 – G. Kirchhoff e R. Bunsen Princípio da Emissão e Absorção Qualquer material que pode emitir radiação a um dado comprimento de onda absorverá a radiação daquele comprimento de onda. G. Kirchhoff Linhas de emissão Linhas de absorção Diagrama de Energia a b c d Estado Fundamental Excited States Estado fundamental ion h f g Excitação Emissão En er gi a λλλλ4444 λλλλ3333 λλλλ2222 λλλλ1111 e } {Estado Excitado Estado excitado ion ∆E = E1-Eo =hν = hc/λ ∆E = variação de energia c = velocidade da luz no vácuo (3,0x108 m/s) h = constante de Planck (6,6x10-34 Js) ν = frequência λ = comprimento de onda Átomo no estado fundamental Átomo excitado Princípio da Emissão e Absorção Átomo no estado fundamental � Na (Z=11, A=23) Absorção de Energia Emissão de Energia hν Átomo no estado fundamental Princípio da Emissão e Absorção Átomo excitado � Na (Z=11, A=23) Absorção de luz hν 2 � Esta transição eletrônica é específica para o sódio � Átomos de outros elementos possuem diferentes níveis de energia e não absorvem neste comprimento de onda � Confere caráter de especificidade à técnica de AAS Princípio da Emissão e Absorção ���� Princípios básicos que tornaram possíveis a espectrometria de absorção atômica: ���� todos os átomos absorvem luz ���� o comprimento de onda no qual a luz é absorvida, é específico para cada elemento ���� a quantidade de luz absorvida é proporcional à concentração de átomos absorvendo no percurso óptico Princípio da Absorção Atômica Técnica analítica para determinações quantitativas que se baseia na absorção de radiação das regiões visível ou ultravioleta do espectro eletromagnético por átomos livres gasosos no estado fundamental. Radiação eletromagnética característica Átomos gasosos no estado fundamental Io It = log10 IoAbsorbância It Radiação transmitida Espectrometria de Absorção Atômica (AAS) MMoo + + hhνννννννν →→→→→→→→ MM* * Átomos gasosos no estado fundamental Radiação eletromagnética característica Requer sistema de atomização Requer fonte de radiação Espectrometria de Absorção Atômica (AAS) Átomos gasosos excitados � Equação de Boltzmann - relaciona o número de átomos no estado fundamental e no estado excitado N1/No = (g1/go)e-E/kT N1 = número de átomos no estado excitado No = número de átomos no estado fundamental g1/go = razão dos pesos estatísticos dos estados fundamental e excitado E = energia de excitação k = constante de Boltzmann T = temperatura em Kelvin � Sir Alan Walsh (fundador da técnica) (1955) 1o trabalho de AA sobre a instrumentação Walsh descobriu que a maioria dos átomos livres na chama se encontravam no estado fundamental, muito pouco ionizado ou excitado. A. Walsh, Spectrochim. Acta, 7 (1955) 108-117 Valores de N1/No para alguns elementos N1/No Elemento λ (nm) 2000 K 3000 K 4000 K Cs 852,1 4 x 10-4 7 x 10-3 3 x 10-2 Na 589,0 1 x 10-5 6 x 10-4 4 x 10-3 Ca 422,7 1 x 10-10 4 x 10-5 6 x 10-4 Zn 213,8 7 x 10-19 6 x 10-10 1 x 10-7 Atomic Absorption Spectrometry B. Welz and M. Speling, Wiley-VCH, Weinheim, Germany, 1999 3 ���� Poucos átomos são excitados na temperatura ambiente. ���� A medida em que se incrementa a temperatura, os átomos mais facilmente excitados e ionizados começam a emitir luz. Excitação x Temperatura Principais Componentes Atomizador M + hλλλλ ���� M* Io Conjunto Monocromador Detector It A = log Io/It ou A = kc Chama Forno de Grafite Gerador Hidretos Fonte de Radiação (E = hν) Gerador Hg Fontes de Radiação São dispositivos para gerar espectro de emissão do elemento de interesse. � Tipos mais comuns: ���� Lâmpada de catodo oco (HCL – Hollow Cathode Lamp) ���� Lâmpada de descarga sem eletrodo (EDL – Electrodeless Discharge Lamp) ���� Lâmpada de arco de Xenônio (200 a 600 nm) Isolante Catodo Isolante Janela de Quartzo Invólucro de Pyrex Anodo Catodo Getter Pino de alinhamento Contatos elétricos Contatos para o código do elemento Esquema de Lâmpada de Catodo Oco � Compartimento selado contendo gás nobre (Ar ou Ne) a baixa pressão (1 a 4 mmHg) HCL – Princípio de Operação Isolante Catodo HCL – Princípio de Operação Excitação Emissão 4 HCL – Princípio de Operação 4. Emissão hν1 M(g)* → M(g) + hν2 hνn 1. Ionização: Ar → Ar+ + e- 2. Ablação (“sputtering”): M(s) + Ecin(Ar+) → M(g) 3. Excitação : M(g) + Ecin(Ar+) → M(g)* Ar+ Mo - + M* Mo hνννν + - Mo M* Ar+ + - Linhas de Absorção/Emissão Usadas em AAS Linhas de Ressonantes Linhas de Absorção/Emissão Não Usadas em AAS Exemplos de linhas utilizadas em AAS Elemento λ (nm) Ni 232,0 352,5* 351,5 362,5 Cu 342,8* 327,4 217,9 218,2 222,6 244,2 Ca 422,7* Cd 228,8* Fe 248,3*, 343* Linhas de emissão de maior intensidade Condições de operação de lâmpadas HCL ���� Efeito da corrente (Cd 228,8 nm) � O espectro atômico característico de cada elemento compreende um número discreto de linhas, composto por linhas ressonantes e não ressonantes. � O espectro depende das natureza do átomo. � Como as linhas ressonantes são mais sensíveis e mais facilmente obtidas com atomizadores convencionais, estas linhas, geralmente, são utilizadas para análises de absorção atômica. ���� Poucos átomos são excitados na temperatura ambiente. ���� A medida em que se incrementa a temperatura, os átomos mais facilmente excitados e ionizados ou começam a emitir luz, tornando-se um problema para a AAS. Linhas de Absorção/Emissão 5 ���� Condições de Operação: ���� Tensão Aplicada: 150 a 400 V ���� Tempo de Vida: 3 mA = 2000 h 12 mA = 32000 h ���� Transferência de energia Lâmpada de Catodo Oco (HCL – Hollow Cathode Lamp) ���� Características Gerais: ���� Gás de enchimento: Ar ou Ne ���� Pressão do Gás: 1 a 4 mmHg ���� Transferência de energia Monocromador O monocromador deve separar a linha espectral de interesse das outras linhas emitidas pela fonte de radiação, através da utilização de um prisma ou rede de difração associado a duas fendas estreitas que servem para entrada e saída da radiação. � Tipo mais comum: ���� Montagem Czerny-Turner Seleção de linha atômica por monocromador Czerny-Turner Espelho Côncavo Espelho Côncavo Rede de Difração Fenda de entrada Fenda de saída Detector Fonte de radiação Ângulo da rede determina o comprimento de onda na fenda de saída � Como resolver o problema da emissão dos átomos no atomizador? � Modulação da radiação da fonte: ���� mecânico ���� eletronicamente Atomizador átomos absorvendo átomos emitindo � Tipos de arranjos: ���� simples feixe com modulação ���� duplo feixe Fotomontagem do um Espectrômetro de AAS: Simples Feixe 6 Fotomontagem do um Espectrômetro de AAS: Duplo Feixe Rede (Grade) de Difração � Grades mais usadas em AA tem 1200-2000 riscos/mm Largura da grade Luz difratada Ângulo normal ao risco Plano normal a grade Luz incidente Resolução Espectral � I = 8 mA � Resolução: 0,5 nm Espectros de Emissão de Cu Fenda (Resolução 0,5 nm) Efeito da Resolução na Absorbância � Implicações relacionadas com fendas muito abertas: ���� Monocromaticidade ���� Desvios da Lei de Beer 7 Io It Io = 100 It = 100 = log10 = 0,000Absorbância Io It Io = 100 It = 99 = log10 = 0,0044Absorbância Io It Io It Io = 100 It = 10 = log10 = 1,000Absorbância Io It Io It Detectores Espectroscópicos São dispositivos capazes de transformar a energia de um fóton de luz em energia elétrica.“Efeito fotoelétrico” Energia Luminosa Fotocatodo Anodo Dinodos (9-13) Envoltório de Quatzo Isolante *100 Milhões de vezes é a amplificação do sinal e- e- e-e- e-e - e- e- e-e- e- e- e- Requisitos para um bom detector � alta sensibilidade � alta eficiência quântica � responder no intervalo de comprimento de onda de interesse � responder no intervalo linear (sinal é proporcional hν) � alta razão sinal/ruído � tempo resposta (ms) � baixa corrente residual Atomizador M + hλ � M* Io Conjunto Monocromador Detector It A = log Io/It ou A = kcChama Forno de Grafite Gerador Hidretos E = hνννν Gerador Hg Componentes de um AAS It 8 Atomizadores em Espectrometria de Absorção Atômica � O quê são? São dispositivos capazes de converter íons nas formas livres ou associados em átomos gasosos no estado fundamental. � Tipos mais conhecidos: ���� com chama (FAAS) ���� com atomização eletrotérmica (ETAAS) ���� com geração de hidretos (HGAAS) ���� com geração de vapor atômico a frio (CVAAS) Atomização com chama Diagrama de um espectrômetro de absorção atômica com chama 0,345 dreno Atomização com chama amostra Conjunto monocromador Fonte de radiação detector Nebulizador oxidante Combustível Detalhe de uma chama Esquema do conjunto nebulizador/queimador Pérola de impacto Nebulizador Câmara de expansão com cabeça do queimador Anteparo Apoio para o nebulizador e entrada de gases Tipos de chama: ���� Ar atmosférico/C2H2 ���� temperatura ≅≅≅≅ 2300ºC ���� queimador (comprimento ≅≅≅≅ 10 cm) ���� produtos da combustão: C, CO, CO2, O, O2, H2O, H, H2, OH C2H2 + 3/2 O2 →→→→ 2 CO + H2O ���� Limitações ���� absorção na região do UV (< 230 nm) ���� baixa temperatura Atomizador de Chama (FAAS) 9 Tipos de chama: ���� N2O/C2H2 ���� temperatura ≅≅≅≅ 3000ºC ���� queimador (comprimento ≅≅≅≅ 6 cm) ���� produtos da combustão: C, CO, CO2, O, O2, H2O, H, H2, OH, NO, N2 C2H2 + 3 N2O →→→→ 2 CO + 3 N2 + H2O ���� Limitações ���� ionização de alguns elementos (Ca, Ba...) ���� intensa emissão Atomizador de Chama (FAAS) Tipos de Chama ar/C2H2 N2O/C2H2 10 cm 6 cm ↔ ↑↓ (gás/gás) (liq/gás) fusão (sol/gás) chama dessolvatação ⇑⇑⇑⇑ Nebulização ⇓⇓⇓⇓ Condensação Amostra M+* M* M+ + e- MAg MAl MAs ar ou N2O ⇒⇒⇒⇒ câmara de mistura M+ A- (gotículas) ⇐⇐⇐⇐ C2H2 câmara de mistura M+ A- excitação ���� emissão (linhas) MO* MOH* excitação ���� emissão (bandas) MO MOHM + A T ���� hνννν ↔↔↔↔↔↔↔↔ ���� ���� ���� ���� vaporização Dreno chama Produção de Átomos Livres na Chama 1. Nebulização da solução e formação do aerossol (eficiência < 3%): (gotículas com diâmetro < 5 µµµµm atingem a chama) 2. Evaporação do solvente: M+(aq) + A-(aq) MA(aq) MA(s) 3. Fusão e vaporização (ou sublimação): MA(s) MA(liq) MA(v) 4. Dissociação, excitação, ionização: Mo + Ao átomos neutros Mo* + Ao* átomos excitados MA(v) MA* moléculas excitadas M+ + A- ionização M+* + A-* íons excitados Ar M+ + A- C2H2 MAMAss MAMAll MAMAgg M + AM + A dessolvataçãodessolvatação dissociaçãodissociação fusãofusão vaporizaçãovaporização Atomização na chama Io It hobs Principais Equilíbrios na Chama 1. Equilíbrio dissociação/recombinação MA(s,l,g) M(g) + A(g) Kd = pM.pA / pMA MO(g) M(g) + O(g) Kd = pM.pO / pMO 2. Equilíbrio ionização/deionização M(g) M+(g) + e- Ke = pM+.pe- / pM 3. Equilíbrio absorção/emissão M(g) M(g)* 10 Composição de Chama Dentro de certos limite, a temperatura da chama não é tão importante, o mais importante é sua característica oxidante ou redutora. � Chama Estequiométrica 70 l/h C2H2 450 l/h ar � Chama Redutora 90 l/h C2H2 450 l/h ar � Chama Oxidante 50 l/h C2H2 450 l/h ar � Chama estequiométrica (ar/C2H2) � temperatura ≅ 2300ºC C2H2 + 3/2 O2 → 2 CO + H2O � Chama redutora (ar/C2H2) – maior quantidade de acetileno � temperatura ≅ 2300ºC � Indicada para elementos formadores de óxidos refratários (Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Mo, Cr, Sn...) C2H2 + O2 → C + CO + H2O � Limitações � alta emissão � absorção molecular (espécies de carbono não queimadas) Composição de Chama � Chama estequiométrica (ar/C2H2) � temperatura ≅ 2300ºC C2H2 + 3/2 O2 → 2 CO + H2O � Chama oxidante (ar/C2H2) – menor quantidade de acetileno � temperatura ≅ 2300ºC � Indicada para elementos voláteis e que tem os óxidos como principais precursores atômicos (Ag, Au, Zn...) C2H2 + 5/2 O2 → 2CO2 + H2O Composição de Chama Aerossol Partículas sólidas Átomos Espécies moleculares Espécies iônicas IonizaçãoDissociação Nebulização Desolvatação Volatilização ∆∆∆∆ ∆∆∆∆ A t/s Eficiência de Transporte na nebulização (3-5 %) Absorção Atômica com Chama Atomização com forno de grafite ressonânciaressonância RessonânciaRessonância Não ressonânciaNão ressonância Gás de enchimentoGás de enchimento IIoo IItt 0.723 Diagrama de um espectrômetro de absorção atômica com forno de grafite 11 (a) Tubo de grafite (b) Contatos/eletrodos (c) Introdução da amostra (d) Suporte (e) Entrada de gases Desenho Esquemático do Modelo de Forno de Grafite Atual Io It Tubo de grafite com aquecimento transversal Tubo de grafite com aquecimento longitudinal Tipos de Tubos de Grafite Detalhe de um Forno de Grafite com Amostrador Automático Motor Água desionizada Modificador químico Soluções analíticas e amostras Ar atmosférico Limpeza Dispensador do Amostrador Automático Cortesia: Varian Injeção da Amostra no Tubo de Grafite Cortesia: Varian Volume injetado 5 a 50 µL ResfriamentoResfriamento TT EE MM PP EE RR AA TT UU RR AA ((ooC)C) SecagemSecagem PirólisePirólise AtomizaçãoAtomização T E M P O (s)T E M P O (s) LimpezaLimpeza Programa de Aquecimento 12 Resíduo Sólido Fluxo Ar Gota Solução Solvente ���� Secagem do solvente (80-200 oC) 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 20 40 60 80 100 120 TIME (seconds) TE M PE RA TU RE ° C Dry Ash Gas Stop Atomize Clean Out Cool Down hνννν Fluxo Ar ���� A evaporação do solvente forma um filme sólido sobre a superfície de grafite do tubo Resíduo Final Resíduo Sólido 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 20 40 60 80 100 120 TIME (seconds) TE M PE R AT UR E ° C Dry Ash Gas Stop Atomize Clean Out Cool Down ���� Aumenta a temperatura para remover componentes da matriz (250-1600oC) ���� não deve evaporar o analito ���� Em geral os compostos refratários não são eliminados ���� óxidos, carbetos.. Fluxo ArFluxo Ar hνννν Nuvem atômica Resíduo FinalResíduo Final Fluxo de gás é interrompido ���� Tubo de grafite aquece rapidamente (1000o-2000 oC/sec) 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 20 40 60 80 100 120 TIME (seconds) TE M PE RA TU RE ° C Dry Ash Gas Stop Atomize Clean Out Cool Down ���� Resíduo é vaporizado e forma-se uma nuvem de átomos no estado fundamental (1600–3000 oC) Io It Etapa T (ºC) Rampa (ºC s-1) Patamar (s) Leitura 5 20 Não 20 10 Não 100 10 Não 5 Sim 1200 2 Não 0 Etapa T Rampa Patamar Fluxo de Leitura (oC) (s) (s) Ar (L/min) Secagem 80-200 5 a 10 10 a 25 0,25 Não Pirólise 200-1600 10 a 20 5 a 30 0,25 Não Atomização 1600-3000 0 2 a 10 0 Sim Limpeza 2000-3000 1 2 0,25 Não Programa de Aquecimento Resíduo sólido Átomos Espécies moleculares Espécies iônicas IonizaçãoDissociação Transporte Dessolvatação Volatilização ∆∆∆∆ ∆∆∆∆ Eficiência de Transporte 100 % Alíquota 5-50 µµµµL A t/s Absorção Atômica com Forno de Grafite Atomizadores e Temperaturas de Atomização � Atomização com Chama C2H2 – ar (~ 2300 °C) C2H2 – N2O (~ 3000° C) � Atomização eletrotérmica Forno de grafite (1400 a 3000 °C) Volumes de soluções gastos e intervalos de concentrações usuais � Atomização com Chama ( 0,5 - 1 ml solução) 0,01 – 2.00 mg l-1 Zn 5 – 500 mg l-1 Si � Atomização em forno de grafite (10 - 20 µl solução) 0,10 – 1,00 µg l –1 Cd 100 – 5000 µg l –1 B 13 Interferências Interferências em Absorção Atômica O que são interferências? Considerando quea absorção atômica é uma técnica relativa, ou seja, é necessário calibrar o espectrômetro para as determinações, em geral, podemos dizer que qualquer alteração provocada pelos concomitantes presentes na amostra que altere a transformação do analito em átomo no estado gasoso fundamental, diferentemente do que ocorre com as soluções analíticas de calibração pode ser considerado uma interferência. ↔ ↑↓ (gás/gás) (liq/gás) fusão (sol/gás) chama dessolvatação ⇑⇑⇑⇑ Nebulização ⇓⇓⇓⇓ Condensação Amostra M+* M* M+ + e- MAg MAl MAs ar ou N2O ⇒⇒⇒⇒ câmara de mistura M+ A- (gotículas) ⇐⇐⇐⇐ C2H2 câmara de mistura M+ A- excitação ���� emissão (linhas) MO* MOH* excitação ���� emissão (bandas) MO MOHM + A T ���� hνννν ↔↔↔↔↔↔↔↔ ���� ���� ���� ���� vaporização Dreno chama Principais Equilíbrios na Chama 1. Equilíbrio dissociação/recombinação MA(s,l,g) M(g) + A(g) Kd = pM.pA / pMA MO(g) M(g) + O(g) Kd = pM.pO / pMO 2. Equilíbrio ionização/deionização M(g) M+(g) + e- Ke = pM+.pe- / pM 3. Equilíbrio absorção/emissão M(g) M(g)* ���� Interferência espectral Separação incompleta da radiação absorvida pelo analito de outras radiações ou absorção de radiação detectadas e processadas pelo espectrômetro. →→→→ Absorção de radiação no λλλλ do analito pelos componentes presentes na matriz →→→→ Espalhamento de radiação causado por partículas sólida ���� Interferência não espectral Causa uma alteração no número de átomos do analito no volume de absorção. →→→→ Transporte (afeta a eficiência de nebulização) →→→→ Ionização →→→→ Química (reações químicas indesejadas) Tipos de Interferências em Absorção Atômica Interferência Não Espectral Principais tipos de interferência não espectral: ���� Transporte (afeta a eficiência de nebulização) ���� Ionização ���� Química (reações químicas indesejadas) 14 Interferência Física ou de Transporte Em geral ocorre quando a solução da amostra apresenta composição muito diferente das soluções de calibração, afetando a taxa de aspiração do nebulizador. É muito mais evidente em chama. Fatores mais importantes a serem considerados: ���� viscosidade ���� tensão superficial ���� porcentagem de sólidos dissolvidos (> 5% problemas) Influência da tensão superficial sobre a eficiência de transporte em AAS R. F. Browner, A. W. Boorn, Anal. Chem., 56(7), (1984) 786A-798A Benzeno 28,8 27 Xileno 29,1 14 Nitrobenzeno 43,9 15 Solvente Tensão Superficial (dyn/cm) Ef.Nebulização (%) Água 72,7 1,5 Absorbância relativa de Ni em diferentes meios Solvente Absorbância Tensão superficial Viscosidade relativa (dynes/cm) (Pa.s) água 1 73,05 1,002 m-xileno 7 28,9 0,62 benzeno 10 28,85 0,652 metanol 12 22,61 0,597 acetona 36 23,70 0,36 Tensão superficial e viscosidade de líquidos (20 oC) Solvente Tensão superficial Viscosidade (dynes/cm) (Pa.s) Água 73,05 1,002 Etanol 22,75 1,074 Etanol/Água (34%) 33,24 2,829 Etanol/Água (48%) 30,10 2,850 0 20 40 60 80 100 20,0 40,0 60,0 80,0 T en sã o su pe rf ic ia l (m N m -1 ) %C2H5OH Mistura de C2H5OH/a água ���� Eficiência de nebulização água A água/etanol A c1 c2 Efeito da Tensão Superficial sobre a Curva Analítica de Calibração 40 60 80 100 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 T ax a de a sp ir aç ão ( m L m in -1 ) 0 20 8,0 12,0 16,0 20,0 24,0 Vi sc os id ad e (m P) %C2H5OH água A c1 c2 água/etanol Mistura de C2H5OH/água Alteração da viscosidade e eficiência de nebulização Efeito da Viscosidade sobre a Curva Analítica de Calibração A 15 Interferência de Ionização Quando ocorre? ���� Ocorre principalmente na determinação de elementos facilmente inonizáveis (Ca, Ba...). ���� Quando um analito facilmente ionizável é determinado em uma amostra contendo alta concentração de um elemento concomitante também facilmente ionizável. ���� Comum em chama e em forno de grafite % de Átomos Ionizados x Potencial de Ionização Elemento Potencial de Ionização (eV) Chama ar/C3H8 (1925 oC) Chama O2/H2 (2660 oC) Chama N2O/C2H2 (2900 oC) Li 5,391 0,01 1 16 Na 5,139 0,3 5 26 K 4,340 2,5 31 82 Ru 4,177 13,5 44 89 Cs 3,894 28,3 69 96 Ca 6,113 - 1 7 Sr 5,694 - 2,7 17 Ba 5,211 - 8,6 42 Exemplo: ���� determinação de Ba em solução salina ���� CBa2+ (0,5 - 2 mg/L) ���� CNa+ ≅≅≅≅ 10.000 mg/L 1. Diluição da solução de no máximo 50% (1:1) ���� CBa2+ (0,25 - 1 mg/L) ���� CNa+ ≅≅≅≅ 5.000 mg/L 2. Chama indicada para o bário (N2O/C2H2) Atenção! Nessa chama o bário encontra-se 42% ionizado. 3. Adicionar KCl ou CsCl (1-2 g/L) nas soluções de calibração e nas amostras diluídas. Nessa chama o K e Cs encontram-se > 80% ionizados. Portanto aumenta a pe- na chama (afeta o eq. De ionização). Interferência de ionização na determinação de Ba com N2O/C2H2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 A bs or bâ nc ia Concentração Ba (mg/L) Curva de calibração em solução aquosa Curva de calibração em solução 0,2% KCl Interferência Química ���� Ocorre devido às reações químicas entre o analito e os componentes da matriz, em geral, na fase líquida (durante a fusão) ou na fase vapor. ���� Comum em chama 1. Reações secundárias podem ocorrer entre átomos, radicais ou moléculas: Óxidos: M(g) + O(g) MO(g) M(g) + OH(g) MO(g) + H(g) M(g) + H2O(g) MO(g) + H2(g) Hidróxidos: M(g) + OH(g) MOH(g) Hidretos: M(g) + H(g) MH(g) 2. Formação de compostos refratários, tais como, fosfatos, sulfatos, Ex.: CaSO4 Ca3(PO4)2 Ca2P2O7 Reações Químicas na Chama 16 3. Formação de haletos refratários: Ex.: AlF3 4. Formação de óxidos complexos (óxidos mistos): Ex.: MgO(s,l) + Al2O3(s,l) MgAl2O4(s) (Mg=analito) (PF = 2135 oC) CaO(s,l) + TiO2(s,l) CaTiO3(s) (Ca=analito) CaO(s,l) + SiO2(s,l) CaSiO3(s) (Ca=analito) Reações Químicas na Chama Algumas Estratégias para Minimizar Interferências Não Espectrais: ���� No caso de interferência de transporte: ���� preparar soluções de calibração e amostra no mesmo meio ���� calibração com o método de adição de analito ���� calibração com curvas analíticas em meio da amostra Atenção! ���� No caso da calibração com curvas analíticas preparadas em meio de uma amostra é necessário considerar os seguintes detalhes: ���� a composição das amostras deve ser constante ���� a amostra utilizada para construir a curva de calibração deve conter baixa concentração do analito de interesse Algumas Estratégias para Minimizar Interferências Não Espectrais: ���� No caso de ionização: ���� adição de um supressor de ionização (chamado de tampão de ionização) ���� os tampões de ionização mais usuais são KCl ou CsCl ���� requisito importante para o tampão de ionização ter baixo potencial de ionização Algumas Estratégias para Minimizar Interferências Não Espectrais: ���� No caso das reações químicas (em chama): ���� aumentar temperatura (chama N2O/C2H2) ���� usar chama redutora ���� combinar o elemento interferentes com outro elemento Exemplo: ���� Supressão da interferência de silício na determinação de Ca ���� adição de um modificador químico (LaCl3 ou SrCl2) nas soluções de calibração e amostra (sequestrante do interf.) CaO(l) + SiO2(l) ���� CaSiO3(l) LaCl3(aq) + H2O/HNO3(aq) ���� La2O3(s) La2O3(l) + SiO2(l) ���� [La2SiO4] ∆∆∆∆ Consequências das interferências em AAS ↑exatidão + ↑precisão ���� Comprometimento da precisão e da exatidão dos resultados ���� Deve ser eliminada ou corrigida ↓exatidão + ↑precisão ↓exatidão + ↓precisão Curva Analítica de Calibração (Calibração Externa – uso de soluções aquosas) 0,6 0 0 0,5 0,007 1,0 0,014 2,0 0,028 4,0 0,058 8,0 0,114 10 0,142 C (mg/L) A 0 2 4 6 8 10 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 A bs or bâ nc ia Concentração (mg/L) Região linear Y = 0,01422X + 1,676x10-4 R = 0,99998 ±±±± 0,00062 Amostra: A = 0,0438 0,0445 0,0441 Amédia = 0,0441 DP = 0,003 CX = ? 3,1 ±±±± 0,2 mg/L Amédia 17 Curva Analíticade Calibração com Adição de Analito 0,6 0 0,0230 1,0 0,0322 2,0 0,0414 4,0 0,0598 8,0 0,0966 C (mg/L) A Região linear Y = 0,01422X + 1,676x10-4 R = 0,99997 ±±±± 0,00049 0 2 4 6 8 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 A bs or bâ nc ia Concentração 1,6 mg/L Região linear Y = 0,01422X + 0,0234 A=0 a conc. é o intercepto no eixo da concentração 0 = 0,01422X + 0,0234 Curva Analítica de Calibração com Compatibilização de Matriz C (mg/L) A Acorr. Região linear Y = 0,0092X R = 0,99999 ±±±± 0,00001 CX = ? 0 2 4 6 8 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 A bs or bâ nc ia Concentração 0,6 0 0,0230 0,0000 1,0 0,0322 0,0092 2,0 0,0414 0,0184 4,0 0,0598 0,0368 8,0 0,0966 0,0736 Amostra: A = 0,0230 0,0234 0,0232 Amédia = 0,0232 DP = 0,0002 Amédia 2,5 ±±±± 0,1 mg/L Lembre-se que: Compatibilização de matriz também pode ser feita adicionando-se um ou mais elementos majotitários (não analitos) presentes na amostra na curva analítica de calibração. Referências � P.V. Oliveira, F.J. Krug, J.A. Nóbrega, Espectrometria de Absorção Atômica (Apostila). � D.A. Skoog, F.J. Holler, T.A. Nieman, Princípios de Análise Instrumental, 5a ed., Bookman, São Paulo, 2002. � D.C. Harris, Análise Química Quantitativa, LTC Livros Técnicos e científicos, Rio de Janeiro, 2001. � Site da disciplina
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