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Direito do Trabalho
SEGMENTO DIREITO DO TRABALHO 
A Segurança e Medicina do Trabalho consiste em segmento 
do Direito do Trabalho que objetiva: 
• Assegurar condições de proteção à saúde do 
trabalhador no local de trabalho. 
• Assegurar sua recuperação quando não estiver em 
condições de prestar serviços ao empregador. 
Constitui falta grave do empregado, nos termos do artigo 
158, parágrafo único, alíneas “a” e “b”, da CLT, recusa 
injustificada à observância das instruções expedidas pelo 
empregador e ao uso dos equipamentos de proteção 
individual fornecidos pela empresa. 
Especificamente quanto às medidas preventivas de Medicina 
do Trabalho, cumpre destacar o exame médico a ser 
realizado sempre por conta do empregador. Assim sendo, o 
empregado não deverá desembolsar nenhum valor para 
efeito do exame médico. 
O exame médico deve ser realizado na admissão, na 
dispensa e periodicamente. Cabe ao Ministério do Trabalho 
determinar quando serão exigíveis os exames médicos por 
ocasião da dispensa e os complementares. Contudo, poderá 
o médico exigir exames complementares, a seu critério, 
inclusive no momento da admissão, para apuração da 
capacidade ou aptidão física e mental do empregado em 
razão da função que deva exercer. 
Os resultados dos exames médicos deverão ser comunicados 
ao trabalhador, inclusive o complementar, observados os 
preceitos da ética médica. A Norma Regulamentadora nº 7 
(NR-7) da Portaria nº 3.214/78 traz mais esclarecimentos 
sobre os exames médicos, inclusive sobre sua periodicidade. 
Apenas à guisa de ilustração, para trabalhadores cujas 
atividades envolvam os riscos mencionados nos quadros I e 
II da NR-7, a avaliação dos indicadores biológicos deverá ser, 
no mínimo, semestral, podendo ser reduzida a critério do 
médico coordenador. 
CONDIÇÔES DE SEGURANÇA 
Com base no artigo 200 da Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT), foi expedida a Portaria nº 3.214/78, que 
trata de uma série de normas complementares relacionadas 
às condições de segurança no trabalho. 
Especificamente no que concerne ao trabalho rural, 
seguindo o previsto no artigo 13 da Lei nº 5.889/73, 
a Portaria MTE nº 86/2005 trata de segurança e saúde no 
trabalho na: 
1. Agricultura 
2. Pecuária 
3. Silvicultura 
4. Exploração de floresta 
5. Aquicultura 
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
Os empregadores devem fornecer aos empregados, gratuita 
e obrigatoriamente, o equipamento de proteção individual 
(EPI), de maneira a protegê-los contra os riscos de acidentes 
do trabalho e danos a sua saúde. A NR-6 da Portaria nº 
3.214/78 específica regras sobre EPI. 
O EPI consiste em todo dispositivo ou produto, de uso 
individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção 
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no 
trabalho. 
Os EPIs são classificados em função da proteção que 
oferecem. Assim sendo, existem equipamentos que 
protegem a cabeça (capacete e capuz), o tronco (vestimentas 
de segurança), os membros superiores (luvas, braçadeiras e 
dedeiras) etc. 
Há a necessidade de que o empregador fiscalize o efetivo uso 
dos EPIs. A rigor, compete ao Serviço Especializado em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
(SESMT) ou à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(CIPA) recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco 
existente em determinada atividade. 
Além disso, o empregador deve treinar o trabalhador para o 
uso correto do EPI, assim como substituir o equipamento 
quando danificado ou extraviado, e tornar obrigatório o seu 
uso. 
ÓRGÃOS DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO 
NAS EMPRESAS 
SESMT – Serviços Especializados em Segurança e 
Medicina do Trabalho 
O SESMT, cuja obrigatoriedade encontra-se prevista no art. 
162 da CLT, é composto por profissionais dotados de 
conhecimento de engenharia de segurança e medicina do 
trabalho aplicado ao ambiente de trabalho. Esse órgão tem a 
missão de promover a saúde e de proteger a integridade do 
trabalhador no local de trabalho. 
Compete ao empregador todo e qualquer ônus decorrente da 
instalação e manutenção deste serviço. 
O dimensionamento do SESMT depende da gradação do 
risco da atividade principal e do número total de empregados 
existentes no estabelecimento. Caso a empresa tenha, por 
exemplo, mais de 50% de seus empregados em 
estabelecimento ou setor com atividade em que o grau de 
risco seja superior ao da atividade principal, deverá 
dimensionar os serviços especializados em razão do maior 
grau de risco. 
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
Conforme prevê o art. 163 da CLT, é obrigatória a 
constituição da CIPA no âmbito das empresas privadas, 
públicas, sociedades de economia mista, órgãos da 
administração pública direta e indireta, instituições 
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem 
como outras instituições que admitam trabalhadores como 
empregados, conforme as instruções do Ministério do 
Trabalho contidas na NR-5 da Portaria nº 3.214/78. 
Trata-se de uma fórmula democrática de acesso dos 
trabalhadores à política e aos mecanismos de segurança e 
medicina do trabalho. Tem como objetivo a prevenção de 
acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
A CIPA será composta por representantes da empresa e dos 
empregados. Os representantes do empregador, titulares e 
suplentes, serão por ele designados, anualmente, entre os 
quais o presidente da CIPA. 
Os representantes dos empregados, e somente eles, gozam 
de garantia provisória de emprego (estabilidade), desde o 
registro da candidatura até um ano após o término do seu 
mandato, conforme previsão do art. 10, II, a, do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT e art. 165 da 
CLT. O Supremo Tribunal Federal – STF também já sumulou o 
entendimento de que a referida estabilidade se aplica aos 
suplentes (Súmula nº 676 do STF). 
Deve-se, contudo, destacar que serão asseguradas aos 
membros da CIPA condições que não descaracterizem suas 
atividades normais na empresa. Eles continuam trabalhando 
normalmente para o empreendimento, por isso é vedada a 
sua transferência para outro estabelecimento (vide o item 
5.9 da NR-5). Extinto, contudo, o estabelecimento, 
desaparecem as razões da manutenção da qualidade de 
membro da CIPA e ocorre a cessação da estabilidade, 
conforme estabelece a Súmula nº 339 do Tribunal Superior 
do Trabalho. 
ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E 
PREVIDÊNCIA 
A fiscalização do cumprimento das normas de Segurança e 
Medicina do Trabalho é atribuição do atual Ministério do 
Trabalho e Previdência por meio dos auditores fiscais do 
trabalho. 
De acordo com o artigo 162 da CLT, o Ministério estabelecerá 
normas quanto à (às): 
1. Classificação das empresas de acordo com o 
número de empregados e a natureza do risco de 
suas atividades. 
2. Qualificação exigida para os profissionais 
especializados tanto em medicina quanto em 
segurança do trabalho. 
3. Demais características e atribuições dos Serviços 
Especializados em Segurança e Medicina do 
Trabalho nas empresas. 
O artigo 156, incisos I a III, da CLT, prevê que é 
responsabilidade das Superintendências Regionais do 
Trabalho, ali referidas ainda como Delegacias Regionais do 
Trabalho: “I - promover a fiscalização do cumprimento das 
normas de segurança e medicina do trabalho; II - adotar as 
medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições 
deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em 
qualquer local de trabalho, se façam necessárias; e III - impor 
as penalidades cabíveis por descumprimento das normas 
afetas à Segurança e Medicina do Trabalho”. 
A fiscalização trabalhista costuma atuar mesmo antes da 
entrada em funcionamento do estabelecimento do 
empregador. Quando existirem modificações substanciais a 
serem implementadas no local de trabalho, inclusive quanto 
a equipamentos, haverá nova fiscalização. 
As empresas poderão, contudo, solicitar previamente às 
Superintendências Regionais do Trabalho a aprovação dos 
projetos de construção e respectivasinstalações. Já a 
interdição ou o embargo do estabelecimento do empregador 
poderão ser requeridos pelo serviço competente da 
Superintendência Regional do Trabalho e pelo auditor fiscal 
do trabalho ou entidade sindical (art. 161, § 2º, da CLT). 
A rigor: 
• Quando as irregularidades forem sanáveis 
O inspetor deverá conceder um prazo à empresa 
para que cumpra as determinações. 
• Quando as irregularidades forem insanáveis 
A fiscalização autuará a empresa, impondo-lhe 
multa. O auto de infração (art. 628 da CLT) será feito 
em duplicata, especificando os motivos e 
fundamentos legais da autuação. Recolhida a multa 
no prazo de 10 dias contados da data da 
notificação, ela será reduzida em 50% (cinquenta 
porcento) (art. 636, § 6º, da CLT). 
As multas previstas na legislação trabalhista serão, quando 
for o caso, e sem prejuízo das demais cominações legais, 
agravadas até o grau máximo nos casos de artifício, ardil, 
simulação, desacato, embaraço ou resistência a ação fiscal, 
levando-se em conta, além das circunstâncias atenuantes ou 
agravantes, a situação econômico-financeira do infrator e os 
meios a seu alcance para cumprir a lei (art. 5º da Lei nº 
7.855/89). 
Prevê ainda o art. 6º, § 1º, da Lei nº 7.855/89 que não será 
considerado reincidente o empregador que não for 
novamente autuado por infração ao mesmo dispositivo, 
decorrido dois anos da imposição da penalidade. 
ACIDENTE DE TRABALHO TÍPICO E DOENÇAS 
OCUPACIONAIS 
O chamado acidente de trabalho típico é aquele que ocorre 
pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de 
empregador doméstico (artigo 19, caput, da Lei nº 8.213/91) 
ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais (inciso 
VII do art. 11 da Lei nº 8.213/91), provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou 
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho. 
As chamadas doenças ocupacionais também caracterizam 
acidente de trabalho. O artigo 20, incisos I e II, da Lei nº 
8.213/91, aborda as duas espécies de doenças ocupacionais 
existentes no nosso ordenamento: a doença profissional e a 
doença do trabalho. 
Excludentes de doença do trabalho 
É possível que o trabalhador seja acometido por doenças ou 
outros infortúnios que não sejam considerados acidente do 
trabalho. Nesse caso, o artigo 20, § 1º, da Lei nº 8.213/91, não 
considerada como doença do trabalho: 
1. highlight_off 
A doença degenerativa. 
2. highlight_off 
A doença inerente a grupo etário. 
3. highlight_off 
A doença que não produza incapacidade laborativa. 
4. highlight_off 
A doença endêmica adquirida por segurado habitante de 
região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que 
é resultante de exposição ou contato direto determinado pela 
natureza do trabalho. 
O mesmo dispositivo estabelece em seu § 2º que, em 
situações excepcionais, constatando-se que a doença não 
caracterizada como ocupacional resultou das condições 
especiais em que o trabalho é executado e com ele se 
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-
la acidente do trabalho. 
ACIDENTE DE TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO 
Para além das hipóteses de acidente de trabalho típico e 
doenças ocupacionais já abordadas, a Lei nº. 8.213/91 prevê 
no seu artigo 21, incisos II a IV, hipóteses que se equiparam ao 
acidente do trabalho: 
• “II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no 
horário do trabalho, em consequência de: a) ato de 
agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por 
terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa 
física intencional, inclusive de terceiro, por motivo 
de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de 
imprudência, de negligência ou de imperícia de 
terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de 
pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, 
inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou 
decorrentes de força maior;” 
• “III - A doença proveniente de contaminação 
acidental do empregado no exercício de sua 
atividade.” 
• “IV - O acidente sofrido pelo segurado ainda que 
fora do local e horário de trabalho: a) na execução 
de ordem ou na realização de serviço sob a 
autoridade da empresa; b) na prestação espontânea 
de qualquer serviço à empresa para lhe evitar 
prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a 
serviço da empresa, inclusive para estudo quando 
financiada por esta dentro de seus planos para 
melhor capacitação da mão de obra, 
independentemente do meio de locomoção 
utilizado, inclusive veículo de propriedade do 
segurado; d) no percurso da residência para o local 
de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja 
o meio de locomoção, inclusive veículo de 
propriedade do segurado.” Este último inciso 
consiste no chamado acidente do trabalho in 
itinere. 
COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO (CAT) 
Ocorrido o acidente de trabalho, é obrigação da empresa ou 
do empregador doméstico comunicar o sinistro à 
Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da 
ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade 
competente, sob pena de multa variável entre o limite 
mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, 
sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e 
cobrada pela Previdência Social (art. 22, caput, da Lei nº 
8.213/91). Da referida comunicação receberão cópia fiel o 
acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a 
que corresponda a sua categoria (art. 22, § 1º, da Lei nº 
8.213/91). 
O dia do acidente do trabalho e os 15 (quinze) dias seguintes 
serão remunerados pelo empregador, tratando-se, pois, de 
hipótese de interrupção do contrato de trabalho. Porém, a 
contar do 16º dia seguinte ao do afastamento do trabalho em 
consequência do acidente passa a ser devido pela 
Previdência Social o auxílio-doença acidentário. A partir 
desse momento, a empresa não paga mais salários, mas há a 
contagem do tempo de serviço para efeito de indenização e 
estabilidade (§ 1º do art. 4º da CLT) e incidência do FGTS (art. 
15, § 5º, da Lei nº 8.036/90). 
Em se tratando de doença ocupacional, considera-se como 
dia do acidente a data do início da incapacidade laborativa 
para o exercício da atividade habitual, ou o dia da 
segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o 
diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro 
(art. 23 da Lei nº 8.213/91). 
EXPOSIÇÃO DE AGENTES NOCIVOS À SAÚDE 
Consideram-se atividades insalubres aquelas que, por sua 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os 
empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de 
tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do 
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (art. 189 da 
CLT). 
As atividades e operações insalubres encontram-se inseridas 
na NR 15 da Portaria nº 3.214/78, a qual descreve os agentes 
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde do 
empregado, bem como os respectivos limites de tolerância. 
Essa é uma exigência prevista no art. 190, caput, da CLT, que 
estabelece que o Ministério do Trabalho aprovará o quadro 
das atividades e operações insalubres e adotará normas 
sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os 
limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de 
proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a 
esses agentes. 
A Súmula nº 460 do STF prevê que “para efeito do adicional 
de insalubridade, a perícia judicial em reclamação trabalhista 
não dispensa o enquadramento da atividade entre as 
insalubres, que é ato da competência do Ministério do 
Trabalho”. 
Contudo, esta não é a única exigência para que a atividade 
seja considerada insalubre e o empregado faça jus ao 
respectivo adicional. Nesse sentido, a Súmula nº 448 do TST 
indica também a necessidade de constatação da 
insalubridade por meio de laudo pericial produzido por 
médico ou engenheiro do trabalho. 
Mais do que isso, o referido verbete estabelece que a 
higienização de instalações sanitárias de uso público ou 
coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, 
por não seequiparar à limpeza em residências e escritórios, 
enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau 
máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da 
Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e 
industrialização de lixo urbano. 
Caso ocorra a verificação, mediante perícia, de prestação de 
serviços em condições nocivas, porém seja considerado 
agente insalubre diverso do apontado na inicial, daí não 
resulta qualquer prejuízo ao pedido de adicional de 
insalubridade (Súmula nº 293 do TST). 
A eventual eliminação ou a neutralização da insalubridade 
ocorrerá (art. 191 da CLT): 
• com a adoção de medidas que conservem o 
ambiente de trabalho dentro dos limites de 
tolerância;” 
• com a utilização de equipamentos de proteção 
individual ao trabalhador, que diminuam a 
intensidade do agente agressivo a limites de 
tolerância.” 
No que tange aos percentuais e base de cálculo do adicional 
de insalubridade, diz a Súmula Vinculante nº 4 do STF que 
“salvo nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo 
não pode ser usado como indexador de base de cálculo de 
vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser 
substituído por decisão judicial". 
Contudo, o STF por ocasião do julgamento da medida 
cautelar em Reclamação nº 6.266-0 – DF determinou a 
suspensão da aplicação da Súmula nº 228 do TST na parte 
em que permite a utilização do salário básico para calcular o 
adicional de insalubridade. Desse modo, ao menos 
temporariamente, o adicional de insalubridade continuará 
regido pela CLT e calculado com base no salário-mínimo. 
ATIVIDADES PERIGOSAS 
Nos termos do artigo 193 da CLT, “são consideradas 
atividades ou operações perigosas, na forma da 
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e 
Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de 
trabalho, impliquem risco acentuado em virtude 
de exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, 
explosivos ou energia elétrica; II - roubos ou outras espécies 
de violência física nas atividades profissionais de segurança 
pessoal ou patrimonial”. 
As atividades e operações perigosas encontram-se indicadas 
na NR 16 da Portaria nº 3.214/78. 
Deve-se ainda destacar que, no art. 193, § 4º, da CLT, é 
prevista como atividade perigosa a desenvolvida com 
a utilização de motocicleta. A Lei nº 11.901/2009 previu 
também o direito ao respectivo adicional ao bombeiro civil, 
ou seja, àquele que exerça, em caráter habitual, função 
remunerada e exclusiva de prevenção e combate a incêndio, 
como empregado contratado diretamente por empresas 
privadas ou públicas, sociedades de economia mista, ou 
empresas especializadas em prestação de serviços de 
prevenção e combate a incêndio. 
A Portaria nº 518/2003 do Ministério do Trabalho previu 
outra hipótese, corroborada pela OJ nº 345 da SBDI-1 do TST 
e consistente na exposição do empregado à radiação 
ionizante ou à substância radioativa. 
Mas qual é o percentual e a base de cálculo desse adicional? 
O artigo 193, § 1º, da CLT prevê que “o trabalho em condições 
de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 
30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos 
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos 
lucros da empresa”, ou seja, o percentual de 30% (trinta por 
cento) é calculado sobre o salário básico do trabalhador. 
No que tange ao eletricitário, contratado sob a égide da Lei 
nº 7.369/1985, a Súmula nº 191 do TST prevê que o adicional 
de periculosidade deve ser calculado sobre a totalidade das 
parcelas de natureza salarial, não sendo considerada válida 
norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do 
referido adicional sobre o salário básico. 
Assim, a alteração da base de cálculo do adicional de 
periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 
12.740/2012 atinge somente o contrato de trabalho firmado a 
partir de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo 
será realizado exclusivamente sobre o salário básico, 
conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT. 
A Súmula nº 364, itens I e II, do TST estabelece que faz jus ao 
adicional de periculosidade o empregado exposto 
permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se 
a condições de risco. Contudo, o adicional será indevido 
quando o contato se der de forma eventual, assim 
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por 
tempo extremamente reduzido. 
Caso o empregado esteja exposto a agente nocivo e 
perigoso, não poderá perceber ambos os adicionais. Assim 
sendo, prevê o artigo 193, § 2º, da CLT que, nesse caso, o 
empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que 
porventura lhe seja devido. 
NORMAS COMUNS À INSALUBRIDADE E À 
PERICULOSIDADE 
Estabelecidas as peculiaridades inerentes à insalubridade e à 
periculosidade, cumpre abordar as normas comuns a essas 
atividades ou operações. Conforme já destacado durante o 
estudo da insalubridade, o direito do empregado ao adicional 
de insalubridade ou de periculosidade cessará com a 
eliminação do risco à sua saúde ou integridade física (artigo 
194 da CLT). 
Além disso, a caracterização e a classificação da 
insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do 
Ministério do Trabalho, ocorrerão por meio de perícia a cargo 
de médico ou engenheiro do trabalho, registrados no 
Ministério do Trabalho (artigo 195, caput, da CLT). 
Quanto aos efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em 
condições de insalubridade ou periculosidade, prevê o art. 
196 da CLT que serão devidos a contar da data da inclusão da 
respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do 
Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11. 
Por fim, importante salientar que os materiais e substâncias 
empregados, manipulados ou transportados nos locais de 
trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem 
conter, no rótulo, sua composição, recomendações de 
socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, 
segundo a padronização internacional (artigo 197, caput, da 
CLT).

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