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Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Unidade 1 A Importância da Estatística e dos Indicadores Sociais na Atuação do Assistente Social Aula 1 Estatística e o Serviço Social Estatística e o Serviço Social Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá conhecer a de�nição de estatística, bem como alguns exemplos de como ela foi e é utilizada em nosso dia a dia. Além disso, abordaremos a importância e o papel dos conhecimentos estatísticos para a área do Serviço Social. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você conhecerá alguns conceitos iniciais sobre a estatística na área do Serviço Social, buscando enfatizar a importância dos dados estatísticos como referência no processo de conhecimento da realidade social estudada, e sua utilização direcionada à técnica especí�ca de manejo de dados relacionados ao público-alvo das políticas públicas sociais. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para melhor compreender o assunto, imagine que Ana acabou de ser contratada como assistente social pela prefeitura de uma determinada cidade, e seu gestor, com intuito de realizar um treinamento com seus funcionários, solicitou-lhe um relatório que contenha a importância e o papel da estatística para os pro�ssionais da área. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! De�nição de estatística A estatística, um ramo da Matemática, tem como objetivo organizar determinados dados coletados, com intuito de possibilitar a compreensão de um estudo, apresentando algumas de�nições relacionadas à compilação desses dados, ou seja, os denominados dados estatísticos. De acordo com Dixon e Massey Junior (1969), a estatística está relacionada com a listagem dos fatos, os métodos de ordenação e descrição dos dados e, �nalmente, trata-se de uma ciência que infere generalidades a partir de observações especí�cas. Para Marcelino (2010), a estatística refere-se a uma ciência que estuda e pesquisa sobre um levantamento de dados com a máxima quantidade de informação, realiza o processamento de dados para a quanti�cação da incerteza existente na resposta para determinado problema e, por �m, toma decisões sob condições de incerteza, sob o menor risco possível. A estatística auxilia as mais diversas áreas do conhecimento e, a partir do momento em que queremos identi�car o público-alvo e quanti�car os resultados obtidos na pesquisa, fazemos uso e aplicação do tratamento estatístico. Um exemplo de aplicação de métodos estatísticos é: quando necessitamos realizar coletas de dados, seja para conhecer uma determinada instituição ou território, para fazer uma análise, com levantamento dos serviços disponíveis na região de atuação, conhecer políticas e programas sociais disponíveis no país, estado ou mesmo no município, devemos fazer o levantamento dos “dados estatísticos”, ou seja, tudo o que envolve a coleta e análise de dados. Isso torna evidente a utilização dessa ferramenta denominada método estatístico. Importância da estatística no Serviço Social O uso da estatística tem sua origem no período antes de Cristo (a.C.). Em referências bíblicas, encontra-se sua utilização em recadastramentos para os censos, que tinham o propósito de Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS realizar cobranças de taxas de impostos, taxas para o alistamento para as guerras e cadastramento do número de crianças nascidas vivas. Como exemplo podemos citar a história de Moisés, quando foi solicitado um censo para controle dos primogênitos masculinos nascidos vivos que deveriam ser sacri�cados. Hoje em dia, convivemos com as referências das ciências investigativas, e a atuação do pro�ssional de Serviço Social requer a prática cotidiana do uso de taxas, como: taxa de insu�ciência de renda, taxa de miséria, taxa de pobreza, taxa de analfabetismo, taxa de natalidade, taxa de expectativa de vida, como outras que proporcionam leitura da realidade social. Neste sentido, cabe ao pro�ssional de Serviço Social compreender que tais taxas referenciadas nos censos vão contribuir para sua atuação pro�ssional e que, de acordo com Jannuzzi (2017), os recenseamentos cobrem a totalidade do território e fornecem dados desagregados em grandes regiões, unidades de federação, macro e microrregiões, municípios, distritos e até mesmo numa escala de setor censitário. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE), o setor censitário se refere à unidade territorial de controle cadastral da coleta, constituída por áreas contíguas, respeitando- se os limites da divisão político-administrativa, dos quadros urbano e rural legais e de outras estruturas territoriais de interesse, além dos parâmetros de dimensão mais adequados à operação de coleta. O censo demográ�co brasileiro (contagem da população) é um dos mais detalhados quando comparado a outros países, e as demandas sociais são codi�cadas e localizadas por meio dos dados censitários, que podem estimular demandas sociais universalistas a atender nas áreas da saúde, educação, emprego, assim como revelar o tamanho do público-alvo (Jannuzzi, 2018). A partir dos dados coletados, pode-se proporcionar a análise, que pode ser bem-sucedida ou não, podendo melhorar essas características, revendo a compilação desses dados, de acordo com as necessidades. Para a área do Serviço Social, é importante que a referência estatística (ou seja, os dados) seja con�ável, pois a pro�ssão do assistente social tem um caráter investigativo da realidade na qual está inserido, tendo que realizar a construção do diagnóstico social, propositivo e analítico diante das principais questões sociais com as quais nos deparamos no cotidiano. Siga em Frente... O papel da estatística no Serviço Social A estatística utilizada no Serviço Social, como ferramenta associada aos demais instrumentos pertinentes à pro�ssão, possibilita a análise de várias áreas do conhecimento humano que se Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS visa investigar. Para Marcelino (2010), a estatística tem ampliado a sua participação na linguagem das atividades pro�ssionais, considerando que os números e seus respectivos signi�cados traduzem as questões do cotidiano, possibilitando a análise com base em fatos e dados. Para tal, requer uma busca de quanti�car, por meio de dados numéricos dessa realidade, uma metodologia de coleta de dados, e ainda visa levantar as informações pertinentes, que requerem uma análise crítica e propositiva dos dados coletados, que proporcionam a intervenção na realidade social de forma crítica. Tais conhecimentos estatísticos devem ser de domínio do pro�ssional que irá planejar, executar e avaliar pesquisas, como prática investigativa da realidade social na qual o pro�ssional está inserido, bem como compete ao pro�ssional a realização de pesquisas no Serviço Social. De acordo com Bourguignon (2007), as pesquisas na área do Serviço Social têm contribuído para avanços signi�cativos em diferentes campos da ação pro�ssional, no âmbito das políticas públicas, no enfrentamento das expressões da questão social em diferentes momentos históricos, na construção da proposta curricular e de�nição dos seus fundamentos teóricos e metodológicos, na consolidação do projeto ético-político pro�ssional, entre outros. As inquietações dos pro�ssionais com a realidade social vivenciada no seu cotidiano proporcionam conhecimento de forma sistemática, identi�cando demandas emergentes, considerando um público especí�co, alvo dos serviços sociais na atualidade, como usuários constituídos de direitos sociais. Neste sentido, a pesquisa se revela como potencialidade para o Serviço Social,a qualidade de vida das pessoas. Os indicadores de saúde, se forem gerados de forma regular e manejados em um sistema dinâmico, formam o instrumento principal para a gestão e avaliação da situação de saúde, em todos os níveis — país, estado, região ou município. Para apresentação dos sistemas de informação em saúde, que são instrumentos padronizados de monitoramento e coleta de dados, pode-se mencionar o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), para a obtenção regular de dados sobre mortalidade no país, e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), que visa reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em todo o território nacional. Cabe ressaltar que existem também outros sistemas que podem ser utilizados nessa apresentação. Saiba mais Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para saber mais sobre indicadores da longevidade leia o artigo Idosos muito velhos: per�l sociodemográ�co, de saúde e longevidade, de Wilma Resende Lima e colaboradores. Referências BARRETO, D. J. de S. Expectativa de vida e gastos com saúde no Brasil. 2020. Dissertação (Mestrado em Gestão e Economia da Saúde) — Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Portal gov.br, [s. d.]. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/. Acesso em: 24 jul. 2024. IDÁÑEZ, M. J. A.; ANDER-EGG, E. Diagnóstico social: conceptos y metodologia. Buenos Aires: Lumen, 1999. JANNUZZI, P. de M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve re�exão sobre a experiência do passado para considerar no presente. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 35, p. e0055, 2018. JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 6. ed. rev. e ampl. Campinas: Alínea, 2017. LIMA, W. R. et al. Idosos muito velhos: per�l sociodemográ�co, de saúde e longevidade. Revista de Enfermagem UFPE on line, v. 15, 2021. Disponível em: https://repositorio.usp.br/item/003086846. Acesso em: 24 jul. 2024. REDE. Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações. 2ª ed. Ripsa. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008. REDE. Interagencial de informações para a Saúde. Indicadores de Saúde no Brasil: conceitos e aplicações. Ripsa. Brasília. 2002. 299p. Aula 3 Indicadores Sociais da Educação no Brasil Indicadores sociais da educação no Brasil https://repositorio.usp.br/item/003086846 https://repositorio.usp.br/item/003086846 https://datasus.saude.gov.br/ https://repositorio.usp.br/item/003086846 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá conhecer alguns aspectos e dados relevantes sobre a educação no Brasil e sobre os indicadores sociais referentes a ela. Além disso, apresentaremos a importância desses indicadores sociais para a educação e como se dá o papel do pro�ssional de atuação na área. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você irá conhecer alguns aspectos e dados relevantes sobre a educação no Brasil e sobre os indicadores sociais referentes a ela. Além disso, apresentaremos a importância desses indicadores sociais para a educação e como se dá o papel do pro�ssional de atuação na área. Para melhor compreender o assunto, imagine que você acabou de ser contratado para atuar no setor social e precisa fazer uma pesquisa para levantar informações sobre a educação numa determinada região. Para isso você deve: Apresentar o índice de analfabetismo no Brasil, conforme PNAD (2022). Descrever a importância dos indicadores sociais para a educação. Elencar pelo menos três indicadores sociais para a educação. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Educação no Brasil Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS A educação é essencial para o desenvolvimento social e o exercício da cidadania. Para ter informações básicas sobre a área da educação, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua — PNAD Contínua faz, desde 2012, um levantamento trimestral desses dados. Vejamos algumas informações que foram apuradas no 2º trimestre de 2022. De acordo com PNAD 2022 (IBGE, 2024), 5,6% das pessoas com 15 anos ou mais de idade, equivalente a 9,6 milhões de pessoas, eram analfabetas no Brasil. Desse total, 55,3% (5,3 milhões de pessoas) viviam na Região Nordeste e 22,1% (2,1 milhões de pessoas), na Região Sudeste. Entre homens e mulheres com 15 anos ou mais de idade, a taxa de analfabetismo era de 5,4% para as mulheres e 5,9% para os homens. A partir da pesquisa pode-se concluir que quanto mais velho é o grupo populacional, maior é a proporção no número de analfabetos. Entre as pessoas com 60 anos ou mais de idade, a taxa de analfabetismo era de 16,0%. Dos que não concluíram sequer a educação básica: 6,0% não tinham instrução. 28,0% possuíam o Ensino Fundamental incompleto. 7,8% tinham o Ensino Fundamental completo. 5,0% tinham o Ensino Médio incompleto. A educação de qualidade é direito de todos e fundamental para o desenvolvimento da cidadania e ampliação da democracia. Logo, faz-se necessário que os investimentos públicos em educação sejam cumpridos, o que consequentemente pode reduzir a pobreza e a criminalidade, ampliando o crescimento econômico, bem-estar e acesso aos direitos fundamentais pela população. Indicadores sociais da educação O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) aponta que os principais indicadores educacionais incluem o contexto sociodemográ�co, o desempenho escolar, a complexidade da gestão da escola, o investimento destinado à educação, o rendimento escolar e o acesso à educação. A partir de pesquisas realizadas pelo INEP, podemos ter indicadores tanto quantitativos quanto qualitativos, como: Adequação da formação docente. Complexidade da gestão da escola. Esforço docente. Média de alunos por turma. Taxas de rendimentos. Taxa de distorção idade-série. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Nível socioeconômico. Remuneração média dos docentes. O INEP realiza os cálculos e faz as publicações desses e de demais indicadores anualmente, já que são importantes instrumentos para o acompanhamento e o monitoramento dos sistemas educacionais, desde o atraso escolar, revelado pelas taxas de distorção idade-série, até as condições de ensino, reveladas em indicadores como a média de alunos por turma e a adequação da formação docente. Importância dos indicadores sociais da educação Os indicadores sociais, em especí�co para a área educacional, são uma ferramenta que aproxima a escola e os órgãos do sistema educacional, à medida em que atribuem um valor estatístico à qualidade do ensino, olhando não somente para o desempenho dos alunos, como também para o contexto econômico e social no qual se dão os processos de ensino e aprendizagem. Os indicadores sociais voltados para a educação podem estar associados a aspectos dos alunos, dos educadores ou da instituição, sendo importante o monitoramento dos sistemas educacionais, a partir de fatores como o acesso, a permanência e a aprendizagem dos alunos, para a criação de políticas públicas, que podem favorecer uma gestão mais democrática e a melhoria da qualidade da educação. Tais indicadores são capazes de agregar valor analítico e avaliativo às estatísticas, que permitem diagnosticar as condições de desenvolvimento da educação, propiciar informações sobre problemas da área, subsidiar planos e decisões políticas para esses problemas, avaliar metas e estratégias traçadas. Para utilização dos indicadores educacionais, épreciso realizar uma análise dos pontos que devem ser diagnosticados e aprimorados viabilizando o planejamento de estratégias especí�cas, assim como ter uma metodologia para a coleta e a análise dos resultados. Siga em Frente... Para colocar em prática os conceitos vistos, imagine que você acabou de ser contratado para atuar no setor social e precisa fazer uma pesquisa para levantar informações sobre a educação numa determinada região. Para isso você deve: Apresentar o índice de analfabetismo no Brasil, conforme PNAD 2022. Descrever a importância dos indicadores sociais para a educação. Elencar pelo menos três indicadores sociais para a educação. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Primeiramente, temos que, de acordo com o PNAD 2022 (IBGE, 2024), eram analfabetas no Brasil 5,6% das pessoas com 15 anos ou mais de idade, equivalente a 9,6 milhões de pessoas, das quais 5,3 milhões viviam na Região Nordeste e 2,1 milhões na Região Sudeste. Além disso, temos que os indicadores sociais, em especí�co para a área educacional, são uma ferramenta que aproxima a escola e os órgãos do sistema educacional, à medida em que atribuem um valor estatístico à qualidade do ensino, olhando não somente para o desempenho dos alunos, como também para o contexto econômico e social no qual se dão os processos de ensino e aprendizagem. Esses indicadores podem estar associados a aspectos dos alunos, dos educadores ou da instituição, sendo importante o monitoramento dos sistemas educacionais, a partir de fatores como o acesso, a permanência e a aprendizagem dos alunos, para a criação de políticas públicas, que podem favorecer uma gestão mais democrática e a melhoria da qualidade da educação. A partir de pesquisas realizadas pelo INEP, podemos ter diversos indicadores, como adequação da formação docente, complexidade da gestão da escola, esforço docente, entre outros. Vamos Exercitar? Para saber mais sobre indicadores sociais da educação leia o artigo Indicadores Sociais e Educação, de Rafel Rossi. Saiba mais Para saber mais sobre políticas públicas, leia o artigo Estado e políticas (públicas) sociais, de Eloisa de Hö�ing. Referências ARAUJO, J. A. Polarização epidemiológica no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde, v.21, n.4, p. 533-538, out./dez. 2012. IBGE — Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística. PNAD Contínua — Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Portal Gov.br, 2024. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua.html. Acesso em: 24 jul. 2024. http://www2.fct.unesp.br/grupos/gepep/4d.pdf http://www2.fct.unesp.br/grupos/gepep/4d.pdf https://www.scielo.br/j/ccedes/a/pqNtQNWnT6B98Lgjpc5YsHq/?format=html&lang=pt https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua.html Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS IDÁÑEZ, M. J. A.; ANDER-EGG, E. Diagnóstico social: conceptos y metodologia. Buenos Aires: Lumen, 1999. JANNUZZI, P.de M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve re�exão sobre a experiência do passado para considerar no presente. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 35, p. e0055, 2018. JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 6. ed. rev. e ampl. Campinas: Alínea, 2017. ROSSI, R. Indicadores Sociais e Educação. Boletim GEPEP, v. 3, n. 04, p. 41-54, 2014. Disponível em: https://www2.fct.unesp.br/grupos/gepep/4d.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. Aula 4 Indicadores Sociais de Trabalho, Renda e Pobreza no Brasil Indicadores sociais de trabalho, renda e pobreza no Brasil Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá conhecer algumas características dos indicadores sociais de trabalho e renda, trazendo dados que contribuirão para uma melhor compreensão do assunto. Além disso, também serão abordados os indicadores sociais de renda e de pobreza no Brasil, bem como seus principais aspectos. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida https://www2.fct.unesp.br/grupos/gepep/4d.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você conhecerá algumas características dos indicadores sociais de trabalho e renda, com dados que contribuirão para uma melhor compreensão do assunto. Além disso, também serão abordados os indicadores sociais de renda e de pobreza no Brasil, bem como seus principais aspectos. Para melhor compreender o assunto, imagine que você, como pro�ssional de Serviço Social, precisa entender melhor sobre a situação de trabalho, renda e pobreza em sua cidade. Sendo assim, você irá pesquisar e descrever a importância dos indicadores sociais de trabalho, renda e pobreza, e apresentar alguns resultados que consolidam ainda mais essa pesquisa e sua compreensão. Vamos Começar! Indicadores sociais de trabalho e renda Hoje, no Brasil, o mercado de trabalho é representado por qualquer trabalhador que esteja disposto a trabalhar de acordo com as vagas disponíveis. A palavra trabalho tem como signi�cado a ocupação econômica remunerada em dinheiro, produtos ou outras formas não monetárias. Para levantamento de indicadores sociais de trabalho e renda, investiga-se a ocupação de indivíduos que trabalham, o ramo de atividade, a posição na ocupação, a existência de mais de um trabalho, o rendimento efetivamente recebido no mês anterior, o número de horas efetivamente trabalhadas, entre outros. Para de�nir uma população, consideram-se pessoas com idade superior a 16 e inferior a 65 anos, que são apresentadas como ativas para desempenhar as funções correspondentes diante das exigências do mercado de trabalho. Subentende-se que essa faixa etária está habilitada a desempenhar o trabalho diante de funções correspondentes na divisão socioeconômica do trabalho. De acordo com Jannuzzi (2006), no Brasil, as pesquisas sobre mercado de trabalho tendem a tomar pessoas ativas para desempenhar as funções correspondentes diante do mercado de trabalho como o conjunto de todas as pessoas com 10 anos ou mais. Dentre esses indivíduos ativos, também estão aqueles que estão efetivamente disponíveis para o exercício de atividade econômica, seja trabalhando ou procurando emprego. De acordo como o IBGE, os principais indicadores sociais para mensurar o trabalho estão relacionados como: Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Taxa de desemprego aberto com número de pessoas ocupadas em um determinado período de tempo. Taxa de desemprego aberto com pessoas que nunca trabalharam. Taxa de desemprego aberto com pessoas que já trabalharam. Taxa de desemprego aberto por setor de atividade. Temos também outros indicadores, como o da taxa de desocupação, que em 2019, de acordo com o IBGE, foi de 9,3% para brancos e 13,6% para pretos ou pardos. Entre as pessoas ocupadas, o percentual de pretos ou pardos em ocupações informais chegou a 47,4%, enquanto entre os trabalhadores brancos foi de 34,5%. Tal resultado pode nos dar indícios de que há maior participação dos pretos e pardos em trabalhos característicos da informalidade, como por exemplo atividades agropecuárias, que tinham 62,7% de ocupados pretos ou pardos; construção, com 65,2%; e serviços domésticos, com 66,6%. Sendo assim, a partir desses e de outros indicadores sociais podem-se levantar dados sobre a população e, consequentemente, traçar políticas para melhorias. Indicadores sociais de renda O crescimento do mercado de trabalho está condicionado aos modelos capitalistas, em que predomina a produção de mercadorias para o mercado de consumo, visando o lucro, procedente da valorização dos trabalhadores. Atualmente, além dos pro�ssionais formais, encontra-se uma parcelade trabalhadores no mercado informal como autônomos, sendo eles: vendedores, costureiras, cozinheiras, empregados domésticos, entre outros, em que uma parcela desse público não contribui com a previdência social. Esse público corresponde às demandas diante da política de assistência social e como usuários do serviço social. São ativos frente ao mercado informal, como autônomos, ou mesmo fazendo trabalhos sem de�nição clara de funções, como são classi�cados o catador de papéis (reciclador), servente de pedreiro (que esporadicamente trabalha com diárias), ou os hoje comumente denominados “bicos”. Após diversos levantamentos e análises, os dados da PNAD Contínua mostraram que, no terceiro trimestre de 2023, a renda média voltou a crescer após relativa estabilidade ao longo do primeiro semestre. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 4,2%, e estimativas mensais mostram que o rendimento médio real em setembro de 2023 foi 3,8% maior que o observado no mês Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS anterior e 3,4% superior ao valor de junho do mesmo ano, além de 3,7% maior que o valor registrado em dezembro de 2022. Para Jannuzzi (2017), um dos indicadores que nos auxiliam nessa área é a renda per capita, utilizada para realizar uma avaliação da situação econômica de um país. Ela corresponde à renda média da população de um país em um determinado ano ou período e é calculada por meio da divisão da Renda Nacional (ou o PNB) pelo número de habitantes. Siga em Frente... Indicadores sociais de pobreza no Brasil Hoje, os indicadores sociais passaram a ocupar lugar de destaque nos discursos de administradores públicos, políticos, entre outros, para a de�nição das prioridades das políticas sociais e alocação de recursos públicos. Com relação aos indicadores sociais de pobreza no Brasil, segundo o IBGE (2024), o percentual de pessoas em extrema pobreza, que vivem com menos de R$ 200,00 por mês, caiu para 5,9% em 2022, após alcançar 9,0% em 2021. Já a proporção de pessoas em situação de pobreza, que viviam com até R$ 637,00 por mês, caiu de 36,7% em 2021 para 31,6% em 2022. De forma mais objetiva, em 2022, havia 12,7 milhões de pessoas na extrema pobreza e 67,8 milhões na pobreza, com queda de cerca de 6,5 e 10,2 milhões de pessoas, respectivamente, nessas situações de um ano para o outro. De acordo com Moretto e Schons (2007), entende-se por pobreza a carência material, tipicamente envolvendo as necessidades da vida cotidiana; ou seja, quando um indivíduo ou uma família têm o mínimo necessário para subsistir, mas não possuem os meios necessários para viver de acordo com a área onde estão inseridos, nem com pessoas de status social comparável. Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto — PIB, persistiam altos os níveis de pobreza, e acentuava-se a desigualdade social em vários países. O crescimento econômico não era, pois, condição su�ciente para garantir o desenvolvimento social. Nesse contexto, consideramos a importância das contribuições das universidades, sindicatos, centros de pesquisa e as agências do sistema de planejamento público no processo de implementação dos indicadores socais. Vamos Exercitar? Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para colocar em prática os conceitos vistos, imagine que você, como pro�ssional de Serviço Social, precisa compreender melhor a situação de trabalho, renda e pobreza em sua cidade. Sendo assim, você irá pesquisar e descrever a importância dos indicadores sociais de trabalho, renda e pobreza, e apresentar alguns resultados que consolidam ainda mais essa pesquisa e sua compreensão. Primeiramente, para realizar um levantamento de indicadores sociais de trabalho e renda, investiga-se a ocupação de indivíduos que trabalham, o ramo de atividade, a posição na ocupação, a existência de mais de um trabalho, o rendimento efetivamente recebido no mês anterior, o número de horas efetivamente trabalhadas, entre outros. Temos também outros indicadores, como a taxa de desocupação, que em 2019, de acordo com o IBGE, foi de 9,3% para brancos e 13,6% para pretos ou pardos. Entre as pessoas ocupadas, o percentual de pretos ou pardos em ocupações informais chegou a 47,4%, enquanto entre os trabalhadores brancos foi de 34,5%. Na renda, um dos indicadores que nos auxiliam é o da renda per capita, utilizado para realizar uma avaliação da situação econômica de um país. Ele corresponde à renda média da população de um país em um determinado ano ou período e é calculado por meio da divisão da Renda Nacional (ou o PNB) pelo número de habitantes. O crescimento interanual da renda habitual média foi de 4,2%, e estimativas mensais mostram que o rendimento médio real em setembro de 2023 foi 3,8% maior que o observado no mês anterior e 3,4% superior ao valor de junho do mesmo ano, além de 3,7% maior que o valor registrado em dezembro de 2022. Com relação aos indicadores sociais de pobreza no Brasil, segundo o IBGE, o percentual de pessoas em extrema pobreza, que vivem com menos de R$ 200,00 por mês, caiu para 5,9% em 2022, após alcançar 9,0% em 2021. Já a proporção de pessoas em situação de pobreza, que viviam com até R$ 637,00 por mês, caiu de 36,7% em 2021 para 31,6% em 2022. Saiba mais Para saber mais sobre indicadores sociais de pobreza leia o artigo Indicadores de pobreza nas políticas sociais brasileiras, de Ana Paula Ornellas Mauriel. Referências IBGE — Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística. PNAD Contínua — Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Portal Gov.br, 2024. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3211/321131081012.pdf https://www.redalyc.org/pdf/3211/321131081012.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua.html. Acesso em: 24 jul. 2024. IDÁÑEZ, M. J. A.; ANDER-EGG, E. Diagnóstico social: conceptos y metodologia. Buenos Aires: Lumen, 1999. JANNUZZI, P. de M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve re�exão sobre a experiência do passado para considerar no presente. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 35, p. e0055, 2018. JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 6. ed. rev. e ampl. Campinas: Alínea, 2017. MAURIEL, A. P. O.; RAIS, C. B. R. INDICADORES DE POBREZA NAS POLÍTICAS SOCIAIS BRASILEIRAS. Revista de Políticas Públicas, v. 17, n. 1, p. 127-137, 2013. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3211/321131081012.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. MORETTO, C. F.; SCHONS, M. A. Pobreza e meio ambiente: evidências da relação entre Indicadores sociais e indicadores ambientais nos estados brasileiros. Encontro da sociedade brasileira de economia ecológica, fortaleza, v. 7, 2007. Aula 5 Encerramento da Unidade Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua.html https://www.redalyc.org/pdf/3211/321131081012.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Nesta videoaula você irá fazer uma revisão sobre os principais conceitos vistos na unidade. Vamos abordar os principais indicadores sociais no Brasil, determinar um espaço territorial e construir diagnóstico social, apresentar indicadores sociais de longevidade, saúde, educação, trabalho, renda e pobreza, além de elencar os principais sistemas e fontes de informação em saúde. Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá e não esqueça de conferir nosso mapa mental no �nal da aula. Ponto de Chegada Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta unidade, que é compreender a relevância dos indicadores sociais para o processo de construção daspolíticas públicas sociais e informação da realidade social, vamos abordar alguns conceitos sobre diversos indicadores aplicados às mais diversas áreas. Pensando nos indicadores sociais, no Brasil, podem ser utilizados para avaliação de aspectos do desenvolvimento social, como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Taxa de mortalidade infantil, Taxa de alfabetização, Taxa de desemprego, Taxa de pobreza, entre outros. Tais indicadores podem contribuir para uma avaliação cuidadosa das ações dos governos. Com referência à administração pública, trazem a responsabilidade de planejar ações públicas para gerenciar as principais questões sociais, como saúde, educação, geração de emprego e renda. Quando se pretende construir indicadores sociais faz-se necessário determinar um espaço territorial. Um território corresponde a um espaço em que se desenvolvem as ações da população a partir de suas características culturais, geográ�cas, sociais, econômicas e políticas, ante suas particularidades em tempo e espaço especí�co. Qualquer diagnóstico social é fundamental no processo de intervenção social, pois constitui um dos elementos chave de toda a prática social, na medida em que procura um conhecimento real e concreto de uma situação sobre a qual se vai realizar uma intervenção social e dos diferentes aspectos que é necessário ter em conta para resolver a situação-problema diagnosticada. Um dos indicadores sociais que apontam uma boa qualidade de vida da população refere-se à expectativa de vida das pessoas, ou seja, ao número médio de anos que uma população de um determinado local espera viver. A partir da expectativa de vida de uma determinada população, pode-se saber a qualidade de vida das pessoas. Logo, pode-se concluir que uma sociedade com bons rendimentos, acesso ao conhecimento, saneamento básico, saúde de qualidade e habitação tende a ter uma expectativa de vida maior. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Os indicadores de saúde, se forem gerados de forma regular e manejados em um sistema dinâmico, formam o instrumento principal para a gestão e avaliação da situação de saúde, em todos os níveis — país, estado, região ou município. É muito comum, quando se pretende realizar medições com relação ao setor da saúde, avaliar-se apenas doença ou morte, ou seja, há di�culdades de entendimento da análise de alguns indicadores como natalidade e fecundidade. Entretanto, o correto está em mensurar por meio de indicadores “positivos” de saúde. Os sistemas de informação em saúde são instrumentos padronizados de monitoramento e coleta de dados, que têm como objetivo primordial o fornecimento de informações para análise e melhor compreensão de importantes problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal. Alguns dos principais sistemas são o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e o Sistema de Informações de Agravos de Noti�cação (SINAM). Já na educação, temos uma área essencial para o desenvolvimento social e o exercício da cidadania. Para ter informações básicas sobre ela, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua — PNAD Contínua faz, desde 2012, um levantamento trimestral desses dados. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) aponta que os principais indicadores educacionais incluem o contexto sociodemográ�co, o desempenho escolar, a complexidade da gestão da escola, o investimento destinado à educação, o rendimento escolar e o acesso à educação. A partir de pesquisas realizadas pelo INEP, podemos ter indicadores tanto quantitativos quanto qualitativos, como adequação da formação docente, complexidade da gestão da escola, esforço docente, média de alunos por turma, entre outros. Com relação aos indicadores sociais de trabalho e renda, investiga-se a ocupação de indivíduos que trabalham, o ramo de atividade, a posição na ocupação, a existência de mais de um trabalho, o rendimento efetivamente recebido no mês anterior, o número de horas efetivamente trabalhadas, entre outros. Destaque para um dos indicadores de renda que nos auxiliam nessa área — o da renda per capita, utilizado para realizar uma avaliação da situação econômica de um país. Ele corresponde à renda média da população de um país em um determinado ano ou período e é calculado por meio da divisão da Renda Nacional (ou o PNB) pelo número de habitantes desse país. Por �m, os indicadores sociais de pobreza no Brasil, segundo o IBGE, apresentam um percentual de pessoas em extrema pobreza, que vivem com menos de R$ 200,00 por mês, que caiu para Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS 5,9% em 2022, após alcançar 9,0% em 2021. Já a proporção de pessoas em situação de pobreza, que vivem com até R$ 637,00 por mês, caiu de 36,7% em 2021 para 31,6% em 2022. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Os indicadores sociais, criados a partir de levantamento de dados numa determinada região, cidade ou país, podem nos auxiliar na identi�cação de diversos problemas sociais. Considerando esse contexto, imagine que você é assistente social de uma determinada cidade e precisa apresentar um relatório para seu gestor, que contenha a importância dos indicadores sociais de longevidade, saúde, educação, trabalho, renda e pobreza. Agora, você deve pesquisar e descrever esses itens para elaboração do relatório. Vamos lá! Você consegue reconhecer os principais indicadores sociais no Brasil? Você consegue compreender como construir um diagnóstico social? Você consegue diferenciar os indicadores sociais de longevidade, saúde, educação, trabalho, renda e pobreza? Primeiramente podemos apresentar que um dos indicadores sociais que apontam uma boa qualidade de vida da população refere-se à expectativa de vida das pessoas, ou seja, ao número médio de anos que uma população de um determinado local espera viver. A partir da expectativa de vida de uma determinada população, pode-se saber a qualidade de vida das pessoas. Pode-se concluir que uma sociedade com bons rendimentos, acesso ao conhecimento, saneamento básico, saúde de qualidade e habitação tende a ter uma expectativa de vida maior. Já os indicadores de saúde, se forem gerados de forma regular e manejados em um sistema dinâmico, formam um instrumento principal para a gestão e avaliação da situação de saúde, em todos os níveis — no país, estado, região ou município. Na área da educação, pode-se ter informações básicas por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua — PNAD Contínua, que faz, desde 2012, um levantamento trimestral desses dados. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) aponta que os principais indicadores educacionais incluem o contexto sociodemográ�co, o desempenho escolar, a complexidade da gestão da escola, o investimento destinado à educação, o rendimento escolar e o acesso à educação. Com relação aos indicadores sociais de trabalho, renda e pobreza, investiga-se a ocupação de indivíduos que trabalham, o ramo de atividade, a posição na ocupação, a existência de mais de Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS um trabalho, o rendimento efetivamente recebido no mês anterior, o número de horas efetivamente trabalhadas, entre outros. ARAUJO, J. A. Polarização epidemiológica no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde, v.21, n.4, p. 533-538, out./dez. 2012. BARRETO, D. Jandy de Souza. Expectativa de vida e gastos com saúde no Brasil. 2020. Dissertação (Mestrado em Gestão e Economia da Saúde) — Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020. IBGE — Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística. PNAD Contínua — Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Portal Gov.br, 2024. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua.html.Acesso em: 24 jul. 2024. IDÁÑEZ, M. J. A.; ANDER-EGG, E. Diagnóstico social: conceptos y metodologia. Buenos Aires: Lumen, 1999. JANNUZZI, P. de M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve re�exão sobre a experiência do passado para considerar no presente. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 35, p. e0055, 2018. JANNUZZI, P. de M. Indicadores para diagnóstico, monitoramento e avaliação de programas sociais no Brasil. Revista do Serviço Público Brasília, v. 56, n. 2, p. 137-160, abr./jun. 2005. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1489. Acesso em: 24 jul. 2024. JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 6. ed. rev. e ampl. Campinas: Alínea, 2017. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua.html https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1489 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS , Unidade 3 Introdução à Estatística Aula 1 Conceitos Básicos da Estatística Conceitos básicos da Estatística Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você conhecerá a diferença entre Estatística Descritiva e Inferencial, bem como entenderá a de�nição de população, amostra, rol e séries estatísticas. Também será abordada a importância das variáveis e suas classi�cações, como qualitativas (nominais e ordinais) e quantitativas (discretas e contínuas). Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você conhecerá a diferença entre Estatística Descritiva e Inferencial, bem como entenderá a de�nição de população, amostra, rol e séries estatísticas. Também será abordada a Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS importância das variáveis e suas classi�cações, como qualitativas (nominais e ordinais) e quantitativas (discretas e contínuas). Para melhor compreender o assunto, suponha que o departamento de RH do Hospital das Clínicas realizou um levantamento com os 640 funcionários, desejando avaliar as condições do ambiente de trabalho e a satisfação da equipe, tendo como respostas a um questionário SIM ou NÃO. Para esse levantamento foram selecionados, arbitrariamente, 128 funcionários. Diante desse contexto, responda: Qual é a população e a amostra dessa situação? Qual tipo de variável será utilizado para a pesquisa? Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Diferença entre Estatística Descritiva e Estatística Inferencial Um dos principais objetivos da Estatística é organizar os valores que uma ou mais variáveis podem assumir, para que tenhamos uma visão global da sua variação. De acordo com Castro (1967), as origens da Estatística vieram praticamente com o surgimento dos primeiros homens, com registros sistemáticos e cadastros das informações do Estado com �nalidades principais ligadas à guerra ou a interesses �scais. Dentro da área, temos a Estatística Descritiva e a Inferencial; vejamos suas diferenças: Estatística Descritiva: trata-se do ramo da Estatística que tem como objetivo sumarizar e descrever qualquer conjunto de dados. É aquela que se preocupa em sintetizar os dados de maneira direta, preocupando-se menos com variações e intervalos de con�ança dos dados. Podemos citar como exemplo de Estatística Descritiva o cálculo da média, mediana e desvio padrão. Estatística Inferencial: utilizada para fazer inferências sobre uma população com base em uma amostra de dados, a partir de técnicas estatísticas para testar hipóteses e estimar parâmetros. Um exemplo é quando pretendemos saber se a altura média dos alunos de uma escola é maior do que a altura média dos alunos de outra escola. Neste caso, a estatística inferencial pode ser usada para testar essa hipótese em dados coletados das duas escolas. Logo, a Estatística Descritiva lida com a descrição e o resumo dos dados, enquanto a Estatística Inferencial lida com a generalização dos resultados da amostra para a população em geral. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS De�nição de população, amostra, rol de dados, séries estatísticas e variáveis Quando temos um conjunto de estudo muito grande, muitas vezes não podemos examinar toda a população na busca de um parâmetro, logo recorremos a uma estimativa, que é um valor aproximado do parâmetro calculado a partir de uma amostra. Para melhor compreender o assunto, vejamos algumas de�nições iniciais importantes para nosso estudo. População: é o conjunto total de elementos que possuem ao menos uma característica comum, ou seja, podemos trabalhar com a totalidade dos elementos. Exemplo: uma população estatística pode ser crianças atendidas em um programa social, e a unidade estatística é cada criança atendida em um programa social. Amostra: parte (um subconjunto �nito) representativa de uma população. Na maioria das vezes é mais adequado trabalhar com uma parcela representativa da população, denominada amostra. Nesses casos, a amostra é examinada com a �nalidade de obtermos conclusões sobre a essa população. Rol: trata-se da forma como se organizam os dados coletados na amostra. Temos que ordená-los em ordem crescente ou decrescente. Série estatística: refere-se a toda tabela que apresenta a distribuição de um conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie. Variável: quando se realiza um estudo é necessário saber o tipo de variável que está envolvida, ou seja, será o tipo da variável que irá determinar qual procedimento estatístico pode ser usado. É uma condição ou característica dos elementos da população, aquilo que se deseja observar para se tirar algum tipo de conclusão. Siga em Frente... Tipos de variáveis Quando nos referimos às variáveis, ou seja, às características dos elementos de uma população, podemos ter variáveis qualitativas (nominais e ordinais) e variáveis quantitativas (discretas e contínuas). Variáveis qualitativas: são as características que não possuem valores quantitativos, sendo de�nidas por várias categorias; ou seja, representam uma classi�cação dos indivíduos. Dentre elas, temos as variáveis nominais e ordinais: Nominais: não existe ordenação dentre as categorias. Exemplos: sexo, cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Ordinais: existe uma ordenação entre as categorias. Exemplos: escolaridade (1º, 2º, 3º graus), estágio da doença (inicial, intermediário, terminal). Variáveis quantitativas: são as características que podem ser medidas em uma escala quantitativa, ou seja, apresentam valores numéricos que fazem sentido. Dentre elas, temos as variáveis discretas e contínuas: Discretas: são variáveis numéricas que têm um número contável entre quaisquer dois valores. Uma variável discreta é sempre numérica e com número inteiro. Exemplos: quantidade de �lhos, quantidade de alunos, entre outros. Contínuas: características mensuráveis que assumem valores em uma escala contínua (na reta real), para as quais valores fracionais fazem sentido. Usualmente devem ser medidas através de algum instrumento. Exemplos: peso (balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial, entre outros. Discretas: são variáveis numéricas que têm um número contável entre quaisquer dois valores. Uma variável discreta é sempre numérica e com número inteiro. Exemplos: quantidade de �lhos, quantidade de alunos, entre outros. Contínuas: características mensuráveis que assumem valores em uma escala contínua (na reta real), para as quais valores fracionais fazem sentido. Usualmente devem ser medidas através de algum instrumento. Exemplos: peso (balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial, entre outros. Vamos Exercitar?Para colocar em prática os conceitos vistos, suponha que o departamento de RH do Hospital das Clínicas realizou um levantamento com os 640 funcionários, desejando avaliar as condições do ambiente de trabalho e a satisfação dos trabalhadores, tendo como respostas a um questionário SIM ou NÃO. Para esse levantamento foram selecionados, arbitrariamente, 128 funcionários. Diante desse contexto, responda: Qual é a população e a amostra dessa situação? Qual tipo de variável será utilizado para a pesquisa? Nesta situação temos que a população, que é o conjunto total de elementos que possuem ao menos uma característica comum, são os 640 funcionários do Hospital das Clínicas. Já a amostra, uma parte representativa da população, são os 128 funcionários do Hospital das Clínicas. Considerando que serão avaliadas as condições do ambiente de trabalho e a satisfação dos funcionários, tendo como respostas a um questionário SIM ou NÃO, temos uma variável qualitativa nominal, pois, além de não existir resposta quantitativa, também não existe ordenação dentre as categorias. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Saiba mais Para saber mais sobre população e amostra, leia o artigo Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca, de Luiz Carlos dos Santos. Referências CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. SANTOS, L. C. dos. Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca: noções introdutórias. In: Luiz Carlos dos Santos [website], 2017. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/wp- content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. Aula 2 Amostragem Amostragem Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! http://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf http://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Nesta videoaula você aprenderá sobre a de�nição de amostragem e a importância desse processo para pesquisas estatísticas. Além disso, conhecerá os processos de amostragem probabilísticos (aleatória simples, aleatória sistemática e aleatória estrati�cada) e processos de amostragem não-probabilísticos (acidental ou esmo, intencional e cotas). Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você aprenderá sobre a de�nição de amostragem e a importância desse processo para pesquisas estatísticas. Além disso, conhecerá os processos de amostragem probabilísticos (aleatória simples, aleatória sistemática e aleatória estrati�cada) e processos de amostragem não-probabilísticos (acidental ou esmo, intencional e cotas). Para melhor compreender sobre o assunto, suponha que uma agência de pesquisa foi contratada por uma empresa multinacional do setor de alimentos e precisa entrevistar gerentes de contratação. As respostas devem ser divididas em amostras e a empresa precisa saber o tipo de amostragem utilizada na pesquisa. Você é funcionário dessa agência e foi designado para realizar a pesquisa sobre entrevistas com 1043 gerentes de contratação. A empresa decidiu analisar as características dos gerentes que responderam à pesquisa e disseram: “Compromisso para toda a temporada”. A porcentagem de gerentes entrevistados que deram essa resposta foi de 13%. Na população de 1043 gerentes entrevistados, 70% eram homens e 30% mulheres. Diante desse contexto, responda: Qual é a amostra que será analisada? Se os estatísticos da agência de pesquisa utilizarem o processo de amostragem estrati�cada, como �cará a seleção da amostra? Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS De�nição de amostragem Quando pretendemos realizar uma pesquisa cientí�ca, uma outra fase importante é a amostragem. A amostragem é um processo de seleção de determinados membros ou um subconjunto da população para fazer inferências estatísticas e estimar características de toda a população. Trata-se de um processo ou técnica de escolha da amostra para análise de um todo. As técnicas de amostragem devem ser utilizadas para assegurar que as inferências sobre a população sejam válidas. E essas devem ser representativas, para que seja obtido o melhor resultado possível sobre toda a população. É importante ressaltar que, mesmo com os melhores métodos de amostragem, um erro pode acontecer, pois não se está utilizando todos os dados do conjunto, e sim uma parte dele, denominada amostra. Em alguns casos não é indicado trabalhar com amostras; por exemplo, se tivermos uma população pequena, ou se a característica for de fácil mensuração, e quando houver a necessidade de uma maior precisão. Amostragem probabilística Uma das formas de se conseguir representatividade é fazer a escolha da amostra em um processo aleatório. Uma amostra aleatória é aquela na qual todos os membros de uma população têm chances iguais de serem selecionados. No processo de amostragem probabilística cada elemento da população possui a mesma probabilidade de ser selecionado para compor a amostra. Neste caso, podemos ter: aleatória simples, aleatória sistemática e aleatória estrati�cada. Aleatória simples: todos os elementos da população têm igual probabilidade de serem escolhidos. A amostra de tamanho n é selecionada ao acaso dentre os N elementos da população amostral. Exemplo: selecionar 15 alunos de uma sala por sorteio e querer saber a idade. Aleatória sistemática: utilizada quando os elementos estão dispostos de maneira organizada (ex.: �la, lista) e são retirados periodicamente. Exemplo: em uma fábrica de lâmpadas, a cada 50 peças produzidas, uma é retirada para teste. intervalo da amostragem k = N n Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS população amostra Aleatória estrati�cada: indicada quando a população está dividida em grupos distintos, denominados estratos. Dentro de cada estrato é realizada uma amostragem aleatória simples. A de�nição dos estratos pode ser de acordo com sexo, idade, renda, grau de instrução, entre outros. Exemplo: foram entrevistados 90 alunos, 54 meninas e 36 meninos. Precisa-se de uma amostra proporcional estrati�cada de 10%. Siga em Frente... Amostragem não probabilística Amostragem não probabilística é aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. Nos métodos não probabilísticos, os elementos que vão compor a amostra são escolhidos de forma deliberada. Nesses casos, não é possível fazer a generalização dos resultados obtidos na pesquisa, uma vez que as amostras não probabilísticas não garantem a representatividade da população. Podemos ter como processos de amostragem não-probabilísticas: acidental ou esmo, intencional e cotas. Acidental ou esmo: a escolha da amostra é realizada de forma aleatória. Não se realiza sorteio para escolha da amostra. Neste tipo de amostragem, o pesquisador visa ser aleatória, mas não se utiliza de um sorteio aleatório rigoroso. Exemplo: amostra de gases, minérios, líquido em que é necessário haver uma homogeneização. Intencional: o pesquisador é quem escolhe alguns elementos para fazer parte da amostra. Esse tipode amostra é de�nido pelo pesquisador após ter estabelecido um determinado critério. A partir desse critério, o pesquisador escolhe intencionalmente um grupo de elementos para compor a amostra. Então, de forma intencional, ele se dirige diretamente a grupos de elementos cujos dados deseja coletar. Exemplo: estudos qualitativos. Cotas: a população é dividida em vários subgrupos e seleciona-se uma cota de cada subgrupo, proporcional ao seu tamanho. Para se fazer uma amostragem por cotas, primeiro é necessário realizar a classi�cação da população em relação a algumas propriedades que podem ser consideradas relevantes para os objetivos da pesquisa. Depois disso, é necessário determinar a proporção da população de acordo com cada característica, com base na constituição estimada, presumida ou mesmo já conhecida da população. Após então, �xamos cotas para cada entrevistador, que �cará responsável por selecionar os entrevistados, de forma que a amostra total dos entrevistados respeite a proporção já determinada anteriormente. Exemplo: pesquisas de mercado e pesquisas eleitorais. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, suponha que uma agência de pesquisa foi contratada por uma empresa multinacional do setor de alimentos e precisa entrevistar gerentes de contratação. As respostas devem ser divididas em amostras e a empresa precisa saber o tipo de amostragem utilizada na pesquisa. Você é funcionário dessa agência e foi designado para realizar a pesquisa sobre entrevistas com 1043 gerentes de contratação. A empresa decidiu analisar as características dos gerentes que responderam à pesquisa e disseram: “Compromisso para toda a temporada”. A porcentagem de gerentes entrevistados que deram essa resposta foi de 13%. Na população de 1043 gerentes entrevistados, 70% eram homens e 30% mulheres. Diante desse contexto, responda: · Qual é a amostra que será analisada? · Se os estatísticos da agência de pesquisa utilizarem o processo de amostragem estrati�cada, como �cará a seleção da amostra? A amostra que será analisada refere-se a 13% dos 1043 gerentes, logo: Assim, temos que a amostra é composta por aproximadamente 136 entrevistados. O processo de amostragem aleatória estrati�cada pode ser obtido separando-se as unidades da população em grupos chamados estratos, e seleciona-se independentemente uma amostra aleatória simples de cada estrato. Homens: 70% de 136 Mulheres: 30% de 136 n = 13×1043 100 ≅136 H = 70×136 100 ≅95 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Logo, serão selecionados aproximadamente 95 homens e 41 mulheres para entrevista. Saiba mais Para saber mais sobre processos de amostragem, leia o artigo Amostragem em pesquisa qualitativa: subsídios para a pesquisa geográ�ca, de Vera Lúcia Salazar Pessôa. Referências CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. PESSÔA, V. L. S.; RAMIRES, J. C. de L. Amostragem em pesquisa qualitativa: subsídios para a pesquisa geográ�ca. In: MARAFON, G. J. et al. Pesquisa qualitativa em geogra�a. Rio de Janeiro: Editora UERJ, p. 117-134, 2013. Disponível em: https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon- 9788575114438.pdf#page=115. Acesso em: 24 jul. 2024. SANTOS, L. C. dos. Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca: noções introdutórias. In: Luiz Carlos dos Santos [website], 2017. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/wp- content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. Aula 3 Organização dos Dados Organização dos dados Este conteúdo é um vídeo! M = 30×136 100 ≅41 https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você aprenderá sobre a importância das tabelas e dos grá�cos para organização dos dados estatísticos. Além disso, entenderá como se dá a construção de tabelas de frequência com dados discretos ou contínuos. Também compreenderá sobre os grá�cos de barras, colunas e setores. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você aprenderá sobre a importância das tabelas e dos grá�cos para organização dos dados estatísticos. Além disso, entenderá como se dá a construção de tabelas de frequência com dados discretos ou contínuos. Também compreenderá sobre os grá�cos de barras, colunas e setores. Para melhor explorar o assunto, suponha que foi realizada uma pesquisa, numa determinada universidade, sobre sexo e idade de 15 alunos. Observe os dados coletados. Bloco 1 Nº 1 2 3 Sexo F F F Idade 20 26 18 Bloco 2 4 5 6 7 F M F F 25 35 20 29 Bloco 3 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS 8 9 10 11 M F M M 23 20 20 20 Bloco 4 12 13 14 15 F F M M 30 18 37 25 Tabela 1 | Dados dos 15 alunos. Diante disso, construa uma tabela de frequência para essa situação. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Tabela de frequência para dados discretos Tabulação dos dados é a fase que ocorre após você ter coletado os dados para análise, e pressupõe que se saiba antecipadamente os objetivos de análise. As tabelas podem ser consideradas quadros em que resumimos um conjunto de dados organizados e dispostos sistematicamente em linhas e colunas. Podemos construir tabela de frequência com dados discretos, ou seja, números inteiros não negativos, como por exemplo o número de pessoas num show, quantidade de alunos numa escola, entre outros. Na construção de uma tabela de frequência podemos ter a frequência observada, que mostra a constância com que cada observação aparece nos dados. Observe o signi�cado de cada uma delas: Frequência simples ou absoluta : é o valor que representa o número de dados de uma classe. Frequência relativa : a razão entre as frequências simples e a frequência total. Frequência cumulativa : mede frequência absoluta ou relativa até um certo ponto e não apenas em um valor. (fi) (fri) (fac) Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Tabela de frequência para dados contínuos Quando pretendemos construir tabelas com dados contínuos, consideram-se classes na forma de intervalos. Sempre que possível, estes intervalos devem ter a mesma amplitude. Primeiramente deve-se estabelecer a quantidade de classes ou intervalos de agrupamento dos dados, depois determinar a amplitude das classes, enquadrar os dados nas classes, mediante contagem, e apresentar os resultados na tabela. 1º passo: determinar o número de classes (k): Em que: n: número dados 2º passo: determinar a amplitude das Classes (h) Em que: AT = maior valor - menor valor k: número de classes A partir da quantidade de classes podemos construir a tabela de frequência considerando o intervalo e quantidade de dados dentro desse intervalo. Siga em Frente... Grá�cos estatísticos Quando queremos representar visualmente os dados estatísticos, podemos fazer isso utilizando as representações grá�cas. Mas, atenção: as representações grá�cas devem semprecorresponder a uma tabela, sem, contudo, substituí-la. Os grá�cos devem ter as seguintes características: obedecer a uma escala, usar o sistema de coordenadas, ter simplicidade, ser claros e, principalmente, corresponder à veracidade dos dados. Vejamos alguns tipos de grá�cos: k = √n h = AT k Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Grá�cos em barras horizontais e grá�cos em barras verticais (colunas): quando as legendas necessárias para a compreensão dos dados não são breves, usamos preferencialmente os grá�cos em barras horizontais. Nos grá�cos de colunas, os retângulos têm a mesma base e as alturas são proporcionais ao valor quantitativo dos dados. A ordem a ser respeitada é a cronológica no caso de séries temporais e a decrescente se a série for geográ�ca ou categórica. Vamos ver um exemplo: Figura 1 | Grá�co de barras e colunas. Grá�cos em setores: este grá�co é elaborado com base em um círculo e utilizado toda vez que desejamos ressaltar a participação do dado em relação ao total. O total é representado pelo círculo completo, que �ca dividido em setores que representam cada uma das partes. Os setores são construídos de tal forma que suas áreas são respectivamente proporcionais aos dados da série. Vejamos um exemplo: Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Figura 2 | Grá�co de setores. Esses são alguns dos grá�cos existentes e utilizados para organizar dados estatísticos. A escolha depende da solicitação do problema ou daquele que melhor apresenta os dados em estudo. Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, imagine que foi realizada uma pesquisa, numa determinada universidade, sobre sexo e idade de 15 alunos. Observe os dados coletados. Bloco 1 Nº 1 2 3 Sexo F F F Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Idade 20 26 18 Bloco 2 4 5 6 7 F M F F 25 35 20 29 Bloco 3 8 9 10 11 M F M M 23 20 20 20 Bloco 4 12 13 14 15 F F M M 30 18 37 25 Tabela 2 | Dados dos 15 alunos. Diante disso, construa uma tabela de frequência para essa situação. A partir dos dados coletados é possível encontrar a frequência absoluta, que é a quantidade de vezes que aparece o dado. Observe que a idade 18 aparece 2 vezes, ou seja, essa é a frequência absoluta. Já a frequência relativa é a razão entre as frequências simples e a frequência total. Se considerarmos a idade de 18 anos, temos: Para frequência acumulada sempre somamos a frequência absoluta anterior com a posterior. Observe a tabela: Idade 18 2 13% 2 fri = 2 15 × 100 = 13% fi fri fac Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS 20 5 33% 7 23 1 7% 8 25 2 13% 10 26 1 7% 11 29 1 7% 12 30 1 7% 13 35 1 7% 14 37 1 7% 15 Total 15 100% 15 Tabela 3 | Tabela de frequência. Saiba mais Para saber mais sobre os grá�cos leia o artigo Interpretando e construindo grá�cos, de Guimarães, Ferreira e Roazzi. Referências CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. GUIMARÃES, G. L.; FERREIRA, V. G. G.; ROAZZI, A. Interpretando e construindo grá�cos. Anais da 24a Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa-ANPED, 2001. Disponível em: http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_24/interpretando.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. PESSÔA, V. L. S.; RAMIRES, J. C. de L. Amostragem em pesquisa qualitativa: subsídios para a pesquisa geográ�ca. In: MARAFON, G. J. et al. Pesquisa qualitativa em geogra�a. Rio de Janeiro: Editora UERJ, p. 117-134, 2013. Disponível em: https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon- 9788575114438.pdf#page=115. Acesso em: 24 jul. 2024. SANTOS, L. C. dos. Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca: noções introdutórias. In: Luiz Carlos dos Santos [website], 2017. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/wp- content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_24/interpretando.pdf%C2%A0 http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_24/interpretando.pdf https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. Aula 4 Etapas da Pesquisa Estatística Etapas da pesquisa estatística Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você aprenderá sobre a importância da pesquisa estatística para diversas áreas do conhecimento, e verá alguns exemplos na área social. Também compreenderá sobre as etapas de uma pesquisa estatística, como de�nição do problema, planejamento, coleta de dados, apuração dos dados, apresentação dos dados, análise e interpretação dos dados. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você aprenderá sobre a importância da pesquisa estatística para diversas áreas do conhecimento, e verá alguns exemplos na área social. Também compreenderá sobre as etapas de uma pesquisa estatística, como de�nição do problema, planejamento, coleta de dados, apuração dos dados, apresentação dos dados, análise e interpretação dos dados. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para melhor compreender o assunto, suponha que você precise realizar uma pesquisa estatística na área social. Quando se pretende realizar um estudo estatístico, existem diversas fases ou etapas do trabalho que devem ser desenvolvidas para se chegar aos resultados válidos. Dentre elas, temos: De�nição do problema. Planejamento. Coleta de dados. Apuração dos dados. Apresentação dos dados. Análise e interpretação dos dados. Algumas perguntas podem ser realizadas para auxiliar no desenvolvimento dessas fases: Qual será o tema pesquisado? Qual o problema? Quando os dados serão coletados? Qual será o cronograma para a coleta de dados? Como os dados serão coletados? Quais instrumentos serão utilizados para a coleta de dados? Como construir uma tabela com os dados? Que tipo de grá�co pode ser utilizado para apresentar os dados? Quais inferências serão realizadas com base nos dados? Sendo assim, sua tarefa é descrever cada uma das fases ou etapas da pesquisa. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Pesquisa estatística O objetivo da pesquisa estatística é estudar fenômenos que possibilitam o estudo e entendimento, principalmente relacionados com causa e efeito, a partir da coleta, organização e análise de dados coletados a partir de algo real. Para Spiegel (1977), a estatística é a área que compreende o conjunto de métodos que cienti�camente permitem a coleta, organização, resumo, apresentação e análise de dados, com interesse na obtenção de conclusões válidas e na tomada de decisões razoáveis baseadas em tais análises. De acordo com Castro (1967), podemos encontrar aplicações e utilização da pesquisa estatística em quase todos os campos da atividade humana, seja o estadista e o sociólogo pela necessidade de conhecer sobre as populações; os meteorologistas pela necessidade de conhecimento sobre o tempo e seus re�exos para a agricultura e navegações; a biologia pelo estudo das doenças, suas causas e suas consequências, principalmente na construção dos indicadores sociais; entre outros. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Como pode serobservado, qualquer área do conhecimento que se utilize de modelos para o tratamento e análise de dados, pela utilização dos métodos estatísticos, estará desenvolvendo uma aplicação estatística, não importa a denominação atribuída. Muitas informações importantes para o desenvolvimento e continuidade dos negócios igualmente se devem a esses modelos, desde o índice de satisfação dos clientes, comportamento dos indicadores �nanceiros da companhia ao longo de determinado período, probabilidades de determinado projeto ter sucesso, entre outros. Essas e outras questões somente podem ser satisfatoriamente respondidas se, ao lado da experiência e visão de um pro�ssional, forem desenvolvidos cálculos que fundamentem as análises de tal forma que contribuam para que as decisões sejam as mais seguras possíveis. Geralmente, o que se busca numa análise, em qualquer área, é a relação de causa e efeito. Saber os motivos de um determinado comportamento é fundamental para que as decisões sejam mais bem fundamentadas e e�cazes, o que torna os conhecimentos estatísticos uma ferramenta importante. Etapas da pesquisa estatística Quando pretendemos realizar uma pesquisa estatística temos que passar por algumas etapas: De�nição do problema: saber aquilo que se pretende pesquisar, ou seja, determinar como os dados podem solucionar um problema. Planejamento: formulação de um plano adequado para coleta de dados, elaborar como fazer o levantamento dos dados. Coleta de dados: refere-se a obtenção, reunião e registro sistemático de dados, com o objetivo determinado de reunir dados após o planejamento do trabalho pretendido, bem como de�nição da periodicidade da coleta. Apuração dos dados: reunir os dados através de sua contagem e agrupamento. Trabalho de condensação e de tabulação dos dados. Apresentação dos dados: mostrar os resultados obtidos na coleta e na organização (grá�cos e tabelas). Análise dos dados: uma das fases mais importantes e mais delicadas, o interesse maior é tirar conclusões que auxiliem o pesquisador a resolver seu problema. Está ligada essencialmente ao cálculo de medidas, cuja �nalidade principal é descrever o fenômeno. O pesquisador, ao desenvolver de forma correta todas as etapas de uma pesquisa estatística, consequentemente consegue garantir uma melhor organização para trabalhar com os dados coletados, o que contribui para melhores resultados e conclusões para o problema em estudo. Siga em Frente... Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Exemplos de pesquisas estatísticas no Serviço Social É possível visualizar que a aplicação dos métodos estatísticos na área social implica resultados que constantemente são divulgados e acabam impactando não apenas a própria área, mas também outras correlacionadas. Podemos utilizar como exemplo a descoberta de uma determinada vacina. Mesmo que essa descoberta tenha re�exos diretos na área biológica, haverá, certamente, impactos econômicos e �nanceiros nas empresas do setor de laboratórios (área corporativa), que, por sua vez, podem estar captando recursos no mercado imobiliário, o que implica variação nos índices de con�abilidade de investimento no país, in�uenciando nas contas do governo (área governamental). Isso sem falar na in�uência que as questões biológicas têm nos indicadores de desempenho do governo perante a sociedade. Assim, vemos que a estatística e a pesquisa estão associadas e muito presentes em pesquisas de opinião pública, nos estudos mercadológicos e principalmente nos estudos epidemiológicos (observacionais e experimentais). Encontramos o uso da estatística para análises na área social a partir de pesquisas que estudam: a idade média das mulheres ao engravidarem pela primeira vez; se o número de homicidas é maior entre os jovens; se investir em saúde da população contribui para a perspectiva de vida; se participação de idosos em programas culturais melhora sua qualidade de vida; qual o nível de escolaridade de uma determina cidade; entre outras questões. Por �m, é importante ressaltar que as pesquisas estatísticas podem contribuir e muito para a área social, pois a partir de seus resultados pode-se compreender melhor a situação real de uma determinada região a �m de pensar em melhorias, assim como contribuir para propostas de políticas públicas. Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, suponha que você precise realizar uma pesquisa estatística na área social. Quando se pretende realizar um estudo estatístico, existem diversas fases ou etapas do trabalho que devem ser desenvolvidas para se chegar aos resultados válidos. Dentre elas, temos: De�nição do problema. Planejamento. Coleta de dados. Apuração dos dados. Apresentação dos dados. Análise e interpretação dos dados. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Algumas perguntas podem ser realizadas para auxiliar no desenvolvimento dessas fases: Qual será o tema pesquisado? Qual o problema? Quando os dados serão coletados? Qual será o cronograma para a coleta de dados? Como os dados serão coletados? Quais instrumentos serão utilizados para a coleta de dados? Como construir uma tabela com os dados? Que tipo de grá�co pode ser utilizado para apresentar os dados? Quais inferências serão realizadas com base nos dados? Sendo assim, sua tarefa é descrever cada uma das fases ou etapas da pesquisa. Com intuito de apresentar cada uma das etapas de uma pesquisa estatística, pode-se organizar essas informações em forma de um quadro, da seguinte forma: De�nição do problema Consiste na de�nição ou formulação de forma correta do problema que será estudado. De�nir o objeto de estudo auxilia o analista a fazer o levantamento sobre a população a ser estudada. Planejamento Compreende em determinar o procedimento necessário para a resolução do problema, como levantar o assunto ou o objeto de estudo. Há dois tipos de levantamento: levantamento censitário, que considera toda a população; e levantamento por amostragem, que utiliza uma parte da população ou uma amostra. Pode-se construir um cronograma para delineamento da pesquisa. Coleta dos dados É um passo operacional em que é feita a coleta de informações. Pode-se utilizar questionário ou entrevistas. Nesta fase há a necessidade de estabelecer uma distinção entre os dados primários e os dados secundários. O primeiro trata de dados coletados pelo próprio pesquisador ou instituição de pesquisa. O Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS segundo é dado oriundo de outra instituição. Apuração dos dados Consiste em resumir os dados através de sua contagem e agrupamento. Pode ser manual ou eletrônica. Apresentação dos dados Os dados devem ser apresentados de forma que o exame do fenômeno estudado pelo método estatístico seja facilmente identi�cado. Pode ser de duas maneiras: Apresentação tabular – apresentação numérica dos dados, disposta em uma tabela com linhas e colunas. Apresentação grá�ca – apresentação dos dados numéricos de forma geométrica, permite observar o fenômeno estudado e suas variações de maneira mais rápida. Análise e interpretação dos dados São as conclusões que irão auxiliar o pesquisador na resolução do problema. As estatísticas apresentadas pelas outras fases evidenciam as características da população e são importantes para a tomada de decisão. As generalizações nessa fase são possíveis, contudo, podem gerar certo grau de incerteza, mas não devem comprometer o resultado �nal. Dessa forma, a pesquisa será representativa, isto é, mostrará a realidade da população. Saiba mais Para saber mais sobre pesquisas estatísticas na área social, leia o artigo Pesquisa social, de Pedro Demo. https://seer.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/view/1 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Referências CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. DEMO, P. Pesquisa social. Serviço Social & Realidade, v. 17, n. 1, p. 11-36, 2008. Disponível em: https://seer.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/view/1. Acesso em: 24 jul. 2024. GUIMARÃES, G. L.; FERREIRA,V. G. G.; ROAZZI, A. Interpretando e construindo grá�cos. Anais da 24a Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa-ANPED, 2001. Disponível em: http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_24/interpretando.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. PESSÔA, V. L. S.; RAMIRES, J. C. de L. Amostragem em pesquisa qualitativa: subsídios para a pesquisa geográ�ca. In: MARAFON, G. J. et al. Pesquisa qualitativa em geogra�a. Rio de Janeiro: Editora UERJ, p. 117-134, 2013. Disponível em: https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon- 9788575114438.pdf#page=115. Acesso em: 24 jul. 2024. SANTOS, L. C. dos. Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca: noções introdutórias. In: Luiz Carlos dos Santos [website], 2017. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/wp- content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. Aula 5 Encerramento da Unidade Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. https://seer.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/view/1 http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_24/interpretando.pdf https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá fazer uma revisão sobre os principais conceitos vistos na unidade. Vamos abordar os conceitos de Estatística Descritiva e Inferencial, apresentaremos conceitos básicos como população, amostra, rol, variáveis, entre outros, abordaremos os principais processos de amostragem, tabelas de frequências e tipos de grá�cos. Por �m, descreveremos a importância das pesquisas estatísticas, suas etapas e aplicações na área social. Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá e não esqueça de conferir nosso mapa mental no �nal da aula. Ponto de Chegada Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta unidade, que é compreender os princípios básicos da Estatística Descritiva a �m de empregá-los na análise e intepretação de problemas que envolvam pesquisas estatísticas, vamos retomar alguns conceitos fundamentais. Dentro da área temos a Estatística Descritiva, que se trata do ramo da Estatística que tem como objetivo sumarizar e descrever qualquer conjunto de dados. Já a Estatística Inferencial é utilizada para fazer inferências sobre uma população com base em uma amostra de dados, a partir de técnicas estatísticas para testar hipóteses e estimar parâmetros. Alguns conceitos básicos para introdução da estatística são: a população, que é o conjunto total de elementos que possuem ao menos uma característica comum, ou seja, podemos trabalhar com a totalidade dos elementos; a amostra, que é uma parte representativa de uma população; e o rol, a forma como se organiza os dados coletados na amostra. Uma série estatística refere-se a toda tabela que apresenta a distribuição de um conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie. Com relação à variável, é ela que irá determinar qual procedimento estatístico pode ser usado. As variáveis qualitativas apresentam características que não possuem valores quantitativos, sendo de�nidas por várias categorias, ou seja, representam uma classi�cação dos indivíduos. Dentre elas, temos as variáveis nominais e ordinais. As variáveis quantitativas apresentam características que podem ser medidas em uma escala quantitativa, ou seja, apresentam valores numéricos que fazem sentido. Dentre elas, temos as variáveis discretas e contínuas. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para conseguir uma boa representatividade da população é necessário fazer a escolha da amostra em um processo aleatório. No processo de amostragem probabilística cada elemento da população possui a mesma probabilidade de ser selecionado para compor a amostra. Neste caso, podemos ter: aleatória simples, aleatória sistemática e aleatória estrati�cada. Podemos ter também os processos de amostragem não-probabilística: acidental ou esmo, intencional e cotas. A partir dos dados coletados podemos fazer uso de tabelas de frequência, como frequência simples ou absoluta, frequência relativa e frequência cumulativa. Ao trabalharmos com dados contínuos, consideram-se classes na forma de intervalos. Pode-se também representar visualmente os dados estatísticos. Podemos fazer isso utilizando as representações grá�cas, como grá�co de barras, colunas, setores, pictóricos, entre outros. O objetivo da pesquisa estatística é estudar fenômenos que possibilitam o estudo e entendimento, e deve-se respeitar algumas etapas, como de�nição do problema, planejamento, coleta de dados, apuração dos dados, apresentação dos dados, análise e interpretação dos dados. Encontramos o uso da estatística para análises na área social a partir de pesquisas que estudam: a idade média das mulheres ao engravidarem pela primeira vez; se o número de homicidas é maior entre os jovens; se investir em saúde das população contribui para a perspectiva de vida; se participação de idosos em programas culturais melhora sua qualidade de vida; qual o nível de escolaridade de uma determina cidade; entre outras questões. Sendo assim, é importante ressaltar que as pesquisas estatísticas podem contribuir e muito para a área social, pois a partir de seus resultados pode-se compreender melhor a situação real de uma determinada região a �m de pensar em melhorias, bem como contribuir para propostas de políticas públicas. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. O assistente social tem sido demandado para atuar na gestão de políticas públicas, abrindo possibilidades para seu ingresso no campo da formulação, gestão e avaliação. Tal atuação Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS requer competência teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa. Como seu objeto de trabalho é a questão social, a pesquisa da realidade social é reconhecida como parte constitutiva desse trabalho. Sendo assim, diante desse contexto, descreva como a pesquisa estatística e os principais conceitos estatísticos podem contribuir para a área do Serviço Social. Você consegue identi�car a Estatística Descritiva e Inferencial? Você consegue compreender o signi�cado de amostra, população, tipos de amostragem e variáveis? Você consegue compreender sobre as pesquisas estatísticas, suas etapas de execução e a importância para área social? Primeiramente, a pesquisa é um tema bastante discutido no âmbito do Serviço Social, e cada vez mais aumenta a necessidade de formação de pro�ssionais que compreendam a pesquisa a partir de uma postura investigativa, que pode (e deve) extrapolar os muros acadêmicos e compor as estratégias de leitura da realidade social numa perspectiva crítica. A partir de uma pesquisa estatística, que perpassa as fases de de�nição do problema, planejamento, coleta de dados, apuração dos dados, apresentação dos dados, análise e interpretação dos dados, pode-se compreender melhor a realidade em estudo, bem como traçar melhores planos para solução de um determinado problema. É importante ressaltare é neste contexto que se enfrenta o desa�o de construir articulações orgânicas, entre a produção de conhecimento e a prática pro�ssional (Bourguignon, 2007). Compreende-se que os usuários de serviços sociais têm papel ativo na participação do processo de pesquisa. Como princípio ético, cabe a orientação e o retorno aos usuários do processo investigado. Sendo assim, o papel da estatística no Serviço Social, segundo Bourguignon (2007), deve gerar um conhecimento que permita entender os usuários dos serviços públicos como sujeitos políticos capazes, também, de conhecer e intervir em sua própria realidade com autonomia, desvencilhando-se das estratégias de assistencialismo, clientelismo e subalternidade, tão presentes nas ações governamentais e políticas públicas. Vamos Exercitar? Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para colocar em prática os conceitos vistos, considere a situação de Ana, que acabou de ser contratada como assistente social pela prefeitura de uma determinada cidade, e seu gestor, com intuito de realizar um treinamento com seus funcionários, solicitou-lhe um relatório que contenha a importância e o papel da estatística para os pro�ssionais da área. Em seu relatório, Ana pode descrever que a estatística auxilia as mais diversas áreas do conhecimento e, em especí�co para o Serviço Social, possibilita identi�car o público-alvo e quanti�car os resultados obtidos na pesquisa, a partir do uso e da aplicação do tratamento estatístico. Também é importante que a referência estatística (ou seja, os dados) seja con�ável, pois a pro�ssão do assistente social tem um caráter investigativo da realidade na qual está inserido, tendo que realizar a construção do diagnóstico social, propositivo e analítico, diante das principais questões sociais com as quais se depara no cotidiano. O papel da estatística no serviço social, a partir da coleta e tratamento dos dados, deve proporcionar um conhecimento que considere os usuários dos serviços públicos como sujeitos políticos capazes, também, de conhecer e intervir em sua própria realidade com autonomia, desvencilhando-se das estratégias de assistencialismo, clientelismo e subalternidade, tão presentes nas ações governamentais e políticas públicas. Saiba mais Para saber mais sobre a importância da estatística para área social, leia o artigo A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve re�exão sobre a experiência do passado para considerar no presente, de Paulo de Martino Jannuzzi. Referências BOURGUIGNON, J. A. A particularidade histórica da pesquisa no Serviço Social. Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Rev. Katál., Florianópolis, v. 10 n. esp. p. 46-54, 2007. DIXON, W. J.; MASSEY JUNIOR, F. J. Introduction to statistical analysis. Tokio: McGraw Hill Kogakusha, 1969. 638 p. JANNUZZI, P. de M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve re�exão sobre a experiência do passado para considerar no presente. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 35, p. e0055, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepop/a/77qbqWdQWx3b5gg7wLVmtsF/. Acesso em: 14 jan. 2024. https://www.scielo.br/j/rbepop/a/77qbqWdQWx3b5gg7wLVmtsF/ https://www.scielo.br/j/rbepop/a/77qbqWdQWx3b5gg7wLVmtsF/ https://www.scielo.br/j/rbepop/a/77qbqWdQWx3b5gg7wLVmtsF/ https://www.scielo.br/j/rbepop/a/77qbqWdQWx3b5gg7wLVmtsF/ Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 6. ed. rev. e ampl. Campinas: Alínea, 2017. MARCELINO, K. J. A importância da estatística na atualidade. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2010. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/categoria-espaco-do- conhecimento/9822-a-importancia-da-estatistica-na-atualidade-karla-julia-marcelino. Acesso em: 23 jul. 2024. Aula 2 Indicadores Sociais Indicadores sociais Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá conhecer a de�nição de indicadores sociais e suas classi�cações. Também serão abordados alguns exemplos desses indicadores e de como são utilizados em nosso dia a dia. Além disso, serão apresentadas algumas relações dos indicadores sociais com a estatística para a área do Serviço Social. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você conhecerá alguns conceitos sobre a utilização de indicadores sociais, que, se feita de forma adequada, subsidia as informações concretas para o conhecimento de uma https://www.ipea.gov.br/portal/categoria-espaco-do-conhecimento/9822-a-importancia-da-estatistica-na-atualidade-karla-julia-marcelino https://www.ipea.gov.br/portal/categoria-espaco-do-conhecimento/9822-a-importancia-da-estatistica-na-atualidade-karla-julia-marcelino Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS realidade (local/ regional) e nos permite orientar quais ações devem ser direcionadas, o que proporciona sustentação ao processo de gestão social. Também será abordada a classi�cação desses indicadores, além de apresentar sua relação com a estatística. Para melhor compreender o assunto, leia a citação a seguir: A mensuração da qualidade de vida e do desenvolvimento social, econômico e político vem adquirindo importância, à medida que essas informações se tornam mais acessíveis a governos e população em geral. Diariamente, uma enxurrada de indicadores invade nossa vida. Medir e transformar essas medidas em índices utilizados para revelar e sinalizar diversos aspectos da sociedade passou a integrar inúmeras atividades cotidianas. No entanto, os fenômenos estudados pelas ciências sociais são demasiadamente complexos para serem interpretados e analisados sob uma ótica unidimensional. Para interpretar um fenômeno social, é necessário considerá-lo na sua multiplicidade de aspectos, procurando suas várias dimensões analíticas. (Soligo, 2012, p. 1) Diante disso, o que são indicadores sociais e para que servem? Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! De�nição de indicadores sociais Os indicadores sociais são ferramentas que podem apontar as desigualdades de cada região num determinado espaço geográ�co, possibilitando mapear as regiões mais ou menos desenvolvidas em diversos aspectos, como: econômico, político, geográ�co, social, entre outros. De acordo com Giroto (2007), exemplos de indicadores sociais podem ser taxa de desemprego, taxa de mortalidade infantil, taxa de analfabetismo e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que nos auxiliam na avaliação de políticas públicas, com objetivo de veri�car as condições de vida das pessoas, realizando um levantamento das prioridades sociais defendidas por determinada classe social. A construção dos indicadores se deve a agrupamentos de dados organizados em sistema, o que possibilita uma análise e comparações de grupos de indicadores entre si, denominados sistemas de indicadores sociais. Para Jannuzzi (2017), os indicadores apontam quais são as dimensões sociais de interesse daquela determinada região, de�nidas a partir de escolhas teóricas ou políticas realizadas anteriormente. A partir de uma base de dados válidos com referências de con�abilidade, os indicadores sociais são constituídos, os quais propiciam a análise do contexto pertinente a determinado território, Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS evidenciando as prioridades de tomadas de decisões diante das políticas públicas especí�cas ao público-alvo. Por �m, outra questão importante refere-se à con�abilidade dos indicadores, já que, para subsidiar as decisões administrativas, compromissos de políticas públicas especí�cas, melhorar a distribuiçãoque se deve conseguir reconhecer os tipos de variáveis, bem como a diferença entre amostra e população, pois para conseguir uma boa representatividade da população é necessário fazer a escolha da amostra em um processo aleatório. No processo de amostragem probabilística, cada elemento da população possui a mesma probabilidade de ser selecionado para compor a amostra. Neste caso, podemos ter: aleatória simples, aleatória sistemática e aleatória estrati�cada. Podemos ter também os processos de amostragem não-probabilística: acidental ou esmo, intencional e cotas. Por �m, as pesquisas estatísticas podem contribuir e muito para a área social, pois a partir de seus resultados pode-se compreender melhor a situação real de uma determinada região a �m de pensar em melhorias, assim como contribuir para propostas de políticas públicas. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. DEMO, P. Pesquisa social. Serviço Social & Realidade, v. 17, n. 1, p. 11-36, 2008. Disponível em: https://seer.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/view/1. Acesso em: 24 jul. 2024. GUIMARÃES, G. L.; FERREIRA, V. G. G.; ROAZZI, A. Interpretando e construindo grá�cos. Anais da 24a Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa-ANPED, 2001. Disponível em: http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_24/interpretando.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. PESSÔA, V. L. S.; RAMIRES, J. C. de L. Amostragem em pesquisa qualitativa: subsídios para a pesquisa geográ�ca. In: MARAFON, G. J. et al. Pesquisa qualitativa em geogra�a. Rio de Janeiro: Editora UERJ, p. 117-134, 2013. Disponível em: https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon- 9788575114438.pdf#page=115. Acesso em: 24 jul. 2024. SANTOS, L. C. dos. Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca: noções introdutórias. In: Luiz Carlos dos Santos [website], 2017. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/wp- content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. , Unidade 4 Medidas de Tendência Central, de Dispersão e Separatrizes https://seer.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/view/1 http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_24/interpretando.pdf https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://books.scielo.org/id/hvsdh/pdf/marafon-9788575114438.pdf#page=115 https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Aula 1 Medidas de Tendência Central Medidas de tendência central Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você conhecerá algumas medidas de posição: a média, a moda e a mediana. Será apresentada a de�nição dessas três medidas, além de formas de calculá-las e como se dão suas aplicações em situações-problema. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você conhecerá algumas medidas de posição: a média, a moda e a mediana. Será apresentada a de�nição dessas três medidas, além de formas de calculá-las e como se dão suas aplicações em situações-problema. Para melhor compreender o assunto, suponha que você atue como assistente social e está realizando um estudo sobre a massa corporal de algumas crianças num determinado bairro. Os valores a seguir representam as massas (em kg) de dez crianças desse bairro: 7,56; 7,64; 5,81; 10,80; 10,07; 7,85; 9,29; 10,34; 10,16; 10,95 Considerando esse contexto, determine a massa média desse produto, a mediana e a moda. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Vamos Começar! Média aritmética Todo conjunto de números possui uma média, ou seja, se procurarmos saber qual é a tendência desses números em termos centrais, médios, precisamos calcular esse parâmetro. Média é uma medida de tendência central, pois a partir dela é possível veri�car o quanto cada elemento está próximo ou distante, acima ou abaixo do seu valor. A média aritmética ( Exemplo: a média aritmética dos elementos: 2 - 2 - 3 - 4 - 4 - 4 - 6 - 8 - 10 - 10 - 10 - 10 - 15 – 17 Será: Logo, a média aritmética de todos os termos será 7,5. Moda Em alguns casos, o cálculo da média, principalmente a aritmética, pode levar a conclusões duvidosas. Isso ocorre porque, como se trata de uma medida de tendência central, pode haver casos de valores muito discrepantes, ou seja, que se distanciam muito do valor médio. Com o objetivo de aprimorar a análise estatística desses casos, outra medida é a moda, um ponto onde há maior concentração de elementos, ou seja, agrupamentos de elementos de valores similares. Moda signi�ca os valores que ocorrem com mais frequência no grupo em estudo. A moda (Mo) é o valor de maior ocorrência num conjunto de dados. É a única medida que pode não existir e, existindo, pode não ser única. Um conjunto de dados pode: Não apresentar moda. Apresentar uma moda. Apresentar duas modas (bimodal). x x = 1 n ∑ n i=n xi x = 2+2+3+⋅⋅+15+17 14 = 105 14 = 7, 5 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Apresentar três modas (trimodal). Apresentar mais modas (polimodal). Exemplo: calcular a moda para as idades dos candidatos à presidência de um clube desportivo: 65, 87, 49, 58, 65, 65, 67, 83, 87, 79 A moda será 65, pois é a idade que mais aparece. Siga em Frente... Mediana A mediana (Md) é a medida que divide um conjunto de dados ordenados em duas partes iguais: 50% dos valores �cam abaixo e 50% �cam acima da mediana. Com os dados em rol, ou seja, ordenados, temos: Para amostras com número ímpar da quantidade de valores: mediana é o valor do meio. A posição da mediana pode ser encontrada utilizando a relação: Para amostras com número par da quantidade de valores: a mediana é a média dos dois valores centrais, ou seja, a média aritmética dos valores que ocupam as posições de ordem: e . Exemplo: calcular a mediana dos valores: 9, 12, 8, 6, 14, 11, 5. Primeiramente vamos organizar os dados em ordem crescente ou decrescente: 5, 6, 8, 9, 11, 12, 14 Observe que temos sete elementos na amostra, que é um número ímpar; então, a mediana será o elemento que divide o conjunto em duas partes iguais. A mediana será 9. Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, suponha que você atue como assistente social e está realizando um estudo sobre a massa corporal de algumas crianças num determinado bairro. n+1 2 n 2 n 2 + 1 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Os valores a seguir representam as massas (em kg) de dez crianças desse bairro: 7,56; 7,64; 5,81; 10,80; 10,07; 7,85; 9,29; 10,34; 10,16; 10,95 Considerando esse contexto, determine a massa média desse produto, a mediana e a moda. Para cálculo da média, deve-se somar todos os valores e dividir pela quantidade de valores: Assim, a média aritmética será aproximadamente 9. Para cálculo da mediana, deve-se colocar em rol os elementos, ou seja, organizar em ordem crescente ou decrescente: 5,81; 7,56; 7,64; 7,85; 9,29; 10,07; 10,16; 10,34; 10,80; 10,95 Para amostras com número par de unidades, a mediana é a média dos dois valores centrais: 5,81; 7,56; 7,64; 7,85; 9,29; 10,07; 10,16; 10,34; 10,80; 10,95 Com relação à moda, a distribuição não apresenta moda, ou seja, é amodal. Saiba mais Para saber mais sobremedidas de posição leia o livro Introdução à Estatística Descritiva para Pesquisas em Informática na Educação, de Gilberto Pereira Sassi. Referências CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. x = 7,56+7,64+5,81+10,80+10,07+7,85+9,29+10,34+10,16+10,95 10 x = 90,47 10 x ≅9, 05 Md = 9,29+10,07 2 Md = 19,36 2 → Md = 9, 68 https://metodologia.ceie-br.org/wp-content/uploads/2018/11/cap2_9.pdf https://metodologia.ceie-br.org/wp-content/uploads/2018/11/cap2_9.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS SASSI, G. P. Introdução à Estatística Descritiva para Pesquisas em Informática na Educação. In: JAQUES, P. A. et al. (Org.) Metodologia de Pesquisa Cientí�ca em Informática na Educação: Abordagem Quantitativa. Porto Alegre: SBC, 2020. Disponível em: https://metodologia.ceie- br.org/wp-content/uploads/2018/11/cap2_9.pdf. Acesso em: 26 jul. 2024. SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. Aula 2 Medidas de Dispersão Medidas de dispersão Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, você conhecerá algumas medidas que complementam o cálculo da média, como a amplitude, desvio médio, variância, desvio padrão, coe�ciente de variação, assimetria e curtose. Serão abordadas algumas das suas principais características, assim como suas aplicações em diversas situações. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! https://metodologia.ceie-br.org/wp-content/uploads/2018/11/cap2_9.pdf https://metodologia.ceie-br.org/wp-content/uploads/2018/11/cap2_9.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Nesta aula, você conhecerá algumas medidas que complementam o cálculo da média, como a amplitude, desvio médio, variância, desvio padrão, coe�ciente de variação, assimetria e curtose. Serão abordadas algumas das suas principais características, assim como suas aplicações em diversas situações. Para melhor compreender o assunto, suponha que uma pesquisa a respeito da idade de homens numa determinada região encontrou os seguintes dados: Bloco 1 30 30 30 30 34 36 36 36 43 43 43 44 51 52 52 52 60 60 60 60 Bloco 2 30 31 31 31 37 38 39 39 44 44 45 45 53 54 54 54 60 61 61 61 Bloco 3 32 32 32 32 39 39 39 39 45 46 46 48 55 56 56 56 61 62 62 62 Bloco 4 32 33 33 33 39 40 41 41 48 49 50 50 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS 57 57 57 58 63 63 64 64 Bloco 5 33 34 34 42 42 43 51 51 51 59 59 59 64 65 65 Tabela 1 | Dados com idade dos homens. Determine as medidas de tendência central, variância, desvio padrão e coe�ciente de variação para idade dos homens. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Amplitude e desvio médio A amplitude total da distribuição é a diferença entre o limite superior da última classe e o limite inferior da primeira classe da tabela. Trata-se da diferença entre o maior e o menor valor analisados em uma variável em ordem crescente ou decrescente. Observe um exemplo: a amplitude das amostras A e B. A: 80; 80; 80; 80; 80 B: 76; 77; 77; 78; 79 AT = xmax − xmin AT (A) = 80 − 80 = 0 AT (B) = 79 − 76 = 3 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Com relação ao desvio médio, refere-se à soma de todos os números da conta, divididos pela quantidade dele. É então uma medida da dispersão dos dados em relação à média de uma sequência, ou seja, o afastamento em relação a essa média. Esta medida representa a média das distâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio. Variância e desvio padrão Quando pretendemos analisar o comportamento da população ou da amostra em estudo, utilizamos a variância, um indicativo desse comportamento, evidenciando o quanto os elementos de uma população ou amostra estão perto ou longe da média. Por meio da variância se pode então dizer que uma determinada população ou amostra é comportada em relação à média, ou seja, a maior parte dos elementos não se distancia muito ou, ao contrário, que essa população ou amostra apresenta características de distanciamento da média. Quanto mais comportado um conjunto de elementos, mais signi�cativa é a média, pois ela representa aproximadamente um maior número de elementos da população ou da amostra analisada. A variância é a média aritmética dos quadrados dos desvios de cada valor em relação à média: Em que: S²: variância x: elemento n: quantidade elementos na amostra Exemplo: a tabela a seguir apresenta a idade de alguns alunos e suas respectivas frequências: Bloco 1 Idade 8 2 -3,7 13,69 12 3 0,3 0,09 13 5 1,3 1,69 S 2 = ∑ (x−x)2 n−1 x fi xi − x (xi − x)2 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Bloco 2 27,38 0,27 8,45 Tabela 2 | Variância. A partir dos dados apresentados na tabela é possível calcular a sua variância: O desvio padrão é a raiz quadrada positiva da variância, apresentando a mesma unidade dos dados e da média, permitindo avaliar melhor a dispersão. Logo, o desvio padrão do exemplo anterior será: Siga em Frente... ∑ fi = 10 (xi − x)2 ⋅ fi ∑ (xi − x)2 ⋅ fi ≅36, 1 S 2 = ∑ (x−x)2 n−1 = 36,1 10−1 = 4, 01 S = √S 2 = √ ∑ (x−x)2 n−1 S = √S 2 = √4, 01 ≅2 S = √S 2 = √4, 01 ≅2 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Coe�ciente de variação, assimetria e curtose Para comparar a variação do desvio padrão com a média, usa-se a razão entre o desvio padrão e a média, chamado de coe�ciente de variação, geralmente multiplicado por 100 para dar o resultado em porcentagem. É a medida relativa de dispersão útil para fazer comparação em termos relativos do grau de concentração. É calculada pela relação entre o desvio padrão (s) e a média (x) da média de séries distintas. Exemplo: considerando uma amostra com desvio padrão igual a 2 e a média igual a 11,7, temos que o coe�ciente de variação será: Embora as medidas de posição e de variação possibilitem descrever estatisticamente um conjunto de dados, é necessário veri�car como está se comportando de forma geral essa distribuição. A assimetria é o grau de desvio ou afastamento da simetria de uma distribuição. Quando a curva é simétrica, a média, a mediana e a moda coincidem, num mesmo ponto de ordenada máxima, havendo um perfeito equilíbrio na distribuição. Quando o equilíbrio não acontece, isto é, a média, a mediana e a moda recaem em pontos diferentes da distribuição, esta será assimétrica, enviesada à direita ou à esquerda: Distribuição assimétrica negativa: indica que a maioria dos valores são maiores ou se localizam à direita da média aritmética. Distribuição assimétrica positiva: indica que a maioria dos valores são menores ou se localizam à esquerda da média aritmética. Chamamos de curtose o grau de achatamento em uma distribuição de frequência que tem apenas uma moda, ou seja, uma unimodal, em relação à normal. Quando a distribuição apresenta uma curva de frequência mais fechada que a normal (ou mais aguda em sua parte superior), ela recebe o nome de leptocúrtica. Quando a distribuição apresenta uma curva de frequência mais aberta que a normal (ou mais achatada na sua parte superior), ela é chamada platicúrtica. A curva normal, que é a nossa base referencial, recebe o nome de mesocúrtica. CV = s x × 100 CV = s x × 100 CV = 2 11,7 × 100 CV = 17, 1% Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, suponha que uma pesquisa a respeito da idade de homens numa determinada região encontrou os seguintes dados: Bloco 1 30 30 30 30 34 36 36 36 43 43 43 4451 52 52 52 60 60 60 60 Bloco 2 30 31 31 31 37 38 39 39 44 44 45 45 53 54 54 54 60 61 61 61 Bloco 3 32 32 32 32 39 39 39 39 45 46 46 48 55 56 56 56 61 62 62 62 Bloco 4 32 33 33 33 39 40 41 41 48 49 50 50 57 57 57 58 63 63 64 64 Bloco 5 33 34 34 42 42 43 51 51 51 59 59 59 64 65 65 Tabela 1 | Dados com idade dos homens. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Determine as medidas de tendência central, variância, desvio padrão e coe�ciente de variação para a idade dos homens. Primeiramente deve-se calcular a média da idade dos homens: Para cálculo da variância, que é a média aritmética dos quadrados dos desvios de cada valor em relação à média, vamos construir a tabela a seguir: Bloco 1 Idade 30 5 -16,91 285,9481 31 3 -15,91 253,1281 32 5 -14,91 222,3081 ... ... ... ... 64 3 17,09 292,0681 65 2 18,09 327,2481 Bloco 2 1429,7405 759,3843 1111,5405 xh = ∑ idades dos homens numero total de homens xh = 30+30+⋅⋅⋅+65+65 95 = 4457 95 ≅46, 91 fi xi − x (x1 − x)2 ∑ fi = 95 (xi − x)2 ⋅ fi Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS ... 876,2043 654,4962 Tabela 3 | Cálculo da variância. Logo, temos que a variância será: O desvio padrão: E, por �m, o coe�ciente de variação: Saiba mais Para saber mais sobre medidas de dispersão leia o artigo Medidas de dispersão: os valores estão próximos entre si ou variam muito, de João Luiz Dornelles Bastos e Rodrigo Pereira Duquia. Referências BASTOS, J. L. D.; DUQUIA, R. P. Medidas de dispersão: os valores estão próximos entre si ou variam muito? Scientia Medica, v. 17, n. 1, p. 40-44, 2007. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/download/1650/7895/ 42452. Acesso em: 26 jul. 2024. CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. SANTOS, L. C. dos. Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca: noções introdutórias. In: Luiz Carlos dos Santos [website], 2017. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/wp- ∑ (xi − x)2 ⋅ fi ≅11733, 82 S 2 = ∑ (x−x)2 n−1 = 11733,82 95−1 ≅124, 83 S = √S 2 = √124, 83 ≅11, 17 CV = s x × 100 = 11,17 46,91 × 100 ≅23, 81% https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/download/1650/7895/42452 https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/download/1650/7895/42452 https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/download/1650/7895/42452 https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/download/1650/7895/42452 https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. Aula 3 Medidas Separatrizes Medidas separatrizes Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, você conhecerá algumas medidas que complementam os cálculos das medidas de posição, como a de�nição e tipos de medidas separatrizes, como determinar os quartis e a importância do boxplot. Por �m, abordaremos exemplos de como essas medidas podem ser aplicadas e calculadas. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você conhecerá algumas medidas que complementam os cálculos das medidas de posição, como a de�nição e tipos de medidas separatrizes, como determinar os quartis e a https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS importância do boxplot. Por �m, abordaremos exemplos de como essas medidas podem ser aplicadas e calculadas. Para melhor compreender o assunto, suponha que você é assistente social de uma cidade e realizou uma pesquisa sobre idade das crianças num determinado bairro: Bloco 1 3 4 4 5 Bloco 2 5 5 5 6 Bloco 3 6 7 7 7 Bloco 4 8 8 9 9 Bloco 5 9 10 11 Tabela 1 | Dados com idade das crianças. Diante disso, determine o primeiro e segundo quartis dessa amostra. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Tipos de medidas separatrizes As medidas separatrizes dividem uma distribuição em partes percentualmente iguais. A mediana pode ser considerada uma medida separatriz, pois caracteriza uma série de valores devido à sua posição central, separando a série em dois grupos que apresentam o mesmo número de valores. Observe quais são algumas medidas separatrizes, que dividem a distribuição em um certo número de partes iguais: Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Mediana: divide a distribuição em duas partes iguais. Quartis: dividem a distribuição em quatro partes iguais. Decis: dividem a distribuição em dez partes iguais. Centis: dividem a distribuição em 100 partes iguais. O objetivo das separatrizes é proporcionar uma melhor ideia da dispersão do conjunto, principalmente da simetria ou assimetria da distribuição. Determinação de quartis Os quartis dividem o conjunto de dados ordenados em quatro partes iguais, ou seja, 25% cada parte. Observe o esquema a seguir: Figura 1 | Quartis. Conforme a �gura, ao dividirmos a distribuição em quatro partes iguais, teremos o 1º, 2º e 3º quartis. Para encontrar a posição de cada quartil, utilizamos a seguinte fórmula: Em que: Q: posição do quartil i: número do quartil n: quantidade de elementos na distribuição Observe o exemplo para determinar o primeiro quartil da amostra a seguir: Qi = i(n+1) 4 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS 45 – 45 – 49 – 53 – 56 – 56 – 58 – 64 – 65 – 67 – 68 – 68 – 71 – 73 – 73 Substituindo na fórmula: Dizemos que o 1º quartil está na 4ª posição. Analisando a tabela, ocupa a posição 4, que é 53. Para os quintis, ao dividir a série ordenada em cinco partes, cada uma �cará com 20% de seus elementos. Com os decis, divide-se o conjunto de dados ordenados em dez partes iguais, cada parte com 10% dos valores do conjunto de dados. Nos percentis, ao dividir a série ordenada em cem partes, cada uma �cará com 1% de seus elementos. Siga em Frente... Construção do boxplot A partir das medidas separatrizes, constrói-se também um grá�co chamado grá�co de caixas (em inglês, boxplot), que ilustra os principais aspectos da distribuição, tomando por base essas medidas robustas. O boxplot é um grá�co muito útil também na comparação de distribuições, formado basicamente por um retângulo vertical (ou horizontal). O comprimento do lado vertical (ou horizontal) é dado pelo intervalo interquartil (em que estamos trabalhando com um retângulo vertical). O boxplot representa gra�camente dados de forma resumida em um retângulo em que as linhas da base e do topo são o primeiro e o terceiro quartis, respectivamente. A linha entre essas é a mediana. Além de apresentar a dispersão dos dados, torna-se útil também para identi�car a ocorrência destes valores como sendo os que caem fora dos limites estabelecidos pelos valores adjacentes superior e inferior. Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, suponha que você é assistente social de uma cidade e realizou uma pesquisa sobre a idade das crianças num determinado bairro: Qi = i(n+1) 4 Qi = 1⋅(15+1) 4 = 4 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Bloco 1 3 4 4 5 Bloco 2 5 5 5 6 Bloco 3 6 7 7 7 Bloco 4 8 8 9 9 Bloco 5 9 10 11 Tabela 1 | Dados com idade das crianças. Diante disso, determine o primeiro e segundo quartis dessa amostra. Para o cálculoda posição dos quartis vamos utilizar a seguinte fórmula: Primeiro quartil: Logo, o primeiro quartil está na 5ª posição, ou seja, no número 5. Bloco 1 3 4 4 5 Bloco 2 5 5 5 6 Qi = i(n+1) 4 Qi = i(n+1) 4 Q1 = 1(19+1) 4 = 5 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Bloco 3 6 7 7 7 Bloco 4 8 8 9 9 Bloco 5 9 10 11 Segundo quartil: Logo, o segundo quartil está na 10ª posição, ou seja, no número 7. Bloco 1 3 4 4 5 Bloco 2 5 5 5 6 Bloco 3 6 7 7 7 Bloco 4 8 8 9 9 Bloco 5 9 10 11 Saiba mais Para saber mais sobre medidas separatrizes leia o artigo Uma re�exão didática sobre o conceito de mediana e quartis, de Maria Inez Rodrigues Miguel e Cileda de Queiroz e Silva Coutinho. Qi = i(n+1) 4 Q2 = 2(19+1) 4 = 10 https://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem15dpf/sm15ss08_04.pdf https://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem15dpf/sm15ss08_04.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Referências BASTOS, J. L. D.; DUQUIA, R. P. Medidas de dispersão: os valores estão próximos entre si ou variam muito? Scientia Medica, v. 17, n. 1, p. 40-44, 2007. CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. MIGUEL, M. I. R.; COUTINHO, C. Q. S. Uma re�exão didática sobre o conceito de mediana e quartis. In: Anais do 16º Congresso de Leitura do Brasil (COLE), Unicamp, Campinas, 2007. Disponível em: https://alb.org.br/arquivo- morto/edicoes_anteriores/anais16/sem15dpf/sm15ss08_04.pdf. Acesso em: 26 jul. 2024. SANTOS, L. C. dos. Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca: noções introdutórias. In: Luiz Carlos dos Santos [site], 2017. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/wp- content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. Aula 4 Grá�cos de Dispersão Grá�cos de dispersão Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. https://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem15dpf/sm15ss08_04.pdf https://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem15dpf/sm15ss08_04.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Olá, estudante! Nesta videoaula, você aprenderá sobre a importância do diagrama de dispersão, bem como a relação entre duas variáveis. Será abordado o coe�ciente de correlação, determinação e como realizar seus cálculos. Por �m, você compreenderá o resultado desses coe�cientes e quais conclusões pode-se tirar da relação entre duas variáveis. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você aprenderá sobre a importância do diagrama de dispersão, bem como a relação entre duas variáveis. Será abordado o coe�ciente de correlação, determinação e como realizar seus cálculos. Por �m, você compreenderá o resultado desses coe�cientes e quais conclusões pode-se tirar da relação entre duas variáveis. Para melhor entender o assunto, suponha que uma pesquisa a respeito da idade de mulheres (x) e suas respectivas rendas (y) numa determinada região encontrou os seguintes dados: Bloco 1 Idade (x) Salário(y) 5 500 2500 25 10 1100 11000 100 15 1400 21000 225 20 1900 38000 400 4900 72500 750 Bloco 2 250 000 1 210 000 1 960 000 3 610 000 7 030 000 x ⋅ y x2 ∑ 50 y2 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Tabela 1 | Dados com idade e salários. Determine qual o grau de correlação desses dados. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Grá�co de dispersão O diagrama de dispersão é um grá�co em que pontos no espaço cartesiano com coordenada “x” e “y” são usados para representar simultaneamente os valores de duas variáveis quantitativas medidas em cada elemento do conjunto de dados. O diagrama de dispersão pode auxiliar na interpretação de uma pesquisa, pois permite avaliar se existe ou não alguma relação entre as duas variáveis de estudo, podendo indicar o tipo de relação entre as duas variáveis, a intensidade da relação, se é forte, fraca ou moderada, além de apontar a natureza da relação — se é linear, exponencial, entre outros. Observe o diagrama de dispersão construído com dados coletados sobre a idade de mulheres (x) e de seus respectivos maridos (y): Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Figura 1 | Diagrama de dispersão. Nesse caso, pode-se perceber uma relação entre as duas variáveis — a idade da mulher e a idade de seus respectivos maridos —, pois na maioria dos dados a idade da mulher aumenta e a dos homens também. Coe�ciente de correlação linear Existem diversas situações nas quais há interesse em estudar o comportamento conjunto de uma ou mais variáveis. Em muitos casos, a explicação de um fenômeno de interesse pode estar associada a outros fatores (variáveis) que contribuem de algum modo para a ocorrência deste fenômeno. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS O termo correlação signi�ca relação em dois sentidos (co + relação), sendo utilizado em estatística para designar a força que mantém unidos dois conjuntos de valores. A veri�cação da existência e do grau de relação entre as variáveis é o objeto de estudo da correlação. Numa relação experimental os valores de uma das variáveis são controlados pela atribuição ao acaso do objeto sendo estudado e observando o que acontece com os valores da outra variável. Podemos citar como exemplo uma pesquisa realizada com uma amostra de habitantes numa determinada cidade com idade das pessoas e seus respectivos salários, no intuito de compreender a situação econômica dessa cidade. Frequentemente é necessário estudar o relacionamento entre duas ou mais variáveis. Ao estudo do relacionamento entre duas ou mais variáveis denominamos de correlação e regressão. Se o estudo tratar apenas de duas variáveis, tem-se a correlação e a regressão simples. Se envolver mais do que duas variáveis, tem-se a correlação e a regressão múltiplas. No nosso estudo, em especí�co, abordaremos a regressão e a correlação que tratam apenas do relacionamento do tipo linear entre duas variáveis. O objetivo do estudo da correlação é determinar (mensurar) o grau de relacionamento entre duas variáveis. Ao observar um relacionamento linear entre as duas variáveis é possível determinar a intensidade deste relacionamento. O coe�ciente que mede este relacionamento é denominado de Coe�ciente de Correlação Linear de Pearson, em que n é a quantidade de elementos na amostra, e “x” e “y” são as variáveis em estudo. A partir do resultado do coe�ciente de correlação, temos: r = 1: correlação perfeita positiva. 0,8 ≤ rmelhor é a qualidade do ajuste. O seu valor fornece a proporção da variável Y explicada pela variável X através da função ajustada. Por exemplo, se o coe�ciente de correlação apresenta um valor de r = 0,9929, então o coe�ciente de determinação será: Se r² for igual a 1, isto signi�ca que todos os pontos observados se situam exatamente sobre a reta de regressão, ou seja, tem-se o ajuste perfeito. As variações da variável Y são 100% explicadas pelas variações da variável X, não ocorrendo desvios em torno da função estimada. Por outro lado, se r² for igual a 0, isto quer dizer que as variações de Y são exclusivamente aleatórias e explicadas pelas variações de outros fatores que não X. Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, suponha que uma pesquisa a respeito da idade de mulheres (x) e suas respectivas rendas (y) numa determinada região encontrou os seguintes dados: Bloco 1 Idade (x) Salário(y) 5 500 2500 25 10 1100 11000 100 15 1400 21000 225 20 1900 38000 400 4900 72500 750 r2 = variação explicada variação total r2 = (0, 9929) = 0, 9858 = 98, 50%2 x ⋅ y x2 ∑ 50 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Bloco 2 250 000 1 210 000 1 960 000 3 610 000 7 030 000 Tabela 1 | Dados com idade e salários. Determine qual o grau de correlação desses dados. Vamos utilizar a fórmula do coe�ciente de correlação: Substituindo os valores apresentados na tabela na fórmula, temos: O coe�ciente de correlação é r = 0,99, ou seja, aproximadamente 1; temos uma correlação perfeita positiva. Saiba mais Para saber mais sobre coe�ciente de correlação leia o artigo Desvendando os mistérios do coe�ciente de correlação de Pearson (r), de Dalson Britto Figueiredo Filho e José Alexandre da Silva Júnior. Referências BASTOS, J. L. D.; DUQUIA, R. P. Medidas de dispersão: os valores estão próximos entre si ou variam muito. Scientia Medica, v. 17, n. 1, p. 40-44, 2007. y2 r = n∑xi.yi−(∑xi).(∑ yi) √[n.∑x2 i −(∑xi) 2]⋅[n.∑ y2 i −(∑ yi) 2] r = 4×72500−50×4900 √(4×750−(502)×(4×7030000−(4900)2)) = 0, 99 http://dirin.s3.amazonaws.com/drive_materias/1666287394.pdf http://dirin.s3.amazonaws.com/drive_materias/1666287394.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. FIGUEIREDO FILHO, D. B.; SILVA JÚNIOR, J. A. Desvendando os Mistérios do Coe�ciente de Correlação de Pearson (r). Revista Política Hoje, v. 18, n. 1, p. 115-146, 2009. Disponível em: https://dirin.s3.amazonaws.com/drive_materias/1666287394.pdf. Acesso em: 26 jul. 2024. SANTOS, L. C. dos. Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca: noções introdutórias. In: Luiz Carlos dos Santos [website], 2017. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/wp- content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. Aula 5 Encerramento da Unidade Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá fazer uma revisão sobre as medidas de posição, como média, mediana e moda. Também abordaremos as medidas de dispersão e como realizar seus cálculos. Apresentaremos as relações entre as variáveis a partir do diagrama de dispersão e coe�cientes de correlação e determinação. Por �m, vamos trazer conceitos sobre as medidas separatrizes e os quartis. https://dirin.s3.amazonaws.com/drive_materias/1666287394.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá e não esqueça de conferir nosso mapa mental no �nal da aula. Ponto de Chegada Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta unidade, que é compreender o papel das medidas de tendência central, de dispersão e separatrizes na análise e interpretação de dados provenientes de pesquisas estatísticas, vamos retomar alguns conceitos fundamentais. A média aritmética ( se trata de uma medida de localização resultante da divisão da soma de todos os valores (x) da amostra pela quantidade total (n) de valores. A moda (Mo) é o valor de maior ocorrência num conjunto de dados. É a única medida que pode não existir e, existindo, pode não ser única. Já a mediana (Md) é a medida que divide um conjunto de dados ordenados em duas partes iguais: 50% dos valores �cam abaixo e 50% �cam acima da mediana. A amplitude total da distribuição é a diferença entre o limite superior da última classe e o limite inferior da primeira classe da tabela. Trata-se da diferença entre o maior e o menor valor analisados em uma variável em ordem crescente ou decrescente. Com relação às medidas de dispersão, temos a variância, que é a média aritmética dos quadrados dos desvios de cada valor em relação à média: E, para comparar a variação do desvio padrão com a média, usa-se a razão entre o desvio padrão e a média, chamado de coe�ciente de variação, que é uma medida relativa de dispersão, geralmente multiplicada por 100 para dar o resultado em porcentagem. É calculada pela relação entre o desvio padrão (s) e a média (x) da média de séries distintas. Para complementar as medidas de posição temos as medidas separatrizes, que dividem uma distribuição em partes percentualmente iguais. A mediana pode ser considerada uma medida x = 1 n ∑ n i=1 xi AT = xmax − xmin S 2 = ∑ (x−x)2 n−1 CV = s x × 100 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS separatriz, pois caracteriza uma série de valores devido à sua posição central, separando a série em dois grupos que apresentam o mesmo número de valores. A partir das medidas separatrizes, constrói-se também um grá�co chamado grá�co de caixas (em inglês, boxplot), que ilustra os principais aspectos da distribuição, tomando por base essas medidas robustas. Para uma melhor compreensão das relações entre variáveis, utilizamos o diagrama de dispersão, um grá�co em que pontos no espaço cartesiano com coordenada “x” e “y” são usados para representar simultaneamente os valores de duas variáveis quantitativas medidas em cada elemento do conjunto de dados. Ao observar um relacionamento linear entre as duas variáveis, é possível determinar a intensidade deste relacionamento. O coe�ciente que mede este relacionamento é denominado de Coe�ciente de Correlação Linear de Pearson, em que n é a quantidade de elementos na amostra e “x” e “y” são as variáveis em estudo: Por �m, o coe�ciente de determinação indica a proporção de variação da variável independente que é explicada pela variável dependente, ou seja, é uma ferramenta que avalia a qualidade do ajuste. Quanto mais próximo da unidade o r² estiver, melhor é a qualidade do ajuste. O seu valor fornece a proporção da variável Y explicada pela variável X através da função ajustada. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Para aprofundar os conceitos vistos, suponha que uma equipe está realizando um estudo sobre a qualidade da educação num município e selecionou um aluno para análise. Observe o tempo de estudo de um aluno e sua nota em algumas provas: Tempo (x) Nota (y) r = n∑ xi⋅yi−(∑ xi)⋅(∑yi ) √[n⋅∑ x2 i−(∑ xi) 2]⋅[n⋅∑ y2 i−(∑ yi) 2] Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS 3,0 4,5 7,06,5 2,0 3,7 1,5 4,0 12,0 9,3 Tabela 1 | Tempo e nota. Considerando esses dados, qual o tipo de correlação existente entre essas duas variáveis? Determine o coe�ciente de correlação. Você consegue identi�car as medidas de posição e dispersão? Você consegue calcular as medidas de posição e dispersão? Você consegue compreender as relações entre as variáveis a partir do diagrama de dispersão e coe�cientes de correlação e determinação? Para o cálculo do coe�ciente de correlação vamos utilizar a seguinte fórmula: Com o intuito de facilitar o cálculo do coe�ciente, vamos organizar os dados conforme a tabela a seguir: Tempo (x) Nota (y) x.y x2 y2 3,0 4,5 13,5 9 20,25 7,0 6,5 45,5 49 42,25 2,0 3,7 7,4 4 13,69 1,5 4,0 6 2,25 16 12,0 9,3 111,6 144 86,49 ∑=25,5 ∑=28 ∑=184 ∑=208,25 ∑=178,68 Tabela 2 | Cálculos para coe�ciente de correlação. Substituindo os dados na fórmula do coe�ciente de correlação: r = n∑ xi⋅yi−(∑ xi)⋅(∑yi ) √[n⋅∑ x2 i −(∑ xi) 2]⋅[n⋅∑ y2 i −(∑ yi) 2] r = n∑ xi⋅yi−(∑ xi)⋅(∑yi ) √[n⋅∑ x2 i −(∑ xi) 2]⋅[n⋅∑ y2 i −(∑ yi) 2] Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Logo, temos uma correlação linear positiva. BASTOS, J. L. D.; DUQUIA, R. P. Medidas de dispersão: os valores estão próximos entre si ou variam muito. Scientia Medica, v. 17, n. 1, p. 40-44, 2007. CASTRO, L. S. V. Pontos de estatística. Rio de Janeiro: Cientí�ca, 1967. FIGUEIREDO FILHO, D. B.; SILVA JÚNIOR, J. A. Desvendando os Mistérios do Coe�ciente de Correlação de Pearson (r). Revista Política Hoje, v. 18, n. 1, p. 115-146, 2009. Disponível em: https://dirin.s3.amazonaws.com/drive_materias/1666287394.pdf. Acesso em: 26 jul. 2024. SANTOS, L. C. dos. Universo/população e amostra em pesquisa cientí�ca: noções introdutórias. In: Luiz Carlos dos Santos [website], 2017. Disponível em: https://www.lcsantos.pro.br/wp- content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf. Acesso em: 24 jul. 2024. SPIEGEL, M. R. Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. Trad. Pedro Cosentino. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. STEVENSON, W. J. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra, 1981. r = 5.184−25,5.28 √(5.208,25−(25,5)2)⋅(5.178,68−(28)2) r = 920−714 √(1041,25−650,25)⋅(893,4−784) r = 206 √(391)⋅(109,4) r = 206 206,82 = 0, 9960 https://dirin.s3.amazonaws.com/drive_materias/1666287394.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdf https://www.lcsantos.pro.br/wp-content/uploads/2021/03/171_UNIVERSO_POPULACAO_AMOSTRA.pdfde bens e serviços, faz-se necessário que os indicadores sociais sejam referência de credibilidade. Classi�cação dos indicadores sociais Os indicadores sociais podem ser agrupados em um sistema com classi�cações temáticas como: aspectos demográ�cos, educação, saúde, mercado de trabalho, qualidade de vida, habitação, infraestrutura urbana, segurança, justiça, condições de renda, pobreza, relação com o meio ambiente, entre outros. De acordo com Jannuzzi (2006), os indicadores sociais podem ser classi�cados como: Indicadores objetivos/quantitativos: ocorrências concretas ou entes empíricos da realidade social, construídos a partir de políticas públicas disponíveis. Exemplos: percentual de domicílios com acesso a rede de água; taxa de desemprego; taxa de evasão escolar; entre outros. Indicadores subjetivos/qualitativos: medidas construídas a partir da avaliação dos indivíduos ou especialistas com relação a diferentes aspectos da realidade levantados em pesquisas de opinião pública ou grupos de discussão. Exemplos: índice de con�ança na instituição e notas avaliativas sobre o desempenho dos governantes. Indicadores descritivos: descrevem características e aspectos da realidade empírica, e não são fortemente dotados de signi�cados valorativos. Exemplos: taxa de natalidade infantil ou taxa de evasão escolar. Indicadores normativos: re�etem explicitamente juízos de valor ou critérios normativos com respeito à dimensão social estudada. Exemplo: indicador social de pobreza. Indicadores simples: são construídos a partir de uma estatística social especí�ca, referida a uma dimensão social elegida. Exemplo: indicadores sociais da saúde. Indicadores compostos: são elaborados mediante a aglutinação de dois ou mais indicadores simples, referidos a uma mesma ou a diferentes dimensões da realidade social. Exemplo: Índice de Desenvolvimento Humano — IDH, de�nido como um índice social, construído a partir da combinação de indicadores mais simples, para integrá-los a um conjunto de indicadores compostos. Diante desse contexto, a partir dos principais sistemas de indicadores, é possível identi�car a atual demanda e fazer uma projeção futura das necessidades de políticas públicas sociais de médio e longo prazos, bem como a necessidade de medidas de ações que requerem políticas preventivas e de controle. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Siga em Frente... Estatística e os indicadores sociais Quando se está em processo de construção do diagnóstico social da realidade investigada, os indicadores sociais possibilitam elencar as prioridades e considerar a tomada de decisões, levando em conta quais políticas públicas sociais podem auxiliar as reais necessidades. Para Jannuzzi (2017), os indicadores sociais permitem a operacionalização de um conceito abstrato ou de uma demanda de interesse programático, construídos a partir das referências de dados estatísticos extraídos de fontes primárias, ou seja, relatórios sociais, pesquisas de campo; assim como dados de fontes secundárias, como Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística — IBGE, Datasus, Ministérios e Secretarias, organizações governamentais e não governamentais, setores administrativos, instituições de ensino e pesquisa, entre outros. A partir de estatísticas sociais levantadas em censos demográ�cos, pesquisas amostrais e dados dispostos em registros administrativos públicos, são construídos os indicadores sociais. Já as estatísticas, os dados censitários e os registros administrativos são considerados matérias-primas para a construção desses indicadores. Hoje, a partir das tecnologias de informações e comunicações TICs, muitos dados cadastrais antes esquecidos em armários e �chários passam a transitar pela internet, transformando-se em informação estruturada para análise e tomada de decisão. Conforme Januzzi (2018), diversos dados estatísticos antes inacessíveis passam a ser organizados na forma de tabelas, mapas e modelos quantitativos construídos por usuários não especializados. Sendo assim, a partir dos métodos estatísticos, é possível realizar um levantamento de dados e criar os principais sistemas de indicadores, identi�cando a real necessidade a ser pesquisada, com intuito de projetar demandas futuras e políticas públicas sociais, bem como medidas de ações que requerem políticas de controle. Por �m, os pro�ssionais de Serviço Social devem estar preparados e seguros para a utilização de ferramentas e métodos estatísticos, pois tratam-se de recursos que visam contribuir para melhorar suas ações e, consequentemente, para a população a que se destinam essas políticas públicas sociais. Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, considere a citação a seguir: Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS A mensuração da qualidade de vida e do desenvolvimento social, econômico e político vem adquirindo importância, à medida que essas informações se tornam mais acessíveis a governos e população em geral. Diariamente, uma enxurrada de indicadores invade nossa vida. Medir e transformar essas medidas em índices utilizados para revelar e sinalizar diversos aspectos da sociedade passou a integrar inúmeras atividades cotidianas. No entanto, os fenômenos estudados pelas ciências sociais são demasiadamente complexos para serem interpretados e analisados sob uma ótica unidimensional. Para interpretar um fenômeno social, é necessário considerá-lo na sua multiplicidade de aspectos, procurando suas várias dimensões analíticas. (Soligo, 2012, p. 1) Diante disso, o que são indicadores sociais e para que servem? Um indicador social é uma medida, em geral quantitativa, dotada de um signi�cado social, utilizado para quanti�car, substituir ou operacionalizar um conceito social abstrato. É um recurso metodológico que informa algo sobre um aspecto da realidade social; um instrumento programático operacional para planejamento, execução, monitoramento e avaliação de políticas públicas (Jannuzzi, 2012). Ele serve para: Avaliar a evolução da sociedade e a qualidade de vida. Orientar políticas públicas e estratégias governamentais. De�nir, implementar e gerenciar políticas, programas e projetos públicos e empresariais em sintonia com as necessidades. Monitorar processos de trabalho para garantir e�ciência, e�cácia e efetividade às realizações. Aumentar a conscientização pública e quali�car o controle social. Saiba mais Para saber mais sobre indicadores sociais, leia o artigo Indicadores: conceito e complexidade do mensurar em estudos de fenômenos sociais, de Valdecir Soligo. Referências GIROTO, A. P. et al. Indicadores sociais: um imperativo no cotidiano dos assistentes sociais atuantes no processo de gestão. ETIC: Encontro de Iniciação Cientí�ca, v. 3, n. 3, 2007. JANNUZZI, P. de M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve re�exão sobre a experiência do passado para considerar no presente. Revista Brasileira de http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S0103-68312012000200002&script=sci_abstract&tlng=en http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S0103-68312012000200002&script=sci_abstract&tlng=en Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Estudos de População, v. 35, p. e0055, 2018. JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil. 3. ed. Campinas: Alínea, 2006. JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 6. ed. rev. e ampl. Campinas: Alínea, 2017. JANNUZZI, P. de M. Indicadores socioeconômicos na gestão pública. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, p. 01-110, 2012. SOLIGO, V. Indicadores: conceito e complexidade do mensurar em estudos de fenômenos sociais. Est. Aval. Educ, p. 12-25, 2012. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php? pid=S0103-68312012000200002&script=sci_abstract&tlng=en. Acesso em: 23 jul. 2024. Aula 3 Políticas Públicas Políticas públicas Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar osvídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá conhecer conceitos sobre as políticas públicas, desde sua de�nição e seu papel na sociedade. Também serão abordados os processos para sua criação, bem como tipos de políticas públicas, a de�nição de indicadores sociais e suas classi�cações. Além disso, serão apresentadas algumas relações entre as políticas públicas e nosso cotidiano. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S0103-68312012000200002&script=sci_abstract&tlng=en http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S0103-68312012000200002&script=sci_abstract&tlng=en Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você conhecerá alguns conceitos sobre as políticas públicas, desde sua de�nição e seu papel na sociedade. Também serão abordados os processos para sua criação, bem como tipos de políticas públicas. Na fase de formulação das políticas públicas, os assistentes sociais podem contribuir por meio de estudos, pesquisas e análises que embasam a tomada de decisões. Sendo assim, para melhor compreender o assunto, suponha que você seja um assistente social e precisa apresentar uma proposta de política pública para solução da pobreza numa determinada região. Antes de colocar no papel a ideia para essa política pública, você deve pesquisar e apresentar as fases para construção de uma política pública. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! De�nição de políticas públicas Quando nos referimos à de�nição de políticas públicas, existem diversos autores que abordam o assunto. De acordo com Mead (1995), temos que políticas públicas são um campo dentro do estudo da política que tem como objetivo analisar o governo à luz de grandes questões públicas. Já para Lynn (1980), referem-se a um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos especí�cos. O autor aponta que uma política pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que in�uenciam a vida dos cidadãos. De forma mais objetiva podemos considerar que uma política pública é o que o governo escolhe fazer para solução de problemas de uma forma geral. Apesar das abordagens diferentes, as de�nições de políticas públicas assumem uma perspectiva do todo, com foco em indivíduos, instituições, entre outros. Essas políticas têm como função descrever as ações desenvolvidas pelo governo para garantir direitos à população em diversas áreas, como educação, saúde, lazer, entre outros, para promover qualidade de vida e bem-estar à população. Elas re�etem na economia e nas diferentes realidades e, a partir da teoria da política pública, fazem relações entre Estado, política, economia e sociedade. As políticas públicas também são estudadas por diversos pesquisadores das áreas Economia, Ciência Política, Antropologia, Geogra�a, Sociologia, Planejamento, Gestão e Ciências Sociais Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Aplicadas, com intuito de aprofundar na área, contribuindo para avanços teóricos e empíricos. Por �m, podemos concluir que a política pública se refere a um campo do conhecimento que busca colocar em prática ações do governo, visando analisar essa ação e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso, sempre para melhoria de algo ou alguém. Processos de uma política pública A formulação de políticas públicas se consolida a partir das propostas dos governos democráticos em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real, tendo como objetivo olhar para o momento especí�co da materialização ou concretização das políticas. Tais estudos partem da ideia de que as políticas públicas podem ser analisadas como um ciclo, ou seja, como processos, a partir das seguintes fases: agenda, formulação, implementação e avaliação. De acordo com Souza (2003), essas fases se referem a um relevante instrumento analítico para entendermos os processos decisórios que fazem parte das políticas públicas. Para melhor compreender, observe cada fase: Agenda: a primeira fase do processo é considerada o momento de de�nição de temas prioritários a serem tratados pelo Estado. Tais análises buscam compreender como e por que determinados temas se tornam prioritários de atenção governamental ao longo do tempo. Formulação: na segunda fase, como o próprio nome já diz, as políticas serão objeto de formulação, de planejamento, de decisão sobre seus modelos e objetivos. Nessa fase se busca compreender como as políticas públicas foram formuladas, quais atores estavam envolvidos nesse processo, o papel dos acordos, entre outros temas (Souza, 2003). Implementação: a terceira fase é aquela em que os planos formulados se tornarão realidade. Nesse momento a ação de burocratas e dos instrumentos de ação estatal são importantes para sua efetivação. Busca-se comparar o que foi formulado com o executado, bem como o papel dos diferentes agentes existentes nesse processo de transformação das políticas públicas. Avaliação: na quarta e última fase, os resultados das políticas públicas serão medidos para compreender os diferentes instrumentos de avaliação utilizados, os resultados alcançados, identi�cando sua e�ciência, os atores envolvidos na avaliação, mecanismos de feedback, entre outros. Essas fases tornam-se indispensáveis para uma boa consolidação e efetivação das políticas públicas; contudo, deve-se ter um bom planejamento e pessoas que dominam conhecimentos especí�cos para cada realidade. Siga em Frente... Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Tipos de políticas públicas Theodore J. Lowi (1972) traz contribuições para a área, indicando a necessidade de reconhecer o tipo de política pública, como: Regulatória, Distributiva, Redistributiva, Constitutiva. Política Regulatória: trata-se de uma política que atua no estabelecimento de padrões privados e públicos, em que para sua aprovação é necessária uma demonstração de força entre os envolvidos. Estabelecem regras para padrões de comportamento, pois tomam a forma de leis. Um exemplo desse tipo é a regulamentação de serviços de utilidade pública, como energia e telecomunicações. Política Distributiva: concentração de benefícios por algum grupo em detrimento de outros. Trata-se de uma política com di�culdade de identi�car seus custos, pois seus efeitos bené�cos, mesmo sendo destinados a grupos especí�cos, são diluídos na sociedade, o que não gera uma clareza sobre os custos. Sua principal função é distribuir certos serviços, bens ou quantias a apenas uma parcela da população. De acordo com Souza (2006), a política distributiva tem como exemplo o direcionamento de dinheiro público para áreas que sofrem com enchentes; na Educação, seriam as cotas nas universidades. Política Redistributiva: o benefício para uma categoria resulta em custos sobre as outras; sua principal função é redistribuir bens, serviços ou recursos para uma parcela da população, retirando o dinheiro do orçamento de todos. Como exemplo podemos citar, na área da Educação, a política de �nanciamento educacional, em que existe um fundo construído por recursos �nanceiros de todos os municípios e estados, mas que depois é repartido conforme as matrículas e não de acordo com a contribuição de cada um. Políticas Constitutivas: têm o papel de estabelecer regras não somente sobre os poderes, mas também sobre princípios existentes para estabelecimento das demais políticas públicas. São elas que dizem como, por quem e quando as políticas públicas podem ser criadas. Exemplos de políticas constitutivas pode ser a distribuição de responsabilidade entre municípios, estados e Governo Federal, em que, na Educação, cada um se responsabiliza por em segmento de ensino. Sendo assim, a partir das políticas públicas é que se dá forma ao país que queremos, o que, consequentemente,deve ser de domínio das pessoas, assim como na área de atuação de forma direta, a do Serviço Social. Vamos Exercitar? Para melhor compreender o tema estudado, suponha que você seja um assistente social e precisa apresentar uma proposta de política pública para solução da pobreza numa determinada região. Antes de colocar no papel a ideia para essa política pública, você deve pesquisar e apresentar as fases para construção de uma política pública. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para solucionar o problema proposto, precisamos enfatizar que as políticas públicas são uma parte fundamental do funcionamento e desenvolvimento de uma sociedade; são elas que in�uenciam a maneira como os recursos e investimentos são alocados para �ns especí�cos, com foco na melhoria da qualidade de vida da população. Logo, para construção de uma política pública temos quatro fases que nos auxiliam em sua consolidação. A primeira fase do processo, a agenda, é considerada o momento de de�nição de temas prioritários a serem tratados pelo Estado. A segunda fase, formulação, trata-se de um planejamento, de decisão sobre seus modelos e objetivos, de como as políticas públicas são formuladas. Já a implementação, a terceira fase, refere-se aos planos formulados que se tornarão realidade. Por �m, a avaliação, a quarta fase, é aquela em que os resultados das políticas públicas serão medidos, para compreender os diferentes instrumentos de avaliação utilizados. Saiba mais Para saber mais sobre políticas públicas, leia o artigo Estado e políticas (públicas) sociais, de Eloisa de Hö�ing. Referências HILL, M. J.; VARONE, F. The public policy process. 7th ed. London: Routledge, 2016. HÖFLING, E. de. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, v. 21, p. 30-41, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccedes/a/pqNtQNWnT6B98Lgjpc5YsHq/? format=html&lang=pt. Acesso em: 23 jul. 2024. LOWI, T. J. Four system of policy, politics and choice. Public administration review, vol. 32, n. 4, 1972. LYNN, L. E. Designing Public Policy: A Casebook on the Role of Policy Analysis. Santa Monica, Calif.: Goodyear, 1980. MEAD, L. M. Public Policy: Vision, Potential, Limits. Policy Currents, v. 68, n. 3, fev. 1995. SOUZA, C. “Estado do campo” da pesquisa em políticas públicas no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 18, n. 51, 2003. SOUZA, C. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, n. 16, jul./dez. 2006, p. 20-45. https://www.scielo.br/j/ccedes/a/pqNtQNWnT6B98Lgjpc5YsHq/?format=html&lang=pt https://www.scielo.br/j/ccedes/a/pqNtQNWnT6B98Lgjpc5YsHq/?format=html&lang=pt https://www.scielo.br/j/ccedes/a/pqNtQNWnT6B98Lgjpc5YsHq/?format=html&lang=pt Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Aula 4 Políticas Públicas e Indicadores Sociais Políticas públicas e indicadores sociais Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá conhecer algumas abordagens sobre indicadores sociais e suas relações com as políticas públicas. Também será apresentado como os indicadores sociais podem ser ferramentas na gestão social, além de trazê-los como instrumento que possibilita mensurar no processo de monitoramento e avaliação. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você conhecerá algumas abordagens sobre indicadores sociais e suas relações com as políticas públicas. Também será apresentado como os indicadores sociais podem ser ferramentas na gestão social, além de trazê-los como instrumento que possibilita mensurar no processo de monitoramento e avaliação. Para melhor compreender o assunto, leia a citação a seguir: “a transparência nas decisões, na ação política, na negociação, na participação e, também, o maior pro�ssionalismo se apresenta como base de uma ética na prestação dos serviços públicos” (Carvalho, 1999, p. 28). Diante disso, existe relação entre os indicadores sociais, a gestão social e as políticas públicas? Caso exista, como é essa relação? Para responder a essa questão, vamos dar início ao nosso Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Indicadores sociais e políticas públicas Quando nos referimos às políticas sociais, nem sempre é possível mensurar resultados num período curto, o que necessita um trabalho com processo de monitoramento constante, que possibilita efetivação na consolidação dos resultados a longo prazo. De acordo com Jannuzzi (2005), ao escolher os indicadores sociais para formulação e avaliação de políticas públicas, esses devem ser embasados em um conjunto de propriedades da aplicação, o que auxiliará na escolha adequada dos indicadores. A disponibilidade de indicadores sociais na utilização de análise da realidade social baseada na experiência, formulação de políticas e monitoramento das condições de vida da população está pautada nas características das estatísticas públicas existentes. Muitas vezes, cabe ao assistente social um olhar atento ao seu cotidiano pro�ssional, o que necessita estar quali�cado diante das demandas da sociedade, com uma prática interventiva. Para tal, existe uma necessidade do conhecimento de áreas a�ns do saber, obtido no processo de construção de sua formação acadêmica. Os indicadores sociais, organizados a partir de pesquisas estatísticas, servem para avaliar diferentes aspectos da realidade social, seja de um país, região ou até mesmo uma comunidade, o que possibilita a identi�cação das necessidades e carências da população, bem como avaliar a efetividade de políticas públicas e programas sociais. Para Jannuzzi (2005), tais indicadores podem ser utilizados por diversas pessoas, como pesquisadores, organizações não-governamentais, gestores públicos, empresas, entre outros, para tomada de decisões, monitoramento do progresso das metas estabelecidas e identi�cação de áreas que necessitam de mais auxílio. Quando se analisam os indicadores sociais, de forma correta e de acordo com a necessidade da sociedade, é possível identi�car suas reais carências e avaliar o impacto de políticas públicas e programas sociais implementados em diferentes regiões do país. Podemos citar, como exemplo, a taxa de mortalidade infantil, um indicador fundamental para avaliar a efetividade das políticas públicas na área da saúde. Portanto, o levantamento dos dados, bem como os indicadores sociais, é relevante para toda a sociedade, pois oferece um conjunto de dados sobre a realidade social, o que permite a Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS avaliação das condições de vida da população em diferentes aspectos, além de contribuir para efetivação e monitoramento das políticas públicas. Indicadores sociais como ferramenta na gestão social Quando abordamos os indicadores sociais, é possível observar que esses têm ocupado espaço na gestão social, tanto em atividades ligadas aos administradores públicos, como no ciclo de formação e avaliação como subsídios no processo de construção de políticas públicas sociais. De acordo com Giroto (2007), a gestão social deve fazer uso dos indicadores sociais, pois esses possibilitam informações concretas e válidas para análise e representação da realidade investigada. Como o indicador social tem importante função exploratória na análise de situações do dia a dia da sociedade, na de�nição de metas e no direcionamento das ações, a partir do uso contínuo e de forma adequada, os indicadores podem oferecer informações concretas para o conhecimento da realidade, orientando as ações e dando sustentação ao processo de gestão. Para Giroto (2007), os indicadores sociais têm como objetivo subsidiar o diagnóstico social de uma dada realidade, mostrandoquais as necessidades de políticas públicas sociais que respondem às demandas levantadas. Nesse sentido, é papel do gestor de�nir programas, projetos e metas direcionadas com ações contínuas. A gestão social tem como objetivo assegurar por meio das políticas e programas públicos o acesso efetivo aos bens, serviços e riqueza societária, para todos os cidadãos. Carvalho (1999) aponta que, por esse motivo, a gestão social precisa ser estratégica e, consequentemente, repensar formas de organização social, rede�nir a relação entre o político, o econômico e o social. Sendo assim, cabe ao gestor social incentivar ações coletivas com a criação e efetivação de direitos das pessoas, além de encarar e resolver problemas cotidianos na prática da administração pública. Por �m, a gestão, que exerce o ato de gerir ou gerenciar, deve ter o compromisso de administrar com responsabilidade e comprometimento os resultados e impactos de determinada política pública, o que muitas vezes pode ser feito por meio de indicadores sociais. Siga em Frente... Indicadores sociais como instrumento que possibilita mensurar no processo de monitoramento e avaliação Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Quando nos referimos à gestão social dentre as administrações públicas, podemos destacar o processo de monitoramento e avaliação, bem como ser o pro�ssional habilitado a realizar um diagnóstico social. De acordo com Jannuzzi (2006), podemos fazer uso de indicadores sociais para diagnóstico da realidade social empírica, formulação de políticas, monitoramento das condições de vida da população, análise da mudança social, entre outros, e isso está diretamente ligado às características das estatísticas públicas existentes. Se re�etirmos sobre todas essas questões é possível observar que todos devem passar pelo processo de avaliação, ou seja, devemos estar em constante processo mental de avaliação. Deve-se avaliar comportamentos, conduta, posicionamentos políticos, mercado, contexto familiar, processo educacional, e outros, o que atribui um valor, uma medida de aprovação ou desaprovação. Com intuito de direcionar esse procedimento e acompanhar as políticas públicas sociais, bem como seus programas e projetos, precisamos compreender a e�ciência, e�cácia, efetividade e impactos (Arretche, 2009, p. 32). A e�ciência está relacionada aos esforços empregados no processo de implantação, o que deve incluir a utilização de recursos destinados, tais como �nanceiros, materiais humanos, entre outros. A e�cácia deve ser desenvolvida quando há a necessidade de clareza quanto aos objetivos diante da proposta inicial, bem como dos resultados alcançados explícitos de dado programa. A efetividade refere-se ao exame da relação entre a implementação de um determinado programa e seus impactos e/ou resultados, isto é, seu sucesso ou fracasso em termos de uma efetiva mudança nas condições sociais prévias. Os impactos são quais resultados efetivos atingiram o público-alvo destinado ao programa proposto e implantado, e relacionando às mudanças em outras áreas não diretamente trabalhadas pelo programa. Além disso, para a boa atuação do assistente social, deve-se compreender o monitoramento e a avaliação, o que se faz necessário no processo dos indicadores sociais. O monitoramento requer um processo contínuo de acompanhamento e observação das políticas públicas sociais, como dos programas, projetos e operacionalização do trabalho do assistente social. Esse recurso propicia o registro contínuo dos resultados, possibilitando compará-los com os objetivos inicialmente propostos de cada política e/ou programas especí�cos. Já a avaliação, a partir de um monitoramento bem elaborado e registrado, tem o papel de analisar criticamente o andamento do processo das políticas, dos programas e projetos sociais Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS diante de seus objetivos. A avaliação e monitoramento devem ser elaborados com plano ou projeto, constituindo-se em um processo contínuo, cabendo aos pro�ssionais terem claros os objetivos que buscam alcançar, para uma efetivação no processo de construção e avaliação ao �nal de cada etapa. Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, leia a citação a seguir: “a transparência nas decisões, na ação política, na negociação, na participação e, também, o maior pro�ssionalismo se apresenta como base de uma ética na prestação dos serviços públicos” (Carvalho, 1999, p. 28). Diante disso, existe relação entre os indicadores sociais, a gestão social e as políticas públicas? Caso exista, como é essa relação? Primeiramente, para que possamos responder à questão, precisamos retomar que os indicadores sociais servem para avaliar diferentes aspectos da realidade social, seja de um país, região ou até mesmo uma comunidade. Eles possibilitam a identi�cação das necessidades e carências da população, bem como avaliam a efetividade de políticas públicas e programas sociais. Sendo assim, existe sim uma relação entre os indicadores e as políticas públicas, pois eles são indispensáveis em todas as fases do processo de formulação e implementação dessas políticas. Cada fase do processo de formulação e implementação de políticas sociais requer o emprego de indicadores especí�cos. Como o indicador social tem importante função exploratória na análise de situações do dia a dia da sociedade, na de�nição de metas e no direcionamento das ações, a partir do uso contínuo e de forma adequada, os indicadores podem oferecer informações concretas para o conhecimento da realidade, orientando as ações e dando sustentação ao processo de gestão. Saiba mais Para saber mais sobre indicadores sociais e políticas públicas leia o artigo Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações, de Paulo de Martino Jannuzzi. Referências CARVALHO, M. do C. Gestão Social: alguns apontamentos para o debate. In: RACCHELIS, E. de M. R. et al. Gestão social: uma questão em debate. EDUC — Instituto d Estudos Especiais da PEC-SO, p.19-29. São Paulo. Cortez, 1999. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-655569 https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-655569 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS GIROTO, A. P. et al. Indicadores sociais: um imperativo no cotidiano dos assistentes sociais atuantes no processo de gestão. ETIC: Encontro de Iniciação Cientí�ca, v. 3, n. 3, 2007. JANNUZZI, P. de M. Indicadores para diagnóstico, monitoramento e avaliação de programas sociais no Brasil. Revista do Serviço Público, Brasília, v. 56, n. 2, p. 137-160, abr./jun. 2005. JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. In: Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 2009. p. 141-141. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-655569. Acesso em: 23 jul. 2024. Aula 5 Encerramento da Unidade Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá fazer uma revisão sobre os principais conceitos vistos na unidade. Vamos de�nir estatística, indicadores sociais e políticas públicas, apresentando suas principais características e as suas respectivas relações para a área do Serviço Social. Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá e não se esqueça de conferir nosso mapa mental no �nal da aula. Ponto de Chegada Olá, estudante! https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-655569 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para desenvolver a competência desta unidade, que é entender o papel da estatística e dos indicadores sociais no serviço social, é importante ressaltar que a estatística é um ramo da Matemática que organiza determinadosdados coletados, com intuito de possibilitar a compreensão de um estudo, apresentando algumas de�nições relacionadas à compilação desses dados, ou seja, os denominados dados estatísticos. A estatística utilizada no serviço social é uma ferramenta associada aos demais instrumentos pertinentes à pro�ssão, possibilitando a análise de várias áreas do conhecimento humano que se visa investigar. A partir dos conhecimentos estatísticos, agrupamentos de dados organizados em sistema, podemos construir os indicadores sociais, ferramentas que podem apontar as desigualdades de cada região num determinado espaço geográ�co, possibilitando mapear as regiões mais ou menos desenvolvidas em diversos aspectos, como: econômico, político, geográ�co, social, entre outros. Os indicadores sociais podem ser classi�cados como: indicadores objetivos/quantitativos, indicadores subjetivos/qualitativos, indicadores descritivos, indicadores normativos, indicadores simples e indicadores compostos. Os conhecimentos estatísticos, assim como os indicadores sociais, podem contribuir para a construção das políticas públicas, o que pode fazer parte da realidade do Serviço Social. Uma política pública refere-se a um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos especí�cos; é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que in�uenciam a vida dos cidadãos. Uma política pública é o que o governo escolhe fazer para solução de problemas de uma forma geral. Apesar das abordagens diferentes, as de�nições de políticas públicas assumem uma perspectiva do todo, com foco em indivíduos, instituições, entre outros. A formulação de políticas públicas se consolida a partir das propostas dos governos democráticos em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real, tendo como proposta olhar para o momento especí�co da materialização ou concretização das políticas, a partir das seguintes fases: agenda, formulação, implementação e avaliação. Existem também alguns tipos de política pública, como: Regulatória, Distributiva, Redistributiva, Constitutiva. Essas políticas dão forma ao país que queremos, o que, consequentemente, deve ser de domínio das pessoas, assim como na área de atuação de forma direta, do Serviço Social. Com relação às políticas públicas, a disponibilidade de indicadores sociais contribui para a análise da realidade social baseada na experiência, formulando essas políticas e monitorando condições de vida da população, o que está pautado nas características das estatísticas públicas existentes. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS É importante ressaltar que, muitas vezes, cabe ao assistente social um olhar atento ao seu cotidiano pro�ssional, o que necessita estar quali�cado diante das demandas da sociedade, com uma prática interventiva em que, a partir do uso contínuo e de forma adequada, os indicadores podem oferecer informações concretas para o conhecimento da realidade, orientando as ações e dando sustentação ao processo de gestão, que tem como um dos objetivos o processo de monitoramento e avaliação, bem como ser o pro�ssional habilitado a realizar um diagnóstico social. Por �m, destacamos a importância dos conhecimentos estatísticos para elaboração dos indicadores sociais, e como esses podem contribuir para a área do Serviço Social, em especí�co na criação e monitoramento das políticas públicas. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. As desigualdades sociais são re�exo da má distribuição de renda do sistema econômico em que vivemos e proporcionam um cenário sombrio em que encontramos uma parcela da população exposta, convivendo com precárias condições de vida no limiar da completa pobreza e miséria. Considerando esse contexto, imagine que você é gestor de uma equipe de assistentes sociais de uma prefeitura e recebeu a tarefa de elaborar uma palestra para os demais funcionários do setor, com intuito de contribuir para a formação continuada deles. Essa palestra deve conter: O papel da estatística para o Serviço Social. Relação entre as políticas públicas, estatística, indicadores e o serviço social. Agora, você deve pesquisar e descrever sobre esses itens para elaboração da palestra. Vamos lá! Você consegue reconhecer o papel da estatística para o Serviço Social? Você consegue compreender a relação entre os indicadores sociais e a estatística? Você consegue identi�car a relação entre as políticas públicas, estatística, indicadores e o Serviço Social? Num primeiro momento precisamos apresentar que a estatística utilizada no Serviço Social é uma ferramenta associada aos demais instrumentos pertinentes à pro�ssão, possibilitando a análise de várias áreas do conhecimento humano que se visa investigar. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS A partir dos conhecimentos estatísticos, agrupamentos de dados organizados em sistema, podemos construir os indicadores sociais, ferramentas que podem apontar as desigualdades de cada região num determinado espaço geográ�co, possibilitando mapear as regiões mais ou menos desenvolvidas em diversos aspectos, como: econômico, político, geográ�co, social, entre outros. Os conhecimentos estatísticos, assim como os indicadores sociais, podem contribuir para a construção das políticas públicas, o que pode fazer parte da realidade do Serviço Social. Uma política pública refere-se a um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos especí�cos e é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que in�uenciam a vida dos cidadãos. Por �m, destacamos a importância dos conhecimentos estatísticos para elaboração dos indicadores sociais, e como esses podem contribuir para a área do Serviço Social, em especí�co na criação e monitoramento das políticas públicas. DIXON, W. J.; MASSEY JUNIOR, F. J. Introduction to statistical analysis. Tokio: McGraw Hill Kogakusha, 1969. 638p. JANNUZZI, P. de M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve re�exão sobre a experiência do passado para considerar no presente. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 35, p. e0055, 2018. JANNUZZI, P. M. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 6. ed. rev. e ampl. Campinas: Alínea, 2017. Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS SOLIGO, V. Indicadores: conceito e complexidade do mensurar em estudos de fenômenos sociais. Est. Aval. Educ, p. 12-25, 2012. SOUZA, C. “Estado do campo” da pesquisa em políticas públicas no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 18, n. 51, 2003. , Unidade 2 Os Indicadores Sociais na Realidade Brasileira Aula 1 Análise Socioeconômica de um Território Análise socioeconômica de um território Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá conhecer os principais indicadores sociais no Brasil e o papel de um espaço territorial. Além disso, também abordaremos como pesquisar e construir um diagnóstico social a partir de dados disponíveis no site do IBGE. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Nesta aula, você conhecerá alguns conceitos sobre os principais indicadores sociais no Brasil, saberá qual a de�nição de território e qual o papel de um espaço territorial. Além disso, também abordaremos como pesquisar e construir um diagnóstico social a partir de dados disponíveis no site do IBGE. Para melhor compreender sobre o assunto, imagineque você acabou de ser contratado como assistente social numa determinada cidade e precisa apresentar um relatório que contenha os indicadores sociais do seu município, como forma de realizar um diagnóstico social real da população. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Principais indicadores sociais no Brasil Os indicadores sociais tornam-se indispensáveis para as mais diversas áreas, pois se apresentam como subsídios para a de�nição de prioridades na agenda da administração pública, incluindo políticas públicas e redistribuição de riquezas, efetivação de acompanhamentos a partir do monitoramento e avaliação de impactos na realização das primazias frente a demandas reais. No Brasil, existem diversos indicadores sociais que podem ser utilizados para avaliação de aspectos do desenvolvimento social. Vejamos alguns deles: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): combina saúde, educação e renda, com intuito de avaliar o bem-estar da população. Taxa de mortalidade infantil: proporção de crianças que morrem com até 1 ano de idade a cada 1000 nascidos vivos, ou seja, retrata as condições de saúde da população e a qualidade dos serviços de saúde. Taxa de alfabetização: proporção de pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever, o que nos auxilia na compreensão do acesso à educação e ao nível de escolaridade da população. Taxa de desemprego: proporção de pessoas que estão sem trabalho em relação à população economicamente ativa, auxiliando na situação econômica do país ou região. Taxa de pobreza: proporção de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza em relação à população total, re�etindo a desigualdade social e econômica. Esses podem ser alguns dos indicadores que possibilitam uma avaliação cuidadosa das ações dos governos. Com referência à administração pública, eles trazem a responsabilidade de planejar ações públicas para gerenciar as principais questões sociais, como saúde, educação, geração de emprego e renda. Determinação de um espaço territorial Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Para construção dos indicadores sociais faz-se necessário determinar um espaço territorial. Um território corresponde a um espaço em que se desenvolvem as ações da população a partir de suas características culturais, geográ�cas, sociais, econômicas e políticas, ante suas particularidades em tempo e espaço especí�co. De acordo com Koga (2003), é no território que a população manifesta relações de poder, auxiliando na construção das políticas públicas. A partir de estudos e diagnósticos do território se revisita a história, o cotidiano, o universo cultural da população que nele vive. Quando realizamos um diagnóstico fazemos a leitura do per�l do território, ou seja, identi�camos quais demandas e investimentos são necessários e as prioridades no investimento em políticas públicas especí�cas. Deve-se iniciar pela leitura da realidade social, a partir dos principais indicadores sociais fornecidos pelos censos demográ�cos, produzidos por entidades como IBGE e demais instituições do município, assim como administrativos, registros de atendimentos sociais, entre outros. Sendo assim, para construção de uma análise que produza resolução diante das demandas de determinado espaço territorial, como estrutura demográ�ca e nível de desenvolvimento socioeconômico, faz se necessário conhecer os principais indicadores que caracterizam determinantes do espaço geográ�co, com destaque para o número total de habitantes, o Produto Interno Bruto (PIB) e o PIB per capita. Siga em Frente... Construção do diagnóstico social O termo diagnóstico vem do grego “diagnostikós”, formado pelo pre�xo dia, “através”, e gnosis, “conhecimento”, ou seja, apto para conhecer. Logo, diagnóstico refere-se a conhecer através de algo ou conhecer por meio de algo. Neste sentido, de acordo com Idáñez (1999), qualquer diagnóstico social é fundamental no processo de intervenção social, pois constitui um dos elementos chave de toda a prática social, na medida em que procura um conhecimento real e concreto de uma situação sobre a qual se vai realizar uma intervenção social, e os diferentes aspectos que é necessário ter em conta para resolver a situação-problema diagnosticada. Uma das formas para realizar um diagnóstico da problemática social/regional e seus respectivos indicadores sociais, e como aplicá-lo nas políticas públicas sociais de atuação do serviço social, pode ser a seguinte: 1º passo: faça a sua pesquisa utilizando o site do IBGE. 2º passo: digite sua cidade ou estado e clique em “pesquisar”. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados.html?view=municipio Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Assim, você tem uma variabilidade de indicadores sociais do seu município e/ou estado, como: área territorial, população residente, densidade demográ�ca (hab/km²), escolarização, IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, entre outros. Neste site, você vai encontrar links em que poderá pesquisar outros indicadores socioeconômicos e demográ�cos para construção da análise de sua realidade local. Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, imagine que você acabou de ser contratado como assistente social numa determinada cidade e precisa apresentar um relatório que contenha os indicadores sociais do seu município, como forma de realizar um diagnóstico social real da população. Uma das formas para realizar esse diagnóstico e seus respectivos indicadores sociais pode ser a seguinte: 1º passo: faça a sua pesquisa utilizando o site do IBGE. Figura 1 | Site de busca do IBGE. Fonte: IBGE (2024). 2º passo: digite sua cidade ou estado e clique em “pesquisar”. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados.html?view=municipio Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Figura 2 | Site de busca do IBGE. Fonte: IBGE (2024). Assim, você tem uma variabilidade de indicadores sociais do seu município: Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Figura 3 | Site de busca do IBGE. Fonte: IBGE (2024). Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Neste site, você vai encontrar indicadores socioeconômicos e demográ�cos para construção do relatório com análise de sua realidade local. Saiba mais Para saber mais sobre diagnóstico para indicadores leia o artigo Indicadores para diagnóstico, monitoramento e avaliação de programas sociais no Brasil, de Paulo de Martino Jannuzzi. Referências IBGE - Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística. Cidades e estados. Portal Gov.br, 2024. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados.html?view=municipio. Acesso em: 24 jul. 2024. IDÁÑEZ, M. J. A.; ANDER-EGG, E. Diagnóstico social: conceptos y metodologia. Buenos Aires: Lumen, 1999. JANNUZZI, P. de M. A importância da informação estatística para as políticas sociais no Brasil: breve re�exão sobre a experiência do passado para considerar no presente. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 35, p. e0055, 2018. JANNUZZI, P. de M. Indicadores para diagnóstico, monitoramento e avaliação de programas sociais no Brasil. Revista do Serviço Público Brasília, v. 56, n. 2, p. 137-160, abr./jun. 2005. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1489. Acesso em: 24 jul. 2024. JANNUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 6. ed. rev. e ampl. Campinas: Alínea, 2017. KOGA, D. Medidas de cidades: entre territórios de vida e territórios vividos. São Paulo. Editora Cortez, 2003. Aula 2 Indicadores Sociais de Longevidade e da Saúde Indicadores sociais de longevidade e da saúde https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1489 https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1489 https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1489 https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados.html?view=municipio https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1489 Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeosdireto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você irá conhecer a importância dos indicadores sociais de longevidade e resultados relevantes para nosso país, além de entender como os indicadores sociais da área da saúde podem contribuir para diversas análises. Também serão abordados alguns dos principais sistemas e fontes de informação em saúde. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. Vamos lá! Ponto de Partida Caro estudante, seja bem-vindo! Nesta aula, você explorará a relevância dos indicadores sociais relacionados à longevidade e os impactos signi�cativos para o nosso país. Além disso, aprenderá como os indicadores sociais no campo da saúde podem ser úteis para várias análises. Também discutiremos alguns dos principais sistemas e fontes de dados em saúde. Para melhor compreender o assunto, imagine que você acabou de ser contratado como assistente social numa determinada cidade e precisa montar uma apresentação para outros funcionários contendo: O cenário da longevidade do país. Como os indicadores sociais da área da saúde podem contribuir para diversas análises. Exemplos de pelo menos dois sistemas e fontes de informação em saúde. Para isso, vamos dar início ao nosso estudo. Vamos lá! Vamos Começar! Indicadores sociais de longevidade Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Um dos indicadores sociais que apontam uma boa qualidade de vida da população refere-se à expectativa de vida das pessoas, ou seja, ao número médio de anos que uma população de um determinado local espera viver. A partir da expectativa de vida de uma determinada população, pode-se saber a qualidade de vida das pessoas. Logo, pode-se concluir que uma sociedade com bons rendimentos, acesso ao conhecimento, saneamento básico, saúde de qualidade e habitação tende a ter uma expectativa de vida maior. De acordo com Barreto (2020), o processo de envelhecimento populacional vem sofrendo signi�cativas transformações em escala mundial, com o aumento da expectativa de vida e do per�l demográ�co. Segundo o Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística — IBGE, o censo demográ�co 2022 apresentou que o número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4% na população do país em 12 anos. O total de pessoas dessa faixa etária chegou a cerca de 22,2 milhões (10,9%) em 2022 — o maior número já registrado nos censos demográ�cos —, contra 14 milhões (7,4%) em 2010. Em 1980, a população brasileira com 65 anos ou mais representava apenas 4,0%. Já a proporção de crianças com até 14 anos, que era de 38,2% em 1980, caiu para 19,8% em 2022. Dessa forma, os indicadores sociais relacionados com o per�l demográ�co demonstram o crescente aumento da população idosa, com projeções de crescimento a cada ano. A estrutura etária do país está mudando, sendo que o grupo populacional relacionado à faixa etária acima de 60 (sessenta) anos é o mais crescente. Esse fato, associado à queda dos níveis de fecundidade, redução da taxa de natalidade, aumento da expectativa de vida e do número de idosos, tem contribuído para a inversão dessa pirâmide, havendo um estreitamento na sua base e um alargamento do seu topo. Indicadores sociais da saúde Os indicadores de saúde, se forem gerados de forma regular e manejados em um sistema dinâmico, formam o instrumento principal para a gestão e avaliação da situação de saúde, em todos os níveis — país, estado, região ou município. É muito comum, quando se pretende realizar medições com relação ao setor da saúde, avaliar-se doença ou morte, ou seja, há di�culdades de entendimento da análise de alguns indicadores como natalidade e fecundidade. Entretanto, o correto está em mensurar por meio de indicadores “positivos” de saúde (REDE, 2002). Os indicadores de saúde são avaliações resumidas que informam/re�etem determinadas características do estado de saúde e do desempenho do sistema de saúde. O processo de Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS construção de um indicador para a saúde tem como diretrizes, segundo a REDE (2008): A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco, entre outros). A precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados, entre outros). O grau de excelência de um indicador deve ser de�nido por sua validade (capacidade de medir o que se pretende). A con�abilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares). A validade de um indicador é determinada pelas características de sensibilidade (medir as alterações desse fenômeno). A especi�cidade (medir somente o fenômeno analisado). A mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir). A relevância (responder a prioridades de saúde). O custo-efetividade (os resultados justi�cam o investimento de tempo e recursos). É necessário trabalhar com a de�nição sistemática, um elenco mínimo de indicadores voltados para diferentes �nalidades, como gestão, monitoramento e avaliação para cada um dos níveis do sistema de saúde. Siga em Frente... Principais sistemas e fontes de informação em saúde Os sistemas de informação em saúde são instrumentos padronizados de monitoramento e coleta de dados, que têm como objetivo primordial o fornecimento de informações para análise e melhor compreensão de importantes problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual e federal. Vejamos os principais sistemas: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) foi criado pelo DATASUS para a obtenção regular de dados sobre mortalidade no país. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC): o DATASUS desenvolveu esse sistema visando reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em todo território nacional. Sistema de Informações de Agravos de Noti�cação (SINAM): esse sistema é alimentado, principalmente, pela noti�cação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de noti�cação compulsória, mas é facultado a estados e municípios incluírem outros problemas de saúde importantes em sua região. https://datasus.saude.gov.br/ Disciplina ESTATÍSTICA E INDICADORES SOCIAIS Além desses, também existem outros sistemas como: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS), Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP- malária), Sistemas de Informações para a Gestão do Trabalho em Saúde, Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS) e Sistema de Informações de Bene�ciários (SIB). Vamos Exercitar? Para colocar em prática os conceitos vistos, imagine que você acabou de ser contratado como assistente social numa determinada cidade e precisa montar uma apresentação para outros funcionários contendo: O cenário da longevidade do país. Como os indicadores sociais da área da saúde podem contribuir para diversas análises. Exemplos de pelo menos dois sistemas e fontes de informação em saúde. Primeiramente, pode-se apresentar que o censo demográ�co 2022 revelou que o número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4% na população do país em 12 anos. O total de pessoas dessa faixa etária chegou a cerca de 22,2 milhões de pessoas (10,9%) em 2022 contra 14 milhões (7,4%) em 2010. É interessante comentar que, em 1980, a população brasileira contava com 4,0% de indivíduos com 65 anos ou mais. Já a proporção de crianças com até 14 anos, que era de 38,2% em 1980, caiu para 19,8% em 2022. Outro ponto importante para se discutir é que, a partir da expectativa de vida de uma determinada população, pode-se saber