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TÍTULOS DE CRÉDITO_Parte 6

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CHEQUE – Lei 7.357/85
1. ESPÉCIE DE TÍTULO
- É ORDEM DE PAGAMENTO À VISTA , emitida contra um banco , em razão de provisão que o emitente possui junto ao sacado, proveniente essa de Contrato de depósito bancário ou de abertura de crédito. Ver arts. 3º e 4º da L.C.
- Figuras jurídicas:
1) Sacador (emitente); emite a ordem para o Banco
2) Sacado: necessariamente é o Banco
3) Tomador
2. NATUREZA (art. 32 e § único)
- Ordem de pagamento À VISTA (é o que diz a lei) Apesar disso, o costume desnaturou a natureza do cheque, consolidando o cheque a prazo e a jurisprudência aceitou-o, já que o costume é fonte do Direito
- CIRCULAÇÃO LIVRE (não tem restrições, como a duplicata, que só pode ser emitida na CV mercantil)
- MODELO VINCULADO, só podendo ser eficazmente emitido no papel fornecido pelo banco sacado (em talão ou avulso).
 O Banco pode recusar a ordem de pagar o cheque, dada pelo sacador?
 Só pode recusar se for caso de uma das alíneas contidas na lista de pendências elaborada pelo Banco Central (cheque sem fundo, conta encerrada, etc). Por mera liberalidade, o sacado não pode recusar a ordem.
3. CIRCULAÇÃO DO CHEQUE
O cheque tem implícita a CLÁUSULA “À ORDEM”, significa dizer que se transmite normalmente mediante endosso. O endossante, é claro, torna-se co-devedor do título e está sujeito à execução, caso o cheque seja devolvido pelo banco sacado por insuficiência de fundos.
O endosso do cheque admite a CLÁUSULA “SEM GARANTIA” pela qual o ENDOSSANTE não assume, em relação ao título, NENHUMA RESPONSABILIDADE CAMBIAL (art. 21 L.C).
Cabe, também, no cheque, o ENDOSSO-MANDATO, em que o endossatário se investe na condição de mandatário do endossante e não se torna o titular do crédito (art. 26 L.C).
Poderá o emitente inserir no cheque a CLÁUSULA “NÃO À ORDEM”, hipótese em que a sua circulação será regida pelo direito civil, mas a sua transmissão e negociação não são vedadas. 
Já o CHEQUE “NÃO TRANSMISSÍVEL”, ostenta cláusula obstativa de qualquer ato de circulação do crédito, definindo-se, no momento do saque, a única pessoa em favor da qual o cheque poderá ser liquidado.
3.1. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DO TC E CIRCULAÇÃO
 Ex: Compra de um móvel a prazo e por encomenda Cheques endossados para 3° e o produto não foi entregue na data aprazada O consumidor pode sustar os cheques?
 Não, tem que pagar tudo pois ele não pode impor uma exceção contra um 3° de boa-fé (se estivesse em conluio com o vendedor, sim). Terá, no entanto, direito de regresso em face do vendedor (isso se for possível localiza-lo).
 Se os cheques estiverem nas mãos do vendedor, caberá o não pagamento e a argüição da exceção do contrato não cumprido.
 O comprador saberá quem está com os seus cheques pois, após sustá-los, certamente, quem tentou sacá-los entrará em contato com ele.
 Precaução do emitente: Escrever “NÃO À ORDEM” no cheque, impossibilitando o seu endosso. Ex: Pague por este cheque a quantia de .... trezentos mil reais ..... a......João da Silva...(não à ordem).
 Portanto, cheque a prazo é possível?
	Jurisprudencialmente, sim. Legalmente, não.	
4. REQUISITOS (art. 1°)
- Art. 1° § único: Mandatário com poderes especiais. Procuração por instrumento público Entrega para o Banco, que vai elaborar um cartão de assinaturas para o mandatário
- Não preenchimento dos campos do cheque (com exceção da assinatura): Súmula 387, STF
5. PRAÇA DO CHEQUE (= município onde está situada a agência) (art. 33)
O cheque deve ser apresentado, pelo credor, ao banco sacado, para liquidação, dentro do prazo assinalado pela lei. Para os “da mesma praça”, o prazo é de 30 dias; para os “de praças diferentes”, 60, sempre a contar do saque.
a) Mesma praça: 30 dias 		PRAZO DE APRESENTAÇÃO para depósito ou 
b) Praças distintas: 60 dias		saque na boca do caixa
- Se o LOCAL DA EMISSÃO DO CHEQUE (= lugar do saque, é aquele em que se encontra o sacador no momento em que preenche o cheque) é diverso do LOCAL DA PRAÇA, isso tem que constar no cheque. Apesar disso, as pessoas têm o hábito de lançar, como local de emissão, o município de suas residências, ainda que estejam em viagem pelo país.
- Os prazos acima referidos determinam o início da contagem do prazo prescricional. 
 Portanto: Fim dos 30 / 60 dias = Termo inicial da prescrição
	|--------------- Banco deve pagar ---------------||-- Se o Banco pagar, ele responde-- 
	30 dias |---------------- 6 meses----------------|	
	60 dias |---------------- 6 meses----------------| 
 Inobservância Acarreta a PERDA DO DIREITO DE EXECUTAR os ENDOSSANTES 
 do prazo de 		 do cheque, e SEUS AVALISTAS, se o título é devolvido por 
 apresentação 	 insuficiência de fundos (art. 47, II, LC). 
							
No entanto, O CREDOR CONSERVA O DIREITO DE EXECUTAR O EMITENTE, E SEUS AVALISTAS, mesmo que não tenha apresentado o cheque no prazo. Trata-se de possibilidade reconhecida pela jurisprudência (Súm. 600, STF: “Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária”).
EXCEÇÃO DO ART. 47, §3º - LC: O tomador (ou endossatário) perderá o DIREITO À EXECUÇÃO CONTRA O EMITENTE numa hipótese particular. Se HAVIA FUNDOS NA CONTA DE DEPÓSITO correspondente, durante o prazo de apresentação, e esses deixaram de existir, por ato não imputável ao emitente, o credor não dispõe mais da execução para receber o valor do título.
Ex1: Emiti cheque para daqui a 1 mês mas o tomador não deposita dentro desse prazo. O STF entende que o cheque pode ser depositado ATÉ O FIM DO PRAZO PRESCRICIONAL (30 dias + 6 meses) mas, passado o prazo de apresentação (30 / 60 dias), o SACADOR NÃO É OBRIGADO A TER FUNDOS. Assim, caberia uma SUSTAÇÃO DE NEGATIVAÇÃO se a reapresentação do cheque for muito rápida (entendimento jurisprudencial) pois não daria tempo hábil para o correntista realizar o depósito na conta. 
 Já no caso de estar dentro do prazo de apresentação não cabe essa sustação de negativação pois é obrigação do correntista ter dinheiro em conta.
Ex2: Um CHEQUE foi emitido por um dos titulares de conta bancária conjunta, e o tomador negligenciou na apresentação tempestiva do CHEQUE ao sacado. Posteriormente , o outro titular da conta retirou todo o dinheiro nela depositado. Nesse caso a inobservância do prazo da lei importa a impossibilidade de executar o Emitente do Cheque .
Contra o AVALISTA DO EMITENTE, a falta de apresentação do título ao sacado no prazo prescrito em lei NÃO gera nenhuma conseqüência.
* Portanto:
APRESENTAÇÃO TARDIA (após 30/60 dias): O banco deve pagar a qualquer tempo, até a prescrição (6 meses do término do prazo de apresentação). 
Caso haja INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS para o pagamento do cheque apresentado fora do prazo, o portador poderá mover ação executiva contra o SACADOR (exceto na hipótese prevista no art. 47 §3°) E SEUS AVALISTAS, mas NÃO PODERÁ ACIONAR OS ENDOSSANTES E SEUS AVALISTAS (Lei do Cheque – Art. 47, II e Súmula nº 600, STF) 
6. ESPÉCIES
a) CRUZADO (art. 44)
- O cruzamento se realiza pela aposição, no anverso do cheque, de dois traços transversais e paralelos (pode ser em qq lugar, mas tem que ser aparente)
- Há duas espécies de cruzamento:
 em branco (ou cruzamento GERAL): não identifica nenhum banco no interior dos 2 traços
 em preto (ou cruzamento ESPECIAL): Aquele que identifica em qual banco deve ser feito o depósito – basta escrever entre as linhas o nome do banco
- O cruzamento se destina a tornar SEGURA a liquidação de cheques ao portador, já que uma vez cruzado o título, sempre seria possível, a partir de consulta aos assentamentos do banco, saber em favor de que pessoa ele foi liquidado É possível rastrear o cheque
							 Dá tempo para sustar 
 O cheque não cruzado ao portador pode ser pago diretamente no caixa da agência sacada, hipótese em que não se poderá conhecer a pessoa que recebeu o correspondente valor.
b) VISADO- É aquele em que o BANCO SACADO, a pedido do emitente ou do portador legítimo, lança e assina, no verso, declaração confirmando a existência de fundos suficientes para a liquidação do título (é como se o banco estivesse avalizando). Ao visar o cheque, o banco sacado deve reservar, da conta de depósito do emitente, numerário bastante para o pagamento do título realizando o lançamento de débito correspondente. O visto do cheque não exonera o emitente, endossantes e demais devedores, e não importa nenhuma obrigação cambial do banco sacado.
c) ADMINISTRATIVO
- É o CHEQUE EMITIDO PELO BANCO SACADO, para liquidação por uma de suas agências (o Banco retira o valor X da c/c do correntista e coloca em sua própria conta). Nele, emitente e sacado são a mesma pessoa, ou seja, a instituição financeira ocupa, simultaneamente, a situação jurídica de quem dá a ordem de pagamento e a de seu destinatário. 
- Essa modalidade de cheque aumenta da segurança no ato recebimento de valores (porque, por ser nominativo, pode ser sustado).
7. CHEQUE PÓS OU PRÉ-DATADO
- A lei diz que o cheque é uma ordem de pagamento À VISTA. Assim, ainda que no cheque conste uma data diversa da atual, se a conta tiver fundos, o cheque será pago.
Art . 32, Lei 7.357/85: O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário. 
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. 
 Diz-se que é errônea a denominação “cheque pré-datado”, pois a data do cheque é de sua emissão, não do pagamento. O cheque é datado para momento futuro, ou seja, para depois da criação, sendo, pois, pós-datado. 
 Por que não se substitui o cheque pré-datado pela nota promissória?
 Porque na NP há a desvantagem para o promitente pagador resgata-lo. Já o cheque, tem a vantagem da compensação nacional.
 Se a loja deposita o cheque pré-datado antes da data aprazada e há fundos, o Banco deve pagar?
 Sim, o Banco DEVE liquidar os cheques se houver, em conta, fundos bastantes ou recursos disponíveis. Se a conta não tiver fundos, o Banco devolve.
* Obs: Duas reapresentações por falta de fundos negativam a conta.
 Há sanção para o lojista que deposita o cheque antes da data acordada?
 Sim. A jurisprudência entende que há um contrato tácito de compra e venda com cláusula explícita de pagamento a prazo, daí ser possível ajuizar uma ação por descumprimento contratual c/c indenização por danos materiais e/ou morais. 
 Cuidados do emitente:
Sempre caracterizar o pagamento a prazo, escrevendo a data acordada no cheque
No verso do cheque, escrever: “Cheque destinado ao pagamento da parcela 2/5 à loja X”. Essa anotação em nada prejudica o portador do cheque.
 Isso é importante pois o Banco sempre filma o cheque (a chamada micro-filmagem, hoje em dia, é digitalizado), possibilitando provar as condições da compra.
 Por que escrever no verso?
Porque às vezes o lojista repassar para um 3° (geralmente, uma factoring), e fica o nome deste no nominativo. Se isso for feito, ficará difícil provar que o cheque foi fruto da transação do consumidor com a loja X.
7.1. DEPÓSITO ANTECIPADO DO CHEQUE PÓS-DATADO	
O consumidor que emite e entrega cheques pós-datados, corre o risco de os ver apresentados ao sacado, antes da data estabelecida de comum acordo com o fornecedor. Não poderá, com efeito, o banco, nessa hipótese, negar-se a liquidar os cheques se houver, em conta, fundos bastantes ou recursos disponíveis. É plenamente lícito ao emitente e ao credor do cheque definirem, de comum acordo, prazo mínimo para a apresentação do título à liquidação.
CHEQUE PÓS-DATADO
* CONTRATO VERBAL
O pagamento com cheque pré normalmente é, do ponto de vista jurídico, um CONTRATO VERBAL, mediante o qual o comprador, adquirindo um produto ou serviço, paga o preço com um ou mais títulos (cheques), sendo certo que o vendedor se compromete a somente resgatar o título (isto é, apresentar o cheque pré no banco) nas datas acertadas entre ele e o comprador. 
Quase tudo verbal, mas rigorosamente legal. As garantias são recíprocas: o consumidor-comprador promete que terá fundos quando do saque; o vendedor promete que só apresentará o cheque na data acertada. 
* A QUEBRA DA PROMESSA
Na verdade, se nessa transação houver alguma quebra, ela será de dois tipos: ou o comprador não terá fundos na data aprazada; ou o vendedor quebrará a promessa e apresentará o cheque antes. Em ambos os casos, A QUEBRA É CONTRATUAL e, desse modo, há de ser interpretada. 
* OBRIGAÇÃO DO FORNECEDOR
Além disso tudo, com a entrada em vigor do CDC, a transação efetuada entre o vendedor e o comprador, firmando a forma de pagamento através do cheque pré-datado, passou a ter regulação expressa em lei, mediante a figura da OFERTA: o comerciante oferece ao consumidor a oportunidade de pagar com cheque pré-datado. Essa oferta, vale dizer, essa forma de pagamento posta à disposição do consumidor, VINCULA O COMERCIANTE e INTEGRA O CONTRATO DE COMPRA E VENDA (seja verbal ou escrito). 
Ora, verbal ou escrito, o contrato foi celebrado e a operação de compra e venda foi efetuada. Como a oferta é parte integrante do contrato por força expressa de lei, e como tanto o preço como a forma de pagamento são partes da oferta do vendedor, eles integram o negócio realizado. 
* DEVER DE APRESENTAR O CHEQUE NA DATA COMBINADA
Daí conclui-se que, se o vendedor oferece ao comprador como forma de pagamento a entrega de cheque que ele (vendedor) só vai levar ao banco em determinado dia futuro, isso é uma verdadeira cláusula contratual, que não pode ser por ele (vendedor) quebrada, sem que seja responsabilizado pelo rompimento. 
Por isso, trato a seguir de um outro aspecto de bastante relevo, que é o da quebra da promessa e dos danos dela provenientes. 
* O QUE ACONTECE SE O VENDEDOR APRESENTA AO BANCO O CHEQUE PRÉ ANTES DA DATA COMBINADA? 
Se o cheque for apresentado pelo vendedor na data combinada e não tiver fundos, ele tem a seu dispor as alternativas legais para tentar receber seu crédito e que são por demais conhecidas, posto que usuais e corriqueiras. 
Contudo, é importante abordar a questão dos danos relativos à quebra da promessa por parte do vendedor ou, em outras palavras, pergunta-se: o que acontece se o vendedor descumpre o pactuado e apresenta o cheque pré antes do dia combinado? Não sofre nenhuma sanção, além do natural repúdio do consumidor? 
Claro que a resposta somente pode ser a da responsabilização do vendedor pelos eventuais danos que sua quebra de promessa venha a acarretar ao consumidor. A responsabilidade do vendedor é evidente. Vejamos. 
* OS FATOS
Na apresentação do cheque pré antes da data aprazada, duas coisas podem acontecer: o cheque ter fundos e ser pago; ou o cheque não ter fundos e ser devolvido pelo banco. Em ambos os casos o consumidor é prejudicado. 
No caso de o cheque ter fundos e ser pago, o consumidor sofre um prejuízo material direto e imediato, pois passa a não dispor do dinheiro que era seu, que lhe pertencia. Simultaneamente, ou logo após, o consumidor pode sofrer uma série de outros danos, tais como não ter mais dinheiro para arcar com outros compromissos, o que lhe pode gerar outros tantos danos diretos. 
Outros cheques de sua emissão podem vir a ser devolvidos por falta de fundos, uma vez que podem estar já em circulação, e o estavam porque o consumidor sabia que tinha suficiente provisão de fundos na sua conta corrente. O consumidor pode, também, sofrer danos materiais e morais como decorrência desses fatos. 
No caso de o cheque não ter fundos, o consumidor sofre imediatamente danos materiais e morais. 
* FORNECEDOR DEVE INDENIZAR O CONSUMIDOR
	Como em qq hipótese de descumprimento de obrigação contratual, o fornecedor que não observa os termos do seu acordo com o consumidor, deve indenizar as perdas provocadas. Trata-se de mera aplicação de princípio mais que assente na teoria da RESPONSABILIDADE CONTRATUAL.
Portanto,se o cheque pós-datado, apresentado ao sacado ANTES da data combinada entre consumidor (emitente) e fornecedor (tomador), for LIQÜIDADO, cabe a INDENIZAÇÃO PELA INADIMPLÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER, contratualmente assumida pelo credor. A indenização corresponderá à perda do consumidor em virtude da antecipação do desembolso, e será medida (1) pelos padrões gerais de remuneração de capital no período, ou (2) pelos juros e encargos derivados da utilização do crédito aberto pelo sacado (isto é, pelo uso do limite do cheque especial) ou, ainda, (3) pela não-remuneração de recursos do correntista alocados em aplicações financeiras (fundos de investimento geridos pelo banco sacado).
Por outro lado, se o cheque pós-datado apresentado em data anterior à combinada RETORNAR ao empresário fornecedor, em razão de INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS, uma vez promovida a sua EXECUÇÃO JUDICIAL, terá o consumidor o direito de, nos embargos, exigir a REDUÇÃO PROPORCIONAL DO VALOR DA COBRANÇA, para compensação dos prejuízos que sofreu, em particular com o pagamento da taxa do serviço de compensação bancária e demais encargos contratuais. Além disso, deve o fornecedor suportar integralmente os ônus da sucumbência, prosseguindo a execução pelo saldo remanescente, se houver. 
Se for o caso, além da responsabilidade pelos danos materiais experimentados pelo consumidor, cabe a condenação do credor do cheque pós-datado de apresentação precipitada, pelos DANOS MORAIS que o emitente sofre na hipótese de devolução por insuficiência de fundos. A comunicação aos bancos de dados mantidos pelo empresariado, para a proteção do crédito (SERASA, Telecheque, etc) ou a inscrição no CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos) envolve, normalmente, o consumidor em situações de extremo constrangimento.
Em suma, quem concorda em documentar o crédito concedido por cheque pós-datado, deve zelar pela estrita observância do acordo oral feito com o emitente, quanto à oportunidade da apresentação à liquidação do título.
8. CONTA CONJUNTA
Há SOLIDARIEDADE PASSIVA DOS CORRENTISTAS em relação ao banco, pois aqui temos uma obrigação conjunta, sujeita ao princípio da divisão, mas sem os efeitos cambiais. A solidariedade decorre do contrato firmado entre os correntistas e o sacado
9. CHEQUE SEM FUNDOS
- Por norma do Banco Central, cada cheque comporta apenas 2 apresentações, mas o credor não se encontra obrigado a realizá-las em nenhum caso. Devolvido o cheque sem fundos, pode o credor promover a cobrança judicial de imediato, sem a seguinte apresentação.
- Diz a lei que o cheque sem fundos DEVE SER PROTESTADO DURANTE O PRAZO DE APRESENTAÇÃO (art. 48). 
 Desse modo, sendo título da mesma praça, o credor deve encaminhá-lo ao cartório de protesto nos 30 dias seguintes ao saque; se de praças diferentes, em 60 .
- Cheque devolvido 2x por insuficiência de fundos A c/c é suspensa até que tudo seja resolvido O carimbo no verso do cheque é a declaração do Banco de que ele não foi pago, por isso, NÃO HÁ NECESSIDADE DE PROTESTAR (art. 47 §1°).
 A inobservância do prazo para o protesto do cheque é, contudo, inócua, já que a lei confere os mesmos efeitos conservativos do direito de cobrança à declaração do sacado ou de Câmara de Compensação, atestando a insuficiência de fundos. Quer dizer, se o cheque é sem fundos, ele foi apresentado à liquidação perante o sacado e por esse devolvido com a respectiva declaração (firmada por ele mesmo, ou por Câmara de Compensação). Caso isso se tenha verificado no prazo de apresentação, a realização ou não do protesto, dentro ou além desse prazo, não terá mais nenhum efeito cambiário, já que está assegurada a execução contra endossantes e seus avalistas (LC, art. 47, II). 
 Se houve devolução com a respectiva declaração firmada por ele mesmo ou por câmara de compensação não será necessário o protesto, e além do mais está assegurada a execução contra endossantes e seus avalistas através da declaração de “sem fundos” pelo banco (art. 47 , II , L.C). 
 O credor não estará impedido de protestar pois terá apenas efeitos extracambiais . Somente para conservação do direito de execução contra co-devedor e respectivos avalistas opera-se a equiparação de efeitos entre os dois atos (declaração de sem fundos e protesto). 
 Para FALÊNCIA, é indispensável o protesto do título não bastando somente a declaração quando se trata de devedor comerciante (protesto especial para fins falimentares).
10. AÇÃO CAMBIAIS
 A partir de que momento já se pode EXECUTAR o emitente?
 A partir da 2ª devolução do cheque (pois aí fica caracterizada a inadimplência).
- As ações cambiais do cheque são duas:
a) AÇÃO DE EXECUÇÃO (art. 47)
- Art. 47, II: “declaração do sacado” = carimbo do Banco
b) AÇÃO DE ENRIQUECIMENTO INDEVIDO (art. 61, LC)
- Prescrita a ação de execução, temos outra espécie de ação cambial para o cheque: ação de enriquecimento indevido ou de locupletamento. O portador do cheque, através do processo de conhecimento pede a condenação judicial de qualquer devedor cambiário no pagamento do título (principal) sob o fundamento de que se operou o enriquecimento indevido .
- Tem natureza cognitiva, rito ordinário
- Pode ser proposta nos 2 anos seguintes à prescrição da ação de execução em face do emitente ou dos outros obrigados (desde que se prove a existência da dívida e o não pagamento). 
- Esta ação perdeu força com a criação da ação monitória
Nas duas operam-se os princípios do direito cambiário, e assim, o demandado não pode argüir na defesa, matéria estranha a sua relação com o demandante, em razão do princípio da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiros de boa-fé.
Na execução o portador pode reclamar do demandado o principal, mais os juros legais, despesas e correção monetária.
Após a prescrição das ações cambiais, será ainda possível ao portador do cheque sem fundos promover a AÇÃO CAUSAL (art. 62, Lei 7.357/85), para fins de discutir as obrigações decorrentes da relação originária.
Ex. Entre C e A não existe nenhuma outra relação, a não ser o próprio cheque; por essa razão, C, depois de prescritas as ações cambiais, não é mais titular de qualquer direito contra o segundo. Poderá apenas intentar algum processo contra B, para discutir a relação jurídica que havia justificado a transferência do título de crédito (mútuo, responsabilidade civil)...
APÓS PRESCRITO O CHEQUE, a jurisprudência tem hodiernamente admitido a utilização da AÇÃO MONITÓRIA (Art. 1102 – A , CPC).
	 * Súmula 299 do STJ diz: " É admissível a ação monitória em cheque prescrito".
11. PRESCRIÇÃO (art. 59)
- O PRAZO PRESCRICIONAL é de 6 meses a contar do término do prazo de apresentação (considera-se o último dia do prazo de apresentação) 
- Para contagem da prescrição do cheque conta-se, a partir da data de emissão:
 Prazo de apresentação (30 / 60 dias) + 6 meses
- Assim, se se tratar de cheque da mesma praça, a ação cambial prescreve em 30 dias mais 6 meses. Tratando-se de cheque de outra praça, o prazo prescricional será de 60 dias mais 6 meses". 
- Art. 64, § único, Lei 7.357/85:
A ação do portador contra o sacador, os endossantes e seus respectivos avalistas prescrevem em 6 meses, contados do término do prazo de apresentação.
A ação de um dos coobrigados (endossantes e seus avalistas) contra os outros também prescreve em 6 meses, contados do dia em que tenha pago o cheque ou do dia em que ele próprio foi acionado.
12. SUSTAÇÃO DE CHEQUE (arts. 35 E 36)
- É um ATO ESCRITO, DIRIGIDO AO BANCO SACADO. 
 O Banco Central autoriza a sustação por telefone, que tem efeito por até 72hs, desde que o correntista compareça, depois, à agência, para formalizar o ato por escrito. Caso o correntista não confirme, o Banco deve efetuar o pagamento.
- Em ambas as espécies de sustação, o objetivo é IMPEDIR A LIQUIDAÇÃO DO CHEQUE, pelo banco sacado. 
- Não cabe ao Banco sacado apreciar as razões do ato (art. 36, §2º) (só acata, não avalia a contra-ordem). Deve apenas adotaros procedimentos administrativos (geralmente, com cobrança de tarifas para operacionalizar o ato) aptos a atender a vontade do correntista (declaração unilateral de vontade). Se a sustação é injusta, isto deve ser decidido pelo juiz, em ação própria – do prejudicado contra o emitente - de indenização;
- A SUSTAÇÃO DE CHEQUE poderá ser realizada em 2 hipóteses:
Revogação ou contra-ordem (art. 35 L.C)
É ato exclusivo do emitente
O ato de revogação somente produz efeitos a partir do término do prazo de apresentação (com esta não ocorrendo)
Produz efeito definitivo
Não se exige a existência de saldo disponível.
b) Oposição (art. 36 L.C.) 
Pode ser efetivada pelo emitente ou pelo portador legitimado. 
Os efeitos da oposição são imediatos. 
A oposição não revoga ou desfaz a ordem (apenas impede o pagamento àquele que não seria seu legítimo beneficiário) 
Há necessidade da existência de saldo
- Conseqüências da sustação: 
Não compensação do cheque. 
Impossibilidade de reapresentação. 
O emitente não é penalizado.
- É + fácil sustar se o cheque é cruzado
- Art. 35: “aviso epistolar” = carta
 Art. 36: “relevante razão de direito”
- A doutrina firmou 3 hipóteses: furto, roubo, extravio (em tese, são hipóteses taxativas)
- Caso o tomador entenda que a sustação foi de má-fé, ele poderá PROTESTAR o título. 
- Se a sustação é, no caso em particular, MEDIDA JUSTA ou ABUSO DE DIREITO, isto não é coisa com que se deva preocupar o banco. A validade ou invalidade da sustação somente pode ser determinada pelo juiz, cabendo ao prejudicado demandar o emitente e provar o abuso no exercício do direito.
- SUSTAÇÃO POR DESACORDO CONTRATUAL: Em tese, esta hipótese não poderia fundar uma sustação, uma vez que o cheque é um TC autônomo.
 No entanto, a jurisprudência tem reconhecido a sustação por descumprimento contratual (além daquelas 3 hipóteses) se ela for dada contra quem não cumpriu sua parte no contrato, com fundamento na EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO. Além de sustar, o emitente lesado poderia mover AÇÃO DE RESCISÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO.
 Contudo, se o cheque estiver nas mãos de TERCEIROS DE BOA-FÉ, não será cabível a sustação (se for caso de conluio, sim). Depois que sustar o cheque, o emitente só saberá que o cheque estava nas mãos de 3° quando esse 3° protestar ou entrar em contato com ele.
13. APRESENTAÇÃO DO CHEQUE PRÉ-DATADO
- O PRAZO DE APRESENTAÇÃO inicia-se da DATA DA EMISSÃO (art. 33) !!!
- A PRESCRIÇÃO inicia-se da data da EXPIRAÇÃO DO PRAZO DE APRESENTAÇÃO (art. 59)
- Se o cheque for pré-datado e o beneficiário apresentou antes da data acordada?
 Ex: Cheque para 30/06/08 Sacador deposita 2x antes do dia 30/06 e o cheque volta nas 2x por insuficiência de fundos
 A PRESCRIÇÃO começará a correr a partir da 1ª APRESENTAÇÃO porque não há como se balizar por outra data (fundamento: art. 32 § único). Portanto, desconsidera-se o prazo de apresentação para os cheques pré-datados, começando a conta logo o prazo prescricional.

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