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AD2 - 1º semestre de 2020 Fundação CECIERJ/ UFF Graduação em Letras Disciplina: Teoria da Literatura II Coordenadora: Profa. Diana Klinger AD2 - 1º semestre de 2020 Nome completo do(a) Aluno(a): Lyvia Christine Wetterling dos Santos Polo: São Francisco de Itabapoana Matrícula: 18213120222 _______________________________________________________________ INSTRUÇÕES: . Escrever na fonte Arial 12 e USAR SOMENTE A COR PRETA, espaçamento simples; . Tomar cuidado com as citações utilizando-as devidamente; . Escrever de forma clara e objetiva sem o “copie e cola” dos textos lidos, nem vídeos. Texto plagiado será advertido com nota zero. . Desenvolver a resposta. Revisar o texto com atenção antes do envio. . Máximo de duas laudas para a resposta, sem contar esta primeira folha que deverá ser a capa da AD2 e estar devidamente preenchida. . Enviar a sua AD2 APENAS em formato Word ou PDF, até as 23h55 do dia 11 de maio, exclusivamente pela plataforma. Não esquecer de identificá-la com nome/sobrenome/polo pelo lado de fora. QUESTÃO ÚNICA: A partir da leitura do artigo sobre Paul Zumthor, elabore um texto próprio mostrando de que maneira o estudo da oralidade e da poesia oral desse autor pode servir para dar aula de literatura e para repensarmos os conceitos contemporâneos de poesia. A partir dos estudos do autor, para elaborarmos uma proposta de aula de literatura diferenciada a fim de tocar profundamente os discentes, é preciso um bom planejamento, a partir de uma boa formação profissional e formação continuada, no mínimo. As aulas precisam ser enriquecidas com textos diversos, músicas, vídeos, declamações, atividades individuais e em grupo, discussões, debates, criações orais e escritas, vislumbrando um trabalho voltado para uma poética oral, consolidando a literatura num trabalho vivo, mais próximo do discente, cheio de significados, prazeroso, tornando-o um leitor mais hábil e tendo presença garantida em seu cotidiano. A criatividade aqui configura como uma via de mão dupla, pois ao mesmo tempo em que o docente deve explorá-la em seus planejamentos, na medida em que o fizer, fará com que esse elemento venha à tona em seus discentes. Seria adequado, o rumo que o professor escolher tomar, colocar os discentes a par, explicando os caminhos que percorrerão, as propostas selecionadas e seu desenvolvimento. Uma estratégia seria uma Oficina literária, objetivando dar voz ao alunado, torná-los protagonistas, estimulando-os a produzir textos. Esse processo, bem desenhado, diga-se de passagem, deverá contar com fases. O gancho disparador tem que estar de acordo com um interesse previamente sondado, para que a classe de forma geral apresente interesse em interagir com a proposta, cabendo ao professor revelar o seu lado pesquisador e observador. Desta forma, a partir da leitura individual e silenciosa de um texto, partiríamos para uma leitura em grupo, onde abriríamos espaço para um momento de compartilhamento das ideias, momento coletivo. Esse momento de partilha pode ser feito de várias formas, e não somente através de relatos orais, mas também escritos, pela arte, pintura, música, charge, por exemplo. A intenção é fornecer subsídios para que o discente a partir daí inicie a sua escrita criativa, pois será o seu momento, exercendo, portanto, um protagonismo genuíno em suas criações literárias, a partir, claro, de um trabalho com a oralidade utilizando instrumentos diversos como músicas, declamações, dramatizações, por exemplo. Mas, há de se compreender, mais uma vez, que esse trabalho docente não poderá ser medíocre, pobre sob pena de desconfigurar o objetivo de lecionar uma literatura com viés contemporâneo. Desta forma, após as produções, chegamos a fase da performance individual ou em grupo do que foi produzido pelos discentes. Nessa fase, o Professor deverá ter sensibilidade para orientá-los e realizar ensaios para a futura apresentação. Nesse sentido, a fase final consiste na apresentação com declamação do canto, se for o caso, da poesia, do poema, da música, ou seja, do que foi escolhido para compartilhar com toda a comunidade escolar e aí vemos, com clareza, o texto deixando de ser uma expressão individual e passando a ter uma expressão coletiva por meio da oralidade. Note nesse processo, a partir do artigo de Paul Zumthor, a importância da oralidade para que o discente viva a poesia, pois esta tem a oralidade em seu cerne, em razão de ter uma sonoridade imbuída em si, dado que mesmo que a leitura seja feita em silêncio, podemos senti-la. Isto posto, trabalhar com literatura em sala requer estimular constantemente uma prática performática dos discentes, trabalhando com a oralidade em suas diversas nuances, como não só textos escritos, mas também música, exploração do corpo e suas variadas sensações e gestos, declamações, recitais, dramatizações, vocalização de poemas, saraus, oficinas literárias, fazendo o discente senti-la, experimentá-la e compreendê-la de forma holística, desenvolvendo seu corpo em sua plenitude, evidenciando que a oralidade engloba a performance. Esse tipo de trabalho performático defendido pelo autor combate a ideia de uma oralidade poética retrógrada, com caráter pejorativo e negativo do folclore na medida em que traz a performance e a oralidade para dentro da sala de aula, dentro de uma escola e as relacionam com toda comunidade escolar, alargando o horizonte cultural dos discentes por proporcionar momentos ímpares de criação, performances diversas privilegiando as vocalizações, ampliando o leque de leituras dos discentes, não apenas das selecionadas nos trabalhos, mas refinando essa capacidade deles fazerem as conexões com outros textos, alimentando o desejo pela busca de outras “letras”, se expandindo e não ficando adstrita apenas à disciplina em questão, mas tendo reflexo em toda vida escolar dos discentes, em todas matérias e por fim, em sua vida de forma geral, uma vez que agrega as suas habilidades leitoras mais profundidade, um senso seletivo e crítico robusto. Um trabalho desenvolvido sob esses aspectos faz com que, sem sombra de dúvidas, o Professor comprometido se sinta valorizado pelo engajamento de seus discentes e não só pelo resultado obtido – um evento em si, mas por todo trajeto de construção percorrido.