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IOCG 1 - Descreva as principais características dos depósitos IOCG. Depósitos IOCG (Óxido de Ferro-Cobre-Ouro) são caracterizados por: ● Mineralogia: São predominantemente compostos por óxidos de ferro (magnetita e hematita), cobre (calcopirita, bornita), e ouro. Outros metais associados podem incluir prata, urânio, elementos terras raras, níquel e cobalto. ● Morfologia: Esses depósitos aparecem em várias formas, incluindo brechas, veios, corpos maciços lenticulares, chaminés e corpos estratiformes. ● Ambiente Tectônico: Comumente associados a ambientes extensionais orogênicos e intracratônicos, como margens continentais com subducção e bacias intracratônicas afetadas por intrusões ígneas. ● Processo de Formação: São formados por fluidos hidrotermais que lixiviam metais das rochas encaixantes e os depositam em zonas de falha ou brechas tectônicas. ● Idade: Variam em idade do Proterozóico ao Fanerozóico, com a maior parte dos depósitos formados em ambientes pós-arco ou rift. 2 - Qual é o papel dos fluidos hidrotermais na formação dos depósitos IOCG? Fluidos hidrotermais são essenciais na formação dos depósitos IOCG. Eles lixiviam metais como cobre e ouro das rochas-fonte e transportam esses metais para zonas de falha ou brechas permeáveis, onde os metais são precipitados. Esses fluidos são geralmente ricos em NaCl, o que facilita a dissolução e transporte dos metais. A mistura de fluidos oxidantes e redutores nas brechas e falhas leva à precipitação de magnetita, hematita e minerais de cobre, formando os depósitos. A fonte dos fluidos pode ser magmática, meteórica ou conata, e esses fluidos interagem com as rochas encaixantes ao longo de sua migração. 3 - Explique a importância dos controles estruturais e litológicos na formação dos depósitos IOCG. Controles estruturais, como falhas e zonas de cisalhamento, são críticos para a formação dos depósitos IOCG, pois facilitam a circulação de fluidos hidrotermais e proporcionam a permeabilidade necessária para a precipitação dos metais. Zonas de falhamento crustal profundo e estruturas secundárias são os principais condutores dos fluidos metalíferos. A litologia encaixante pode influenciar o volume e a permeabilidade das brechas, o que, por sua vez, afeta o tamanho do depósito. No entanto, a composição da rocha hospedeira não é um controle rígido, pois depósitos IOCG podem ocorrer em diferentes tipos de litologias. 4 - Discuta o papel das intrusões graníticas do Tipo I e Tipo A na formação de depósitos IOCG. Granitóides do Tipo I e Tipo A desempenham um papel importante nos depósitos IOCG, especialmente como fonte de calor para a circulação de fluidos hidrotermais. Essas intrusões ígneas, muitas vezes de composição diorítica a granítica, fornecem a energia térmica necessária para ativar e manter o movimento dos fluidos mineralizantes, que lixiviam metais como cobre e ouro das rochas encaixantes. Em alguns casos, as intrusões também podem ser uma fonte direta de metais. Depósitos podem se formar tanto proximal quanto distalmente em relação a essas intrusões. 4 - Quais são os principais métodos geofísicos utilizados na prospecção de depósitos IOCG? Métodos geofísicos são amplamente utilizados na prospecção de depósitos IOCG, destacando-se: ● Anomalias Magnéticas: Devido à presença significativa de magnetita e hematita nos depósitos, são observadas fortes anomalias magnéticas, como as encontradas em Olympic Dam. ● Anomalias Gravimétricas: Os depósitos IOCG também podem gerar anomalias gravimétricas devido à presença de óxidos de ferro e sulfetos de ferro. ● Lineamentos Geofísicos Crustais: A proximidade a grandes estruturas geofísicas, como lineamentos crustais, é outro indicador importante, já que essas estruturas muitas vezes controlam a localização dos fluidos mineralizantes. 5 - Compare os depósitos IOCG com outros tipos de depósitos minerais, como os porfiríticos ou VHMS. ● IOCG: Depósitos de grande tonelagem, com teores de cobre variando de 1% a 2%, e ouro de até 1 g/t. São associados a óxidos de ferro e têm uma mineralogia polimetálica. Exemplo: Olympic Dam (3.8 Gt com 1.6% Cu, 0.5 g/t Au). ● Porfiríticos: Geralmente associados a intrusões ígneas e caracterizados por veios de quartzo com sulfetos disseminados. Tipicamente têm teores de cobre mais baixos, em torno de 0.5% a 1%. ● VHMS: Depósitos de sulfetos maciços vulcanogênicos, geralmente formados em ambientes marinhos profundos. São menores em tonelagem, mas podem ter teores mais altos de cobre, zinco, chumbo e ouro. 6 - Descreva a formação do depósito Olympic Dam e sua importância econômica. Olympic Dam, na Austrália, é um dos maiores depósitos IOCG do mundo, com recursos de cobre, urânio, ouro e prata. A mineralização está hospedada em uma brecha rica em hematita no complexo de brecha do granito Roxby Downs. O depósito é formado por fluidos hidrotermais ricos em NaCl, que precipitam cobre, ouro e urânio. Com 3.8 Gt de minério, Olympic Dam produz cerca de 70% de sua receita com cobre, embora também seja o maior depósito de urânio conhecido. A descoberta foi realizada em 1975 e contribuiu significativamente para a compreensão da gênese de depósitos IOCG. OURO EPITERMAL 7- Descreva as principais características dos depósitos epitermal de ouro. Depósitos epitermal de ouro são formados em profundidades rasas (50 a 1000 metros) e a temperaturas entre 160°C e 270°C. Esses depósitos estão frequentemente associados a atividade vulcânica ou subvulcânica e ocorrem em veios de quartzo, stockworks de quartzo ou brechas hidrotermais. Os ambientes típicos de formação incluem arcos vulcânicos e plutônicos, como aqueles em zonas de subducção. A mineralização epitermal está relacionada a sistemas hidrotermais, e os principais controles da mineralização são os corpos magmáticos félsicos ou intermediários em profundidades rasas . 8 - Qual é o papel dos fluidos hidrotermais na formação dos depósitos epitermal de ouro? Os fluidos hidrotermais são responsáveis por transportar e precipitar o ouro nos depósitos epitermal. Eles podem ser de origem magmática ou meteórica e variam de pH ácido a neutro, dependendo do tipo de mineralização (alta ou baixa sulfetação). Durante o processo de ebulição dos fluidos, os metais são liberados e precipitam em veios de quartzo ou brechas. A precipitação do ouro em sistemas de baixa sulfetação, por exemplo, está associada à perda de voláteis, como CO₂ e SO₂, que causa a saturação do ouro nos fluidos e sua subsequente deposição . 9 - Explique a diferença entre os sistemas de alta sulfetação e baixa sulfetação em depósitos epitermal. ● Alta Sulfetação: Os fluidos são magmáticos e oxidantes, com pH ácido (1 a 3). O enxofre está presente nas formas SO₂, SO₄²⁻, e HSO₄⁻. Esses fluidos lixiviam metais como ouro e cobre das rochas vulcânicas, resultando em alteração argílica avançada (pirofilita, dickita) com mineralização aurífera e cuprífera. ● Baixa Sulfetação: Os fluidos têm pH neutro ou levemente alcalino e baixa salinidade. A água meteórica é a principal fonte do fluido. A mineralização típica é de ouro e prata, em veios de quartzo com bandamento característico. A precipitação do ouro ocorre principalmente devido à ebulição dos fluidos durante sua ascensão . 10 - Como a ebulição dos fluidos influencia a precipitação do ouro nos sistemas epitermal? A ebulição é um fator chave na precipitação de ouro em sistemas epitermal. Durante a ascensão dos fluidos hidrotermais, a pressão litostática diminui, causando a ebulição dos fluidos. Este processo reduz a capacidade dos fluidos de manter metais em solução, levando à precipitação de ouro e outros metais. Em sistemas de baixa sulfetação, por exemplo, a ebulição do fluido resulta na formação de veios de quartzo-adulária, onde o ouro é precipitado junto com sílica e carbonatos . 11 - Quais são os principais tipos de alteração hidrotermal associados aos depósitos epitermal de alta e baixa sulfetação? ● Alta Sulfetação: A alteração mais comum é a argílica avançada, que inclui minerais como pirofilita, dickita e caulinita.A alteração é intensa, resultando em rochas lixiviadas e altamente alteradas por fluidos ácidos. ● Baixa Sulfetação: A alteração típica é a sericita-adulária, associada a fluidos de pH neutro. Os veios de quartzo-adulária são comuns, e a mineralização inclui ouro e prata associados com feldspato potássico (adulária) e calcita . 12 - Descreva exemplos de depósitos epitermal de alta sulfetação. Exemplos de depósitos epitermal de alta sulfetação incluem o projeto Pascua-Lama, na fronteira entre Chile e Argentina. Esse depósito é caracterizado por intensa alteração hidrotermal de alta sulfetação com mineralização de quartzo, alunita, pirita, e enargita. As reservas totais somam 385 Mt com 1.4 g/t de ouro, 54 g/t de prata, e 0.08% de cobre. 13 - Descreva exemplos de depósitos epitermal de baixa sulfetação. Um exemplo notável de depósito epitermal de baixa sulfetação é o de Hishikari, no Japão, onde a mineralização ocorre em 125 veios com largura de 1 a 3 metros, em um corredor de alteração de 500 a 1000 metros de largura. A mineralização é composta por veios bandados de quartzo-adulária, com altos teores de ouro (cerca de 70 g/t Au)). ESCARNITOS 14 - Descreva o processo de formação dos depósitos de escarnito (skarn). Depósitos de escarnito (skarn) são formados a partir do metassomatismo de contato entre rochas ígneas intrusivas e rochas carbonáticas (como calcário ou dolomito). Durante o processo, fluidos hidrotermais magmáticos altamente salinos interagem com as rochas carbonáticas, substituindo sua composição mineralógica original por uma paragênese de minerais calcissilicáticos, como granadas e piroxênios. Esse processo pode ocorrer em profundidades crustais variadas, desde níveis rasos até mais profundos, e é caracterizado pela troca de elementos químicos entre o magma e a rocha encaixante, formando halos metassomáticos ricos em minerais como diopsídio, grossulária, wollastonita, e outros (T13_Metassomatismo_de_C…). 15 - Quais são os principais minerais formados nos depósitos de escarnito e suas respectivas composições químicas? Os principais minerais formados nos escarnitos incluem: ● Granadas: Grossulária (Ca₃Al₂(SiO₄)₃), Andradita (Ca₃Fe₂(SiO₄)₃), Espessartita (Mn₃Al₂(SiO₄)₃). ● Piroxênios: Diopsídio (CaMgSi₂O₆), Hedenbergita (CaFeSi₂O₆). ● Olivinas: Forsterita (Mg₂SiO₄), Fayalita (Fe₂SiO₄). Outros minerais importantes incluem piroxenóides como wollastonita (CaSiO₃), anfibólios como tremolita e actinolita, além de epidoto e escapolita (T13_Metassomatismo_de_C…). 16 - Quais são as fases de formação dos depósitos de escarnito? Os depósitos de escarnito passam por três fases principais: ● Fase de Metamorfismo Isoquímico: Recristalização da rocha encaixante pelo calor da intrusão ígnea, sem grandes mudanças na química do sistema. O processo é isoquímico e ocorre no estágio inicial do contato. ● Fase de Metassomatismo e Substituição: Introdução de fluidos hidrotermais magmáticos que causam a substituição da rocha encaixante, resultando na formação de escarnitos. A mineralização de minerais metálicos como magnetita e sulfetos ocorre nessa fase. ● Fase de Alteração Retrógrada: O resfriamento do sistema permite a infiltração de águas meteóricas, causando a hidratação dos minerais formados previamente. É nessa fase que ocorre a precipitação dos sulfetos, como os de cobre, ferro e outros metais (T13_Metassomatismo_de_C…). 17 - Como os fluidos hidrotermais atuam na formação dos depósitos de escarnito? Os fluidos hidrotermais são essenciais na formação dos escarnitos, pois carregam grandes quantidades de solutos metálicos dissolvidos (geralmente na forma de cloretos) a partir da intrusão ígnea. Esses fluidos, de alta salinidade e temperatura (250 ºC a 700 ºC), interagem com as rochas carbonáticas, resultando em substituição metassomática e formação de minerais calcissilicáticos. A composição dos fluidos varia ao longo do processo, com mudanças na temperatura e na interação com as rochas encaixantes, levando à formação de zonas mineralógicas distintas no escarnito (T13_Metassomatismo_de_C…). 18 - Quais são as diferenças entre os escarnitos cálcicos e magnesianos? ● Escarnitos Cálcicos: Formam-se a partir da interação de intrusões ígneas com rochas carbonáticas ricas em cálcio, como calcário. Os principais minerais são diopsídio e andradita, silicatos de cálcio. ● Escarnitos Magnesianos: São gerados a partir de rochas dolomíticas (ricas em magnésio), formando minerais como forsterita (Mg₂SiO₄) e diopsídio (CaMgSi₂O₆). Esses escarnitos são menos comuns que os cálcicos (T13_Metassomatismo_de_C…). 19 - Diferencie os escarnitos endoescarnitos dos exoescarnitos. ● Endoescarnitos: Formam-se pela substituição metassomática da própria rocha intrusiva (protólito ígneo), isto é, dentro da intrusão ígnea. ● Exoescarnitos: Desenvolvem-se pela substituição de rochas encaixantes carbonáticas (protólito sedimentar ou metamórfico), fora da intrusão. Os exoescarnitos cálcicos são os mais comuns e economicamente significativos, frequentemente contendo depósitos de metais valiosos (T13_Metassomatismo_de_C…). 20 - Quais são os metais mais comuns associados aos depósitos de escarnito e sua importância econômica? Depósitos de escarnito são fontes significativas de vários metais, incluindo: ● Ferro (Fe): Usado na indústria siderúrgica. ● Cobre (Cu) e Ouro (Au): Importantes para a indústria de metais preciosos e eletrônicos. ● Tungstênio (W), Molibdênio (Mo), Chumbo (Pb), Zinco (Zn): Utilizados em diversas aplicações industriais. Além disso, esses depósitos podem conter minerais industriais, como wollastonita e talco, que são amplamente usados em indústrias químicas e de construção (T13_Metassomatismo_de_C…). COBRE PORFIRÍTICO 21 - Descreva as principais características dos depósitos de cobre porfirítico. Depósitos de cobre porfirítico são uma das principais fontes de cobre, molibdênio e ouro no mundo. Eles são formados em profundidades relativamente rasas (de 1 a 4 km) em complexos de intrusões ígneas félsicas ou intermediárias. Essas intrusões, localizadas em arcos magmáticos acima de zonas de subducção, liberam fluidos hidrotermais ricos em metais, que ascendem e formam mineralizações ao redor de stocks cilíndricos ou diques subvulcânicos. Esses depósitos são importantes economicamente, contendo até 75% do cobre conhecido e contribuindo para 60% da produção mundial (T12_Cobre_Porfirtico). 22 - Como ocorre a formação dos depósitos de cobre porfirítico? A formação desses depósitos está relacionada à cristalização de magmas intrusivos que liberam fluidos ricos em metais. Esses fluidos, geralmente de alta salinidade e temperatura, se segregam dos corpos magmáticos e migram para zonas de falha ou fraturas, onde interagem com as rochas encaixantes. À medida que o fluido se resfria, ocorrem precipitações minerais que formam as zonas de mineralização, muitas vezes em estruturas stockwork. A mineralização é controlada por intrusões, estruturas geológicas e alterações hidrotermais (T12_Cobre_Porfirtico). 23 - Quais são as zonas de alteração hidrotermal associadas aos depósitos de cobre porfirítico? Os depósitos de cobre porfirítico apresentam um zoneamento característico de alteração hidrotermal: ● Alteração potássica: A zona mais interna, próxima à intrusão, contém K-feldspato, biotita e sericita. ● Alteração propilítica: Em áreas mais externas, ocorre a alteração propilítica, com minerais como clorita, epidoto e pirita. ● Alteração fílica: Associada à presença de quartzo, sericita e pirita, ocorre em áreas sobrepostas à alteração potássica. ● Alteração argílica e argílica avançada: Presentes nas partes superiores, com minerais como caulinita, alunita e pirofilita (T12_Cobre_Porfirtico). 24 - Qual é a importância do controle estrutural na localização dos depósitos de cobre porfirítico? O controle estrutural é crucial na formação e localização dos depósitos de cobre porfirítico. Esses depósitos estão frequentemente associados a falhas regionais e locais, que servem como canais para a ascensãodos fluidos magmáticos. As estruturas geológicas também influenciam a geometria dos corpos mineralizados, que tendem a se alinhar em "trends" específicos ao longo de zonas de subducção, como observado em várias seções dos Andes (T12_Cobre_Porfirtico). 25 - Explique a diferença entre a mineralização primária e secundária nos depósitos de cobre porfirítico. ● Mineralização primária: Está associada à deposição de sulfetos de cobre, como calcopirita (CuFeS₂) e bornita (Cu₅FeS₄), em fraturas tipo stockwork e disseminações nas rochas alteradas. ● Mineralização secundária: Ocorre devido ao enriquecimento supergênico, quando águas meteóricas lixiviam os sulfetos primários na parte superior do depósito e reprecipitam cobre em níveis mais profundos, formando minerais secundários como calcocita (Cu₂S) e covelita (CuS), geralmente em camadas horizontais conhecidas como "blankets" (T12_Cobre_Porfirtico). 26 - Dê exemplos de grandes depósitos de cobre porfirítico e sua importância econômica. O Chile é um dos maiores produtores mundiais de cobre devido aos seus gigantescos depósitos de cobre porfirítico, como La Escondida, Chuquicamata e El Teniente. La Escondida, localizada no Deserto do Atacama, é o maior depósito do mundo, com reservas estimadas em 3,9 Gt @ 1,15% Cu. Esses depósitos não são apenas importantes para a produção de cobre, mas também contêm significativas quantidades de ouro e molibdênio (T12_Cobre_Porfirtico). FLUIDOS HIDROTERMAIS MAGMÁTICOS 27 - O que são fluidos hidrotermais magmáticos e qual é seu papel na formação de depósitos minerais? Fluidos hidrotermais magmáticos são soluções aquosas quentes que se originam a partir de magmas graníticos durante sua cristalização. Eles desempenham um papel crucial na formação de muitos depósitos minerais, especialmente em níveis crustais superiores. Esses fluidos são responsáveis por transportar e concentrar metais em rochas encaixantes, formando depósitos como os de cobre porfirítico, ouro epitermal e greisen Sn-W. A dissolução e mobilização de metais ocorrem quando os fluidos, ricos em íons como Cl⁻, interagem com as rochas ao redor da intrusão (T11_Fluidos_Hidrotermai…). 28 - Quais são os principais tipos de fluidos envolvidos nos sistemas hidrotermais? Existem dois tipos principais de fluidos envolvidos nos sistemas hidrotermais relacionados a rochas ígneas: ● Água magmática ou juvenil: Fluido resultante da solidificação e cristalização do magma, responsável pela formação de depósitos como cobre porfirítico, ouro epitermal e skarn polimetálico. ● Água meteórica: Proveniente da infiltração de águas superficiais, que interage com o sistema magmático e se mistura com fluidos magmáticos, contribuindo para a mineralização em alguns casos (T11_Fluidos_Hidrotermai…). 29 - Explique a importância da água como solvente nos processos hidrotermais. A água tem uma alta constante dielétrica, o que a torna um excelente solvente para substâncias iônicas. Isso significa que a água pode dissolver grandes quantidades de íons metálicos, como Na⁺, K⁺ e Cl⁻, facilitando o transporte de metais em solução. Nos sistemas hidrotermais, isso é crucial para a mobilização e concentração de metais em zonas de mineralização. A presença de Cl⁻, em particular, aumenta a solubilidade de metais como o cobre, favorecendo sua concentração em fluidos aquosos (T11_Fluidos_Hidrotermai…). 30 - Como os fluidos hidrotermais são exsolvidos do magma? Durante a cristalização do magma, em determinado momento, a concentração de água atinge um ponto de saturação, o que leva à exsolução de uma fase aquosa distinta do líquido silicático. Esses fluidos aquosos, compostos principalmente de H₂O e CO₂, se acumulam no topo da câmara magmática devido à sua menor densidade. Esses fluidos podem existir como líquido, vapor ou em estado supercrítico, dependendo da pressão e temperatura (T11_Fluidos_Hidrotermai…). 31 - O que é o fraturamento hidráulico e como ele ocorre nos sistemas hidrotermais? O fraturamento hidráulico ocorre quando a pressão dos fluidos exsolvidos do magma excede a pressão litostática nas rochas encaixantes, resultando em fraturas que aumentam a permeabilidade das rochas. Esse processo facilita a circulação dos fluidos hidrotermais e a criação de espaços para deposição mineral. O fraturamento é essencial para a formação de depósitos minerais, como os sistemas de cobre porfirítico, onde os fluidos circulam através das fraturas e formam zonas de mineralização em stockworks (T11_Fluidos_Hidrotermai…). 32 - Como o cloro (Cl⁻) influencia a solubilidade de metais nos fluidos hidrotermais? O íon Cl⁻ desempenha um papel fundamental na solubilidade de metais nos fluidos hidrotermais. Muitos metais, como o cobre, formam complexos com o Cl⁻, o que aumenta sua solubilidade nos fluidos aquosos. Isso permite que os metais sejam transportados em grandes quantidades e concentrados em zonas de mineralização. Por outro lado, metais como o molibdênio não têm a mesma afinidade com o Cl⁻, e sua concentração nos fluidos ocorre em estágios mais tardios da cristalização magmática (T11_Fluidos_Hidrotermai…). LÍQUIDOS SULFETADOS 33 - O que são depósitos de líquido sulfetado e como eles se formam? Depósitos de líquido sulfetado se formam a partir de magmas máficos e ultramáficos que atingem a saturação de enxofre. Durante a cristalização do magma, o enxofre exsolvido reage com metais como níquel, cobre e elementos do grupo da platina (EGP), formando glóbulos imiscíveis de sulfeto. Esses glóbulos se concentram na base dos derrames magmáticos ou em canais, resultando em depósitos de sulfetos maciços, disseminados ou em rede. Exemplos incluem depósitos de Ni-Cu-EGP em komatiitos, como os de Kambalda, Austrália, e o complexo Sudbury no Canadá (T10_Lquido_Sulfetado_Ex…) (T09_Lquido_Sulfetado_Ex…). 34 - Quais são os principais exemplos de depósitos de líquido sulfetado? ● Kambalda, Austrália: Os depósitos de Ni-Cu estão associados a derrames de komatiito, onde os sulfetos maciços se concentram na base de canais. Esses canais podem atingir até 15 km de extensão, sendo os depósitos geralmente lenticulares e com alta concentração de níquel (3.2% Ni) (T09_Lquido_Sulfetado_Ex…). ● Sudbury, Canadá: Este complexo ígneo é famoso pelos seus depósitos de Ni-Cu-EGP formados após o impacto de um meteorito. O resfriamento do magma resultante gerou segregação de sulfetos, com mineralização na zona de contato basal do complexo (T09_Lquido_Sulfetado_Ex…). ● Fortaleza de Minas, Brasil: O depósito de Ni-Cu-Pt-Pd está hospedado em komatiitos fortemente fracionados. A mineralização contém teores de níquel entre 1% e 4% e cobre entre 0.2% e 0.6%, com pirrotita, pentlandita e calcopirita predominando (T10_Lquido_Sulfetado_Ex…). 35 - Quais são as características texturais dos depósitos de líquido sulfetado? Os depósitos de líquido sulfetado apresentam texturas variadas, como: ● Disseminada: Sulfetos estão distribuídos de forma difusa na matriz da rocha. ● Matriz (em rede): Sulfetos formam uma rede ao redor dos minerais silicáticos. ● Maciça: Sulfetos ocupam grandes volumes na base dos canais ou nas zonas de acúmulo. ● Brechada: Fragmentos de rocha estão cimentados por sulfetos (T09_Lquido_Sulfetado_Ex…). 36 - Qual é a importância econômica dos depósitos de líquido sulfetado? Depósitos de líquido sulfetado são uma fonte crucial de metais como níquel, cobre, cobalto e EGP. Eles fornecem grande parte do níquel mundial e são importantes para a produção de metais preciosos e de base. Por exemplo, o complexo Sudbury é um dos maiores produtores de níquel do mundo, com mais de 1650 Mt de minério contendo 1.2% de Ni e 1.0% de Cu (T09_Lquido_Sulfetado_Ex…). 37 - O que é a separação de líquido sulfetado e como ocorre? A separação de líquido sulfetado ocorre durante a evolução de magmas máficos e ultramáficos. Quando o magma atinge a saturação de enxofre, glóbulos imiscíveis de sulfeto se formam e se segregam do líquido silicatado. Esses glóbulos são ricos em metais como níquel, cobre e elementos do grupo da platina(EGP). Devido à sua alta densidade, os glóbulos sulfetados afundam para a base do magma, onde se acumulam e formam depósitos maciços ou disseminados. Este processo é controlado pela imiscibilidade entre o líquido sulfetado e o líquido silicatado (T08_Lquido_Sulfetado). 38 - Quais são os principais exemplos de depósitos formados por separação de líquido sulfetado? Exemplos notáveis incluem: ● Complexo de Sudbury, Canadá: Depósitos de Ni-Cu-EGP formados por segregação de líquido sulfetado após o impacto de um meteorito. O líquido sulfetado se acumulou na base do magma, resultando em mineralizações importantes de pirrotita, pentlandita e calcopirita. ● Kambalda, Austrália: Depósitos de Ni-Cu em komatiitos, onde a separação de líquido sulfetado ocorreu em canais termicamente erodidos por lavas ultramáficas (T08_Lquido_Sulfetado). 39 - Como o enxofre influencia a formação de líquido sulfetado? O enxofre é o elemento chave para a formação de líquidos sulfetados. Durante a cristalização de magmas máficos e ultramáficos, o enxofre pode ser incorporado ao magma através de assimilação de rochas encaixantes ricas em enxofre ou adição de novo magma. Quando o magma atinge a saturação de enxofre, a fase imiscível sulfetada se forma, segregando metais como cobre, níquel e EGPs do líquido silicatado (T08_Lquido_Sulfetado). 40 - O que é o modelo da "Bola de Bilhar" de Naldrett (1973)? O modelo da "Bola de Bilhar" de Naldrett explica a segregação e deposição de líquidos sulfetados. À medida que os glóbulos sulfetados, mais densos, afundam no magma, eles se acumulam na base, enquanto cristais de olivina e outros silicatos flutuam no líquido. Isso gera uma estratificação do magma, com sulfetos maciços na base, seguido por sulfetos em matriz e, por fim, sulfetos disseminados no topo (T08_Lquido_Sulfetado). 41 - Quais são as texturas típicas observadas em depósitos sulfetados? As texturas típicas dos depósitos de líquido sulfetado incluem: ● Disseminada: Sulfetos distribuídos de forma difusa na matriz da rocha. ● Matriz (em rede): Sulfetos formam uma rede entre os cristais de silicatos. ● Maciça: Sulfetos ocupam grandes volumes de forma concentrada. ● Brechada: Fragmentos de rocha encaixados em uma matriz de sulfetos (T08_Lquido_Sulfetado). DEPÓSITOS PODIFORMES 42 - O que são depósitos de cromita tipo podiforme e como eles se formam? Depósitos de cromita tipo podiforme ocorrem em ofiolitos, que são fragmentos de crosta oceânica e manto superior transportados tectonicamente para terrenos continentais. Esses depósitos são formados em alinhamentos ao longo de zonas de deslocamento extensional, como cadeias mesoceânicas e ambientes pós-arco. Os depósitos de cromita estão tipicamente associados a rochas ultramáficas, como peridotitos e dunitos, e ocorrem em formações alongadas ou lenticulares, muitas vezes deformadas. A formação desses depósitos está relacionada à diferenciação magmática em ambientes tectonicamente instáveis (T07_Depsitos_Podiformes…). 43 - Quais são as características dos depósitos podiformes em comparação com os estratiformes? ● Podiformes: Associados a ofiolitos e encontrados em zonas de orogênese. Têm menor tonelagem, mas são mais numerosos. Os cromititos ocorrem em zonas deformadas e serpentinizadas e têm idade principalmente fanerozoica. ● Estratiformes: Encontrados em crátons estáveis, geralmente pré-cambrianos. Possuem maior tonelagem e são mais raros, com corpos maciços e pouco deformados. Um exemplo clássico são os depósitos da Cráton de Bushveld (T07_Depsitos_Podiformes…). 44 - O que são depósitos de Fe-Ti em anortositos e como se formam? Depósitos de Fe-Ti em anortositos são formados a partir de segregação ortomagmática de minerais ricos em ferro e titânio, como ilmenita (FeTiO₃) e magnetita titanífera (Fe₃O₄). Esses depósitos ocorrem em complexos anortosíticos e gabros, onde os minerais se acumulam durante a diferenciação magmática. Um exemplo significativo é o depósito de Tellnes, na Noruega, que possui grandes recursos de ilmenita. Esses depósitos são importantes fontes de titânio e ferro (T07_Depsitos_Podiformes…). 45 - Dê exemplos de depósitos de Fe-Ti em anortositos e sua importância econômica. ● Tellnes, Noruega: Este depósito é o segundo maior do mundo em ilmenita, com recursos estimados em 300 Mt @ 18% TiO₂. O minério é extraído para a produção de titânio, um metal crítico para a indústria aeroespacial e pigmentos. ● Lac Tio, Quebec, Canadá: Também hospeda grandes quantidades de ilmenita e magnetita titanífera, usadas para a produção de titânio (T07_Depsitos_Podiformes…). DEPÓSITOS ESTRATIFORMES 46 - O que são depósitos estratiformes e como eles se formam? Depósitos estratiformes são formados por processos de separação de minerais econômicos, como cromita e magnetita, durante a cristalização fracionada do magma em intrusões máfico-ultramáficas. Esses depósitos são tipicamente concordantes com as camadas de rochas encaixantes e exibem um acamamento regular e sub-horizontal. Um exemplo clássico é o Complexo de Bushveld, na África do Sul, onde ocorrem concentrações acamadadas de cromita e magnetita vanadífera (T06_Depsitos_Estratifor…). 47 - Qual é o papel da cristalização fracionada na formação dos depósitos estratiformes? A cristalização fracionada ocorre quando os cristais formados em um magma são removidos do líquido magmático antes que possam reequilibrar quimicamente com o líquido residual. Esse processo leva à deposição de minerais de alta densidade, como cromita, em camadas regulares dentro das intrusões máfico-ultramáficas. A sedimentação dos cristais e a ação de correntes de convecção são fatores que influenciam a formação dos depósitos (T06_Depsitos_Estratifor…). 48 - Quais são as características dos depósitos de cromita tipo estratiforme? Depósitos de cromita estratiforme ocorrem em intrusões máfico-ultramáficas, como o Complexo de Bushveld (África do Sul) e o Great Dyke (Zimbabwe). Eles formam camadas ou horizontes concordantes em complexos estratificados, com grandes extensões laterais e posição estratigráfica consistente. As rochas encaixantes incluem dunitos, peridotitos e piroxenitos, e os corpos de cromita podem variar de poucos milímetros até mais de 1 metro de espessura, com extensão lateral de dezenas de quilômetros (T06_Depsitos_Estratifor…). 49 - Quais são os principais exemplos de depósitos estratiformes de classe mundial? ● Complexo de Bushveld, África do Sul: O maior complexo máfico-ultramáfico acamadado, com 300 km de diâmetro e 6 a 8 km de espessura. Hospeda grandes depósitos de cromita e elementos do grupo da platina (EGP), além de magnetita rica em vanádio. ● Great Dyke, Zimbabwe: Outro depósito significativo de cromita, com grandes concentrações de cromita e platina. ● Stillwater, EUA: Conhecido por seus depósitos de platina (T06_Depsitos_Estratifor…). 50 - Descreva as principais zonas mineralizadas no Complexo de Bushveld. O Complexo de Bushveld apresenta três principais zonas mineralizadas: ● Horizontes de cromita: Localizados na base do complexo, formam várias camadas ricas em cromita. ● Merensky Reef: Acima dos horizontes de cromita, contém grandes quantidades de EGP, além de sulfetos de níquel e cobre. ● Magnetitito: Camadas ricas em magnetita com teores significativos de vanádio, localizadas acima do Merensky Reef (T06_Depsitos_Estratifor…). MAGMAS ALCALINOS E CARBONATITOS 51 - O que são magmas alcalinos e carbonatitos, e como eles se formam? Magmas alcalinos são pobres em sílica (SiO₂) e relativamente ricos em Na₂O, K₂O e CaO. Eles ocorrem principalmente em áreas anorogênicas, como em riftes e zonas de falhamento. As rochas resultantes desses magmas incluem nefelinitos, fonólitos e traquitos. Carbonatitos, por outro lado, são rochas ígneas raras, com mais de 50% de carbonatos e geralmente menos de 10% de SiO₂. Eles estão associados a rochas alcalinas e são formados por segregação de líquidos imiscíveis de um magma alcalino (T05_Magmas_Alcalinos_e_…). 52 - Qual é a importância econômica dos carbonatitos?Carbonatitos são importantes fontes de vários minerais valiosos, como fósforo (apatita), ferro (magnetita), nióbio (pirocloro), elementos terras raras (ETR, como monazita), e outros. Eles são economicamente significativos para a produção de fertilizantes, metais de alta tecnologia e outros produtos industriais. Exemplos notáveis incluem o complexo de Palabora, na África do Sul, que é uma fonte de cobre, magnetita e fosfatos (T05_Magmas_Alcalinos_e_…). 53 - Quais são os principais exemplos de complexos carbonatíticos e suas mineralizações? ● Complexo de Palabora (África do Sul): Um dos poucos depósitos de cobre associado a carbonatitos. Contém recursos de 300 Mt @ 0,7% de cobre, além de subprodutos como magnetita, vermiculita e minerais de Ti e Zr. ● Araxá (Minas Gerais, Brasil): Conhecido pela extração de nióbio (pirocloro), com recursos estimados em 460 Mt de minério intemperizado com teor de 2,5-3% Nb₂O₅, além de fosfato e ETR (T05_Magmas_Alcalinos_e_…). 54- Como ocorre a segregação de líquidos imiscíveis em sistemas alcalino-carbonatíticos? A imiscibilidade entre líquidos silicatados e carbonáticos ocorre quando o magma alcalino se diferencia, resultando na separação de um líquido carbonatítico do magma silicatado. Isso pode ser observado em exemplos como o vulcão de Oldoinyo Lengai, na Tanzânia, onde são extrudidos natrocarbonatitos, um tipo raro de carbonatito rico em sódio. Esses processos podem gerar depósitos economicamente importantes de elementos como nióbio, terras raras e fosfato (T05_Magmas_Alcalinos_e_…). 55 - Qual é o papel do intemperismo nos depósitos de carbonatitos, como Araxá e Catalão? O intemperismo desempenha um papel importante no enriquecimento mineral em carbonatitos. Em Araxá, por exemplo, o intemperismo lixiviou cálcio, magnésio e potássio, concentrando o ferro, fósforo e nióbio. Esse processo resultou no enriquecimento do pirocloro, aumentando seu teor de Nb₂O₅ de 1,5% no material primário para até 3% no minério intemperizado (T05_Magmas_Alcalinos_e_…). KIMBERLITOS E LAMPROITOS 56 - O que são kimberlitos e lamproitos, e como eles se formam? Kimberlitos são rochas ultramáficas alcalinas, geralmente brechadas e serpentinizadas, caracterizadas pela presença de fenocristais e xenocristais, incluindo minerais como olivina, enstatita, granada piropo, e cromita. Lamproitos, por sua vez, são rochas vulcânicas ou hipoabissais de composição ultrapotássica magnesiana. Ambos os tipos de rochas se formam pela fusão parcial do manto profundo, a profundidades superiores a 150 km, e são conhecidos por transportar diamantes para a superfície (T04_Kimberlitos_e_Lampr…). 57 - Quais são as principais diferenças entre kimberlitos e lamproitos? ● Kimberlitos: Composição ultramáfica alcalina, rica em voláteis (H₂O e CO₂), apresentam fenocristais de olivina e outros megacristais em matriz fina de carbonatos e flogopita. São conhecidos por ocorrerem em crátons antigos e estáveis e formam chaminés vulcânicas ou diques. ● Lamproitos: Rocha magnesiana ultrapotássica, também rica em voláteis, mas se diferencia dos kimberlitos por sua maior concentração de potássio em relação ao sódio. Eles estão associados a zonas de fraqueza tectônica e podem formar diques e chaminés vulcânicas, como exemplificado na mina de Argyle (T04_Kimberlitos_e_Lampr…) (T04_Kimberlitos_e_Lampr…). 58 - Como os diamantes se formam e são transportados por kimberlitos e lamproitos? Os diamantes são formados em zonas específicas do manto, a profundidades entre 150 e 250 km, sob altas pressões (50-60 kbar) e temperaturas (900-1400 ºC). Eles são muito mais antigos que as rochas que os hospedam, sendo levados à superfície como xenocristais pelos magmas kimberlíticos ou lamproíticos. A rápida ascensão dos magmas impede que os diamantes se convertam em grafita (T04_Kimberlitos_e_Lampr…). 59 - Quais são alguns exemplos de minas produtivas de kimberlitos e lamproitos? ● Argyle (Austrália): Um dos maiores depósitos de diamantes do mundo, situado em um diatrema de olivina-lamproito. A mina produziu cerca de 865 Mct de diamantes ao longo de sua vida útil, sendo famosa por seus diamantes marrons e rosas (T04_Kimberlitos_e_Lampr…). ● Orapa (Botswana): Uma das minas mais produtivas do mundo, conhecida por seus diamantes de alta qualidade, com produção anual acima de 11 Mct (T04_Kimberlitos_e_Lampr…). ● Ekati (Canadá): Localizada no Craton Slave, essa mina é famosa por suas chaminés de kimberlito e produziu mais de 3 Mct por ano (T04_Kimberlitos_e_Lampr…). INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS ÍGNEOS 60 - Quais são os processos ígneos relevantes para a formação de depósitos minerais? Os processos ígneos importantes na formação de depósitos minerais incluem o resfriamento e a solidificação de magmas, levando à cristalização de minerais portadores de metais. Durante a cristalização fracionada, os elementos químicos são segregados em fases sólidas ou líquidas, resultando na formação de depósitos minerais economicamente significativos, como os depósitos de cromita, magnetita, e sulfetos de níquel-cobre em rochas máficas e ultramáficas (T03_Introduo_aos_Sistem…). 61 - Como os elementos químicos são classificados em relação à afinidade com rochas ígneas? A classificação de Goldschmidt (1937, 1954) agrupa os elementos em três categorias: ● Calcófilos: Elementos que se ligam preferencialmente ao enxofre, como Cu, Zn, Pb, e Ag, formando sulfetos. ● Siderófilos: Elementos que se ligam preferencialmente ao ferro, como Fe, Ni, Co, Au, e os elementos do grupo da platina (EGP). ● Litófilos: Elementos que têm afinidade com rochas ácidas e se concentram nas fases silicáticas, como Li, Na, K, Zr, e Th (T03_Introduo_aos_Sistem…). 62 - Quais tipos de mineralização estão associados às composições máficas, intermediárias e félsicas? ● Máficas/Ultramáficas: Comumente associadas a depósitos de Ni, Cu, Cr, e EGP. Esses elementos têm afinidade com ferro e magnésio, comuns em olivinas e piroxênios. ● Intermediárias: Essas rochas não apresentam uma grande relevância para a formação de depósitos minerais. ● Félsicas: Mineralizações como Li, Be, F, Sn, W, U e Th são mais comuns em rochas félsicas, que apresentam maiores concentrações de elementos incompatíveis (T03_Introduo_aos_Sistem…). 63 - Como a compatibilidade dos elementos influencia a sua concentração em sistemas ígneos? Elementos compatíveis, como Ni e Cr, tendem a ser incorporados nas fases sólidas durante a cristalização, enquanto elementos incompatíveis, como Rb e Ba, permanecem no líquido residual. O comportamento desses elementos é determinado pelo raio iônico e pela carga, sendo que elementos menores como Ni se acomodam mais facilmente em minerais formadores de rochas como a olivina e o piroxênio (T03_Introduo_aos_Sistem…). 64 - Quais são as diferenças entre granitóides do Tipo I e do Tipo S? ● Granitóides do Tipo I: Derivados de protólitos ígneos, com alto grau de oxidação, são associados a mineralizações de Cu, Mo, Pb e Zn. ● Granitóides do Tipo S: Formados a partir de fusão de protólitos sedimentares, são mais reduzidos e associados a Sn, W e U. Essas rochas são mais fracionadas e evoluídas (T03_Introduo_aos_Sistem…). INTRODUÇÃO A GENESE DE JAZIDAS 65 - O que é considerado um minério e quando o termo pode ser usado corretamente? O termo minério deve ser utilizado apenas quando a viabilidade econômica do depósito foi comprovada e não há impedimentos legais, ambientais ou outros à sua extração. Se essas condições não forem atendidas, é mais apropriado usar termos como material mineralizado, mineralização, ou corpo mineralizado. Um minério é definido como um material do qual um ou mais metais podem ser extraídos economicamente e legalmente (T02_Introduo__Gnese_de_…). 66 - Quais são os fatores de modificação que devem ser considerados na definição de reservas minerais? Segundo o Código JORC (2004), a definição de reservas minerais depende da consideração de fatores de modificação, que incluem aspectos de lavra, metalurgia, economia, mercado, questões legais, ambientais, sociaise governamentais. Somente após a análise desses fatores é que o termo minério pode ser usado corretamente (T02_Introduo__Gnese_de_…). 67 - Qual a diferença entre mineral primário e secundário? ● Minerais primários: São aqueles que se formaram junto com a rocha mineralizada. ● Minerais secundários: Resultam de processos de alteração ou cimentação, como oxidação ou sulfetação, que enriquecem a rocha mineralizada com teores econômicos. Exemplos de minerais secundários incluem calcocita, bornita e malaquita (T02_Introduo__Gnese_de_…). 68 - O que é lavra seletiva e não seletiva? ● Lavra não seletiva: Consiste na extração de grandes volumes de material mineralizado, sem seleção de zonas mais ricas. Isso resulta em custos mais baixos e maior produtividade. ● Lavra seletiva: Envolve a extração de zonas específicas e mais ricas do depósito, visando reduzir a diluição do material, mas geralmente com custos mais altos e menor produtividade (T02_Introduo__Gnese_de_…). 69 - O que significa 'construir' uma jazida? O conceito de 'construir' uma jazida refere-se ao trabalho do geólogo e de outros profissionais para definir a parte do depósito mineral que será lavrada. A natureza cria uma zona mineralizada, mas a jazida que será lavrada precisa ser delimitada com base em estudos de viabilidade técnica, econômica e de mineração (T02_Introduo__Gnese_de_…). Quais são os processos formadores de depósitos minerais? Os principais processos que formam depósitos minerais podem ser classificados como: ● Magmáticos: Formação de minerais a partir do resfriamento e solidificação de magmas. ● Sedimentares: Deposição de minerais em ambientes sedimentares. ● Metamórficos: Recristalização de minerais sob condições de alta temperatura e pressão. ● Hidrotermais ígneos e não ígneos: Circulação de fluidos quentes que carregam e depositam metais. ● Exalativos e vulcanogênicos: Depósitos formados por atividade vulcânica e exalação de gases. ● Residuais e supergênicos: Enriquecimento de depósitos minerais através de processos de intemperismo e alteração química (T02_Introduo__Gnese_de_…). 70 - O que é um metalotecto e como ele auxilia na prospecção mineral? Um metalotecto é qualquer feição geológica, como estrutura tectônica, litologia ou anomalia geoquímica, que facilita a concentração de elementos de interesse econômico. Metalotectos ajudam na identificação de áreas promissoras para prospecção mineral, já que indicam ambientes onde processos geológicos concentraram metais de forma significativa (T02_Introduo__Gnese_de_…). 71 - Qual é a diferença entre um depósito mineral e uma jazida mineral? ● Depósito mineral: Refere-se a uma concentração de material mineralizado que pode ter potencial econômico, mas que ainda requer mais pesquisas para confirmar sua viabilidade. ● Jazida mineral: Um depósito mineral cuja viabilidade econômica foi comprovada por estudos técnicos e econômicos, e que pode ser minerado com lucro (T02_Introduo__Gnese_de_…). 72 - O que é o fator de concentração em depósitos minerais? O fator de concentração é a relação entre a concentração de um elemento em um depósito mineral e sua abundância média na crosta terrestre. Esse fator indica o grau de enriquecimento necessário para que um elemento seja economicamente viável para extração. Por exemplo, o fator de concentração para o ouro pode variar de 4.000 a 5.000 vezes sua abundância crustal (T02_Introduo__Gnese_de_…). 73- Como o teor de corte afeta a exploração mineral? O teor de corte é o teor mínimo necessário para que a exploração mineral seja economicamente viável. Ele é calculado com base em uma série de fatores econômicos e operacionais, como custos de extração, beneficiamento e refino. O teor de corte é um valor dinâmico que pode mudar conforme os preços dos metais e os custos de operação variam (T02_Introduo__Gnese_de_…). VISÃO GERAL DA GEOMETRIA DOS DEPOSITOS 74 - O que é um depósito mineral stratabound e como ele se forma? Um depósito mineral stratabound é confinado a uma única unidade estratigráfica, embora a mineralização possa ser concordante ou discordante com o acamamento da rocha hospedeira. Esses depósitos ocorrem no interior de uma unidade estratigráfica, mas não constituem a totalidade dessa unidade. Um exemplo seria o depósito de cobalto e ouro em Tuolugou, no cinturão orogênico de Kunlun, noroeste da China (T01_Viso_Geral_da_Geome…). 75 - Como diferenciar um depósito stratiforme de um depósito stratabound? ● Stratiforme: É uma forma particular de depósito stratabound em que a mineralização é concordante com o acamamento, assumindo a forma de uma camada ou unidade estratigráfica específica. ● Stratabound: Pode ser tanto concordante quanto discordante, mas está sempre confinado a uma unidade estratigráfica específica (T01_Viso_Geral_da_Geome…). 76 - O que é um depósito lenticular e como ele é identificado? Um depósito lenticular tem uma geometria semelhante a uma lente, onde a parte central é mais espessa do que as extremidades. A mineralização de cobalto e ouro em Tuolugou é um exemplo de mineralização lenticular. Esses depósitos são identificados pela variação na espessura ao longo do corpo mineralizado, com maior espessura na parte central (T01_Viso_Geral_da_Geome…). 77 - O que caracteriza um depósito de substituição? Depósitos de substituição são formados por fluidos hidrotermais que percolam por rochas permeáveis, causando a dissolução dos minerais originais e a substituição por minerais de minério ou ganga. A geometria desses depósitos tende a ser complexa, refletindo a interação entre os fluidos e a estrutura das rochas encaixantes. Um exemplo clássico é o depósito de substituição em carbonatos na Mina Deer Trail, em Utah, EUA (T01_Viso_Geral_da_Geome…). 78 - O que são depósitos epigenéticos, singenéticos e diagenéticos? ● Epigenéticos: A mineralização é formada após a formação das rochas encaixantes. ● Singenéticos: A mineralização se forma simultaneamente com as rochas encaixantes. ● Diagenéticos: A mineralização ocorre durante ou logo após a formação das rochas encaixantes, como parte dos processos de diagênese (T01_Viso_Geral_da_Geome…). GREISEN 79 - O que é a greisenização e como ocorre? A greisenização é um processo de alteração hidrotermal metassomático relacionado com granitóides especializados, sendo pós-magmático. O processo envolve a desestabilização de feldspatos, biotita e muscovita, seguida da remobilização de sílica e alumina por fluidos ricos em flúor. Minerais originais são substituídos por uma paragênese composta de quartzo, topázio, albita, fluorita, turmalina e lepidolita. A greisenização gera a introdução de vários elementos de interesse econômico, como estanho e tungstênio (T17_Greisen). 80 - Quais minerais de minério são associados aos greisens? Os principais minerais de minério associados aos greisens são a cassiterita (Sn) e a wolframita (W). Esses depósitos são importantes porque resultam da interação de rochas graníticas com fluidos residuais magmáticos, que concentram elementos incompatíveis, como F, Li, B, Mo, além de metais preciosos, como Au e Ag (T17_Greisen). 81 - Onde os greisens geralmente ocorrem e com quais tipos de rochas estão associados? Greisens geralmente ocorrem nas cúpulas ou partes apicais de granitóides fracionados. Eles estão associados principalmente a granitos do Tipo S, que se formam a partir da fusão de rochas sedimentares em ambientes de arco e pós-arco. Em alguns casos, granitóides do Tipo A também podem exibir greisenização. Esses depósitos são frequentemente encontrados nas adjacências de batólitos e stocks graníticos próximos dos contatos com as rochas encaixantes (T17_Greisen). 82- Quais são os modos de ocorrência dos depósitos de greisen? Os depósitos de greisen de estanho podem ocorrer em várias formas, como disseminações, vênulas, veios, stockworks, lentes, chaminés e brechas. A geometria da mineralização é controlada pela movimentação dos fluidos, seja por fraturas ou de modo pervasivo, e pode ser classificada como endogreisens, quandodentro do corpo granítico, ou exogreisens, quando em posições mais distais nas rochas encaixantes (T17_Greisen). 83 - Quais são as características econômicas dos depósitos de greisen? Depósitos de greisen econômicos podem ter entre 5 e 50 milhões de toneladas de minério, com teores médios de estanho variando de 0,1% a 0,4% Sn. Esses depósitos são uma importante fonte de estanho primário, com subprodutos como tungstênio, molibdênio e lítio (T17_Greisen).