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1 
 
ATUAÇÃO E ANÁLISE PERICIAL 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-
sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação 
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos 
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................ 2 
ATUAÇÃO...........................................................................................................4 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PERICIAL..........................................................11 
LEGISLAÇÃO...................................................................................................13 
COMPETÊNCIA................................................................................................22 
PERITO............................................................................................................25 
REFERÊNCIAS................................................................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
ATUAÇÃO 
 
O trabalho da perícia, quando realizado com o objetivo de oferecer su-
porte técnico, seja ao advogado ou ao Juízo, pode agilizar o andamento de uma 
ação judicial e, até mesmo, intervir diretamente no seu resultado de maneira po-
sitiva. Mas você sabia que existe uma grande diferença entre contratar um perito 
não profissional e contratar um perito profissional? 
 
 
 
O perito não profissional, ou perito de ocasião, costuma ser uma pessoa 
graduada que exerce a atividade pericial como forma de complementar sua 
renda. São peritos das mais diversas áreas, mas sempre com o mesmo perfil: a 
perícia acaba sendo uma atividade tangente a alguma outra que ele exerce de 
 
 
 
5 
maneira profissional. E diferente do que faz o perito profissional, por exemplo, 
como se verá mais adiante. 
Em geral, o perito de ocasião não é um profissional ruim. No entanto, 
acaba por carecer de experiência justamente pela falta de continuidade no tra-
balho, pela falta de comprometimento exclusivo e pela falta de rotina na realiza-
ção das atividades. 
Por esse motivo, ele nem sempre consegue estar disponível para aten-
der as necessidades mais urgentes do advogado ou do Juízo. Além disso, ele 
também encontra dificuldades em se projetar no mercado e se estabilizar como 
perito profissional. Isso porque seu foco principal está voltado para uma atividade 
diversa à da perícia, assim como a sua atuação profissional, a sua responsabili-
dade e os seus estudos. 
Na prática da advocacia, isso pode acabar em prejuízo para as partes. 
Afinal, aquele perito não profissional que começou a demanda judicial auxiliando 
o Patrono nem sempre estará disponível, ou exercendo atividades periciais ao 
fim dela. Pela ótica do Juízo, isso também atrapalha: pode comprometer a segu-
rança necessária na hora de homologar um laudo pericial e até impactar no 
tempo de conclusão dos trabalhos, uma vez que a atividade é secundária na vida 
de quem atua como perito não profissional. 
E o perito profissional? 
Por outro lado, o perito profissional apresenta características completa-
mente opostas a isso. Primeiro porque ele tem na perícia a sua atividade princi-
pal e está constituído como tal. Ou seja: dedica-se a ela com exclusividade, es-
tuda e se compromete até atingir um nível de excelência que só quem está inte-
gralmente na função pode alcançar. 
Ele não é, portanto, um aventureiro. Possui uma empresa ou escritório 
devidamente cadastrado e regularizado, com estrutura física adequada, rotinas 
http://zambonpericia.com.br/ebook-perito-profissional-celeridade-processual/
 
 
 
6 
e uma equipe multidisciplinar à disposição. Isso facilita a investigação e a reso-
lução de temas complexos, o que reflete também na redução dos equívocos. 
Assim, por estar associado à sinergia de uma equipe multidisciplinar e com de-
dicação exclusiva, o perito profissional consegue ampliar a capacidade analítica 
dos fatos a serem investigados, minimizar as chances de erro e, ainda, aumentar 
a transparência, a segurança e a imparcialidade do Juízo e dos envolvidos. 
Quais são as vantagens de apostar em um perito profissional? 
O grande diferencial do perito profissional é o resultado que o seu traba-
lho garante ao Juízo, ao Patrono ou a um dos litigantes. Na prática, ele agrega 
precisão e celeridade ao trabalho probatório, o que reduz as perdas indevidas 
como ainda apura corretamente os ganhos devidos. 
Além disso, a vivência adquirida por meio da atuação direta em vários 
processos proporciona ao perito profissional a capacidade de antecipar eventos, 
questionamentos e ações das partes. De um lado, essa postura colabora para 
dar celeridade ao feito. De outro, garante segurança ao julgador e também ao 
conjunto das partes envolvidas na lide, uma vez que continuará exercendo sua 
atividade com a mesma determinação até que o processo tenha fim. 
Assim, as partes e o Juízo não correm o risco de ficar desassistidos pelo 
perito, caso ele seja intimado para prestar esclarecimentos ou apresentar os re-
sultados atualizados do seu trabalho após a sua primeira ação. 
Na Zambon Perícia & Avaliação, tanto o Juízo, como os advogados e 
partes do processo têm essa garantia, uma vez que a empresa só atua por meio 
de perito profissional. Cada um dos clientes possui a garantia de poder contar 
com o suporte de peritos profissionais experientes e dedicados exclusivamente 
a esse ramo de trabalho. Desde 2010 no mercado, a empresa já atuou em mais 
de 2,4 mil casos. 
 
 
http://zambonpericia.com.br/a-contribuicao-da-pericia-para-a-imparcialidade-do-juiz/
 
 
 
7 
Perícia Contábil 
Uma função que necessita constante aprimoramento, a Perícia Contábil 
vem atraindo cada vez mais a atenção dos profissionais de contabilidade. O pe-
rito contábil, contratado pelas partes ou indicado pelo juiz para fazer laudos so-
bre um determinado caso, é essencial para a solução de litígios na Justiça. 
Pela definição da Norma Brasileira de Contabilidade, a perícia contábil é 
"o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância 
decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio 
ou constatação de fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-
contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e com a le-
gislação específica no que for pertinente. " 
A perícia contábil é de competência exclusiva de contador em situação 
regular perante o Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição. 
No Juridico 
A Justiça recorre ao perito contábil quando o juiz necessita de um laudo 
profissional especializado ou para atender ao pedido de uma das partes envol-
vidas no processo. Muitas perícias na área da contabilidade são hoje requeridas 
principalmente na parte de revisão de encargos financeiros contra bancos, tam-
bém referentes ao Sistema FinanceiroHabitacional, e demais questões como 
leasing, condomínios, entre outros. A perícia é um meio de prova previsto no 
Direito, assim como a documental, a testemunhal e a do depoimento pessoal. 
O perito contábil, além da condição legal, da capacidade técnica e da 
idoneidade moral, tem uma responsabilidade enorme, já que suas afirmações 
envolvem interesses e valores consideráveis. 
No caso de perícia judicial, o prazo estabelecido para a conclusão dos 
trabalhos, fixado pelo juiz, deve ser cumprido pelo perito como forma de não 
obstar a celeridade processual. O perito-assistente deve cumprir o prazo fixado 
 
 
 
8 
em lei, para suas manifestações sobre o laudo pericial, de forma a não prejudicar 
a parte que o indicou. 
Perícia X Auditoria 
A principal diferença entre auditoria e perícia é que a auditoria opera 
através de um processo de amostragem, e a perícia sobre um determinado ato, 
ligado ao patrimônio das entidades físicas ou jurídicas, buscando a apresentação 
de uma opinião através do laudo pericial. 
O perito contador atua sobre um caso litigioso, envolvendo duas partes, 
enquanto que o auditor desenvolve seu trabalho para uma entidade privada ou 
pública que o contrata para apreciar e emitir parecer sobre controles internos ou 
demonstrações financeiras. 
Competência e campo profissional 
A perícia contábil é de competência exclusiva de contador em situação 
regular perante o Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição. Com-
petência profissional pressupõe ao perito demonstrar capacidade para pesqui-
sar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no laudo pericial e no 
parecer pericial contábil. 
O contador, na função de perito, deve manter adequado nível de com-
petência profissional, atualizado sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade 
(NBC), além das técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia. 
A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A perícia 
extrajudicial é exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A perícia arbitral 
é exercida sob o controle da lei de arbitragem. Perícias oficial e estatal são exe-
cutadas sob o controle de órgãos de Estado. Perícia voluntária é contratada, 
espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes. 
Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões 
que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer contábil, e abrangem, 
 
 
 
9 
total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, 
vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação e certificação. 
A perícia desenvolve-se como um campo de atuação bastante impor-
tante para os contadores, na medida em que há uma grande responsabilidade 
no trabalho, pois suas conclusões podem levar ao deslinde da questão, consti-
tuindo-se prova no processo judicial. 
Durante o processo da perícia, três profissionais podem atuar concomi-
tantemente, pois o autor e o réu podem indicar assistentes técnicos para acom-
panharem o perito indicado pelo juiz. 
 O perito do juiz faz o laudo e submete aos assistentes. Caso um deles 
discorde, faz um laudo em separado. 
 
PERÍCIA E AVALIAÇÃO 
 
“A psicologia tem um longo passado, mas uma curta história”. Esta frase 
dita por um experimentalista alemão chamado Hermann Ebbinghaus, resume 
bem a história da psicologia. 
Apesar dos primeiros pensadores e filósofos já se debruçarem sobre 
questões que fazem hoje parte do estudo que hoje chamamos de psicologia, foi 
somente no século XIX que os pesquisadores, apoiados na investigação e na 
experimentação, puderam construir uma identidade própria, aperfeiçoando os 
instrumentos, técnicas e métodos de estudo da psicologia. 
A psicologia surgiu como uma disciplina específica na Alemanha, na se-
gunda metade do século XIX. Atribui-se geralmente a Wilhelm Wundt o título de 
fundador da psicologia como ciência experimental. A primeira edição do livro-
texto de Wundt “Grundüge der Phisiologische Psychologie“ (Fundamentos da 
 
 
 
10 
Psicologia Física), publicado em 1873, e a criação de um laboratório em Leip-
zing, em 1879, foram os primeiros esforços no sentido de estabelecer a psicolo-
gia como ciência. 
Para Wundt a psicologia seria uma ciência intermediária entre as ciên-
cias da natureza e as ciências da cultura e seu objeto consistia na experiência 
imediata dos sujeitos, ou seja, a forma como o sujeito vive as experiências da 
vida, mesmo antes de se pôr a pensar sobre ela, antes de comunicá-la, ou 
mesmo antes de “conhecê-la”. 
Podemos dizer que a Psicologia estuda todos os aspectos do funciona-
mento interno da mente, como a memória, os sentimentos, o pensamento e a 
percepção, bem como de funções de relação, como o comportamento e a fala. 
Estuda também a inteligência, a aprendizagem e o desenvolvimento da perso-
nalidade. Alguns dos métodos utilizados em Psicologia são a observação, a co-
leta de histórias pessoais e a utilização de instrumentos de avaliação de funções 
cognitivas, como a inteligência e a personalidade. 
Se a psicologia como ciência é recente, o mesmo se aplica à psicologia 
forense. É importante mencionar que Psicologia e Direito, mesmo constituindo-
se em disciplinas distintas, possuem, como ponto de intersecção: o interesse 
pelo comportamento humano. Contudo, embora possuam o mesmo objeto ma-
terial, diferem quanto ao seu objeto formal: Enquanto o Direito se dedica ao es-
tudo do dever ser, a Psicologia se preocupa com o estudo do ser (ROVINSKI, 
2013). 
Assim a forma de compreender as pessoas e suas condutas difere sig-
nificativamente quando analisada por um psicólogo e quando estudada por um 
legislador. Mas não se pode negar que os planos do ser e do dever ser se en-
trelaçam e se justapõem, tornando um saber complementar ao outro. 
Nesse contexto, podemos definir a Psicologia Forense como “aquela que 
utiliza as áreas de saber da psicologia para fazer frente aos questionamentos 
formulados pela justiça, cooperando, a todo o momento, com a administração da 
 
 
 
11 
mesma, atuando no Foro (Tribunal), qualificando o exercício do Direito, sendo 
seus limites estabelecidos pelos requerimentos da lei e pelo vasto campo de 
conhecimento da psicologia”. (Rovinski, 2013, p.17) 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PERICIAL 
 
É importante lembrar que, por intermédio da avaliação, os psicólogos 
buscam informações que os ajudem a responder questões sobre o funciona-
mento psicológico das pessoas e suas implicações. 
Como o comportamento humano é resultado de uma complexa teia de 
dimensões interrelacionadas que interagem para produzi-lo, é praticamente im-
possível entender e considerar todas as nuances e relações a ponto de prevê-lo 
sem margem de erro. Sendo assim as avaliações têm um limite em relação ao 
que é possível entender e prever (CFP, 2007, 10). 
Comumente espera-se do psicólogo a capacidade de fornecer informa-
ções sobre a veracidade dos fatos, o que extrapola – e muito – a capacidade da 
Avaliação Psicológica. Dessa forma, muitas vezes, espera-se da perícia psico-
lógica a resposta de questões que, até o momento, estão incompreendidas, 
questões essas que não são passíveis de ser respondidas por meio apenas do 
exame psicológico. 
Diferentemente do que muitos acreditam, o psicólogo não lê pensamen-
tos ou consegue arrancar a verdade total sobre os fatos, mas trata-se de um 
profissional, que, por meio de suas ferramentas, procura entender melhor a di-
nâmica psíquica e estabelecer conexões com os fatos, sejam essas conexões 
relacionadas ao comportamento criminoso, seja aos sintomas e sentimentos vi-
venciados pela vítima de violência. 
Dessa forma, a atuação do psicólogo no contexto forense tem muito a 
contribuir no contexto judiciário brasileiro. Existem muitos outros campos nos 
quais o psicólogo pode contribuir que não foram citados nesse módulo, como a 
 
 
 
12 
avaliação de competência parental, o estudo docomportamento violento e ava-
liação da capacidade civil. Contudo esperamos ter contribuído para um melhor 
entendimento sobre a dinâmica da avaliação psicológica pericial, suas contribui-
ções, limites e importância para subsidiar os operadores do Direito no seu pro-
cesso de tomada de decisão. 
A palavra perícia (do latim “peritia”) diz respeito à destreza, habilidade e 
aponta que o sujeito que a possui é experimentado, douto, prático, versado em 
alguma área. A fonte de perícia também é o latim peritus, ou seja, indica a qua-
lidade de perito, habilidade, destreza, vistoria ou exame de caráter técnico e es-
pecializado, conjunto de peritos (ou um só) que faz essa vistoria, conhecimento, 
ciência. (FERREIRA, 2004). 
Na área judicial, a perícia é tida como um meio de prova, que permite 
incluir dentro do processo dados técnicos que, não raro, o juiz desconhece por 
ir além dos seus conhecimentos técnico-jurídicos. (ROVINSKI, 2007). 
Na atualidade, com a crescente e sem fim produção de conhecimento, 
os magistrados têm acessado, de forma muito mais intensa, o apoio dos peritos 
para justificarem cientificamente suas decisões, tentando chegar à “justiça 
plena”. (JESUS, 2000). 
É importante deixar claro que é sempre função do juiz determinar ou não 
a realização de uma perícia, sendo ou não provocado pelas partes. Essa, inclu-
sive, é uma das características da perícia: ocorrer via “requisição formal” e o seu 
objeto de investigação é colocar luz, esclarecer uma situação ou fato polêmico 
que vem de um conflito de interesses que está sob disputa no âmbito do sistema 
jurídico. 
O nosso Código de Processo Civil (CPC), na sua Seção VII, “Da Prova 
Pericial”, pode nos ajudar na reflexão sobre perícia ao informar, no seu artigo 
420, que a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. 
 
No seu parágrafo único deixa evidente que o juiz indeferirá a perícia quando: 
 
 
 
13 
1. A prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico. 
2. For desnecessária em vista de outras provas produzidas. 
3. A verificação for impraticável. 
Destacamos que “peritagem” e “expertise” são sinônimos de perícia. Pe-
rícia é um exame de situações ou fatos relacionados a coisas e pessoas. A pe-
rícia é praticada por um especialista na matéria que lhe é submetida. O trabalho 
de peritagem tem como objetivo elucidar determinados aspectos técnicos que, 
em geral, são especificados por meio de quesitos. 
Os resultados da perícia são apresentados por meio de um parecer su-
cinto, apenas com respostas aos quesitos formulados, ou via laudo técnico com 
exposição detalhada dos elementos investigados, sua análise e fundamentação 
das conclusões, além de resposta aos quesitos formulados. (BRANDIMILLER, 
1996). 
Desse modo, podemos definir perícia psicológica no contexto forense 
como o exame científico, desenvolvido por um especialista, realizado com o uso 
de métodos e técnicas reconhecidas pela Psicologia, com a efetivação de inves-
tigações, análises e conclusões sobre os fatos e pessoas, apontando uma pos-
sível correlação de causa e efeito, além de identificar a motivação e as altera-
ções psicológicas dos agentes envolvidos no processo judicial. 
 
LEGISLAÇÃO 
O texto constitucional é claro ao referir que, como regra, a apuração de 
infrações penais e a execução das funções de polícia judiciária competem à Po-
lícia Federal e às Polícias Civis, reservando às Polícias Militares o policiamento 
ostensivo e a preservação da ordem pública. 
 
 
 
14 
Cabe à Polícia Federal, órgão mantido pela união, “apurar infrações pe-
nais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e inte-
resses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim 
como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internaci-
onal e exija repressão uniforme, segundo dispuser em lei”, bem como “exercer, 
com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União”. 
Quanto à Polícia Civil, menciona a Lei Maior o seguinte: “às polícias ci-
vis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a com-
petência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações 
penais, exceto as militares”. 
As atribuições dos órgãos de segurança pública estão elencadas, de 
forma clara, no texto constitucional, não deixando margens para dúvidas de qual 
é o papel de cada instituição na tarefa de prevenir e reprimir as infrações penais, 
de modo que a atividade de investigação criminal pertence à polícia judiciária. 
Nessa esteira, ainda, refere o artigo 4°, caput, do Código Penal que “a 
polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas 
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da 
sua autoria”. 
Cumpre enfatizar, também, a redação legal do artigo 2°, caput, da Lei 
12.830/13, o qual refere que "as funções de polícia judiciária e a apuração de 
infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, 
essenciais e exclusivas de Estado", bem como do seu §2°, de onde se extrai que 
"ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução 
da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento pre-
visto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materiali-
dade e da autoria das infrações penais" . 
Repare que tanto a regra prevista no caput do art. 4° do Código de Pro-
cesso Penal, quanto as regras inseridas no art. 2° da Lei 12.830/13 mantém uma 
 
 
 
15 
relação harmônica e simétrica com a Constituição Federal, ao passo que corro-
boram a sua opção pela condução da investigação criminal pela polícia judiciária, 
e, para nós, nem poderia ser diferente, pois a Constituição representa o “topo 
hermenêutico que conformará a interpretação jurídica do restante do sistema”. 
É necessário reconhecer, assim, que, com base nas normas acima refe-
ridas, a investigação criminal é atribuição da polícia judiciária, representada por 
organismos sociais cuja função, por excelência, é a apuração da materialidade 
e autoria das infrações penais. 
Veja-se que quando a Lei Maior faz essa afirmativa, de forma clara, ela 
está dizendo que a atividade investigativa, no âmbito criminal, será realizada pe-
las instituições que carregam em seu bojo as atividades de polícia judiciária, i.e., 
a Polícia Federal e as Polícias Civis, nas suas respectivas áreas de atuação. 
Cumpre referir que, mesmo diante dos comandos constitucionais que 
definem as atribuições dos órgãos estatais, o Supremo Tribunal Federal firmou 
o entendimento de que o Ministério Público pode conduzir investigações de na-
tureza criminal, por meios próprios, sendo que, conforme demonstramos, ao 
nosso ver, inexiste comando legal autorizando tal inferência. 
a) Investigação criminal autêntica ou pura: Insere-se nesta classificação 
a investigação criminal autorizada e legalizada pela Constituição Federal, con-
duzida pela polícia judiciária, sob a presidência de um delegado de polícia de 
carreira. Diz-se autêntica ou pura porque se trata do modelo padrão de investi-
gação criminal adotado pela Constituição. É a investigação criminal genuína. 
b) investigação criminal derivada: Insere-se nesta classificação a inves-
tigação criminal igualmente prevista no texto constitucional como exceção ao 
modelo padrão. Conforme sinalizamos, a Constituição não conferiu o monopólio 
da investigação criminal à polícia judiciária, havendo duas exceções, nas quais 
a atividade de investigação criminal poderá não ser desempenhada pela polícia 
judiciária, quais sejam: a apuração das infrações penais militares e as apurações 
 
 
 
16 
das comissões parlamentares de inquérito. Diz-se derivada porque deriva do 
modelo padrão e possui, igualmente, sustentação constitucional. 
c) investigação criminal não autêntica ou impura: Enquadra-se nesta 
classificaçãoqualquer outra forma de investigação criminal levada a cabo fora 
dos padrões estabelecidos pela Constituição Federal, independentemente da 
instituição que a realize, pois, diante da inexistência de mandamento constituci-
onal que lhe confire legitimidade, se apresenta como forma de flexibilização ne-
gativa das garantias fundamentais. Diz-se não autêntica ou impura porque não 
possui previsão constitucional. 
Artigo 144, §1°, incisos I e IV, e §4°. 
Artigo 4°, caput. 
Artigos. 1° e 2°, caput, e §§1° e 2°. 
Parte da doutrina entende que a Constituição Federal estabelece uma 
distinção entre as funções de polícia judiciária e as funções de polícia investiga-
tiva. Entretanto, sedimentou-se na doutrina e na jurisprudência a utilização da 
expressão polícia judiciária para se referir ao exercício de atividades relaciona-
das à apuração das infrações penais. 
A observância da Constituição Federal é uma exigência impreterível em 
um Estado Democrático de Direito, razão pela qual a eficácia da investigação 
estatal penal não pode estar desassociada das garantias individuais fundamen-
tais. 
Artigo 144, §1°, I, CF. 
Artigo 144, §1°, IV, CF. 
Artigo 144, §4°, CF. 
 
 
 
17 
 No julgamento do HC 149.250 o Superior Tribunal de Justiça conside-
rou ilegal a participação de servidores da ABIN nas investigações da Polícia Fe-
deral. 
 Insta referir que a Constituição Federal prevê apenas duas exceções à 
regra dos §§1° e 4° do artigo 144, nas quais a "atividade de investigação crimi-
nal" poderá não ser desempenhada pela polícia judiciária: a apuração das infra-
ções penais militares (art. 144, §4°) e as apurações das comissões parlamenta-
res de inquérito (art. 58, §3°). 
Nos termos do art. 124 da CF, infere-se que as infrações penais militares 
serão julgadas pela Justiça Militar. E, nos termos dos artigos 7°, 8° e 9° do Có-
digo de Processo Penal Militar, extrai-se que a apuração das infrações penais 
militares será feita por autoridades militares que atuarão fazendo as vezes de 
polícia judiciária. Trata-se, portanto, de verdadeira investigação criminal. Assim, 
classificamos como investigação criminal derivada própria ou propriamente dita. 
 O inquérito parlamentar, referimos, não é um inquérito criminal típico, 
pois pode visar a apuração de fato de qualquer natureza, não apenas penal, i.e., 
pode apurar fato político, administrativo, responsabilidade civil, e, também, cri-
minal, conforme se verifica da parte final do artigo 58, §3°, da CF. 
Ressalte-se, inclusive, que as conclusões dos inquéritos parlamentares, 
nem sempre dispensam investigações pela polícia judiciária, como a realidade 
tem nos mostrado, diante dos diversos interesses que se encontram por trás 
desse expediente investigatório. Assim, por não se constituir em uma investiga-
ção criminal propriamente dita, classificamos como investigação criminal deri-
vada imprópria. 
 Enquadram-se nesta categoria, por exemplo, investigações criminais 
feitas e formalizadas diretamente por instituições militares (relativamente a cri-
mes comuns), ou pelo Ministério Público. 
 
https://jus.com.br/tudo/processo-penal-militar
https://jus.com.br/tudo/responsabilidade-civil
 
 
 
18 
TÉCNICAS 
O inquérito policial é um procedimento preparatório da ação penal, de 
caráter administrativo, conduzido pela Polícia Judiciária e voltado a colheita pre-
liminar de provas para apurar a prática de uma infração penal e sua autoria. Não 
se trata, pois, de processo, instrumento, que é voltado a prestação judicial do 
Estado diante de uma ação ajuizada. Trata-se de um procedimento. 
Como tal, por não ser processo, não se faz presente o princípio da pu-
blicidade, que é próprio dos processos, assim como outros princípios balizares 
como o da ampla defesa e do contraditório, que são garantias norteadoras de 
um Estado Democrático de Direito. 
Seu objetivo é a formação da convicção do representante do Ministério 
Público, titular da ação penal pública, ou a vítima, nas ações penais privadas, e 
ainda a colheita de provas urgentes necessárias ao esclarecimento dos fatos 
investigados. 
Sendo assim o inquérito é o conjunto de diligências realizadas pela polí-
cia judiciária, para apuração de uma infração penal e sua autoria, para que o 
titular da ação penal, seja pública ou privada, possa fazer um juízo de valor sobre 
ele, pedindo a aplicação da lei. É, portanto, o inquérito policial uma peça inves-
tigatória que é preparatória da ação penal. 
O inquérito é procedimento preparatório formador da opinião do titular 
da ação penal. Pode ele aceitar ou não as conclusões trazidas por ele. É o in-
quérito um procedimento facultativo e dispensável para o exercício da ação pe-
nal. 
Aliás, o Estatuto da Advocacia, Lei 8.906/94, em seu artigo 7º, inciso XV, 
estatui que é direito do advogado examinar em qualquer repartição policial, 
mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito policial, findos ou em 
andamento, ainda que conclusos a autoridade, podendo copiar peças e tomar 
 
 
 
19 
apontamentos. Ali não se faz qualquer distinção entre inquéritos sigilosos e não 
sigilosos. 
O advogado do indiciado, como já salientou o Supremo Tribunal Federal, 
no julgamento do HC 82.354 – PR, 10 de agosto de 2004, Relator Ministro Se-
púlveda Pertence, em inquérito policial, é titular do direito de acesso aos autos 
respectivos, verdadeira prerrogativa, que lhe é dada por lei, não lhe sendo, em 
hipótese alguma, repito, oponível o sigilo. 
Aliás, se até à imprensa livre, numa democracia, salvo os casos de sigilo 
decretados pelo Judiciário, não se pode negar acesso aos resultados da inves-
tigação, então qual a razão de negá-lo, por absurdo, a seu defensor? 
A Súmula Vinculante n. 14 do Supremo Tribunal Federal disciplina que 
é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos ele-
mentos de prova, já documentados em procedimento investigatório realizado por 
órgão com competência de polícia judiciária. 
Deve ser facultada à defesa a consulta dos autos do inquérito policial e 
a obtenção de cópias pertinentes, ressalvando que não há obrigação de comu-
nicação prévia à defesa sobre as diligências que ainda estejam sendo efetuadas, 
como se lê do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, no HC 87.827 – RJ, 
Relator Ministro Sepúlveda Pertence, julgado em 25 de abril de 2006, Informativo 
424. 
Mister se faz a participação do advogado em todos os atos do inquérito, 
desde que tenha procuração para tanto. O advogado pode participar da produ-
ção da prova, em seu desenvolvimento, em seu acompanhamento. 
O artigo 6º do Código de Processo Penal prescreve(functor deóntico) à 
autoridade policial, logo que tiver conhecimento da infração penal, que tome as 
seguintes providências: 
a) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
 
 
 
20 
b) apreender os objetos que tiverem relação ao fato, após liberados pe-
los peritos criminais2 ; 
c) colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e 
suas circunstâncias; 
d) ouvir o ofendido; 
e) ouvir o indiciado; 
f) proceder o reconhecimento de pessoas e coisas e as acareações; 
g) determinar, se for o caso, que se proceda o exame de corpo delito e 
outras perícias; 
h) ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se 
possível, e fazer juntar aos autos a sua folha de antecedentes; 
 i) averiguar a vida pregressa do indiciado, consoante o inciso IX. 
O suspeito, sob o qual se reuniu prova de autoria, tem de ser indiciado. 
O indiciamento somente poderá ser realizado se há, para tanto, fundada 
e objetiva suspeita de participação ou autoria nos eventuais delitos investigados, 
como se lê de entendimento do Superior Tribunal de Justiça no HC 8.466 – PR, 
Relator Ministro Felix Fischer, DJ de 24 de maio de 1999. O indiciamento é ato 
exclusivo daautoridade policial que forma seu convencimento sobre a autoria e 
a materialidade do crime, elegendo o suspeito da prática criminosa. 
Pode o Promotor denunciar pessoa que não foi objeto de indiciamento, 
pois é titular da ação penal pública, ficando a sua discrição, dentro da visão que 
tem dos fatos investigados no inquérito, qual a solução a apresentar. 
De toda sorte, a requisição de indiciamento é procedimento equivocado. 
Aliás, assim o entendeu o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento do HC 
35.639 – SP, Relator Ministro José Arnaldo da Fonseca, 21 de outubro de 2004, 
quando se disse que a determinação de indiciamento formal, quando já em curso 
 
 
 
21 
ação penal pelo recebimento da denúncia, é tida por desnecessária e causadora 
de constrangimento ilegal. 
O sistema jurídico brasileiro não exige motivação do indiciamento, a ex-
ceção, é certo do que é exposto no artigo 52, I, da Lei 11.343/06, quanto a clas-
sificação feita: se tráfico ou porte de arma, por exemplo. Ora, o Parquet não está 
vinculado a classificação penal que venha ser apresentada pela autoridade poli-
cial. Quanto muito a autoridade judicial, como se vê do instituto da emendatio 
libelli, previsto no artigo 383 do Código de Processo Penal. 
 Mas o indiciado tem o direito de silêncio(artigo 5º, LXIII), de não se au-
toacusar, merecendo ter a sua integridade física preservada, podendo constituir 
advogado para acompanhar a investigação e ter a sua imagem preservada. O 
seu silencio não poderá ser interpretado contra si, daí porque a antiga redação 
do artigo 186 do Código de Processo Penal choca-se com a Constituição, 
quando dizia que ¨o seu silêncio poderá ser interpretado em prejuízo de sua pró-
pria defesa¨. 
 A teor do artigo 5º, LVIII, da Constituição Federal o civilmente identifi-
cado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses determi-
nadas por lei. Pois bem, o artigo 2º da Lei 12.037/2009 determina que a identifi-
cação civil é atestada por qualquer dos seguintes procedimentos: 
a) carteira de identidade; 
 b) carteira de trabalho; 
c) carteira profissional; 
d) passaporte; 
e) carteira de identificação funcional; 
f) outro documento público que permita a identificação do indiciado. 
 
 
 
22 
O artigo 3º da Lei 12.037/2009 determina as hipóteses em que se des-
taca o fato do documento apresentar rasuras ou tiver indícios de falsificação ou 
ainda, dentre outras hipóteses, for insuficiente para identificar, de forma cabal, o 
indiciado. 
COMPETÊNCIA 
 
O fato é que no sistema de persecução criminal brasileiro, a Polícia Ju-
diciária (Civil ou Federal) investiga, o Ministério Público requisita diligências e/ou 
instauração de inquérito, exerce o controle externo da ação policial (fiscaliza os 
atos e correção da polícia) e, obviamente privativamente, oferece denúncia junto 
aos Juízes Criminais, quando o fato e sua autoria estão devidamente comprova-
dos; cabendo por fim ao Juiz Criminal, o julgamento, mediante o contraditório e 
a ampla defesa. 
E, nos estritos termos e limites constitucionais - a Polícia Judiciária in-
vestiga, se submetendo-se a todo tipo de controle: interno, externo e da socie-
dade e, assim deve cumprir sua missão, mesmo diante de reiteradas medidas 
visando seu enfraquecimento, sobretudo a partir da Constituição de 88. 
Qualquer ação ou decisão contrária ao sistema terá uma vigência efê-
mera ou condicionada por sua inaplicabilidade fática ou jurídica, que será sub-
metida a sucessivas mudanças que somente trarão prejuízos ao sistema, senão 
o caos como estamos vivenciando em cores trágicas. 
A investigação criminal é indubitavelmente uma das atividades mais 
apaixonantes e por isso mesmo mais cobiçadas, seja na esfera pública ou pri-
vada. Essa constatação, somada a uma carência de aprofundamento no estudo 
de certos institutos afetos à fase inicial da persecução penal, tem ensejado afir-
mações imprecisas e que induzem ao erro. 
 
 
 
23 
Com efeito, diferentemente do que costumeiramente é propagado, a in-
vestigação criminal no Brasil é, sim, tarefa exclusiva da polícia judiciária, por-
quanto a vontade do legislador constituinte foi expressa no sentido de que a essa 
instituição incumbe a apuração de infrações penais comuns. 
Não se desconhece que o artigo 4º, parágrafo único do CPP dispõe que 
a competência de apuração de infrações penais “não excluirá a de autoridades 
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função”. Uma leitura rasa 
e isolada do dispositivo da Lei de 1941 levaria a acreditar na existência de diver-
sas leis que autorizam outros órgãos a realizarem investigação criminal. 
Contudo, não é o que estabelece a Constituição e a legislação infracons-
titucional. O ordenamento jurídico permite que órgãos distintos da polícia judici-
ária façam apenas investigação de infrações não penais (apuração de ilícitos fi-
nanceiros, econômicos, ambientais, disciplinares, fiscais, civis ou administrativos 
em geral). 
Segundo a Lei Maior, a polícia judiciária (Polícia Federal e Polícia Civil) 
é o órgão vocacionado para realizar apuração de infrações penais comuns (ar-
tigo 144, parágrafos 1º e 4º), atribuição confirmada pela Lei 12.830/13 e por di-
versas outras normas. 
Considerando a evolução histórica do sistema processual penal, enten-
deu por bem o legislador constituinte separar as funções dentro da persecução 
penal, outorgando a investigação criminal a um órgão imparcial desvinculado da 
acusação e da defesa. A divisão de atribuições, portanto, nunca foi fruto de dis-
tribuição aleatória de poderes, mas de especialização de atividades e contenção 
do arbítrio estatal. 
Aliás, diferentemente do que pensam alguns, o modelo brasileiro de re-
partição de tarefas na persecução penal é mais avançado do que outros de fes-
tejados países desenvolvidos. A Constituição brasileira não permite nem que o 
Ministério Público (órgão acusador) investigue crimes, como na Espanha, nem 
 
 
 
24 
que a polícia judiciária (órgão investigativo) oferte ações penais, como na Aus-
trália. 
No Brasil existe maior limitação do poder e o cidadão não pode ser in-
vestigado pelo acusador nem acusado pelo investigador, ao contrário de siste-
mas alienígenas. Se na prática falta eficiência à investigação criminal (mal que 
também atinge a acusação e o julgamento), o problema decorre da falta de in-
vestimentos do Estado, e não do modelo em si, que nunca foi implementado em 
sua plenitude. 
De outro lado, a apuração de ilícitos não penais pode ser feita por diver-
sos órgãos públicos. Evidentemente, a investigação não criminal é bem diferente 
da investigação criminal. Não cabe, por exemplo, a adoção de medidas cautela-
res como a prisão e a liberdade provisória, técnicas investigativas como a inter-
ceptação telefônica, e decisões como o indiciamento. 
Claro que ambas consistem em atividade de coleta de informações a fim 
de demonstrar um fato; mas os mecanismos e requisitos legais para essas tare-
fas são distintos e inconfundíveis. 
Não altera essa conclusão o fato de eventuais provas de crimes pode-
rem casualmente ser colhidas nas apurações não criminais, como por exemplo 
uma CPI que angaria prova de delito de peculato praticado por parlamentar. Isso 
ocorre quando surge, no curso da investigação não criminal, indícios da prática 
de crime, hipótese em que as provas podem ser emprestadas a uma persecução 
penal. 
Fácil notar que o procedimento continua sendo inicial e diretamente vol-
tado à elucidação de ilícitos não penais, e a descoberta de vestígios delitivos não 
autoriza o órgão não policial a dar enfoque criminal à apuração como se polícia 
investigativa fosse (os elementos colhidos devem ser remetidos à polícia judici-
ária ou diretamente ao Ministério Público). 
 
 
 
25 
Nesse sentido, é correto afirmar que vários órgãos desenvolvem inves-
tigação (em sentido amplo), mas errado dizer que diversasinstituições fazem 
investigação criminal. 
Podem ser mencionados como órgãos investigativos em sentido amplo 
(não criminais): Ministério Público (MP), Comissão Parlamentar de Inquérito 
(CPI), Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Banco Central 
(BC), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Conselho Administrativo de De-
fesa Econômica (Cade), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis (Ibama), corregedorias, Controladoria-Geral da União 
(CGU), administração tributária (Receita), particular e detetive profissional. 
 
PERITO 
 
Genericamente, exprime a ideia de um "inteligente", uma pessoa que 
pelos seus conhecimentos adquiriu determinadas aptidões acima do normal re-
lativos a um sujeito, técnica ou conhecimento. Perito em sentido amplo significa 
qualquer especialista. Quando considerado oficial significa que pertence aos 
quadros do Instituto de Ciminalística de cada 
Estado, cargos nominados na Lei 12030/09 . Perito Criminal em sentido 
estrito faz referência ao cargo público com tal nomenclatura. 
Os peritos podem ser designados pela Justiça, e recebem a incumbên-
cia de ver e referir fatos de natureza permanente, cujo esclarecimento é de inte-
resse no processo. 
Perito criminal em sentido estrito é o servidor público, policial ou não, 
pertencente aos quadros dos Institutos de Criminalística, dos Institutos de Perí-
cias,Institutos de Identificação, e dos órgãos de Polícia Científica e afins, que 
 
 
 
26 
está devidamente investido, por concurso público, nos cargos de nível superior 
elencados na Lei 12.030/2009. 
O Perito Criminal está, a serviço da justiça, especializado em encontrar 
ou proporcionar a chamada prova técnica ou prova pericial, mediante a análise 
científica de vestígios produzidos e deixados na prática de delitos. 
Os peritos criminais de local de crime realizam a análise da cena de 
crime, identificando, registrando, coletando, interpretando e armazenando vestí-
gios, são responsáveis por estabelecer a dinâmica e a autoria dos delitos e rea-
lizar a materialização da prova que será utilizada durante o processo penal. As 
atividades periciais são classificadas como de grande complexidade,[3] em ra-
zão da responsabilidade e formação especializada revestidas no cargo. 
O perito oficial, agindo por requisição da autoridade judicial, pelo minis-
tério público ou pela autoridade policial, estuda o corpo (ou objeto envolvido no 
delito), refaz o mecanismo do crime (para saber o que ocorreu), examina o local 
onde ocorreu o delito e efetua exames laboratoriais, entre outras coisas. O perito 
criminal tem autonomia garantida pela Lei 12030/2009, não havendo subordina-
ção funcional ou técnica deste perito para com a autoridade requisitante. 
À semelhança dos magistrados, o Perito age tão somente quando pro-
vocado. Em vários Estados, os Institutos de Perícias e de Criminalística, órgãos 
onde estão lotados os Peritos Criminais, não fazem mais parte da estrutura da 
polícia civil. Nessas localidades a Criminalística tem estrutura administrativa pró-
pria. 
Esse quadro de total independência da Criminalística vem se estabele-
cendo em muitos desses estados durante as últimas décadas, numa clara ten-
dência de assegurar a autonomia pericial, em todos os sentidos, tornando-a in-
dependente da potencial ingerência da autoridade policial, em casos de abuso. 
Essa posição vai ao encontro do estabelecido no DECRETO Nº 7.037, DE 21 
DE DEZEMBRO DE 2009, que aprova o Programa Nacional de Direitos Huma-
https://pt.wikipedia.org/wiki/Perito_criminal#cite_note-3
 
 
 
27 
nos, e que prevê como um de seus objetivos estratégicos, no âmbito do Ministé-
rio da Justiça, a proposição de projeto de lei para proporcionar autonomia admi-
nistrativa e funcional dos órgãos periciais federais. 
Ingresso 
O ingresso na carreira é obtido obrigatoriamente por concurso público, 
que pode ser de provas ou de provas e títulos. Embora o Código de Processo 
Penal não faça diferenciações entre os tipos de Peritos, eles são divididos em 
perito criminal, perito médico-legista e perito odonto-legista (redação dada pela 
lei 12030/09). 
O cargo de perito criminal ou criminalístico (podendo ser, como civil, es-
tadual ou federal) exige formação de nível superior em área específica, conforme 
já adotavam antes da lei 12030/09 diversos Estados e a Polícia Federal, por 
exemplo: biotecnologia, biologia, biomedicina, computação, contabilidade, en-
genharia, farmácia, física, fonoaudiologia, matemática, medicina, psicolo-
gia, medicina veterinária, química, odontologia,, geneticistas, linguistas, bacha-
réis em letras e em Direito, contadores, foneticistas , engenheiros de áudio, 
, otorrinolaringologistas oentre outras. 
Os Peritos Criminais geralmente trabalham em locais de crime (perícias 
de natureza externa) e nos Institutos de Criminalística (natureza interna), embora 
no caso específico da Polícia Federal, trabalhem tanto interna como externa-
mente. Os Médicos Legistas geralmente trabalham nos Institutos Médicos Legais 
(IMLs), em conjunto com os Odonto-Legistas e Peritos Criminais da área Farma-
cêutica ou Biomédica, responsáveis pelas análises das vísceras e demais vestí-
gios coletados durante os exames de corpo de delito, seja no morto (de cujus) 
ou na pessoa viva. 
O concurso 
Cada estado pode realizar o seu próprio concurso para peritos criminais, 
sob autorização do governo. Portanto, o formato desses concursos pode variar, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biotecnologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biomedicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Computa%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Contabilidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Farm%C3%A1cia
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fonoaudiologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_veterin%C3%A1ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Odontologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lingu%C3%ADstica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Otorrinolaringologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/IML
 
 
 
28 
mas geralmente incluem tópicos específicos da área de perícia (formação espe-
cífica exigida), português (com ou sem redação) e direito, além de provas físicas. 
O último concurso de Perito Criminal Federal da Polícia Federal foi rea-
lizado no ano de 2012, sendo divido em praticamente três fases: a primeira fase 
constituída por prova escrita objetiva, discursiva e uma redação e prova de títu-
los. Aprovado na primeira fase, a segunda fase consistia de prova física (corrida, 
natação, barra e salto), prova psicológica, exames médicos e investigação so-
cial. Os aprovados nessa segunda fase (e dentro do número de vagas) vão para 
a terceira fase, que consiste em um curso de formação na Academia Nacional 
de Polícia (ANP), com duração média de 5 meses, onde são estudados uma 
série de áreas da criminalística e do direito, além da preparação policial (tiro, 
defesa policial, entre outros). 
Nessa última fase, o candidato não pode reprovar em nenhuma das mais 
de trinta disciplinas estudadas (média 6). Sendo aprovado nessa terceira fase, 
o Perito Criminal Federal é nomeado e passa a exercer a sua função. 
Áreas da perícia 
Uma vez ingressado na carreira de Perito Criminal, o profissional poderá 
atuar em diversas áreas forenses, com intuito principal de coletar provas e apre-
sentá-las, na forma de laudo pericial com validade probatória em juízo. Para 
isso, o Perito Criminal poderá utilizar técnicas de áreas específicas da crimina-
lística, como documentoscopia, engenharia legal, computação forense, química 
forense, dentre outras. 
Prova pericialA perícia criminal, requisitada pela Autoridade Policial, Ministério Público 
e Judiciário, é a base decisória que direciona a investigação policial e o processo 
criminal. A prova pericial é indispensável nos crimes que deixam vestígio, não 
podendo ser dispensada sequer quando o criminoso confessa a prática do delito. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Federal
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Academia_Nacional_de_Pol%C3%ADcia&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Academia_Nacional_de_Pol%C3%ADcia&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Laudo_pericial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Criminal%C3%ADstica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Criminal%C3%ADstica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Documentoscopia
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Engenharia_legal&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Computa%C3%A7%C3%A3o_forense
https://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica_forense
https://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica_forense
 
 
 
29 
A perícia é uma modalidade de prova que requer conhecimentos espe-
cializados para a sua produção, relativamente à pessoa física, viva ou morta, 
implicando na apreciação, interpretação e descrição escrita de fatos ou de cir-
cunstâncias, de presumível ou de evidente interesse judiciário. 
O conjunto dos elementos materiais relacionados com a infração penal, 
devidamente estudados por profissionais especializados, permite provar a ocor-
rência de um crime, determinando de que forma este ocorreu e, quando possível 
e necessário, identificando todas as partes envolvidas, tais como a vítima, o cri-
minoso e outras pessoas que possam de alguma forma ter relação com o crime, 
assim como o meio pelo qual se perpetrou o crime, com a determinação do tipo 
de ferramenta ou arma utilizada no delito. 
Apesar de o laudo pericial não ser a única prova, e entre as provas não 
haver hierarquia, ocorre que, na prática, a prova pericial acaba tendo prevalência 
sobre as demais. Isto se dá pela imparcialidade e objetividade da prova técnico-
científica enquanto que as chamadas provas subjetivas dependam do testemu-
nho ou interpretação de pessoas, podendo ocorrer uma série de erros, desde a 
simples falta de capacidade da pessoa em relatar determinado fato, até o em-
prego de má fé, onde exista a intenção de distorcer os fatos. 
A perícia criminal encontra-se atualmente em processo de expansão no 
Brasil, com início de valorização por parte das autoridades, mas em curso de-
masiadamente lento, o que faz com que o Perito Criminal ainda seja visto através 
de uma fachada de filmes de Hollywood, o que não se aplica à realidade brasi-
leira. 
A execução das perícias criminais é de competência exclusiva dos Peri-
tos Criminais. Essa afirmação é reforçada pela Lei 12030 de 2009, que estabe-
lece que o Perito Oficial a que se refere o Código de Processo Penal são o Perito 
Criminal, o Perito Médico-Legista e o Perito Odonto-Legista. 
Prova pericial (ou arbitramento) pode ser dividida em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADcia
 
 
 
30 
a) Exame - concernente à inspeção de pessoas e bens móveis; 
b) Vistoria - concernente à inspeção de bens imóveis 
c) Avaliação - estimativa do valor do bem de acordo com as prerrogativas 
de mercado 
Características Processuais dos peritos 
São órgãos estáticos (só agem por requisição e não de ofício), à seme-
lhança dos Juízes; 
São órgãos dotados de formação universitária plena; 
Transformam-se em órgãos dinâmicos, quando regularmente requisita-
dos por autoridade competente (policial, policial militar, judiciária penal, judiciária 
militar, ministério público), como os Juízes, ao receberem a denúncia ou a 
queixa. 
Atribuições legais 
São atribuições legais dos Peritos Criminais: 
Supervisionar, coordenar, controlar, orientar e executar perícias crimi-
nais em geral; 
Planejar, dirigir e coordenar as atividades científicas; 
Fornecer elementos esclarecedores para a instrução de inquéritos poli-
ciais e processos criminais; 
Promover o trabalho especializado de investigação e pesquisa poli-
cial;[9] 
Executar atividades técnico-científicas de nível superior de análises e 
pesquisas na área forense; 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Perito_criminal#cite_note-Art._64_da_Lei_n%C2%BA_5.406/69-9
 
 
 
31 
Proceder a levantamentos topográficos e fotográficos e a exames peri-
ciais, laboratoriais, odonto-legais, químico-legais e microbalísticos; 
Emitir parecer sobre trabalhos criminalísticos; 
Produzir laudos periciais; 
 Elaborar estudos estatísticos dos crimes em relação à criminalística; 
Praticar atos necessários aos procedimentos das perícias policiais crimi-
nais; 
Executar as atividades de identificação humana, relevantes para os pro-
cedimentos pré-processuais judiciais; 
Desempenhar atividades periciais relacionadas às atribuições legal-
mente reservadas às classes profissionais a que pertencem. 
Atividades desenvolvidas 
As atividades desenvolvidas pelos peritos são de grande complexidade 
e de natureza especializada, tendo por objeto executar com exclusividade os 
exames de corpo de delito e todas as perícias criminais necessárias à instrução 
processual penal, nos termos das normas constitucionais e legais em vigor, exer-
cendo suas atribuições nos setores periciais de: Acidentes de Trânsito, Auditoria 
Forense, Balística Forense, Documentoscopia, Engenharia Legal, Perícias Es-
peciais, Fonética Forense, Identificação Veicular, Informática, Local de Crime 
Contra a Pessoa, Local de Crime Contra o Patrimônio, Meio Ambiente, Multimí-
dia, dentre outros. 
A função mais relevante do Perito Criminal é a busca da verdade mate-
rial com base exclusivamente na técnica. Não cabe ao Perito Criminal acusar ou 
suspeitar, mas apenas examinar os fatos e elucidá-los. Desventrar todos os as-
pectos inerentes aos elementos investigados, do ponto exclusivamente técnico. 
Armamento utilizado 
 
 
 
32 
Os peritos criminais, quando pertencentes aos quadros das policias ci-
vis, polícias científicas, ou da polícia federal, diferem da maioria dos policiais 
civis e militares pelo fato de não praticarem atos de policiamento ostensivo ou 
preventivo especializado. Sendo a atividade das Polícias Científicas (e dos De-
partamentos Técnico-Científicos das Polícias Civis) de natureza estritamente pe-
ricial, é praticamente nula a existência de armamento pesado (como fuzis e sub-
metralhadoras) em posse de Peritos Criminais e policiais técnico-científicos. 
Ainda assim, como estão os peritos sujeitos a trabalhos em locais de 
crime de variada periculosidade e com deslocamento feito em viaturas devida-
mente caracterizadas, a maioria dos Peritos , nos estados da federação em que 
estes estão lotados em órgão policiais, está dotada de pistolas, revólveres e es-
pingardas. 
As principais armas de fogo que são utilizadas pelos Peritos Criminais 
dos estados são as pistolas Taurus nacional, de calibre .40 S&W dos mode-
los: Taurus PT 100, Taurus PT 940, Taurus PT 640, Taurus PT 24/7, enquanto 
os Peritos Criminais Federais adotam como padrão a pistola Glock austríaca, de 
calibre 9 mm Luger, nos modelos G17, G19 e G26. 
Em alguns estados da federação a Polícia Científica se organiza de 
forma independente da Polícia Civil. Com o estatuto do desarmamento, houve a 
perda do porte de arma. Um projeto de lei de 2006 esta em tramitação para re-
avê-lo. 
Autonomia hierárquica 
Como consequência dos protestos, bem como da supracitada valoriza-
ção das carreiras envolvidas na perícia criminal, muitos Estados separaram a 
estrutura dos Institutos de Perícias e de Criminalística das Polícias Civis, resul-
tando na autonomia administrativa, técnica e funcional. 
Em grande parte dos Estados da Federação, o Perito Criminal continua 
integrando uma das várias carreiras existentes nas Polícias Civis, as quais, por 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pistola
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rev%C3%B3lverhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Espingarda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Espingarda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taurus
https://pt.wikipedia.org/wiki/.40_S%26W
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taurus_PT_100
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pistola_PT_940C
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taurus_PT_640
https://pt.wikipedia.org/wiki/Taurus_PT_24/7
https://pt.wikipedia.org/wiki/Glock
https://pt.wikipedia.org/wiki/9_mm_Luger
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https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=G19&action=edit&redlink=1
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força constitucional, são dirigidas, exclusivamente, pelos Delegados de Polícia 
de carreira. 
Esse quadro tem mudado nas últimas décadas, onde diversos estados 
da federação tem se movimentado para prover a autonomia pericial. Atualmente 
os seguintes Estados possuem organismos periciais desvinculados da polícia 
civil:AL - Centro de Perícias Forenses (CPFOR); AP - Polícia Técnico-Científica 
(POLITEC); BA - Departamento de Polícia Técnica (DPT); CE - Perícia Forense 
do Ceará (PEFOCE); GO - Superintendência de Polícia Técnico-Científica; MS - 
Coordenadoria-Geral de Perícias (CGP); MT - Perícia Oficial e Identificação Téc-
nica (POLITEC); PA - Centro de Perícias Científicas (CPC); PB - Instituto de 
Polícia Científica (IPC); PE - Gerência Geral da Polícia Científica (GGPOC); PR 
- Polícia Científica; RN - Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP); RS - Insti-
tuto Geral de Perícias (IGP); SC - Instituto Geral de Perícias (IGP); SE - Coorde-
nadoria Geral de Perícias (COGERP); SP - Superintendência da Polícia Técnico-
Científica (SPTC); TO - Departamento de Polícia Técnica e Cientifica e, mais 
recentemente, RO - Superintendência de Polícia Técnico-Científica (POLITEC). 
Essa é uma tendência que claramente busca assegurar a autonomia pe-
ricial, tornando-a independente da potencial ingerência da autoridade policial, o 
que poderia ocorrer em casos onde o perito deva examinar vestígios relaciona-
dos a eventuais abusos de autoridade, uma situação possível principalmente em 
crimes relacionados à afronta aos direitos humanos. Essa tendência de desvin-
culação vai ao encontro do estabelecido no DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DE-
ZEMBRO DE 2009, que aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos, e 
que prevê como um de seus objetivos estratégicos, no âmbito do Ministério da 
Justiça, a proposição de projeto de lei para proporcionar autonomia administra-
tiva e funcional dos órgãos periciais federais. 
As associações de classe dos Peritos Criminais ressaltam que tal movi-
mentação decorre da inexistência no ordenamento jurídico de uma necessária 
subordinação administrativa do perito à autoridade requisitante dos exames (po-
dendo ser ela o juiz, o delegado de polícia ou o ministério público), tampouco de 
 
 
 
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qualquer subordinação funcional além daquela estrita e necessariamente esta-
belecida no Código de Processo Penal, onde determina-se que o Perito fará os 
exames conforme o requisitado pelas autoridade policial ou judiciária. Segundo 
postulam, extrapolar os conceitos da subordinação necessária pode levar a se 
estabelecer situações de dependência que possam comprometer a imparciali-
dade dos exames periciais, haja vista a possibilidade inafastável de coerção ad-
ministrativa ou assédio moral, ainda que de forma velada, por parte de superio-
res hierárquicos, sendo necessário assegurar, acima de qualquer coisa, a subor-
dinação do perito à correção técnica e a busca pela verdade material, por meio 
de sua autonomia técnica, adminstrativa e funcional. 
Seja ou não o órgão pericial pertencente aos quadros policiais civis, 
deve-se observar que a autonomia pericial não faz com que a prova pericial seja 
inatacável e tampouco isso lhe afasta a possibilidade de contraditório, uma vez 
que, às partes será assegurada a indicação de assistentes técnicos, e ao Magis-
trado é assegurado o poder de decisão, não ficando o Magistrado adstriro ao 
laudo do Perito, conforme Art. 182 do Código de Processo Penal: 
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-
lo, no todo ou em parte. 
Dessa forma, o próprio código de processo penal, deixa clara as rela-
ções de independência técnica e funcional que deve existir entre o Perito Oficial 
e a Autoridade Policial, pois estabelece que cabe ao juiz (e somente a este), 
rejeitar, no todo ou em parte, o Laudo produzido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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ZQUEZ, B. Manual de Psicología Forense. Madrid: Siglo XXI, 1993. 
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Eletrônico – 
Século XXI. Versão 3.0. Editora Nova Fronteira & Lexikon Informática, 1999.

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