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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI DEPARTAMENTO DE CLINICA E CIRURGIA VETERINARIA DISCIPLINA: TÉCNICA CIRÚRGICA DOCENTE: FRANCISCO LIMA SILVA ESPLENECTOMIA DISCENTE LUIZ VICTOR INTRODUÇÃO LOCALIZAÇÃO TORÇÃO ESPLÊNICA RUPTURA ESPLÊNICA TRAUMÁTICA NEOPLASIA ESPLÊNICA SUMÁRIO Fonte: Google Imagens DIAGNÓSTICO CUIDADOS PRÉ- OPERATÓRIOS TÉCNICAS CIRÚRGICAS CUIDADOS PÓS- OPERATÓRIOS CONCLUSÃO Baço é considerado um órgão linfoide; Envolvido em funções linfáticas, circulatórias, hematopoiéticas; Exerce um grande papel na defesa do organismo; Possui polpa vermelha responsável pela filtragem do sangue e polpa branca onde ocorre a síntese de fatores de complemento e imunoglobulinas. INTRODUÇÃO Fonte: Google Imagens Baço pode ser acometido por doenças inflamatórias, circulatórias, hematológicas e neoplasias; Alteração no órgão muitas vezes podem ser identificadas por meio de palpação abdominal, diagnóstico por imagem ou laparotomia exploratória; Esplenectomia parcial ou total; Reimplante esplênico *. INTRODUÇÃO Quadrante abdominal cranial esquerdo; Posição ventral na cavidade abdominal; Paralelo a grande curvatura do estômago; Possui artéria e veia esplênica; A abordagem cirúrgica é: incisão na linha abdominal do xifoide até um ponto caudal do umbigo. LOCALIZAÇÃO Fonte: Google Imagens Rotação do baço em seu pedículo vascular; Ocorre frequentemente acompanhado de dilatação vólvulo gástrica; Oclusão parcial ou total da veia esplênica (esplenomegalia congesta); Irrigação comprometida quando ocorre a oclusão da artéria esplênica( infarto esplênico podendo evoluir para necrose tecidual). TORÇÃO ESPLÊNICA Fonte: Google Imagens Quando isolada, pode estar associada a fatores congênitos ou rupturas traumáticas dos ligamentos gastroesplênicos; Casos agudos: pode-se apresentar choque, colapso cardiovascular; Casos crônicos: inespecíficos, alteração na motilidade, vômito. TORÇÃO ESPLÊNICA Figura 1: (A) Imagem ultrassonográfica evidenciando o baço com dimensões acentuadamente aumentadas, contornos irregulares com ecogenicidade reduzida e ecotextura heterogênea devido a áreas amorfas hipoecogênicas, (B) Exposição dos vasos sendo possível visualizar sua torção ; (C) Exposição do baço fora da cavidade abdominal com presença do omento aderido a sua superfície; (D) Baço após sua ressecção FO nt eh ttp s: //w w w 3. dt i.u fv .b r/s ia /v ic os a/ 20 21 /tr ab al ho s/ 15 86 4/ ar qu iv o https://www3.dti.ufv.br/sia/vicosa/2021/trabalhos/15864/arquivo Casos frequentes na Medicina Veterinária; Acidentes automobilísticos, quedas de grandes alturas, maus-tratos; Localizada e em pequena extensão: hematoma intracapsular, sem necessitar de intervenção cirúrgica; Múltiplos pontos ou muito extensa: quadro severo de hemorragia abdominal - Síndrome do Abdômen Agudo. RUPTURA ESPLÊNICA TRAUMÁTICA Figura 1: Figura ilustrando trauma esplênico, com o comprometimento de todo o órgão. Motivo mais comum para realizar esplenectomia total em cães e gatos; Origens: Vasos Sanguíneos, técidos linfoides, músculo liso e tecidos fibrosos; Neoplasias malignas + comuns: Hemangiossarcoma (em cães), linfossarcoma e mastocitoma (em gatos); Maioria dos tumores: Origem Primária;1. Caráter maligno.2. Características: NEOPLASIA ESPLÊNICA Patologia da Neoplasia Nódulos solitários ou múltiplos;1. Firmes;2. Esplenomegaliacos focais ou generalizados (linfoma esplênico).3. Neoplasias benignas ou afecções sistêmicas (alterações circulatórias, inflamatórias e hematológicas, além de hiperplasia linfoide) , são respectivamente, sintomatologicamente similar e de natureza inespecífica; Assim como a neoplasia maligna, também: Formam nódulos e esplenomegalia;1. Alteram parênquima esplênico.2. Devido a este fato o clínico, deve se atentar ao exame a ser solicitado para o diagnóstico. NEOPLASIA ESPLÊNICA N.Benigna x N.Maligna x Afecções sistêmicas Exames bioquímicos e hematológicos; Síndrome paraneoplásicas; Parâmetros alterados, assemelhando-se à patologias não neoplásicas Exame clínico: Palpação abdominal :Aumento do volume esplênico com dor ao palpar e hemorragia abdominal por ruptura esplênica não traumática( Síndrome de abdômen agudo); Mucosas hipocoradas, aumento da frequência cardíaca e respiratória (varia com quadro do animal e é inconclusivo). DIAGNÓSTICO Diagnóstico Ultrassom Eficaz para achar esplenomegália, efusão pleural e focos de metástases abdominais; FAST: Avaliar trauma abdominal fechado e localizar hemorragia. Radiográfia Detecta gás presente em casos crónicos, imagem similar a massa abdominal e deslocamento de orgãos devido a aumento esplênico; Inconclusivo e não tão usual, hemoperitônio dificulta a visualização radiográfica. DIAGNÓSTICO Diagnóstico Histopatológico (DEFINITIVO) Biopsia percutânea, punção aspirativa por agulha fina guiada por US; Histopatológico no período transoperatório de laparotomia exploratória (fixação em nitrogênio); Sendo o diagnóstico decisivo para a escolha do tipo de cirurgia realizada. DIAGNÓSTICO Diagnóstico CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS: Avaliação do Paciente:1. O paciente é submetido a uma avaliação completa, incluindo história clínica detalhada, exame físico e exames laboratoriais; Exames de imagem como ultrassonografia abdominal e radiografias torácicas. Exames Pré-anestésicos: Exames de sangue (hemograma completo, bioquímico) são realizados para avaliar a função renal, hepática e hematológica do paciente; Testes de coagulação, como tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa), podem ser realizados para avaliar o risco de sangramento durante a cirurgia. CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS: 2. Avaliação do Paciente: 3. Preparação Cirúrgica: Antissepsia frequentemente usando soluções de clorexidina ou iodo povidona; Medicação pré-anestésica para sedação (acepromazina e midazolam) e analgesia (morfina ou fenatil) antes da indução da anestesia geral; Pré-medicação Antiemética (Maropitant) e uma Anticolinérgicos (Atropina ou glicopirrolato) para minimizar os efeitos colaterais dos agentes anestésicos. CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS: Esplenectomia Total Neoplasias Malignas; Esplenomegalia hematológicas hemorrágicas; Casos de ruptura esplênica não traumática em que não é possível realizar exame transoperatório; Casos de neoplasias maligna, acompanhado por tratamento protocolar de quimioterápicos; Esplenectomia Parcial Neoplasia benignas; Esplenomegalias hematológicas não hemorrágicas. OBS: Prognóstico dependera do tipo de alteração neoplásica e o tempo que levou-se para diagnostico e tratamento. OBS2: Procedimentos serão agressivos na medida do possível, removendo todos os possiveis tecidos acometidos (omento e linfonodos). TÉCNICAS CIRÚRGICAS Escolha da técnica Acesso: laporotomia pré-retroumbilical;1. Dupla ligadura dos vasos hilares que suprem região; 2. Observa-se a região de isquemia, realiza-se uma compressão suave com os dedos, afastando da polpa esplênica; 3. Posiciona 2 piças hemostáticas na região, realizando a incisão entre as pinças e a ressecção do segmento isquêmico; 4. Sutura “U” continuo por baixo da pinça com fio absorvivel 3-0 ou 4-0 ou com fios inabsorviveis que não ocasionem problemas á curto,médio ou longo prazo; 5. Em caso de sangramentos em algum ponto, aplica- se pontos separados. 6. TÉCNICAS CIRÚRGICAS Esplenectomia parcial TÉCNICAS CIRÚRGICAS Esplenectomia Total Semelhante à esplenectomia parcial; Todos os vasos hilares devem ser duplamente ligados e seccionados próximo ao baço; Cuidado para não seccionar os ramos gástricos próximos a curvatura maior do estômago; Uma técnica alternativa é a abertura da bolsa omental e ligadura dupla da artéria esplênica após a origem do ramo pancreático. TÉCNICAS CIRÚRGICAS Reimplante esplênico Mantêm função inata dos órgão reduz chances de infarto do miocárdio e evita a infecção hiperaguda; Realiza-se após a esplenectomia total; Mantendo o baço em uma compressa úmida, faz-se incisões transversais no baço , confeccionando3-5 pedaços pequenos do órgão (neovascularização e viabilidade); E os coloca sob o omento, criando uma bolsa omental, fixando-a usando três pontos separados; Monitoramento Pós-operatório:1. O paciente é monitorado para detectar sinais de complicações, alterações nos sinais vitais, dor, sangramento ou sinais de infecção. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS: 2. Controle da Dor: Analgésicos são administrados conforme necessário para controlar a dor pós-operatória (opioides, anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e medicamentos adjuvantes). CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS: 3. Fluidoterapia e Suporte Nutricional: Fluidoterapia intravenosa no período pós-operatório para manter a hidratação e a perfusão adequadas dos órgãos; Em alguns casos, nutrição parenteral ou enteral pode ser necessária, especialmente se o paciente estiver inapetente ou incapaz de tolerar a alimentação oral imediatamente após a cirurgia. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS: 4. Cuidados com a Incisão Cirúrgica: A incisão cirúrgica é inspecionada regularmente quanto a sinais de infecção, como vermelhidão, calor, inchaço ou drenagem purulenta; Os pontos são removidos em aproximadamente 10 a 14 dias após a cirurgia, dependendo da técnica cirúrgica e da resposta individual do paciente à cicatrização. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS: 5. Retorno à Alimentação e Atividade: A alimentação oral geralmente é reintroduzida gradualmente conforme a tolerância do paciente; O retorno à atividade física normal é gradual, restrições de exercícios frequentemente recomendadas por algumas semanas após a cirurgia. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS: Órgão importante para o sistema imunológico, sempre que possível, deve-se preservá-lo; Nos casos em que a esplenectomia total for necessária, e não se tratando de neoplasias, deve-se aplicar a técnica do reimplante esplênico; A inadequada realização das técnicas pode ser a principal causa de insucessos dos procedimentos cirúrgicos, estando o prognóstico diretamente ligado à demora no diagnóstico e à aplicação do tratamento. CONCLUSÃO CIRINO, L. M. I. Manual de técnica cirúrgica para graduação. São Paulo: Sarvier, 2003. FOSSUM, T.W, CAPLAN, E.R. Cirurgia do Sistema Hemolinfático. In. FOSSUM, T.W.Cirurgia de pequenos animais 4 ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier p. 685 – 700, 2014. OLIVEIRA, André Lacerda de Abreu. Cirurgia Veterinária em Pequenos Animais. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2022. 720 p. REFERÊNCIAS