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R O N N IE C H U A /S H U TT E R S TO C K Nas usinas hidrelétricas, como a da foto, a energia potencial gravitacional da água repre- sada pela barragem é transformada, durante a queda, em energia cinética, que, por sua vez, movimenta o eixo de um gerador a fim de ge- rar energia elétrica para uso geral. As formas de energia e suas transformações em sistemas mecânicos serão estudadas neste capítulo. Capítulo 12 Energia mecânica 143 12 Capítulo Movimento uniforme (MU)Energia mecânica Enem C5: H17, H18 C6: H20 Anotações Biblioteca do professor 1 Introdução Quando falamos em energia, a primeira pergunta que nos vem à cabeça é: "O que é energia?". Não existe uma resposta simples e direta para essa pergunta. Ao longo desta introdução, vamos apresentar argumentos para formar uma primeira ideia sobre esse conceito. Apresentar os conceitos de energia cinética, energia potencial gravitacional, energia potencial elástica e energia mecânica. Resolver exercícios usando a conservação da energia mecânica. Estudar os diagramas de energia e aplicar suas propriedades na resolução de exercícios. Objetivos do capítulo energia elétrica, ou então: “Fulano tem muita força...”; no entanto, ninguém armazena força. A força está relacionada a uma ação e por meio dela podemos realizar trabalho e modificar a energia de um sistema. Assim, embora apare- çam juntos em muitas situações, os conceitos de força e energia são distintos. A seguir, iniciaremos o estudo das formas de energia presentes nos sistemas mecânicos. 2 Energia cinética (Ec) Como vimos no capítulo anterior, energia cinética é uma forma de energia associada ao movimento dos corpos. Os movimentos dos corpos podem ser divididos em movimentos de translação e movimentos de rotação. Des- se modo, temos energia cinética de translação e energia cinética de rotação. Quando estudamos movimentos de pontos materiais, a energia cinética envolvida é somente a de translação. A energia cinética de rotação é considerada apenas no estudo dos movimentos dos corpos extensos. Inicialmente, serão estudados apenas os movimentos dos pontos materiais, envolvendo, portanto, somente a energia cinética de translação. Daqui em diante, vamos denominá-la apenas energia cinética (Ec). A energia cinética de um ponto material de massa m e velocidade escalar v é dada por: 5E mv2 1 c 2 N IC K D O LD IN G /G E TT Y IM A G E S Na natureza, há muitas situações em que ocorre a con- servação de alguma grandeza física. Energia, quantidade de movimento e quantidade de carga elétrica são exem- plos de grandezas que se conservam sob certas condições. Os sistemas físicos trocam e transformam energia quando interagem. A energia é a “moeda de troca” da natureza. A natureza “contabiliza” a energia simplesmen- te somando ou subtraindo as quantidades que vão de um sistema para outro. A energia não é criada nem perdida, apenas é transformada de um tipo em outro. A energia é uma grandeza escalar! Estudaremos diversos tipos ou modalidades de energia que, por processos convenientes, podem ser convertidas umas nas outras. O corpo humano faz isso constantemente. Os alimentos que ingerimos são metabolizados e transfor- mados em energia para o desempenho de nossas ativida- des e nosso desenvolvimento. A energia que recebemos do Sol é aproveitada de diversas maneiras e transformada em outros tipos de energia utilizável, como a energia elétrica. No cotidiano, os termos energia e força muitas vezes são usados como sinônimos. Você, por exemplo, já deve ter dito ou ouvido frases como: “Mãããe, acabou a força!”; quando, na verdade, houve interrupção no fornecimento de FL O R IA N G A E R TN E R /P H O TO TH E K /G E TT Y IM A G E S Descargas elétricas atmosféricas convertem enormes quantidades de energia elétrica em energias térmica, sonora e luminosa. Ao movimento do carro da montanha-russa é associada certa quantidade de energia cinética. R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Física – Nicolau Torres Penteado144 Como a velocidade depende do referencial adotado, a energia cinética também depende do referencial. Se, por exemplo, você estiver sentado no banco de um trem que está em movimento em relação à Terra, sua energia cinética será nula em relação ao próprio trem e não nula em relação ao solo, onde são fixados os trilhos da via férrea. A energia cinética é uma grandeza escalar que depende do módulo da velocidade do corpo, ou seja, não depende da direção (horizontal, vertical ou oblíqua) nem da orientação da velocidade do corpo (para cima, para baixo, para a direita ou para a esquerda). No SI, a massa é medida em quilograma (kg), e a velocidade, em metro por segundo (m/s). Assim, já que o coeficiente 2 1 é adimensional, a unidade de energia cinética no SI é: kg s m kg s m m N m joule (J)5 5 5? ? ? ? newton (N) 2 2c m > Outras unidades de energia serão estudadas e usa- das oportunamente. A caloria (cal), o quilowatt-hora (kWh), a unidade térmica britânica (BTU: british thermal unity) e o elétron-volt (eV) são exemplos de unidades de energia usadas em áreas específicas da Física e da Engenharia. Exercícios resolvidos 1. Um corpo de massa m cai livremente partindo do repouso. v0 = 0 v1; Ec(1) h 4h v2; Ec(2) g Considerando g o módulo da aceleração da gravidade local, comparar: a) os valores v1 e v2 das velocidades escalares do corpo depois de ele percorrer as distâncias h e 4h, medidas a partir do ponto inicial da queda; b) as energias cinéticas Ec(1) e Ec(2) do corpo nos pontos consi- derados no item a. LU IZ R U B IO Solução a) Vamos usar a equação de Torricelli duas vezes. Do início ao final do percurso de distância h, temos: 5 1 aDv v s21 2 0 2 1 ] h( )5 1 1? ?v g0 21 2 2 ] ] 5v gh21 2 ] 5v gh21 Do início ao final do percurso de distância 4h, temos: 5 1 aDv v s22 2 0 2 2 ] ( ) ( )5 1 1? ?v g h0 2 42 2 2 ] 5v gh82 2 ] ] 5v gh82 ] 5v gh2 22 1v = ] 5v v22 1 Portanto, ao quadruplicar a distância de queda, a veloci- dade escalar do corpo dobra. b) Das velocidades obtidas no item a, obtemos as seguintes energias cinéticas: Ec(1) 5 2 1 mv2 1 ] Ec(1) 5 2 1 m ? (2gh) ] Ec(1) 5 mgh Ec(2) 5 2 1 mv2 2 ] Ec(2) 5 2 1 m ? (8gh) ] Ec(2) 5 4mgh Comparando as energias cinéticas Ec(1) e Ec(2) do corpo, temos: Ec(2) 5 4Ec(1) Esse resultado mostra que a energia cinética quadruplica quando a velocidade escalar do corpo dobra. 3 Energia potencial gravitacional (Epgrav. ) Energia potencial gravitacional é uma forma de ener- gia associada ao trabalho da força peso. A N D R E W Z A R IV N Y /S H U TT E R S TO C K A água represada a grande altura, numa usina hidrelétrica, armazena enorme quantidade de energia potencial gravitacional. R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Capítulo 12 Energia mecânica 145 h Epgrav. = 0 Nível de referência Epgrav. = +mgh g Solo h Epgrav. = 0 Nível de referência Epgrav. = –mgh g Solo h Bola 3 Nível 3 Bola 2 Nível 2 Bola 1 Nível 1 h Se soltarmos uma bola de certa altura h acima do solo e desprezarmos a resistência do ar, ela cairá, adquirindo energia cinética durante a queda. Como não é possível criar nem destruir energia, concluímos que a energia cinética ad- quirida pela bola durante sua queda já estava armazenada em sua posição inicial. Essa energia, momentaneamente armazenada numa posição inicial, devido à interação entre a Terra e o corpo, é chamada de energia potencial gravita- cional (Epgrav. ). Dizemos que a energia potencial gravitacional inicial da bola na altura h foi gradativamente convertida em energia cinética durante sua queda. Considerando nula a energia potencial/SLV /SUO /SVE /TUR /UKR /ENU (Use these settings to create Adobe PDF documents suitable for reliable viewing and printing of business documents. Created PDF documents can be opened with Acrobat and Adobe Reader 6.0 and later.) >> >> setdistillerparams > setpagedevicegravitacional no solo, ao fim da queda, a energia cinética final da bola tem valor igual ao de sua energia potencial gravitacional inicial. Se mudarmos a situação, isto é, se lançarmos a bola do solo para o alto com a mesma energia cinética com a qual ela chegou após a queda, ela atingirá a mesma altura h da qual foi solta no primeiro experimento. O valor da energia potencial gravitacional é calculado em relação a um nível horizontal de referência, em geral o solo, no qual adotamos Epgrav. 5 0. A figura 1 mostra os valores da energia potencial gra- vitacional de um corpo no solo, adotado como nível zero para essa energia, e a uma altura h acima do nível adotado. Acima do nível de referência, a energia potencial gra- vitacional é positiva: Epgrav. 5 1mgh Figura 1. O valor da energia potencial gravitacional de um corpo depende da escolha de um nível de referência. Na altura h (acima do nível de referência), o corpo precisa perder uma quantidade mgh de energia potencial gravitacional para chegar ao nível de referência. Epgrav. Bola 1 Bola 2 Bola 3 Nível 1 0 1mgh 12mgh Nível 2 2mgh 0 1mgh Nível 3 22mgh 2mgh 0 Figura 2. Na altura h (abaixo do nível de referência), o corpo precisa ganhar uma quantidade 1mgh de energia potencial gravitacional para chegar ao nível de referência. A figura 2 mostra a energia potencial gravitacional de um corpo no solo e a uma distância h abaixo do nível zero de energia potencial gravitacional, em um buraco. Abaixo do nível de referência, a energia potencial gravitacional é negativa: Epgrav. 5 2mgh Você, sentado em sua cadeira participando das aulas, tem energia potencial gravitacional positiva em relação ao chão da sala, pois está acima dele. Porém, em relação ao teto dessa mesma sala, sua energia potencial gravitacional é negativa, pois você está abaixo dele. Energia potencial gravitacional positiva significa que o corpo pode, espontaneamente, chegar ao nível zero de energia potencial (o corpo pode cair). Energia potencial gravitacional negativa significa que o corpo não pode, es- pontaneamente, chegar ao nível zero de energia potencial; para chegar ao nível zero é necessária a realização de um trabalho. Mais adiante, em outros contextos, encontraremos outros tipos de energias potenciais (elástica e elétrica, por exemplo), que podem ser tanto positivas como negativas. Resumindo, podemos calcular a energia potencial gravitacional em relação a qualquer plano horizontal de referência, para o qual adotamos Epgrav. 5 0. Acima desse plano, o corpo tem energia potencial gravitacional positiva: Epgrav. 5 1mgh. Abaixo desse plano, o corpo tem energia potencial gravitacional negativa: Epgrav. 5 2mgh. A tabela abaixo mostra a energia potencial gravitacional de três bolas, para três níveis de referência diferentes (fig. 3). Observe que, para uma mesma bola, a energia po- tencial gravitacional varia de acordo com o nível de refe- rência considerado. No entanto, a diferença nos valores das energias potenciais gravitacionais entre dois níveis quaisquer é sempre a mesma, isto é, a energia potencial gravitacional no nível 2 é sempre mgh acima da energia potencial gravitacional no nível 1. A energia potencial gravitacional no nível 3 é sempre mgh acima da energia potencial gravitacional no nível 2 e sempre 2mgh acima da energia potencial gravitacional no nível 1.IL U S TR A Ç Õ E S : L U IZ R U B IO Figura 3. A energia potencial gravitacional de cada bola depende do nível de referência adotado. R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Física – Nicolau Torres Penteado146 Observe também que, quando deslocamos o corpo en- tre dois níveis quaisquer, a diferença entre os valores inicial e final da energia potencial gravitacional é exatamente igual ao trabalho da força peso nesse deslocamento. Veja os exemplos a seguir: I. Uma bola vai do nível 2 para o nível 1, que é tomado como referência. Epgrav.(2) 2 Epgrav.(1) 5 1mgh 2 0 5 1mgh 5 t ( )P 2 1" II. Uma bola vai do nível 1, que é tomado como refe- rência, para o nível 3. Epgrav.(1) 2 Epgrav.(3) 5 0 2 (12mgh) 5 22mgh 5 t ( )P 1 3" Portanto, para a força peso (P ), são sempre verdadeiras as igualdades: tP 5 2DEpgrav. ] tP 5 Epgrav.(inicial) 2 Epgrav.(final) Exercícios resolvidos 2. Uma bola de massa 0,5 kg cai livremente, a partir do repouso, de uma altura H 5 45 m acima do solo plano e horizontal, num local onde a influência do ar é desprezível e o módulo g da aceleração da gravidade local pode ser considerado igual a 10 m/s2. Determinar para essa bola, em relação ao solo: a) a energia potencial gravitacional inicial, Epgrav.(inicial) ; b) a energia cinética ao atingir o solo, Ec(solo); c) a velocidade escalar ao atingir o solo, vsolo. Solução a) Epgrav.(inicial) 5 1mgH ] Epgrav.(inicial) 5 10,5 ? 10 ? 45 [ Epgrav.(inicial) 5 225 J b) Durante a queda da bola, a energia potencial gravitacional converte-se em energia cinética. Ao chegar ao solo, a energia cinética da bola será igual à sua energia potencial gravitacio- nal inicial. Assim: Ec(solo) 5 Epgrav.(inicial) 5 225 J c) Ec(solo)5 2 1 mv2 solo ⇒ 225 5 2 1 ? 0,5 ? v2 solo ⇒ v2 solo 5 900 [ vsolo 5 30 m/s 3. Retomando o exercício anterior, quando a bola estiver a uma altura h 5 16,2 m acima do solo, determinar: a) a energia potencial gravitacional da bola, Epgrav.(h) ; b) a energia cinética da bola, Ec(h); c) a velocidade escalar da bola, vh. Solução a) Epgrav.(h) 5 1mgh ⇒ Epgrav.(h) 5 10,5 ? 10 ? 16,2 [ Epgrav.(h) 5 81 J b) Pelo resultado obtido no item a, vemos que houve um decréscimo de 144 J na energia potencial gravitacional da bola da posição inicial até a altura h (225 J 2 81 J 5 144 J). Essa energia potencial foi transformada em energia ciné- tica. Portanto, a 16,2 m acima do solo, a energia cinética da bola vale: Ec(h) 5 144 J c) Usando o resultado do item b, temos: Ec(h) 5 2 1 mvh 2 ] 144 5 2 1 ? 0,5 ? vh 2 ] vh 2 5 576 [ vh 5 24 m/s 4 Energia potencial elástica (Epelást. ) Energia potencial elástica é a energia associada ao tra- balho da força elástica, que, por sua vez, é associado a uma deformação elástica que tende a retornar à posição inicial. Uma mola que pode ser comprimida ou distendida (fig. 4), uma barra que pode ser flexionada ou torcida (fig. 5) ou um arco que pode ser flexionado (fig. 6) são exemplos de corpos que, quando deformados, armazenam momentaneamente energia potencial devido à deformação provocada. Essa energia potencial é denominada energia potencial elás- tica. Daremos maior atenção à energia potencial elástica armazenada em molas. Figura 4. A mola helicoidal, quando comprimida ou tracionada, armazena energia potencial elástica. S TO C K S N A P P E R /S H U TT E R S TO C K Figura 6. Flexionado pela corda, o arco armazena energia potencial elástica. Figura 5. Energia potencial elástica armazenada por torção em uma barra. S E B A S TI A N K A H N E R T/ P IC TU R E - -A LL IA N C E /D PA /A P IM A G E S /G LO W IM A G E S A D IL S O N S E C C O R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Capítulo 12 Energia mecânica 147 Comente com os alunos que os itens c dos exercícios 2 e 3 também podem ser re- solvidos com as equações da Cinemática, como a equação de Torricelli, por exemplo. Damos o nome de energia potencial elástica (Epelást. ) a essa energia armazenada na mola não deformada. Ela é calculada pelo trabalho da força elástica ao deslocar o bloco de P até O (tomado como ponto de referência): Epelást. 5 kx2 1 2 Analogamente ao trabalho da força peso, o trabalho da força elástica também é dado por: tFelást. 5 2DEpelást. ] tFelást.5 Epelást.(inicial) 2 Epelást.(final) x m k k m P O L – L0 L F L0 Figura 7. Mola distendida pela ação da força F . Abandonando o bloco (com F 5 0), ele se desloca sob ação da força elástica Felást.. b) Epelást. 5 2 1 kx2 ] 1,2 5 2 1 k ? (2,0 ? 1022)2 [ k 5 6.000 N/m ] ] k 5 60 N/cm 5. Um corpo de massa 250 g está comprimindo uma mola de constante elástica k desconhecida, sem estar preso a ela. Quando o sistema massa-mola é liberado, o corpo é impulsionado sobre um plano horizontal sem atrito e, ao perder contato com a mola, está com velocidade escalar v 5 2 m/s. Na posição inicial, o corpo está em repouso e a mola apresenta comprimento 10 cm menor que o normal. 10 cm 250 g k k 250 g v Para esse sistema, determinar: a) a energia potencial elástica armazenada inicialmente na mola, Epelást.(inicial) ; b) o valor da constante elástica k; c) a intensidade da força que a mola aplicava inicialmente no corpo, Felást.. Solução a) Inicialmente, vamos converter as unidades dadas para o SI. Massa do corpo: m 5 250 g 5 250 ? 1023 kg 5 25 ? 1022 kg Compressão da mola: x 5 10 cm 5 10 ? 1022 m 5 1021 m A energia potencial elástica armazenada na mola é con- vertida em energia cinética do corpo imediatamente após perder o contato com ela. Portanto: Epelást.(inicial) 5 Ec(final) 5 2 1 mv2 ] Epelást.(inicial) 5 2 1 ? 25 ? 1022 ? 22 [ Epelást.(inicial) 5 50 ? 1022 J ] Epelást.(inicial) 5 0,50 J b) Epelást.(inicial) 5 2 1 kx2 ] 50 ? 1022 5 2 1 k ? (1021)2 [ k 5 100 N/m ] k 5 1 N/cm c) Felást. 5 kx ] Felást. 5 (100 N/m) ? (1021 m) ] Felást. 5 10 N ou Felást. 5 kx ] Felást. 5 (1 N/cm) ? (10 cm) ] Felást. 5 10 N Exercícios resolvidos 4. a) Uma mola de constante elástica k 5 400 N/m sofre uma deformação x 5 20 cm. Determinar a energia potencial elástica armazenada na mola, em joule. b) Uma mola de constante elástica k desconhecida armaze- na uma energia potencial elástica de 1,2 J, quando disten- dida 2,0 cm. Determinar o valor de k, em N/cm. Solução a) Epelást. 5 2 1 kx2 ] Epelást. 5 2 1 ? (400 N/m) ? 20 10 m? 2 20 2 cm 2` j 1 2 34444 4444 ] ] Epelást. 5 8,0 J Consideremos o sistema elástico constituído por um bloco de massa m e uma mola de constante elástica k (fig. 7). Vamos aplicar ao bloco uma força F que provoca na mola a deformação x 5 L 2 L0, em que L0 é o compri- mento inicial da mola, isto é, o comprimento da mola sem deformação (ponto O), e L é o comprimento final da mola deformada (ponto P). Ao ser abandonado em P, o bloco se desloca pela ação da força elástica Felást. e adquire energia cinética. Como não é possível criar nem destruir energia, concluímos que a energia cinética que o bloco adquire estava armazenada na mola deformada, com o bloco na posição P. IL U S TR A Ç Õ E S : A D IL S O N S E C C O R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Física – Nicolau Torres Penteado148 Comente com os alunos que não é possível obter o resultado correto ao substituir, na expressão da ener- gia potencial elástica, a distensão x em centímetro, mesmo usando a constante elástica k = 4 N/cm. m O T P T P 5 Conservação da energia mecânica Podemos dividir as forças em dois grandes grupos. O primeiro grupo é o das forças conservativas. Essas forças sempre estão associadas a algum tipo de energia potencial (Ep). A força peso, a força elástica e a força de interação eletrostática são exemplos desse tipo de força, associadas respectivamente às energias potenciais gravitacional, elástica e elétrica. No segundo grupo, estão as forças não conservativas, que podem ou não realizar trabalho sobre o sistema. A força de atrito entre sólidos e as forças de resistência exercidas pelos fluidos são exemplos de forças que “degradam” a energia do sistema, em geral na forma de calor, e por esse motivo são denominadas forças dissipativas. Em nosso estudo, os sistemas físicos serão analisa- dos macroscopicamente, pois, a rigor, podemos dizer que microscopicamente não existem forças não conser- vativas, todas as forças têm origem nas quatro forças fundamentais da natureza que definem as interações das partículas que constituem a matéria. Essas forças, gravitacional, eletromagnética e nucleares forte e fraca, são todas conservativas. Chamamos de energia mecânica de um sistema físico a soma de energias cinética, potencial gravitacional e potencial elástica, em um dado instante. Quando, em um sistema físico, a energia mecânica se conserva, dizemos que esse sistema é conservativo. Um sistema físico é con- siderado conservativo em duas situações: B A L A R U E /A LA M Y /G LO W IM A G E S Em uma usina hidrelétrica, parte da energia potencial gravitacional da água represada é convertida em energia cinética com a abertura das comportas. Figura 8. Pêndulo simples oscilando livremente. Quando levantamos um corpo muito lentamente por meio de um fio, a partir do chão, até uma altura qualquer, atuam sobre o corpo pelo menos duas forças: seu peso e a força de tração (fig. 9). Como esse é um deslocamento muito lento, pode-se desprezar a influência da força de resistência do ar. Contudo, esse sistema não pode ser con- siderado conservativo, uma vez que a força de tração no fio está realizando trabalho. A ação dessa força aumenta a energia mecânica do sistema e fornece ao corpo energia potencial gravitacional em relação ao chão. Portanto, a tração no fio é uma força não conservativa que está rea- lizando trabalho. Figura 9. Forças que atuam em um corpo que é levantado por um fio. quando sobre ele só atuam forças conservativas; quando as forças não conservativas que atuam sobre ele não realizam trabalho. Nos exemplos a seguir, são descritos alguns sistemas conservativos e não conservativos. Em uma queda livre, podemos considerar o sistema conservativo, uma vez que a única força atuante nesse sistema é a força peso, que é conservativa. Um pêndulo simples oscilando livremente pela ação da gravidade (fig. 8) é um sistema conservativo. Somente o peso do corpo oscilante realiza trabalho durante o mo- vimento. A força de tração exercida pelo fio, que é não conservativa, não realiza trabalho, pois é sempre perpen- dicular à trajetória circular do corpo. IL U S TR A Ç Õ E S : L U IZ R U B IO R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Capítulo 12 Energia mecânica 149 P N Fat No exemplo anterior, se desconsiderarmos a resis- tência do ar e o atrito entre as superfícies da rampa e do corpo, o sistema poderá ser considerado conservativo, pois a força de reação normal exercida pela rampa não realiza trabalho por ser perpendicular ao deslocamen- to do corpo em todo o trajeto. A força normal é uma força não conservativa que, nesse exemplo, não realiza trabalho. Podemos sintetizar e simplificar o conceito de sistema conservativo dizendo que o sistema é conservativo quan- do somente as forças conservativas que atuam sobre ele realizam trabalho. O enunciado a seguir é o princípio da conservação da energia mecânica: Em um sistema conservativo, é constante a soma dos valores das energias cinética (Ec), potencial gravitacional (Epgrav. ) e potencial elástica (Epelást. ), em qualquer instante ou posição. Essa soma é a energia mecânica do sistema (Emec.). Em notação algébrica fica assim: Ec 1 Epgrav. 1 Epelást. 5 Emec. 5 k (constante) ou Emec.(inicial) 5 Emec.(final) ] ] Ec(inicial) 1 Epgrav.(inicial) 1 Epelást.(inicial) 5 Ec(final) 1 Epgrav.(final) 1 Epelást.(final) Figura 10. Forças que atuam em um corpo que escorrega por uma rampa. Quando um corpo escorrega por uma rampa (fig. 10), pelo menos duas forças atuam sobre ele: o peso do corpo e a força exercida pela rampa sobre ele,que, para simplificar, pode ser decomposta na força de reação normal exercida pela rampa e na força de atrito. Novamente, mesmo não considerando a força de resistência do ar, o sistema não é conservativo devido ao trabalho realizado pela força de atrito, que é uma força dissipativa e, portanto, não conservativa. Neste experimento, você verificará a conservação da energia mecânica em um sistema simples. Para realizá-lo, você vai precisar de uma bola de basque- te e de uma corda de náilon com uns 2 m de comprimento. Prenda firmemente uma das extremidades da corda à bola. Certifique-se de que a bola está bem presa à corda. Prenda a outra extremidade a um galho de árvore ou a um ponto qualquer, criando um pêndulo. Desloque a bola da posição natural de equilíbrio e, mantendo a corda esticada, posicione-a junto a seu queixo. Solte a bola sem empurrar e permaneça imóvel. A bola irá se deslocar em seu movimento pendular e, na volta, retornará à posição inicial, a milímetros de seu queixo, conforme esquema abaixo. De acordo com o princípio da conservação da ener- gia, no retorno, a bola não poderá ter uma energia potencial maior do que a que tinha quando partiu. Portanto, você não precisa se preocupar, pois ela não atingirá uma altura maior que a do momento inicial, quando foi abandonada. Após oscilar durante certo intervalo de tempo, a bola para. Explique o que ocorreu em termos de ener- gia e responda: houve conservação de energia? E de energia mecânica? A D IL S O N S E C C O Atividade prática Eventualmente, uma ou outra dessas parcelas pode ser nula no instante considerado ou até pode não existir no sistema conservativo em estudo. De modo geral, para qualquer sistema de forças conservativas, podemos escrever o trabalho (tfc) dessas forças como: tfc 5 Ep(inicial) 2 Ep(final) A igualdade acima é conhecida como teorema das forças conservativas. Quando o sistema não é conservativo, a variação da energia mecânica do sistema corresponde ao trabalho das forças não conservativas (tfnc): tfnc 5 DEmec. Suplemento LU IZ R U B IO R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Física – Nicolau Torres Penteado150 Exercícios propostos 1. Se o módulo da velocidade escalar de uma partícula tripli- car de valor, a energia cinética associada ao movimento dessa partícula ficará multiplicada por: a) 1 b) 3 c) 4,5 d) 6 e) 9 2. Se a energia cinética de uma partícula for reduzida para 4 1 do seu valor inicial, o módulo da velocidade escalar dessa partícula ficará reduzido: a) a 4 1 do seu valor inicial. b) à metade do seu valor inicial. c) a 4 3 do seu valor inicial. d) a 16 1 do seu valor inicial. e) a 16 9 do seu valor inicial. 3. Considere duas partículas A e B cujas massas são tais que mB 5 2mA. Se a energia cinética de A é 8 1 da energia cinética de B, podemos dizer que a razão v v B A entre os módulos de suas velocidades escalares é: a) 8 1 b) 4 1 c) 2 1 d) 1 e) 4 4. Dos gráficos a seguir, qual representa melhor a energia cinética de um móvel em queda livre a partir do repouso, em relação ao solo e em função do tempo? a) Ec 0 t b) Ec 0 Arco de parábola t c) Ec 0 Arco de parábola t d) Ec 0 t e) Ec 0 Arco de parábola t x x x x Exercícios resolvidos 6. Na figura abaixo, um esquiador passa pelo ponto A com velocidade escalar de 8,0 m/s. A pista de gelo é suficien- temente lisa para que possamos desprezar a influência do atrito e o ar também não oferece resistência considerável. A 3,2 m 1,8 m B C Adotando para a aceleração da gravidade o valor g 5 10 m/s2, determinar: a) a velocidade escalar do esquiador ao passar pelo ponto B; b) a velocidade escalar do esquiador ao atingir o ponto C. Solução a) Vamos adotar o ponto A como nível de referência para a energia potencial gravitacional do esquiador, isto é, Epgrav.(A) 5 0. Aplicando o princípio da conservação da energia mecâni- ca nos pontos A e B, temos: Emec.(A) 5 Emec.(B) ] ] Ec(A) 1 Epgrav.(A) 5 Ec(B) 1 Epgrav.(B) ] ] 2 1 mvA 2 1 0 5 2 1 mvB 2 1 mghB ] ] 2 1 (8,0)2 5 2 1 vB 2 1 10 ? (21,8) ] ] vB 2 5 100 [ vB 5 10 m/s O sinal negativo de hB se deve ao fato de B estar abaixo do nível do ponto A (nível de referência adotado). Observação b) Aplicando o princípio da conservação da energia mecâni- ca nos pontos A e C, temos: E mec.(A) = E mec.(C ) ] Ec(A) 1 Epgrav.(A) 5 Ec(C) 1 Epgrav.(C) ] ] 2 1 mvA 2 1 0 5 2 1 mvC 2 1 mghC ] ] 2 1 (8,0)2 5 2 1 vC 2 1 10 ? 3,2 ] ] vC 2 5 0 ] vC 5 0 Para calcular de outro modo a velocidade escalar do es- quiador ao atingir C, podemos aplicar o princípio da con- servação da energia mecânica nos pontos B e C, assim: Emec.(B) = Emec.(C) ] ] Ec(B) 1 Epgrav.(B) 5 Ec(C) 1 Epgrav.(C) ] ] 2 1 ? mvB 2 1 mghB 5 2 1 mvC 2 1 mghC ] ] 2 1 ? 102 1 10 ? (21,8) 5 2 1 vC 2 1 10 ? 3,2 ] ] vC 2 5 0 ] vC 5 0 IL U S TR A Ç Õ E S : L U IZ R U B IO R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Capítulo 12 Energia mecânica 151 Sugerimos resolver novamente o exercício 6 tomando o ponto B e/ou o ponto C como nível de referência para a energia potencial gravitacional. 5. Em relação à situação do exercício anterior, qual dos gráficos mostrados a seguir representa melhor a energia potencial gravitacional do móvel em função do tempo, sendo o solo o nível de referência para a energia poten- cial gravitacional? a) Epgrav. 0 t b) Epgrav. 0 t c) Epgrav. 0 Arco de parábola t d) Epgrav. 0 Arco de parábola t e) Epgrav. 0 Arco de parábola t 6. Um corpo, de massa m 5 200 g, é abandonado de uma altura de 20 m, acima do solo plano e horizontal, num local onde a influência do ar é desprezível e o módulo da aceleração da gravidade pode ser adotado como g 5 10 m/s2. Determine, para esse corpo: a) a energia cinética ao chegar ao solo; b) o módulo da velocidade escalar no instante em que ele che- ga ao solo; c) a energia cinética 5 m abaixo do ponto de partida. 7. Um corpo é lançado verticalmente para cima partindo do solo plano e horizontal, com velocidade escalar inicial v0 5 30 m/s, em um local onde a aceleração da gravidade tem módulo g 5 10 m/s2 e o ar exerce influência des- prezível sobre o movimento. Sendo 100 g a massa desse corpo, determine: a) a altura máxima H alcançada pelo corpo, em relação ao solo; b) a altura h, em relação ao solo, do ponto de sua trajetória no qual as energias cinética e potencial gravitacional têm valo- res iguais; c) a energia cinética do corpo quando ele estiver a 40 m acima do solo. x 40 J 20 m/s 10 J H 5 45 m h 5 22,5 m 5 J 8. Três bolas A, B e C, consideradas pontos materiais, são lançadas do ponto P indicado na figura abaixo, com velo- cidades iniciais de módulos iguais a v0. Solo A B CP v0 v0 v0 Desconsiderando quaisquer resistências aos movimentos das bolas, quando elas chegarem ao solo, plano e hori- zontal, suas velocidades vetoriais terão módulos vA, vB e vC tais que: a) vA . vB . vC b) vA , vC , vB c) vA . vB 5 vC d) vA 5 vB 5 vC e) vA . vC . vB 9. Na figura abaixo está representado um diagrama para as energias mecânicas de um sistema conservativo, como função da posição x do móvel na trajetória. A linha trace- jada horizontal representa o valor da energia mecânica do sistema, Emec.. O eixo vertical, E, representa os valores de alguma energia mecânica do sistema. Emec. 0 xx3x2x1 E Considere as afirmações a seguir. I. Nesse diagrama, E pode representar energia potencial gravitacional ou elástica. II. E não pode ser energia potencial. Se assim fosse, no tre- cho entre x 5 0 e x 5 x1, a energia cinética do corpo seria negativa, o que é impossível. III. Para o trecho mostrado,na posição x2 a energia potencial é máxima. IV. Para o intervalo 0 , x , x1, a energia potencial é negativa. V. Nas posições x 5 0, x 5 x1 e x 5 x3, a energia cinética do sistema é nula. Agora, verifique se: a) são todas corretas. b) são todas erradas. c) são corretas apenas I, III e V. d) são corretas apenas II, III e IV. e) são corretas apenas I e V. x x IL U S TR A Ç Õ E S : L U IZ R U B IO R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Física – Nicolau Torres Penteado152 10. O carro de Joaquim sofreu uma pane seca, isto é, acabou o combustível, quando sua velocidade era de 36 km/h. Por sorte, isso ocorreu no início de um pequeno vale que termina bem defronte a um posto de combustíveis e serviços, como se vê na figura abaixo. No local, pode- mos considerar o módulo da aceleração da gravidade igual a 10 m/s2. 9,6 m 14,4 m a) Numa situação ideal, desprezando quaisquer tipos de re- sistências ao movimento do veículo, qual seria o módulo da velocidade do carro de Joaquim ao chegar ao posto? b) Na situação real, por muita sorte, Joaquim conseguiu chegar até o posto, parando bem em frente à primeira bomba de combustível. Calcule o trabalho realizado pelas forças de resistência que atuaram sobre o carro de massa 800 kg, nesta situação, a partir do instante da pane. 11. Em uma nova modalidade desportiva, proposta para os jogos de inverno, um atleta corre com a máxima velocida- de possível, salta sobre um trenó parado e desliza rampa abaixo com ele até ser parado por um sistema de molas elásticas que, ao serem tracionadas, freiam o conjunto atleta e trenó, de modo semelhante ao que ocorre nos porta-aviões. Vence a prova quem provoca a maior disten- são no sistema de molas. 1,80 m A atleta Lisa Quick, correndo o máximo que pode, atira- -se sobre o trenó e o conjunto inicia a descida da rampa com velocidade de 8 m/s, sem que o seu movimento seja afetado por qualquer resistência externa antes de tocar nas molas. O conjunto atleta e trenó tem massa de 60 kg, o sistema de molas tem constante elástica igual a 15 N/cm e a aceleração local da gravidade tem módulo 10 m/s2. Nessas condições, determine: a) a distensão máxima que Lisa provocará nas molas; b) o módulo da força que as molas exercerão sobre o conjun- to no instante em que ele para. 2,0 m/s 5 7,2 km/h 21.600 J 2 m 3.000 N 12. Um pêndulo simples tem comprimento L e a esfera pen- dular tem massa m. A esfera é abandonada do ponto A, estando o fio na horizontal, e descreve a trajetória mostra- da na figura abaixo. Considere conhecido o módulo g da aceleração da gravidade do local e despreze a resistência do ar. m A L O B m g v Determine no ponto B, que é o ponto mais baixo da trajetória: a) o valor v da velocidade escalar da esfera; b) o módulo T da tração exercida pelo fio. 13. Um bloco de massa 250 g está apenas apoiado sobre uma mola elástica que está comprimida e presa por um fio. A base que apoia o corpo tem massa desprezível. Ao cortar o fio, o bloco é lançado verticalmente até uma altura máxi- ma de 2,0 m em relação à posição de repouso do sistema, como mostra a figura a seguir. 2,0 m Fio Considerando 10,0 m/s2 o módulo da aceleração da gravidade local, 2,5 N/cm a constante elástica da mola e que o ar não exerce ação considerável sobre o bloco, determine: a) a energia potencial elástica armazenada na mola inicial- mente; b) a compressão inicial da mola, em cm; c) a intensidade da força que a mola estava exercendo sobre o bloco na posição inicial do sistema; d) a intensidade da força de tração no fio antes de ele ser cortado. v 5 2gL T 5 3mg IL U S TR A Ç Õ E S : L U IZ R U B IO R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Capítulo 12 Energia mecânica 153 5,0 J 20,0 cm 50,0 N 47,5 N Energia cinética (Ec): Ec 5 2 1 mv2 Energia potencial gravitacional (Epgrav. ): Epgrav. 5 mgh Energia potencial elástica (Eelást.): Epelást. 5 2 1 kx2 Ficha-resumo 1 Sistemas conservativos: Emec.(inicial) = Emec.(final) ⇒ Ec(inicial) 1 Ep(inicial) 5 Ec(final) 1 Ep(final) Ficha-resumo 2 1. (Enem) Uma das modalidades presentes nas olimpíadas é o salto com vara. As etapas de um dos saltos de um atleta estão representadas na figura. Etapa I Etapa II Etapa III Etapa IV Atleta corre com a vara Atleta apoia a vara no chão Atleta atinge certa altura Atleta cai em um colchão Desprezando-se as forças dissipativas (resistência do ar e atrito), para que o salto atinja a maior altura possível, ou seja, para que o máximo de energia seja conservada, é necessário que: a) a energia cinética, representada na etapa I, seja totalmen- te convertida em energia potencial elástica representada na etapa IV. b) a energia cinética, representada na etapa II, seja total- mente convertida em energia potencial gravitacional, representada na etapa IV. c) a energia cinética, representada na etapa I, seja totalmen- te convertida em energia potencial gravitacional, repre- sentada na etapa III. d) a energia potencial gravitacional, representada na etapa II, seja totalmente convertida em energia potencial elástica, representada na etapa IV. e) a energia potencial gravitacional, representada na etapa I, seja totalmente convertida em energia potencial elástica, representada na etapa III. S E LM A C A PA R R O Z 2. Considere o solo como referência para as energias poten- ciais gravitacionais e para as energias cinéticas dos corpos A, B, C e D, de massas iguais, mostrados na figura a seguir. Coloque em ordem crescente: a) as energias potenciais gravitacionais; b) as energias cinéticas. A B C D vC = 0 vD = 2v vB = vvA = v 3. (Enem) Os carrinhos de brinquedo podem ser de vários tipos. Dentre eles, há os movidos a corda, em que uma mola em seu interior é comprimida quando a criança puxa o carrinho para trás. Ao ser solto, o carrinho entra em mo- vimento enquanto a mola volta à sua forma inicial. O processo de conversão de energia que ocorre no carrinho descrito também é verificado em: a) um dínamo. b) um freio de automóvel. c) um motor a combustão. d) uma usina hidrelétrica. e) uma atiradeira (estilingue). 4. Dois corpos, 1 e 2, têm energias cinéticas iguais, isto é, Ec(1) 5 Ec(2). Sendo conhecidas suas massas m1 e m2, a razão v v 2 1 entre suas respectivas velocidades escalares é tal que: a) 5v v m m 2 1 2 1 b) 5v v m m 2 1 2 1 c) 5v v m m 2 1 1 2 d) 5v v m m 2 1 1 2 e) 1 5. As massas e as velocidades escalares de dois corpos, 1 e 2, estão na seguinte proporção: 5m m v v 2 1 1 2 5 k. Portanto, a razão E E c( ) c( ) 2 1 entre suas energias cinéticas é igual a: a) k3 b) k 1 3 c) k2 d) k e) k 1 LU IZ R U B IO R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Física – Nicolau Torres Penteado154 Exercícios de revisão Ep grav.(A) , Ep grav.(B) 5 Ep grav.(D) , Ep grav.(C) Ec(C) , Ec(A) 5 Ec(B) , Ec(D) x x x x 6. (UFPB) Três corpos idênticos, 1, 2 e 3, são abandonados de uma altura h, com velocidade inicial nula, e chegam ao solo com velocidades v1, v2 e v3, respectivamente. O corpo 1 sofre uma queda livre, enquanto os corpos 2 e 3 deslizam sobre superfícies planas, inclinadas e sem atrito, conforme a figura a seguir. h v1 v2 v3 1 2 3 Considerando a situação descrita, é correto afirmar: a) v1 . v2 . v3 b) v1 . v2 5 v3 c) v1 5 v2 5 v3 d) v1 5 v2 . v3 e) v1 , v2 , v3 7. (Vunesp) Um bloco de massa m desliza sem atrito sobre a superfície indicada na figura. m h v Se g é a aceleração da gravidade, a velocidade mínima v que o bloco deve terpara alcançar a altura h é: a) gh2 b) gh2 c) gh 2 d) gh 2 e) gh2 2 8. (Puccamp-SP) Na borda de uma tigela hemisférica de raio R é abandonado um pequeno bloco de gelo. Desprezando o atrito e considerando g a aceleração local da gravidade, a velocidade máxima do pedaço de gelo é: a) gR2 b) gR c) gR2 d) 2gR e) 4gR x x S E LM A C A PA R R O Z x 9. (Fuvest-SP) No salto com vara, um atleta corre segurando uma vara e, com perícia e treino, consegue projetar seu cor- po por cima de uma barra. 3,2 m Centro de massa do atleta Altura máxima do centro de massa 0,8 m Para uma estimativa da altura alcançada nesses saltos, é possível considerar que a vara sirva apenas para conver- ter o movimento horizontal do atleta (corrida) em mo- vimento vertical, sem perdas ou acréscimos de energia. Na análise de um desses saltos, foi obtida a sequência de imagens reproduzida anteriormente. (Adote g 5 10 m/s2 e desconsidere os efeitos do trabalho muscular após o início do salto.) Nesse caso, é possível estimar que a velocidade máxima atingida pelo atleta, antes do salto, foi de, aproximada- mente: a) 4 m /s b) 6 m /s c) 7 m /s d) 8 m /s e) 9 m /s 10. (ITA-SP) A figura a seguir ilustra um carrinho de massa m percorrendo um trecho de uma montanha-russa. A R h m Desprezando-se todos os atritos que agem sobre ele e su- pondo que o carrinho seja abandonado em A, o menor va- lor de h para que o carrinho efetue a trajetória completa é: a) R 2 3 b) R 2 5 c) 2R d) R 2 5 e) 3R S E LM A C A PA R R O Z x x IL U S TR A Ç Õ E S : L U IZ R U B IO R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Capítulo 12 Energia mecânica 155 11. (UEL-PR) Impulsiona-se um carrinho, como indicado na figura a seguir, fazendo-o subir por um trilho circular de raio R, em um plano vertical. v0 R Desprezando os atritos e sendo g a aceleração da gravidade, a menor velocidade v0 com que se deve impulsionar o car- rinho para que ele percorra totalmente o trilho circular é: a) gR b) gR2 c) gR3 d) gR4 e) gR5 12. Em um parque de diversões há um tobogã AB de altura H, relativamente ao solo plano e horizontal, que se liga pelo segmento BC a um loop vertical CD de raio R, como se vê na figura a seguir. A B C D 2R H Por segurança, o tobogã foi projetado de modo que o carri- nho que leva as pessoas passe pelo ponto D com uma ve- locidade exatamente igual ao dobro da mínima necessária para completar o percurso circular, partindo do repouso em A. Assim, desconsiderando quaisquer perdas por atritos, para satisfazer a condição de segurança, a relação entre H e R e a intensidade da força F recebida do assento por uma pessoa de peso P, no ponto D, devem ser tais que: a) H 5 2,5R e F 5 0 b) H 5 4R e F 5 3P c) H 5 3R e F 5 3P d) H 5 4R e F 5 4P e) H 5 2,5R e F 5 2P 13. (UFPE) Um objeto de massa M 5 0,5 kg, apoiado sobre uma superfície horizontal sem atrito, está preso a uma mola cuja constante de força elástica é k 5 50 N/m. M k x x O objeto é puxado por 10 cm e então solto, passando a os- cilar em relação à posição de equilíbrio. Qual a velocidade máxima do objeto, em m/s? a) 0,5 b) 1,0 c) 2,0 d) 5,0 e) 7,0 14. (Fatec-SP) Um objeto de massa 400 g desce, a partir do repouso no ponto A, por uma rampa em forma de um quadrante de circunferência de raio R 5 1,0 m. Na base B, choca-se com uma mola de constante elástica k 5 200 N/m. A R R B Desprezando-se a ação de forças dissipativas em todo o movimento e adotando-se g = 10 m/s2, a máxima defor- mação da mola é de: a) 40 cm b) 20 cm c) 10 cm d) 4,0 cm e) 2,0 cm 15. Um bloco de massa m 5 500 g cai livremente, a partir do repouso, de uma altura h 5 1,0 m sobre uma plataforma horizontal de massa desprezível, suspensa por duas molas elásticas, alongando ambas 0,50 m. h k k m Considerando o módulo da aceleração da gravidade local g 5 10 m/s2 e que após a colisão o bloco se fixa à plata- forma, determine: a) o valor da constante elástica k de cada mola, em N/m; b) a intensidade da força que cada mola está exercendo so- bre a plataforma, na posição de distensão máxima; c) o módulo da aceleração do bloco, na posição de máxima distensão. x x k 5 30 N/m 15 N 50 m/s2IL U S TR A Ç Õ E S : L U IZ R U B IO R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Física – Nicolau Torres Penteado156 Exercícios de revisão Trabalho realizado em sistemas não conservativos: tfnc 5 DEmec. Ficha-resumo 3 16. (PUC-SP) O automóvel da figura tem massa de 1,2 ? 103 kg e, no ponto A, desenvolve uma velocidade de 10 m/s. A B h 20 m Estando com o motor desligado, descreve a trajetória mostrada, atingindo uma altura máxima h, chegando ao ponto B com velocidade nula. Considerando a aceleração da gravidade local como g 5 10 m/s2 e sabendo-se que, no trajeto AB, as forças não conservativas realizam um traba- lho de módulo 1,56 ? 105 J, concluímos que a altura h é de: a) 12 m b) 14 m c) 16 m d) 18 m e) 20 m 17. (Fuvest-SP) Um pequeno corpo de massa m é abandonado em A com velocidade nula e escorrega ao longo do plano inclinado, percorrendo a distância d 5 AB. Ao chegar a B, verifica-se que sua velocidade é igual a gh . h A B d g Pode-se então deduzir que o valor da força de atrito que agiu sobre o corpo, supondo-a constante, é: a) zero b) mgh c) mgh 2 d) d mgh 2 e) d mgh 4 18. Retomando o exercício anterior, podemos afirmar que a energia mecânica dissipada no deslocamento do corpo foi: a) mgh b) m gh2 1 c) mgh2 1 d) mgh e) 2mgh x x x 19. (Fuvest-SP) Um corpo de massa m é solto no ponto A de uma superfície e desliza, sem atrito, até atingir o ponto B. A partir deste ponto o corpo desloca-se numa superfície horizontal com atrito, até parar no ponto C, a 5 m de B. m B h C5 m A Sendo m medido em quilograma e h em metro, o valor da força de atrito F, suposta constante enquanto o corpo se movimenta, vale em newton: a) F mh5 2 1 b) F 5 mh c) F 5 2mh d) F 5 5mh e) F 5 10mh (Dado: g 5 10 m/s2) 20. Na figura abaixo, o carrinho de massa m 5 200 g está ape- nas encostado na mola de constante elástica k 5 0,50 N/cm, comprimindo-a 20 cm. Ao ser liberado, o carrinho move-se ao longo da trajetória ABC e para no ponto C, que está a uma altura de 40 cm do solo plano e horizontal. Ak B C 40 cm Assim, podemos afirmar que a aceleração escalar inicial do carrinho, imediatamente após ser liberado, vale: a) 10 m/s2 b) 20 m/s2 c) 30 m/s2 d) 40 m/s2 e) 50 m/s2 21. Para o sistema do exercício anterior, a energia mecânica dissipada no deslocamento do carrinho entre A e C foi igual a: a) 0,2 J b) 0,4 J c) 0,8 J d) 1,2 J e) 1,8 J 22. Uma bola cai livremente do repouso, de uma altura inicial H 5 20 m, e, cada vez que colide contra o solo plano e horizontal, alcança uma altura 20% menor que a altura de partida na queda anterior. Assim, após a segunda colisão da bola contra o solo, determine: a) a altura h2 atingida por ela; b) a velocidade escalar v2 da bola imediatamente após essa colisão. Mais questões em Vereda Digital Aprova Enem, em Vereda Digital Suplemento de revisão, em AprovaMax (no site) e no livro digital. x x x h2 5 12,8 m v2 5 16 m/s IL U S TR A Ç Õ E S : L U IZ R U B IO R e p ro d u ç ã o p ro ib id a . A rt .1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . Capítulo 12 Energia mecânica 157 v2) /sRGBProfile (sRGB IEC61966-2.1) /CannotEmbedFontPolicy /Warning /CompatibilityLevel 1.6 /CompressObjects /Tags /CompressPages true /ConvertImagesToIndexed true /PassThroughJPEGImages true /CreateJobTicket false /DefaultRenderingIntent /Default /DetectBlends true /DetectCurves 0.0000 /ColorConversionStrategy /sRGB /DoThumbnails false /EmbedAllFonts true /EmbedOpenType true /ParseICCProfilesInComments true /EmbedJobOptions true /DSCReportingLevel 0 /EmitDSCWarnings false /EndPage -1 /ImageMemory 1048576 /LockDistillerParams false /MaxSubsetPct 100 /Optimize true /OPM 1 /ParseDSCComments true /ParseDSCCommentsForDocInfo true /PreserveCopyPage true /PreserveDICMYKValues true /PreserveEPSInfo true /PreserveFlatness true /PreserveHalftoneInfo false /PreserveOPIComments false /PreserveOverprintSettings true /StartPage 1 /SubsetFonts true /TransferFunctionInfo /Apply /UCRandBGInfo /Preserve /UsePrologue false /ColorSettingsFile (None) /AlwaysEmbed [ true ] /NeverEmbed [ true ] /AntiAliasColorImages false /CropColorImages true /ColorImageMinResolution 150 /ColorImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleColorImages true /ColorImageDownsampleType /Bicubic /ColorImageResolution 100 /ColorImageDepth -1 /ColorImageMinDownsampleDepth 1 /ColorImageDownsampleThreshold 1.00000 /EncodeColorImages true /ColorImageFilter /DCTEncode /AutoFilterColorImages true /ColorImageAutoFilterStrategy /JPEG /ColorACSImageDict > /ColorImageDict > /JPEG2000ColorACSImageDict > /JPEG2000ColorImageDict > /AntiAliasGrayImages false /CropGrayImages true /GrayImageMinResolution 150 /GrayImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleGrayImages true /GrayImageDownsampleType /Bicubic /GrayImageResolution 100 /GrayImageDepth -1 /GrayImageMinDownsampleDepth 2 /GrayImageDownsampleThreshold 1.00000 /EncodeGrayImages true /GrayImageFilter /DCTEncode /AutoFilterGrayImages true /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG /GrayACSImageDict > /GrayImageDict > /JPEG2000GrayACSImageDict > /JPEG2000GrayImageDict > /AntiAliasMonoImages false /CropMonoImages true /MonoImageMinResolution 1200 /MonoImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleMonoImages true /MonoImageDownsampleType /Bicubic /MonoImageResolution 1200 /MonoImageDepth -1 /MonoImageDownsampleThreshold 1.00000 /EncodeMonoImages true /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode /MonoImageDict > /AllowPSXObjects false /CheckCompliance [ /None ] /PDFX1aCheck false /PDFX3Check false /PDFXCompliantPDFOnly false /PDFXNoTrimBoxError true /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXOutputIntentProfile (None) /PDFXOutputConditionIdentifier () /PDFXOutputCondition () /PDFXRegistryName () /PDFXTrapped /False /CreateJDFFile false /Description /BGR /CHS /CHT /CZE /DAN /DEU/ESP /ETI /FRA /GRE /HEB /HRV /HUN /ITA (Utilizzare queste impostazioni per creare documenti Adobe PDF adatti per visualizzare e stampare documenti aziendali in modo affidabile. 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