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DESCRIÇÃO
Caracterização dos principais métodos de ensino da Educação Física e suas aplicações.
PROPÓSITO
Conhecer os principais métodos de ensino da Educação Física, distinguindo-os segundo seus
princípios, características, finalidades e usos para o desenvolvimento de aulas eficientes e
diversificadas.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Diferenciar o conjunto de métodos de ensino expositivos do conjunto de métodos de ensino
investigativos, analisando suas aplicações.
MÓDULO 2
Reconhecer as características e a aplicabilidade dos métodos convencionais no ensino da
Educação Física.
MÓDULO 3
Analisar as características dos Estilos de Ensino de Mosston e Ashworth, considerando as
capacidades humanas de reprodução e produção de novas ideias.
MÓDULO 1
 Diferenciar o conjunto de métodos de ensino expositivos do conjunto de métodos de
ensino investigativos, analisando suas aplicações
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MÉTODOS
DE ENSINO
Uma das preocupações mais comuns no ensino de Educação Física, esporte, jogo, dança, luta
e ginástica diz respeito ao “como fazer”, ao “saber fazer”. Tão importante quanto “o que fazer” e
“por que fazer”, o como fazer é uma condição importante para o êxito na organização e na
direção de aulas de Educação Física e de outros programas de práticas corporais orientadas. A
partir de agora, iremos diferenciar dois grandes conjuntos de métodos de ensino: os métodos
expositivos e os métodos investigativos. Observamos na literatura que os professores de
Educação Física podem se valer de diferentes formas, recursos, meios, procedimentos,
estratégias, técnicas, estilos e métodos de ensino para dar conta da tarefa de ensinar. Esses
recursos e procedimentos são úteis para o ensino de um simples gesto isolado, como um salto,
até para uma prática corporal com maior complexidade, como uma corrida de revezamento do
atletismo, uma coreografia ou a combinação de golpes e contragolpes numa luta.
 Atividades de revezamento em grupo.
Os diferentes termos utilizados no campo da Educação Física podem se mostrar muitas vezes
equivalentes, mas também podem se referir a ideias ou conceitos diversos, eventualmente
conflitantes. É preciso um posicionamento teórico e técnico em relação a essa diversidade
terminológica, a fim de evitar confusões conceituais que nos afastariam da compreensão da
temática.
 ATENÇÃO
É preciso fazer a ressalva de que não se pretende resolver a questão da nomenclatura, porque
não se identifica nada de conclusivo na literatura especializada, cabendo ao professor eleger
os termos que melhor compreende, domina e com os quais se alinha. Ainda que diferentes
termos possam ser utilizados para se referir às ações dos professores no processo de ensino-
aprendizagem, o que realmente importa é que o estilo ou o método de ensino seja uma decisão
pedagógica consciente, alinhada aos objetivos de aprendizagem estabelecidos para os alunos,
e que o professor se sinta capaz de aplicá-lo.
O estudo de estilos ou métodos de ensino requer algumas definições e conceituações. De
início, este texto adota o termo genérico “método de ensino” como equivalente a “estilo de
ensino”. Método de ensino, neste texto, é compreendido como o conjunto de princípios e
orientações que balizam a organização da prática pedagógica, com vistas à conquista dos
objetivos de aprendizagem (HAIDT, 2002; GONZÁLEZ e BRACHT, 2012; CAMPOS, 2016). Ou
seja, método é o caminho para que se alcance um determinado objetivo. O uso de determinado
método de ensino é produto de uma decisão pedagógica consciente que deve ser expressado
de forma organizada e racional durante a aula. O método, portanto, não é algo espontâneo ou
intuitivo, embora muitos professores utilizem métodos de ensino por repetição ou tradição da
área, com baixo nível de consciência. O estudo dos métodos de ensino nos leva a superar o
estado de práticas pedagógicas “empírico-intuitivas”, isto é, práticas baseadas na experiência
pessoal do professor e nas suas percepções durante a aula.
Examinando o processo de apropriação de conhecimento, Luckesi (1994) propõe duas
possibilidades de aprendizagem:
1º
Pela apreensão indireta da realidade, que vai gerar o método expositivo.
2º
Pela apreensão direta da realidade, que vai gerar o método investigativo.
Admitimos assim que os diferentes métodos de ensino podem se posicionar em dois grandes
conjuntos metodológicos.
Fonte: Syda Productions / Shutterstock.com
O primeiro é o conjunto dos métodos expositivos, em que o professor organiza uma situação
de aprendizagem baseada em um modelo, forma ou conceito a ser memorizado e
reproduzido.
Fonte: bbernard / Shutterstock.com
O segundo é o conjunto dos métodos investigativos, em que o professor apresenta uma
situação de aprendizagem baseada na solução de problemas, na descoberta e na criatividade.
Nesta perspectiva, alguns termos comumente utilizados na área da Educação Física podem ser
relacionados aos dois grandes conjuntos de métodos. O aspecto central na diferenciação
desses dois conjuntos de métodos é o nível de atuação e de autonomia do aluno no processo
de ensino-aprendizagem. As principais características desses dois grandes conjuntos podem
ser observadas a seguir.
Conjunto dos
Métodos Expositivos
Conjunto dos Métodos
Investigativos
O professor usa um
modelo ou conceito,
apresentado por
instrução verbal ou por
demonstração
Fonte: EnsineMe
O professor apresenta
situações-problema a
serem superadas pelos
alunos
A principal habilidade é
a memorização
Fonte: EnsineMe
A experimentação é a
ação principal da aula
O resultado é a
reprodução do modelo,
principalmente por meio
da repetição ou pela
realização de tarefas
predeterminadas
Fonte: EnsineMe
O resultado é a
produção de algo novo
(pela criatividade)
através da
experimentação e da
análise
A aula baseia-se na
diretividade, na
unidirecionalidade, em
que o professor é
emissor e o aluno
receptor; a aula é
centrada no professor
Fonte: EnsineMe
A aula baseia-se na não
diretividade, na
multidirecionalidade, em
que todos se
comunicam; a aula é
centrada no aluno
O aluno é mais passivo
Fonte: EnsineMe
O aluno é ativo
O ensino é fechado
pelas instruções do
professor
Fonte: EnsineMe
O ensino é aberto às
experiências do aluno
Métodos convencionais
Fonte: EnsineMe
Métodos criativos
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
MÉTODOS EXPOSITIVOS
Nos métodos expositivos, o saber do professor funciona como uma referência fechada ou um
modelo a ser memorizado e reproduzido pelo aluno. O professor planeja e organiza uma
situação de aprendizagem em que apresenta um gesto, um conhecimento ou uma atitude a ser
reproduzida pelo aluno.
Em relação aos diferentes tipos de saberes ou domínios da aprendizagem (RODRIGUES
JÚNIOR, 1997), os métodos expositivos se adequam à aprendizagem de:
UMA HABILIDADE (OU GESTO) OU UM CONJUNTO DE
HABILIDADES OU DE MOVIMENTOS
Definidos de acordo com algum padrão técnico ou tarefa. Por exemplo, um arremesso no
handebol ou um circuito de treinamento funcional.
UM CONJUNTO DE REGRAS, NOMENCLATURAS E
CONCEITOS
A ser fixado pelo aluno. Por exemplo, as regras de um esporte ou o conceito de agilidade.
UM CONJUNTO DE REGRAS DE CONDUTA PESSOAL E
SOCIAL
Que siga um padrão de valores preestabelecidos. Por exemplo, esforço pessoal ou respeito ao
adversário.
Portanto, neste conjunto, a ação básica do aluno é lembrar e reproduzir o modelo ou a
referência proposta pelo professor. Em geral, esses métodos não solicitam experiências de
análise, reflexão ou processos dedutivos por parte do aluno. Pode-se afirmar que, neste caso,
a aprendizagem depende quase exclusivamente da orientação do professor.
MÉTODOS INVESTIGATIVOS
No conjunto de métodos investigativos, parte-se da apresentação de uma situação-problema
pelo professor, que deve ser clara e reconhecível pelos alunos. A partir da situação-problema
apresentada, os alunos devem refletir sobre possíveis resoluções(hipóteses), aplicar e testar
essas hipóteses (experimentação e investigação) e, por fim, analisar e avaliar os resultados.
Assim, hipotetizar, experimentar, avaliar e criar são as ações privilegiadas pelo professor em
suas aulas. Note-se que as ações estão na dimensão ou no domínio da cognição. Esta
situação é também eventualmente chamada de “metodologia ativa”. Os métodos investigativos
se adequam às aprendizagens de maior complexidade cognitiva e ocorrem em contato direto
com a realidade ou a realidade simulada, em que se estimula a capacidade do aluno de
resolver problemas de forma criativa.
Os métodos investigativos são utilizados quando se espera que o aluno aprenda ou desenvolva
as capacidades para:
Fonte: Olga1818 / Shutterstock.com
Examinar, analisar e avaliar seu próprio desempenho e o desempenho dos outros, em
diferentes práticas corporais.
Interpretar, examinar, aplicar, analisar e modificar modelos, padrões ou técnicas nas
práticas corporais, de acordo com critérios estabelecidos.
Criar e aplicar alternativas de práticas corporais, segundo critérios criados pelo professor
ou mesmo pelos alunos.
Refletir sobre valores e regras de conduta, no âmbito das práticas corporais, de acordo
com situações críticas, novas ou não previstas.
No campo da Educação Física, os métodos investigativos são especialmente úteis quando se
deseja o aprofundamento de habilidades e saberes relacionados à dimensão cognitiva ou
intelectual. É importante destacar que quando se fala de conhecimento nas aulas de Educação
Física, este conhecimento deve estar fundamentalmente relacionado aos objetos de
conhecimento desta disciplina (BRASIL, 2017), ou seja, conhecimentos relacionados
diretamente às práticas corporais e às temáticas escolhidas para as aulas. Vejamos alguns
exemplos:
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock.com
Compor uma coreografia para uma dança qualquer.
Fonte: SpeedKingz / Shutterstock.com
Analisar as jogadas de ataque da equipe adversária e elaborar um sistema de defesa
específico para conter o jogo adversário.
Nesses dois casos, os alunos estariam aprendendo numa situação específica de resolução de
problemas e de criatividade. Em princípio, quem define a situação-problema é o professor, que
funciona como mediador: auxiliando, questionando e orientando as ações dos alunos. Por sua
vez, os alunos sugerem alternativas de solução (hipóteses) e testam suas propostas. No
exemplo dado, a dança e o jogo ganham outras dimensões além da execução técnica de
movimentos. O aprendizado está no campo tático e coreográfico, que requer tomadas de
decisão, portanto alguma autonomia intelectual dos alunos. Este conjunto de métodos,
portanto, é bastante adequado quando se deseja favorecer a criatividade, a independência e a
autonomia dos alunos.
Os métodos investigativos estão bastante alinhados com as teorias da aprendizagem
cognitivistas e interacionistas, que entendem que o aluno ativo desenvolve capacidades de
pensamento complexo, de forma dinâmica e progressiva, que vão resultar na incorporação de
novos conhecimentos, habilidades e atitudes, de forma sólida e permanente. O processo ocorre
a partir do contato do aluno com uma situação nova, em que ele observa o contexto (um
problema a ser resolvido), imagina soluções (hipóteses), testa essas hipóteses e chega à
resolução da situação.
MÉTODO EXPOSITIVO

MÉTODO INVESTIGATIVO
Esses dois conjuntos de métodos, o expositivo e o investigativo, eventualmente são tratados
como opostos e conflitantes. Encontramos na literatura alguns posicionamentos que criticam os
métodos expositivos, ou métodos baseados em modelos, basicamente em relação à sua
rigidez e à falta de flexibilidade do docente (ensino diretivo). Esta crítica nomeou os métodos
expositivos de “tecnicismo”’ (ROMÃO, BARBOSA e MOREIRA, 2017). De fato, o tecnicismo se
tornou um exagero de uso dos métodos expositivos, especialmente por parte de professores e
pesquisadores envolvidos com o ensino de esportes coletivos, com jogos pré-desportivos, com
danças e coreografias e outras práticas corporais que solicitam criatividade.
 ATENÇÃO
É importante ressaltar que os diferentes métodos se adequam a diferentes finalidades
educacionais e de ensino; é precipitado afirmar a superioridade de um conjunto metodológico
sobre outro, sem que sejam considerados os fins e os recursos de ensino disponíveis.
Vejamos o caso do ensino da natação:
Fonte: sakhorn / Shutterstock.com
 Crianças experimentando diversas formas de movimentação das pernas.
Em um primeiro momento, nas fases de adaptação e de flutuação, é importante que os alunos
experimentem as propriedades da água e como seu corpo se comporta no meio líquido. Pode-
se dizer que, ao experimentar a movimentação de membros, braços e pernas, é possível
chegar à relação entre movimentação e possibilidades de deslocamento pela descoberta.
Fonte: Microgen / Shutterstock.com
 Método expositivo para aprendizagem da braçada do nado Crawl.
Contudo, quando se alcança o momento do ensino dos diferentes estilos de nado, o padrão
técnico deve ser utilizado. A braçada, a pernada e a respiração são técnicas que buscam a
eficiência do deslocamento. Para que o aluno seja razoavelmente eficiente no deslocamento na
água, precisa dominar essas técnicas. Deverá, portanto, usar um padrão de gesto (modelo) e
repeti-lo até alcançar autonomia no movimento ou autonomia no nado. O mesmo ocorre na
ginástica artística e no ballet clássico. As modalidades de ginástica que priorizam os
movimentos analíticos também utilizam os métodos expositivos com eficiência. Seria
demasiado rotular esses momentos de ensino de tecnicistas, pois o método expositivo tem se
mostrado mais adequado nesses casos.
A relação de oposição entre os dois conjuntos de métodos (expositivo e investigativo) parece
ser falsa, há mais uma relação de complementariedade: um método é usado quando o outro
não se mostra tão adequado. O erro, que levaria a essa falsa discussão, estaria em privilegiar o
método em si e não as finalidades pedagógicas. As finalidades devem preceder os métodos.
Por conseguinte, os professores devem dominar os diferentes métodos de ensino para serem
capazes de utilizá-los nas situações adequadas. Surge então uma proposição importante no
estudo dos métodos, um corolário:
Não há método melhor nem pior, há métodos adequados. É uma frase de efeito, mas que
justifica o emprego de diferentes métodos em diferentes situações didáticas e pedagógicas que
exigem que o professor não fique preso apenas a um conceito restrito de ensino.
Mosston e Ashworth (2008) sugerem um exemplo de combinação racional desses dois modelos
metodológicos. Apresentam uma organização dos diferentes métodos (que chamam de estilos
de ensino), de forma integrada e contínua, em uma sequência lógica que vai da dependência
do aluno em relação ao professor para a independência do aluno. Os autores denominaram a
sua proposta de “O Espectro dos Estilos de Ensino”, mais conhecida no Brasil como os Estilos
de Ensino de Mosston.
Para saber mais sobre os métodos expositivos e investigativos, assista ao vídeo a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. COMPREENDE-SE MÉTODO DE ENSINO COMO UM CONJUNTO DE
PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS RACIONAIS QUE ORIENTAM A AÇÃO
DOCENTE EM AULA. A RESPEITO DOS CONJUNTOS DOS MÉTODOS DE
ENSINO, É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) Os métodos expositivos são mais eficazes do que os métodos investigativos, porque
facilitam a aprendizagem de habilidades motoras básicas e específicas.
B) Os métodos investigativos são mais eficazes do que o conjunto dos métodos expositivos,
porque estão fundamentados em teorias comportamentalistas.
C) Métodos expositivos são preferencialmente utilizados na aprendizagem de coreografias
criativas, de alternativas de tática de jogos coletivos e na experimentação de novos
movimentos.
D) O conjunto de métodos investigativos deve ser utilizado com restrições com alunos mais
novos e menos habilidosos, porque estesalunos não possuem desenvolvimento cognitivo que
facilite a descoberta.
E) O conjunto de métodos investigativos se caracteriza pela utilização de situações-problema,
estimulando a criatividade do aluno.
2. CONSIDERANDO AS CARATERÍSTICAS DOS DOIS CONJUNTOS DE
MÉTODOS DE ENSINO, O CONJUNTO DOS MÉTODOS EXPOSITIVOS E
CONJUNTO DOS MÉTODOS INVESTIGATIVOS, ASSINALE A OPÇÃO
CORRETA:
A) Nos métodos expositivos, o professor usa um modelo ou conceito, apresentado por
instrução verbal ou por demonstração, criando condições para uma experiência criativa e
autônoma do aluno.
B) Nos métodos investigativos, que utilizam a experimentação e a análise, o resultado
esperado da aprendizagem do aluno é a produção de algo original e criativo.
C) Nos métodos expositivos são privilegiadas as capacidades do aluno de examinar,
experimentar e analisar o seu próprio processo de aprendizagem.
D) Nos métodos investigativos o professor apresenta situações-problema a serem superadas
pelos alunos, caracterizando uma relação em que o professor é emissor e o aluno receptor,
reproduzindo o conhecimento.
E) Nos métodos investigativos a principal habilidade requerida ao aluno é a memorização de
um modelo ou regra de conduta.
GABARITO
1. Compreende-se método de ensino como um conjunto de princípios e procedimentos
racionais que orientam a ação docente em aula. A respeito dos conjuntos dos métodos
de ensino, é correto afirmar que:
A alternativa "E " está correta.
Os métodos investigativos operam com a apreensão direta da realidade (situação-problema),
em que os alunos deverão refletir sobre possíveis resoluções (hipóteses), aplicar e testar essas
hipóteses por experimentação ou investigação, o que estimula a criatividade.
2. Considerando as caraterísticas dos dois conjuntos de métodos de ensino, o conjunto
dos métodos expositivos e conjunto dos métodos investigativos, assinale a opção
correta:
A alternativa "B " está correta.
Os métodos investigativos, por serem problematizadores e abertos às experiências dos alunos,
resultam em soluções e produções criativas.
MÓDULO 2
 Reconhecer as características e a aplicabilidade dos métodos convencionais no
ensino da Educação Física
MÉTODOS CONVENCIONAIS NO ENSINO
DA EDUCAÇÃO FÍSICA – MÉTODO PARCIAL
E MÉTODO GLOBAL
Na história recente da Educação Física, observa-se uma ampla variedade de métodos de
ensino. Porém, três deles se consolidaram no ensino da Educação Física e dos esportes e
ainda são amplamente utilizados pelos professores. Esses métodos, aqui denominados de
métodos convencionais, segundo a classificação de Xavier (1986), são:
1
O método parcial
2
O método global
3
O método misto
A obra de Xavier se alinha às descrições de métodos voltados para o ensino de esportes de
autores alemães que tiveram as suas obras publicadas no Brasil, cujas ideias foram
rapidamente incorporadas à pedagogia da Educação Física. Dietrich, Dürrwächter e Schaller
(1984) são importantes representantes desta linha.
A literatura tem se mostrado rica em descrever e analisar métodos no ensino dos esportes e de
variadas práticas corporais. Cabe registrar que os princípios desses métodos têm sido
aplicados também no ensino de outros temas da Educação Física além dos esportes, como
veremos mais adiante. Neste momento, vamos analisar o método parcial e o método global
(com duas de suas variações).
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock.com
O MÉTODO PARCIAL OU ANALÍTICO
O método parcial ou analítico parte da concepção de que o esporte ou o movimento deve ser
decomposto em partes menores, a fim de serem ensinadas separadamente. Só depois essas
partes devem ser unidas, alcançando o movimento completo ou a prática do jogo. Segue,
portanto, um princípio analítico ou de decomposição do conteúdo. Em algumas obras, é
denominado de método analítico-sintético (FERREIRA, GALATTI e PAES, 2005; OLIVEIRA,
2020).
No método parcial, são planejadas situações de aprendizagem focadas nas habilidades
específicas do esporte ou formas básicas de movimentação (as partes), utilizando-se uma
“série de exercícios”, em que a repetição do modelo ou do padrão de movimento é a prática
central. A ação básica do aluno é lembrar e reproduzir o padrão de movimento (a habilidade)
indicado pelo professor. Desse modo, este método está no conjunto dos métodos expositivos,
que dependem da demonstração e da instrução verbal. Vejamos um exemplo:
Fonte: PowerUp/Shutterstock
Imagine uma aula de basquetebol cujo conteúdo seja o passe. Ele deve ser praticado
repetitivamente, eventualmente com variações, mas isolado e fora da situação de jogo. No
exemplo, uma aula de passe no basquetebol deveria considerar alguns pontos importantes:
Os tipos de passe que serão ensinados na aula (peito, picado, por cima da cabeça etc.)
A descrição do movimento por partes, com demonstração. Ver mais
Repetição do movimento.
Variações do movimento, como distância e deslocamento.
Avaliação contínua das execuções pelo professor.
VER MAIS
Por exemplo, no passe de peito:
segurar a bola com ambas as mãos, na altura do peito.
javascript:void(0)
manter os cotovelos juntos ao corpo.
executar um passo à frente (avanço).
estender os braços, com rotação interna do antebraço.
ao final do movimento, impulsionar a bola virando as palmas das mãos para fora e
com os dedos polegares virados para baixo.
 ATENÇÃO
Os outros passes ensinados na mesma aula seguiriam a mesma sequência.
Na aula seguinte de basquetebol, o conteúdo seria o drible, seguindo a mesma lógica. Ao final
de algumas aulas, com a combinação das diferentes habilidades (passe, drible e arremesso),
se alcançaria o jogo final.
Na representação gráfica a seguir, a sequência dos pequenos triângulos representa a série de
exercícios das habilidades a serem aprendidas. Os círculos representam o jogo final (no
exemplo, o basquetebol) que vai se formando ou sendo construído e sintetizado, à medida que
as habilidades são acrescidas ao repertório motor do aluno, até que se chegue ao jogo de
forma completa.
Fonte: DIETRICH, DÜRRWÄCHTER e SCHALLER, 1984.
 Representação gráfica do método parcial ou analítico.
Este modelo parcial, com algumas variações, é bastante utilizado nas aulas de Educação
Física escolar, em escolinhas de esportes coletivos e em modalidades de dança e luta.
Observa-se, com frequência, que a utilização deste método segue uma organização em que
uma parte considerável do tempo é destinada à exercitação de uma ou mais habilidades ou
fundamento; e, no final, é proposto um jogo ou coreografia.
No ensino dos esportes, das danças e das lutas, raramente há aulas inteiras com o método
parcial. O que se observa na aplicação deste método são aulas com ênfase em habilidades
motoras predeterminadas. Em práticas corporais como natação, atletismo e ginástica analítica,
este método é quase absoluto. Isto não é casual. Ao contrário, Oliveira (2020) relata que o
método parcial tem origem nos esportes individuais.
O método parcial pertence ao conjunto de métodos expositivos e é análogo aos estilos de
ensino diretos descritos de Mosston e Ashworth. A esse respeito, Gozzi e Ruete (2006, p. 131),
em pesquisa sobre iniciação em três esportes fora da escola (natação, ginástica artística e
futebol), identificaram a predominância dos estilos comando e tarefa, registrando que:
“OS ESTILOS MAIS UTILIZADOS FORAM COMANDO
(A) E TAREFA (B), POIS EXISTE UMA COBRANÇA COM
RELAÇÃO AO DESEMPENHO E RESULTADO RÁPIDO.
ESTES ESTILOS FACILITAM A PADRONIZAÇÃO DO
MOVIMENTO E SÃO OS QUE DÃO MAIS RESULTADOS
EM POUCO TEMPO, MAS NÃO PROMOVEM A
DESCOBERTA E A CRIAÇÃO”.
O método parcial ou analítico tem sido muito utilizado nas aulas de Educação Física e se
mostrado bastante adequado para o ensino de habilidades motoras básicas e específicas, ou
de formas básicas de movimentação nas danças, nas lutas e nos esportes individuais. Assim
como outros métodos de ensino, o método apresenta vantagens e desvantagens em sua
aplicação. Vejamos as principais:
VANTAGENSDO MÉTODO PARCIAL
Possibilita a aprendizagem de acordo com o padrão técnico de cada habilidade.
Facilita o êxito do aluno, porque o processo de aprendizagem é dividido em pequenas
etapas.
Facilita a avaliação individual e imediata pelo professor.

DESVANTAGENS DO MÉTODO PARCIAL
Nos esportes coletivos, nas lutas e nas danças, os elementos da prática são ensinados
em separado, o que dificulta a percepção da funcionalidade da habilidade (aplicação) e a
noção do todo, afastando o aluno da finalidade do gesto.
O desenvolvimento dos aspectos coletivos é muito reduzido, não se aplicando para o
ensino de aspectos táticos, coreográficos ou de combate.
Por ser baseado em modelos propostos pelo professor, dificulta ou impede a criatividade
do aluno.
Pode ser entediante para o aluno, uma vez que exige muita repetição de um padrão de
movimento.
 ATENÇÃO
A comparação entre vantagens e desvantagens de um método serve para verificar a
adequação de determinado método aos propósitos e objetivos de ensino. Não há muito sentido
na comparação entre métodos, se não houver antes uma definição clara dos objetivos, das
características dos alunos a serem ensinados e da clareza das condições práticas para o
processo de ensino-aprendizagem. A decisão do uso deste método é atribuição do professor,
que deve obrigatoriamente considerar os aspectos aqui referidos, a fim fazer boas escolhas.
O MÉTODO GLOBAL OU GLOBAL-FUNCIONAL
O conceito básico do método global ou global-funcional tem como princípio o uso da dinâmica
interna (ou funcionalidade) do tema a ser aprendido (jogo, esporte, luta, dança ou exercício
ginástico). O método global apresenta sempre uma situação-problema, em que a ideia do todo
deve estar sempre presente.
Fonte: matimix / Shutterstock.com
Concebido a partir dos esportes coletivos, o lema do método global é “jogar se aprende
jogando”. O método pode apresentar algumas variações, segundo Tenroller (2006). Aqui
destacaremos duas delas: a confrontação e a série de jogos.
Confrontação
Na variação “confrontação”, o aluno experimenta a modalidade esportiva (ou outra prática), tal
qual está codificada e formalizada, com suas regras, habilidades técnicas e táticas
costumeiras. O aprendizado se dá pela participação no esporte/prática corporal com toda a sua
complexidade. Não existem decomposições, embora haja simplificações.
Fonte: Monkey Business Images / Shutterstock.com
O esforço do aluno é assimilar a complexidade da prática, basicamente por meio da
experimentação, em que o erro é considerado etapa da aprendizagem.
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock.com
O papel do professor é apresentar a modalidade/prática em sua dinâmica interna. Isto pode
acontecer nos esportes coletivos, nas danças, nas lutas e mesmo nos movimentos ginásticos.
 EXEMPLO
Um exemplo pode ser como crianças e jovens aprendem as danças populares de sua região,
ou aprendem a jogar bola ou capoeira nas rodas, onde todos os participantes podem contribuir
para o aprendizado, sem refinamentos didáticos e metodológicos.
Série de jogos
Na variação “série de jogos”, o professor propõe uma série de jogos/atividades, em graus de
complexidade progressiva, partindo de formas mais simples até formas mais complexas de
jogos (esportes, lutas, danças). Graficamente pode ser representado da seguinte forma:
Fonte: EnsineMe
Ou ainda em um exemplo para o voleibol:
Fonte: Esquema adaptado de Alberti e Rothenberg (1984).
Observamos que na variação “série de jogos”, há dois elementos centrais:
1
A ideia central do jogo deve estar presente.
2
A série de jogos segue o princípio de que a aprendizagem se dá do mais simples para o mais
complexo.
O método global, em suas duas variantes, apresenta vantagens e desvantagens:
VANTAGENS DO MÉTODO GLOBAL
O aluno logo apreende a ideia do todo da prática e, mesmo sem detalhes, é capaz
reconhecer a sua dinâmica própria, como por exemplo, as ideias de defesa e de ataque
em jogos coletivos de invasão, o combate com pegadas nas lutas agarradas, como no
judô e jiu-jitsu.
Pode ser motivante, mas isto também pode depender de duas situações. Ver mais.

DESVANTAGENS DO MÉTODO GLOBAL
Dificuldade do professor em propiciar feedback individualizado, pois as ações ocorrem em
situação de jogo ou jogo simplificado.
O aprendizado de habilidades específicas é mais lento.
a) A primeira situação ocorre quando todos os alunos estão no mesmo nível de
aprendizado da modalidade, seja em um nível mais elementar, seja em um nível mais
complexo, como se vê em turmas mais homogêneas. Desse modo, não existe o
javascript:void(0)
monopólio da prática por parte dos mais habilidosos em detrimento dos menos
habilidosos.
b) A segunda situação ocorre quando há diferenças de habilidades e de reconhecimento
da lógica interna da prática (turmas mais heterogêneas), porém onde os mais habilidosos
aceitam a participação dos menos habilidosos, como costuma acontecer em jogos
recreativos e populares. É o caso da figura do jogador “café-com-leite”, aquele que ainda
não tem as mesmas condições de participar da brincadeira ou do jogo, mas que é aceita
pelo grupo e compõe o grupo de acordo com suas possibilidades.
 ATENÇÃO
O estudo dos métodos de ensino na Educação Física nos mostra que eles estão estreitamente
relacionados com os objetivos de ensino, com o grupo de alunos e com os recursos
disponíveis. O método parcial tem sido amplamente utilizado para o ensino de habilidades
motoras básicas e específicas; já o método global e suas variações, para o ensino da lógica
interna dos diferentes tipos de práticas, em que a noção do todo está sempre presente. O
método global se adequa bastante ao ensino dos esportes coletivos sob a forma de jogos
simplificados e série de jogos, mas também às modalidades de luta e de dança.
Para saber mais sobre os métodos parcial e global, assista ao vídeo a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O MÉTODO PARCIAL (ANALÍTICO) É AMPLAMENTE UTILIZADO NAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. A RESPEITO DE SUAS
CARACTERÍSTICAS É INCORRETO AFIRMAR QUE:
A) decompõe o jogo, esporte ou o movimento em partes menores, exercitando-as para
recombiná-las posteriormente.
B) possibilita que o aluno alcance níveis de criatividade mais avançados.
C) utiliza série de exercícios.
D) é apoiado em um modelo ou padrão de movimento apresentado pelo professor, em que os
alunos devem repetir este padrão.
E) possibilita que o professor realize avaliações individuais e imediatas.
2. O MÉTODO GLOBAL (GLOBAL-FUNCIONAL) É CONSIDERADO UM
MÉTODO CONVENCIONAL NO ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA, É
APLICÁVEL A DIFERENTES TEMAS, COMO ESPORTES, LUTAS, DANÇAS
E MOVIMENTOS GINÁSTICOS. SOBRE SUAS CARACTERÍSTICAS
PRINCIPAIS, ANALISE AS ASSERTIVAS:
I – O MÉTODO GLOBAL É ADEQUADO AO ENSINO DA LÓGICA INTERNA
OU DA FUNCIONALIDADE DA PRÁTICA, CONFRONTANDO O ALUNO COM
A IDEIA PRINCIPAL DA PRÁTICA A SER APRENDIDA.
II – O MÉTODO GLOBAL UTILIZA SÉRIE DE JOGOS.
III – NO MÉTODO GLOBAL, OS GESTOS E AS HABILIDADES
ESPECÍFICAS DO ESPORTE SÃO MAIS RAPIDAMENTE DESENVOLVIDOS.
IV – UMA VANTAGEM DO MÉTODO GLOBAL É QUE PODE SER
MOTIVANTE.
ESTÃO CORRETAS APENAS AS SEGUINTES AFIRMAÇÕES:
A) apenas as afirmações I e II estão corretas.
B) apenas as afirmações III e IV estão corretas.
C) apenas as afirmações I, II e III estão corretas.
D) apenas as afirmações I, II e IV estão corretas.
E) apenas as afirmações I, III e IV estão corretas.
GABARITO
1. O método parcial (analítico) é amplamente utilizado nas aulas de Educação Física. A
respeito de suas características é INCORRETO afirmar que:
A alternativa "B " está correta.
O método parcial, por utilizar modelos e padrões de movimento, dificulta a criatividade.
2. O método global (global-funcional) é considerado um método convencional no ensino
da Educação Física, é aplicável a diferentes temas, como esportes, lutas, danças e
movimentos ginásticos. Sobre suas características principais, analise as assertivas:
I – O método global é adequado ao ensino da lógicainterna ou da funcionalidade da
prática, confrontando o aluno com a ideia principal da prática a ser aprendida.
II – O método global utiliza série de jogos.
III – No método global, os gestos e as habilidades específicas do esporte são mais
rapidamente desenvolvidos.
IV – Uma vantagem do método global é que pode ser motivante.
Estão corretas apenas as seguintes afirmações:
A alternativa "D " está correta.
Pelo fato de o método global (global-funcional) utilizar jogos ou atividades que contenham a
ideia do todo a ser aprendido, a exercitação de habilidades específicas fica comprometida.
MÓDULO 3
 Analisar as características dos Estilos de Ensino de Mosston e Ashworth,
considerando as capacidades humanas de reprodução e produção de novas ideias
ESTILOS DE ENSINO DE MOSSTON E
ASHWORTH
Os estilos de ensino na Educação Física propostos por Mosston e Ashworth (2008) são uma
teoria pedagógico-metodológica que considera que as tomadas de decisão em aula (pelo
professor e pelos alunos) configuram uma estrutura importante no processo ensino-
aprendizagem.
Os Estilos de Ensino de Mosston, como ficou conhecida a teoria, tratam de uma descrição e
uma proposição que consideram o relacionamento entre professor e aluno, em que se observa
uma transferência das tomadas de decisão em diferentes graus e em diferentes etapas do
processo ensino-aprendizagem.
Agora, vamos conhecer o “spectrum de Mosston” e os diferentes estilos de ensino, analisando
as características dos estilos reprodutivos e produtivos descritos anteriormente. O espectro dos
Estilos de Ensino de Mosston tem como princípio de que o ensino é uma cadeia de decisões. A
partir daí, Mosston propõe uma série de estilos (métodos) de ensino em que cada um deles é:
“MAIS ADEQUADO PARA A CONSECUÇÃO DE
DETERMINADOS OBJETIVOS PRÉ-DEFINIDOS DE
ENSINO-APRENDIZAGEM” (RESENDE E ROSAS, 2011).
Cada estilo representa um determinado grau de tomada de decisão pelo aluno, ou determinado
grau de dependência ou autonomia em relação ao professor, não havendo, portanto,
hierarquização entre os estilos.
Os Estilos de Ensino de Mosston consideram três diferentes fases do processo de ensino-
aprendizado, em que o professor e o aluno podem tomar decisões. São elas:
1
A fase de pré-impacto (planejamento)
2
A fase de impacto (desenvolvimento da aula)
3
A fase de pós-impacto (avaliação)
Tais decisões devem ser tomadas pelos professores e alunos, isoladamente ou em conjunto.
Por exemplo, em uma aula de ginástica analítica, no estilo de ensino comando (estilo A, como
veremos a seguir), o professor toma todas as decisões, definindo os objetivos, os exercícios, o
número de repetições, o intervalo entre os exercícios, a duração e a forma de avaliar. Ao aluno
cabe reproduzir as instruções do professor.
O ESPECTRO DOS ESTILOS DE ENSINO
Mosston apresenta um spectrum, uma linha contínua com 11 estilos de ensino. Observe a
seguir:
Fonte: Adaptado de Mosston e Ashworth, 2008.
 Diagrama do spectrum dos Estilos de Ensino de Mosston.
Assim, os Estilos de Ensino de Mosston se organizam em função das capacidades do aluno em
reproduzir modelos e movimentos, e de produzir e criar ideias, modelos e movimentos. O
diagrama a seguir representa as operações cognitivas que formam três grupos de estilo:
Fonte: Adaptado de Mosston e Ashworth, 2008.
 Diagrama do spectrum dos Estilos de Ensino de Mosston.
PRIMEIRO GRUPO
(DOS ESTILOS A, B, C, D, E)
Reproduz o conhecimento e são adequados ao aprendizado de habilidades básicas, estruturas
de movimentos, e para manter tradições culturais. As funções cognitivas exigidas aos alunos
são a memorização, a identificação e a classificação de conhecimentos e habilidades.
SEGUNDO GRUPO DIAGRAMA (DOS ESTILOS F, G)
É adequado à descoberta e se posiciona no limite entre a reprodução e a criatividade.
TERCEIRO GRUPO
(DOS ESTILOS H, I, J, K)
É dirigido à descoberta, à criatividade e à produção de novos conceitos, ideias e movimentos,
estimulando os alunos a irem além do já conhecido por meio de soluções de problemas (GOZZI
e RUETE, 2006).
Esses três grupos estão distribuídos numa linha contínua (spectrum), que vai das formas onde
o aluno é mais dependente do professor, até um ponto onde o aluno apresenta maior
autonomia, ou seja, de onde o aluno reproduz o conhecimento até o ponto onde o aluno produz
o conhecimento e é criativo. Os estilos de ensino do primeiro grupo (A, B, C, D, E) podem ser
classificados como métodos expositivos, enquanto os estilos de ensino do segundo grupo (F,
G) e do terceiro grupo (H, I, J, K) podem ser classificados como métodos investigativos.
 ATENÇÃO
É importante destacar que a proposta de Mosston considera que nenhum estilo de ensino é
melhor ou superior a outro, não existindo a ideia de mútua exclusão.
Na proposta de Mosston, observamos que estilos de ensino estão relacionados aos objetivos
de ensino e às diferentes situações didáticas. Desse modo, Mosston nos faz compreender que
não há hierarquização de métodos, mas adequação.
Reprodução do
Conhecimento
Descoberta
Descoberta e Produção de
Conhecimento
OPERAÇÕES COGNITIVAS
Lembrar Descobrir
Hipotetizar, Comparar,
Categorizar, Sintetizar, Sugerir,
Extrapolar, Criar, Resolver
Problemas
A) COMANDO
B) TAREFA/PRÁTICO
C) RECÍPROCO
D) AUTOCHECAGEM
E) INCLUSÃO
F) DESCOBERTA
ORIENTADA
G) DESCOBERTA
CONVERGENTE
H) DESCOBERTA DIVERGENTE
I) PROGRAMA INDIVIDUAL
J) INICIADO PELO ALUNO
K) AUTOENSINO
 Os Estilos de Ensino de Mosston e os processos cognitivos.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS ESTILOS
DE ENSINO DE MOSSTON
A) Estilo Comando
A característica principal do Estilo Comando é a utilização de um modelo a ser reproduzido
pelos alunos e a diretividade. O ensino é conduzido totalmente pelo professor.
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Para adquirir a aprendizagem imediata, exata e precisa de determinados movimentos:
uniformidade, conformidade, sincronia, adesão a um modelo predeterminado, perpetuação de
tradições culturais, manutenção de padrões estéticos e eficiência.
Fonte: EnsineMe
Para executar movimentos que dependam de um ritmo padronizado.
Fonte: EnsineMe
Para exercer controle em relação à execução e aos executantes.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Vejamos alguns exemplos:
Fonte: oneinchpunch / Shutterstock.com
AULAS EM ACADEMIAS DE GINÁSTICA.
Aula de ginástica coletiva em academia de ginástica.
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock.com
TREINAMENTOS MILITARES.
Sessão de calistenia no treinamento físico-militar.
O estilo de ensino Comando não leva em consideração as diferenças individuais, pois
estabelece o mesmo padrão de movimento, o mesmo número de repetições, o mesmo
intervalo, o mesmo ritmo e a mesma duração para todos.
B) Estilo Tarefa/Prático
A característica deste estilo é a transferência de algumas decisões do professor para o aluno
na fase de impacto, embora os objetivos e conteúdos estejam a cargo do professor. As
decisões estão relacionadas à prática propriamente dita e podem estar relacionadas à ordem
de realização dos exercícios ou tarefas, o tempo e o ritmo de execução e a localização dos
alunos no espaço, entre outras.
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Adquirir a aprendizagem de determinados movimentos, a partir de práticas (tarefas) que
permitam maior tempo de execução para cada aluno.
Fonte: EnsineMe
Transferir algumas responsabilidades para os alunos, de modo que eles se engajem mais no
seu aprendizado.
Fonte: EnsineMe
Ajudar os alunos a estabelecerem relações entre o tempo de prática e a proficiência, entre a
repetição das tarefas e a performance.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Professor/aluno
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Professor
Fonte:EnsineMe
 EXEMPLO
Aulas de habilidades específicas, como executar o arremesso à cesta no basquetebol, com
número de repetições e posicionamento na quadra (ângulo e distância) de livre escolha do
aluno.
Fonte: allensima / Shutterstock.com
 Arremesso do basquetebol.
C) Estilo Recíproco
O Estilo Recíproco é organizado em pares de alunos que desenvolvem capacidade de
observação de movimentos e fornecem feedback aos seus companheiros de dupla. Neste
estilo, um dos alunos cumpre o papel de executante (E) e o outro o de observador (O).
Fonte: SpeedKingz / Shutterstock.com
Enquanto o aluno executante (E) realiza as tarefas motoras.
Fonte: SpeedKingz / Shutterstock.com
O aluno observador (O) avalia e informa ao colega seu desempenho.
Fonte: SpeedKingz / Shutterstock.com
Ao professor cabe observar e interagir com o aluno observador.
Esta dinâmica permite que o aluno execute a função de avaliar, normalmente atribuída ao
professor; e o Estilo permite que aluno inicie um processo de tomada de decisão.
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Para propiciar feedback imediato ao aluno, logo após a execução da tarefa, através de um
registro individual.
Fonte: EnsineMe
Para transferir mais responsabilidades para os alunos, enriquecendo sua aprendizagem
através do engajamento no papel de feedback.
Fonte: EnsineMe
Para ajudar os alunos a desenvolverem valores de socialização, através da cooperação com
seus colegas.
Fonte: EnsineMe
Para ajudar os alunos a desenvolverem técnicas de comunicação e capacidade de observação.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Professor/aluno executante
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Professor/aluno observador
Fonte: EnsineMe
 ATENÇÃO
A reciprocidade auxilia tanto na memorização do gesto de quem executa quanto de quem
observa e dá o feedback.
A seguir, veremos alguns exemplos de aplicação:
EXEMPLO DE SITUAÇÃO DE AULA
Nas aulas do Estilo Recíproco, o professor deve atender aos seguintes passos:
Definir a dupla de trabalho: executante (E) e observador (O)
Explicar as funções do (E) e do (O)
Explicar as linhas de comunicação entre (E) e (O)
Explicar o papel do professor e sua comunicação com o (O)
Demonstrar e explicar as tarefas
Explicar a ficha de critérios: descrição específica do movimento; critérios a serem
observados; pode ser feita com figuras ilustrativas.
EXEMPLO DE FICHA DE CRITÉRIOS PARA O
APRENDIZADO DO “PASSE DE PEITO” NO
BASQUETEBOL
FICHA DE OBSERVAÇÃO
Nome do aluno executante:
Nome do aluno observador:
Movimento: Passe de peito
Número de tentativas: 10
Movimento Sempre Frequentemente Raramente Nunca
Segura a bola com
ambas as mãos, na
altura do peito
Mantém os cotovelos
juntos ao corpo
Executa um passo à
frente (avanço),
coordenadamente
com a extensão dos
braços
Estende os braços,
com rotação interna
do antebraço
Ao final do
movimento
impulsiona a bola,
virando as palmas
das mãos para fora e
com os dedos
polegares virados
para baixo
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
EXEMPLO DE FICHA DE CRITÉRIOS PARA O
APRENDIZADO DO GOLPE “DE-ASHI-BARAI” NO
JUDÔ
FICHA DE OBSERVAÇÃO
Nome do aluno executante:
Nome do aluno observador:
Movimento: De-ashi-barai
Número de tentativas: 10
Movimento Sempre Frequentemente Raramente Nunca
Mão direita na gola
do adversário (Uke)
Mão esquerda na
manga do adversário
Indução do
adversário a
caminhar para frente
(deslocamento)
Puxada da manga
para baixo
Puxada da gola para
cima
Varrida do pé direito
do adversário com o
pé esquerdo, quando
o pé do adversário
estiver fora do chão
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
D) Estilo Autochecagem
No Estilo Autochecagem, a função de feedback do professor é transferida totalmente para o
próprio aluno que está aprendendo. Ao aluno caberá internalizar os critérios de execução para
poder desenvolver a capacidade de autoavaliação, assim como maior responsabilidade no seu
aprendizado. O papel do professor é propor as atividades e, assim como no Estilo Recíproco
(C), estabelecer critérios de desempenho.
Fonte: SpeedKingz / Shutterstock.com
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Para transferir mais responsabilidades aos alunos, enriquecendo sua aprendizagem através do
seu engajamento no papel de feedback (que se torna mais quantitativo).
Fonte: EnsineMe
Para favorecer a independência do aluno com relação ao professor e aos outros companheiros.
Fonte: EnsineMe
Para favorecer a capacidade de observação da sua própria execução, realizando a
autoavaliação.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Aluno/professor
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Aluno/professor, turma toda
Fonte: EnsineMe
O professor deve fazer perguntas e guiar os alunos para a sua autoavaliação para identificar
seu sucesso, seus erros e limites.
 EXEMPLO
Assim como nos estilos anteriores, o estilo de ensino Autochecagem se adequa ao aprendizado
de habilidades motoras básicas e específicas, mas individualizadas, como executar um rolo
para trás na ginástica ou um chute a gol no futsal.
O Estilo Autochecagem possibilita ainda que diferentes alunos estejam envolvidos em
diferentes práticas de movimento ao mesmo tempo. Numa aula de ginástica artística, por
exemplo, alguns alunos podem estar executando saltos sobre o plinto, enquanto outros podem
estar executando rolo para trás. Nesse estilo é possível utilizar as Fichas de Observação vistas
anteriormente no Estilo Recíproco.
Fonte: Iakov Filimonov / Shutterstock.com
E) Estilo Inclusão
No Estilo Inclusão, o professor planeja diferentes graus de dificuldade para a mesma tarefa ou
gesto, uma vez que o objetivo é tornar o aluno capaz de optar pelo grau de dificuldade do
movimento ensinado, a partir da percepção de si mesmo em relação à tarefa. É um estilo que
possibilita maior inclusão dos alunos, facilitando a exigência às características individuais.
Este estilo permite que o aluno se desenvolva de forma contínua, mudando o grau de
dificuldade da tarefa durante a aula, de acordo com as suas próprias avaliações. No decorrer
da a aula, o aluno tem a possibilidade de se manter na atividade no grau de dificuldade que
optou, selecionar um nível mais difícil, ou ainda optar por um grau de dificuldade abaixo
daquele que optou no início. A capacidade de tomada de decisão do aluno se amplia em
relação aos estilos de ensino anteriores.
Fonte: oliveromg / Shutterstock.com
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Para levar os alunos a tomarem decisões sobre seu sucesso ou fracasso.
Fonte: EnsineMe
Para levar os alunos a avaliarem seu crescimento individual em determinadas habilidades.
Fonte: EnsineMe
Para aprender a se autoavaliar e lidar com a relação entre aspiração e possibilidade.
Fonte: EnsineMe
Para favorecer a independência do aluno nas decisões sobre as tarefas a serem executadas.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Aluno/professor
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Aluno/professor
Fonte: EnsineMe
Todas as decisões do aluno são aceitáveis, mas o professor deve contribuir para que os alunos
tenham sucesso ou sejam desafiados.
 EXEMPLO
Em uma aula de salto em altura no atletismo, o professor organiza o espaço com quatro
opções de altura e o aluno decide pela altura que vai iniciar a aula. Após um tempo suficiente
de experimentações, o professor solicita que os alunos avaliem o próprio desempenho e os
estimula a mudarem de nível.
Fonte: Soonthorn Wongsaita / Shutterstock.com
F) Estilo Descoberta Guiada
No spectrum de Mosston, este é o primeiro estilo de ensino que envolve o aluno num processo
de descoberta. Ele define a interação entre professor e aluno num processo contínuo de
questionamentos e respostas que leva os alunos à descoberta de um conceito simples, ou ideiade forma planejada pelo professor.
A partir do Estilo Descoberta Guiada, o aluno se envolve em um processo investigativo, criativo,
produtivo e com mais autonomia em relação ao professor.
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Para estimular a reflexão e dirigir o raciocínio do aluno para descobrir conceitos, relações,
semelhanças e diferenças.
Fonte: EnsineMe
Para estimular a participação ativa do aluno no processo de descoberta e compreensão de
determinado conceito ou ideia.
Fonte: EnsineMe
Para desenvolver a capacidade cognitiva do aluno.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Aluno/professor
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Aluno/professor
Fonte: EnsineMe
A sequência do processo é importante. O professor faz a pergunta, os alunos a respondem da
melhor maneira. Depois o professor avalia as respostas e determina a próxima pergunta. Se as
respostas forem incorretas, o professor precisa encontrar uma pergunta diferente para
conseguir a resposta desejada. Se as respostas forem corretas, o professor continua com o
raciocínio lógico na sequência de perguntas. Vejamos um exemplo de situação de aula:
Fonte: Stock_VectorSale / Shutterstock.com
Imagine que o professor estabeleceu como objetivo de aula que o aluno deverá ser capaz de
reconhecer a qualidade “precisão” no saque do voleibol. A partir daí, o professor determina a
seguinte sequência de perguntas a serem feitas ao aluno:
VOCÊ SABE A FUNÇÃO DO SAQUE NO VOLEIBOL?
Colocar a bola em jogo para iniciar o rali (correta).
AO RECEBER A BOLA, QUE AÇÕES SE DESDOBRAM
NO TIME ADVERSÁRIO?
Levantamento e ataque (correta).
SERIA POSSÍVEL DIFICULTAR O ATAQUE DO
ADVERSÁRIO A PARTIR DO SAQUE?
Sim (correta).
DE QUE MANEIRA?
Forçando o erro na recepção para dificultar o passe e o ataque (correta).
QUE ALTERNATIVA VOCÊ TERIA PARA DIFICULTAR A
RECEPÇÃO DO TIME ADVERSÁRIO?
Sacar a bola fora do alcance dos jogadores adversários (correta).
QUANDO VOCÊ SACA FORA DO ALCANCE DO
ADVERSÁRIO, QUE QUALIDADE DEVE TER O SEU
SAQUE?
Precisão (correta).
Por fim, o professor dá o feedback: Ótimo, você descobriu o conceito de precisão no saque de
voleibol! Neste exemplo, o professor planejou uma sequência de perguntas em que a cada
resposta correta ele formularia a próxima pergunta (no exemplo, há somente respostas
corretas).
G) Estilo Descoberta Convergente (Solução de Problemas Convergente)
A característica deste estilo de ensino é propor ao aluno uma situação-problema que tem uma
única solução. O aluno deve descobrir a solução para o problema proposto, ou chegar a uma
conclusão, empregando procedimentos lógicos e conexões dos conteúdos. Cabe ao professor
tomar decisões sobre o conteúdo e propor a situação-problema ao aluno.
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Para descobrir a única resposta correta a uma pergunta, ou a única solução correta para um
problema.
Fonte: EnsineMe
Para descobrir a sequência de conteúdo que, quando logicamente ligado, leva à resolução
final.
Fonte: EnsineMe
Para descobrir um padrão de pensamento sobre o conteúdo.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Aluno
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Aluno/professor
Fonte: EnsineMe
No Estilo Descoberta Convergente, o aluno busca respostas e as decisões são de sua
responsabilidade. As decisões devem ser continuamente avaliadas pelo aluno. Ao final, há uma
avaliação do professor.
 EXEMPLO
Imagine que numa aula de basquetebol, no fundamento “drible”, o problema proposto pelo
professor seja: “Qual é a posição adequada para proteger a bola (manter a posse de bola)
quando estiver marcado?”. A resposta correta é manter o próprio corpo entre o adversário e a
bola enquanto dribla. Nesta situação, o professor pode iniciar com a formulação do problema,
em seguida dividir a turma em duplas (um aluno marca e outro defende a bola) partindo da
posição de um de frente e para o outro. Os alunos testarão suas hipóteses na prática do drible.
H) Estilo Descoberta Divergente (Solução de Problemas Divergente)
No estilo de ensino por Descoberta Divergente o professor propõe uma situação-problema a
ser resolvida pelo aluno e que possibilite múltiplas soluções. É o segundo estilo que engaja o
aluno num processo de descoberta. Assim como nos estilos F e G, o aluno toma a maioria das
decisões durante a aula e está envolvido em um processo investigativo, pois busca
alternativas, experimenta e descobre soluções.
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Para engajar os alunos num processo de autonomia que resulte em múltiplas respostas e na
descoberta de possíveis alternativas, através do processo reflexão-ação-reflexão individual ou
em grupo.
Fonte: EnsineMe
Para desenvolver nos alunos a habilidade de sintetizar informações e criar soluções diante de
problemas planejados ou surgidos nas aulas.
Fonte: EnsineMe
Para favorecer a independência dos alunos para a proposição de alternativas divergentes,
experimentá-las e avaliá-las diante dos problemas apresentados.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Aluno
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Aluno/professor
Fonte: EnsineMe
A situação-problema deve ser simples, clara e exata. O professor deve observar e avaliar o
processo, levando os alunos a ponderarem, repensarem e explorarem as possibilidades. Mas
as sugestões precisam resolver o problema.
 EXEMPLO
O professor propõe que o aluno elabore uma sequência coreográfica de ginástica artística
utilizando os seguintes exercícios e movimentações de solo: corrida, rolo para frente, estrela,
vela, avião, rondada e salto estendido. A ordem dos exercícios na sequência pode ser variada,
possibilitando múltiplas respostas.
I) Estilo Programa Individual
Este estilo se caracteriza por demandar um elevado grau de autonomia do aluno na
organização da sua aprendizagem. Ainda que o professor defina o tema geral da aula (ou das
aulas, pois o processo pode ser mais longo), o aluno define um tópico, organiza o seu próprio
aprendizado e avalia os resultados.
 ATENÇÃO
O estilo Programa Individual exige que o aluno esteja familiarizado com o tópico proposto pelo
professor. Outro aspecto importante é que este estilo talvez requeira um tempo mais longo no
processo ensino-aprendizagem que os estilos anteriores.
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Para oferecer a oportunidade de os alunos desenvolverem programas baseados nas suas
próprias capacidades cognitivas e físicas, a partir de temas de maior necessidade ou afinidade.
Fonte: EnsineMe
Para acrescentar conhecimento e técnicas aprendidas através dos outros estilos.
Fonte: EnsineMe
Para favorecer a autonomia do aluno na construção e elaboração do seu próprio processo de
evolução na aprendizagem, ampliando seu universo de referências.
Fonte: EnsineMe
Para desenvolver a capacidade de avaliação por conta própria.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Professor
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Aluno
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Aluno
Fonte: EnsineMe
O professor deve garantir tempo suficiente para que o aluno desenvolva o seu programa. Os
alunos precisarão buscar diferentes fontes de informação, organizando-as para melhor
compreender o tema proposto e, só então, solucionar o problema e validar seus resultados.
 EXEMPLO
O professor propõe um tema geral: “Formas de treino para aptidão física”. O aluno seleciona
qual ou quais aspectos irá treinar, por exemplo, a flexibilidade. Daí examina o conceito, planeja
formas e exercícios para o treino, executa os exercícios e avalia os resultados.
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock.com
J) Estilo Iniciado pelo Aluno
Neste estilo de ensino, o aluno toma as decisões sobre o seu aprendizado desde a fase de pré-
impacto (planejamento). O propósito deste estilo é que o aluno seja capaz de iniciar sua própria
experiência de aprendizagem, programando,executando e avaliando-a juntamente com o
professor, com base em critérios levantados em acordo comum.
Quando pode ser utilizado?
Fonte: EnsineMe
Para levar o aluno a reconhecer sua prontidão para planejar, questionar, descobrir e
implementar um programa para autodesenvolvimento.
Fonte: EnsineMe
Para conduzir o aluno ao reconhecimento da necessidade de ações futuras e séries de
programas.
Fonte: EnsineMe
Para fornecer total autonomia ao aluno de escolher, não somente o conteúdo do programa,
como também a forma de ensino-aprendizagem.
Quem toma as decisões?
Fase de pré-impacto
Aluno
Fonte: EnsineMe
Fase de impacto
Aluno
Fonte: EnsineMe
Fase de pós-impacto
Aluno
Fonte: EnsineMe
O aluno tem a liberdade de optar por qualquer modelo de aprendizagem, incluindo outros
estilos do spectrum. Para isso, o aluno precisa estar familiarizado com a variedade dos estilos
do spectrum, assim como ter certo domínio do conteúdo aprendido através dos outros estilos.
Nesta ocasião, o professor fica presente para orientar o aluno no que precisar.
K) Estilo Autoensino
A primeira característica do Autoensino é que a figura do professor é dispensada. Portanto,
este estilo não se manifesta na escola. Cabe ao aluno tomar todas as decisões em todas as
fases do aprendizado. Dessa forma, o Estilo Autoensino é adequado ao campo do lazer, em
que o “aluno” tem ampla liberdade de escolha.
Fonte: Sussi Hj / Shutterstock.com
Para saber mais sobre os estilos de Mosston e Ashworth, assista ao vídeo a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A TEORIA PEDAGÓGICA-METODOLÓGICA DOS ESTILOS DE ENSINO
DE MOSSTON ESTÁ FUNDAMENTADA EM DUAS CAPACIDADES
HUMANAS: A CAPACIDADE DE REPRODUZIR IDEIAS, CONCEITOS E
MODELOS E A CAPACIDADE DE PRODUZIR NOVAS IDEIAS E
CONCEITOS. ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA SOBRE AS
CARACTERÍSTICAS DOS ESTILOS DE ENSINO DE MOSSTON.
A) O espectro dos Estilos de Ensino de Mosston tem como finalidade a transferência das
tomadas de decisão do professor para o aluno.
B) As tomadas de decisão podem acontecer nas diferentes fases do processo ensino-
aprendizagem, que são a fase de pré-impacto, impacto e pós-impacto.
C) Cada estilo de ensino é adequado a determinados conteúdos e aprendizados, não havendo
hierarquização entre eles.
D) Os estilos de ensino A, B, C, D e E são criativos, uma vez que os alunos devem seguir
padrões.
E) A criatividade dos alunos é uma das metas da proposta de Mosston e está mais presente no
terceiro grupo de estilos de ensino (H, J e K).
2. OS ESTILOS DE ENSINO DE MOSSTON DESCREVEM O ESTILO
RECÍPROCO (C). NO SPECTRUM É O PRIMEIRO ESTILO EM QUE O
ALUNO TOMA ALGUMA DECISÃO. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE
CORRESPONDE À DESCRIÇÃO DO ESTILO RECÍPROCO.
A) O aluno identifica um aspecto do tema proposto pelo professor e elabora um plano de
aprendizagem junto com o colega.
B) Em dupla, um aluno executa o movimento ou a tarefa proposta pelo professor, enquanto o
colega observa e avalia de acordo com os critérios fornecidos pelo professor.
C) Junto com um colega, o aluno propõe uma situação-problema para o professor e busca
soluções.
D) De posse de uma ficha de avaliação, o aluno executa o movimento proposto pelo professor
e realiza uma autoavaliação.
E) Coletivamente os alunos executam as tarefas propostas pelo professor, no mesmo ritmo,
intensidade e duração.
GABARITO
1. A teoria pedagógica-metodológica dos Estilos de Ensino de Mosston está
fundamentada em duas capacidades humanas: a capacidade de reproduzir ideias,
conceitos e modelos e a capacidade de produzir novas ideias e conceitos. Assinale a
alternativa INCORRETA sobre as características dos Estilos de Ensino de Mosston.
A alternativa "D " está correta.
Os estilos de ensino de A a E reproduzem o conhecimento do professor, portanto, não são
criativos.
2. Os Estilos de Ensino de Mosston descrevem o estilo Recíproco (C). No spectrum é o
primeiro estilo em que o aluno toma alguma decisão. Assinale a alternativa que
corresponde à descrição do estilo Recíproco.
A alternativa "B " está correta.
O estilo Recíproco, como o nome sugere, estabelece uma ação de reciprocidade entre os
alunos quando um aluno avalia o outro na realização de alguma atividade.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos neste tema sobre métodos e estilos de ensino, há diferentes formas de
organização do processo de ensino-aprendizagem na Educação Física. É possível afirmar que
os métodos e estilos de ensino estão, de algum modo, subordinados às intenções pedagógicas
(objetivos e conteúdos), aos recursos de ensino e às características dos alunos.
Assim, não é seguro afirmar de forma genérica que um método ou um estilo de ensino seja
“superior” ou “melhor” que outro. O que pode ser dito é que um método é mais adequado para
determinada situação pedagógica. Neste aspecto, torna-se importante ressaltar que cabe ao
professor a escolha do método ou do estilo para cada situação ou finalidade. É importante que
o professor de Educação Física conheça e estude os diferentes métodos de ensino para
dominar seus princípios e suas rotinas de aplicação, distinguindo as suas funções e
aplicabilidades.
Neste estudo, vimos que podemos classificar os métodos de ensino de Educação Física em
dois grandes conjuntos. O primeiro é o conjunto de métodos expositivos, baseados nos
modelos e padrões de movimentos/gestos/práticas apresentados pelo professor – método
parcial e estilos de ensino Comando, Tarefa, Recíproco, Autochecagem e Inclusão –, em que é
suficiente que o aluno reproduza a informação que memorizou e apreendeu. Este conjunto de
métodos é adequado para a aprendizagem de habilidades motoras básicas e específicas,
formas de movimentação elementares e aprendizado de conceitos e fatos mais simples.
O segundo conjunto compreende os métodos investigativos, cujo princípio é oferecer uma
situação-problema a ser resolvida pelo aluno, possibilitando que ele observe, análise, formule
hipóteses e experimente as possíveis soluções, produzindo algo original. O método global e
suas variações, assim como os estilos de ensino produtivo e criativo (F a K), inserem-se neste
conjunto.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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XAVIER, T. Métodos e ensino em Educação Física. São Paulo: Manole, 1986.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
O livro Criatividade nas aulas de Educação Física, de Celi Taffarel, cuja abordagem
dialoga com o conteúdo deste tema.
O livro Metodologia do ensino da Educação Física, de Castellani Filho, que apresenta
elementos básicos para a elaboração de uma teoria pedagógica e a composição de um
programa específico para esta disciplina.
Artigos de diferentes autores sobre o ensino do futebol e de esportes coletivos no site da
Universidade do Futebol.
CONTEUDISTA
Guilherme Borges Pacheco Pereira
 CURRÍCULO LATTES
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