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© Universidade Positivo 2019 Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido Curitiba-PR – CEP 81280-330 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Presidente da Divisão de Ensino Reitor Pró-Reitor Coordenação Geral de EAD Coordenação de Metodologia e Tecnologia Autoria Parecerista Supervisão Editorial Projeto Gráfico e Capa Prof. Paulo Arns da Cunha Prof. José Pio Martins Prof. Carlos Longo Prof. Everton Renaud Profa. Roberta Galon Silva Profa. Silvia Mara Haluch Profa. Karla Gonçalves dos Santos Malachoski Felipe Guedes Antunes DP Content Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. PAC EM FARMÁCIA V 2 Caro aluno, A metodologia da Universidade Positivo tem por objetivo a aprendizagem e a comu- nicação bidirecional entre os atores educacionais. Para que os objetivos propostos se- jam alcançados, você conta com um percurso de aprendizagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da contextualização prática e das atividades individuais e colaborativas. A proposta pedagógica da Universidade Positivo é baseada em uma metodologia dia- lógica de trabalho que objetiva: valorizar suas experiências; incentivar a construção e a reconstrução do conhecimento; estimular a pesquisa; oportunizar a refl exão teórica e aplicação consciente dos temas abordados. Compreenda seu livro Metodologia 3PAC EM FARMÁCIA V Compreenda seu livro Metodologia Com base nessa metodologia, o livro apresenta a seguinte estrutura: PERGUNTA NORTEADORA Ao fi nal do Contextualizando o cená- rio, consta uma pergunta que esti- mulará sua refl exão sobre o cenário apresentado, com foco no desenvol- vimento da sua capacidade de análi- se crítica. TÓPICOS QUE SERÃO ESTUDADOS Descrição dos conteúdos que serão estudados no capítulo. BOXES São caixas em destaque que podem apresentar uma citação, indicações de leitura, de fi lme, apresentação de um contexto, dicas, curiosidades etc. RECAPITULANDO É o fechamento do capítulo. Visa sintetizar o que foi abordado, reto- mando os objetivos do capítulo, a pergunta norteadora e fornecendo um direcionamento sobre os ques- tionamentos feitos no decorrer do conteúdo. PAUSA PARA REFLETIR São perguntas que o instigam a refl etir sobre algum ponto estudado no capítulo. CONTEXTUALIZANDO O CENÁRIO Contextualização do tema que será estudado no capítulo, como um cenário que o oriente a respeito do assunto, relacionando teoria e prática. OBJETIVOS DO CAPÍTULO Indicam o que se espera que você aprenda ao fi nal do estudo do ca- pítulo, baseados nas necessidades de aprendizagem do seu curso. PROPOSTA DE ATIVIDADE Sugestão de atividade para que você desenvolva sua autonomia e siste- matize o que aprendeu no capítulo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS São todas as fontes utilizadas no capítulo, incluindo as fontes mencio- nadas nos boxes, adequadas ao Projeto Pedagógico do curso. 4PAC EM FARMÁCIA V Boxes AFIRMAÇÃO Citações e afi rmativas pronunciadas por teóricos de relevância na área de estudo. ASSISTA Indicação de fi lmes, vídeos ou similares que trazem informações complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. BIOGRAFIA Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específi co da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. ESCLARECIMENTO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específi ca da área de conhecimento trabalhada. EXEMPLO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. 5PAC EM FARMÁCIA V Sumário Capítulo 1 - Introdução à Biossegur ança Objetivos do capítulo ......................................................................................................14 Contextualizando o cenário ............................................................................................15 1.1 Princípios ger ais .......................................................................................................16 1.1.1 Defi nições .....................................................................................................................................................17 1.1.2 Histórico e importância ..............................................................................................................................19 1.2 Aspectos r egulamentar es .........................................................................................23 1.2.1 Principais legislações relacionadas à Biossegurança ...........................................................................28 1.2.2 Políticas nacionais em Biossegurança ....................................................................................................31 Proposta de Atividade .....................................................................................................36 Recapitulando .................................................................................................................36 Referências bibliográfi cas ..............................................................................................37 7PAC EM FARMÁCIA V Sumário Capítulo 2 - Biossegur ança em serviços da saúde Objetivos do capítulo ......................................................................................................39 Contextualizando o cenário ............................................................................................40 2.1 Classifi cação de riscos ocupacionais ......................................................................41 2.1.1 Riscos ocupacionais relacionados aos ambientes de serviços de saúde............................................44 2.1.2 Mapeamento de riscos ................................................................................................................................53 2.2 Níveis de Biossegur ança, organismos geneticamente modifi cados (OGM) e outr as áreas de contenções .......................................................................................................55 2.2.1 Defi nição dos níveis de Biossegurança ....................................................................................................57 2.2.2 Organismos geneticamente modifi cados (OGM), biotérios e nanotecnologia ...................................60 Proposta de Atividade .....................................................................................................62 Recapitulando .................................................................................................................62 Referências bibliográfi cas ..............................................................................................64 8PAC EM FARMÁCIA V Sumário Capítulo 3 - Práticas segur as Objetivos do capítulo ......................................................................................................66 Contextualizando o cenário ............................................................................................67 3.1 Boas práticas profi ssionais (BPP) e boas práticas de labor atórios (BPL) ............683.1.1 Higiene, limpeza, esterilização e desinfecção ........................................................................................71 3.1.2 Simbologia, rotulagem e procedimentos operacionais de segurança ................................................73 3.1.3 Treinamentos, capacitação e recomendações ........................................................................................78 3.2 Equipamentos de proteção .......................................................................................79 3.2.1 Equipamentos de proteção individual (EPI) ............................................................................................79 3.2.2 Equipamentos de proteção coletiva (EPC) ..............................................................................................84 3.3 Unidades de isolamento e condutas segur as ..........................................................86 3.2.1 Prevenção e controle de infecções hospitalares ....................................................................................87 3.2.2 Sistema de vigilância em saúde ................................................................................................................88 3.2.3 Assistência a soropositivos e outras doenças de interesse clínico .....................................................89 Proposta de Atividade .....................................................................................................90 Recapitulando .................................................................................................................90 Referências bibliográfi cas ..............................................................................................92 9PAC EM FARMÁCIA V Sumário Capítulo 4 - Gestão de resíduos dos serviços de saúde Objetivo do capítulo.....................................................................................................94 Contextualizando o cenário .........................................................................................95 4.1 Classifi cação e tipologia de resíduos ......................................................................96 4.1.1 Resíduos infecciosos, perfurocortantes e radioativos ..........................................................................98 4.1.2 Resíduos químicos, domésticos e recicláveis ...................................................................................... 102 4.2 Gerenciamento de resíduos e requisitos legais ......................................................108 4.2.1 Armazenamento dos resíduos de serviços de saúde ........................................................................... 110 4.2.2 Coleta e transporte dos resíduos de serviços de saúde ..................................................................... 113 4.2.3 Disposição fi nal dos resíduos de serviços de saúde ........................................................................... 114 4.2.4 Programas de Gerenciamento de Resíduos da Saúde (PGRSS) ........................................................ 116 Proposta de Atividade .................................................................................................. 117 Recapitulando ............................................................................................................ 119 Referências bibliográfi cas ........................................................................................... 92 10PAC EM FARMÁCIA V 11PAC EM FARMÁCIA V APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO A disciplina de PAC em Farmácia V é uma ferramenta importante para a garantia do bem estar ocupacional, para os cuidados com o paciente e para as medidas de proteção am-biental. Esta ciência nasceu da ocorrência de acidentes de trabalho decorridos nos servi-ços de saúde. Possui diversas vertentes no que diz respeito a riscos do ambiente no tra-balho apoiados pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelas Organizações da Saúde. Condutas, regras e princípios são ferramentas de apoio para essa área, que busca anular, mitigar, controlar ou evitar riscos que possam afetar os colaboradores, usuários, animais e meio ambiente. A garantia de um ambiente saudável, seguro e sustentável requer uma série de proce-dimentos e treinamentos oriundos da Biossegurança, na qual os conceitos e as normati-vas conduzem o colaborador a adquirir boas práticas profissionais e de laboratório. Nesse contexto, compreende-se também que é necessário o uso de equipamentos de proteção individual e coletivo, além de possuir políticas de contingência em caso de acidente, proteção contra incêndios, entre outros cuidados específicos. 12PAC EM FARMÁCIA V A autora “Dedico este trabalho a todos aqueles que contribuíram para que a Biossegurança se tornasse uma ciência voltada aos cuidados com os profi ssionais que atuam em áreas de riscos, com os pacientes e visitantes e com a preservação do meio ambiente.” É mestre em Ciências e Tecnologia Am- biental pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), graduada em Química e Biomedicina e tecnóloga em Bioprocessos e Biotecnologia pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Com vasta experiência em práticas la- boratoriais de diversas áreas cientí- fi cas, é auditora líder de Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental, com profundo conhecimento de normas da qualidade voltadas a pesquisas na área da saúde e ambiental. É professora de disciplinas nas áreas de ferramentas de gestão, perícia, química, microbiologia e atividades de laboratórios. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6031972999746257 13PAC EM FARMÁCIA V Objetivos do capítulo Reconhecer os princípios que regem a Biossegurança; Justifi car as legislações a serem aplicadas em sua profi ssão; Utilizar as políticas nacionais em Biossegurança em seu cotidiano e ambiente laboral. PRINCÍPIOS GERAIS • Defi nições • Histórico e importância ASPECTOS REGULAMENTARES • Principais legislações relacionadas à Biossegurança • Políticas nacionais em Biossegurança TÓPICOS DE ESTUDO 14PAC EM FARMÁCIA V A Biossegurança teve início como uma forma de evitar mortes por meio de contágios de microrganismos patogênicos, principalmente em ambiente hospitalar. A AIDS foi um marco para a civilização e tudo que fazíamos na área da saúde passou então a ser obsoleto. Aos poucos, e com o desenvolvimento científi co, essa área passa de recomen- dações a uma ciência ampla, dinâmica e com muitas vertentes. Começa-se a pensar em diversos impactos na saúde do trabalhador, com a atenção em riscos oriundos das atividades laborais. Simples recomendações passam a ser regras, condutas, procedi- mentos e regulamentações. Rotinas diárias começam com procedimentos de limpeza e higiene pessoal e ambiental, de forma a desinfetar e descartar de forma adequada os resíduos oriundos de pacientes, de tratamentos de cirurgia; tudo passa a ser destinados de forma adequada, evitando a contaminação ambiental. Fiscalização e condutas com organismos geneticamente modifi cados estão regulamentados pela Biossegurança, de forma a prevenir seu impacto na natureza. Mas, afi nal, para que todo esse cuidado com o meio ambiente? Contextualizando o cenário 15PAC EM FARMÁCIA V Princípios gerais1.1 Atualmente, a Biossegurança é tida como uma ciência focada na saúde ambiental, social, educacional e profi ssional. Foi herdada das falhas de conduta em segurança dos profi ssio- nais envolvidos em ambientes hospitalares desde o surgimento da AIDS, na década de 1980. Verifi cou-se, então, a necessidade de impor regras para que acidentes de trabalho e poluição ambiental de produtos contaminados fossem evitados. O conceito já está bem estabelecido, melhorado nos últimos anos com o crescimento da biotecnologia e suas manipulações genéticas e com o crescimento de bactérias multirresisten- tes e novas linhagens de microrganismos de alta virulência. De acordo com Valle (1996): A biossegurança podeser entendida como uma série de ações, procedimentos, técnicas, metodologias e dispositivos com o objetivo de prevenir, minimizar ou eliminar riscos envolvidos na pesquisa, na produção, no ensino, no desenvolvi- mento tecnológico e na prestação de serviços, os quais podem comprometer a saúde do ser humano, dos animais e do meio ambiente, bem como a qualidade de vida dos trabalhos desenvolvidos (VALLE, 1996). Tal conceito foi ampliado em 1998, concorrendo para um convívio diário em sua rotina de trabalho e para condutas ideais à promoção da saúde. Segundo Costa (1998): É necessário um “estado de biossegurança” que se defi ne como harmonia entre o homem, os processos de trabalho, da instituição e a sociedade na área da saúde. Devido a transmissões microbiológicas, o acidente de trabalho tem um caráter gra- ve, visto que pode não apenas envolver o trabalhador como também pacientes, visitantes e as instalações ambientais que permeiam o local impactado. Por isso, a biossegurança tem um papel relevante na promoção da saúde (COSTA, 1998). Ainda, conforme a Portaria n. 585/2013: Considera-se a biossegurança um conjunto de medidas que buscam anular, mitigar, controlar ou evitar riscos que possam afetar o bem-estar humano, ani- mal, vegetal e ambiental de maneira não intencional. A bioproteção é caracte- rizada pelo conjunto de medidas que buscam diminuir o risco de furto, utiliza- ção indevida, disseminação intencional de patógenos ou suas partes, incluindo toxinas e os organismos que as produzem, de forma intencional, seja para atos de bioterrorismo ou dolosos (BRASIL, 2013). Logo, voltando-se a uma série de medidas de controle, a Biossegurança torna-se uma es- tratégia nos estabelecimentos da saúde de forma competitiva no mercado, disposta a um ambiente seguro para seus colaboradores, pacientes e meio ambiente. 16PAC EM FARMÁCIA V A Biossegurança também é essencial no ensino e na pesquisa, principalmente para o desen- volvimento sustentável e para o melhoramento de tecnologias de prevenção de efeitos adversos do descarte inadequado, disseminação de amostras contaminadas, restos de medicamentos e todo impacto ambiental de resíduos dos serviços de saúde expostos ao meio ambiente (Fig. 1). Figura 1. Descarte inadequado de resíduos hospitalares. 1A. Descarte de agulhas e seringas em recicláveis; 1B. Descarte irregular de fras- cos de medicamentos; 1C. Lixeiras abertas contendo resíduos infectantes. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. Figura 2. Acidente com agulhas em ambiente hospitalar. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. A B C Defi nições1.1.1 Com as notifi cações dos primeiros casos de AIDS no continente americano em 1978, o mun- do percebeu que os microrganismos invisíveis se tornaram um problema mundial e, em 1980, a doença causou o primeiro caso de acidente hospitalar por meio de agulhas contaminadas, o que gerou mudanças de conduta imediatas. 17PAC EM FARMÁCIA V A área da saúde começou a ser vista como uma área focada em controle de riscos e, para tanto, padronizações e regulamentações começaram a serem criadas no sentido de proteção do trabalhador, usuários e meio ambiente. Algumas siglas foram criadas, como: • CTNBio: a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança é uma comissão formada por especialistas de diversas áreas da biotecnologia. Controla as pesquisas realizadas com orga- nismos geneticamente modificados (OGM), avaliando a segurança e os riscos envolvidos; • CNBS: o Conselho Nacional de Biossegurança é o grupo que, após a avaliação da CTNBio, julga se os OGM são interessantes economicamente e favoráveis ao País; • CIBio: a Comissão Interna de Biossegurança deve ser criada por qualquer entidade que uti- lize métodos de engenharia genética. Tem a responsabilidade de elaborar e divulgar normas, e tomar decisões sobre assuntos específicos no âmbito da instituição em procedimentos de segurança, sempre em consonância com as normas da CTNBio. Outras definições das normas e leis importantes sobre Biossegurança são: • Organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético, inclusive vírus e outras classes que venham a ser conhecidas; • Ácido desoxirribonucleico (ADN) e ácido ribonucleico (ARN): materiais genéticos que contêm informações determinantes dos caracteres hereditários transmissíveis à descendência; • Moléculas de ADN ou ARN recombinante: a molécula manipulada fora das células vivas, mediante a modificação de segmentos de ADN ou ARN natural ou sintético e que possam multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda as moléculas de ADN ou ARN resultantes dessa multiplicação; consideram-se também os segmentos de ADN ou ARN sintéticos equivalentes aos de ADN ou ARN naturais; • Engenharia genética: atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN ou ARN recombinante; • Organismo geneticamente modificado (OGM): organismo cujo material genético ADN ou ARN tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética; • Derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma de replicação ou que não contenha forma viável de OGM; • Clonagem: processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, baseada em um único patrimônio genético, com ou sem utilização de técnicas de engenharia genética; • Clonagem para fins reprodutivos: clonagem com a finalidade de obtenção de um indivíduo; • Clonagem terapêutica: clonagem com a finalidade de produção de células-tronco em- brionárias para utilização terapêutica; • Células-tronco embrionárias: células de embrião que apresentam a capacidade de se transformarem em células de qualquer tecido de um organismo (BRASIL, 2005). 18PAC EM FARMÁCIA V Histórico e importância1.1.2 A história da Biossegurança remete ao início da Microbiologia, quando a teoria da geração espontânea é substituída pela descoberta de Louis Pasteur, em 1862. Assim, com o conheci- mento de uma nova ciência microbiana, começa-se uma preocupação mundial contra os mi- cróbios invisíveis. Algo então mudou na concepção da ciência, chegando rapidamente aos hospitais onde os procedimentos precisam ser revistos sobre limpeza e higiene. Porém, somente em 1970 a Bios- segurança é contextualizada como uma ciência da engenharia genética devido ao experimento em que um gene de produção de insulina foi inserido na E. coli, uma bactéria Gram negativa causadora de diversas enfermidades. Esse experimento gerou o primeiro encontro internacional visando padronizar e discutir con- dutas seguras na redução de riscos laboratoriais. Após o encontro, a Biossegurança ganha força, fazendo surgir legislações e regulamentações. Nessa época, o mundo sofria com tuberculose, vírus e hepatites, levando diversos profi ssionais da saúde à morte. Com o aumento da circula- ção de pessoas, a disseminação de vírus cresceu principalmente em regiões de fronteiras. Logo depois, tem início fenômenos de bioterrorismo, com armas biológicas em atentados, e a AIDS. Enfi m a Biossegurança se estabeleceu com métodos de prevenção contra doenças biológicas. O início da Biossegurança foi desenvolvido por uma comunidade científi ca através de dis- cussões em torno dos impactos que a engenharia genética poderia trazer para a sociedade. Portanto, os moldes da Biossegurança tiveram início pela ética das atividades oriundas de laboratório. Isso é um marco sobre a ética ligada a pesquisas e projetos laboratoriais, usados amplamente no melhoramento genético e nas células-tronco. Em 1996, foi criada no Brasil uma Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, com base no primeiro encontro de Biossegurança. Sua função consiste em implementar diretrizes e regula- mentos de pesquisa que envolvem seres humanos. CURIOSIDADE: As condutas de ética em Biossegurança que regulamentam os estudos de manipu- lação genética, de forma histórica, sofreram um impacto quando a China anunciava então, no fi nal de 2018, o primeiro ser humano geneticamente modificado. Essa notícia repercutiu dentro da comunidade científi ca sobre futuras mutações ligadas ao gene alterado, e é claro que novos enfoques sobre riscos biológicos irão mudar a história da Biossegurança nos próximos anos. lação genética, de forma histórica, sofreram um impacto quando a China anunciava As condutas de ética em Biossegurança que regulamentam os estudos de manipu- lação genética, de forma histórica, sofreram um impacto quando a China anunciava então, no final de 2018, o primeiro ser humano geneticamente modificado. Essa notícia repercutiu dentro da comunidade científica sobre futuras mutações ligadas então, no final de 2018, o primeiro ser humano geneticamente modificado. Essa notícia repercutiu dentro da comunidade científica sobre futuras mutações ligadas ao gene alterado, e é claro que novos enfoques sobre riscos biológicos irão mudar lação genética, de forma histórica, sofreram um impacto quando a China anunciava então, no final de 2018, o primeiro ser humano geneticamente modifi cado. Essa As condutas de ética em Biossegurança que regulamentam os estudos de manipu- lação genética, de forma histórica, sofreram um impacto quando a China anunciava então, no final de 2018, o primeiro ser humano geneticamente modifi cado. Essa notícia repercutiu dentro da comunidade científica sobre futuras mutações ligadas ao gene alterado, e é claro que novos enfoques sobre riscos biológicos irão mudar lação genética, de forma histórica, sofreram um impacto quando a China anunciava então, no final de 2018, o primeiro ser humano geneticamente modificado. Essa 19PAC EM FARMÁCIA V A história nos revela que a atenção inicial da Biossegurança era a saúde do trabalhador em ambiente laboral, de forma focada em riscos biológicos. Mais tarde, após a imple- mentação de condutas e procedimentos de prevenção de patogênicos, foram vistos no- vos riscos ocupacionais ligados ao bem-estar físico e ergonômico. Em 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ampliou os conceitos sobre riscos em Biossegurança, incorporando junto aos riscos biológicos os riscos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos. Essa classificação é utilizada até hoje, sendo regulamentada pelo Ministério do Trabalho. Em 1990, a Biossegurança sai de princípios e condutas e é enquadrada como uma ciência, contendo diversos procedimentos e leis que atribuem um ambiente laboral seguro e com res- peito ao meio ambiente através da inclusão de condutas sobre animais de laboratório, tecno- logia recombinante e programas sociais. E assim, com essa nova dinâmica, ficou estabelecido, em 1991, que a Biossegurança estaria vol- tada à prevenção e redução, ou até eliminação, de riscos em todos os níveis laboratoriais e dos ser- viços de saúde, de forma a prevenir a saúde dos homens, animais e meio ambiente (WHO, 1993). Isso demonstra que a Biossegurança está pautada na segurança em todos os níveis de ma- nejo das áreas da saúde e afins. Em 1996, uma nova definição foi acrescentada, oriunda da área da segurança do trabalho centrada na prevenção de acidentes do trabalho. Segundo Costa (1998): A cultura da engenharia de segurança e medicina do trabalho rege que a bios- segurança é um conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes em ambientes biotecnológicos (COSTA, 1998). No mesmo ano, o termo biotecnológico foi acrescido de técnicas e atividades da biologia, que engloba todas as técnicas clássicas de biologia e DNA recombinante. A Biossegurança é tão interdisciplinar que se molda desde programas de educação e capacita- ção continuada até legislação a ser obrigatoriamente seguida e implementada em organizações. Atualmente, ela pode ser certificada, trazendo documentos de evidência de cumprimentos a requisitos estabelecidos por entidades competentes, sendo um diferencial competitivo em atividades comerciais. 20PAC EM FARMÁCIA V Dessa forma, a Biossegurança passa a ser requisito estatutário governamental, planejado como política das empresas, de forma a favorecer colaboradores e usuários de sistemas da saúde e do meio ambiente, evitando, principalmente, contaminação ambiental. Figura 3. Descarte inadequado e contaminação ambiental. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. Os resíduos oriundos dos serviços de saúde (RSS), chamados comumente pelo termo não científico de lixo hospitalar, devem ser vistos como resíduos biológicos potencialmente infec- tantes, sendo um grande problema na saúde pública. Segundo a RDC n. 222/2018: Definem-se como geradores de RSS todos os serviços cujas atividades estejam relacionadas com a atenção à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar; laboratórios analíticos de produtos para saúde; ne- crotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsama- mento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; dro- garias e farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de piercing e tatuagem, salões de beleza e estética, dentre outros afins (RDC n. 222/2018). Os resíduos dos serviços de saúde representam uma grande fonte de risco à saúde e ao meio ambiente, principalmente quando não há adoção de procedimentos técnicos adequados no manejo dos diferentes resíduos, ou seja, segregação adequada, armazenamento seguro, controle de vetores, destinação em aterros controlados, esterilização adequada do material 21PAC EM FARMÁCIA V biológico contaminado, higienização dos locais, uso de identifi cação por cores, objetos perfu- rocortantes, peças anatômicas, substâncias tóxicas, infl amáveis e controle de resíduos radiati- vos (STAPENHORST, 2018). O manejo inadequado desses resíduos pode causar risco ambiental, que ultrapassa limites do estabelecido, podendo gerar doenças e ainda perda da qualidade de vida da população que, direta ou indiretamente, venha a ter contato com o material descartado, no momento do seu transporte para fora do estabelecimento e seu tratamento e destinação (CONAMA, 2005). A Biossegurança, de forma educativa, é utilizada nas escolas a fi m de divulgar prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis (IST) e em campanhas do Ministério da Saúde contra AIDS e outras doenças de importância médica. ESCLARECIMENTO: A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani- mais de laboratório e descarte de materiais genéticos, produtos científi cos, medica- mentos e resíduos gerais de forma a proteger a integridade ambiental. A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani-A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani-A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani- mais de laboratório e descarte de materiais genéticos, produtos científi cos, medica- A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani-A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani-A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani-A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani-A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani- mais de laboratório e descarte de materiais genéticos, produtos científicos, medica- A Biossegurança traz, de forma mais harmoniosa, condutas e cuidados com ani- mais de laboratório e descarte de materiais genéticos, produtos científicos, medica-mais de laboratório e descarte de materiais genéticos, produtos científicos, medica-mais de laboratório e descarte de materiais genéticos, produtos científicos, medica-mais de laboratório e descartede materiais genéticos, produtos científicos, medica-mais de laboratório e descarte de materiais genéticos, produtos científicos, medica-mais de laboratório e descarte de materiais genéticos, produtos científicos, medica- Figura 4. Animais em uso laboratorial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. Exatamente por todo esse envolvimento, a Biossegurança passou a ser uma ciência que in- corpora profi ssionais distintos, com diversas habilidades, para compor de forma padronizada procedimentos a serem seguidos, baseados nos objetivos que regem a Biossegurança. A Biossegurança é de extrema importância nos serviços de saúde, pois seu objetivo englo- ba: prevenção e proteção dos colaboradores (por exemplo, o uso de EPIs – Equipamentos de Proteção Individual – e regras de higiene); minimização de riscos; eliminação de riscos; regras de higiene, limpeza, desinfecção e esterilização; descarte adequado de resíduos e proteção 22PAC EM FARMÁCIA V ambiental; controle de infecções; sinalização e mapeamento de riscos; programas de capacita- ção e treinamento; procedimento e condutas em procedimentos operacionais e administrati- vos; procedimentos de descarte de resíduos, controle e plano de ação em emergências. Figura 5. Regras simples de segurança (à esquerda, a máscara de proteção como um exemplo de EPIs; à direita, higienização das mãos, uma das formas mais conhecidas de se evitar a contaminação por meio de microrganismos). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. ASSISTA: Assista a um trecho do vídeo Curso de Biossegurança, do canal Escola de Saúde, no YouTube, que traz informações sobre o uso de Equipamentos de Proteção Indivi- dual (EPIs). , do canal Escola de Saúde, no , do canal Escola de Saúde, no YouTube, que traz informações sobre o uso de Equipamentos de Proteção Indivi-YouTube, que traz informações sobre o uso de Equipamentos de Proteção Indivi- , do canal Escola de Saúde, no YouTube, que traz informações sobre o uso de Equipamentos de Proteção Indivi- , do canal Escola de Saúde, no Aspectos regulamentares1.2 No Brasil, a Biossegurança possui uma vertente formatada na Biossegurança Legal, que diz a respeito à manipulação de organismos geneticamente modifi cados (OGM) e de células-tron- co. A Biossegurança Legal é regulamentada por normas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e pelas normativas e resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), entre outras, como a Lei n. 11.105/2005 (BRASIL, 2005). A primeira legislação sobre Biossegurança no Brasil surgiu com a Resolução n. 1 do Conse- lho Nacional de Saúde, em 1988. No entanto, somente em 1995 essa norma se tornou legal com a Lei. n. 8.974/1995 e o Decreto-lei n. 1.752. Com essa lei, foi criada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que trata da saúde do trabalhador, bem como do meio ambiente e da biotecnologia. Segundo a Lei n. 8.974/1995: 23PAC EM FARMÁCIA V Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização no uso das técnicas de engenharia genética na construção, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, liberação e descarte de organismo ge- neticamente modificados (OGM), visando proteger a vida e a saúde do homem, dos animais e das plantas, bem como o meio ambiente. Essa lei foca nas técnicas de manipulação de OGM em conjunto com a CTNBio, ministérios, empresas e indústrias de biotecnologia. As discussões acerca dos OGM estavam principalmen- te nos alimentos oriundos do plantio e processamento. Os OGM são frutos de poderosas manipu- lações genéticas realizadas em laboratórios, que foram iniciados em meados de 1970 por Cohen e Boyer, que realizaram implantes de genes de sapos em bactérias. Essa descober- ta moldou a engenharia de alimentos de pro- dução em larga escala de plantas que portam mais sementes ou frutos, mais resistentes a insetos e pragas, colheitas rápidas, etc. Desde então, em muitos países são consu- midos produtos geneticamente modificados, como Estados Unidos, Espanha, Argentina e outros, e até o momento nenhuma relação com qualquer doença foi observada. Existem muitas críticas sobre o consumo de OGM po- tencialmente cancerígenos, porém, nada ainda se relaciona em um curto espaço de tempo. Em contrapartida, temos anos de levantamento de uso de pesticidas. Estamos enfrentando uma crise mundial, com falta de comida e miséria na África. Outros cientistas acusam aumento de alergias e eliminação da mata nativa pela disputa eliminatória dos mais adaptados. Essas discussões sobre a biodiversidade fazem parte da Biossegurança biotecnológica de forma a notarmos a amplitude dessa ciência. PAUSA PARA REFLETIR Você acredita que os rótulos de produtos alimentícios deveriam identificar quais são os trans- gênicos e, assim, poderem ser comercializados mundialmente? 24PAC EM FARMÁCIA V A Biossegurança também abrange os conceitos atuais de nanobiotecnologia, apoio a indús- trias, hospitais, laboratórios públicos e privados, banco de sangue, universidades e todas as áreas ligadas aos serviços da saúde. Uma das mais importantes vertentes da Biossegurança é o controle ligado aos riscos biológicos, físicos, químicos e ergonômicos que se confunde com os requisitos da área de segurança do trabalho em uma empresa; inclusive, todos os documentos trabalhistas sempre têm apoio dos técnicos e engenheiros de segurança envolvidos, bem como a medicina do trabalho, higiene ocupacional, área clínica e de infecções. Todas as áreas e qualifi cações são importantes para a Biossegurança, para que os docu- mentos e procedimentos contemplem toda a necessidade de uma área ou prática. Cada país ampliou e regulamentou normas de segurança do trabalho apoiado em diversas ver- tentes, sendo uma delas a da Biossegurança. No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de forma a zelar pela segurança dos trabalhadores, aprovou as Normas Regulamentadoras (NR). As aplicações dessas normas são compulsórias e servem para diversas empresas, por isso são genéricas, podendo ser completadas por legislações locais ou federais, bem como regula- mentos internos das empresas. ESCLARECIMENTO: Segundo a Lei n. 6.514/1977, que defi niu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe ao Ministério do Trabalho defi nir as medidas relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Assim, o Ministério do Trabalho aprovou a Portaria n. 3.214 em 8 de junho de 1978, que instituiu as Normas Regulamentadoras pertinentes à Segurança e Me- dicina do Trabalho (BRASIL, 1978). Segundo a Lei n. 6.514/1977, que definiu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe Segundo a Lei n. 6.514/1977, que definiu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe Segundo a Lei n. 6.514/1977, que definiu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe ao Ministério do Trabalho definir as medidas relativas à Segurança e Medicina do ao Ministério do Trabalho definir as medidas relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Assim, o Ministério do Trabalho aprovou a Portaria n. 3.214 em 8 de junho Segundo a Lei n. 6.514/1977, que definiu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe Segundo a Lei n. 6.514/1977, que definiu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe Segundo a Lei n. 6.514/1977, que definiu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe Segundo a Lei n. 6.514/1977, que definiu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe Segundo a Lei n. 6.514/1977, que definiu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe ao Ministério do Trabalho definir as medidas relativas à Segurança e Medicina do Segundo a Lei n. 6.514/1977, que definiu a redação dos arts. 154 a 201 da CLT, cabe ao Ministério do Trabalho definir as medidas relativas à Segurança e Medicina do ao Ministério do Trabalho definir as medidas relativas à Segurança e Medicina do ao Ministério do Trabalho definir as medidas relativas à Segurança e Medicina do ao Ministério do Trabalho definir as medidas relativasà Segurança e Medicina do ao Ministério do Trabalho definir as medidas relativas à Segurança e Medicina do ao Ministério do Trabalho definir as medidas relativas à Segurança e Medicina do Pelo Ministério do Trabalho, temos atualmente 36 normas aprovadas que buscam a integri- dade física, o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores. Programas de capacitação, treinamento e competência são importantíssimos no que tange à segurança operacional e também para atender aos requisitos e especifi cidades dos segmen- tos das empresas, que necessitam de controles em segurança do trabalho. É importante ressaltar que essas normas regulamentadoras contemplam uma série de ati- vidades em que as empresas acabam implantando, a fi m de atender requisitos legais, como: Brigada de Incêndio ou sistemas de resposta a emergências; Perfi l Profi ssiográfi co Previden- ciário (PPP); Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); e Comissão Interna de Pre- venção de Acidentes (CIPA). 25PAC EM FARMÁCIA V Brigada de Incêndio ou sistemas de resposta a emergências são procedimentos organiza- dos e ensaiados para atuar em situações de risco e emergência, visando o combate inicial e o apoio ao Corpo de Bombeiros Militar. Os procedimentos principais visam ao abandono de área, primeiros socorros e encaminhamento a atendimento hospitalar. A NR 23 (proteção con- tra incêndios) traz procedimentos que asseguram as medidas de prevenção, como exigência de portas e paredes, anteparos, circulação, saídas e sinalização, dentro outros. Figura 6. Equipamentos de combate a incêndio (à esquerda, uso de extintor de incêndio no combate às chamas; à direita, mangueiras e extintores estrategicamente localizados). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. A brigada, formada por voluntários, tem o objetivo de qualificar pessoal no atendimento em ações de prevenção, emergência e combate inicial de um incêndio. As ações em Biosseguran- ça incluem: inspeção dos equipamentos contra incêndio, trocas quando necessário, verificar e inspecionar mangueiras e hidrantes, elaborar relatórios e ação de correção, manter livre as vias de acesso e treinar funcionários em todas as áreas para o uso de extintores. As normas regulamentadoras também trazem regras de procedimento para preparo e res- posta a outras emergências, solicitando a colocação de telefone de emergência em locais apro- priados com acesso a todos os funcionários. As normas regulamentadoras também buscam harmonia entre área técnica e área administrativa, buscando um Recursos Humanos atuante em Biossegurança. O PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) é o histórico laboral, individual do trabalhador, elaborado com base nas informações do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, NR-9) e do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, NR-7) (BRASIL, 1978). Esse documento visa concentrar informações sobre o perfil de exposição de um trabalha- dor em certa atividade, onde o mesmo realizou suas atividades laborais, com o objetivo de aposentadoria pelo INSS. 26PAC EM FARMÁCIA V Outra norma regulamentadora focada em Biossegurança é a NR-9, que traz a obrigatorie- dade de PPRA, que busca a preservação da saúde e integridade física dos empregados, tendo como objetivo a antecipação, o reconhecimento e a avaliação dos riscos ocupacionais exis- tentes nos ambientes de trabalho e processos de cada empresa, com consequente adoção de medidas de controle para os agentes de risco identificados (BRASIL, 1978). A estrutura do PPRA considera as orientações indicadas pela NR-9 e a emissão é de respon- sabilidade de cada empresa e tem por objetivo a antecipação e reconhecimento dos riscos, avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores, implantação de medidas de controle, planejamento anual com metas, prioridades e cronograma (BRASIL, 2017). A norma regulamentadora NR-5 trata so- bre a Comissão Interna de Prevenção de Aci- dentes (CIPA). A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorren- tes do trabalho, de modo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com a preser- vação da vida e a promoção da saúde do tra- balhador. A CIPA deve ser constituída em to- das as empresas que sejam compatíveis com o quadro I da NR-5. Deve-se observar para esse enquadramento o número de empregados no estabelecimento e a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da empresa (BRASIL, 2011). O Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) é um documento emitido pela medicina do tra- balho sobre o estado de saúde do trabalhador, se este está apto para exercer dada atividade, retornar ou então mudar de atividade. É um documento primordial para se averiguar sobre os riscos envolvidos em uma atividade, baseado no PPRA e PMCSO. Caso o ASO conste inapto, significa que o trabalhador não está preparado para aquele tipo de atividade, podendo atuar em outras áreas dentro da empresa. O ASO é um documento essencial da empresa, pois revela o impacto dos riscos existentes dentro de uma atividade laboral e é uma evidência objetiva das atividades de segurança da ins- tituição. Esse documento é regido pela NR-7, Programa de Controle Médico De Saúde Ocupa- cional, fazendo parte do PCMSO inclusive a descrição dos exames realizados e a periodicidade. Os ASO são divididos em: • Admissionais: são realizados antes do trabalhador assumir a atividade; • Mudança de função: quando a mudança de função constitui novos riscos para a saúde do trabalhador; 27PAC EM FARMÁCIA V • Periódicos: são realizados com a periodicidade descrita pelo médico do trabalho no PMC- SO, mesmo quando não se muda a função; • Retorno ao trabalho: obrigatório quando o trabalhador fi ca afastado de sua atividade por um período maior que 30 dias, exceto férias e viagens de serviço; • Demissional: obrigatório para fi ns de registro da homologação sobre a saúde do trabalha- dor no tempo que exerceu a profi ssão. O ASO possui avaliação clínica, exame mental, exame físico, anamnese ocupacional e exa- mes complementares de acordo com a NR-7. Os registros são arquivados em prontuários por no mínimo 20 anos como termo de lei. Principais legislações relacionadas à Biossegurança1.2.1 A primeira legislação de biosegurança brasileira foi a Resolução CONAMA n. 1 de 1988, po- rém ela foi legalmente regulamentada pela Lei n. 8.974/1995 e pelo Decreto n. 1.752. Com essa lei, criaram a CTNBio, mostrando que o Brasil trata dos assuntos relacionados à saúde dos trabalhadore expostos a agentes patogênicos e demais riscos. Em 1992, ocorreu uma Conferência das Nações Unidas no Rio de Janeiro com enfoque no meio ambiente e na biotecnologia. O enfoque era na redução da degradação ambiental, na qual promoveram o Protocolo de Cartagena de Biossegurança, que vigorou em 2003. Um dos temas foi sobre novas diretrizes para movimentar organismos vivos modifi ca- dos (OVM) em fronteiras, a fi m de proteger a diversidade biológica natural e a vida humana. Em 2005, a Lei n. 8.974/1995 foi revogada e se criou a Lei n. 11.105/2005, sobre fi scaliza- ção de OGM, visando resgardo para a saúde e possíveis impactos ao meio ambiente. Essa lei gerou a criação do CNBS e a CIBio, que re- gularia o ensino e a pesquisa, desenvolvendo as questões biotecnológicas no País. Mas a Biossegurança é tão ampla que necessita de diversos órgãos em apoio, como o Mi- nistério da Saúde com as normativas da VISA (Vigilância Sanitária), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) e MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Algumas leis e normas importantes se encontram no Quadro 1. 28PAC EM FARMÁCIA V Quadro 1. Legislações importantes em Biossegurança NORMA ASSUNTO Lei n. 11.460 de 21/03/2007 Dispõe sobre o plantio de organismos geneticamente modificados em unidades de conservação. Lei n. 11.105 de 24/03/2005 Art. 1o Esta Lei estabelece normas de segurança emecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o arma- zenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM – e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de Biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente. Art. 2o As atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados, relacionados ao ensino com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à pro- dução industrial ficam restritos ao âmbito de entidades de direito público ou privado, que serão responsáveis pela obediência aos preceitos desta Lei e de sua regulamentação, bem como pelas eventuais consequências ou efeitos advindos de seu descumprimento. Lei n. 10.603 de 17/12/2002 Art. 1o Esta Lei regula a proteção, contra o uso comercial desleal, de informações relativas aos resultados de testes ou outros dados não divulgados apresentados às autoridades competentes, como condição para aprovar ou manter o registro para a comercialização de produtos farmacêu- ticos de uso veterinário, fertilizantes, agrotóxicos seus componentes e afins. Lei n. 9.782 de 26/01/1999 Art. 1º O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária compreende o conjunto de ações definido pelo § 1º do art. 6º e pelos arts. 15 a 18 da Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, executado por institui- ções da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. Art. 2º Compete à União no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária: I - definir a política nacional de vigilância sanitária; II - definir o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; III - normati- zar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde; IV - exercer a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo essa atribuição ser supletivamen- te exercida pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios; V - acompanhar e coordenar as ações estaduais, distritais e municipais de vigilância sanitária; VI - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; VII - atuar em circunstâncias especiais de risco à saúde; e VIII - manter sistema de informações em vigilância sanitária, em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Lei n. 6.938 de 31/08/1981 Art. 1º Esta Lei, com fundamento nos incisos VI e VII do artigo 23 e no artigo 235 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. Instrução Normati- va CTNBio n. 19, de 19/04/2000 Considerando o crescimento, no País, dos debates sobre a liberação no meio ambiente, especial- mente para plantio em escala comercial, de variedades vegetais geneticamente modificadas. Instrução Normati- va CTNBio n. 18, de 15/12/98 Liberação planejada no meio ambiente e comercial da soja Roundup Ready, bem como de qualquer germoplasma derivado da linhagem glyphosate tolerant soybean GTS 40-3-2 ou de suas progênies geneticamente modificadas para tolerância ao herbicida glifosato. Instrução Normati- va CTNBio n. 17, de 17/11/98 As atividades de importação, comércio, transporte, armazenamento, manipulação, consumo, libe- ração e descarte de produtos derivados de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) obe- decerão às normas constantes do Anexo da presente Instrução Normativa. Instrução Normati- va CTNBio n. 13, de 01/06/98 Art. 1º A importação de animais geneticamente modificados para uso em trabalhos de contenção obedecerá às normas constantes do Anexo da presente Instrução Normativa. Art. 2º O cumprimento desta Instrução Normativa não exime o requerente do respeito à legislação específica em vigor para a introdução de animais no país, afeta aos Ministérios da Agricultura, da Saúde ou do Meio Ambiente (art. 7º, Lei 8.974/95). Instrução Normati- va CTNBio n. 9, de 10/10/97 Art. 1º A intervenção genética em seres humanos obedecerá às normas constantes da presente Instrução Normativa. Instrução Normati- va CTNBio n. 8, de 09/07/97 Dispõe sobre a manipulação genética e sobre a clonagem em seres humanos. Instrução Normati- va CTNBio n. 4, de 19/12/96 Art. 1º O transporte de Organismos Geneticamente Modificados OGM obedecerá às normas cons- tantes do Anexo da presente Instrução Normativa. Instrução Normati- va CTNBio n. 2, de 10/09/96 Art. 1º As importações de vegetais geneticamente modificados destinados à pesquisa obedecerão às normas provisórias constantes do Anexo da presente Instrução Normativa. 29PAC EM FARMÁCIA V As principais legislações visam à proteção ambiental, visto que, no Brasil, ainda temos o descarte inadequado de resíduos infectantes, sendo despejados ao solo sem proteção e com exposição de agulhas, fármacos em geral, o que gera contato de antibióticos ao meio ambiente e mecanismos de resistência microbiana, que é um dos graves problemas mundiais, legislado pela Biossegurança. Figura 7. Resíduos hospitalares descartados inadequadamente. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. Pela Anvisa, muitos procedimentos de higiene e limpeza são regulatórios e fazem par- te do licenciamento anual dos empreendimentos. Condutas, procedimentos e políticas in- ternas são rigorosamente fiscalizadas por esse órgão, que sempre renova suas normativas a fim de sempre acompanhar as tendências em Biossegurança. A higiene e limpeza são a base do controle de infecções hospitalares, bem como o descarte adequado dos resíduos dos serviços de saúde. Legislações focadas para segurança operacional visam sinalizações de segurança, alerta de perigos e riscos. O MTE, com sua norma regulamentadora NR-26, também trata de sinalizações para manter áreas seguranças. No Brasil, Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) regulamen- tou a NBR 6493 e NBR 7195, que tratam de cores, sinais e formas para que se previnam aciden- tes, delimitando áreas, identificando processos e advertindo sobre riscos. Seguem as normas importantes da ABNT, INMETRO, que tratam das sinalizações, placas e cores: • ABNT NBR 5311 – Código em cores para resistores fixos; • ABNT NBR 6493 – Emprego das cores para identificação de tubulações; • ABNT NBR 6503 – Cores; • ABNT NBR 7195 – Cores para segurança; 30PAC EM FARMÁCIA V • ABNT NBR 7485 – Emprego de cores para identifi cação de tubulações em usinas e refi na- rias de açúcar e destilarias de álcool; • ABNT NBR 7500 – Identifi cação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos; • ABNT NBR 7998 – Perfi s de aço; identifi cação das especifi cações de aços por cor; • ABNT NBR 8421 – Identifi cação por cores das tubulações em embarcações; • ABNT NBR 9072 – Emprego de cores para sinalização de segurança em instalação fi xa e em veículo ferroviário; • ABNT NBR 12176 – Cilindros para gases; identifi cação do conteúdo; • ABNT NBR 13193 – Emprego de cores para identifi cação de tubulações de gases industriais; • ABNT NBR 13434 – (2) Sinalização de segurança contra incêndio e pânico; (Parte 2) símbo- los e suas formas, dimensões e cores; • ABNT NBR 14725 – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ). Figura 8. Símbolo universal de risco biológico. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. Políticas nacionais em Biossegurança1.2.2 A Política Nacional está expressa na Lei n. 11.105/2005, que estabelece de forma ampla as diretrizes nacionais em Biossegurança. Segundo essa lei: Regulamenta os incisos II, IV e V do§ 1o do art. 225 da Constituição Federal, es- tabelece normas de segurança e mecanismos de fi scalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modifi cados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Me- dida Provisória no 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10o e 16 da Lei no 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. 31PAC EM FARMÁCIA V A Política Nacional em Biossegurança, segundo a lei, estabelece normas de segurança e mecanismos de fi scalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o trans- porte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercia- lização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modifi cados (OGM) e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científi co na área de Biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente (BRASIL, 2005). O Ministério do Meio Ambiente mantém publicações sobre as Políticas Nacionais, tra- zendo atualmente assuntos de Biossegurança. Segundo o IBAMA (2019): O Brasil tem papel incontornável nas discussões internacionais sobre biossegu- rança, por ser um país, simultaneamente, megadiverso, um expressivo produtor de OVM e o maior exportador agrícola a vincular-se ao Protocolo de Cartagena. A posição do governo brasileiro nas discussões sobre regras de biossegurança leva em conta os interesses de proteção do meio ambiente e da saúde humana, mas os equilibra com os interesses tecnológicos e comerciais do País. A Biossegurança é uma ciência ampla, transdisciplinar e dinâmica. Praticamente todos os anos somos bombardeados com descobertas de microrganismos com extrema letalidade, ou- tros com múltiplas resistências, outros mutantes com alta virulência, sem vacinas ou medica- mentos que transformam de forma dinâmica o entendimento e as políticas adotadas em 2005. ESCLARECIMENTO: Virulência é uma habilidade de um microrganismo em proporcionar uma patogenia através de mecanismos de adaptação, morfologia, resistência e mutações. Pode-se referenciar na gravidade do microrganismo quando se trata de mecanismos de in- vasão, aderência, defesa contra o sistema imune e adaptação celular. através de mecanismos de adaptação, morfologia, resistência e mutações. Pode-se Virulência é uma habilidade de um microrganismo em proporcionar uma patogenia através de mecanismos de adaptação, morfologia, resistência e mutações. Pode-se através de mecanismos de adaptação, morfologia, resistência e mutações. Pode-se referenciar na gravidade do microrganismo quando se trata de mecanismos de in- Virulência é uma habilidade de um microrganismo em proporcionar uma patogenia Virulência é uma habilidade de um microrganismo em proporcionar uma patogenia através de mecanismos de adaptação, morfologia, resistência e mutações. Pode-se referenciar na gravidade do microrganismo quando se trata de mecanismos de in- através de mecanismos de adaptação, morfologia, resistência e mutações. Pode-se através de mecanismos de adaptação, morfologia, resistência e mutações. Pode-se através de mecanismos de adaptação, morfologia, resistência e mutações. Pode-se através de mecanismos de adaptação, morfologia, resistência e mutações. Pode-se referenciar na gravidade do microrganismo quando se trata de mecanismos de in-referenciar na gravidade do microrganismo quando se trata de mecanismos de in-referenciar na gravidade do microrganismo quando se trata de mecanismos de in-referenciar na gravidade do microrganismo quando se trata de mecanismos de in- De forma transformadora, os ministérios estipularam que a Biossegurança fosse uma dis- ciplina de grade curricular, em cursos focados nos serviços de saúde, também a promoção de cursos de aprimoramento de forma a disponibilizar o contínuo aperfeiçoamento científi co dos profi ssionais da saúde. É extremamente necessário que estejamos preparados para pandemias. Muitas mortes ocorreram em 2014 devido ao surgimento do vírus Ebola na África, sendo a doença mais mor- tal existente, que eliminou 90% dos portadores e até a atualidade não temos vacinas ou medi- camentos efi cazes. Só em um mês, o vírus Ebola matou 11 mil pessoas. 32PAC EM FARMÁCIA V PAUSA PARA REFLETIR Você acredita que nos próximos anos poderemos ter outras pandemias como Ebola, e que hospitais irão precisar de profissionais capacitados em Biossegurança? Figura 9. Condutas em Biossegurança. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. Por isso, a Biossegurança deve ser rotina em estabelecimentos hospitalares, bem como labo- ratórios em geral, com o objetivo herdado da Política Nacional, de prevenir, dimensionar, mitigar riscos por condutas e procedimentos tecnológicos de forma eficiente, sem impactos ambientais. No âmbito do Ministério da Saúde, a Biossegurança é tratada pela Comissão de Biosse- gurança em Saúde (CBS), instituída pela Portaria GM/MS n. 1.683, de 28 de agosto de 2003, e coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) (BRASIL, 2003). A CBS possui atribuições para (BRASIL, 2003): • Elaboração e reformulação de normas de Biossegurança; • Proceder ao levantamento e análise das questões referentes à Biossegurança, visando identificar seus impactos e suas correlações com a saúde humana; • Propiciar debates públicos sobre Biossegurança, por intermédio de reuniões e eventos abertos à comunidade; • Estimular a integração de ações dos diversos órgãos do Sistema Único de Saúde, nas ques- tões de Biossegurança em saúde; • Assessorar nas atividades relacionadas à formulação, à atualização e à implementação da Política Nacional de Biossegurança. 33PAC EM FARMÁCIA V Segundo a CTBio-FIOCRUZ (2005): A biossegurança é um processo tanto funcional quanto operacional, de impor- tância capital nos diferentes serviços de saúde e deve ser vista como um me- canismo de proteção, tanto para o paciente, quanto para os atores envolvidos nos cuidados de saúde. Além disso, tem um papel fundamental no despertar de uma consciência sanitária coletiva, seja na redução dos riscos e danos po- tenciais à saúde, seja na proteção do meio ambiente pela manipulação e des- carte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes. Pode ainda ser conceituada como “um conjunto de ações voltadas à prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de: pesquisa, produção, ensino, desenvolvi- mento tecnológico e prestação de serviços, capazes de comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas, do ambiente ou a qualidade dos traba- lhos desenvolvidos”. A Política Nacional descrita na Lei n. 11.105/2005, de 24 de março de 2005, traz fortemente as preocupações e condutas de OGM. Plantas e alimentos são manipulados com intenção de criar espécimes resistentes a pragas e, assim, reduzir o consumo de pesticidas e herbicidas. Muitas manipulações também focaram em aumentar o valor nutritivo e ampliar a produção de sementes e frutos. Figura 10. Plantio e manipulação genética de milho. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. Sabemos, contudo, que a Biossegurança é muito mais ampla do que o ramo de OGM; é um contexto maior quando se trata de segurança laboral e meio ambiente. A segurança no trabalho está muito bem regulamentada em suas NRs e os cuidados com o meio ambiente estão contemplados em outros órgãos governamentais. 34PAC EM FARMÁCIA V Em 2004, a Anvisa regulamentou a Resolução da Diretoria Colegiada RDC n. 306, revogada e substituída em 2018 pela RDC n. 222, que regulamenta normas para gestão de resíduos de serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais rodoviáriosformados por representantes do Governo Federal, autoridade normativa para discutir, elaborar regulamentos específicos ao meio ambiente. Segundo a RDC n. 222 (2018): Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre os requi- sitos de Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Art. 2º Esta Resolução se aplica aos geradores de resíduos de serviços de saúde - RSS cujas atividades envolvam qualquer etapa do gerenciamento dos RSS, se- jam eles públicos e privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa. Em 1970, foi criado o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), o qual em 29 de abril de 2005, na Resolução n. 358, dispõe sobre tratamento e disposição final dos resíduos de saú- de. Porém, com a Política Nacional de Resíduo Sólido (PNRS), por meio da Lei n. 12.305/2010, que dispõe diretrizes aplicáveis aos resíduos sólidos, estabeleceu-se proteção da saúde e qua- lidade ao meio ambiente (BRASIL, 2010). A destinação adequada protege a saúde humana, pois a poluição e a degradação ambiental geram doenças respiratórias, alérgicas, câncer e outros. Ambiente seguro no trabalho e meio ambiente sustentável são as bases da Biossegurança, e a mesma traz procedimentos para que se alcancem esses objetivos. Segurança, proteção, condutas adequadas, higiene e organização fazem um ambiente segu- ro para diversas atividades, de forma a prevenir acidentes de trabalho. Figura 11. Ambiente laboratorial limpo, organizado, com utilização de EPIs. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/01/2019. 35PAC EM FARMÁCIA V Proposta de Atividade Agora é a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu neste capítulo. Elabore um qua- drinho com um personagem explicando sobre o histórico da Biossegurança e suas legislações. Recapitulando Neste capítulo, você estudou sobre a história, os princípios e as definições da Biossegurança. A Biossegurança é uma ciência que estuda formas de mitigar, reduzir e eliminar riscos que impactam na saúde do trabalhador e do meio ambiente. E para que todo esse cuidado com o meio ambiente? Sabe-se que a degradação ambiental é um impacto negativo que gera doenças nos seres vivos, em diversos níveis tróficos da cadeia alimentar. Por exemplo, poluição atmosférica gera doenças pulmonares graves ou até mesmo câncer. Os OGM também são legislados pela Biossegurança, visando a condutas dentro e fora dos laboratórios, desde a manipulação até o fornecimento de alimentos à população. Porém, ain- da não há regras para se identificar alimentos com genes modificados, e em alguns países a comercialização é normal, o que impacta o livre comércio. Talvez com regras de rótulos esse dilema possa ser evitado. A Biossegurança é tão ampla no tocante à preservação da saúde do trabalhador e do am- biente que diversos órgãos atuam nela. Por exemplo, o MTE atua, principalmente, com a saúde e o bem-estar dos colaboradores, bem como a Anvisa, que atua na saúde da população, e o IBAMA, na preservação ambiental. Tudo isso para prevenir acidentes de trabalho nos diversos níveis de riscos e preparar a for- mação futura dos profissionais da área da saúde. Pela história, percebemos que as mutações e a resistência microbiana podem gerar microrganismos de alta virulência e letalidade e, assim, a Biossegurança é contínua e dinâmica, zelando pela preservação da integridade humana, ani- mal e vegetal. Vale lembrar que, em Biossegurança, outros pontos subjetivos são importantes quando fo- ram planejados procedimentos e políticas das organizações. Segundo Dejours (2004, p. 27-34): As situações comuns de trabalho são permeadas por acontecimentos ines- perados, panes, incidentes, anomalias de funcionamento, incoerência orga- nizacional, imprevistos provenientes tanto da matéria, das ferramentas e das máquinas, quanto dos outros trabalhadores, colegas, chefes, subordinados, equipe, hierarquia, clientes. 36PAC EM FARMÁCIA V Referências bibliográficas ANVISA. RDC nº 222, de 28 mar. de 2018. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/docu- ments/10181/3427425/RDC_222_2018_.pdf/c5d3081d-b331-4626-8448-c9aa426ec410>. Aces- so em: 06 mar. 2019. ASSISTA a um trecho do curso Biossegurança. Postado por Escola de Saúde. (7 min. 59 s.). son. color. port. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=m3R_XTBWOns>. Acesso em: 01 mar. 2019. BARSANO, P. R.; GONÇALVES, E.; BARBOSA, R. P.; SOARES, S. P. S. Biossegurança: ações funda- mentais para promoção da saúde. São Paulo: Érica, 2014. BRASIL. Constituição (1988), Lei nº 6.514, de 22 de dez. de 1977. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6514.htm>. Acesso em: 06 mar. 2019. BRASIL. Constituição (1988), Portaria nº 3.214, de 8 de jun. de 1978. Disponível em: <http:// www.lex.com.br/doc_308880_PORTARIA_N_3214_DE_8_DE_JUNHO_DE_1978.aspx>. Acesso em: 06 mar. 2019. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego, NR 9: Programa de Prevenção em Riscos Ambientais, de 06 de jul. de 1978, atualizada em 2017, Diário Oficial da União, Brasília, DF. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego, NR 5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, de 06 de jul. 1978, atualizada em 2011, Diário Oficial da União, Brasília, DF. BRASIL. Constituição (1988), Lei nº 11.105, de 24 de mar. de 2005. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11105.htm>. Acesso em: 06 mar. 2019. BRASIL. Constituição (1988), Lei nº 12.305, de 2 de ago. de 2010. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm>. Acesso em: 06 mar. 2019. BRASIL. Portaria GM/MS nº 1.683, de 28 de ago. de 2003. Disponível em: <http://www.fiocruz. br/biosseguranca/Bis/manuais/legislacao/Portaria%20Ministerial%20n%201.683%20de%20 28%20de%20Agosto%20de%202003.pdf>. Acesso em: 06 mar. 2019. BRASIL. Ministério da Defesa, Portaria Normativa nº 585, de 7 de mar. de 2013. Disponível em: <https://www.defesa.gov.br/index.php/noticias/4248-11-03-2013-defesa-defesa-define-diretri- zes-de-biosseguranca-bioprotecao-e-defesa-biologica-para-grandes-eventos>. Acesso em: 06 mar. 2019. CARDOSO, T. A. O.; VITAL, N. C.; NAVARRO, M. B. M. A. Biossegurança: estratégias de gestão de riscos, doenças emergentes e reemergentes: impactos na saúde pública. São Paulo: Santos, 2012. COSTA, M. A. F. Biossegurança e qualidade: uma necessidade de integração, Revista Biotecno- logia, São Paulo, n. 4, jan-fev. 1998. CONAMA. Resolução nº 358, de 29 de abr. de 2005. 37PAC EM FARMÁCIA V CTBIO-FIOCRUZ. Procedimentos para a manipulação de microrganismos patogênicos e/ou recombinantes na FIOCRUZ. Rio de Janeiro, de nov. de 2005. DEJOURS, C. Subjetividade, trabalho e ação, Revista Produção, v. 14, n. 3, p. 27-34, 2004. HIRATA, M. H.; HIRATA, R. D. C.; MANCINI FILHO, J. Manual de biossegurança. Barueri: Manole, 2012. HINRICHSEN, S. L. Biossegurança e controle de infecções. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Biossegurança. Disponível em: <http://www.itama- raty.gov.br/pt-BR/politica-externa/desenvolvimento-sustentavel-e-meio-ambiente/173-biosse- guranca>. Acesso em: 25 jan. 2019. SCHLINK, B. Bioética à luz da liberdade científica: estudo de caso baseado na decisão do STF so- bre a constitucionalidade da Lei de biossegurança e no direito comparado. São Paulo: Atlas, 2014. SILVA, J. V.; BARBOSA, S. R. M.; DUARTE, S. R. M. P. Biossegurança no contexto da saúde. São Paulo: Érica, 2013. SILVA, J. V. Biossegurança no contexto da saúde. São Paulo: Iatria, 2014. STAPENHORST, A. et al. Biossegurança. Porto Alegre: Sagah, 2018. VALLE, T. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. WHO. Laboratory Biosafety Manual. 2. ed. Geneva, 1993. 38PAC EM FARMÁCIA V Objetivos do capítulo Conhecer os riscos e níveis em Biossegurança; Organizar áreas; Recomendarmelhorias no ambiente laboral com o desenvolvimento de mapeamento de riscos. CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS • Riscos ocupacionais relacionados aos ambientes de serviços de saúde • Mapeamento de riscos NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA, ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGM) E OUTRAS ÁREAS DE CONTENÇÕES • Defi nição dos níveis de Biossegurança • Organismos geneticamente modifi cados (OGM), biotérios e nanotecnologia TÓPICOS DE ESTUDO 391PAC EM FARMÁCIA V A Biossegurança exerce uma função primordial quando o assunto é segurança, saúde e meio ambiente. Ambientes que possuem riscos à saúde do trabalhador ou do meio ambiente necessitam seguir regras, condutas e procedimentos específi cos para se man- terem saudáveis. Para tanto, como são organizados os riscos dentro de ambientes de trabalho? E, em ambientes com manipulação de agentes altamente patogênicos, como é estabelecida sua classifi cação a fi m de proteger o colaborador? Contextualizando o cenário 40PAC EM FARMÁCIA V Classifi cação de riscos ocupacionais2.1 Os riscos ocupacionais e a saúde do trabalhador fazem parte da saúde pública, portanto, estão legislados por órgãos do governo que têm como objetivo intervir nas relações entre cola- borador e empresa, promovendo a saúde de todos os trabalhadores. Para que o trabalhador tenha sua saúde protegida, ações relacionadas aos riscos exis- tentes nas condições de trabalho, como orga- nização, assistência, benefícios e agravos, rea- bilitação ou atribuições do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) fazem parte da vigilân- cia e apoio do Sistema Único de Saúde (SUS). O risco ocupacional caracteriza-se como “uma condição ou conjunto de circunstâncias que têm o potencial de causar efeito adverso, que pode ser: morte, lesões, doenças ou danos à saúde do trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente” (TRIVELATO, 1998 apud BRASIL, 2001, p. 37). Segundo o documento Doenças Relacionadas ao Trabalho: Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde (BRASIL, 2001): Entre os determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidos os condi- cionantes sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de risco ocupacionais – físicos, químicos, biológi- cos, mecânicos [ergonômicos] e aqueles decorrentes da organização laboral [acidentes] – presentes nos processos de trabalho. Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos processos de trabalho que contem- plem as relações saúde-trabalho em toda a sua complexidade, por meio de uma atuação multiprofi ssional, interdisciplinar e intersetorial. (BRASIL, 2001, p. 17). As refl exões sobre os riscos e impactos gerados ao trabalhador foram iniciadas pelos grandes pensadores. Em 347 a.C., Platão levantou discussões sobre as deformidades ósseas em arte- sãos; 28 anos antes, em 375 a.C., Hipócrates refl etia sobre cólicas intestinais em trabalhadores em contato com chumbo. Em 1700, o escritor italiano Bernardino Ramazzini publicou a obra De morbis Artifi cum Diatriba, que trata das doenças relacionados ao trabalho. Desde o início das discussões acerca dos perigos envolvidos no trabalho, os riscos ocupa- cionais eram a limitante entre a prevenção e o rastreamento dos agravos da saúde em função da atividade exercida. Era notável que sempre que havia riscos, e constatava-se a existência de doenças, inclusive de forma irreversível. 41PAC EM FARMÁCIA V Segundo Leitão, Fernandes e Ramos (2008 apud CARRARA; MAGALHÃES; LIMA, 2015, p. 267): Entende-se a saúde ocupacional ou saúde do trabalho como à promoção e à pre- servação da integridade física do trabalhador durante o exercício de sua função, por meio da detecção de fatores que interfiram na sua saúde. Essa detecção pos- sui abordagem de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce de agravos à saúde relacionados ao trabalho, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde do trabalhador. Os fatores de risco ocupacionais devem ser analisados em amplos aspectos, abrangendo intensidade, indivíduo, tempo de exposição na função exercida, ciclo de trabalho, turno e pau- sas, e condição ambiental. Todos esses fato- res interferem nas consequências dos riscos envolvidos para o trabalhador. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é o órgão que contribui significativa- mente para a riscologia no Brasil. Os riscos do trabalho são uma das bases fundamentais da Biossegurança, que com intuito classifica- tório os dividiu em grupos de acordo com a natureza química, física, biológica, ergonômi- ca e acidental que apresentam. De forma a facilitar a compreensão e im- plantação de sistemas de Biossegurança focados em riscologia, foram indicadas cores de acor- do com cada grupo: • Grupo 1: cor verde para se referir a riscos físicos, como ruído, radiação, vibração, calor e frio, pressão e umidade. • Grupo 2: cor vermelha para se referir a riscos químicos, como poeira, névoa, gases, vapo- res, neblinas, entre outros. • Grupo 3: cor marrom para se referir a riscos biológicos, como bactérias, fungos, vírus, protozoários e outros. • Grupo 4: cor amarela para se referir a riscos ergonômicos, como postura inadequada, levan- tamento de peso, trabalho repetitivo, estresse físico e psicológico, entre outros. • Grupo 5: cor azul para se referir a riscos de acidentes, como iluminação incorreta, incên- dio, explosão, maquinário desprotegido etc. As cores e grupos de risco estão no anexo da Portaria n. 25/1994 do Ministério do Trabalho (BRASIL, 1994), podendo ser observados no Quadro 1. 42PAC EM FARMÁCIA V Quadro 1. Ilustração dos grupos de risco e cores padronizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego GRUPO 1 VERDE GRUPO 2 VERMELHO GRUPO 3 MARROM GRUPO 4 AMARELO GRUPO 5 AZUL Riscos físicos Riscos químicos Riscos biológicos Riscos ergonômicos Riscos de acidentes Ruídos Vibrações Radiações ionizantes Radiações não ionizantes Frio Calor Pressões anormais Umidade Poeiras Fumos Névoas Neblinas Gases Vapores Substâncias, compostos ou produtos químicos Vírus Bactérias Protozoários Fungos Parasitas Bacilos Esforço físico intenso Levantamento e transporte manual de peso Exigência de pos- tura inadequada Controle rígido de produtividade Imposição de rit- mos excessivos Trabalho em turno e noturno Jornadas de trabalho prolongadas Monotonia e repetitividade Outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico Arranjo físico inadequado Máquinas e equipamentos sem proteção Ferramentas inadequadas ou defeituosas Iluminação inadequada Eletricidade Probabilidade de incêndio ou explosão Armazenamento inadequado Animais peçonhentos Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes Fonte: BRASIL, 1994. (Adaptado). Ainda nos valendo do documento Doenças Relacionadas ao Trabalho (BRASIL, 2001, p. 37): O controle das condições de risco para a saúde e melhoria dos ambientes de trabalho envolve as seguintes etapas: identificação das condições de risco para a saúde presentes no trabalho; caracterização da exposição e quanti- ficação das condições de risco; discussão e definição das alternativas de eli- minação ou controle das condições de risco; implementação e avaliação das medidas adotadas. O conceito de risco deriva da palavra hazard, traduzida para o português como “perigo”, “risco” ou “situação de risco” (BRASIL, 2001). 43PAC EM FARMÁCIA V Segundo Trivelato (1998), o conceito de risco é bidimensional, representando a possibilidade de um efeito adverso ou dano e a incerteza da ocorrência, dis- tribuição no tempo ou magnitude do resultado adverso. Assim, de acordo com essa defi nição, situação ou fator de risco é “uma condição ou conjunto de circunstâncias que tem o potencial de causar um efeito adverso, que pode ser: morte, lesões, doenças ou danos à saúde, à propriedade ou ao meioambien- te”. Ainda segundo Trivelato (1998), os fatores de risco podem ser classifi cados, segundo sua natureza, em: Ambiental: • físico: alguma forma de energia: radiação, ruído, vibração, etc.; • químico: substâncias químicas, poeiras, etc.; • biológico: bactérias, vírus, fungos, etc.; Situacional: instalações, ferramentas, equipamentos, materiais, operações, etc.; Humano ou comportamental: decorrentes da ação ou omissão humana (BRASIL, 2001, p. 37). Riscos ocupacionais relacionados aos ambientes de serviços de saúde 2.1.1 Desde 1970, com a Revolução Industrial somada às pandemias virais que acometiam os trabalhadores de diversas atividades fa- bris e hospitalares, registros expressivos de acidentes de trabalho obrigaram o governo a estabelecer normas e condutas apoiadas na Biossegurança. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é um órgão governamental com funções administrativas, responsável por regulamentar e fi s- calizar todas as atividades de trabalho no território brasileiro. Suas funções abrangem a elabo- ração de políticas e diretrizes de apoio ao trabalhador, modernização, fi scalização da saúde e segurança no trabalho, política salarial, profi ssionalização, cooperativismo e assistência. Para que os objetivos do MTE sejam alcançados, seus membros desenvolvem normativas a serem seguidas pelas organizações. Com relação a organizações dos serviços de saúde, o MTE elaborou a Norma Regulamentadora n. 32 (NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Servi- ços de Saúde) aprovada em 2005 (BRASIL, 2005). Segundo seu texto: 44PAC EM FARMÁCIA V Esta Norma Regulamentadora – NR tem por fi nalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Para fi ns de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer edifi cação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. Dos Riscos Biológicos Para fi ns de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. Consideram-se Agentes Bioló- gicos os microrganismos, geneticamente modifi cados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. (BRASIL, 2005). Os protocolos e condutas da Biossegurança coincidem com os regulamentos da NR 32 e com as diretrizes da Resolução da Diretoria Colegiada n. 222/2018 (RDC n. 222) (BRASIL, 2018), emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que discorre sobre as boas prá- ticas de gerenciamento de resíduos. Riscos biológicos Os riscos biológicos deram origem à Biossegurança mundial. Atualmente, divide-se o teor de impacto do agente agressor contra o trabalhador em classes de risco, nas quais condutas relevantes para o risco são padronizadas de forma a prevenir acidentes e gerar procedimentos específi cos para cada classe. Segundo a classifi cação do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são distribuídos em: Figura 1. Ilustração de um laboratório de classe de risco 1. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/02/2019. • Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade): inclui agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplo: Lactobacillus sp. (BRASIL, 2006). • Classe de risco 2 (risco individual mo- derado e risco limitado para a comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e disseminação no meio ambiente é limitado, e 45PAC EM FARMÁCIA V Figura 2. Ilustração de um laboratório classe de risco 2. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/02/2019. Figura 3. Ilustração de um laboratório de classe de risco 3. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/02/2019. para os quais existem medidas terapêuticas e profi láticas efi cazes. Exemplo: Schistosoma man- soni (BRASIL, 2006). • Classe de risco 3 (alto risco individual e risco moderado para a comunidade): inclui os agen- tes biológicos cuja transmissão se dá por via respiratória e que causam patologias potencialmen- te letais em humanos ou animais, e para os quais, usualmente, existem medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis (BRASIL, 2006). • Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento, não há nenhuma medida profi lática ou terapêutica efi caz contra infecções ocasionadas por esses agentes. São capazes de causar doenças de alta gravidade em humanos 46PAC EM FARMÁCIA V e animais, com elevada capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Essa classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: vírus Ebola (BRASIL, 2006). Figura 4. Ilustração de um laboratório de classe de risco 4. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/02/2019. Figura 5. Ilustração de um laboratório classe de risco especial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/02/2019. • Classe de risco especial (alto risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente): inclui agentes biológicos de doença animal não existentes no país e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de alimentos (BRASIL, 2006). Riscos químicos Os riscos químicos são oriundos do uso de substâncias químicas no ambiente de trabalho. Muitas atividades necessitam dessas substâncias e, em muitas situações, até mesmo a mistura entre elas se torna um risco para o trabalhador. 47PAC EM FARMÁCIA V Alguns elementos químicos geram vapores, gases, neblinas, fumos, poeira etc., apresentan- do, inclusive, riscos de explosão e incêndios. Segundo Ribeiro, Pedreira e Riederer (2011): Em muitos casos, os produtos químicos representam a maior parte dos custos de uma empresa. Sendo assim, qualquer ação orientada a reduzir perdas, des- carte, uso e/ou estocagem indevidos resulta em ganhos para as empresas, ao mesmo tempo em que reduz impactos ocupacionais e ambientais. O manuseio seguro de produtos químicos também gera um aumento de motivação e pro- dutividade e diminui o absenteísmo devido a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, com- postos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador prin- cipalmente pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. O risco químico pode acarretar danos desde a exposição indireta até a manipulação e o con- tato diretos, trazendo efeitos deletérios irritantes, asfi xiantes, anestésicos, respiratórios, perda de capacidade reprodutiva, corrosão, indução de câncer e outras doenças. As rotulagens realizadas nos produtos químicos auxiliam a conduta dos operadores, bem como as sinalizações e símbolos nos rótulos das substâncias. Figura 6. Exemplos da simbologia de riscos químicos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/02/2019. Muitos trabalhadores estão expostos a compostos orgânicos carcinogênicos, teratogêni- cos e mutagênicos, a metais pesados que atingem diversos órgãos, a poeiras diversas que obstruem os alvéolos pulmonares e acarretam doenças obstrutivas pulmonares, a elementos asfi xiantes, anestésicos, alucinógenos e viciantes, além de bloqueadores de metabolismo e de 48PAC EM FARMÁCIA V ciclos importantes paraa manutenção da vida, como cianeto e monóxido de carbono. Muitas substâncias são corrosivas tanto na forma alcalina como na ácida, atingindo pele, mucosas e pulmões. Empresas que geram muita poeira respirável ou mineradoras causam diversas doen- ças pulmonares, como silicose e pneumonia. ESCLARECIMENTO: Carcinogênico é um agente que causa carcinomas. Agentes teratogênicos, por sua vez, estão relacionados ao feto, ou seja, tratam-se de substâncias que afetam o bebê, cau- sando alterações em seu desenvolvimento. Mutagênico é um agente capaz de induzir danos na replicação do DNA, sendo expressado e/ou transmitido para outras gerações. estão relacionados ao feto, ou seja, tratam-se de substâncias que afetam o bebê, cau- Carcinogênico é um agente que causa carcinomas. Agentes teratogênicos, por sua vez, estão relacionados ao feto, ou seja, tratam-se de substâncias que afetam o bebê, cau-estão relacionados ao feto, ou seja, tratam-se de substâncias que afetam o bebê, cau- sando alterações em seu desenvolvimento. Mutagênico é um agente capaz de induzir danos na replicação do DNA, sendo expressado e/ou transmitido para outras gerações. Carcinogênico é um agente que causa carcinomas. Agentes teratogênicos, por sua vez,Carcinogênico é um agente que causa carcinomas. Agentes teratogênicos, por sua vez, estão relacionados ao feto, ou seja, tratam-se de substâncias que afetam o bebê, cau- sando alterações em seu desenvolvimento. Mutagênico é um agente capaz de induzir estão relacionados ao feto, ou seja, tratam-se de substâncias que afetam o bebê, cau-estão relacionados ao feto, ou seja, tratam-se de substâncias que afetam o bebê, cau-estão relacionados ao feto, ou seja, tratam-se de substâncias que afetam o bebê, cau-estão relacionados ao feto, ou seja, tratam-se de substâncias que afetam o bebê, cau- sando alterações em seu desenvolvimento. Mutagênico é um agente capaz de induzirsando alterações em seu desenvolvimento. Mutagênico é um agente capaz de induzirsando alterações em seu desenvolvimento. Mutagênico é um agente capaz de induzirsando alterações em seu desenvolvimento. Mutagênico é um agente capaz de induzir ESCLARECIMENTO: O benzeno é um composto orgânico mutagênico, carcinogênico e teratogênico. Há uma menção específi ca a esta substância no Anexo 13-A da Norma Regulamenta- dora n. 15 – Atividades e Operações Insalubres (BRASIL, 1978c): Fica proibida a utilização do benzeno, a partir de 01 de janeiro de 1997, para qualquer emprego, exceto nas indústrias e labora- tórios que: a) o produzem; b) o utilizem em processos de síntese química; c) o empreguem em combustíveis derivados de petró- leo; d) o empreguem em trabalhos de análise ou investigação rea- lizados em laboratório, quando não for possível sua substituição. dora n. 15 – Atividades e Operações Insalubres (BRASIL, 1978c): Fica proibida a utilização do benzeno, a partir de 01 de janeiro O benzeno é um composto orgânico mutagênico, carcinogênico e teratogênico. Há uma menção específica a esta substância no Anexo 13-A da Norma Regulamenta- Fica proibida a utilização do benzeno, a partir de 01 de janeiro de 1997, para qualquer emprego, exceto nas indústrias e labora- tórios que: a) o produzem; b) o utilizem em processos de síntese química; c) o empreguem em combustíveis derivados de petró- de 1997, para qualquer emprego, exceto nas indústrias e labora- tórios que: a) o produzem; b) o utilizem em processos de síntese química; c) o empreguem em combustíveis derivados de petró- leo; d) o empreguem em trabalhos de análise ou investigação rea- lizados em laboratório, quando não for possível sua substituição. O benzeno é um composto orgânico mutagênico, carcinogênico e teratogênico. Há uma menção específica a esta substância no Anexo 13-A da Norma Regulamenta-uma menção específica a esta substância no Anexo 13-A da Norma Regulamenta-uma menção específica a esta substância no Anexo 13-A da Norma Regulamenta-uma menção específica a esta substância no Anexo 13-A da Norma Regulamenta-uma menção específica a esta substância no Anexo 13-A da Norma Regulamenta- dora n. 15 – Atividades e Operações Insalubres (BRASIL, 1978c):dora n. 15 – Atividades e Operações Insalubres (BRASIL, 1978c): Fica proibida a utilização do benzeno, a partir de 01 de janeiro de 1997, para qualquer emprego, exceto nas indústrias e labora- tórios que: a) o produzem; b) o utilizem em processos de síntese dora n. 15 – Atividades e Operações Insalubres (BRASIL, 1978c): Fica proibida a utilização do benzeno, a partir de 01 de janeiroFica proibida a utilização do benzeno, a partir de 01 de janeiro de 1997, para qualquer emprego, exceto nas indústrias e labora-de 1997, para qualquer emprego, exceto nas indústrias e labora-de 1997, para qualquer emprego, exceto nas indústrias e labora- tórios que: a) o produzem; b) o utilizem em processos de síntesetórios que: a) o produzem; b) o utilizem em processos de síntesetórios que: a) o produzem; b) o utilizem em processos de síntese química; c) o empreguem em combustíveis derivados de petró-química; c) o empreguem em combustíveis derivados de petró- leo; d) o empreguem em trabalhos de análise ou investigação rea- Alguns trabalhadores podem estar expostos a substâncias anestésicas que atingem o siste- ma nervoso central de forma alucinógena ou viciante. Nesse caso, merecem atenção os BTEX – benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos –, pertencentes ao grupo da química orgânica e os hidrocarbonetos monoaromáticos, oriundos do petróleo, ambos responsáveis por muitos da- nos à saúde do trabalhador, podendo inclusive levar à morte. O controle dos riscos químicos é realizado por meio do uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas e óculos, e equipamentos de proteção coletiva (EPC), como capelas de exaustão. Envolve também treinamento dos colaboradores, procedimentos de manuseio, armazenamento e descarte de resíduos respeitando a incompatibilidade, bem como planos de contigência estabelecidos segundo as normas de Biossegurança. 49PAC EM FARMÁCIA V Riscos físicos Os riscos físicos são aqueles provenientes de diversas formas de energia, como ruídos, temperatura, vibrações, pressões anormais, radiações e umidade (ODA; ÁVILA, 1998). Os ruídos podem ser produzidos por máquinas, equipamentos, carros ou qualquer forma de poluição sonora que, ao atingir níveis excessivos, causam graves prejuízos à saúde a curto prazo ou de forma gradual, manifestando-se ao longo dos anos. As vibrações são mais comuns em alguns equipamentos fabris, mas ocorrem também em laboratórios de preparação de amostras diversas com ultrassom. Os impactos gerados pelas vibrações abrangem complicações neurovasculares, osteoporose, lesões de coluna, dores crô- nicas e até câncer. As radiações são muito comuns nos ambientes dos serviços de saúde, principalmente nos centros de diagnóstico por imagem e nas radioterapias. Elas são oriundas de núcleos instáveis de elementos químicos de alto peso molecular, onde são emitidas partículas, ondas eletromag- néticas e raio-X. Os riscos físicos da radiação são divididos em ionizantes e não ionizantes. As radiações não ionizantes são mais amenas e amplamente utilizadas em laboratórios. É o caso do infra- vermelho, das micro-ondas, do laser e da radiação ultravioleta. Comumente são responsáveis por causar cataratas, conjuntivites, queimaduras e diversas lesões. A radiação ultravioleta tem poder de alterar o DNA. Figura 7. Exemplo de lesões causadas por radiação não ionizante. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/02/2019. As radiações ionizantes são mais agressivas e provocam mutações, deformidades e po- dem levar ao desenvolvimento de câncer. Raio-X e radiação gama são bons exemplos de radiações ionizantes. 50PAC EM FARMÁCIA V Figura 8. Ilustração de um aparelho de raio-X. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/02/2019. As altas e baixas temperaturas podem ocorrer nos serviços de saúde na refrigeração de amostras e de medicamentos,e também causam impactos na saúde do trabalhador. O ca- lor causa desidratação, fadiga, distúrbios cardiocirculatórios e psiconeuróticos, insolação e câimbras. As baixas temperaturas podem provocar feridas, necrose, reumatismo, doenças respiratórias e perda de membros. As pressões anormais são alterações da pressão atmosférica-padrão, isto é, a pressão a que estamos acostumados. As baixas pressões ocorrem em serviços realizados em grandes altitudes e as altas pressões são aquelas em que as atividades ocorrem em tubulações, es- cavações ou durante mergulhos. A mudança de pressão pode romper o tímpano e levar à morte por liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos. A umidade constitui uma situação insalubre devido a doenças respiratórias e doenças de pele, principalmente. Ambientes com alta umidade normalmente são acometidos por enormes quantidades de fungos fi lamentosos causadores de doenças respiratórias, como a aspergilose. Figura 9. Ambiente contendo autoclave e alta umidade. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/02/2019. 51PAC EM FARMÁCIA V CURIOSIDADE: A alta pressão gera a solubilidade dos gases, uma lei física famosa de Henry. Esse fato torna um mergulho algo perigoso devido ao nitrogênio que se torna solúvel no sangue. Caso o retorno à pressão normal seja rápido, ocorre formação de bolhas que, por teoria científi ca, têm afi nidade pela bainha de mielina do neurônio, causando queda de sinapse. torna um mergulho algo perigoso devido ao nitrogênio que se torna solúvel no sangue. A alta pressão gera a solubilidade dos gases, uma lei física famosa de Henry. Esse fato torna um mergulho algo perigoso devido ao nitrogênio que se torna solúvel no sangue.torna um mergulho algo perigoso devido ao nitrogênio que se torna solúvel no sangue. Caso o retorno à pressão normal seja rápido, ocorre formação de bolhas que, por teoria científica, têm afinidade pela bainha de mielina do neurônio, causando queda de sinapse. A alta pressão gera a solubilidade dos gases, uma lei física famosa de Henry. Esse fato torna um mergulho algo perigoso devido ao nitrogênio que se torna solúvel no sangue. A alta pressão gera a solubilidade dos gases, uma lei física famosa de Henry. Esse fato torna um mergulho algo perigoso devido ao nitrogênio que se torna solúvel no sangue. Caso o retorno à pressão normal seja rápido, ocorre formação de bolhas que, por teoria A alta pressão gera a solubilidade dos gases, uma lei física famosa de Henry. Esse fato torna um mergulho algo perigoso devido ao nitrogênio que se torna solúvel no sangue. Riscos ergonômicos Os riscos ergonômicos são os mais comuns em todos os empreendimentos e relacionam- -se ao tempo que o trabalhador passa desempenhando a mesma atividade. Segundo o MTE (BRASIL, 1978b): São considerados riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina intensa. Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fi siológicos e provocar sérios danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no organismo e estado emocio- nal, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança, tais como: LER/ DORT, cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digesti- vo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna, etc. A repetitividade das atividades do trabalhador é a fonte de várias doenças e pode levar à fadiga, pois a repetição compromete os músculos e ossos gerando infl amações como tendi- nites, bursites e dores crônicas. Os dois maiores índices de reclamações trabalhistas giram em torno das lesões por es- forço repetitivo (LER) e dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). Em seguida, temos a postura incorreta no posto de trabalho, que gera dores em algumas regiões do corpo, principalmente pulso, coluna e ombros. A postura também causa LER e DORT. A iluminação também é enquadrada como ergonomia e pode causar danos irreversíveis ao trabalhador, como dores de cabeça e irritação. O MTE regulamentou a Nota Regulamentadora n. 17 (BRASIL, 1978b) que estabelece limi- tes seguros para questões de luminosidades nas organizações. O ritmo excessivo de trabalho provoca no trabalhador estresse físico e imunológico, po- dendo levar também ao desenvolvimento de distúrbios psicológicos como depressão e an- siedade, além de doenças estomacais e cardiovasculares. 52PAC EM FARMÁCIA V PAUSA PARA REFLETIR Você acredita que ambientes e gerentes ruins podem acarretar doenças ocupacionais? Riscos de acidente Os riscos de acidente são aqueles que colocam o trabalhador em perigo, podendo deses- truturar sua integridade física e moral. Segundo o MTE (1978a): São considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo físico defi cien- te; máquinas e equipamentos sem proteção; ferramentas inadequadas; ou defeituosas; eletricidade; incêndio ou explosão; animais peçonhentos; arma- zenamento inadequado. Muitos são os fatores que causam acidentes, como condições ambientais e prediais, ar- ranjo inadequado de maquinários, desorganização, equipamentos sem proteção ou sinali- zação de segurança, ferramentas inadequadas, falta de manutenção preventiva, instalação elétrica inadequada e sobrecarregada, armazenamento incompatível de produtos, ausência de sistemas de incêndio, entre outros. Mapeamento de riscos2.1.2 O mapeamento de riscos é um documento gráfi co que representa todos os riscos exis- tentes num determinado espaço, utilizando a simbologia de cores e a probabilidade de um risco ocorrer. Segundo o MTE (BRASIL, 1992): O Mapa de Riscos é a representação gráfi ca dos riscos de acidentes nos diver- sos locais de trabalho, inerentes ou não ao processo produtivo, devendo ser afi xado em locais acessíveis e de fácil visualização no ambiente de trabalho, com a fi nalidade de informar e orientar todos os que ali atuam e outros que, eventualmente, transitem pelo local. No Mapa de Riscos, os círculos de cores e tamanhos diferentes mostram os locais e os fatores que podem gerar situa- ções de perigo em função da presença de agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Essas representações são obrigatórias de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, desde que a empresa possua em seu quadro vários funcionários ou o grau de risco exija um controle rígido. 53PAC EM FARMÁCIA V A Norma Regulamentadora n. 5 descreve os objetivos do mapeamento de risco: a) reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saú- de no trabalho na empresa; b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção (BRASIL, 1978a). A mesma norma descreve em seu item 5.16 que a responsabilidade pela confecção deve estar nas mãos da Comissão Interna de Prevenção a acidentes (CIPA) e do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), quando houver. Quando se trata de empresas pequenas, a gerência pode realizar, definir ou até subcontratar serviços externos. O mapa de risco serve para mostrar os riscos do ambiente, funcionando como um diagnós- tico da situação atual da empresa e determinando medidas protetivas e a minimização dos riscos envolvidos. Os documentos de gestão sempre devem estar prontamente disponíveis e, de preferência, em lugares visíveis. Portanto, é natural que ao entrar no local de trabalho encontremos próximos das portas o mapa de risco, telefones de emergência e procedimentos específicos do local de trabalho. Após analisar cada local, verificando seus riscos e levando em conta a probabilidade de ocorrerem, é feito um desenho através de círculospequenos, médios e grandes, que corres- pondem à incidência do risco conforme Quadro 2. Quadro 2. Representação dos círculos com probabilidade e cores Mapa de risco Tipo Cor Elevado Médio Pequeno Exemplos Químico Vermelho Ácidos, bases, poeiras Físico Verde Radiação, umidade, calor Biológico Marrom Fungos, bactérias, parasitas Ergonômico Amarelo Postura, peso, sobrecarga Acidentes Azul Eletricidade, Incêndio, iluminação 54PAC EM FARMÁCIA V Conhecendo todos os riscos envolvidos e sua proporção e utilizando a simbologia de cores, o mapa é realizado de forma prática e fácil através de um croqui do ambiente, que pode ser de um espaço isolado ou de toda a área. Figura 10. Exemplo de mapa de risco. Escritório Escritório Corredor Consultório PAUSA PARA REFLETIR Mesmo com todos os requisitos e cuidados da Biossegurança, algumas empresas, inclusive aquelas certifi cadas segundo normas de segurança do trabalho, possuem números expressi- vos de acidentes com afastamento. O que você acha que ocorre para justifi car esse número elevado de acidentes? Níveis de biossegurança, organismos geneticamente modifi cados (OGM) e outras áreas de contenções 2.2 A partir do perfi l de virulência e letalidade do agente agressor, os riscos biológicos fo- ram divididos em cinco tipos: classes de risco 1, 2, 3, 4, e especial. Para cada tipo de risco, é atribuído um nível de Biossegurança. São quatro os níveis de Biossegurança. Os níveis são designados em ordem crescente de virulência, pelo grau de proteção proporcionado ao pessoal do laboratório, meio ambiente e à comunidade (BRASIL, 2006): • O nível de Biossegurança 1 é o nível de contenção laboratorial que se aplica aos labo- ratórios do Ensino Básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes à classe de risco 1. Não é requerida nenhuma característica de desenho, além de um planejamento espacial funcional e a adoção de boas práticas laboratoriais. 55PAC EM FARMÁCIA V • O nível de Biossegurança 2 diz respeito ao laboratório de contenção em que são manipulados microrganismos da classe de risco 2. Aplica-se aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção de boas práticas, o uso de barreiras físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamen- tos de proteção individual) e secundárias (desenho e organização do laboratório). • O nível de Biossegurança 3 é destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco 3 ou na manipulação de grandes volumes e altas concentrações de microrganismos da classe de risco 2. Para este nível de contenção são requeridos, além dos itens referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais especiais. Deve-se manter controle rígido quanto à operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos, e o pessoal técnico precisa receber treinamento específico sobre os procedimentos de segurança para manipulação dos microrganismos. • O nível de Biossegurança 4, ou laboratório de contenção máxima, destina-se à mani- pulação de microrganismos da classe de risco 4, em que há o mais alto nível de contenção. Além disso, representa uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios exigem, além dos requisitos físicos e equipamentos, dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho equipamentos de prote- ção) e procedimentos especiais de segurança. Quando o assunto são organismos geneticamente modificados (OGM), criados por meio da tecnologia do DNA recombinante (popularmente conhecida como Engenharia Genética), temos manipulações realizadas em laborató- rio a fim de avançar a cadeia de evolução das espécies, originando organismos que não se formariam de maneira natural em prol de uma conquista que beneficia os humanos por meio da modificação do genoma. A Biossegurança atua na avaliação dos ris- cos alimentares descritos em seu Guia Inter- nacional para Segurança em Biotecnologia, documento eletrônico disponibilizado gratuitamente nos sites governamentais e no da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Os perigos dos organismos geneticamente modificados, segundo os parâmetros de Biossegurança, estão associados a efeitos inesperados, como alergias, toxicidade, assimila- ção nutricional e a remota transferência horizontal de genes. Os OGM representam maior risco para o meio ambiente, devido à possibilidade de transferência de genes com poluição genética e eliminação de plantas naturais. 56PAC EM FARMÁCIA V A nanotecnologia, por outro lado, é considerada uma tecnologia do futuro para as ques- tões relativas à saúde, principalmente nos ramos da medicina cirúrgica e da tecnologia da informação. A base da nanotecnologia é criar produtos (robôs, máquinas, medicamentos etc.) e transformá-los em pequenas escalas nanométricas, confeccionando dispositivos que incorporam tecnologia e química orgânica e inorgânica. A nanotecnologia tem sido muito empregada em computadores e celulares, porém, ao ser integrada em procedimentos como implantes, cirurgias e tratamentos medicinais, ve- mos seu potencial para maior benefício humano. A nanociência e a nanotecnologia estu- dam a manipulação de materiais em escala atômica e macromolecular. Isso as torna um im- portante campo para a ciência e para a Biossegurança, sobretudo no tocante ao descarte responsável dos materiais por elas produzidos, de modo a evitar impactos ambientais nos organismos menores da cadeia alimentar aquática. CURIOSIDADE: Plantas comerciais geneticamente modifi cadas foram criadas no início da déca- da de 1980, a começar por uma linhagem de tabaco resistente a antibióticos. Em poucos anos, mais de 50 plantas modifi cadas estavam sendo comercializadas. Atualmente, a soja e milho são os OGM mais cultivados no mundo, sobretudo devido ao sucesso de sua modifi cação em laboratório (tratam-se de espécies extremamente resistentes a diversos insetos) e ao fato de serem sementes de amplo comércio. poucos anos, mais de 50 plantas modificadas estavam sendo comercializadas.poucos anos, mais de 50 plantas modificadas estavam sendo comercializadas. Plantas comerciais geneticamente modificadas foram criadas no início da déca- da de 1980, a começar por uma linhagem de tabaco resistente a antibióticos. Em poucos anos, mais de 50 plantas modificadas estavam sendo comercializadas. Atualmente, a soja e milho são os OGM mais cultivados no mundo, sobretudo devido ao sucesso de sua modificação em laboratório (tratam-se de espécies extremamente resistentes a diversos insetos) e ao fato de serem sementes de da de 1980, a começar por uma linhagem de tabaco resistente a antibióticos. Em poucos anos, mais de 50 plantas modificadas estavam sendo comercializadas. da de 1980, a começar por uma linhagem de tabaco resistente a antibióticos. Em poucos anos, mais de 50 plantas modificadas estavam sendo comercializadas. Atualmente, a soja e milho são os OGM mais cultivados no mundo, sobretudo devido ao sucesso de sua modificação em laboratório (tratam-se de espécies da de 1980, a começar por uma linhagem de tabaco resistente a antibióticos. Em poucos anos, mais de 50 plantas modificadas estavam sendo comercializadas.poucos anos, mais de 50 plantas modificadas estavam sendo comercializadas. Defi nição dos níveis de Biossegurança2.2.1 Os níveis de Biossegurança estão atrelados ao risco biológico. Esses níveis são impor- tantes principalmente para fi scalizar e controlar laboratórios e instituições em geral. A ope- ração de um laboratório ou de uma organização exige que vários requisitos regulamenta- res, contemplados em alvarás e licenças, sejam respeitados para que a instituição possa atuar de acordo com as instalações e acomodações existentes. O nível de Biossegurança 1 (NB-1) lida com atividades que envolvem agentes com bai- xo risco para o pessoal operante e para o meio ambiente. As operações são feitas emban- cadas e não são exigidas medidas de contenção. Os treinamentos são realizados para as práticas locais a fi m de assegurar controle de qualidade, higiene e limpeza. Dessa maneira, o NB-1 possui risco biológico 1. 57PAC EM FARMÁCIA V O acesso ao laboratório de NB-1 pode ser limitado quando neste estiver sendo realizado um ensaio. As superfícies são descontaminadas após a execução das práticas e quando ocorre o derramamento de algum produto. Os resíduos sólidos e líquidos devem ser descartados cor- retamente para não poluir o meio ambiente. A limpeza das mãos é sempre recomendada em todos os níveis de Biossegurança, bem como o controle de insetos e roedores. O uso de equipamentos de proteção individual (EPI) nesse nível é igual ao exigido no risco 1, isto é, engloba o uso de jalecos e luvas para químicos. O nível de Biossegurança 2 (NB-2), por seu turno, envolve atividades que apresen- tam algum risco biológico ao pessoal ope- racional e baixo ou médio risco para o meio ambiente. O NB-2 possui risco biológico 2, exigindo treinamentos mais rigorosos nas práticas e condutas focadas em medidas de segurança ocupacional, manejo e descarte dos resíduos gerados nos processos. Além disso, o nível de responsabilidade técnica aumenta, visando os controles e os indica- dores de gestão. O acesso ao laboratório NB-2 é limitado. Os procedimentos devem estar atualizados e os documentos, acessíveis. Nesse nível, vapores e aerossóis infecciosos e químicos podem ser gerados, por esse motivo é necessário possuir equipamentos de proteção coletiva (EPC), como fluxos, capelas e cabines, bem como utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, jalecos, gorros, máscaras e óculos de proteção. Nesse nível, é obrigatória a presença de um responsável técnico acompanhando diariamen- te todas as atividades, treinando e avaliando a conduta de todos os colaboradores, além de observar as cautelas com agulhas e seringas, bem como qualquer fluido das atividades. É proibida a entrada de animais, crianças e qualquer tipo de alimento ou água. Placas de sinalização e mapa de risco são itens obrigatórios. Os resíduos devem ser destinados e controlados pela garantia de qualidade ou gerência de qualidade, de modo a guardar cer- tificados de destinação. Caso não seja possível a destinação via incineração, o laboratório fica obrigado a autoclavar todos os resíduos das atividades. Quando houver derramamento, deve-se proceder a limpeza com os desinfetantes des- critos em procedimentos corretos, como indicado no Manual de Biossegurança. É impor- tante que todos os envolvidos tenham ciência de seu conteúdo. 58PAC EM FARMÁCIA V O nível de Biossegurança 3 (NB-3) se refere aos locais que possuem risco biológico 3, representando perigos sérios ao trabalhador e ao meio ambiente. Como se trata de doen- ças letais, o pessoal deve receber treinamento rigoroso e supervisão constante. É impres- cindível o uso de cabines de segurança biológica e EPI iguais aos do NB-2. As instalações devem ser respeitadas para proteger o meio ambiente por meio da restrição de acesso e controle dos fluxos de entrada e saída, seguindo as normativas da CTNBio. Um dos requisitos obrigatórios descritos pela CTNBio refere-se à proibição de menores de 18 anos. Outros requisitos listados pelo documento são: descarte seguro dos resíduos em em- presas certificadas e licenciadas; limpeza rotineira e diária; descontaminação e uso de lâmpadas germicidas; proibição do uso de toalhas (apenas as descartáveis são permitidas); utilização de sabonetes germicidas, álcool 70% e soluções de hipoclorito para descarte de utensílios; esterili- zação em autoclave; paredes rígidas e pintura lavável; uso de respiradores; filtração de correntes de ar contaminado por meio de membranas de alta eficiência em retenção; entre outros requi- sitos exigidos pela Vigilância Sanitária. O descarte deve ser realizado por meio de incineração (salvo os locais que não a possuam), autoclavação ou em aterros controlados e fiscalizados. É necessário um sistema de dupla porta na entrada e corredores de acesso às demais áreas. As portas devem ter dispositivos de fechamento automático. Deve haver locais de troca de roupa, chuveiros para os colaboradores e pias em diversos compartimentos. Além disso, é obrigatória a existência de sistema de água com coleta de esgoto canalizado para a rede pública de tratamento, nunca para água pluvial. As bancadas devem ser rígidas e de fácil limpeza, e todo mobiliário deve ser de fácil higienização. O nível de Biossegurança 4 (NB-4) é o nível mais alto de risco biológico, representando alto risco para o trabalhador e para o meio ambiente. Nele se enquadram os riscos de ní- vel 4, os de OGM e os especiais (que envolvem alto impacto ambiental). Nesse nível, nenhum objeto, material ou produto sai do ambiente de contenção máxima sem ser autoclavado. Além disso, o laboratório deve portar câmara de fumigação ou siste- ma de antecâmara pressurizada. No NB-4, apenas pessoas autorizadas têm acesso ao laboratório. Suas portas são her- meticamente fechadas e bloqueadas, e a entrada é permitida somente aos pesquisadores e à equipe de segurança máxima do prédio. Todos que têm acesso ao laboratório são rigo- rosamente treinados de acordo com as instruções cabíveis. Protocolos de sinalização são seguidos à risca, como procedimentos gerais e específicos, e precisam estar facilmente disponíveis. A entrada e saída de pessoas se faz após o uso de chuveiro e colocação de EPI. O laboratório deve possuir vigilância médica e espaços de isolamento ou quarentena, se necessário. 59PAC EM FARMÁCIA V O procedimento de trabalho se dá por meio de cabines de segurança biológica e siste- ma respiratório externo. Todo líquido é autoclavado antes de ser descartado, o ar passa obrigatoriamente por fi ltração de alta efi ciência e em todas as áreas existem sistemas de alarme e tanques de respiração externa. ASSISTA: O fi lme Epidemia, de Wolfgang Petersen, traz em algumas de suas cenas imagens de laboratórios equipados com diferentes níveis de Biossegurança. Podemos ob- servar na obra exemplos de entradas, espaços e equipamentos de proteção indi- vidual utilizados em laboratórios de nível 1, 2, 3 e 4. O fi lme oferece um panorama interessante das práticas realizadas em cada nível, e é uma boa sugestão para os interessados em visualizar com maior clareza os procedimentos descritos ao longo dos tópicos anteriores. servar na obra exemplos de entradas, espaços e equipamentos de proteção indi- , de Wolfgang Petersen, traz em algumas de suas cenas imagens de laboratórios equipados com diferentes níveis de Biossegurança. Podemos ob- servar na obra exemplos de entradas, espaços e equipamentos de proteção indi- vidual utilizados em laboratórios de nível 1, 2, 3 e 4. O fi lme oferece um panorama interessante das práticas realizadas em cada nível, e é uma boa sugestão para os interessados em visualizar com maior clareza os procedimentos descritos ao longo interessante das práticas realizadas em cada nível, e é uma boa sugestão para os de laboratórios equipados com diferentes níveis de Biossegurança. Podemos ob- servar na obra exemplos de entradas, espaços e equipamentos de proteção indi- vidual utilizados em laboratórios de nível 1, 2, 3 e 4. O filme oferece um panorama servar na obra exemplos de entradas, espaços e equipamentos de proteção indi- Organismos geneticamente modifi cados (OGM), biotérios e nanotecnologia 2.2.2 A classifi cação dos riscos representados por organismos geneticamente modifi cados (OGM) é diferente daquela aplicada aos riscos biológicos, isso porque os OGM não são infectantes, mas, sim, produtos de manipulação genética úteis para os seres humanos. Nesse caso, os cuidados a serem tomados estão na reconstrução da estabilidade genômica, conhecida como atividade pleiotrópica, que faz com que as transcrições tenham efeitos regulatóriossobre os genes vizinhos. Os riscos oriundos dos OGM são classifi cados em três grupos: alimentar, ecológico e agrotecnológico. Os riscos alimentares são: • riscos imediatos causados por proteínas tóxicas ou alergênicas; • riscos causados pelos efeitos pleiotrópicos das proteínas transgênicas na planta; • acumulação de pesticidas e herbicidas e seus metabólitos; • risco de transferência horizontal para outras espécies ou mesmo para bactérias, humanos e animais. Por seu turno, os riscos ecológicos envolvem: • redução de variedades de culturas ou de plantas com ancestrais selvagens e introdução em massa de OGM derivados de uma matriz limitada; 60PAC EM FARMÁCIA V • transferência de resistência a pesticidas através da polinização cruzada com plantas selvagens; • declínio de ancestrais selvagens; • presença de proteínas tóxicas capazes de afetar insetos, impactando a cadeia alimentar de forma letal, a curto prazo, e possibilitando o desenvolvimento de resistência à toxina nos insetos, a longo prazo; • criação de um novo vírus vindo de uma planta que tenha recebido cápsulas virais a fim de alguma modificação. Os riscos agrotecnológicos são: • mudanças imprevisíveis dos efeitos pleiotrópicos; • perda da eficiência do OGM ao longo do tempo, devido ao cultivo extensivo; • produção de sementes exterminadoras de todas as culturas naturais. Os níveis de Biossegurança para OGM são divididos em três: nível de Biossegurança 1 (NBGE-1), nível de Biossegurança 2 (NBGE-2) e nível de Biossegurança 3 (NBGE-3). O NBGE-1 postula que as manipulações de pequenas culturas podem ser trabalhadas com um nível de contenção primária, confor- me o NB-1. O descarte de OGM deve ser rea- lizado via incineração em todos os níveis. Os documentos para emergência devem conter procedimentos adequados para situações de derramamento de culturas de OGM. No NBGE-2, o ambiente é planejado de forma a garantir que nenhum vazamento de mate- rial ocorra. O laboratório deve possuir sistema de ventilação com filtros de alta eficiência. Todos os registros de relatórios e calibração dos instrumentos devem ser arquivados por longos períodos. Os símbolos de Biossegurança devem estar afixados nos locais de trabalho e nos sistemas de contenção. Qualquer acidente ou incidente deve ser comunicado à CTNBio. O NBGE-3 segue todas as recomendações dos níveis 1 e 2, além de outras medidas. Nesse nível, o ambiente no qual o OGM cresce deve estar submetido à pressão mais baixa possível para preservar o confinamento. As áreas são extremamente delimitadas, possuindo duas por- tas, antecâmara, antessala e outras áreas restritas. Não é permitido nenhum tipo de planta em qualquer área. Os demais itens seguem os mesmos procedimentos do NB-4. Nanotecnologia A nanotecnologia representa um avanço extraordinário para a Medicina. As nanopartículas possuem propriedades mecânicas, ópticas e macroscópicas amplamente utilizadas na tecno- logia medicinal. 61PAC EM FARMÁCIA V Proposta de Atividade Agora é a hora pôr em prática tudo o que você aprendeu neste capítulo! Elabore um quadro com todos os riscos estudados, utilizando corretamente as cores indicadas para cada tipo de risco e citando exemplos cotidianos de situações que podem desencadear doenças ocupacio- nais. Ao produzir seu quadro, considere as leituras básicas e complementares realizadas. Recapitulando Neste capítulo você aprendeu sobre riscos ocupacionais, riscos biológicos e níveis de Bios- segurança. De forma a facilitar o controle operacional, bem como a implantação e a manu- Não há dúvidas de que a nanotecnologia tem potencial para melhorar a qualidade de vida. Porém, o descarte inadequado desses materiais pode gerar bioacumulação nos organismos aquáticos, caso sigam para rios e mares. Além de se tratar de materiais metálicos, seu descarte inadequado gera impactos ambien- tais em todo o ecossistema. Desse modo, as medidas de Biossegurança também se aplicam à nanotecnologia, de modo a assegurar que o destino final desses produtos sejam aterros con- trolados (e não rios e mares), respeitando os regulamentos da Anvisa. Biotérios A Biossegurança deve ser aplicada em laboratórios com experimentação em animais da mesma forma que é aplicada em laboratórios gerais e de serviços de saúde. A Lei n. 11.794, também conhecida como Lei Arouca, dispõe sobre pesquisa com animais. Foi sancionada em outubro de 2008 e regulamenta a criação e a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica em todo o território nacional. Com o advento dessa lei, foram criados o Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea), o sistema de Ca- dastro das Instituições de Uso Científico de Animais (Ciuca) e as normas para funcionamento da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), cujo objetivo é garantir o atendimento ético e humanitário no uso de animais para fins científicos (BRASIL, 2008b). As pesquisas com animais, atualmente, estão fundamentadas em conceitos éticos e huma- nitários. No entanto, para haver ética no uso de animais, é preciso haver conhecimento. Assim, quanto mais conhecimento sobre comportamentos específicos e fisiologia das espécies utiliza- das, bem como treinamentos a respeitos de procedimentos práticos, maiores são as chances de os experimentos serem conduzidos com menos dor, angústia e estresse para os animais (BRASIL, 2008a). 62PAC EM FARMÁCIA V tenção da Biossegurança, os riscos são organizados por tipologia, sendo divididos em cinco grupos: Grupo 1 – cor verde para se referir aos riscos físicos compreendidos, por exemplo, em ruídos, radiação, vibração, calor e frio, pressão e umidade; Grupo 2 – cor vermelha para se referir aos riscos químicos compreendidos, por exemplo, em poeiras, névoas, gases, vapores, neblinas, entre outros; Grupo 3 – cor marrom para se referir aos riscos biológicos compreen- didos, por exemplo, em bactérias, fungos, vírus, protozoários e outros; Grupo 4 – cor amarela para se referir aos riscos ergonômicos compreendidos, por exemplo, nos casos de postura inadequada, levantamento de peso, trabalho repetitivo, estresse físico e psicológico, entre outros; Grupo 5 – cor azul para se referir ao risco de acidentes, por exemplo, iluminação in- correta, incêndio, explosão, maquinário desprotegido e outros. No caso dos riscos biológicos (Grupo 3), devido ao fato de esse grupo lidar com agentes altamente patogênicos, foram es- tabelecidos cinco tipos de classe de risco: 1, 2, 3, 4 e classe especial. Para cada tipo de risco é atribuído um nível de Biossegurança diferente (vale lembrar que existem quatro níveis). Esse agrupamento visa delinear procedimentos específicos para cada classe a fim de proteger o colaborador e o meio ambiente. Muitos são os riscos no ambiente de trabalho, mas os mais comuns são, sem dúvida, os ris- cos ergonômicos. Estes vão desde postura inadequada, levantamento de peso e horas extras até ambiente desconfortável e gerentes ruins. Segundo pesquisas realizadas nos EUA, pela Harvard Business School e a Stanford University, chefes e ambientes ruins são tão danosos ao organismo do trabalhador quanto o cigarro. No Brasil, aumenta a cada ano o número de trabalhadores ansiosos e depressivos devido ao estresse do ambiente de trabalho. Mesmo quando se trata de empresas-modelo, nas quais a Biossegurança atua de forma plena, inclusive com certificações de saúde e segurança, ocorrem muitos acidentes devido a condutas inadequadas dos colaboradores, que não seguem as regras impostas, não utilizam os equipamentos de proteção ou desrespeitam os procedimentos internos. Infelizmente, o famoso descaso ainda mata muitos trabalhadores em empresas corretas. 63PAC EM FARMÁCIA V Referências bibliográficas BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n. 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Portaria GM n. 3.214, de 6 de junho de 1978. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 jun. 1978a.BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n. 17 – Ergonometria. Portaria GM n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 jun. 1978b. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n. 15 – Atividades e Ope- rações Insalubres. Portaria MTb n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Diário Oficial da União, Bra- sília, DF, 6 jun. 1978c. BRASIL. Portaria DNSST n. 5, de 17 de agosto de 1992. Altera a Norma Regulamentadora n. 9 estabelecendo a obrigatoriedade de elaboração do Mapa de Riscos Ambientais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 ago. 1992. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho. Por- taria n. 25, de 29 de dezembro de 1994. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 dez. 1994. Seção 1, p. 1.987-1.989. BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças Relaciona- das ao Trabalho: Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde. Brasília, DF: MS/ OPAS, 2001. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n. 482, de 11 de novembro de 2005. Apro- va a Norma Regulamentadora n. 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 de nov. 2005. Seção 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Classificação de Risco dos Agentes Biológicos. Brasília, DF: Editora do Ministério da Saú- de, 2006. BRASIL. Lei n. 11.794, de 8 de outubro de 2008. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 9 out. 2008a. p. 1 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2008/lei/l11794.htm>. Acesso em: 19 mar. 2019. BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Conselho Nacional de Controle de Ex- perimentação Animal (Concea). 2008b. Disponível em: <http://www.mct.gov.br>. Acesso em: 19 mar. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n. 222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de Gerencia- mento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 de mar. 2018. 64PAC EM FARMÁCIA V CARDOSO, T. A. O.; VITAL, N. C.; NAVARRO, M. B. M. A. Biossegurança – Estratégias de Gestão de Riscos, Doenças Emergentes e Reemergentes: Impactos na Saúde Pública. São Paulo: Editora Santos, 2012. CARRARA, G. L. R.; MAGALHÃES, D. M.; LIMA, R. C. Riscos ocupacionais e os agravos à saúde dos profissionais de enfermagem. Revista Fafibe On-line, Bebedouro, v. 8, n. 1, p. 265-286, 2015. HINRICHSEN, S. L. Biossegurança e Controle de Infecções. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. HIRATA, M. H.; MANCINI FILHO, J.; HIRATA, R. D. C. Manual de Biossegurança. Barueri: Ma- nole, 2012. RIBEIRO, M. G.; PEDREIRA FILHO, W. R.; RIEDERER, E. E. Avaliação Qualitativa de Riscos Quí- micos: Orientações Básicas para o Controle da Exposição a Produtos Químicos. São Paulo: Fundacentro, 2011. SILVA, J. V.; BARBOSA, S. R. M.; DUARTE, S. R. M. P. Biossegurança no Contexto da Saúde. 1. ed. São Paulo: Érica, 2013. ODA, L. M.; ÁVILA, S. M. Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 1998. 65PAC EM FARMÁCIA V Objetivos do capítulo Defi nir práticas seguras na sua profi ssão; Classifi car medidas de proteção individual e coletiva; Executar prevenção e controle de infecção hospitalar de forma planejada a fi m de contribuir para o bem-estar público e ambiental. BOAS PRÁTICAS PROFISSIONAIS (BPP) E BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIOS (BPL) • Higiene, limpeza, esterilização e desinfecção • Simbologia, rotulagem e procedimentos operacionais de segurança • Treinamentos, capacitação e recomendações UNIDADES DE ISOLAMENTO E CONDUTAS SEGURAS • Prevenção e controle de infecções hospitalares • Sistema de vigilância em saúde • Assistência a soropositivos e outras doenças de interesse clínico EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO • Equipamentos de proteção individual (EPI) • Equipamentos de proteção coletiva (EPC) TÓPICOS DE ESTUDO 66PAC EM FARMÁCIA V A Biossegurança busca, cada vez mais, contribuir e criar um ambiente seguro para seus colabores, usuários, estudantes e visitantes, dando subsídios para haver excelentes con- dições no ambiente de trabalho. Quando a organização faz seu planejamento e executa suas metas, ela vive em constante melhoria em todos os níveis processuais. Cada vez mais, as normas de Segurança e Saúde no Trabalho oferecem bases para que as ins- tituições identifi quem falhas, melhorias e criem medidas de segurança, como o uso de equipamentos de proteção individual e coletivo, medidas de prevenção e controle de ris- cos e condutas ideias nas boas práticas profi ssionais. Essas boas práticas são possíveis quando se tem um treinamento efi caz que capacita os colaboradores na função em suas funções, de forma a melhorar sua capacidade produtiva e reduzir acidentes de trabalho. Mas, de modo geral, o que é um bom ambiente de trabalho? Contextualizando o cenário 67PAC EM FARMÁCIA V Boas práticas profi ssionais (BPP) e boas práticas de laboratórios (BPL) 3.1 Todo trabalho, tarefa e atividade deve ser executado de forma planejada, adequada e se- gura. Por isso, é necessário usar equipamen- tos de proteção, preservando, assim, não só a vida humana, como também o meio ambiente. As boas práticas profi ssionais valem para todos os ambientes de trabalho, sejam eles escritórios ou laboratórios, e devem ter como norte a garantia da prestação de um bom ser- viço. Para isso, é necessário levar em consi- deração as necessidades e requisitos dos clientes,dos próprios profi ssionais envolvidos nos projetos e as necessidades do meio ambiente, de forma a preservar a natureza. Por isso, é preciso conhecer e levar em conta todos os processos envolvidos para a garantia de um bom serviço, os quais envolvem desde a manipulação do fornecedor contratado até o armazenamento dos insumos e materiais antes do uso na atividade planejada. Para cumprir essa necessidade básica, as empresas geralmente possuem um Sistema de Gestão estruturado e planejado, garantindo a execução efi caz cada processo e, ao fi nal, en- tregando um produto ou serviço satisfatório para o cliente. Um trabalho seguro, organizado, limpo e estruturado facilita o bom andamento de uma atividade e protege o operador contra os riscos ocupacionais. As boas práticas laboratoriais são regulamentadas pela Agência Nacional de Vigilância Sani- tária (ANVISA) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Em 2003, o INMETRO emitiu um conjunto de regulamentos técnicos com apoio da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), Secretaria de Vigilância à Saúde (SVS) e demais vigilâncias estaduais, bem como a Sociedade Brasileira de Patologia clínica e Medicina laboratorial (SBPC/ML) e pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Segundo o instituto, As Boas Práticas de Laboratório (BPL) são um sistema da qualidade relativo à or- ganização e às condições sob as quais os estudos em laboratório e no campo são planejados, realizados, monitorados, registrados, relatados e arquivados. Seus princípios foram concebidos para estudos em geral e não focalizam, um tipo de ensaio ou disciplina particular. (INMETRO, 2003). 68PAC EM FARMÁCIA V A ANVISA e o INMETRO habilitam e dão crédito de gestão de qualidade às instituições que são reconhecidas por seguirem os regulamentos de boas práticas. Segundo a ANVISA, Este Regulamento Técnico possui o objetivo de estabelecer requisitos de Boas Práticas para funcionamento de serviços de saúde, fundamentados na qualifica- ção, na humanização da atenção e gestão, e na redução e controle de riscos aos usuários e meio ambiente. (ANVISA, 2011) O Ministério da Agricultura e Pecuária tam- bém certifica e credencia laboratórios para fins de controle de qualidadedos produtos. Ele con- ta com o Sistema Integrado de Produtos e Es- tabelecimentos (SIPE), ferramenta responsável por gerenciar os dados de estabelecimentos credenciados, registrados e autorizados, além de emitir relatórios e certificados de qualidade. Nesse sentido, os locais que adotam as boas práticas laboratoriais em suas atividades possuem uma excelente unidade operacional com um sistema de garantia da qualidade operante. Os pro- cessos são monitorados com indicadores, visando melhoria contínua dos princípios das BPL. Além disso, o corpo de funcionários recebe treinamento contínuo e eficaz, de forma a garantir que os requisitos pretendidos pelas BPL sejam sempre executados, atualizados e melhorados. Cada operador possui competência necessária para executar sua atividade. A familiarização com os procedimentos operacionais e administrativos devem garantir a experiência necessá- ria para uma execução de um serviço e aprimoramento de suas habilidades. Todo serviço é periodicamente avaliado por auditorias internas e externas e, assim, o siste- ma se torna maduro e dinâmico. Nos serviços na área da saúde, a garantia da qualidade valida as boas práticas por meio do uso de controles internos e externos, ou seja, pelos certificados de cumprimento dos padrões e pelos Programas Interlaboratoriais, em que se verifica a qualidade do método e das condu- tas adotadas pela organização. Segundo a ANVISA: O serviço de saúde deve ser capaz de ofertar serviços dentro dos padrões de qualidade exigidos, atendendo aos requisitos das legislações e regulamentos vigentes. O serviço de saúde deve fornecer todos os recursos necessários, in- cluindo: a) quadro de pessoal qualificado, devidamente treinado e identificado; b) ambientes identificados; c) equipamentos, materiais e suporte logístico; e d) procedimentos e instruções aprovados e vigentes. As reclamações sobre os ser- 69PAC EM FARMÁCIA V viços oferecidos devem ser examinadas, registradas e as causas dos desvios da qualidade, investigadas e documentadas, devendo ser tomadas medidas com relação aos serviços com desvio da qualidade e adotadas as providências no sentido de prevenir reincidências. (ANVISA, 2011). Em organizações voltadas para a área da saúde, existem requisitos específicos des- critos nas BPL. Em resumo, esses requisitos apresentam os seguintes pontos: • Alimentos: não é recomendado consu- mir alimentos e bebidas nos laboratórios. Não estocar alimentos próximos a produtos químicos, biológicos, tóxicos e inflamáveis. Tudo que provoca a indução das mãos à boca deve ser evitado. Os laboratórios devem ter espaço apropriado para manter alimentos. Nunca aquecer alimentos em equipamentos de laboratório como estufas, microondas, etc. • Fumantes: é proibido fumar nos laboratórios e nas área com risco de incêndio, como es- toque de gases. As organizações devem manter área própria para fumantes. O uso do cigarro impacta na qualidade de alguns ensaios técnicos. Por isso, deve ser evitado. • Higiene: sempre proceder a limpeza das mãos com sabonete e secar com toalhas limpas e descartáveis. É proibido o uso de toalhas de pano em serviços de saúde. Em laboratórios, deve ser evitada a aplicação de cosméticos, cremes e perfumes, principalmente aqueles que atuam com o estresse de cobaias, cromatografia e amostragem para medicina ocupacional. Lentes de contato deverão ser manipuladas em áreas fora dos laboratórios. A escovação de cabelos e dentes deve ser realizada em banheiros, nunca nos laboratórios. • Uso de equipamentos de proteção: os profissionais de laboratório devem, quando neces- sário, utilizar seus jalecos, aventais, luvas, toucas, máscaras, óculos e sapatos fechados. É proibi- do deixar pernas, braços e pés expostos. As luvas devem ser utilizadas, principalmente em ope- rações de risco e quando se pretende proteger o material das impurezas das mãos do operador. • Condutas importantes: deve-se evitar o toque das mãos em superfícies contaminadas e, posteriormente, tocar maçanetas, teclados, telefones e objetos diversos. Não fazer trocas de objetos como canetas com as áreas administrativas. Os aventais e demais EPI’s devem ser mantidos nas dependências dos laboratórios. Os cabelos devem estar sempre presos e as unhas, cortadas e limpas. Deve-se evitar adornos como pulseiras e colares para não impactar na qualidade do trabalho, pois são fontes de contaminação e podem causar acidentes. Sempre estar ciente de onde estão os equipamentos de proteção coletivo, saídas de emergência e pro- 70PAC EM FARMÁCIA V cedimentos de segurança. Não perturbar seus colegas ou distraí-los. Rotular todas as soluções e identifi car os produtos tóxicos. Sempre consultar fi chas de segurança de produtos químicos. Realizar em capelas todos os procedimentos que envolvam reações químicas com liberação de gases. Utilizar a cabine de segurança biológica para atividades com riscos biológicos. Realizar adequadamente todos os descartes de todos os resíduos gerados nas atividades. • Pipetagem: é um procedimento de transferência quantitativa de uma amostra e nunca deve ser realizada com a boca por sucção. Higiene, limpeza, esterilização e desinfecção3.1.1 A higiene é uma conduta de extrema importância para as BPL, em todos os níveis organiza- cionais. Ao longo do crescimento da Biossegurança e da Microbiologia, a higiene deixa de ser algo não restrito e pessoal e passa a contar com procedimentos técnicos regulamentados que visam preservar a saúde pessoal, coletiva e ambiental. Regras de higiene que objetivam a proteção contra doenças contam com melhores proce- dimentos de limpeza, desinfecção, sanitização e conservação. Essas práticas de higiene são fundamentais em ambientes de manuseio de instrumentos cirúrgicos, como as Unidades de Tratamento Intensivo, ou qualquer atividade que atue em contato direto com as pessoas, uma vez que elas visam o controle de proliferação de micróbios e bactérias. Algumas das práticas e técnicas de controle de proliferação de micróbios e bactérias estão descritas na Tabela 1. Tabela 1. Práticas e técnicas de controle de proliferação de micróbios e bactérias Defi nição Comentários Esterilização Destruição ou remoção de todas as for- mas de vida microbiana, incluindo os en- dósporos, possivelmente com exceção dos príons. Normalmente realizada com vapor sob pressão ou um gás esterilizante, como o óxido de etileno. Esterilização comercial Tratamento de calor sufi ciente para des- truir os endósporos de Clostridium botuli- num em alimentos enlatados. Os endósporos mais resistentes de bac- térias termófi las podem sobreviver, mas não germinarão e crescerão sob condi- ções normais de armazenamento. Desinfecção Destruição de patógenos na forma vege- tativa em objetos inanimados. Pode fazer uso de métodos físicos ou quí- micos. Antissepsia Destruição de patógenos na forma vege- tativa em tecidos vivos. O tratamento é quase sempre por antimi- crobianos químicos. 71PAC EM FARMÁCIA V Definição Comentários Degerminação Remoção de microorganismos de uma área limitada, como a pele ao redor do lo- cal da aplicação de uma injeção. Basicamente uma remoção mecânica fei- ta com algodão embebido em álcool. Sanitização Tratamento destinado a reduzir as conta- gens microbianas nos utensílios alimen- tares a níveis seguros de saúde pública. Pode ser feita por meio de lavagem em altas temperaturas ou imersão em um desinfetante químico. Fonte: TORTORA, 2017. (Adaptado). No ambiente hospitalar, a higiene e limpeza são realizadas em etapas com o objetivo de as- segurar o bem-estar dos colaboradores e pacientes. Os métodos mais utilizados são a desin- fecção e a esterilização dos insumos, materiais e objetos para práticas nos serviços de saúde. A higienização das mãos é uma das práticas mais simples e mais eficazes, de acordo com a ANVISA. Entretanto, ela deve ser realizada de forma adequada para que se obtenha uma elimi- naçãode micróbios indesejáveis eficaz. A Fig. 1 ilustra a forma correta de se higienizar as mãos em ambientes hospitalares e de serviços de saúde. Figura 1. Forma correta da limpeza das mãos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 08/02/2019. A desinfecção é uma prática constante para a Biossegurança. Essa prática visa eliminar a concentração de microrganismos. Entretanto, não se trata de uma prática 100% eficaz, uma vez que não elimina todas as formas microbianas. A antissepsia visa inibir ou acabar de vez com o crescimento de qualquer micróbio que impac- te na qualidade das atividades do local. Essa remoção, ou contenção, se faz com agentes desin- fetantes e antissépticos, tais como álcool 70%, hipoclorito de sódio e agentes oxidantes em geral. Dependendo do risco biológico do ambiente laboratorial, agentes desinfetantes de alto, mé- dio ou baixo nível de ação são adotados, assim como a esterilização, único procedimento que 72PAC EM FARMÁCIA V Simbologia, rotulagem e procedimentos operacionais de segurança 3.1.2 A simbologia de riscos, alertas, indicações, avisos e outros símbolos é de extrema importân- cia para a Biossegurança. Por isso, ela está prevista na legislação da Norma Regulamentado- ra NR 26 – Sinalização de segurança e pela norma ABNT NBR 7500:2018 – Identifi cação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. Uma das principais obrigações em ambientes de trabalho, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, é garantir a segurança de todos os envolvidos. A sinalização de segurança é um dos atos mais importantes na prevenção de acidentes, uma vez que ela contém orientações e alertas sobre os potenciais e reais riscos envolvidos em remove ou destrói todos os microrganismos por meio do aquecimento em vapor úmido reali- zado com equipamentos, denominados autoclave, ilustrados na Fig. 2. Figura 2. 2A: Autoclave. 2B: Proteção dos utensílios e materiais. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 08/02/2019. (Adaptado). Para a Biossegurança, um ambiente saudável, ainda que nos níveis 3 e 4, é traduzido pelas medidas adotadas para impedir a disseminação de qualquer agente biológico potencialmente patogênico no ambiente de trabalho. Um ambiente asséptico é uma área de alta segurança que protege funcionários e agentes da saúde contra microrganismos de alta virulência e letalidade. Esse ambiente também é cha- mado de área limpa ou área protegida e, normalmente, contém lâmpadas germicidas, conheci- das como ultravioletas, e sistemas de fi ltração de ar, com fi ltros de alta efi ciência na contenção de todos os microrganismos presentes no ambiente. 2B2A 73PAC EM FARMÁCIA V uma área. Em conjunto com o mapeamento de riscos, os sinais de alertas e avisos constituem as melhores ferramentas na prevenção de acidentes ocupacionais. A sinalização de segurança de aviso e perigo tem a função de alertar sobre as situações e locais que necessitam de muita precaução e atenção. Ela possui formato triangular e fundo amarelo, conforme ilustrado na Fig. 3. Figura 3. Sinalização de aviso ou perigo. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 08/02/2019. Figura 4. Sinalização de emergência. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 08/02/2019. A sinalização de emergência tem o objetivo de indicar ações adotadas no plano de contin- gência da empresa, como saídas de emergência, fugas, direcionamento, localização de hidran- tes, extintores e áreas seguras. Seu formato é quadrado, com cores vermelhas para emergên- cias e verdes para indicar segurança, conforme ilustrado na Fig. 4. 74PAC EM FARMÁCIA V A sinalização de obrigação indica os procedimentos compulsórios que obrigam os colaborado- res a utilizarem seus equipamentos de proteção individual – EPI –, contribuindo, assim, para pro- teção e segurança do trabalho. Seu formato é redondo e em cores azul e branco, conforme Fig. 5. Figura 5. Sinalização de obrigação. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 08/02/2019. As sinalizações de segurança de químicos servem para manuseio, transporte, rótulos e in- dicações, alertas, segurança e cuidados. O Brasil segue o padrão da Comunidade Europeia e ONU – Organização das Nações Unidas – para padronizar e universalizar a identifi cação dos riscos de cada substância. A sinalização se divide em substâncias que causam explosão e fogo; substâncias que causam perigo à saúde; substâncias corrosivas ou irritantes e substâncias que impactam no meio ambiente. As substâncias que causam explosão ou fogo são identifi cadas como: • Explosivo: qualquer forma ou estrutura química que reage de forma exotérmica com ou sem liberação de gases e pode a vir a explodir. • Comburente: qualquer forma ou estrutura química que, em contato com outra, produz uma reação exotérmica extrema. ESCLARECIMENTO: A reação exotérmica ocorre quando há liberação de calor, ocorrendo o aquecimen- to de um ambiente externo. Quando o ácido sulfúrico é misturado em água, ocorre liberação de calor e os frascos fi cam superaquecidos. A reação exotérmica ocorre quando há liberação de calor, ocorrendo o aquecimen-A reação exotérmica ocorre quando há liberação de calor, ocorrendo o aquecimen-A reação exotérmica ocorre quando há liberação de calor, ocorrendo o aquecimen- to de um ambiente externo. Quando o ácido sulfúrico é misturado em água, ocorre A reação exotérmica ocorre quando há liberação de calor, ocorrendo o aquecimen-A reação exotérmica ocorre quando há liberação de calor, ocorrendo o aquecimen-A reação exotérmica ocorre quando há liberação de calor, ocorrendo o aquecimen- to de um ambiente externo. Quando o ácido sulfúrico é misturado em água, ocorre A reação exotérmica ocorre quando há liberação de calor, ocorrendo o aquecimen- to de um ambiente externo. Quando o ácido sulfúrico é misturado em água, ocorre to de um ambiente externo. Quando o ácido sulfúrico é misturado em água, ocorre to de um ambiente externo. Quando o ácido sulfúrico é misturado em água, ocorre to de um ambiente externo. Quando o ácido sulfúrico é misturado em água, ocorre 75PAC EM FARMÁCIA V • Infl amável: qualquer forma ou estrutura química que possui a capacidade de serem infl a- máveis na temperatura e pressão normais, que se aquecem sozinhas e mesmo sem fonte de ignição, continuam queimando. Dentro da categoria, temos o facilmente infl amável e o extre- mamente infl amável. As substâncias danosas e perigosas à saúde são identifi cadas como: • Tóxicas: qualquer substância que causa efeito agudo ou crônico contra a saúde quando ingerida ou inalada, podendo acarretar, muitas vezes, em óbito. • Nocivas: substâncias que causem qualquer efeito sensibilizante, nocivo ou óbito quando em contato com o organismo. Figura 6. Sinalização de produtos químicos: tóxicos, muito tóxico e nocivos. Fonte: ABNT 7500, 2000. Acesso em: 19/02/2019. (Adaptado). Figura 7. Sinalização de produtos químicos: corrosivo, irritante, poluente ambiental. Fonte: ABNT 7500, 2000. Acesso em: 19/02/2019. (Adaptado). Substâncias corrosivas, como ácidos e bases fortes, são todas as substâncias que causam destruição celular ou tecidual. As substâncias irritantes causam reação infl amatória e as subs- tâncias poluentes causam danos à natureza. TÓXICO T T+ NOCIVO Xn CORROSIVO C Xi IRRITANTE N 76PAC EM FARMÁCIA V A Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com órgãos e instituições como Orga- nização Internacional do Trabalho e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Eco- nômico (OCDE), estabeleceu o Sistema Globalmente Harmonizado – GHS (Globally Harmonized System of Classifi cation and Labeling of Chemicals), que defi ne a rotulagem de produtos quími- cos e fi cha de segurança por meio de pictogramas. Figura 8. Sinalização GHS. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 08/02/2019. (Adaptado). Procedimentos operacionais de segurança Um procedimento operacional é um documento imprescindível em uma organização, pois ele traduz as normas e requisitos de todos os trabalhos a seremexecutados. Toda atividade deve estar detalhada, facilitando todos os processos. Os procedimentos têm o objetivo de padronizar uma atividade e assegurar que as ações dos colaboradores estejam sendo execu- tadas conforme os requisitos estabelecidos pela Garantia da Qualidade. Os procedimentos de segurança servem tanto para a execução de uma tarefa como no cum- primento de requisitos legais. Por exemplo, um Atestado de Saúde Ocupacional é um documen- to obrigatório e, ao mesmo tempo, importante para a gestão do funcionário na empresa. A FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico) é fundamental para o ma- nuseio, estoque e descarte dos produtos químicos, auxiliando nos riscos ocupacionais. O Progra- ma de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é regido pela NR 7 e pela Portaria MTE 24, e o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, pela NR 9 e pela Portaria MTE 25. Outro documento operacional de segurança importante é o Plano de Contingência contra emergência, que descreve os procedimentos adotados pela organização quando ocorre qual- quer acidente. 77PAC EM FARMÁCIA V Esses procedimentos devem ser avaliados criticamente, emitidos e verifi cados com pe- riodicidade para que, assim, ocorram melhorias contínuas que cumpram com os requisitos de qualidade. Treinamentos, capacitação e recomendações3.1.3 A melhor forma de garantir sucesso nas atividades e tarefas dentro de uma organiza- ção é promovendo programas de capacitação e formação profi ssional. Com as tendências atuais do comércio, as empresas necessitam de alta produtividade, produtos de qualidade, redução de custos operacionais e melhoria dos processos que dizem respeito à satisfação do cliente e preservação do meio ambiente. Por isso, é essencial realizar a capacitação de funcionários e colaboradores de todos os cargos. Treinamentos efi cazes geram excelentes resultados, uma vez que desenvolvem o aperfei- çoamento pessoal e da equipe. Além disso, a capacitação reduz acidentes ocupacionais, falhas operacionais e pode também trazer melhorias no relacionamento interpessoal e na comuni- cação entre membros de uma equipe, fazendo com que os problemas sejam solucionados de maneira mais rápida. Nesse sentido, investir no aprimoramento e capacitação de funcionários é um ganho para empresa, pois isso torna a equipe mais motivada, treinada e, consequentemente, mais produti- va. Tal quadro reduz riscos ergonômicos e de acidentes, aumentando, assim, o lucro empresarial. Muitos treinamentos servem como orientação, capacitação técnica ou administrativa, ali- nhamento com os requisitos estatutários e do cliente, desenvolvimento de novos processos, certifi cações, acreditações e credenciamentos. Quando um novo colaborador é admitido, inicia-se um novo ciclo de treinamentos para transmitir os valores, a missão, a visão, a fi losofi a e as políticas da empresa. Após essa intro- dução de conceitos e princípios, começam os treinamentos mais específi cos voltados para as atividades que serão desempenhadas, condutas em caso de acidente, mapas de riscos, uso de equipamentos de proteção e respeito ao meio ambiente. PAUSA PARA REFLETIR Os treinamentos devem ocorrer nas organizações de maneira contínua? 78PAC EM FARMÁCIA V Equipamentos de proteção3.2 Os equipamentos de proteção individual e coletiva são fundamentais para a garantia da saúde e segurança dos colaboradores e visitantes em uma instituição. As doenças ocupacionais podem ser evitadas quando medidas de proteção são realizadas. Tais medidas descomprometem a qualidade do serviço e garantem que, ao fi nal da jornada de trabalho, não ocorra algum tipo de exposição nociva ou que comprometa a saúde e bem-estar do operador. O fornecimento de equipamentos de proteção é obrigatório e a empresa deve informar pu- blicamente os riscos de cada área, usando a simbologia e sinalização adequada. O uso de equipamentos de proteção está regulamentado na NR 6, a qual estabelece o for- necimento gratuito de equipamentos de proteção individual a todos que possam estar em contato com riscos. Além do fornecimento, a norma prevê treinamento, orientação e supervisão quanto ao uso dos equipamentos de forma correta, seguindo as indicações do fabricante. Equipamentos de proteção individual (EPI)3.2.1 Uma das formas mais seguras para atuar em ambientes com riscos é tornar o uso obriga- tório de equipamentos de proteção individual e coletiva, tais como dispositivos, objetos, má- quinas, placas, etc, no intuito de bloquear ou minimizar o contato com possíveis substâncias, como vapor, fagulha, ruído, microrganismo e outros. Segundo a NR 6, atualizada em 2018: Considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo dispositivo ou pro- duto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certifi cado de Aprovação (CA,) expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Os EPIs são: proteção da cabeça, olhos e face, auditiva, respiratório, tronco, membros superiores e inferiores, corpo intei- ro, proteção contra quedas com diferença de nível. (NR 6, 2018). Essa norma regulamentadora estabelece a garantia de segurança e saúde no trabalho por meio do uso de proteção, adequando-a a cada tipo de atividade e incluindo, nessas obrigações, as situações de emergência. 79PAC EM FARMÁCIA V A NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade descreve a importância da vestimenta e a inclui como um equipamento de proteção individual. A norma define que: Medidas de proteção individual: As vestimentas de trabalho devem ser ade- quadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas. Medidas de proteção coletiva: As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança e outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático. O aterramento das ins- talações elétricas deve ser executado conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às Normas Inter- nacionais vigentes. (NR 10, 2016). Pelas legislações, o empregador deve forne- cer o EPI adequado ao risco e à atividade de- senvolvida, desde que esse seja aprovado para o uso pretendido por um órgão competente. Após a entrega do equipamento, o colabo- rador deve receber treinamento do seu uso. Em caso do EPI ser danificado ou extraviado, sua troca deve ser providenciada de maneira imediata. Ainda, segundo Art. 157, Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medici- na do trabalho; II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade com- petente. Art. 158 - Cabe aos empregados: I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo an- terior; Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. (MTE, 1977). 80PAC EM FARMÁCIA V Nesse sentido, osEPI’s mais utilizados nas atividades legisladas pelo Ministério do Trabalho são os seguintes: • Proteção da cabeça: capacetes protegem contra impactos e projéteis. • Proteção dos olhos: óculos de segurança protegem dos impactos de projéteis e respingos de materiais diversos. Alguns capacetes possuem proteção dos olhos simultaneamente. Figura 9. Óculos de segurança. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/02/2019. Figura 10. Máscaras de oxigênio. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/02/2019. • Proteção facial: assegura a proteção do rosto contra impactos de objetos e do calor. • Proteção posterior da cabeça: o capuz serve para a proteção posterior da cabeça contra projéteis e temperatura. • Proteção respiratória: máscaras e respiradores servem para a proteção contra tóxicos, asfi xiantes e material particulado. Existem diversos modelos de máscaras e protetores respira- tórios. Alguns, inclusive, possuem cilindro de oxigênio acoplado ao aparelho, evitando, assim, a respiração em ambientes contaminados ou letais. 81PAC EM FARMÁCIA V As máscaras para químicos possuem diversos cartuchos protetores, sendo os de carvão ativado e de resinas aqueles mais usados. Para prevenir o contato com organismos de alta virulência, a máscara híbrida com filtros de alta eficiência é acoplada a filtros de carvão, con- forme Fig. 11B. Figura 11. 11A: Máscara contra gases químicos. 11B: Máscara com proteção respiratória e facial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/02/2019. Figura 12. 12A: Macacão e luva nitrílica. 12B: Proteção para pele, respiratória, facial e para a cabeça. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/02/2019. • Proteção de membros superiores: os protetores para punho, mangas, mangotes, maca- cão e uniformes ou jalecos protegem o braço e punhos contra queimaduras, cortantes, cho- ques e radiações. As luvas protegem as mãos e dedos contra variados riscos. • Proteção auditiva: os protetores auriculares são redutores da intensidade sonora oca- sionada pelos ruídos das atividades no local de trabalho. Eles podem ser de dois tipos: o plug, uma borracha ou espuma macia introduzida no canal auditivo, ou de concha, proteção que A B 82PAC EM FARMÁCIA V cobre toda a orelha do operador. Os protetores não anulam todos os sons em um ambiente normal de trabalho, mas diminui os ruídos acima dos limites estabelecidos pelas leis muni- cipais e estaduais. Figura 13. 13A: Protetor auricular tipo plug. 13B: Protetor auricular tipo concha. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/02/2019. Figura 14. 14A: Luvas diversas. 14B: Luva de procedimento geral – PVC. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/02/2019. • Proteção de tronco: aventais, paletós, uniformes e jalecos. • Proteção de pele: cremes específi cos contra solventes, pesticidas, lubrifi cantes e agressi- vos, uniformes, jalecos e as luvas para proteção das mãos. As luvas são os EPI’s mais utilizados, uma vez que o uso das mãos é recorrente em todas as atividades. Para cada risco, existe uma luva específi ca. A B BA 83PAC EM FARMÁCIA V CURIOSIDADE: As luvas mais utilizadas nos serviços da área de saúde são as luvas de procedi- mento (PVC), pois esse material é resistente à substâncias químicas e biológicas e, ao mesmo tempo, não causa perda de sensibilidade. Por isso, elas são usadas em laboratórios e hospitais. Entretanto, não é recomendado o seu uso em solventes orgânicos. Nessas situações, usa-se luvas nitrílicas. As luvas de látex são maleáveis, macias e ótimas para manter as mãos secas, e também as de borracha para limpe- za e higienização. ao mesmo tempo, não causa perda de sensibilidade. Por isso, elas são usadas em ao mesmo tempo, não causa perda de sensibilidade. Por isso, elas são usadas em As luvas mais utilizadas nos serviços da área de saúde são as luvas de procedi- mento (PVC), pois esse material é resistente à substâncias químicas e biológicas e, ao mesmo tempo, não causa perda de sensibilidade. Por isso, elas são usadas em laboratórios e hospitais. Entretanto, não é recomendado o seu uso em solventes orgânicos. Nessas situações, usa-se luvas nitrílicas. As luvas de látex são maleáveis, macias e ótimas para manter as mãos secas, e também as de borracha para limpe- mento (PVC), pois esse material é resistente à substâncias químicas e biológicas e, ao mesmo tempo, não causa perda de sensibilidade. Por isso, elas são usadas em laboratórios e hospitais. Entretanto, não é recomendado o seu uso em solventes mento (PVC), pois esse material é resistente à substâncias químicas e biológicas e, ao mesmo tempo, não causa perda de sensibilidade. Por isso, elas são usadas em laboratórios e hospitais. Entretanto, não é recomendado o seu uso em solventes orgânicos. Nessas situações, usa-se luvas nitrílicas. As luvas de látex são maleáveis, mento (PVC), pois esse material é resistente à substâncias químicas e biológicas e, ao mesmo tempo, não causa perda de sensibilidade. Por isso, elas são usadas em ao mesmo tempo, não causa perda de sensibilidade. Por isso, elas são usadas em • Proteção dos membros inferiores: calçados de segurança que protegem contra impac- tos, cortantes, temperatura, umidade, agentes patogênicos, abrasivos e químicos. As perneiras são importantes para prevenir cortes, aparas e picadas de insetos. • Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões protegem contra quedas em serviços em altura e protege o único operador. Equipamentos de proteção coletiva (EPC)3.2.2 Os principais equipamentos de proteção coletiva são os chuveiros de emergência, os lava-o- lhos, o sistema de proteção e atendimento a incêndios ou explosões, o sistema de fi ltragem para contenção de riscos biológicos como cabines das classes I, II e III e as capelas de exaustão química. O chuveiro de emergência e o lava-olhos são de extrema importância em todos os laborató- rios, pois, ele atua na limpeza imediata dos olhos, mucosas e pele em casos de acidente, prin- cipalmente quando produtos químicos agressivos entram em contato com a pele ou olhos. A higienização do local atingido com água corrente é fundamental após a ocorrência do acidente. Figura 15. 15A: Lava-olhos. 15B: Chuveiro de emergência. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/02/2019. A B 84PAC EM FARMÁCIA V Esses equipamentos devem estar em uso e prontamente disponíveis quando necessário. Por isso, sistemas de gestão em manutenções preventivas e corretivas devem ser realizadas nesses sistemas. Em locais onde ocorrem os níveis de Biossegurança 3 e 4, o uso de cabines de segurança biológica são imprescindíveis para que ocorra a proteção do operador. A cabine possui um sistema de filtração do ar realizada com materiais de alta eficiência e poros que retêm partículas virais e bacterianas. As normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, pautadas na Portaria N. 485 de 11 de novembro de 2005, aprovou a NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em esta- belecimentos de Saúde, na qual determina a obrigatoriedade da existência de lavatórios com água corrente, sabonete líquido, toalhas descartáveis e lixeira com sistema de abertura em locais de risco à exposição de agentes biológicos. Outros exemplos de equipamentos de proteção coletiva são: ventilação dos locais de ati- vidade laboral, proteção com telas nas máquinas, exaustão de vapores e gases, ventiladores, ar-condicionado, umidificadores, placas de sinalização e avisos, sensores e sirenes, corrimão, antiderrapantes, iluminação de emergência, barreiras contra radiação, bloqueadores de alta luminosidade, guarda-corpos, cabines para pinturas, armário de primeiros socorros, purifica- dores de água para consumo e purificadores de ar. Dedetização das áreas e limpeza de caixas de água também são sistemas de proteção coletiva. O cuidado com o descarte adequado de resíduos é um sistema de proteção coletiva que não protege apenas os trabalhadores de uma instituição, mas sim toda a comunidade. Um des- carte adequado evita que pessoas ou funcionáriosde empresas de coleta de resíduos se con- taminem com o material. Isso serve tanto para empresas e instituições de serviços de saúde quanto para descarte de organismos geneticamente modificados – OGM, no qual deve conter procedimentos adequados para destinação final controlada. Figura 16. Descarte de um perfurocortante e seringa contendo material biológico potencialmente contaminado. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/02/2019. (Adaptado). 85PAC EM FARMÁCIA V Unidades de isolamento e condutas seguras3.3 Isolamento e condutas seguras são ferramentas em Biossegurança que devem estar documentadas, implantadas e treinadas por todos os níveis estruturais da organização, com o objetivo de assegurar que tudo ocorra conforme o planejado. ESCLARECIMENTO: As áreas de isolamento são projetadas para que haja segurança para todos os envolvidos no ambiente, bem como respeito ao risco biológico existente. As áreas são fi scalizadas pela Vigilância Sanitária anualmente, podendo sofrer melhorias recorrentes de acordo com as novas tendências da Biossegurança. no ambiente, bem como respeito ao risco biológico existente. As áreas são fiscalizadas As áreas de isolamento são projetadas para que haja segurança para todos os envolvidos no ambiente, bem como respeito ao risco biológico existente. As áreas são fiscalizadas no ambiente, bem como respeito ao risco biológico existente. As áreas são fiscalizadas pela Vigilância Sanitária anualmente, podendo sofrer melhorias recorrentes de acordo As áreas de isolamento são projetadas para que haja segurança para todos os envolvidosAs áreas de isolamento são projetadas para que haja segurança para todos os envolvidosAs áreas de isolamento são projetadas para que haja segurança para todos os envolvidosAs áreas de isolamento são projetadas para que haja segurança para todos os envolvidos no ambiente, bem como respeito ao risco biológico existente. As áreas são fi scalizadas pela Vigilância Sanitária anualmente, podendo sofrer melhorias recorrentes de acordo no ambiente, bem como respeito ao risco biológico existente. As áreas são fi scalizadas pela Vigilância Sanitária anualmente, podendo sofrer melhorias recorrentes de acordopela Vigilância Sanitária anualmente, podendo sofrer melhorias recorrentes de acordopela Vigilância Sanitária anualmente, podendo sofrer melhorias recorrentes de acordopela Vigilância Sanitária anualmente, podendo sofrer melhorias recorrentes de acordo Algumas doenças ou suspeitas de doenças devem ser tratadas com certo rigor, evitando que se alastrem pelas ocupações da área ou do hospital. Algumas linhagens de alta resistência microbiana, como os Staphylococcus aureus resistentes à meticilina – MRSA ou à vancomicina – VRSA, o Enterococcus sp resistente à vancomicina – VRE, o Streptococcus pneumoniae – MR re- sistente à penicilina, macrolídeos e fl uoroquinolonas e Gram negativos resistentes devem ser tratadas por meio do isolamento do paciente. Outros, como Clostridium diffi cile, vírus sincicial respiratório – VRS, Infl uenza, Rotavírus, Entero- bacter spp e Streptococcus spp necessitam de condutas seguras para que não haja alta transmissão. Alguns pacientes devem ser isolados devido à gravidade de perda de imunidade, prin- cipalmente quando há contaminação por Legionella spp e Aspergillus spp e o paciente for imunossuprimido. As condutas seguras devem seguir as boas práticas e as precauções comuns que são to- madas para todos os pacientes, e as específi cas quando há maior patogenia. As precauções comuns dizem respeito ao uso de EPI e aos cuidados no contato com o paciente, como cobrir boca, nariz e olhos, não tossir ou espirrar de forma descoberta e realizar a limpeza das mãos por diversas vezes ao dia. As precauções específi cas dizem respeito ao uso de jalecos, másca- ras e luvas descartáveis a cada uso. As doenças que requerem atenção da vigilância e da gerência das organizações dos Serviços da saúde estão contempladas na Portaria N. 33 de 14 de julho de 2005. A portaria regulamentou as doenças que requerem condutas seguras no âmbito da saúde, bem como a obrigação de notifi car aos gestores de saúde – SUS no caso da ocorrência de um dos itens da Tabela 2. 86PAC EM FARMÁCIA V Tabela 2. Doenças de relevância em Saúde Anexo da Portaria 33 Item de interesse em saúde ANEXO I Lista Nacional de Agravos de Notifi ca- ção Compulsória Botulismo, carbúnculo ou “Antraz”, cólera, coqueluche, dengue, difteria, doença de Creutzfeldt-Jacob, doenças de Chagas (casos agudos), doenças meningocócica e outras meningites, esquistos- somose (em área não endêmica), eventos adversos pós-vacinação, febre amarela, febre do Nilo Ocidental, febre maculosa, febre tifói- de, hanseníase, hantaviroses, hepatites virais, infecção pelo vírus da Imunodefi ciência humana - HIV em gestantes e crianças ex- postas ao risco de transmissão vertical, leishmaniose tegumentar Americana, leishmaniose visceral, leptospirose, malária, meningite por Haemophilus infl uenzae, peste, poliomielite, paralisia fl ácida aguda, raiva humana, rubéola, Síndrome da rubéola congênita, sarampo, sífi lis congênita, sífi lis em gestante, Síndrome da Imuno- defi ciência Adquirida – AIDS, síndrome febril íctero-hemorrágica aguda, síndrome respiratória aguda grave, tétano, tularemia, tu- berculose e varíola. ANEXO II Agravos de notifi cação imediata via fax, telefone ou e-mail, além da digita- ção e transferência imediata, por meio magnético, através do SINAN I. Caso suspeito de: botulismo, carbúnculo ou Antraz, cólera, febre amarela, febre do Nilo Ocidental, hantavirose, peste, raiva huma- na, síndrome febril íctero-hemorrágica aguda, síndrome respirató- ria aguda grave, varíola,tularemia. II. Caso confi rmado de: poliomielite, sarampo e tétano neonatal. III. Surto ou agregação de casos ou agregação de óbitos por: agra- vos inusitados, difteria, doença de Chagas aguda, doença menin- gocócica, Infl uenza humana. ANEXO III Resultados laboratoriais que devem ser notifi cados pelos Laboratórios de Referência Nacional ou Regional I. Resultado de amostra individual por: botulismo, carbúnculo ou “Antraz”, cólera, febre amarela, febre do Nilo Ocidental, hantaviro- se, Infl uenza humana, poliomielite, peste, raiva humana, Síndrome respiratória aguda grave, varíola, tularemia, sarampo. II. Resultado de amostras procedentes de investigação de surtos: agravos inusitados, doença de Chagas aguda, difteria, doença me- ningocócica, Infl uenza humana. Fonte: Ministério da Saúde, 2005. Acesso em: 19/02/2019. (Adaptado). Prevenção e controle de infecções hospitalares3.3.1 As infecções hospitalares são conhecidas como IRAS (Infecções relacionadas à Assistên- cia à Saúde), e são questão de segurança para os colaboradores, pacientes, visitantes e meio ambiente, conforme as diretrizes básicas da Biossegurança. Se analisarmos as mudanças ocorridas nos últimos anos nas legislações nacionais, esta- duais e municipais, podemos notar uma infl uência positiva das boas práticas exercidas por profi ssionais e instituições internacionais quanto ao foco em prevenção e controle. A realiza- ção de pesquisas e desenvolvimento de biotecnologias a serviço da segurança do trabalho, 87PAC EM FARMÁCIA V como as vacinas e novos EPI’s e EPC’s para todos os riscos ocupacionais, são exemplos disso. Com as novas evidências científi cas, os NB – níveis de Biossegurança – foram melhorados a fi m de defi nir medidas para contenção de riscos biológicos, melhorias estratégicas e de pro- cessos para que ocorra, assim, um serviço adequado e seguro. As medidas de prevenção e controle sempre serão criadas objetivando condutas e práticas de higiene e limpeza dos colaboradores da área. Os procedimentos de higiene, limpeza, desinfecção e esterilização devem ser documen- tados, analisados criticamente, validados e treinados na extensão do uso pretendido. Dessa forma, ocorre a prevenção e o controle das infecções hospitalares. A organização, planejamentoe as auditorias de inspeção das áreas asseguram que os pro- cedimentos documentados estejam sendo seguidos por toda organização. Sistema de vigilância em saúde3.3.2 A Vigilância em Saúde (VS) promove ações de prevenção, inspeção, controle de doenças transmissíveis ou de doenças crônicas não transmissíveis por meio da vigilância e estu- do de fatores de risco, de forma a cuidar da saúde do trabalhador, dos impactos na saúde ambiental e da população de modo geral. A AV possui diversas estratégias e tecnolo- gias para um processo contínuo dos cuidados da saúde humana e ambiental. Dentro desse contexto, o Governo, com o Ministério da Saúde e suas Secretarias de Vi- gilância em Saúde, coordena programas e projetos de prevenção a diversas doenças de inte- resse da saúde populacional, tais como Aids, dengue, as hepatites, tuberculose, hanseníase e surtos de doenças de alta mortalidade ou com agravos crônicos. A VS atua em conjunto com o Programa Nacional de Imunizações – PNI, que investiga e apoia as ações de prevenção e contenção de surtos de doenças e coordena a rede nacional de laboratórios de saúde pública, facilitando, assim, o levantamento de dados sobre saúde públi- ca, pesquisas científi cas e outros. Além disso, programas de vacinação como campanhas, coordenação de projetos de sa- neamento e incentivo a medidas contra doenças infantis são ações da Vigilância em Saúde. 88PAC EM FARMÁCIA V ESCLARECIMENTO: Pode-se dizer que os programas do Ministério da Saúde são de extrema importância para os profi ssionais que atuam em clínicas, laboratórios, hospitais e afi ns, devido ao forneci- mento de vacinas gratuitas, visando a proteção imunológica dos profi ssionais envolvidos nesses estabelecimentos. os profissionais que atuam em clínicas, laboratórios, hospitais e afins, devido ao forneci- Pode-se dizer que os programas do Ministério da Saúde são de extrema importância para os profissionais que atuam em clínicas, laboratórios, hospitais e afins, devido ao forneci-os profissionais que atuam em clínicas, laboratórios, hospitais e afins, devido ao forneci- mento de vacinas gratuitas, visando a proteção imunológica dos profissionais envolvidos Pode-se dizer que os programas do Ministério da Saúde são de extrema importância paraPode-se dizer que os programas do Ministério da Saúde são de extrema importância paraPode-se dizer que os programas do Ministério da Saúde são de extrema importância paraPode-se dizer que os programas do Ministério da Saúde são de extrema importância para os profissionais que atuam em clínicas, laboratórios, hospitais e afins, devido ao forneci- mento de vacinas gratuitas, visando a proteção imunológica dos profissionais envolvidos os profissionais que atuam em clínicas, laboratórios, hospitais e afins, devido ao forneci- mento de vacinas gratuitas, visando a proteção imunológica dos profissionais envolvidos mento de vacinas gratuitas, visando a proteção imunológica dos profissionais envolvidos mento de vacinas gratuitas, visando a proteção imunológica dos profissionais envolvidos mento de vacinas gratuitas, visando a proteção imunológica dos profissionais envolvidos ESCLARECIMENTO: As diretrizes para a assistência ao portador da Aids são: envolvimento dos profi ssionais da área da saúde, do portador, da família e da comunidade; disponibilização de recursos para atender as necessidades mais importantes do portador da doença de maneira ética e profi s- sional; garantir que os estabelecimentos da saúde portem o material e medicamento neces- sários para seu tratamento, além de prover todo o diagnóstico laboratorial de forma gratuita. área da saúde, do portador, da família e da comunidade; disponibilização de recursos paraárea da saúde, do portador, da família e da comunidade; disponibilização de recursos para As diretrizes para a assistência ao portador da Aids são: envolvimento dos profissionais da área da saúde, do portador, da família e da comunidade; disponibilização de recursos para atender as necessidades mais importantes do portador da doença de maneira ética e profis-atender as necessidades mais importantes do portador da doença de maneira ética e profis- sional; garantir que os estabelecimentos da saúde portem o material e medicamento neces- sários para seu tratamento, além de prover todo o diagnóstico laboratorial de forma gratuita. As diretrizes para a assistência ao portador da Aids são: envolvimento dos profi ssionais daAs diretrizes para a assistência ao portador da Aids são: envolvimento dos profissionais daAs diretrizes para a assistência ao portador da Aids são: envolvimento dos profissionais daAs diretrizes para a assistência ao portador da Aids são: envolvimento dos profissionais daAs diretrizes para a assistência ao portador da Aids são: envolvimento dos profissionais da área da saúde, do portador, da família e da comunidade; disponibilização de recursos para atender as necessidades mais importantes do portador da doença de maneira ética e profis- área da saúde, do portador, da família e da comunidade; disponibilização de recursos para atender as necessidades mais importantes do portador da doença de maneira ética e profis-atender as necessidades mais importantes do portador da doença de maneira ética e profis-atender as necessidades mais importantes do portador da doença de maneira ética e profis- sional; garantir que os estabelecimentos da saúde portem o material e medicamento neces- atender as necessidades mais importantes do portador da doença de maneira ética e profis- sional; garantir que os estabelecimentos da saúde portem o material e medicamento neces-sional; garantir que os estabelecimentos da saúde portem o material e medicamento neces- Assistência a soropositivos e outras doenças de interesse3.3.3 O Ministério da Saúde desenvolveu uma diretriz nacional específi ca sobre condutas e assis- tência a soropositivos, bem como sobre melhorias nos sistemas de tratamento clínico e hospi- talar e outras atividades de assistência ao HIV e programas comunitários. Tais diretrizes de assistência trazem uma qualidade de vida ao portador e suas famílias. Elas consistem em: • Promover diagnóstico e tratamento gratuíto da doença; • Acompanhar a terapia antirretroviral, com coquetéis de remédios, dos pacientes; • Fornecer tratamento de doenças associadas ao vírus e fi sioterapia; • Aconselhar psicologicamente o portador da doença e sua família; • Encaminhar, via SUS, o paciente para outros serviços. De acordo com o SUS, outras doenças estão divididas em transmissíveis com baixa tendên- cia ou declinantes, transmissíveis persistentes e, por último, emergentes e reemergentes. As doenças transmissíveis que estão em tendência de declínio são aquelas erradicadas pe- los programas de vacinação da Vigilância em Saúde, como a poliomielite. Entretanto, é neces- sário promover campanhas contínuas para atingir crianças nascidas todos os anos. As doenças transmissíveis com tendência a persistir são a tuberculose, doenças transmiti- das por relações sexuais e as hepatites. As meningites causadas pelo meningococos B e C apre- 89PAC EM FARMÁCIA V sentaram aumento e aumento de letalidade, seguidas pela leishmaniose visceral e tegumentar. Ações contra a malária estão se mostrando eficazes e os casos reduziram muito, juntamente com as doenças de transmissão por insetos. PAUSA PARA REFLETIR O grande índice de aumento de tuberculose está associado ao uso de narguilé entre os jovens. Qual a relação da tuberculose com essa prática? Proposta de Atividade Agora é hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu neste capítulo! Elabore uma apresentação na qual você irá expor os tópicos mais importantes e apresentar para seus amigos, vizinhos e familiares. Para realizar essa atividade, considere as leituras básicas e complementares realizadas. As doenças transmissíveis emergentes e reemergentes são aquelas de fácil disseminação, difícil controle, sem vacinação ou tratamento rápido.A dengue e as gripes são os exemplos mais clássicos de doenças emergentes. As doenças reemergentes, na atualidade, são a sífilis e tuberculose. Recapitulando Neste capítulo, você estudou a Biossegurança nas boas práticas profissionais e de labora- tório e aprendeu sobre regras simples que fazem diferença na rotina, principalmente para os profissionais da saúde. Além das boas práticas, o uso de equipamentos de proteção individual e coletivo visa a pro- teção contra os riscos existentes no ambiente de trabalho. Para muitas pessoas, um bom ambiente de trabalho é aquele que garante que todos os tra- balhadores voltem para suas casas e seus familiares sem o comprometimento da saúde e com a certeza que estarão todos juntos ao jantar. Sabemos que a tecnologia avança a cada ano. São novos processos, novos procedimentos, novas doenças, novas condutas e isso se traduz na busca de todos os colaboradores, princi- palmente dos que atuam na área da saúde, por constante treinamento e aprimoramento. Por isso, organizações investem na capacitação contínua de seus empregados a fim de garantir 90PAC EM FARMÁCIA V que os objetivos e metas da política da organização seja alcançada e o atendimento aos requi- sitos legais sejam implantados e mantidos. Aprendemos sobre a necessidade da vigilância em saúde para os profissionais da saúde no apoio à vacinação gratuita, e também sobre a obrigatoriedade de notificar e isolar determina- dos tipos de doenças, a fim de prevenção contra surtos. Atualmente, estamos com aumento de sífilis e tuberculose. O aumento da tuberculose está associado com a prática de narguilé pelos jovens devido ao contato da mangueira do objeto com a boca. Como se trata de uma prática compartilha- da, a bactéria é transmitida de pessoa a pessoa. Além disso, a ingestão da fumaça pode ser considerada nociva aos alvéolos pulmonares, o que pode acarretar em baixa de imunidade e favorecer o estabelecimento do bacilo nos tecidos pulmonares. Por fim, é perceptível o quanto a Biossegurança atua nas organizações com seus princípios e condutas, na construção de um ambiente seguro e saudável. 91PAC EM FARMÁCIA V Referências bibliográficas AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC Nº. 63. Brasília, DF, 2011. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Portaria nº. 864, Brasília, DF, 2003. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Procedimentos Operacionais da REBLAS. Brasília, DF, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. NBR 7500. Rio de Janeiro, 2018. p. 149. BARSANO, P. R.; GONÇALVES, E.; BARBOSA, R. P.; SOARES, S. P. da S. Biossegurança: ações fundamentais para promoção da saúde. São Paulo: Erica, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 33 de 14 de julho de 2005. Inclui doenças à relação de notificação compulsória, define agravos de notificação imediata e a relação dos resultados la- boratoriais que devem ser notificados pelos Laboratórios de Referência Nacional ou Regional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Projeto VIGISUS: Estruturação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 1998, p. 203. BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Norma Regulamentadora n. 26 – Sinalização em segurança. Portaria MTb n. 3.214, de 08 de junho de 1978. Diário Oficial da União, Brasília, DF. BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Alteração da Norma Regulamentadora n. 26. Portaria n. 704, 28 de maio de 2015. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 29 de maio de 2015. BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Norma Regulamentadora n. 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI. Portaria MTb n. 3.214, de 08 de junho de 1978. Diário Oficial da União. Brasília, DF. BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Lei n. 6.524, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 dez. 1977, Seção 1, p. 17777. CARDOSO, T. A. O.; VITAL, N. C.; NAVARRO, M. B. M. A. Biossegurança – Estratégias de Gestão de Riscos, Doenças Emergentes e Reemergentes: Impactos na Saúde Pública. São Paulo: Edito- ra Santos, 2012. GHS. Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals (GHS). 4. ed. New York: United Nations, 2011. HIRATA, M. H.; MANCINI FILHO, J.; HIRATA, R. D. C. Manual de Biossegurança. Barueri: Manole, 2012. HINRICHSEN, S. L. Biossegurança e Controle de Infecções. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 92PAC EM FARMÁCIA V SCHLINK, B. Bioética à luz da Liberdade Científica: estudo de caso baseado na decisão do STF sobre a constitucionalidade da Lei de biossegurança e no direito comparado. São Paulo: Atlas, 2014. SILVA, J. V.; BARBOSA, S. R. M.; DUARTE, S. R. M. P. Biossegurança no Contexto da Saúde. 1. ed. São Paulo: Érica, 2013. STAPENHORST, Amanda Azambuja. Biossegurança. Porto Alegre: SAGAH, 2018. TORTORA, Gerard J et al. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2016. 93PAC EM FARMÁCIA V Objetivos do capítulo Nomear os tipos de resíduos a serem gerenciados; Implantar e organizar sistemas de gestão em uma instituição; Desenvolver os Programas de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS). CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIA DE RESÍDUOS • Resíduos infecciosos, erfurocortantes e radioativos • Resíduos químicos, domésticos e recicláveis GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS E REQUI- SITOS LEGAIS • Armazenamento dos resíduos de serviços de saúde • Coleta e transporte dos resíduos de serviços de saúde • Disposição fi nal dos resíduos de serviços de saúde • Programas de Gerenciamento de Resíduos da Saúde (PGRSS) TÓPICOS DE ESTUDO 94PAC EM FARMÁCIA V Estamos numa época em que medidas de Biossegurança Ambiental são de grande im- portância para a manutenção da qualidade de vida e para a gestão de programas vol- tados à promoção da saúde. As empresas necessitam gerenciar seus resíduos, a fi m de garantir um ambiente de trabalho seguro e padronizar todo seu manejo dos resíduos gerados. Diversas medidas podem ser adotadas com o objetivo de promover a preser- vação ambiental e a segurança para os colaboradores. Medidas importantes neste pro- cesso são: segregar de forma correta, identifi car, armazenar e abrigar, transportar e destinar de forma adequada, de modo a garantir a saúde pública e ambiental. Sendo essas medidas já regulamentadas e padronizadas por diversos órgãos, porque ainda registra-se um grande descaso com os resíduos hospitalares e uma alta quantia de plás- ticos contaminando os rios e mares? Contextualizando o cenário 95PAC EM FARMÁCIA V Classifi cação e tipologia de resíduos4.1 Um resíduo é algo que foi interpretado como não reaproveitável ou como subpro- duto não desejável de qualquer atividade ou processo. De acordo com o dicionário Auré- lio, resíduo é “algo que resta”. Os resíduos podem ser divididos em sólidos (sólidos e semissólidos) e líquidos. Muitas denomina- ções diversas são dadas para o mesmo as- sunto central, tais como lixo, dejeto, efl uente, esgoto, reciclável etc. Os regulamentos vigentes no Brasil sobre os resíduos sólidos, de acordo com cada par- ticularidade, são regulamentados pela resolução da Diretoria Colegiada RDC 222: 2018, que regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, além de outras providências. Para resíduos radioativos, existe a resolução CNEN-NE-6.05 (Gerência de rejeitos radioativos em instalações radioativas). Outro órgão regulador é a Associação Bra- sileira de Normas Técnicas (ABNT), que institui a ABNT: NBR 10.004 - Resíduos sólidos – Clas- sifi cação; a NBR 12807 - Resíduos de serviços de saúde – Terminologia; e a NBR 12.808: 2016 - Resíduos de serviços de saúde — Classifi cação, elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Resíduos de Serviços de Saúde (ABNT/CEE-129). Cada órgão tem competência efoco específi co. As indústrias e empresas em geral, por exemplo, seguem a classifi cação segundo a NBR 10.004. Segundo a ANBT (2004): Resíduos sólidos: nos estados sólido e semissólido, que resultam de ativida- des de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de servi- ços e de varrição. Ficam incluídos nesta defi nição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e insta- lações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas par- ticularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. A classifi cação de resíduos envolve a identifi cação do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. (ABNT, 2004). 96PAC EM FARMÁCIA V ESCLARECIMENTO: Os principais órgãos reguladores de resíduos no Brasil são a ABNT (Associação Bra- sileira de Normas Técnicas), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os principais órgãos reguladores de resíduos no Brasil são a ABNT (Associação Bra-Os principais órgãos reguladores de resíduos no Brasil são a ABNT (Associação Bra-Os principais órgãos reguladores de resíduos no Brasil são a ABNT (Associação Bra- sileira de Normas Técnicas), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Os principais órgãos reguladores de resíduos no Brasil são a ABNT (Associação Bra-Os principais órgãos reguladores de resíduos no Brasil são a ABNT (Associação Bra-Os principais órgãos reguladores de resíduos no Brasil são a ABNT (Associação Bra- sileira de Normas Técnicas), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Os principais órgãos reguladores de resíduos no Brasil são a ABNT (Associação Bra- sileira de Normas Técnicas), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos sileira de Normas Técnicas), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos sileira de Normas Técnicas), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos sileira de Normas Técnicas), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos sileira de Normas Técnicas), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos sileira de Normas Técnicas), o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Os empreendimentos relacionados aos serviços de saúde seguem os requisitos da Vigilân- cia Sanitária, segundo a RDC 222, a qual defi ne quais são os geradores de resíduos de servi- ços de saúde (RSS). De acordo com a RDC (2018): Defi nem-se como geradores de RSS todos os serviços cujas atividades estejam relacionadas com a atenção à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necro- térios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e far- mácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos far- macêuticos, importadores, distribuidores de materiais e controles para diagnós- tico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de piercing e tatuagem, salões de beleza e estética, dentre outros afi ns. (RDC, 2018). O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) regulamentou a Política Nacional de Resíduos Sólidos com a Lei 12.305, que foi sancionada em 2 de agosto de 2010, tendo um papel importante devido ao Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos, o Cadastro Técnico Federal - CTF, e também em razão da Gestão dos Resíduos. O controle, a fi scalização e o cumprimento da Gestão dos Resíduos realizados pelo IBAMA favoreceu o país devido à logística reversa em termos dos Institutos Ambientais de cada esta- do. Assim, de forma conjunta, em termos legais, o Ministério da Saúde e o Ministério do Meio Ambiente trabalham unidos para garantir a Biossegurança Ambiental. Segundo ANVISA (2006): A ANVISA, cumprindo sua missão de “regulamentar, controlar e fi scalizar os produtos e serviços que envolvam riscos à saúde pública” (Lei nº 9.782/99, capítulo II, art. 8º), também chamou para si esta responsabilidade e passou a promover um grande debate público para orientar a publicação de uma resolução específi ca. (BRASIL, 2006). 97PAC EM FARMÁCIA V Resíduos infecciosos, perfurocortantes e radioativos4.1.1 Resíduos infecciosos Os resíduos infecciosos são classifi cados nessa terminologia, pois apresentam algum agen- te biológico com potencial danoso para a saúde e para o meio ambiente. Resíduos infecciosos são normalmente encontrados em prontos-socorros, UTIs, laboratórios clínicos, entre outros ambientes. Estes resíduos podem ser compostos de agulhas, seringas, tubos com sangue, ga- zes, luvas e todo material que entra em contato com fl uidos corporais humanos ou de animais. O símbolo internacional de infectante está demostrado na Fig. 1. Figura 1. Simbologia internacional de infectante. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/02/2019. (Adaptado). Segundo a RDC (2018): Agentes biológicos são microrganismos capazes ou não de originar algum tipo de infecção, alergia ou toxicidade no corpo humano, tais como: bactérias, fungos, vírus, clamídias, riquétsias, micoplasmas, parasitas e outros agentes, linhagens celulares, príons e toxinas. (RDC, 2018). No que diz respeito aos RSS, as empresas, na sua grande maioria, seguem a ABNT, por se tratar de uma organização regulamentadora. Porém, em 2018, a ANVISA harmonizou as nor- mas federais, a fi m de organizar de forma única os padrões e condutas acerca dos RSS. A partir do ano de 2018, previu-se uma série de migrações dos programas e planos de gerenciamento das empresas, no sentido de seguir a RDC 222: 2018. Os resíduos de serviços de saúde Classe A estão descritos na RDC 222:2018, baseados na WHO – World Health Statistics (2010), conforme o conteúdo normativo do Quadro 1. 98PAC EM FARMÁCIA V Quadro 1. Resíduos de serviços de saúde Grupo A Subgrupo A1 Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os me- dicamentos hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos, atenuados ou inativados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resí- duos de laboratórios de manipulação genética. Resíduos resultantes da atividade de ensino e pesquisa ou atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes de classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causadores de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitados por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Subgrupo A2 Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a pro- cessos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemio- lógica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação diagnóstica. Subgrupo A3 Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, compeso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares. Subgrupo A4 Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hos- pitalar e de pesquisa, entre outros similares. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes de classe de risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante, ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou tenha suspeita de contaminação com príons. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de ci- rurgia plástica que gere este tipo de resíduo. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde que não contenham sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Peças anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, e outros resíduos provenientes de procedi- mentos cirúrgicos, de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica. Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não sub- metidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. Subgrupo A5 Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectividade para príons, de casos suspeitos ou confirma- dos, bem como quaisquer materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, suspeitos ou confirmados, e que tiveram contato com órgãos, tecidos e fluidos de alta infectividade para príons. Fonte: CONAMA 358, 2005. (Adaptado). 99PAC EM FARMÁCIA V Muitos empreendimentos ainda seguem a ABNT, e os resíduos de serviços de saúde Classe A - Resíduos infectantes são classificados conforme a ABNT NBR 12.808, cujo conteúdo nor- mativo sobre os tipos pode ser verificado no Quadro 2. Quadro 2. Resíduos infectantes - NBR 12.808 Tipo A.1 - Biológico Cultura, inóculo, mistura de microrganismos e meio de cultura inoculado proveniente de laboratório clínico ou de pesquisa, vacina vencida ou inutili- zada, filtro de gases aspirados de áreas contaminadas por agentes infectan- tes e qualquer resíduo contaminado por estes materiais. Tipo A.2 - Sangue e hemoderivados Bolsa de sangue após transfusão, com prazo de validade vencido ou so- rologia positiva, amostra de sangue para análise, soro, plasma e outros subprodutos. Tipo A.3 - Cirúrgico, anatomopato- lógico e exsudado Tecido, órgão, feto, peça anatômica, sangue e outros líquidos orgânicos resultantes de cirurgia, necropsia e resíduos contaminados por estes ma- teriais. Tipo A.4 - Perfurante ou cortante Agulha, ampola, pipeta, lâmina de bisturi e vidro. Tipo A.5 - Animal contaminado Carcaça ou parte de animal inoculado, exposto aos microrganismos pato- gênicos ou portador de doença infectocontagiosa, bem como resíduos que tenham estado em contato com este. Tipo A.6 – Assistência ao paciente Secreções, excreções e demais líquidos orgânicos procedentes de pacientes, bem como os resíduos contaminados por estes materiais, inclusive restos de refeições. Fonte: BRASIL, 1993. Perfurocortantes Os perfurocortantes são objetos que apresentam poder cortante, ou são capazes de per- furar tecidos e pele. Essa classe também se enquadra em infectantes, pois o perfurocortante pode apresentar agentes biológicos capazes de impactar a qualidade de vida e ambiental. Os perfurocortantes estão citados e classificados apenas na RDC 222:2018, da seguinte forma: GRUPO E Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas dia- mantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. 100PAC EM FARMÁCIA V Os perfurocortantes são de alto risco em atividades laborais para quem os ma- nipula. Com os cuidados necessários é possível prevenir os acidentes quando se descartam adequadamente em frascos rígidos e protegidos. Quando essas embalagens de descartes estão esgotadas devem ser enviadas para o abrigo e destinadas adequadamente. Os acidentes normalmente ocorrem com outros colaboradores, quando embalagens estão lotadas e com as agulhas apontadas para cima. (ANVISA, 2018). Figura 2. Ilustração de embalagens sobrecarregadas causando acidentes. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/02/2019. Radioativos Os resíduos radioativos são muito complexos e altamente impactantes para o meio ambien- te. Por serem duráveis, o mesmo resíduo fica ativo por anos na natureza, através dos decai- mentos radioativos do núcleo atômico instável. Além da alta atividade, possuem alto poder de penetração em diversas superfícies e atingem o DNA em nível celular. As emissões radioativas são classificadas em mutagênicas e carcinogênicas. Descrito na RDC 222:2018, baseados na WHO (2010), conforme o conteúdo normativo a seguir: GRUPO C Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radio- nuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. En- quadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com radionu- clídeos, provenientes de laboratórios de análises clinicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05. (ANVISA, 2018). Conforme A ABNT NBR 12.808, postula-se ainda que rejeito radioativo é um “material radioa- tivo ou contaminado, com radionuclídeos provenientes de laboratórios de análises clínicas”. 101PAC EM FARMÁCIA V Figura 3. 3A - Simbologia para identifi cação de infectante. 3B - Armazenamento temporário. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 17/02/2019. Resíduos químicos, domésticos e recicláveis4.1.2 Resíduos químicos Os resíduos químicos apresentam substâncias que trazem riscos à saúde humana e ao meio ambiente devido a suas características de infl amabilidade, corrosividade, reatividade e to- xicidade. A norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 10.004:2004, classifi ca os resíduos sólidos em relação aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. Estes resíduos são divididos da seguinte forma em resíduos Classe I (perigosos) e resíduos Classe II (não perigosos), sendo esta última classe subdividida em resíduos Classe II A (não inertes) e Classe II B (inertes). Por esse fato, podemos tomar como base a RDC 222:2018, para fi ns de convenção do Plano de Gerenciamento de Resíduos e documentos internos, no que diz respeito à tipologia, visando ao manejo e acondicionamento. Quando se trata de um resíduo que não está classifi cado e cuja organização não faz parte dos geradores RSS, a ABNT é a competência máxima, somada com o IBAMA, que é a referência sobre meio ambiente no país. Figura 4. 4A - Estoque interno ao laboratório com os símbolos de infl amável e tóxico. 4B - Armazenamento externo com os símbolos de corrosivo e infl amável. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 18/02/2019. 3B3A 4B4A 102PAC EM FARMÁCIA V Segundo a RDC 222:2018, baseada na WHO (2010), a classificação dos Químicos se dá da seguinte forma: GRUPO B – Químicos Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabi- lidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos;antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de me- dicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medica- mentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações. Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas. Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). (ANVISA, 2018). Conforme ABNT NBR 12.808, a classificação de resíduo especial do tipo B.2 trata de resí- duos farmacêuticos (medicamento vencido, contaminado, interditado ou não utilizado). Já o tipo B.3 classifica os resíduos químicos pe- rigosos (resíduo tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo, reativo, genotóxico ou mutagênico, conforme NBR 10.004). A identificação para fins de transpor- te terrestre, manuseio dos produtos, mo- vimentação e armazenamento seguem a ABNT 7500:2018. O armazenamento e a destinação segura devem seguir os princípios da incompatibili- dade, segundo o qual os reagentes químicos não devem ser armazenados por ordem alfabé- tica, e sim de acordo com a potencial reação química. A Tabela 1 apresenta uma simplificação das substâncias incompatíveis. 103PAC EM FARMÁCIA V Tabela 1. Tabela simplificada de Substâncias Incompatíveis Substância química Incompatível com Acetileno Iodo, cloro, bromo, flúor, cobre, prata e mercúrio. Acetona Ácido sulfúrico ou ácido nítrico concentrado. Ácido Acético Óxido de cromo (VI), ácido nítrico, ácido perclórico, etilenoglicol, peróxidos, permanganatos, compostos hidroxilados. Ácido Nitricoacético Ácido acético, anilina, óxido de cromo (VI), carbono, cianeto, sulfato, líquidos e gases combustíveis. Ácido Oxálico Prata e sais de mercúrio. Ácido Perclórico Anidrido acético, bismuto e ligas, álcoois, papel e madeira, qualquer material orgânico. Ácido Sulfúrico Potássio, cloratos e percloratos, água, permanganato. Amoníaco Mercúrio, cromo, hipoclorito de cálcio, iodo, ácido fluorídrico, bromo, fluore- to de hidrogênio, halogênio. Anilina Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio, água oxigenada. Carbono Ativo Hipoclorito de cálcio, iodo, bromo, fluoreto de hidrogênio, oxidante. Cianetos Ácidos e álcalis. Clorados Perclorato de Potássio Sais de amônia, ácidos metais em pó, enxofre, substâncias orgânicas e com- bustíveis. Cloro, bromo Amoníaco, acetileno, butadieno, butano, metano, propano, hidrogênio, ben- zina, benzeno, metais (pós). Cobre Ácido acetileno, peróxido de hidrogênio, água oxigenada. Compostos de Alumínio Água. Cromo (Ácido Crômico) Ácido acético, naftaleno, glicerina, benzina, álcool, líquidos combustíveis. Dióxido de Cloro Amoníaco, metano, fosfinas, sulfato de hidrogênio. Flúor Armazenamento separado. Fluoreto de Hidrogênio Amoníaco e gases. Fósforo (Pentóxido de) Água, enxofre, compostos que contêm oxigênio. Hidrocarbonetos Flúor, cloro, bromo, óxido de cromo, peróxido de sódio. Iodo Acetileno, amoníaco Mercúrio Acetileno, amoníaco, ácido fulmínico, hidrogênio. Líquidos inflamáveis Nitrato de amônia, óxido de cromo, peróxido de hidrogênio, ácido nítrico, peróxido de sódio, halogênios. 104PAC EM FARMÁCIA V Metais Alcalinos (Ca, K, Na). Água, tetracloreto de carbono, halogênios (Ca, K, Na), dióxido de carbono, hidrocarbonetos, clorados. Nitrato de Amônio Ácidos metais em pó, líquidos combustíveis, enxofre, substâncias orgânicas, cloretos, nitratos. Permanganato de Potássio Glicerina, etilenoglicol, benzaldeído, ácido sulfúrico. Peróxido de Hidrogênio Cobre, cromo, ferro, metais, álcoois, acetona, substâncias orgânicas, anilina, nitrometano, combustíveis (sólidos e líquidos). Peróxido de Sódio Substâncias oxidantes, como: metanol, etanol, ácido acético, anidrina acé- tico, benzaldeído, glicerina, etilenoglicol, acetato de etila, acetato de metila, furfural. Prata Acetileno, ácido oxálico, ácido tartárico e compostos de amônio. Sulfato de Hidrogênio Ácido nítrico fumegante, gases oxidantes. Domésticos e recicláveis Os resíduos domésticos, pelo nome, já remetem àqueles provenientes de atividades domésticas simples, como dejetos das cozinhas e banheiros. Em empreendimentos, esses resíduos estão presen- tes em refeitórios, vestiários e banheiros de clientes e fazem parte do Programa de Gerenciamento. Segundo a RDC 222:2018, baseados na WHO (2010), no que diz respeito aos resíduos comuns: GRUPO D – Comuns Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de ves- tuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; Sobras de alimentos e do preparo de alimentos; Resto alimentar de refeitório; Resíduos provenientes das áreas administrativas; Resíduos de varrição, flores, podas e jardins; Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. (ANVISA, 2018). Já a ABNT NBR 12.808 classifica os resíduos comuns como [...] todos aqueles que não se enquadram nos tipos A e B e que, por sua seme- lhança aos resíduos domésticos, não oferecem risco adicional à saúde pública. Ex.: resíduo da atividade administrativa, dos serviços de varrição e limpeza de jardins e restos alimentares que não entraram em contato com pacientes. Os resíduos recicláveis, por sua vez, são aqueles que podemos reutilizar em qualquer pro- cesso, como latas de alumínio, sacos plásticos, vassouras, entre outros produtos que são feitos de material já usado anteriormente. 105PAC EM FARMÁCIA V Os resíduos recicláveis não estão contemplados na RDC 222 ou na ABNT 12.808, mas são enquadrados dentro dos comuns. As identificações das cores são baseadas na resolução CONAMA N. 275:2001 e na ABNT NBR 13230:2008 (Embalagens e acondicionamento plásticos recicláveis – identificação e simbologia). As cores padronizadas são: azul (para papel e afins), vermelho (para plásticos e afins), verde (para vidro), amarelo (para metal), preto (para madeira e afins), laranja (para resíduos perigo- sos), branco (para infectantes), roxo (para radioativos), marrom (para orgânicos), cinza (para gerais que estão misturados e não reciclados). Figura 5. 5A - Cores e seus resíduos. 5B - Exemplos de tipos de resíduos. Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Acesso em: 18/02/2019. Os recipientes para armazenamento de resíduos devem ser cobertos e seguros, identifica- dos com o símbolo de reciclável segundo a NBR 13230 e com as cores designadas no Brasil. Figura 6. Ilustração dos recipientes de armazenamento de resíduos. Fonte: MMA. Acesso em: 18/02/2019. (Adaptado). A) CÓDIGO DE CORES PARA OS DIFERENTES TIPOS DE RESÍDUOS AZUL PAPEL/PAPELÃO VERMELHO PLÁSTICO VERDE VIDRO PRETO MADEIRA CINZA RESÍDUO GERAL NÃO RECICLÁVEL OU MISTURADO, OU CONTAMIDADO, NÃO PASSÍVEL DE SEPARAÇÃO LARANJA RESÍDUOS PERIGOSOS ROXO RESÍDUOS RADIOATIVOS MARROM RESÍDUOS ORGÂNICOS AMARELO METAL BRANCO RESÍDUOS AMBULATORIAIS E DE SERVIÇOS DE SAÚDE B) FRAÇÕES PAPÉIS JORNAIS, PAPELÃO, PAPEL ETC. PLÁSTICOS SACOS, VASILHAMES, GARRAFAS ETC. METAIS LATAS DE BEBIDA, CONSERVA ETC. VIDROS GARRAFAS, COPOS, COMPOTEIRAS ETC. RESÍDUOS TÓXICOS PILHAS, BATERIAS, TERMÔMETROS, PRODUTOS ELETRÔNICOS, ÓLEOS, TINTAS, SOLVENTES ETC. RESÍDUOS ORGÂNICOS RESTOS DE ALIMENTOS, FOLHAS E GALHOS. MADEIRA CABOS DE VASSOURA, CAIXOTES ETC. RESÍDUOS NÃO RECICLÁVEIS ABSORVENTES HIGIÊNICOS, FRALDAS OU MISTURADOS DESCARTÁVEIS, PAPEL HIGIÊNICO USADO. PAPEL/PAPELÃO MADEIRA RESÍDUOS ORGÂNICOS RESÍDUOGERAL RESÍDUOS PERIGOSOS RESÍDUOS RADIOATIVOS RESÍDUOS AMBULATORIAIS PLÁSTICO VIDRO METAL 106PAC EM FARMÁCIA V PAUSA PARA REFLETIR As cores são padronizadas de acordo com cada nacionalidade. Se você comparar com outros países, por exemplo, o plástico é laranja e o vidro é amarelo. Sendo assim, você acredita que poderia ter algum padrão internacional para resíduos recicláveis, da mesma forma que fize- ram com a simbologia dos químicos? E qual seria o órgão responsável por essa padronização? Princípio dos Três Erres (3R’s) – reduzir, reutilizar e reciclar. Quando se trata de recicláveis, lembramos da problemática atual sobre os plastificantes e o meio ambiente. Os plásticos são resíduos que possuem inúmeras formas de reaproveitamen- to e, ao mesmo tempo, constituem um dos maiores impactos ambientais devido a sua per- manência no ambiente, demorando em média 300 anos para serem totalmente degradados. Infelizmente, o destino dos plásticos na natureza são os rios e oceanos, atualmente, são en- contradas toneladas e mais toneladas que chegam aos mares. Outro fator muito preocupante é o fato deles serem confundidos com plânctons e ingeridos por todos os animais aquáticos, causando mortes e sofrimento. Figura 7. Ilustração de animais marinhos ingerindo plásticos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 18/02/2019. A gestão sustentável para os recicláveis faz parte dos princípios dos 3 R’s, que teve início na Agenda 21, e visa reduzir o uso de matérias-primas e reutilizar os resíduos. A redução consiste em diminuir a geração dos resíduos conforme o desperdício é reduzido. Um exemplo de redução é o uso de canecas em vez de copos plásticos. A reutilização é o ato de criar outras finalidades recolocando esse resíduo no processo. Já a reciclagem é uma técnica que utiliza um resíduo como matéria-prima e cria novos produtos a partir dele. 107PAC EM FARMÁCIA V CURIOSIDADE: Além dos plásticos visíveis nos oceanos e rios, uma das maiores preocupações atuais é acerca dos microplásticos, que são oriundos da degradação dos plásticos maiores e também encontrados nos esfoliantes e pastas dentais. Chegando aos rios pela emis- são de efl uentes domésticos, eles atingem os organismos menores, que são bioacu- mulados por eles. Pela cadeia alimentar, são transmitidos para outros níveis trófi cos e, assim, os plásticos chegam até o homem. Estima-se que em meados da segunda metade do século XXI, os oceanos terão mais plásticos do que peixes. também encontrados nos esfoliantes e pastas dentais. Chegando aos rios pela emis-também encontrados nos esfoliantes e pastas dentais. Chegando aos rios pela emis- Além dos plásticos visíveis nos oceanos e rios, uma das maiores preocupações atuais é acerca dos microplásticos, que são oriundos da degradação dos plásticos maiores e também encontrados nos esfoliantes e pastas dentais. Chegando aos rios pela emis- são de efluentes domésticos, eles atingem os organismos menores, que são bioacu- mulados por eles. Pela cadeia alimentar, são transmitidos para outros níveis tróficos e, assim, os plásticos chegam até o homem. Estima-se que em meados da segunda são de efluentes domésticos, eles atingem os organismos menores, que são bioacu- mulados por eles. Pela cadeia alimentar, são transmitidos para outros níveis tróficos e, assim, os plásticos chegam até o homem. Estima-se que em meados da segunda metade do século XXI, os oceanos terão mais plásticos do que peixes. é acerca dos microplásticos, que são oriundos da degradação dos plásticos maiores e também encontrados nos esfoliantes e pastas dentais. Chegando aos rios pela emis- são de efluentes domésticos, eles atingem os organismos menores, que são bioacu- é acerca dos microplásticos, que são oriundos da degradação dos plásticos maiores e também encontrados nos esfoliantes e pastas dentais. Chegando aos rios pela emis- são de efluentes domésticos, eles atingem os organismos menores, que são bioacu- mulados por eles. Pela cadeia alimentar, são transmitidos para outros níveis tróficos é acerca dos microplásticos, que são oriundos da degradação dos plásticos maiores e também encontrados nos esfoliantes e pastas dentais. Chegando aos rios pela emis-também encontrados nos esfoliantes e pastas dentais. Chegando aos rios pela emis- Figura 8. Reciclagem de plásticos em cooperativas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 18/02/2019. Gerenciamento de resíduos e requisitos legais4.2 O gerenciamento de resíduos – GR – e a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, está sancionado pela Lei 12.305:2010. As políticas nacionais ambientais relacionadas aos resíduos sólidos tiveram início através da Lei nº 6.938 de 31/08/1981, Lei Orgânica da Saúde nº 3.080 de 19/09/90, Educação Ambiental pela Lei nº 9.795 de 27/04/1994, Recursos Hídricos pela Lei nº 9.433 de 08/01/1997, Crimes Ambientais pela Lei nº 9.605 de 12/02/1998 e Saneamento Básico segundo o projeto de Lei nº 5.296/05. Segundo a Lei 12.305/2010: Art. 3, X. Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação fi nal ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição fi nal ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei. (BRASIL, 2010). 108PAC EM FARMÁCIA V A biossegurança é a ciência básica do gerenciamento de resíduos, pois é nela que se en- contram todos os riscos envolvidos no trabalho, a proteção, a segurança ocupacional e as pre- cauções para cultivarmos um meio ambiente sustentável e protegido. Todos os princípios da biossegurança estão expostos na hora de destinar resíduos. Segundo a ANVISA (2006): No Brasil, órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA e o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA têm assumido o papel de orientar, defi nir regras e regular a conduta dos diferentes agentes, no que se refere à geração e ao manejo dos resíduos de serviços de saúde, com o obje- tivo de preservar a saúde e o meio ambiente, garantindo a sua sustentabilida- de. Desde o início da década de 90, vêm empregando esforços no sentido da correta gestão, do correto gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e da responsabilização do gerador. Um marco deste esforço foi a publicação da Resolução CONAMA 005/93, que defi niu a obrigatoriedade dos serviços de saúde elaborarem o Plano de Gerenciamento de seus resíduos. Este esforço se refl ete, na atualidade, com as publicações da RDC ANVISA no 306/04 e CO- NAMA 358/05. (BRASIL, 2006). ESCLARECIMENTO: O termo sustentável remete a uma gestão capaz de utilizar os recursos naturais e os não renováveis, de maneira a não comprometer as necessidades das futuras gerações. É um desenvolvimento que visa ao equilíbrio e à manutenção da natureza para todos. remete a uma gestão capaz de utilizar os recursos naturais e osremete a uma gestão capaz de utilizar os recursos naturais e osremete a uma gestão capaz de utilizar os recursos naturais e os não renováveis, de maneira a não comprometer as necessidades das futuras gerações. não renováveis, de maneira a não comprometer as necessidades das futuras gerações. É um desenvolvimento que visa ao equilíbrio e à manutenção da natureza para todos. remete a uma gestão capaz de utilizar os recursos naturais e osremete a uma gestão capaz de utilizar os recursos naturais e osremete a uma gestão capaz de utilizar os recursos naturais e os não renováveis, de maneira a não comprometer as necessidades das futuras gerações. remete a uma gestão capaz de utilizar os recursos naturais e os não renováveis, de maneira a não comprometer as necessidades das futuras gerações.não renováveis, de maneira a não comprometer as necessidades das futuras gerações.não renováveis, de maneira a não comprometer as necessidades das futuras gerações.não renováveis, demaneira a não comprometer as necessidades das futuras gerações. É um desenvolvimento que visa ao equilíbrio e à manutenção da natureza para todos. As principais legislações que fazem parte dos requisitos legais da maioria das organi- zações são: • Lei 11.445: 2007 (Federal): Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. • Lei 12.305:2010 (Federal): Estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos. • Lei 6.938: 2001 – Política Nacional do Meio Ambiente: defi ne que o poluidor é obrigado a indenizar pelos danos ambientais que causar, independentemente da culpa, e que o Ministé- rio Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, como a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. • Decreto 5.940: 2006 (Federal): Estabelece sobre a separação dos resíduos recicláveis des- cartados pelos órgãos e entidades administrativas, associações e cooperativas. • Decreto 7.404: 2010 (Federal): Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê 109PAC EM FARMÁCIA V Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implan- tação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. • Resolução CONAMA 5:1993: Estabelece a defi nição, classifi cação e procedimentos para o gerenciamento de resíduos sólidos dos RSS, portos, aeroportos e terminais rodoviários e fer- roviários. • ABNT NBR 10.004: 2004 – Classifi cação de resíduos sólidos. • ABNT NBR 12.810:2006 – Coleta de resíduos de serviços de saúde. • ABNT NBR 12.807:2013 – Resíduos de serviços de saúde – Terminologia. • ABNT NBR 12.808:2016 – Resíduos de serviços de saúde – Classifi cação. • ABNT NBR 12.809:2013 – Resíduos de serviços de saúde – Manuseio. • ABNT NBR 13.583:2018 – Recipientes para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes. Requisitos e métodos. • RDC 222:2018 – Regulamenta as boas práticas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências. Substituiu a RDC 306:2004. Armazenamento dos resíduos de serviços de saúde4.2.1 Todo manejo de resíduos deve ser feito por funcionários treinados e capacitados, de forma a segregar corretamente, sinalizar, transportar e coletar qualquer resíduo, desde a sua geração até sua destinação. O meio mais fácil de armazenar, coletar e transportar um resíduo, desde que não seja perfu- rocortante, é por sacos plásticos identifi cados ou por recipientes maiores de plásticos laváveis, que são usados para armazenar no local, facilitar a pesagem e o transporte até a destinadora. Segundo a RDC (2018): Manejo dos resíduos de serviços de saúde: atividade de manuseio dos resíduos de serviços de saúde, cujas etapas são a segregação, acondicionamento, identi- fi cação, transporte interno, armazenamento temporário, armazenamento exter- no, coleta interna, transporte externo, destinação e disposição fi nal ambiental- mente adequada dos resíduos de serviços de saúde. (ANVISA, 2018). O manuseio dos RSS deve ser realizado fazendo uso de EPI, devido aos riscos envolvidos nessa atividade. Caso sejam utilizados recipientes, os mesmos devem ter fechamento a fi m de evitar vazamentos. Qualquer armazenamento, seja em sacos plásticos ou em recipientes, devem ser usados até 2/3 de sua capacidade, sempre tomando cuidado para que nunca ocorra um rompimento. Os sacos plásticos devem ser fechados com nós ou de outra forma, e, ao fechar, deve ser 110PAC EM FARMÁCIA V retirado o excesso de ar sem fazer inalação. Após fechado, ele é retirado pela coleta interna e levado até a sala de resíduos ou diretamente para o abrigo temporário externo. Todas as ações devem obedecer às condutas de biossegurança, principalmente quando o resíduo é infectante. As condutas com infectantes devem seguir, no mínimo, as seguintes premissas: • Ser acondicionado, armazenado e mantido em saco plástico de cor branco leitoso, de acor- do com a NBR 9190; • Todos os perfurocortantes devem ser descartados e acondicionados em frascos rígidos; • Os resíduos dos tipos A1 e A2, se não forem enviados para empresas licenciadas para des- tinação via autoclavação e incineração, devem ser esterilizados nas unidades geradoras; • Os resíduos classificados como líquidos infectados devem receber tratamento na própria instituição antes de serem descartados para a rede coletora pública; • Resíduos contendo peças anatômicas, membros, fetos e órgãos, devem ser acondiciona- dos separadamente dos demais; • Os resíduos químicos com características especiais devem ser acondicionados observando a incompatibilidade química, de forma a evitar vazamentos; • Todo resíduo radioativo deve seguir a resolução CNEN-NE-6.05; • Os demais resíduos comuns e recicláveis devem ser acondicionados em sacos plásticos de acordo com as cores estipuladas. Figura 9. 9A - Recipientes rígidos identificados. 9B - Ilustração do armazenamento através de bombonas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/02/2019. O armazenamento de resíduos no interior de uma organização deve seguir todos os princí- pios da biossegurança, principalmente na higiene, limpeza, segurança ocupacional, identifica- ção de riscos e uso de EPIs. 9B9A 111PAC EM FARMÁCIA V Os resíduos devem ser armazenados segregados na fonte, sendo áreas separadas por cores e símbolos. Restos alimentícios devem ser separados e acondicionados fechados, com tampas, evitan- do a presença de moscas, outros insetos e roedores. O envio para a destinação dos resíduos classe D (RDC 222) comuns devem seguir as norma- tivas da prefeitura municipal local. Peças anatômicas, fetos, membros, órgãos e tecidos podem ser acomodados em câmaras frias até a chegada da coleta externa, a fim de realizar a correta destinação. Os resíduos químicos devem ser armazenados em locais abertos para receberem ventila- ção, como em caçambas, bombonas ou recipientes que assegurem que os mesmos não irão vazar. O chão deve ser impermeável e lavável. Figura 10. Ilustração do armazenamento de químicos com chão impermeável, proteção de teto e abertura para ventilação. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/02/2019. O abrigo termporário de RSS, segundo a RDC 222:2018, deve seguir o conteúdo normativo a seguir: I - Ser provido de pisos e paredes revestidas de material resistente, lavável e impermeável; II - Possuir ponto de iluminação artificial e de água, tomada elétrica alta e ralo sifonado com tampa; III - Quando provido de área de ventilação, esta deve ser dotada de tela de proteção contra roedores e vetores; IV - Ter porta com largura compatível às dimensões dos coletores; V - Estar identificado como abrigo temporário de resíduos. A sala de utilidades ou expurgo pode ser compartilhada para o uso do armazenamento tempo- rário dos RSS dos grupos A, E e D, devendo ser compatível com a área a ser ocupada pelos coleto- res em uso (ANVISA, 2018). 112PAC EM FARMÁCIA V As mesmas preocupações com o sistema de limpeza e higienização de uma organização da área da saúde devem ser aplicadas aos abrigos de resíduos, tais como a facilidade na limpeza, paredes lisas e laváveis, sistema de saída de água de limpeza diferente da água pluvial, separação por tipo de resíduos e por incompatibilidade, dedetização semestral e treinamentos dos envolvidos. PAUSA PARA REFLETIR Você já parou para pensar porque na área da saúde os rodapés e cantos devem ser arredon- dados? Coleta e transporte dos resíduos de serviços de saúde 4.2.2 A coleta interna dos resíduos deve obedecer aos requisitos em biossegurança, principal- mente quanto ao uso de EPIs. Os dias e horários para a retirada devem ser estabelecidos nos procedimentos internos e os funcionários devem ser treinados. Os EPIs devem estar disponíveis para uso durante todas as atividades ligadas ao manejo dos resíduos. Quando se utiliza carrinhos para transporte in- terno, o mesmo deve ser constituído de material lavável e impermeável, com tampa, cantos e bordas arrendondados. Figura 11. 11A - Ilustraçãoda coleta externa de resíduos comuns. 11B - Ilustração do transporte interno pela utilização de carrinhos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/02/2019. A coleta externa deve estar registrada através dos contratos com as empresas destinadoras de resíduos, nas quais as mesmas devem estar licenciadas pelo órgão ambiental local com todas as autorizações. 10B10A 113PAC EM FARMÁCIA V A coleta dos resíduos comuns e recicláveis devem seguir a coleta da prefeitura local. É preci- so observar as condições do aterro do estado em que se encontra o estabelecimento da saúde. Em muitos locais do país ainda não existe coleta seletiva, e os resíduos do grupo D são desti- nados para os famosos “lixões”, onde os riscos de contaminação humana e animal são grandes. Os riscos podem ser fatais quando ocorrem dentro da organização. A segregação é inadequada e seringas contaminadas com agentes biológicos são descartados em recipientes para recicláveis. ESCLARECIMENTO: Lixões é o termo usado para representar a forma mais inadequada de disposição de resíduos existentes em todo o mundo. Ela ocorre quando os caminhões de coleta sim- plesmente descarregam os resíduos sobre o solo, sem nenhum sistema de proteção e a céu aberto. Este é um dos impactos ambientais mais severos quando se trata de resí- duos sólidos, e constitui riscos de acidentes e riscos biológicos. Infelizmente no Brasil, o destino maior dos resíduos são os lixões, e isso inclui também os resíduos hospitalares. resíduos existentes em todo o mundo. Ela ocorre quando os caminhões de coleta sim- plesmente descarregam os resíduos sobre o solo, sem nenhum sistema de proteção e Lixões é o termo usado para representar a forma mais inadequada de disposição de resíduos existentes em todo o mundo. Ela ocorre quando os caminhões de coleta sim- plesmente descarregam os resíduos sobre o solo, sem nenhum sistema de proteção e a céu aberto. Este é um dos impactos ambientais mais severos quando se trata de resí- duos sólidos, e constitui riscos de acidentes e riscos biológicos. Infelizmente no Brasil, o destino maior dos resíduos são os lixões, e isso inclui também os resíduos hospitalares. Lixões é o termo usado para representar a forma mais inadequada de disposição deLixões é o termo usado para representar a forma mais inadequada de disposição deLixões é o termo usado para representar a forma mais inadequada de disposição deLixões é o termo usado para representar a forma mais inadequada de disposição de resíduos existentes em todo o mundo. Ela ocorre quando os caminhões de coleta sim- Lixões é o termo usado para representar a forma mais inadequada de disposição de resíduos existentes em todo o mundo. Ela ocorre quando os caminhões de coleta sim-resíduos existentes em todo o mundo. Ela ocorre quando os caminhões de coleta sim- plesmente descarregam os resíduos sobre o solo, sem nenhum sistema de proteção e a céu aberto. Este é um dos impactos ambientais mais severos quando se trata de resí- resíduos existentes em todo o mundo. Ela ocorre quando os caminhões de coleta sim-resíduos existentes em todo o mundo. Ela ocorre quando os caminhões de coleta sim- plesmente descarregam os resíduos sobre o solo, sem nenhum sistema de proteção e a céu aberto. Este é um dos impactos ambientais mais severos quando se trata de resí-a céu aberto. Este é um dos impactos ambientais mais severos quando se trata de resí-a céu aberto. Este é um dos impactos ambientais mais severos quando se trata de resí-a céu aberto. Este é um dos impactos ambientais mais severos quando se trata de resí-a céu aberto. Este é um dos impactos ambientais mais severos quando se trata de resí- duos sólidos, e constitui riscos de acidentes e riscos biológicos. Infelizmente no Brasil, oduos sólidos, e constitui riscos de acidentes e riscos biológicos. Infelizmente no Brasil, o Figura 12. 12A - Ilustração do resíduo hospitalar no solo. 12B - Ilustração dos riscos de contaminação animal. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/02/2019. Disposição fi nal dos resíduos de serviços de saúde 4.2.3 A disposição fi nal é o termo mais correto para o destino que será dado aos resíduos. A em- presa receptora deve estar em dia com as licenças e autorizações e devem destinar de acordo com a melhor tecnologia disponível. Ao fi nal do mês, a empresa receptora de resíduos químicos, biológicos e radiológicos deve enviar o certifi cado de destinação contendo a quantidade de cada tipo de resíduo. Segundo a RDC (2018): 12B12A 114PAC EM FARMÁCIA V O tratamento dos RSS que apresentem múltiplos riscos deve obedecer à seguinte sequência: I - na presença de risco radiológico associado, armazenar para decai- mento da atividade do radionuclídeo até que o nível de dispensa seja atingido; II - na presença de risco biológico associado contendo agente biológico classe de risco 4, encaminhar para tratamento; e III - na presença de riscos químico e biológico, o tratamento deve ser compatível com ambos os riscos associados. (ANVISA, 2018). Os métodos mais comuns de disposição de resíduos hospitalares são a incineração e a au- toclavação. Nos locais em que não são encontradas essa forma correta de destinação, os mes- mos devem ser enviados para aterros controlados para serem encapsulados ou aterrados, com barreiras de proteção para não entrarem em contato com o solo. Nesse caso, o labora- tório deve autoclavar internamente os resíduos infectantes de classe 3 e 4 de risco biológico através do sistema de vapor úmido (autoclaves). A incineração é a queima em altas temperaturas dos resíduos até que se tornem cinzas, e estas serão destinadas para aterros controlados. A autoclavação é o método de esterilização que destrói até esporos bacterianos, sendo o recurso mais utilizado em resíduos biológicos de origem dos RSS. Outro método utilizado em alguns países mais desenvolvidos é a utilização de micro-ondas e emissões radioativas gama. Figura 13. 13A - Ilustração de uma empresa incineradora. 13B - Ilustração de uma empresa autoclavadora. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/02/2019. Para os resíduos químicos, os mesmos seguem para a incineração, coprocessamento e in- corporação, compostagem, encapsulamento ou aterro industrial controlado. Todos os desti- nos são adequados e dependem das características das substâncias químicas presentes. 13B13A 115PAC EM FARMÁCIA V Programas de Gerenciamento de Resíduos da Saúde (PGRSS) 4.2.4 O PGRSS é um documento legal e obrigatório para os geradores de resíduos oriundos dos serviços da saúde. Nesse documento, constam todas as ações da organização para o manejo de cada tipo de resíduo produzido em todas as áreas da instituição. Totalmente baseado nos princípios da biossegurança, o plano deve descrever os procedi- mentos adotados para a rotina diária e as ações de contingência em caso de emergência, todas as ações de minimização e redução, sistema de identifi cação e sinalização e capacitação de todos os envolvidos. O PGRSS está regulamentado pela Resolução CONAMA 358:2005 e dispõe sobre o tratamento e a disposição fi nal dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências pela RDC 222:2018. Segundo a RDC (2018): Plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (PGRSS): documento que aponta e descreve todas as ações relativas ao gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, observadas suas características e riscos, contemplando os aspectos referentes à geração, identifi cação, segregação, acondicionamento, co- leta, armazenamento, transporte, destinação e disposição fi nal ambientalmente adequada, bem como as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e do meio ambiente. (ANVISA, 2018). O PGRSS visa à proteção dos trabalhadores, do meio ambiente e da saúde pública. Confor- me a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os geradores devem promover o plano a fi m de garantir o correto gerenciamento e, ao longo dos anos, aprimorá-lo com as novas técnicas de disposição fi nal. Osestabelecimentos ligados à saúde devem apresentar para o órgão fi scal anualmente, sob o risco de perda da licença da Vigilância Sanitária e da Licença de Operação expedida pelo órgão estadual competente. Estão incluídos todos os RSS e também os estúdios de tatuagem, clínicas odontológicas e veterinárias, necrotérios, funerárias, drogarias e farmácias, clínicas diversas, incluindo as de acupuntura, e todos os estabelecimentos de beleza e estética. Existem diversos modelos disponíveis nos sites da vigilância sanitária e órgãos do meio ambiente. O plano é simples, necessita basicamente dos dados da organização, tipologia de resíduos gerados e quantidades, formas de armazenamento, coleta, destinação, treinamentos, méto- dos de ações em caso de acidente e apresentação dos certifi cados das empresas que realiza- ram a disposição fi nal e propostas de reduções. 116PAC EM FARMÁCIA V Ao realizar o plano, o primeiro passo é o diagnóstico dos resíduos gerados, que são os gru- pos A, B, C, D, E conforme a RDC 222. Estimar a quantidade quando se trata de uma organiza- ção nova, ou pesar os resíduos gerados mensalmente em planilhas para que, no fi nal do ano, seja apresentado ao órgão ambiental o inventário de resíduos anual. Caso a empresa contratada para destinar já realize as pesagens, a mesma, no fi nal do mês, irá enviar um certifi cado contendo todas as informações necessárias. Depois de diagnosticado os tipos de resíduos, o estabelecimento vai descrever os recipen- tes utilizados, os símbolos e cores para identifi car os locais e os resíduos, a periodicidade de coleta interna e os EPIs usados pelos colaboradores. O empreendimento irá descrever também sobre o seu abrigo temporário (externo) e a pe- riodicidade de coleta externa da empresa e da prefeitura. As rotinas de limpeza dos locais, cali- bração dos instrumentos quando forem necessários, uso de EPIs – equipamentos de proteção individual e EPCs – equipamentos de proteção coletivo, também precisam ser citados. Pode constar no plano, se desejável, acidentes ocupacionais relacionados ao manejo de resíduos, gráfi cos de redução e melhoria contínua do PGRSS. ASSISTA: Assista ao vídeo Como fazer um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, dispo- nível no canal Energia e Meio Ambiente, no Youtube, que trata sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. , dispo- nível no canal Energia e Meio Ambiente, no Youtube, que trata sobre o Plano de Como fazer um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, dispo- nível no canal Energia e Meio Ambiente, no Youtube, que trata sobre o Plano de Como fazer um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos nível no canal Energia e Meio Ambiente, no Youtube, que trata sobre o Plano de Proposta de Atividade Agora é a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um Plano de Gerenciamento de resíduos de uma empresa fi ctícia, citando os pontos necessários para apresentar à Vigilância Sanitária e ao órgão ambiental. Para realizar essa atividade, con- sidere as leituras básicas e complementares realizadas. Recapitulando Neste capítulo, você estudou sobre o gerenciamento de resíduos e sua importância em uma organização. O gerenciamento é composto por uma série de medidas a fi m de proteger o tra- balhador, o meio ambiente e a saúde pública. Medidas de higiene, limpeza, preservação e conscientização são fundamentais para ações 117PAC EM FARMÁCIA V em biossegurança. Algumas medidas simples, como pisos com rodapés e cantos de mesas arredondados, evi- tam esconderijos de microrganismos ou helmintos, facilitando a limpeza e o controle de infec- ções hospitalares. O gerenciamento é regulamentado por diversos órgãos competentes, gerando instruções para todo o manejo dos resíduos através da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Mesmo com todos os regulamentos, ainda vemos descaso acerca da proteção ambiental devido ao paradigma das pessoas. A educação ambiental é a chave para o sucesso dos progra- mas ambientais dentro e fora das organizações. Precisamos ter consciência das riquezas que temos e consumi-las de forma sustentável. Muitas instituições e ONG’s buscam a conscientização e a proteção do ecossistema. Algu- mas auxiliam na padronização internacional, como ONU (Organização das Nações Unidas), WHO (Organização Mundial da Saúde) e ISO (Organização Internacional de Normalização), e poderiam, inclusive de forma universal, padronizar as cores para a segregação de recicláveis. A Biossegurança, nesse contexto dos RSS, está atuante em todos os momentos e é a ciência fundamental para a saúde das pessoas e da natureza. 118PAC EM FARMÁCIA V Referências bibliográficas ABNT. NBR 10.004 - Resíduos sólidos – Classificação. 2004. ABNT. NBR 12808 - Resíduos de serviços de saúde — Classificação, elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Resíduos de Serviços de Saúde (ABNT/CEE-129). 2016. ABNT. NBR 7500:2017 - Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. ABNT. NBR 13.230:2008 - Embalagens e acondicionamento plásticos recicláveis - Identificação e simbologia 17/11/2008. ABNT NBR 13.853:2008 - Recipientes para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cor- tantes - Requisitos e métodos de ensaio - Parte 1: Recipientes descartáveis. BARSANO, P. R.; GONÇALVES, E.; BARBOSA, R. P.; SOARES, S. P. da S. Biossegurança: ações fundamentais para promoção da saúde. São Paulo: Érica, 2014. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerencia- mento de resíduos de serviços de saúde/Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. CARDOSO, T. A. O.; VITAL, N. C.; NAVARRO, M. B. M. A. 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