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Trabalho sobre o Córrego

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
DISCIPLINA: QUALIDADE DA ÁGUA I
PROFESSOR: WILLIAM GERSON MATIAS
ANÁLISE DE QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DA UFSC
Ana Clara Costa das Neves
Bruno Eduardo dos Santos Silva
Júlia Soares Pereira
Lucas Mauro Luz
Luísa Puschnick Gomes
Florianópolis, 01 de julho de 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
DISCIPLINA: QUALIDADE DA ÁGUA I
PROFESSOR: WILLIAM GERSON MATIAS
ANÁLISE DE QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO DA UFSC
Trabalho realizado pelos alunos do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC para a disciplina de Qualidade da Água I, ministrada pelo professor Prof. Dr. William Gerson Matias.
Ana Clara Costa das Neves
Bruno Eduardo dos Santos Silva
Júlia Soares Pereira
Lucas Mauro Luz
Luísa Puschnick Gomes
Florianópolis, 01 de julho de 2012
	Sumário	
1.	INTRODUÇÃO	5
1.1	PROBLEMÁTICA	5
1.2	JUSTIFICATIVA	6
1.3	OBJETIVOS	7
1.3.1	Objetivo Geral	7
1.3.2	Objetivos Específicos	7
2.	BASE LEGISLATIVA	8
2.1	POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS	8
2.1.1	Fundamentos	8
 2.1.1.1 Água	8
 2.1.1.2 Bacia Hidrográfica	9
 2.1.2.3 Gestão de Recursos Hídricos	9
2.1.2	Objetivos	9
2.1.3	Diretrizes	9
2.1.4	Instrumentos	10
2.1.5	Gestão	10
3.	BACIA HIDROGRÁFICA DO ITACORUBI	12
3.1	HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO	12
3.1.1	Florianópolis	12
3.1.2	Região da Bacia	13
3.2	ASPECTOS FÍSICOS	15
3.2.1	Geologia	15
3.2.2	Geomorfologia	15
3.2.3	Vegetação	15
3.2.4	Clima	16
3.2.5	Águas	16
3.3	ASPECTOS ECONÔMICOS	17
3.4	ASPECTOS SOCIAIS	17
4.	PARÂMETROS	18
4.1	PH	18
4.2	ALCALINIDADE	18
4.3	ACIDEZ	19
4.4	CONDUTIVIDADE	19
4.5	TURBIDEZ	20
4.6	COR	20
4.7	COLIFORMES TOTAIS	20
4.8	COLIFORMES FECAIS	21
4.9	SÓLIDOS TOTAIS	21
4.10	SÓLIDOS VOLÁTEIS	21
4.11	SÓLIDOS TOTAIS FIXOS	21
4.12	CLORETOS	21
4.13	DUREZA	22
4.14	FERRO	22
5.	METODOLOGIA	23
5.1	RECURSOS	23
5.2	PONTOS ANALISADOS	24
5.3	MÉTODOS	27
6.	RESULTADOS E ANÁLISE	33
6.1	PH	33
6.2	ALCALINIDADE	34
6.3	ACIDEZ	34
6.4	CONDUTIVIDADE	34
6.5	TURBIDEZ	35
6.6	COR	35
6.7	COLIFORMES TOTAIS	35
6.8	COLIFORMES FECAIS	36
6.9	SÓLIDOS	36
6.10	CLORETOS	37
6.11	DUREZA	37
6.12	FERRO	37
7. CONCLUSÃO	39
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	40
1. INTRODUÇÃO
	Em tempos de Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável - gerados principalmente pelo processo RIO+20 - exaltam-se discussões a respeito da governança de bens comuns, como a água; e de que forma a sociedade civil geral insere-se, por exemplo, no papel de cobrança daqueles que detêm o poderio técnico de monitoramento deste recurso natural. A análise de qualidade da água, bem como o estudo de problemáticas e a proposição de soluções tornam-se funções ainda mais importantes, e com estes a atuação do Engenheiro Sanitarista e Ambiental.
	A contaminação e poluição dos afluentes conhecidos como “córregos” têm se tornado cada vez mais frequentes, devido à pressão que estes corpos d’água de pequeno porte sofrem da população regional em que se inserem, além do acesso facilitado à sua área. Apesar deste caráter “regional”, poluir ou contaminar estas áreas significa afetar várias outras localidades, principalmente quando se reflete sobre o conceito de Bacia Hidrográfica. Muitos fatores podem contribuir para que isto ocorra, diretamente ou indiretamente, como uma simples má disposição de resíduos ou até mesmo materiais carregados pela chuva.
	Analisar a qualidade da água de um córrego significa analisar a atuação de construções, pessoas, iniciativas e políticas públicas. Pode-se identificar, através de parâmetros, se este corpo d’água esta sendo realmente aproveitado e como está se dando este aproveitamento. As análises e o estudo são todos sustentados por leis e resoluções que devem trabalhar em sintonia, para que se possa então realizar uma gestão de recursos responsável e em prol da preservação da vida.
	
1.1 PROBLEMÁTICA
Como exemplos de corpos d’água afetados pela pressão urbana pode-se citar a bacia hidrográfica do Itacorubi, da qual o Córrego da Universidade Federal de Santa Catarina faz parte: está situada na parte central da Ilha de Santa Catarina, uma área densamente povoada e com algumas áreas de ocupação inapropriada. 
Figura: Córrego - UFSC
Fonte: Ex - Coordenadoria de Gestão Ambiental
Esta grande urbanização tem causado uma série de problemas ao córrego e seu entorno, dos quais podemos citar o empobrecimento do solo devido à falta de vegetação, que também causa erosão; ausência de mata ciliar que margeia o córrego, ocasionando possível assoreamento; pavimentação tanto do entorno quanto do próprio canal, que já ocasionou cheia imediata; má disposição de resíduos, que são descartados de qualquer maneira no próprio córrego ou próximos; sendo que todos estes fatores acabam influenciando na qualidade da água. O desafio de descobrir o quanto esta urbanização realmente está afetando a qualidade da água cabe às análises de amostras, que poderão ser coletadas ao longo do curso do Córrego, para entendermos como os problemas citados estão se desenvolvendo ao longo do curso de água.
De acordo com os interesses deste trabalho, foram escolhidos pontos estratégicos: um deles perto do Pátio de Compostagem do CCB, pois há registro de material orgânico em excesso. Outro fator que influencia na qualidade da água é a chuva, que aliada à pouca cobertura vegetal propicia o carregamento de material e alteração dos parâmetros de qualidade de água no Córrego. 
1.2 JUSTIFICATIVA
Florianópolis é uma cidade que vem sofrendo cada vez mais com o crescimento urbano não planejado, visto que a cidade é um forte pólo de TI, e que é uma das tendências de mercado atuais, além de possuir a universidade federal, que cada vez mais abre vagas para acadêmicos; além de tudo temos as demandas do verão, que tendenciam o aumento expressivo de número de residentes na ilha.
 Figura: Praia de Jurerê pós Reveillon
Fonte: http://www.mafiadolixo.com
O projeto justifica-se pela necessidade de monitoramento dos impactos da demanda da cidade e problemática local – já exposta anteriormente – através da análise da qualidade da água, abordando os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos. Pessoalmente, para o grupo, visa-se também adquirir conhecimento adcional para diálogo em movimentos participativos propostos dentro da própria universidade, como o Plano Diretor da UFSC. 
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 OBJETIVO GERAL
	
Analisar todos os parâmetros da qualidade da água do córrego localizado no campus da UFSC em Florianópolis.
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
•	Analisar, através de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, as mudanças na qualidade da água ao longo do curso do córrego;
•	Analisar a influência da água da chuva em um determinado ponto;
•	Analisar a área próxima ao pátio de compostagem, localizado no Centro de Ciências Biológicas.
•	Relacionar e comparar as análises de cada um desses objetivos específicos anteriormente citados.
2. BASE LEGISLATIVA
	Para o presente trabalho serão consideradas resoluções do CONAMA, indicando seu uso e comparação. Um exemplo será o uso da RESOLUÇÃO No 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005, para a classificação de nosso corpo d’água em ESPECIAL, bem como para uso das condições e valores máximos dos parâmetros a serem analisados. Também servirá como referência a portaria 518 do Ministério da Saúde, tomando os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
	Malgrado as resoluções forneçam referências de controle de qualidade das águas, é preciso justificar o porquê de nos preocuparmos em realizar tal feito; para isso, utilizaremos como eixo temático a Política Nacional de Recursos Hídricos, definida pela Lei Federal 9.433/97, também conhecida como Lei das Águas. É importante fazer tal construção de eixo para definirmos a atuação do Engenheiro Sanitarista e Ambiental em umcontexto da água como bem comum, de responsabilidade de todos.
2.1 POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS
	A Política Nacional dos Recursos Hídricos é considerada a “Lei Mãe” para lidar com as águas. Elas apresenta-nos conceitos, diretrizes, instrumentos e responsabilidades que serão assumidos através de políticas estaduais, resoluções e normas. 
2.1.1 Fundamentos
	Os fundamentos da lei constituem os conceitos que ela define.
2.1.1.1 Água
	De acordo com a PNRH, a água é um recurso de domínio público, limitado, dotado de valor econômico e que tem seu uso prioritário direcionado ao consumo humano e dessendentação de animais. Desta afirmação retira-se a importância dos parâmetros sanitário e de potabilidade pré-definidos por normas e portarias.
2.1.1.2 Bacia Hidrográfica
	A Bacia hidrográfica é o território que sofrerá implementação da PNRH e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Na Lei das Águas, serão direcionados responsáveis da sociedade civil por processos de governança que englobem este território.
2.1.1.3 Gestão de Recursos Hídricos
	A Gestão de Recursos Hídricos deve ser descentralizada e realizada de forma participativa. Posteriormente, a Lei nos traz a instituição de Comitês de Bacias, dentre outras entidades, que trarão essa gestão mais próxima da sociedade civil.
2.1.2 Objetivos
	Os objetivos da lei representam aquilo que deseja-se assegurar com sua implantação. Para tal, toma-se como referência o desejo de garantir às futuras gerações, bem como à atual, a disponibilidade do recurso ‘água”, em padrões de qualidade respectivos aos respectivos usos – que serão definidos, por exemplo, pela RESOLUÇÃO CONAMA No 357.
	Também é dada ênfase à utilização racional, à prevenção e vulnerabilidade à eventos hidrológicos de origem natural ou antropológica, ocasionados principalmente pelo uso inadequado de recursos naturais.
2.1.3 Diretrizes
	As diretrizes da lei representam as instruções dadas para que cada objetivo seja alcançado.
	O artigo 3º nos traz a importância de que a gestão da água seja realizada de forma não-fragmentada, associando aspectos qualitativos e quantitativos. Ela também relaciona a importância dessa gestão no cenário de setores empresariais (gestão ambiental empresarial).
	Além da relação águaxempresas, este artigo também envolve a qualidade da água com o solo. Essa relação pode facilmente ser observada pela análise do parâmetro dureza, por exemplo.
2.1.4 Instrumentos
	Os instrumentos de uma lei definem através de quê as diretrizes serão cumpridas, e posteriormente os objetivos atingidos.
	O artigo 5º nos traz a instituição dos planos de recursos hídricos, do enquadramento dos corpos de água em classes (que também podemos observar na RESOLUÇÃO CONAMA no 357), da outorga comum de direito de uso dos recursos hídricos, a atual cobrança por seu uso e da criação do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
	De acordo com a Seção II, o enquadramento de corpos de água em classe visa assegurar qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas e diminuir custos de combate à poluição.
	A outorga de direito do uso, de acordo com a Seção III, dá ao Poder Público direitos de captação, extração e aproveitamento de potencial hidrelétrico das águas. Muito discutida neste ponto, a Lei também traz o direito de lançamento de esgotos, tratados ou não, mas que posteriormente serão contemplados por resoluções e normas.
	A cobrança do uso da água justifica-se, através da Seção IV, pelo reconhecer deste recurso como “bem econômico”, pela valorização de sua racionalização e pela necessidade em obter recursos financeiros para o financiamento de programas e intervenções contemplados no PNRH.
2.1.5 Gestão
	Toda lei traz responsáveis gerais por utilizar e controlar, de forma correta, os instrumentos. No caso do PNRH, levanta-se a importância da criação de planos diretores que contemplem esta responsabilidade a longo prazo, e que realizem um diagnóstico da situação da água e posteriores soluções. Estes planos, chamados de Planos de Recursos Hídricos, serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País.
	Dá-se ao criado Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos o objetivo de reunir e divulgar dados quali-quantitativos das águas no Brasil; atualizar as informações sobre demandas hídricas; e fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos já citados.
	Ao Poder Público institui-se o dever de outorga, regulamentação e fiscalização dos usos deste recursos; bem como a promoção da integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.
	O Sistema Nacional de gerenciamento de Recursos Hídricos fica responsável por coordenar a gestão integrada das águas; planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação destes. (Art. 32)
	Os Comitês de Bacia, anteriormente citados, deverão acompanhar a execução dos Planos de Recursos Hídricos e sugerir novas providências; além de promover debates de qualquer questão relacionada ao uso das águas.
	Além do citado, a lei também define funções às agências da água, às secretarias executivas e às organizações civis de recursos hídricos legalmente constituídas.
	
3. BACIA HIDROGRÁFICA DO ITACORUBI
A bacia hidrográfica do rio Itacorubi está situada na região central da Ilha de Santa Catarina, entre as latitudes 27º34”07”S e 27º37”57’S e longitudes 48º 28”25’W e 48º33”00’W. Encontra-se a meio caminho entre o extremo norte e sul da ilha, e a nordeste e leste do centro do município de Florianópolis, despejando suas águas na Baía Norte (DUTRA, 1998). A bacia hidrográfica do rio Itacorubi possui uma área de, aproximadamente, 23 km² e abrangendo os bairros Santa Mônica, Córrego Grande, Parque São Jorge, Itacorubi e Trindade (FUZINATTO, 2009).
3.1 HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO
3.1.1 Florianópolis.
O processo de urbanização de Florianópolis foi intensificado no começo do século XX, segundo Veiga (1993), afirma que ao iniciar o novo século, a construção civil adquiriu novo ritmo, traduzido em ações como a construção do novo Mercado Público, a reforma do Palácio do Governo, a instalação do serviço de abastecimento de água e esgoto sanitário e a construção da usina hidroelétrica para o abastecimento da cidade. O Estado executava obras de grande repercussão como a construção da ponte Hercílio Luz (1926), que estreitou os laços entre a capital e as cidades do interior do estado. Porém na década de 1960 foi quando ocorreu o maior crescimento urbano de Florianópolis, sendo construída a Avenida Beira Mar Norte, BR 101 e a fundação da Universidade Federal de Santa Catarina, sendo os dois últimos considerados determinantes para o crescimento populacional. (PELUSO, 1991).
Com as transformações ocorridas no plano urbano, sobretudo a partir da década de 1960, Florianópolis passou a se expandir para além do triângulo central, em direção às áreas sitiadas atrás do morro da Cruz (Trindade, Itacorubi, Córrego Grande e Pantanal), às praias ao norte da Ilha, e também em direção à parte continental (VEIGA, 1993).
3.1.2 Região da Bacia
Figura: Mapa de Urbanização na Bacia Hidrográfica do Itacorubi.
Fonte: Régis Filho (2008)
O processo de urbanização da bacia teve grande influencia com a fundação da Universidade Federal de Santa Catarina, que inicialmente estava instalada no centro da cidade e somente na década de 1990 que se consolidou no campus da trindade (UFSC, 1998). Nas décadas de 70 e 80 também houve instalação de varias empresas e instituições das quais se destaca Centrais Elétricas do Sul do Brasil (Eletrosul), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Centrais Elétricas de Santa Catarina S. A. (Celesc), Telecomunicações de Santa Catarina (Telesc), Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) etc. 
Com a vinda dessas instituições para a bacia, houve um crescimento no numero de habitantes, principalmente pelo fato de morar próximo ao trabalho. Além disso, muitos centros comerciais de pequeno e grande porte viram nisso, um atrativo,pois o aumento no número de pessoas demandou um crescimento na disponibilidade e variedade de prestação de serviços. 
O crescimento comercial e de prestação de serviços compreendeu as principais vias dos bairros da bacia. A demanda por esses serviços motivou muitas pessoas, inclusive a iniciativa privada, a pedirem leis de zoneamento de suas áreas, permitindo que comércios pudessem ser instalados (FAGUNDES, 2007). As leis de zoneamento em Florianópolis são regulamentadas pelo plano diretor vigente na cidade, atualmente Plano Diretor, é regulamentado pela Lei Complementar 001/97, utiliza o zoneamento como ferramenta de materialização (FAGUNDES, 2007).
De acordo com a Lei do Parcelamento do Solo – Lei 6766/79 Art. 3º, no Código Florestal – Lei 4771/65 – Art. 10º e no Código Florestal – Lei 4771/65 – Art.2º. A Lei do Parcelamento do Solo define que em terrenos com declividade superior a 30% (16º40’) não é permitido o uso do solo. A Lei nº 7803/89 – Art. 2º também proíbe a ocupação em áreas com altimetria superior a 100m(RÉGIS FILHO, 2008).
Figura : Mapa de ocupação irregular acima de 16º de inclinação
Fonte: Régis Filho (2008)
Figura : Mapa de ocupação em áreas de APP (Área de Preservação Permanente) de hidrografia (30 metros)
Fonte: Régis Filho (2008)
Figura : Mapa de ocupação irregular acima de 100 m
Fonte: Régis Filho (2008)
Segundo Régis Filho (2008), na Bacia Hidrográfica do Itacorubi ocorre uma pressão antrópica muito forte em áreas de risco ambiental como nas áreas próximas ao manguezal e áreas de encostas. Nas áreas próximas ao manguezal sabe-se que os resultados dos impactos gerados já ocorrem como a poluição do Rio Itacorubi que corta o manguezal e a própria expansão urbana que espreme o mangue limitando suas relações ecológicas. Na rede hidrográfica da microbacia do Rio Itacorubi encontram-se afluentes assoreados e poluídos que resulta de uma ocupação sem rede de esgotos, mas com fossas sépticas. 
Nas ocupações de encostas dos morros o perigo é iminente. Deslizamentos, escorregamentos e qualquer tensão que ocorra nessas áreas podem ocasionar inúmeros prejuízos ambientais e sociais já que o número de pessoas que habitam estas áreas tem aumentado de forma acelerada.
3.2 ASPECTOS FÍSICOS
3.2.1 Geologia
Geologicamente, a Ilha de Santa Catarina encontra-se constituída por duas formações, que são os terrenos cristalinos e os terrenos sedimentares de formação recente. Os terrenos cristalinos formam as partes mais elevadas da Ilha, destacando-se a cadeia central na direção norte/sul e os pontos rochosos que se sobressaem na periferia. Os terrenos sedimentares constituem as partes baixas, onde há a formação de dunas, restingas e manguezais (CARUSO, 1990).
3.2.2Geomorfologia
Segundo Dutra (1998), a bacia do Rio Itacorubi é constituída por duas unidades geomorfológicas: o complexo cristalino do e por depósitos sedimentares do quaternário. O sistema cristalino está representado principalmente por granitos e granodioritos, enquanto que a planície sedimentar está constituída por sedimentos argílicosóltico- arenosos típicos de mangues, areno-sílticosargilosos de baías e lagunas e colúvioalúvio- eluvionares indiferenciados. De acordo com a constituição do solo, este se torna ácido ou alcalino. Os solos desenvolvidos de rochas de origem básica (basalto, diabásio, gabro) geralmente possuem valores de pH mais altos do que aqueles formados de rochas ácidas (granito, riolito) (LOPES, 1989). Solos argilosos também possuem pH mais baixo, o que nos leva a concluir que o solo da bacia tende a ser mais ácido.
	
3.2.3 Vegetação
	A cobertura vegetal da Bacia do Itacorubi é formada predominantemente por vegetação secundária, que corresponde a uma área de 15 km², mas ainda existem remanescentes da floresta ombrófila densa encontrados em áreas mais elevadas na parte nordeste da bacia (DUTRA, 1998). A também a presença de vegetação litorânea, onde está incluída a vegetação de manguezais.
3.2.4 Clima 
O clima de Florianópolis é do tipo subtropical, classificado como mesotérmico úmido (Köeppen), sem estação seca definida e com verões quentes. As estações do ano são bem caracterizadas, verão e inverno bem definidos, sendo o outono e primavera de características semelhantes. As temperaturas sofrem influência marinha, com baixa amplitude térmica anual (8,8°C) e diária (4,2°C). A temperatura média anual é de 20°C, variando de um mínimo de 13°C a um máximo de 26°C. A chuva tem grande influencia na acidez ou alcalinidade do solo, em locais onde a pluviosidade é grande, solo costuma ser mais ácido, pois a ação da chuva acaba lixiviando bases presentes no solo. Sendo assim em ambientes mais áridos o solo tende a ser mais alcalino.
Figura: Temperatura e Índice Pluviométrico em Florianópolis (média anual)
Fonte: Acesso ao site http:// www.porsemprefloripa.com
3.2.5 Águas
Dentre os principais cursos de água da Bacia destacam-se o rio Córrego Grande com extensão aproximada de 8 km, este rio recebe o aporte de um córrego de, aproximadamente, 3 km de comprimento, conhecido como rio Itacorubi; e o rio do Sertão com extensão, aproximada, de 6 km. (FUZINATTO, 2009).
3.3 ASPECTOS ECONÔMICOS
Na área onde se localiza a bacia, estão importantes instituições públicas e privadas, dentre elas destaca-se: UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina); UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina); ELETROSUL (Centrais Elétricas S.A.) e CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina). (Pinto, 2007). A presença destas instituições fez com que o comercio na região crescesse. Hoje dentro da área da bacia encontra se vários bares, supermercados, restaurantes, shopping etc. Setor imobiliário da região também é muito forte, devido à procura elevada por moradia na região.
3.4 ASPECTOS SOCIAIS
	Sendo um dos principais (senão o principal) recurso natural, a água tem um valor inestimável. Sua importância vai se estenda a todos os setores da sociedade, é importante para o desenvolvimento econômico, manutenção dos ciclos biológicos, químicos e geologicos (indispensáveis para a vida), é ainda um bem social indispensável para a qualidade de vida da população. 
	A qualidade da água depende diretamente das condições das bacias hidrográficas, por isso é de extrema importância que seja feita a preservação das bacias, assim garantindo o abastecimento de agua para todos. 
	O Córrego do Meio, pertencente ao Rio do Sertão, analisado pelo grupo, reflete toda a má gestão de passivos ambientais da região do entorno da UFSC, bem como da própria Universidade. A presença de um córrego que apresente, além dos problemas usuais (mal cheiro, perigo de contaminação, transbordo) representa a falta de presença de uma política de responsabilidade com as leis de saneamento e resíduos sólidos.
4. PARÂMETROS
Parâmetro de qualidade da água são substâncias ou outros indicadores representativos da qualidade da água, segundo a Resolução do CONAMA 357. Os parâmetros fornecem as principais características físicas, químicas e biológicas. Neste trabalho, dos inúmeros existentes, os parâmetros selecionados para a análise da água do Córrego da Universidade Federal de Santa Catarina são aqueles que foram estudados ao longo do curso de Qualidade da Água I.
4.1 pH
Representa valores de concentrações de hidrônio em termos de logaritmos negativos, em soluções aquosas. A faixa varia entre 0 e 14, sendo considerada uma solução neutra um pH entre 6 e 8,5. A água pode ser considerada como ácida ou básica, porque produz H3O+, pode atuar como doadora de prótons ou receptora de elétrons. Com o pH até 4,5 a água tem apenas acidez e acima de 8,5 tem apenas alcalinidade. Mas na faixa compreendida entra 4,5 e 8,5 ela pode ter acidez carbônica e presença de sais bicarbonatos que indicam alcalinidade.
A medida do pH é um dos testes mais importantes para a caracterização físico-quimica da água e é utilizado praticamente em todas as fases do tratamento de efluentes ou da água para uso potável. (LAURENTI, 1997). É importante definir um valor de pH eficiente para o controle de agentesde coagulação, para a desinfecção (através da cloração das águas), para o controle da corrosão, no abrandamento (etapas de recarbonatação), e no processo biológico de tratamento e de oxidação de substâncias nas águas residuárias, domésticas e industriais. Porém, não tem implicação em termos de saúde pública.
Segundo Libânio (2008), as águas naturais da superfície apresentam pH variando de 6 a 8,5, intervalo adequado para a manutenção da vida aquática. Uma modificação na medida do pH pode ter origem natural ou antropogênica. Os fatores naturais são a dissolução de rochas, absorção de gases da atmosfera, oxidação da matéria orgânica e a fotossíntese. E os fatores antropogênicos são representados por despejos domésticos e despejos industriais (VON SPERLING, 2005).
4.2 ALCALINIDADE
Medida da capacidade das águas em neutralizar ácidos através da captação de prótons. Os principais constituintes da alcalinidade são os bicarbonatos, carbonatos e os hidróxidos, com menos frequência, os sais de borato, silicato, fosfato. 
A presença da alcalinidade nas águas se deve, principalmente, à dissolução de rochas, ou ao fato do CO2 reagir com minerais básicos do solo. A alcalinidade de origem antrópica é referente a despejos industriais. (VON SPERLING, 2005)
As águas alcalinas possuem pouco significado sanitário, porém é estabelecido valores padrões devido ao alto pH resultante do tratamento químico de certas águas. Águas alcalinas demais são desagradáveis para o paladar.
ACIDEZ
É a capacidade das águas de neutralizar bases e evitar grandes alterações no pH. Esta capacidade é devida a ácidos como H2CO3 e ácidos fortes. 
A acidez carbônica refere-se à alta concentração de CO2 nas águas naturais, isso ocorre quando as mesmas possuem pH maior do que 4,5 e é provocada pela absorção superficial da atmosfera e oxidação biológica da matéria orgânica. Já a acidez mineral, se torna presente quando o pH for inferior a 4,5 e é causada pelos ácidos minerais fortes oriundos de resíduos industriais ou da lixiviação do solo em áreas que contenham minérios, como minas abandonadas, vazadouros de mineração e borras de minérios.
O controle da acidez é utilizado para ajustar o pH em processos biológicos de tratamento de esgoto e evitar a corrosividade. Para a potabilidade da água, a acidez carbônica é importante para os processos de gaseificação e a acidez mineral é desagradável ao paladar.
CONDUTIVIDADE
Propriedade de um sistema aquoso, contendo íons, de transmitir corrente elétrica. Os fatores que afetam a condutividade são: a presença dos cátions e ânions e suas concentrações absolutas e relativas, a valência dos íons presentes na solução e a temperatura da mesma durante a medida (LAURENTI, 1997). 
Segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas, as substâncias dissolvidas que influenciam a condutividade podem ser encontradas naturalmente nos fluxos de água corrente ou ter origem antropogênica, provindo de descargas industriais, residenciais e comerciais de sais, além da excreção de animais no curso d’água.
É um parâmetro muito empregado no monitoramento da qualidade da água porque pode ser relacionada com o teor de sólidos dissolvidos e salinidade. Em laboratórios é utilizada como critério para verificação da pureza da água destilada.
TURBIDEZ
Característica de resistir a passagem de luz através de uma massa, gerando uma redução na transparência da água. É causada pela presença de matéria orgânica e inorgânica, em suspensão finamente diluída ou em estado coloidal; e de microrganismos. 
A turbidez é proveniente do desmatamento, através da erosão do solo, da ação biológica, das partículas de rocha, do despejo de esgotos domésticos e industriais.
A limpidez da água é importante não só para o consumo humano, seja para uso potável, agrícola ou industrial, mas também, para os organismos aquáticos, pois sem uma transparência ideal da água, a penetração da luz torna-se menor, dificultando a realização da fotossíntese (LAURENTI, 1997).
COR
A cor pode ser verdadeira ou aparente. A verdadeira se deve a extratos orgânicos animais ou vegetais e de substâncias coloidais ou dissolvidas, como íons metálicos. A aparente é devido à matéria em suspensão, geralmente, produzida pela drenagem exercida pelos rios, áreas de solos de argila. 
Os resíduos industriais e domésticos, que conferem cor as águas, geralmente são tóxicos, por isso o tratamento é indispensável. Além disso, a matéria sólida inorgânica e orgânica em suspensão, também pode estar contaminada biologicamente ou mesmo por algum outro agente químico tóxico.
COLIFORMES TOTAIS
Os coliformes totais são bactérias dos gêneros Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella, que vivem no solo, na água e em vegetais. O índice de coliformes totais é utilizado para avaliar as condições higiênicas (Delazari, 1998), sendo que altas contagens significam contaminação pós-processamento, limpezas e sanificações deficientes, tratamentos térmicos ineficientes ou multiplicação durante o processamento ou estocagem (MATIAS, 2011).
COLIFORMES FECAIS
Os coliformes podem fecais, não-fecais. Os fecais são um grupo de bactérias, Escherichia coli, originárias do trato intestinal humano e de outros animais de sangue quente. O índice de coliformes fecais empregado como indicador de contaminação fecal, ou seja, de condições higiênico-sanitárias deficientes levando-se em conta que a população deste grupo é constituída de uma alta população de E. coli (Pardi et al., 1995), pode indicar outros patógenos internos (Siqueira, 1995).
SÓLIDOS TOTAIS
Sólidos são um conjunto de substâncias orgânicas e inorgânicas dissolvidas e em suspensão. Águas com altos valores de sólidos totais podem ter sua utilidade comprometida por diversas formas. Eles indicam não somente a contaminação orgânica recente dos rios por efluentes domésticos ou industriais, mas também um excesso de matéria sólida levada aos rios por erosão, movimentação de terra na bacia e a perda de mata ciliar (FUZINATTO, 2009).
Sólidos totais são aqueles que permanecem após a secagem a 104ºC.
SÓLIDOS VOLÁTEIS
Sólidos totais voláteis: Diferença entre sólidos totais e fixos (matéria orgânica).
SÓLIDOS TOTAIS FIXOS
Sólidos totais fixos: Permanecem após serem expostos a 600ºC, durante uma hora (matéria mineral).
CLORETOS
Existentes em todas as águas naturais são provenientes da vaporização marítima, do esgoto doméstico e industrial, da intrusão das águas salinas, do desequilíbrio hidrostático, da dissolução de minerais e de águas utilizadas em irrigações. É um dos principais ânions das águas naturais e poluídas. Seu contato aumenta, com o aumento de sais minerais. 
Os cloretos não são prejudiciais à saúde humana, porém, as águas com alta concentração desses ânions conferem um sabor salgado. Além disso, águas contendo muito cloreto não são recomendadas à agricultura e podem obstruir as canalizações.
DUREZA
Característica da água em resistir à formação de espuma, devido à precipitação do sabão. Os sabões são uma mistura química simples de sais de sódio ou sais de potássio, com longas cadeias de ácidos graxos. A dureza da água é predominantemente causada pela presença de sais de Cálcio e Magnésio. Segundo Sperling (1996), a dureza pode ser classificada em dureza carbonato, que é associada aos íons HCO3- e CO32-, e dureza não carbonato, associada a outros íons, como Cl-, SO42-, NO3-. A dureza carbonato causa precipitação em temperaturas elevadas e é influenciada pelas características do solo onde a água se encontra. 
Águas brandas são encontradas em solos basálticos, areníferos e graníticos. Já águas duras procedem de solos calcários.
Os cátions que influenciam na medição da dureza podem ter origem natural ou antropogênica. Os naturais são provenientes da dissolução de minerais que contém cálcio e magnésio, como rochas calcárias. Aqueles de origem antrópica são provenientes de despejos industriais. (VON SPERLING, 2005)
FERRO
Em ambientes naturais o ferro está presente na forma insolúvel de óxido férrico (Fe+2) e carbono ferroso (Fe+3). A decomposição da matériaorgânica produz o CO2, solubilizando os compostos férricos. A sua presença é notável em águas marrons, pois sua coloração se deve à oxidação do ferro ferroso e formação do ferro férrico.
Os íons de ferro encontrado nas águas podem ter origem natural, provenientes da dissolução de compostos do solo, ou origem antropogênica, relacionados a despejos industriais. (VON SPERLING, 2005)
A presença em excesso do ferro nas águas favorece o desenvolvimento de ferrobactérias que obstruem canalizações por processos corrosivos.
5. METODOLOGIA
5.1 RECURSOS
Por questão de distância, os deslocamentos, feito da UFSC até os pontos de coletas, foram realizados por carro. Nos pontos, as coletas foram feitas em garrafas PET com capacidade de 2 L de cor verde, para diminuir a entrada de luz e assim, não interferir nos resultados das analises. As garrafas foram devidamente higienizadas com água destilada antes da coleta.
Figura: Deslocamento à Nascente
Fonte: Dos Autores
As amostras foram tomadas de modo que as garrafas ficaram completamente cheias, procurando sempre que possível coleta-las a pelo menos 2 centímetros da margem, e na região intermediaria da profundidade, a boca do coletor foi colocada na mesma direção da corrente, a fim de não contaminar a água por intemperismos, e assim garantir que ela seja representativa. Os frascos de coleta permaneceram abertos apenas o tempo necessário para o seu preenchimento e foram mantidos ao abrigo do sol. Os alunos utilizaram luvas e botas de borracha, como material de EPI com vista à proteção da amostra e do próprio estudante.
A data e a hora foram anotados no instante de cada coleta. Juntamente com a amostragem foram observadas quaisquer atividades não comuns, percebidas nas proximidades dos pontos de coleta, que possam vir a interferir na qualidade da água do córrego.
Logo após a coleta, as garrafas foram encaminhadas para o Laboratório Integrado de Meio Ambiente (LIMA), onde foi imediatamente realizado as analises de Coliformes Totais e Fecais, e logo depois resfriadas em geledeira comum, para que não houvesse alteração nos resultados, já que o restante das analises foram realizadas alguns dias depois. Para a realização dos ensaios, foram utilizados equipamentos disponibilizados pelos membros da equipe do LIMA, e assim, realizar as análises dos parâmetros previamente escolhidos.
Em virtude das amostras serem pontuais, número reduzido de coletas em curto período de tempo, entendemos que a confiabilidade dos dados será subjetiva, entretanto acreditamos que isto não interferirá no objetivo principal do trabalho: dispormos de dados físico-químicos para traçar um perfil que possa servir de comparativo com outras realidades no mundo.
Figura: Coleta na Nascente
Fonte: Dos Autores
	Vale a pena ressaltar que em nenhum dia de coleta houve chuva.
5.2 PONTOS ANALISADOS
As amostras foram coletadas no Córrego do Meio, do rio do Sertão, em diferentes pontos em torno de sua localização, sendo eles:
Ponto 1 – Nascente: localizada nos arredores do bairro Pantanal.
Figura : Nascente
Fonte: Dos Autores
Ponto 2 - Área externa entre o INE e o estacionamento da FAPEU (ponte).
Figura: Coleta Córrego FAPEU/INE
Fonte: Dos Autores
Ponto 3 - Área externa do CCS
Figura: Coleta Córrego CCS – Saída da UFSC
Fonte: Dos Autores
Os pontos foram escolhidos para que se englobem as seguintes problemáticas: mudanças na qualidade da água ao longo do curso do Córrego e pontos de influência de atividades antrópicas.
A trajetória dos pontos, começando pela nascente, passando pela UFSC (ponto 2) e logo após o termino da UFSC (ponto3), foi escolhida para que com os resultados laboratoriais possamos analisar como as ações antrópicas influenciam na qualidade dessa água, principalmente se tratando de despejo de efluentes da Universidade e dos bairros residenciais ao redor, com destaque ao bairro Pantanal, no qual o Córrego esta inserido, colocando em discussão o descaso das autoridades com o correto direcionamento dos esgotos, e dos próprios morados e estudantes que acabam depositando lixo diretamente nos córregos.
Abaixo, uma tabela representativa do cronograma de coleta, análise e entrega dos resultados:
	 
	Cronograma de Trabalho ( Maio – Junho – Julho)
	
	Semanas
	
	11
	22
	33
	44
	56
	67
	78
	99
	110
	Pesquisa de Insumos
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
	Elaboração e Entrega de Projeto do Trabalho
	 
	 
	 
	 
	
	 
	 
	
	
	Coleta
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
	Análises
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
	Entrega do Trabalho
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
	Apresentação em Sala
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	
	
Obs.: no cronograma inicial as análises estavam programadas para serem realizadas em apenas uma semana, porem por problemas laboratoriais a coleta e algumas analises tiveram que ser realizadas novamente.
5.2 MÉTODOS
Explicação das metodologias e materiais utilizados para cada analise.
 pH – pH-metro:
O equipamento necessário para a medição de pH é o pHmetro, consiste de um eletrodo de referência, um eletrodo indicador e um pHmetro, um dispositivo eletrônico de baixa impedância para medir o potencial entre os eletrodos. Esse aparelho permite converter o valor de potencial do eletrodo em unidades de pH. Ao ser submerso na amostra, o eletrodo gera milivolts que são convertidos para uma escala de pH.
Os precidimentos são: ligar o aparelho, lavar a célula com água destilada e coloca-lo na solução da amostra.
Para o funcionamento ideal do pHmetro é necessária a calibração do aparelho com as soluções tampões, indicadas pelo fabricante, dentro da faixa desejada (7-4 ou 7-10). Sempre começando com a solução de pH 7. Isso deve ser feito diariamente ou sempre antes da utilização do aparelho.
 Cor – Espectrofotometria:
Serão medidas a cor aparente e cor verdadeira das amostras. Segundo material elaborado para as aulas da disciplina de qualidade da água I, o procedimento consiste em: foi coletado 200 ml de amostra, ajustando seu pH para 7,6 se necessário; para se realizar a leitura da cor verdadeira a amostra foi filtrada; selecionou-se a curva de cor HACH PROGRAM 1670, Color 455nm; o aparelho foi zerado com uma amostra de água destilada e; então feitas as amostras em estudo.
Condutividade – Condutivímetro:
Ligar o condutivímetro meia hora antes do procedimento. Primeiramente lavar as células com água destilada, e o aparelho; depois lavar as células com a amostra e em seguida mergulha-las em um Becker com a solução que se desejava analisar, e enfim efetuar a leitura do aparelho. Se o aparelho não conseguir realizar a medida, deve-se trocar a escala, para uma melhor leitura.
 Turbidez – Néfelometria:
Primeiro calibra-se o Turbidímetro com a solução tampão que acompanha o aparelho, colocar a amostra no Becker apropriado, e este no orifício de medida do aparelho. Realizar a leitura de acordo com a escala mais apropriada.
 Acidez – Titulometria:
O método utilizado para determinar a acidez da água de cada ponto do córrego foi o titulométrico. Como titulante, foi utilizado o NaOH 0,02N. Foram colocados 50 mL de amostra num erlenmeyer de 125 mL. Não foi necessário desclorar. Colocou-se 3 gotas de fenolftaleína e titulou-se a amostra com NaOH 0,02N até o ponto de viragem quando atingiu a cor rosa-choque. Foi feito isso para cada amostra coletada.
Para o cálculo da acidez utilizou-se a seguinte fórmula:
N base: Normalidade do Hidróxido de Sódio (0,02N)
 Alcalinidade – Titulometria:
Para determinar a alcalinidade foi utilizado o método titulométrico da alcalinidade à fenolftaleína. Foram colocados 50 mL de amostra num erlenmeyer, medidos com proveta graduada. Não foi necessário desclorar. Adicionou-se 3 gotas de fenolftaleína e titulou-se a amostra com ácido sulfúrico 0,02N. O ponto de viragem foi observado quando a amostra passou de rosa-choque para incolor. Foi feito isso para cada amostra coletada.
Para o cálculo da alcalinidade à fenolftaleína utilizou-se a seguinte fórmula:
N ácido: Normalidade do Ácido Sulfúrico (0,02N)
 Coliformes - Colilert
Para essa analise não foi necessário a realização dediluição. Pipetou-se 100 ml da amostra e adicionou uma ampola com meio de cultura, depois que todo produto estava dissolvido, a amostra foi colocada na cartela específica.
Encaixou-se a cartel no suporte de borracha, e o conjunto foi colocado na entrada da seladora com a parte plastic voltada para baixo.
Depois de selada a cartel foi colocada em estufa a 35º C por 24 horas.
Para a leitura os coliformes totais contou-se o numero de quadrículas amarelas grandes e pequenas, e a pra a leitura dos coliformes fecais, conta-se os quadrículos que ficaram fluorecentes quando incidido luz UV. Com o auxilio da tabela de números mais prováveis (NMP) cruze os valores, e encontre os resultados.
 Sólidos:
Antes de começar as analises lava-se o cadinho e o coloca em uma mufla a 550º C por 15 min, em seguida introduzi-lo em um dessecador e pesá-lo (P1). Dosar 100 ml da amostra e colocá-la no cadinho, deixando em banho maria até secar completamente. Leva-se o cadinho para a estufa, onde fica por mais uma hora com temperatura entre 103 e 105º C, e depois de esfiar o cadinho em dessecador, obtem o P2. Coloca-se então na mufla a uma temperatura de 550C, os sólidos restantes são os chamados voláteis totais, P3.
Os sólidos totais serão obtidos através da fórmula:
Os sólidos volateis totais são calculados atraves da formula:
Com esses valores calcula-se os sólidos totais fixos:
Para se obter o sólidos sedimentais coloca-se aproximadamente 1 L da amostra no cone Inhoff, deixa-se em repouso por 1 hora. Faz-se a leitura na escala do cone, em seguida.
 Cloretos – Método de Mohr:
O método para determinação baseia-se na precipitação fracionada, que explora a diferença dos produtos de solubilidade entre os reagentes envolvidos na reação. Segundo este método, o haleto é titulado com solução padrão de nitrato de prata em presença de cromato de potássio como indicador. Cor e turbidez podem afetar na determinação, para evitar é usado hidróxido de alumínio para remover a cor e turbidez.
	São colocados 100 ml da amostra em um erlemmeyer de 250 ml, depois se adiciona o indicador e começa a titulação com Nitrato de Prata. Uma amostra contendo cloretos faz com que o indicador fique amarelo, assim sendo é feita a titulação até a cor da solução ficar levemente avermelhada. Isto acontece quando toda a prata está precipitada junto com o Cromato. Também é feito o mesmo procedimento com uma amostra em branco (com agua destilada) para que seja eliminado um erro de 0.8% no valor dos cloretos. Feita toda a titulação o calculo é feito com a seguinte formula. 
 (A - B) x N x 35,45 x 103
Cloretos (mg Cl/L) = 		Vamostra(mL)
 Dureza – Titulometria:
O procedimento consiste em coletar 50 ml da amostra, tomando o cuidado para que o pH se encontre na faixa entre 7e 10. Junte 3 gotas de solução tampão e agite, adicione então 1 porção do indicador Preto de eriocromo T e agite. Titular com a solução EDTA, a amostra mudará de de cor vinho para azul.
O cálculo da dureza é realizado pela seguinte formula: 
 Ferro Total – Espectrofotometria:
Para a determinação do ferro total foi utilizado o método da 1,10-fenantrolina. Como este método é específico para medir Fe+2, foi utilizado solução de hidroxilamina para reduzir o Fe+3. 
Em um erlenmeyer colocou-se 50 mL da amostra, pérolas de vidro, 2 mL de ácido clorídrico concentrado, 1 mL de solução de hidroxilamina e foi levado para uma chapa de aquecimento elétrico para evaporar até sobrar apenas 10 mL. Feito isso, transferiu-se o volume restante para uma proveta de 50 mL e lavou-se as pérolas três vezes com água destilada. Acrescentou-se 10 mL de solução tampão acetato de amônio e 2 mL de orto-fenantrolina. Foi colocado água destilada até completar os 50 mL, homogeneizado e tampado. Após 10 minutos em repouso, foi feita a leitura no espectrofotômetro e comparado com o branco (água destilada). Foi feito isso com cada uma das amostras coletadas. 
6. RESULTADOS E ANÁLISE
	Os resultados das análises, obtidos em laboratório, podem ser visualizados na figura a seguir.
Figura: Tabela de Resultados Encontrados nas Análises do Trabalho
Fonte: Dos Autores
Analisando cada resultado, e comparando-o com os parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 e com a Portaria 518/04 do Ministério da Saúde, temos:
6.1 pH
	Dentre os três pontos do córrego de onde foram coletadas amostras de água para análise, não houve grande variação de pH. Os três valores encontrados estão dentro do limite estabelecido pelo CONAMA 357/05 para água doce da classe I e dentro do padrão de potabilidade previsto na Portaria MS-518/04. São valores considerados bons, pois são vistos como neutros dentro da classificação de pH.
	O valor mais baixo (6,77) foi da amostra coletada na nascente, o que já era esperado considerando o local onde ela se encontra. Diferente dos outros dois pontos, a nascente está localizada em meio à mata atlântica com menor ocupação humana, o que implica na alta demanda de fotossíntese além da absorção de gases da atmosfera que são causas da alta concentração de íons hidrogênio. Isso explica o baixo pH encontrado nesta amostra.	
6.2 ALCALINIDADE
	Conforme os valores de pH dos três pontos analisados, a alcalinidade encontrada na água do córrego é devida a presença de bicarbonatos. O fato de a alcalinidade aumentar bruscamente da nascente até o CCS pode ser explicado através do aumento da ocupação humana, o que gera despejos de variadas origens ao longo do córrego.
	Não existe parâmetro do CONAMA nem do Ministério da Saúde para alcalinidade. Ela tem pouco significado do ponto de vista sanitário.
6.3 ACIDEZ
	Devido aos valores do pH dos pontos analisados estarem acima de 4,5, a acidez da água do córrego é classificada como acidez carbônica. O gás carbônico é um componente normal das águas naturais e neste caso sua presença se deve à oxidação e decomposição biológica da matéria orgânica, principalmente no ponto do CCS onde há maior índice de poluição. Por isso os valores de acidez aumentam da nascente até o CCS.
	Não existe parâmetro do CONAMA nem do Ministério da Saúde para acidez. Ela não causa problema do ponto de vista sanitário, mas pode causar corrosividade.
6.4 CONDUTIVIDADE
	Analisando os valores de condutividade obtidos percebe-se uma grande diferença entre a condutividade da nascente e dos outros dois pontos estudados. Isso se dá por causa do perfil residencial de cada ponto, considerando que na nascente praticamente não há despejos devido ao local onde ela se encontra. Já nos pontos INE/FAPEU e CCS há maior índice de dejetos lançados, visto que há grande movimentação de pessoas além do que no ponto do CCS se encontra o estacionamento do HU. Isso implica numa maior concentração de íons que possibilita a condução de corrente elétrica. A condutividade pode ser relacionada com o teor de sólidos dissolvidos, o que explica o fato da cor também aumentar da nascente para o CCS. Não existe parâmetro do CONAMA nem do Ministério da Saúde para condutividade.
6.5 TURBIDEZ
	Observa-se que a Turbidez teve um aumento crescente, bem rápido. Na nascente o valor encontrado foi bem pequeno (0,245NTU) o que explica-se pela baixa ação antrópica no local e pela água corrente; o valor encontrado certamente é devido ao aporte de matéria orgânica de origem natural. O ponto INE/FAPEU apresentou turbidez mais considerável, provavelmente devido à proveniência de despejos domésticos. O ponto do CCS, assim como o INE/FAPEU, também tem problemas relacionados ao despejo de resíduos domésticos, mas isso alia-se à erosão que pode ser observada no local. Também é facilmente observado um processo de eutrofização. Os valores de todos os pontos analisados estão dentro dos padrões do CONAMA (40 NTU), porém apenas a nascente está dentro dos padrões do Ministério da Saúde (5NTU). 
6.6 COR
	A Cor apresentou um resultado também crescente da nascente à saída da UFSC. O que se justifica pelo aumento de matéria orgânica dissolvida no decorrer do espaço urbanizado, novamente pelodespejo de esgoto doméstico. O último ponto, além disso, também tem o acúmulo de matéria orgânica proveniente de ordem natural.
	Todos os valores estão acima dos padrões estabelecidos pelo CONAMA e MS.
6.7 COLIFORMES TOTAIS
	A amostra retirada na nascente obteve um valor de 178.2 NMP para coliformes totais. A presença de coliformes mostra a má qualidade higiênica do local, mesmo sendo uma nascente hoje em dia é muito difícil encontrar locais sem a ação antrópica, como em coliformes totais também estão inclusos os fecais o valor encontrado pode ser proveniente de fezes de animais do próprio meio ambiente, esta hipótese pode ser a razão mais provável de ter se encontrado coliformes totais, visto que o valor de coliformes totais e fecais ficou muito próximo para amostra na nascente. Para os outros dois pontos (INE/FAPEU e CCS) de coletas o valor encontrado foi > 2419.2 NMP, o que mostra o elevado grau de contaminação do córrego da UFSC. Este valor altíssimo se deve principalmente ao despejo de esgotos domésticos no córrego. No que diz respeito à legislação, o córrego é classificado como classe especial (Resolução CONAMA 357/05), para coliformes totais não existe um valor de limite máximo permitido na resolução CONAMA. Já para o padrão de potabilidade o valor de coliformes totais tem que estar ausente (portaria MS-518/04) para que a agua possa ser consumida, logo nenhuma das amostras está apta para consumo humano.
6.8 COLIFORMES FECAIS
O valor encontrado para coliformes fecais na nascente foi de 139.6 NMP, esta quantidade encontrada de coliformes fecais pode ser explicada pela presença de animais em torno do córrego, que podem eventualmente defecar nas proximidades do mesmo. Nos outros dois pontos o valor encontrado foi de >2419.2 NMP, mostrando mais uma vez que o córrego recebe uma quantidade muito grande de esgotos domésticos. De acordo com a resolução CONAMA para agua de classe especial o valor máximo permitido para coliformes fecais é de 200 UFC/100 ml. Para agua destinada ao consumo humano o valor de coliforme fecal deve estar ausente. Logo de acordo com o padrão CONAMA somente a nascente está dentro do padrão e as três amostras não estão dentro do padrão de potabilidade.
6.9 SÓLIDOS 
O menor valor encontrado de sólidos totais foi na nascente (129 mg/L), enquanto o maior valor encontrado é o da água na área externa entre o INE e o estacionamento da FAPEU (273 mg/L). O resultado da área do CCS é de 267 mg/L. 
Para os sólidos totais fixos, novamente o maior valor ficou com a área entre o INE/ FAPEU (256 mg/L), e os menor valor com a nascente (83 mg/L). Porem para os sólidos voláteis totais, o menor valor encontrado foi para o a área entre o INE/ FAPEU (17mg/L) e os maiores valores para a área do CCS (47 mg/L) e para a nascente (46 mg/L).
A área entre o INE e o estacionamento da FAPEU possui muitos sólidos fixos, ou seja, matéria mineral, e poucos voláteis devido à maior pressão recebida, à grande quantidade de pessoas que passam diariamente por ali, aos lançamentos residenciais e por encontrar-se ao lado do ponto de armazenamento de lixo do CTC. 
Já a nascente e o CCS encontraram valores bem aproximados de sólidos voláteis, ou seja, matéria orgânica, porém por motivos diferentes: no primeiro é causado pela cobertura verde em seu entorno e no segundo provavelmente causado por despejos de efluentes
Conforme as exigências do CONAMA os três pontos estão de acordo, possuindo assim valores menores que 500 mg/L. E também encontram-se dentro dos padrões de potabilidade da Portaria MS-518/04 com valores menores que 1000 mg/L.
6.10 CLORETOS
Os valores de cloretos encontrados aumentaram ao longo do córrego, da nascente até o CCS. Notou-se valor consideravelmente menor na nascente devido à maior altitude do local e menor despejo sendo lançado naquela região. Nos pontos INE/FAPEU e CCS os valores são parecidos pelo fato de a altitude ser praticamente a mesma e o índice de poluição também. Tanto despejos domésticos quanto industriais aumentam a quantidade de cloretos na água.
	Todos os valores encontrados são considerados baixos e estão dentro do limite estabelecido pelo CONAMA e do padrão de potabilidade do Ministério da Saúde.
6.11 DUREZA
Os três pontos analisados encontraram valores baixos de dureza, podendo todos ser considerados pontos com água branda (menores que 75 mg CaCO3/L). Os resultados afirmam que as águas possuem baixa concentração de manganês e cálcio, os principais íons responsáveis pela dureza. Todos os valores estão de acordo com o padrão de potabilidade da Portaria MS-518/04. Não existe parâmetro do CONAMA para dureza.
6.12 FERRO
A presença de íons de ferro em águas naturais pode simbolizar ação antrópicas, porém também pode ser de origem natural. Em sua nascente o Córrego não apresenta concentração de ferro, mas com o decorrer de seu curso essa concentração aumenta a valores maiores que os indicado pelos padrões de potabilidade, no ponto entre o INE e o estacionamento da FAPEU, os valeres chegam a 1,2 mg de ferro por litro, 400 vezes maior que o padrão do CONAMA.
Quando o córrego sai dos intermédios da UFSC, no ponto próximo ao CCS, os valores caem novamente, para 1,15 mg de ferro/L, possivelmente essa diminuição é causada pelo junção de outros Córregos e riachos no leito principal.
As altas concentrações de ferro podem ter sido causadas pelo despejo de efluentes domésticos sem prévio tratamento, diretamente sobre o Córrego.
7. CONCLUSÃO
Sendo a água um recurso de extrema importância, a mesma foi separa da em classes de acordo com o a sua função. Sendo assim de acordo com o seu enquadramento, existem parâmetros que têm seus valores máximos permitidos. O córrego da UFSC é classificado sendo como classe especial (CONAMA 357/05), este tipo de água é destinada ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; a preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e, a preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção. A mesma resolução também quantifica os valores dos parâmetros para este tipo de água. 
Para que os parâmetros não tenham seus valores ultrapassados o saneamento básico é fundamental, tendo como principal repercussão a prevenção de doenças e inibir a proliferação de vetores. Os principais problemas de saneamento são causados pela contaminação da água, muitas vezes, pela desinformação da população e sua indiferença quanto ao tema. Com a degradação perde-se o potencial de utilização dos recursos naturais pelas comunidades, não garantindo sua própria sustentabilidade.
Analisando os resultados obtidos, podemos verificar que os parâmetros ferro, cor e coliformes ultrapassaram o limite estabelecido pela legislação nos pontos INE/FAPEU e CSC. Desses três, os parâmetros coliformes e cor ficaram muito acima do valor permitido, mostrando a intensa poluição causada pela ação humana. Sendo assim o córrego não esta cumprindo sua missão que é manter equilíbrio natural. No que diz respeito aos padrões de potabilidade (que é mais restritivo na maioria dos parâmetros) os parâmetros também ficaram acima do valor permitido. Os resultados encontrados na nascente ficaram em quase todos os parâmetros, abaixo dos valores nos pontos subsequentes, ficando apenas o parâmetro cor fora dos padrões para água doce de classe 1, porem a água da nascente pode ser considera uma água de boa qualidade(levando-se em conta os parâmetros analisados). Também podemos concluir que o principal agente poluidor do córrego é sem duvida a população que habita em volta do córrego.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- CASA CIVIL. LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997, Política Nacional dos Recursos Hídricos.
- DOS SANTOS, C. C. O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DA BACIA DO ITACORUBI: A INFLUÊNCIA DA UFSC. (Dissertação Pós-Graduação) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.
- DUTRA, S. J. A Bacia Hidrográfica do Córrego Grande, Ilha de Santa Catarina, Brasil. In: Soriano-. Sierra, E. J. & Sierra de Ledo (Eds). Ecologiae Gerenciamento do Manguezal de Itacorubi. NEMAR/CCB/UFSC. SDM/FEPEMA. Florianópolis, Brasil. p. 31-46, 1998.
- FAGUNDES, j.r. As mudanças de zoneamento urbano em FLORIANÓPOLIS: processos, atores e contradições. Florianopolis–sc. 2007. Universidade federal de santa catarina, florianópolis, 2007.
- FUZINATTO, Cristiane Funghetto. Avaliação da qualidade da água de rios localizados na Ilha de Santa Catarina utilizando parâmetros toxicológicos e o índice de qualidade de água. 2009. 243 págs. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental.
 - MATTIELLO, Ricardo. Análise da Problemática da Contaminação por Efluentes Domésticos dos Cursos de Água que Afluem ao Campus da UFSC. 2009. 60 págs. Trabalho de Conclusão de Curso. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental - UFSC, Florianópolis.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Nº 518, de 25 de Março de 2004.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução Nº 357, de 17 de Março de 2005.
- NAVISTA WEBSITES (Florianópolis) (Org.). Monitoramento da Qualidade da Água da Bacia Hidrográfica do Campus da UFSC. Disponível em: <http://labtox.navista.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=40&Itemid=36>. Acesso em: 28 maio 2011.
- Pinto, J. F.; Steffens, J. L.; Oliveira, F. H. Microbacia do Rio Itacorubi, Florianópolis – SC, visando o uso de Software SIG. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, XIII, 2007, Florianópolis. Anais... Florianópolis: 2007, INPE, p. 3011-3018. 
- RÉGIS FILHO, Daniel. Mapas Temáticos Interativos da Bacia Hidrográfica do Rio Itacorubi Florianópolis - SC. 2008. (Trabalho de Conclusão de Curso), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em:< http://www.geolab.faed.udesc.br/publicacoes/Daniel/DANIEL_REGIS_FILHO_TCC.pdf>. Acesso em 01 jul. 2012.
- UFSC. Plano Diretor Físico: Diagnóstico geral. Comissão do Plano Diretor Físico da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: UFSC, 1998.
- VEIGA, E. V. Florianópolis – memória urbana. Florianópolis: Editora da UFSC, 1993.
POR SEMPRE FLORIPA. Disponível em: <www.porsemprefloripa.com>. Acesso em: 01 jul.2012.
-VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. – 3 ed. – Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; 2005.

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