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Prévia do material em texto

Editora CRV
Curitiba – Brasil
2022
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Jonatas Brito de Alencar Neto
Wiliam César Alves Machado
Priscila de Castro Handem
Fernando Rocha Porto
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Silvia Tereza Carvalho de Araújo
Angela Maria Bittencourt Fernandes da Silva
(Organizadores)
DOR
O QUINTO SINAL VITAL 
DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO - EMOCIONAL - ESPIRITUAL: 
Rastreando Tecnologias de Alívio
Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Designers da Editora CRV
Ilustração de Capa: Gabryelly Barros de Carvalho Silva
Revisão: Os Autores
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
CATALOGAÇÃO NA FONTE
Bibliotecária responsável: Luzenira Alves dos Santos CRB9/1506
D693
Dor o quinto sinal vital do corpo tridimensional físico - emocional - espiritual: rastreando 
tecnologias de alívio / Nébia Maria Almeida de Figueiredo, Jonatas Brito de Alencar Neto, Wiliam 
César Alves Machado, Priscila de Castro Handem, Fernando Rocha Porto, Claudio Joaquim 
Borba-Pinheiro, Silvia Tereza Carvalho de Araújo, Angela Maria Bittencourt Fernandes da Silva 
(organizadores) – Curitiba: CRV, 2022.
274 p.
Bibliografia
ISBN Digital 978-65-251-3596-0
ISBN Físico 978-65-251-3599-1
DOI 10.24824/978652513599.1
1. Enfermagem 2. Ortopedia 3. Saúde Coletiva 4. Subjetividade I. Figueiredo, Nébia Maria 
Almeida de, org. II. Alencar Neto, Jonatas Brito de, org. III. Machado, Wiliam César Alves, org. 
IV. Handem, Priscila de Castro, org. V. Porto, Fernando Rocha, org. VI. Borba-Pinheiro, Claudio 
Joaquim, org. VII. Araújo, Silvia Tereza Carvalho de, org. VIII. Silva, Angela Maria Bittencourt 
Fernandes da, org. IX. Título X. Série
2022- 28651 CDD 616.0472
CDU 615.89
Índice para catálogo sistemático
1. Dor - 616.0472
2022
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 – E-mail: sac@editoracrv.com.br
Conheça os nossos lançamentos: www.editoracrv.com.br
ESTA OBRA TAMBÉM SE ENCONTRA DISPONÍVEL EM FORMATO DIGITAL.
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Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
Comitê Científico:
Adriana Bittencourt Campaner (FCMSCSP)
Anaflávia de Oliveira Freire (UNIFESP)
André Giacomelli Leal (PUC-PR)
Bernardino Geraldo Alves Souto (UFSCAR)
Daniel Alexandre Bottino (UERJ)
Jan Alessandro Socher (FURB)
Joaquim Antonio Cesar Mota (UFMG)
José Antonio Chehuen Neto (UFJF)
José Martins Filho (UNICAMP)
José Odair Ferrari (UNIR)
Leonardo Provetti Cunha (USP)
Luciano Resende Ferreira (UNIFAE)
Luiz Ferraz de Sampaio Neto (PUC-SP)
Maurício Paulo Angelo Mieli (USP)
Mauro Muszkat (UNIFESP)
Paulo Roberto Vasconcellos da Silva (FIOCRUZ)
Conselho Editorial:
Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB)
Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN)
Anselmo Alencar Colares (UFOPA)
Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ)
Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO – PT)
Carlos Federico Dominguez Avila (Unieuro)
Carmen Tereza Velanga (UNIR)
Celso Conti (UFSCar)
Cesar Gerónimo Tello (Univer .Nacional 
Três de Febrero – Argentina)
Eduardo Fernandes Barbosa (UFMG)
Elione Maria Nogueira Diogenes (UFAL)
Elizeu Clementino de Souza (UNEB)
Élsio José Corá (UFFS)
Fernando Antônio Gonçalves Alcoforado (IPB)
Francisco Carlos Duarte (PUC-PR)
Gloria Fariñas León (Universidade 
de La Havana – Cuba)
Guillermo Arias Beatón (Universidade 
de La Havana – Cuba)
Helmuth Krüger (UCP)
Jailson Alves dos Santos (UFRJ)
João Adalberto Campato Junior (UNESP)
Josania Portela (UFPI)
Leonel Severo Rocha (UNISINOS)
Lídia de Oliveira Xavier (UNIEURO)
Lourdes Helena da Silva (UFV)
Marcelo Paixão (UFRJ e UTexas – US)
Maria Cristina dos Santos Bezerra (UFSCar)
Maria de Lourdes Pinto de Almeida (UNOESC)
Maria Lília Imbiriba Sousa Colares (UFOPA)
Paulo Romualdo Hernandes (UNIFAL-MG)
Renato Francisco dos Santos Paula (UFG)
Rodrigo Pratte-Santos (UFES)
Sérgio Nunes de Jesus (IFRO)
Simone Rodrigues Pinto (UNB)
Solange Helena Ximenes-Rocha (UFOPA)
Sydione Santos (UEPG)
Tadeu Oliver Gonçalves (UFPA)
Tania Suely Azevedo Brasileiro (UFOPA)
APOIO
Os autores desse livro pertencem a esses núcleos de trabalho ou 
de pesquisa.
Núcleo de Pesquisa e Experimentação em Enfermagem Fundamental
Laboratório de Avaliação Econômica e de Tecnologias em Saúde
Laboratório de História do Cuidado e Imagem em Enfermagem
Clínica de Especialidades Ortopédicas
DOR
SUMÁRIO dos CAPÍTULOS
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ������������������������������������������������������������������������������������������15
PREFÁCIO �����������������������������������������������������������������������������������������������������19
José Alberto Zusman
CAPÍTULO I
A DOR COMO SENTIDO FÍSICO: aspectos gerais sobre ortopedia e o 
saber médico ���������������������������������������������������������������������������������������������������21
Jonatas Brito de Alencar Neto
CAPÍTULO II
O QUE A LITERATURA NOS REVELA SOBRE ARTROPLASTIA 
TOTAL DE JOELHO – RASTREANDO ATUALIDADES ����������������������������� 33
Larissa Lima Simões
Gisella de Carvalho Queluci
Katerine Moraes dos Santos
Priscila de Castro Handem
Óscar Manuel Ramos Ferreira
Fernando Porto
CAPÍTULO III
AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE NO CONTEXTO DO 
TRATAMENTO E ALÍVIO DA DOR ��������������������������������������������������������������� 47
Roberto Carlos Lyra da Silva
Daniel Aragão Machado
Carlos Roberto Lyra da Silva
Yonder Archanjo Ching San Junior (in memoriam)
Antônio Augusto de Freitas Peregrino
Cristiano Bertolossi Marta
Alessandra Santos Portela Rocha
Thiago Quinellato Louro
CAPÍTULO IV
O SENTIDO FÍSICO DA DOR: Artroplastia total de JOELHO – o 
cirurgião remodelando o pensamento e prática do CORPO ARTICULAR ������ 63
Jonatas Brito de Alencar Neto
Nívia Paula Nobre Cavalcante
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Wiliam César Alves Machado
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Ronilson Gonçalves Rocha
CAPÍTULO V
DIMENSÃO FÍSICA A DOR ATENDIDA: pós-operatório e a reabilitação 
– seus diversos DESAFIOS e TÉCNICAS ������������������������������������������������������ 75
Nívia Paula Nobre Cavalcante
Jonatas Brito de Alencar Neto
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Priscila de Castro Handem
Gabryelly Barros de Carvalho Silva
Ana Paula Brito Pinheiro
Eva Maria Costa
Lilian Kuhnert Campos
CAPÍTULO VI
DIMENSÃO EMOCIONAL: a DOR no pós-operatório de artroplastia 
total de joelho: a hora de CUIDAR fora do espaço HOSPITALAR e em 
CASA – aliviar e confortar �������������������������������������������������������������������������������87
Álvaro Alberto de Bittencourt Vieira
Jonatas Brito de Alencar Neto
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Priscila de Castro Handem
Teresa Tonini
Cleiry Simone Moreira da Silva
Ricardo de Oliveira Meneses
Luciano Godinho Almuinha Ramos
CAPÍTULO VII
DIMENSÃO INTELECTUAL: a DOR e a CAPACIDADE COGNITIVA 
INTERFERINDO no ALÍVIO – aspectos do SENTIR������������������������������������� 107
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Wiliam César Alves Machado
Jonatas Brito de Alencar Neto
Priscila de Castro Handem
Álvaro Alberto de Bittencourt Vieira
Silvania Matheus de Oliveira Leal
Estélio Henrique Martin Dantas
CAPÍTULO VIII
O SINAL VITAL DOR ATRAVÉS DA DIMENSÃO ESPIRITUAL ��������������� 133
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Jonatas Alencar Brito Neto
Wiliam César Alves Machado
Roberto Carlos Lyra da Silva
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Aline Coutinho Sento Sé
Jose Humberto Rezende
CAPÍTULO IX
DOR DO CORPO TRIDIMENSIONAL: a visão INTEGRATIVA de 
CUIDAR/TRATAR e as conexões entre a MEDICINA ORIENTAL 
e OCIDENTAL �����������������������������������������������������������������������������������������������167
Priscila de Castro Handem
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Jonatas Brito de Alencar Neto
Teresa Tonini
Gisella de Carvalho Queluci
Gabrielle Peres Burlandy
Luiz Carlos Santiago
Gabryelly Barros de Carvalho Silva
CAPÍTULO XE ESTATÍSTICA. Agência 
IBGE notícias. Projeção da População 2018: número de habitantes do país 
deve parar de crescer em 2047. Disponível em: https://agenciadenoticias.
ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/
21837-projecao-da-populacao-2018-numero-de-habitantes-do-pais-deve-pa-
rar-de-crescer-em-2047. Acesso em: 24 jul. 2021.
LENSSEN, Anton F.; CRIJNS, Yvonne H. F.; WALTJÉ, Eddie M. H. et al. 
Effectiveness of prolonged use of continuous passive motion (CPM) as an 
adjunct to physiotherapy following total knee arthroplasty: Design of a ran-
domised controlled trial. BMC Musculoskeletal Disorders, v. 7, n. 1, p. 15, 
2006. Disponível em: https://bmcmusculoskeletdisord.biomedcentral.com/
articles/10.1186/1471-2474-7-15. Acesso em: 5 nov. 2021.
LIMA, Andrea Márcia da Cunha; PIAGGE, Carmem Silvia Laureano Dalle; 
SILVA, Antônia Lêda Oliveira et al. Tecnologias educacionais na promoção 
da saúde do idoso. Enfermagem em Foco, v. 11, n. 4, 2021. Disponível em: 
http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/3277. Acesso 
em: 9 set. 2021.
MENDES, Karina Dal Sasso; SILVEIRA, Renata Cristina de Cam-
pos Pereira; GALVÃO, Cristina Maria. Revisão integrativa: método 
de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enferma-
gem. Texto & Contexto - Enfermagem, v. 17, n. 4, p. 758-764, 2008. 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 45
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0104-07072008000400018&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 25 ago. 2021.
NACCA, Daiane Cavenaghi; AMARO, Joicemar Tarouco; MIYAHIRA, 
Mateus Kenji Christo et al. Estudo comparativo da função e qualidade de vida 
de clientes submetidos à artroplastia total do joelho com plataformas tibiais fixa 
e móvel. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 56, n. 1, p. 53-60, 2021. Dispo-
nível em: http://www.thieme-connect.de/DOI/DOI?10.1055/s-0040-1709989. 
Acesso em: 25 ago. 2021.
OLIVEIRA, Lorraine Ariel Duarte; ROCHA, Carolina Alves Araújo; SILVA, 
Ledismar José. Chronic Postoperative Pain: Comprehending It to Intervene. 
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PETERSEN, Kristian Kjær; ARENDT-NIELSEN, Lars; SIMONSEN, Ole; 
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cement. Pain, v. 156, n. 1, p. 55-61, 2015. Disponível em: https://journals.
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RAJA, Srinivasa N.; CARR, Daniel B.; COHEN, Milton et al. The revised 
International Association for the Study of Pain definition of pain: concepts, 
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ponível em: https://journals.lww.com/10.1097/j.pain.0000000000001939. 
Acesso em: 8 nov. 2021.
ROTTER, Thomas; KINSMAN, Leigh; JAMES, Erica et al. The Effects of 
Clinical Pathways on Professional Practice, Patient Outcomes, Length of 
Stay, and Hospital Costs: Cochrane Systematic Review and Meta-Analysis. 
Evaluation & the Health Professions, v. 35, n. 1, p. 3-27, 2012. Disponível 
em: http://journals.sagepub.com//doi/10.1177/0163278711407313. Acesso 
em: 5 nov. 2021.
SILVA, Robertha Pickina Juvencio; RAMPAZZO, Ana Raquel Pontello; DO 
NASCIMENTO, Leonel Alves et al. Desconfortos esperados e vivenciados 
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v. 32, 2018. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/enfermagem/
article/view/26070. Acesso em: 25 ago. 2021.
46
THOMAZ, Leonardo Dalla Giacomassa Rocha; GEIST, João Guilherme 
Brochado; LUCENA, Rafael De Luca De et al. Avaliação radiográfica do 
alinhamento pós-operatório na artroplastia total de joelho. Revista Brasileira 
de Ortopedia, p. s-0041-1726061, 2021. Disponível em: http://www.thieme-
-connect.de/DOI/DOI?10.1055/s-0041-1726061. Acesso em: 25 ago. 2021.
UMEHARA, Takuya; TANAKA, Ryo. Effective exercise intervention period 
for improving body function or activity in patients with knee osteoarthritis 
undergoing total knee arthroplasty: a systematic review and meta-analysis. 
Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 22, n. 4, p. 265-275, 2018. Dis-
ponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1413355517300631. 
Acesso em: 25 ago. 2021.
VERAS, Renato Peixoto; OLIVEIRA, Martha. Envelhecer no Brasil: a cons-
trução de um modelo de cuidado. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, n. 6, 
p. 1929-1936, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?scrip-
t=sci_arttext&pid=S1413-81232018000601929&lng=pt&tlng=pt. Acesso 
em: 25 ago. 2021.
WEIMANN, Arved; BRAGA, Marco; CARLI, Franco et al. ESPEN gui-
deline: Clinical nutrition in surgery. Clinical Nutrition, v. 36, n. 3, p. 623-
650, 2017. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/
S0261561417300638. Acesso em: 22 set. 2021.
CAPÍTULO III
AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS 
EM SAÚDE NO CONTEXTO DO 
TRATAMENTO E ALÍVIO DA DOR
Roberto Carlos Lyra da Silva
Daniel Aragão Machado
Carlos Roberto Lyra da Silva
Yonder Archanjo Ching San Junior (in memoriam)
Antônio Augusto de Freitas Peregrino
Cristiano Bertolossi Marta
Alessandra Santos Portela Rocha
Thiago Quinellato Louro
Aspectos Conceituais
A dor é uma sensação desagradável que tem origem em alguma parte 
do corpo, geralmente provocada por lesões teciduais de etiologia traumática, 
infecciosa ou por outros estímulos do sistema nervoso, podendo ainda ser 
influenciada por questões emocionais, visto que, situações como ansiedade e 
depressão podem influenciar na sua intensidade e duração (RAJA et al., 2020).
Independentemente da sua etiologia, ela é uma experiência pessoal que 
faz com que o indivíduo reaja e se comporte de forma diferente diante da 
situação, interpretada pelo cérebro, como adversa e ameaçadora. A dor pode 
expressar, também, um conflito interior de uma forma consciente ou não e 
que pode estar ligada a diferentes tipos de temores, como o desconhecimento 
e a dificuldade de compreensão da causa de um determinado problema e a 
incapacidade de resolvê-lo, não raramente resulta em medo de que haja alguma 
doença muito grave e possibilidade de que o sofrimento possa se perpetuar. 
Algumas pessoas chegam a transformar sua dor no foco principal de suas 
vidas (IASP, 2010; RAJA et al., 2020; CARVALHO et al., 2018).
Provavelmente, devido à sua definição e características anátomo-fisio-
lógicas, clínicas e semiológicas, temos comumente ouvirmos dizer entre os 
profissionais de saúde, assim como também sugere este livro, que a dor é 
mais um sinal vital, que pode ser modulada contundentemente pelas emo-
ções e pelos desejos, assim como pela situação e contexto do momento, uma 
48
vez que essa percepção, ao adentrar no cérebro, sofre diversas integrações 
e, por isso, pode se manifestar clinicamente de diversas formas. Portanto, a 
dor deve sim ser considerada pelos profissionais de saúde como um sinal, 
se não cardinal (mais importante, fundamental ou essencial) de que algo no 
organismo/corpo não está bem.
Se a dor é uma sensação pessoal e intransferível que se relaciona com 
alguma alteração física (anátomo-funcional) ou psíquica e que pode se manifes-
tar de diferentes formas, variando de indivíduo para indivíduos (homens, mulhe-
res, crianças, adultos, idosos), para que possamos tratá-la, devemos primeiro 
tentar descobrir a sua origem. Nesse sentido, a avaliação clínico-semiológica 
torna-se de fundamental importância.
Aspectos Semiológicos
Embora não seja objetivo desse capítulo abordar de forma mais apro-
fundada a avaliação semiológica da dor, é importante que se destaque, que, 
quando nos deparamos com um paciente com dor, os conhecimentos de semio-
logia se tornam absolutamente basilares na estratégia diagnóstica e terapêu-
tica, seja qual for a formação do profissionalde saúde que faz a abordagem 
ao paciente.
Embora estejamos falando de um sintoma e não de um sinal, dado o 
seu caráter subjetivo e não objetivo, apreciável, portanto, em todas as suas 
dimensões apenas para quem a experimenta, dificultando então a sua consta-
tação objetiva e consequente quantificação, a dor quando bem avaliada pode 
ser perfeitamente elucidada e muito bem tratada.
O conhecimento e descrição de suas principais características como a 
localização, intensidade, periodicidade, projeção e irradiação, fatores atenuan-
tes ou agravantes e limitações impostas ao paciente, depois de ter conhecido 
previamente a história detalhada, é o mínimo que se pode esperar que tenha 
sido feito pelo profissional que assiste esse paciente.
A história clínica minuciosa é essencial na avaliação de todo paciente com 
dor. A anamnese possibilitará ao paciente, trazer de volta a mente muitos dos 
fatores associados a dor. Definir claramente como e quando a dor teve início, 
como ela evoluiu ao longo do tempo e como ela se encontra no momento 
atual, ajudam o profissional a melhor caracterizá-la como aguda, quando se 
manifesta transitoriamente durante um período relativamente curto, de minutos 
a algumas semanas, associada a lesões em tecidos ou órgãos, ocasionadas por 
inflamação, infecção, traumatismo ou outras causas; ou crônica, quando a 
duração é prolongada, podendo se estender de vários meses a vários anos e que 
está quase sempre associada a um processo de doença crônica; ou recorrente, 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 49
quando apresenta períodos de curta duração que, no entanto, se repetem com 
frequência, podendo ocorrer durante toda a vida do indivíduo, mesmo sem 
estar associada a um problema específico (SILVA et al., 2011).
Cabe destacar que é perfeitamente possível que a dor sentida em uma 
determinada área do corpo, quer seja na superfície da pele ou em uma área 
de projeção de um órgão, não corresponda necessariamente com o local onde 
a lesão se encontra, e isso pode ser observado nos casos de dor reflexa cuja 
causa está localizada em outro sítio, e as vezes, distante daquele em que ela 
é referenciada pelo paciente. A dor também pode se irradiar e se manifestar 
a distância do seu local de origem (PORTO, 2019).
Da mesma forma deve-se destacar também que a tolerância a dor pode 
diferir consideravelmente de um indivíduo para o outro. A percepção da dor 
pode mudar com a idade, assim como devido a algumas doenças de base, 
como o diabetes e a hanseníase, por exemplo, fazendo com que os indiví-
duos acometidos por essas doenças possam, em algum momento, perderem a 
sensibilidade dolorosa, sobretudo nas extremidades do corpo, ou tornarem-se 
mais tolerantes à ela (SILVA et al., 2011; PORTO, 2019).
Uma vez que a dor é uma sensação desagradável que pode variar em 
termos de intensidade, de indivíduo para indivíduo, se recomenda, para a 
avaliação semiológica, a utilização de escalas de avaliação que têm como 
objetivo quantificar a dor, possibilitando que o indivíduo descrevera, por 
exemplo, qual a graduação de sua dor, em uma escala de 0 (nenhuma dor) a 
10 (dor intensa). Escala também podem ser utilizadas para crianças, porém, 
utilizando os desenhos de uma série de caras, desde o sorriso ao choro. A 
utilização dessas escalas é tão somente uma tentativa de geometrizar o sin-
toma. Portanto, deve-se ficar atento a outros achados que podem facilmente 
conotar dor, como as alterações da rima facial, que sugere a presença de dor, 
incluindo o choro, assim como as atitudes ou posturas do paciente, que podem 
caracterizar uma posição antálgica, como é o caso da posição fetal, com as 
mãos sobre o abdome, que sugere a dor da cólica abdominal, ou a mão sobre 
o peito, que sugere precordialgia (SILVA, 2011).
Diferir uma queixa de dor nociceptiva, que compreende dor somática e 
visceral e ocorre diretamente por estimulação química ou física de termina-
ções nervosas normais, de uma queixa de dor nociceptiva somática, que é 
resultante, exclusivamente, do comprometimento dos nervos cérebro-espinhais 
e percebida na superfície da pele (corpo) e cuja localização topográfica cor-
responde à distribuição anatômica dos nervos cérebro-espinhais envolvidos 
no processo, por isso, somática, é tão importante para a definição da melhor 
alternativa de tratamento e alívio da dor quanto definir se a dor é aguda 
ou crônica.
50
Aspectos Terapêuticos: decisões e escolhas
Por acreditar que o tratamento e o alívio da dor devam ser a pedra angu-
lar da prática assistencial de qualquer profissional da saúde, a afirmação de 
que “o alívio da dor deve ser um direito humano” foi publicada pela IASP 
International Association for the Study of Pain (Associação Internacional 
para o Estudo da Dor), a EFIC European Federation of Chapters of the IASP 
(Federação Europeia dos Capítulos da IASP), e a WHO World Health Organi-
zation (Organização Mundial da Saúde), logo após o lançamento da primeira 
campanha global contra a Dor em 2004, em Genebra (IASP, 2010).
Provavelmente devido a diversidade de causas e de intensidades, a dor é 
uma queixa tão prevalente que, independentemente da realidade e da área de 
atuação profissional, quer seja na sala de emergência ou em um ambulatório, 
a dor é sem dúvida alguma um dos principais sintomas a serem desvendados e 
tratados pelo profissional de saúde, seja ele qual for (VELASCO et al., 2020).
O tratamento e alívio da dor devem ser individualizados, orientados de 
acordo com o tipo de dor e as necessidades de cada indivíduo, haja vista que 
a evolução e sucesso deste tratamento dependem de respostas que são indi-
viduais e que têm relação direta do paciente com a sua própria dor.
Embora possa existir várias modalidades de tratamento medicamentoso 
e não medicamentoso e que podem ser prescritos e conduzidos por diferentes 
profissionais da saúde, como médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos 
e profissionais de educação física, as vezes para o alívio da dor essa moda-
lidades são combinadas e empregadas simultaneamente, sendo necessário, 
em muitas situações, tipos diferentes de medicamentos, psicoterapia, terapia 
cognitivo comportamental, massagens agulhamentos e acupunturas, auricu-
loterapia, atividades físicas e técnicas de relaxamento e, em alguns casos de 
maior complexidade, procedimento cirúrgico (IASP, 2010; BRASIL, 2020; 
VELASCO et al., 2020).
Infelizmente, um grande número dos doentes que sofrem com dor, sobre-
tudo a dor crônica e especialmente, nos países em desenvolvimento, não 
recebem tratamento adequado e eficiente para o alívio da dor, ainda que aguda. 
Embora esse problema possa ser multifatorial, acreditamos que, para além da 
falta de profissionais de saúde adequadamente treinados e a inépcia destes em 
relação ao uso das evidências científicas, a escassez de recursos financeiros e 
a falta de uma cultura de avaliação prévia dos custos e das consequências das 
nossas escolhas e decisões clínicas e de gestão no contexto do tratamento da 
dor, parecem agravar ainda mais o problema.
O avanço tecnológico na área da saúde, ao mesmo tempo que tem possi-
bilitado o aumento da expectativa de vida e melhorado a sua qualidade, tem 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 51
concorrido, também, para o aumento dos custos no setor, intensificado pelo 
aumento da inflação médica, muito mais do que qualquer outra coisa.
A intensificação nos últimos anos às referências ao custo na área de saúde 
envolve desde aspectos relacionados aos crescentes gastos públicos na área, 
aos problemas relacionados ao financiamento destes gastos, à grande neces-
sidade e ainda pequena disseminação de métodos adequados de apuração ou 
mensuração de custos, a importância de seu gerenciamento, de seu controle, 
e de seu uso como instrumento de decisão, análise e escolha de programas e 
estabelecimentode políticas para a área.
A Pesquisa Global Medical Trends Survey 2022 (Tendências Médicas 
Global), divulgada pela Willis Towers Watson (NASDAQ: WLTW, 202) revela 
uma variação considerável nos aumentos dos custos em saúde em todo o 
mundo. Em 2020 os custos em saúde aumentaram em 4,8%, saltando para 
8,1% em 2021, e deverá manter a tendência para 2022, com uma média global 
de 8,1%, com alguma volatilidade mais acentuada em nível de país, devido 
às incertezas com os efeitos contínuos do Covid-19, que devem se estender 
ao longo de 2022.
Embora essas taxas de aumento de custos tenham sido projetadas a partir 
de dados fornecidos por operadoras de planos de saúde, é razoável projetar-
mos para o Sistema único de Saúde (SUS), estimativas de aumento de custos 
que poderão ser bem semelhantes. Um dos principais efeitos provocados 
pelo encarecimento dos planos de saúde, é que muitas pessoas, não tendo 
mais condições de pagá-los, passem a depender exclusivamente dos serviços 
prestados pela rede pública, pressionando ainda mais o sistema e concorrendo 
para o aumento dos custos, sobretudo na média e na alta complexidade.
A migração de usuários de planos de saúde para a rede pública (SUS) 
não é a única consequência do aumento dos custos no setor e para o setor 
privado (operadoras de planos de saúde) e que acabam por pressionar a rede 
pública. O aumento dos custos em saúde concorre também para a manutenção 
de lacunas na cobertura para condições prevalentes na população coberta por 
planos de saúde e para as quais existem tratamentos, fazendo com que mesmo 
segurado, o indivíduo tenha que recorrer a rede pública de saúde. Doenças 
como alcoolismo e abuso de drogas ilícitas, assim como HIV/AIDS, não são 
doenças excluídas em muitas apólices de grupos.
O uso excessivo de tecnologias em saúde, quer seja para diagnosticar ou 
tratar, também deve ser considerado como um dos fatores que tanto contribui 
para o aumento dos custos em saúde, porém, não relacionado a indústria dire-
tamente, mas relacionado a cultura do profissional. Nesse sentido, conceitos/
termos como overtreatment – excesso de tratamento –, o overdiagnosis – 
excesso de diagnóstico – e overutilization – excesso de uso tem sido utilizados 
52
para caracterizar contextos de utilização indiscriminada de tecnologias em 
saúde (COON et al., 2017).
Entende-se por tecnologias em saúde o conjunto de intervenções que 
possibilitam a prestação de cuidados com a saúde, que vão desde sistemas 
organizacionais, educacionais, de informação e de suporte, programas e pro-
tocolos assistenciais, procedimentos técnicos, medicamentos até os mais 
modernos equipamentos médico-assistenciais disponíveis no mercado (NITA 
et al., 2010).
Assim como em nossa vida pessoal, os caminhos da vida profissional, 
quer seja na prática clínicas ou na gestão dos serviços são feitos de decisões 
e escolhas. Em todos os momentos de nossas vidas, portanto, somos con-
frontados a difícil tarefa de tomar decisões e definir que caminhos devemos 
seguir. Tomar decisões implica em fazer escolhas, ainda que não se decida 
nada, afinal, deixar de decidir também é uma escolha e, portanto, terá tam-
bém as suas consequências. Em algumas situações e cenários, mais é menos, 
e, portanto, mais eficiente. Nem sempre se faz necessário mais do que uma 
intervenção ou aquelas de mais alto custo para a resolução de um problema, 
como, por exemplo, aliviar a dor de um paciente.
Fazer escolhas entre alternativas mutuamente excludentes e escolher 
alternativas na justa medida para tratar ou aliviar a dor de um paciente, o que 
não é raro em nosso cotidiano profissional, pois, dadas as limitações finan-
ceiras e o universos de possibilidades e alternativas, nem sempre é possível 
ter tudo aquilo que gostaríamos de ter para oferecer aos nossos pacientes, e 
isso não se limita ao tratamento e alívio da dor, mas acontece em todas as 
áreas e contextos da saúde, inexoravelmente implica em renunciar uma das 
alternativas (ou várias) quando optamos pela outra.
Algumas escolhas são essenciais e importam decisões sobre viver ou 
morrer, como a decisão por operar de emergência um paciente vítima de 
trauma de abdome ao invés de ocupar a sala de cirurgia para operar uma fimose 
previamente agendada (eletiva) ou priorizar o alívio da dor de um paciente 
provocada por uma queimadura de segundo grau extensa utilizando a última 
ampola de dipirona disponível na unidade, ao invés de administrá-la em um 
paciente que apresenta uma febrícula, por exemplo.
Outras escolhas são operacionais, como por exemplo, escolher uma roupa 
de cama na cor branca para cobrir o leito do paciente ao invés de uma roupa de 
cama na cor azul. Em ambos os exemplos devemos ponderar essas escolhas 
na perspectiva do conceito de custo de oportunidade e analisar o quanto ele 
(o custo de oportunidade) poderá impactar nas decisões que foram tomadas.
O custo de oportunidade pode ser entendido como um conceito capaz 
de representar o custo associado a uma determinada escolha e mensurado em 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 53
termos de melhor oportunidade perdida, representando, portanto, o custo de 
oportunidade representa o valor (não necessariamente significa dizer preço 
ou custo, conceitos distintos, embora transversais e em alguns casos, inter-
cambiáveis) que atribuímos à melhor alternativa da qual renunciamos quando 
fazemos nossas escolhas (SILVA, 2016).
Vale destacar que, independentemente do conceito, a ideia de custo de 
oportunidade estará sempre, ou pelo menos deveria, diretamente relacionado 
com o fato de atuarmos profissionalmente em cenários de escassez de recursos 
(humanos, materiais e principalmente financeiros), pois invariavelmente, é a 
escassez que nos obriga a fazer escolhas diante das alternativas disponíveis. 
Tomar a melhor decisão possível quase sempre resulta em eficiência alocativa 
dos escassos recursos que serão aplicados, precisamos lembrar disso sempre.
Aspectos relacionados a incorporação e uso de tecnologias em saúde
Entendemos que o primeiro passo na melhoria do tratamento dos doen-
tes com dor nos países em desenvolvimento é proporcionar-lhes, eficiência 
alocativa dos escassos e finitos recursos financeiros disponíveis, quer seja na 
qualificação de profissionais, não apenas médicos e enfermeiros, mas tam-
bém os demais profissionais de saúde, ou na incorporação de tecnologias e 
serviços que resultem em maiores benefícios para os pacientes, em termos 
de segurança, eficácia e efetividade.
A eficiência alocativa de recursos depende da assertividade na tomada 
de decisões clínicas, que, por usa vez, deve ser orientada ou informada pelas 
melhores evidências cientificas disponíveis, sobretudo quando se trata de 
países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, ou de países pobres, 
para os quais, se fazem necessárias mais evidências possíveis, com quali-
dade e confiança, é claro, para reduzir incertezas no processo de tomada de 
decisões. Não que países desenvolvidos e ricos não necessitem de evidências 
para informar suas decisões quanto a incorporação ou abandono de uma tec-
nologia, eles também precisam, porém, acreditamos que precisamos muito 
mais, por uma questão lógica e balizada pelo que podemos entender por custo 
de oportunidade.
Nos últimos vinte anos, a busca por eficiência alocativa de recursos no 
setor saúde tem movido países desenvolvidos e com sistemas universais de 
saúde, como é o caso do Reino Unido, na direção da criação e consolidação de 
uma cultura de utilização da avaliação de tecnologias em saúde (ATS) como 
ferramenta de gestão. No mundo, em se tratando de Avalição de Tecnologias 
de Saúde, deve-se destacar o pioneirismo da Austrália, primeiro país a exigir 
estudos de análise de custo-efetividade para a incorporação de medicamentos 
54
no sistema público de saúde, já na década de 1980. No Reino Unido, o pro-
grama de pesquisa em ATS é independente, com regulação,fiscalização e 
financiamento do governo e teve início na década de 1990 (LIMA et al., 2019).
Embora no Brasil a ATS possa ser ainda uma novidade e um termo des-
conhecido para muitos profissionais e gestores, ela tem sido utilizada cada vez 
mais por eles, como uma forma de reduzir as incertezas em torno das melho-
res alternativas disponíveis, sobretudo em cenários com inúmeras opções e 
tecnologias de alto custo disponíveis, como no caso em tela, nesse capítulo, 
que tem como foco o tratamento e o alívio da dor (SODRE, 2021).
Em 1983, o seminário internacional promovido pela organização 
Pan-Americana de Saúde e o governo brasileiro marcou o início das discus-
sões acerca de custo-efetividade, eficácia, e transferência de tecnologia. Mas 
foi somente no começo dos anos 2000, com a criação do Departamento de 
Ciência e Tecnologia do MS (DECIT) que o tema ATS começou a ser centro 
de interesse do governo (LIMA et al., 2019).
Em 2005, com a criação da Política Nacional de Gestão de Tecnologias 
de Saúde (PNGTS), o país passou definitivamente a dotar critérios técnicos 
e científicos, baseados nas melhores evidências disponíveis, para incorporar 
tecnologias em saúde no SUS (SODRÉ, 2021).
O PNGTS, tem por objetivo “maximizar os benefícios de saúde a serem 
obtidos com os recursos disponíveis, assegurando o acesso da população a 
tecnologias efetivas e seguras, em condições de equidade”. Deve ser reali-
zado um planejamento para assegurar que os recursos financeiros destinados 
à saúde pública sejam utilizados sem prejuízos aos princípios e diretrizes do 
Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2010).
Para perfeiçoar ainda mais o processo de tomada de decisões quanto 
a incorporação de tecnologias me saúde no SUS e a fim de torná-lo o mais 
técnico e isento possível, em 2011, foi sancionada a Lei n°12.401, que alterou 
a Lei n°8080/90, para dispor sobre a assistência terapêutica e a incorporação 
de tecnologia em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde. Essa lei, cul-
minou com a criação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias 
no SUS (CONITEC), que substituiu a antiga Comissão de Incorporação de 
Tecnologias do Ministério da Saúde (CITEC) (SODRÉ, 2021).
A CONITEC é uma Comissão composta por treze representantes e uma 
Secretaria Executiva. São sete representantes de cada uma das Secretarias 
do Ministério da Saúde, um representante do Conselho Federal de Medi-
cina (CFM), um representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), um 
representante do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde 
(CONASEMS), um representante do Conselho Nacional das Secretarias Esta-
duais de Saúde (CONASS), um represente na Agência Nacional de Saúde 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 55
Suplementar (ANS) e um representante da Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária (ANVISA), e a Secretaria Executiva é do Departamento de 
Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (DGITIS) e é responsável 
por assessorar o Ministério da Saúde na incorporação, exclusão ou alteração 
pelo SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos. Essas ações 
são possíveis através da síntese das evidências científicas disponíveis sobre 
a eficácia, acurácia, efetividade e segurança de medicamentos, produtos ou 
procedimentos e avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos 
em relação às tecnologias já incorporadas (BRASIL, 2011; RIBEIRO et al., 
2016; SODRÉ, 2021).
Para a incorporação de tecnologias pela CONITEC, primeiramente pre-
cisa ser instaurado um processo administrativo com a respectiva demanda 
(incorporação, exclusão ou alteração) que possui um prazo de 180 dias cor-
ridos prorrogáveis por mais 90 para sua conclusão (LIMA et al., 2019).
Segundo a PNGTS a Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias de 
Saúde (REBRATS), composta por centros colaboradores e instituições de 
ensino e pesquisa do país, apoiará na geração e síntese de evidências científicas 
para nortear os estudos ATS no Brasil (BRASIL, 2010).
A REBRATS foi criada em 2011, através da portaria n° 2915, como forma 
de auxiliar na elaboração e disseminação de estudos de ATS no Brasil. Ela 
contribui com a formação e educação continuada de profissionais através de 
publicações de diretrizes metodológicas para nortear os estudos de ATS, além de 
possuir uma base de dados de estudos de ATS da REBRATS (SODRÉ, 2021).
Aspectos relacionados domínios e delineamentos para estudos 
de ATS
Tecnologias são lançadas em fluxo contínuo no mercado e nem sempre 
possuem a mesma efetividade e segurança daquelas em uso. Por conseguinte, 
torna-se necessário investigá-las de forma a promover a elucidação de incerte-
zas, auxiliando os tomadores de decisão. Isso vale, também, para a tecnologias 
disponíveis e destinadas ao tratamento e alívio da dor (MARQUES, 2017).
Aproximando-se em definitivo dos objetivos deste capítulo, devemos 
destacar que os resultados de estudos de ATS têm se tornado cada vez mais 
indispensáveis para os tomadores de decisão, uma vez que, a utilização da 
Saúde Baseada em Evidências (SBE) e dos diferentes delineamentos meto-
dológicos, incluindo as análises econômicas em saúde, tem permito ampliar 
e agregar informações a respeito de tecnologias em saúde , para além das 
informações contidas na bula ou nos manuais de uso, geralmente limitadas 
a informações de segurança e eficácia e sem qualquer informação acerca do 
desempenho da tecnologia no mundo real de uso (efetividade) ou dos custos 
e consequências inerentes a sua utilização (GRAY et al., 2018).
56
Os estudos de segurança, eficácia, efetividade, usabilidade, representam 
domínios das tecnologias em saúde, sobre os quais, estudos são necessários 
para informar decisões, e exigem métodos e delineamentos de ATS próprios 
e amplamente utilizado para fazer comparações entre diferentes alternativas 
disponíveis (BRASIL, 2009; BRASIL, 2014).
A ATS permite através da síntese da evidência científica disponível 
demonstrar as implicações na utilização de determinadas tecnologias con-
siderando seus custos e benefícios, separadamente (apenas os benefícios ou 
apenas os custos) ou paralelamente (avaliando ao mesmo tempo os custos e 
as consequências), já que nem sempre uma opção mais efetiva (que resulte 
em mais benefícios para o paciente) justifica o custo da sua utilização para a 
fonte pagadora (BRASIL, 2014).
A crescente preocupação com a sustentabilidade econômica dos sistemas 
de saúde, seja ele público ou privado, tem sido alvo de intensas discussões no 
âmbito governamental e cada vez maior também no acadêmico, haja vista que 
a crescente demanda pelos serviços em saúde em contraposição à escassez 
dos recursos (BARRETO, 2019).
Como já salientamos, o uso de tecnologias de alto custo e o excesso 
de uso (overutilization) delas para tratamento ou diagnóstico, estão entre as 
principais causas da elevação dos custos no setor saúde, apontando a neces-
sidade de se utilizar informações sobre custos e benefícios das intervenções 
em saúde, com o intuito de auxiliar no estabelecimento de prioridades para a 
alocação de recursos (BRASIL, 2014; BARRETO, 2019).
Vamos finalizar esse capítulo abordando resumidamente, o conceito e a 
finalidade das avaliações econômicas em saúde, bem como sua estrutura, a 
saber: caracterização do problema, tipos de análise, desenho do estudo, análise 
dos custos e análise de sensibilidade.
Os estudos de ATS, possuem diferentes fontes de investigação para além 
dos resultados de estudos de segurança, acurácia, eficácia, efetividade, usabili-
dade e ética. Domínios relacionados a equidade, custos, riscos, relações de cus-
to-utilidade, custo-benefício, custo-efetividade, impactos éticos e ambientais 
envolvidos na utilização das tecnologias, também são explorados por métodos 
e delineamentos científicos próprios. Esses estudos possuem por objetivo final, 
subsidiar a tomada de decisão no que diz respeito à utilização, incorporação 
ou não de determinadatecnologia (BRASIL, 2009; NITA et al., 2010).
As Avaliações Econômicas em Saúde (AES), podem ser definidas como 
uma análise comparativa de duas ou mais intervenções em saúde, considerando 
seus custos e consequências (CRUZ et al., 2014). São consideradas técni-
cas analíticas formais úteis para comparar diferentes alternativas de ação 
propostas, levando em consideração custos e consequências para a saúde 
(BRASIL, 2014).
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 57
Segundo Sancho (2009) as análises econômicas em saúde têm como 
principal objetivo apoiar tomadas de decisão de forma socialmente eficiente, 
considerando que as escolhas, diante da incerteza afeita ao setor saúde e sob 
menor probabilidade de risco, devam contribuir para uma repartição mais 
equânime das intervenções/ações de saúde e gerar efetivos ganhos em saúde.
As avaliações econômicas podem ser empregadas no contexto da ATS, 
que dependem de estimativas, parâmetros e valores oriundos de estudos pri-
mários, base de dados e revisões sistemáticas e meta-análise (GOODMAN, 
2014; BRASIL, 2014). Dessa maneira uma avaliação econômica possui poten-
cial mais integrativo do que as revisões sistemáticas com meta-análise. São 
técnicas de análise comparativa formal de diferentes alternativas em relação 
aos seus custos e consequências e podem ser realizados a partir de dois deli-
neamentos básicos:
• Estudos baseados em dados primários – Neste tipo de desenho que 
se utiliza de dados oriundos do mundo real, deve ser determinado o 
delineamento eleito para pesquisa e as características metodológicas;
• Estudos baseados em modelagem – Utiliza dados empíricos obtidos 
a partir de recuperação de trabalhos para combinação de desfechos 
de ensaios clínicos controlados por meta-análise e elementos oriun-
dos de estudos observacionais (RIBEIRO et al., 2016).
As avaliações econômicas baseadas em dados de mundo real possuem 
maior consistência e confiabilidade de informações e consequentemente maior 
validade interna, mas perdem em termos de capacidade de generalização dos 
resultados para além do contexto/cenário analisado, dos quais os dados foram 
extraídos, pela diferença entre ambiente experimental controlado e cenário 
real. Já os estudos de modelagem para análise de decisão, possuem maior 
validade externa pela representação mais robusta de diferentes circunstâncias 
clínicas e econômicas de forma a integrar evidências de eficácia, segurança e 
custos (BRASIL, 2014; RIBEIRO et al., 2016; SODRÉ, 2021).
Assim como toda pesquisa científica, independentemente do método e do 
delineamento utilizado, as AES também partem de uma pergunta de pesquisa 
ou questão norteadora. Essa questão ajudará a determinar o escopo, o desenho 
da pesquisa e a técnica mais apropriada (BRASIL, 2014). O acrônimo PICO 
(do inglês – patient or population, intervention, comparison and outcomes; 
em português – paciente ou população, intervenção, comparação e desfecho) 
frequentemente é usado para identificar os pontos importantes de uma questão 
de pesquisa que envolva uma intervenção e orientar a estratégia de busca. 
Para tecnologias com fim diagnóstico deve-se utilizar o acrônimo PIRO, de 
população, teste index, teste referência e desfecho) (BRASIL, 2014).
58
As avaliações econômicas em saúde podem ser classificadas como par-
ciais, como os estudos de impacto orçamentário ou completas, essas divididas 
em quatro tipos: Análises de custo-efetividade, custo-benefício, custo-mini-
mização e custo-utilidade que variam de acordo com a medida de desfecho 
pretendida (RIBEIRO et al., 2016; SILVA et al., 2016).
De acordo com a Diretriz de Análise Econômica do Ministério da Saúde, 
nas análises econômicas parciais, o relato contempla a apenas descrição ou 
a análise dos custos e pode conter informações sobre o desempenho de uma 
determinada tecnologia, não havendo comparação dos custos e das conse-
quências para a saúde entre duas ou mais alternativas, tendo como principal 
exemplo, as análises do impacto orçamentário. Já nas análises completas ou 
totais, há comparação dos custos e de alguma medida de desempenho das 
alternativas consideradas. São exemplos de análises completas, as análises 
de custo-minimização; custo-utilidade; custo-benefício e custo-efetividade 
(BRASIL, 2014).
Para finalizar esse capítulo, apresentaremos a seguir uma breve descri-
ção e caracterização dos tipos de análises econômicas comumente utiliza-
dos em ATS.
• Custo-Minimização
Tipo de estudo no qual o objetivo é identificar a forma menos dispen-
diosa de atingir o desfecho desejado, sendo utilizada quando existem fortes 
evidências de que duas ou mais intervenções em saúde têm o mesmo desfecho 
(CRUZ et al., 2014).
• Custo-Utilidade
O desfecho é medido em anos de vida ajustados pela qualidade (AVAQ 
ou QALY, do inglês Quality Adjusted Life Years), em termos objetivos e/ou 
subjetivos, combinando qualidade e quantidade de vida na mensuração do 
desfecho (CRUZ et al., 2014).
• Custo-Benefício
Os custos e as consequências das intervenções são medidos em unidades 
monetárias (CRUZ et al., 2014), permitindo, também, a comparação não só 
entre intervenções da área da saúde, mas também entre outras áreas nas quais 
decisões precisam ser tomadas, inclusive, quando envolve tecnologias que 
não são comparáveis entre si (BRASIL, 2014).
• Custo-Efetividade
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 59
Sem sobra de dúvidas, o tipo de análise econômica em saúde mais fre-
quentemente utilizado em ATS. A Análise de Custo-Efetividade (ACE) é uma 
metodologia de síntese em que os custos são confrontados com desfechos 
clínicos em termos de benefícios para os pacientes, cujo objetivo é avaliar o 
impacto de distintas alternativas, visando identificá-las com melhores efeitos 
do tratamento, geralmente, em troca de menor custo, buscando preencher a 
lacuna existente entre as preferências (subjetividade) e a ciência (objetividade, 
validade, reprodutibilidade) (SECOLI et al., 2010).
Os custos são medidos em unidades monetárias e os desfechos (conse-
quências em saúde) são medidos em unidades não monetárias (p.ex.: mortes 
evitadas, anos de vida ganhos, entre outros) (CRUZ et al., 2014).
A escolha de uma nova tecnologia depende do valor que a sociedade 
está disposta a pagar por este ganho adicional em saúde. Deve-se entender 
ganho adicional em saúde, por exemplo, uma morte evitada, um ano de vida 
ganho, um ano de vida ajustado pela incapacidade evitado, redução no tempo 
de cicatrização, menor probabilidade de efeitos colaterais... Sendo assim, 
qualquer nova intervenção que se situe à direita do limiar (trheshold) no plano 
de custo-efetividade (nada mais é do que um plano cartesiano onde sem seus 
eixos X e Y (Figura 1) são plotados os dados referentes aos custos e a efeti-
vidade das tecnologias avaliadas) é considerada custo-efetiva e deveria ser 
adotada, pois representa mais benefícios e menor custo, quando comparado 
à intervenção vigente (VANNI et al., 2009).
Maior custo
Menor custo
Tecnologia
Dominante
Maior efetividadeMenor efetividade
Tecnologia
Dominada
Limiar de
Disposição para
Pagar
II
III
I
IV
Fonte: Barreto (2019)� Adaptado de Secoli et al. (2010) e Vanni et al. (2009)�
Vale destacar que no Brasil ainda não tem definido um limiar de 
custo-efetividade, também conhecido como limiar de disposição de pagar, 
embora as discussões e estudos a esse respeito estejam sendo realizados, 
a fim de se estabeleça ou não um limiar para incorporação de tecnologias 
em saúde no SUS (BRASIL, 2021).
60
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VELASCO, I. T. et al. Medicina de Emergência – Abordagem prática. 
14. ed. Editora Manole, 2020.
CAPÍTULO IV
O SENTIDO FÍSICO DA DOR: 
Artroplastia total de JOELHO – o 
cirurgião remodelando o pensamento 
e prática do CORPO ARTICULAR
Jonatas Brito de Alencar Neto
Nívia Paula Nobre Cavalcante
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Wiliam César Alves Machado
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Ronilson Gonçalves Rocha
No caso específico deste Estudo de Caso que tratamos na apresentação, 
que trata de problemas osteomusculares, principalmente em uma população 
não só de atletas que cresce significativamente e os JOELHOS são os espaços 
mais acometidos de DOR antes e depois, no pós-operatório. Um tema de inte-
resse mundial deste século e tem interessado a todas as áreas do conhecimento, 
principalmente a da saúde e dos aportes.
A DOR tem sido entendida de diversas formas, a medicina tem um 
entendimento geral como sensação penosa, desagradável, produzida pela 
excitação de terminações nervosas sensíveis a esses estímulos. Ela pode ser 
classificada de acordo com seu lugar, tipo, intensidade, periodicidade, difusão 
e caráter, pode ser mágoa por desgostos, do espírito ou do coração; sentimento 
cansado por decepção, desgraça, sofrimento físico, da alma e tantas coisas 
mais. Os psicanalistas também pensam na alma, sociólogos dizem que ela 
pode ser construída etc.
No caso deste estudo envolve dimensões físicas, muito mais físicas 
que espirituais, sentidos no processo de reabilitação da pós operação que 
se expressa de diversos modos de acordo com a pessoa que sente. Este 
estudo é de uma experiência vivida fundamentadas em tantas outras e traz 
questões a serem pensadas e seus imensos desafios. Nessa nossa reflexão é 
a possibilidade de pensar e objetivar aspectos que envolvem a intensidade, 
texturas e significados da dor para os que sentem experiências dolorosas. A 
fundamentação aqui colocada centra-se no ato de micromotivações e refle-
xões, nos fazendo pensar que é importante dar valor a ela porque faz parte 
do cotidiano de viver.
64
É um capítulo singular porque tratamos de um acontecimento comum 
que nos envolve, na condição singular de pessoas que está ligada à quali-
dade de vida. Acreditamos que ele pode despertar interesses diversos nos 
profissionais da área da saúde,desmistificando a dor, para ajudar o corpo 
que sente.
Artrose de joelho - Também conhecida como osteoartrite, a artrose é 
uma doença de natureza inflamatória e degenerativa das articulações. Ela 
é provocada pelo desgaste das cartilagens (superfície lisa) que revestem 
as extremidades ósseas, causando dor e podendo levar a deformidades. A 
articulação do joelho é uma das mais afetadas em virtude de sua capacidade 
de suportar peso, assim como a coluna vertebral e os quadris. Os pacientes 
com artrose se queixam de dor, falta de firmeza, estalos no joelho, rigidez 
e limitação dos movimentos. O tratamento (quadro 1) para casos iniciais 
de artrose é fisioterapia, fortalecimento/balanceamento e medicações para 
alívio de dor. Em casos avançados e que não melhoraram com tratamento 
não cirúrgico, a melhor opção é a prótese total de joelho (Artroplastia 
Total de Joelho). A reabilitação após essa cirurgia segue um protocolo 
que necessito que você cumpra à risca. A não obediência em seguir tal 
protocolo poderá acarretar danos a você. Tal processo é baseado na com-
preensão adequada da mecânica, anatomia e avaliação individual cuida-
dosa dos membros inferiores do paciente. O cuidado com os movimentos 
orientados, carga de peso e fortalecimento são de suma importância para 
a reabilitação adequada.
Quadro 1- Imagens Pré e Pós-operatórias
Radiografia do Joelho em 
AP – Pré-operatória
Radiografia do Joelho em 
perfil - Pré-operatória
continua...
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 65
Radiografia Panorâmica Cartilagem desgastada 
Foto intraoperatória
Prótese
– Foto intraoperatória
Radiografia do Joelho em 
AP – Pós-operatória
Imagem Comparativa da Cartilagem de um joelho 
sem patologia (Parte branca e lisa)
Fonte: Arquivo pessoal dos Autores (2021)�
continuação
66
O ato de operar é um ato de ARTE, tem elementos que comprovam a 
ação e os atos de tudo o que vai acontecer na CIRURGIA, o cliente é a obra 
que necessita ser restaurada e o cirurgião seu principal ‘modelador” restaurar 
partes do Homem à semelhança do Divino.
Operar exige habilidades manuais e mentais que são pessoais, um DOM 
que é específico de cada um de nós, mas precisa exercitar, os estudantes deve-
riam ter uma OFICINA CLÍNICA CIENTÍFICA para treinar suas modelagens, 
usar os ferros, simular novas tecnologias.
A “ARTE” está no pensamento, ao se preparar para uma ARTROPLAS-
TIA, por mais que nos preparemos nunca sabemos o que iremos encontrar, só 
após a invasão do corpo é que você descobre como ele está por “dentro”. Rosa 
Dias (2002) no capítulo do livro de Lins, Costa e Veras, denominado: Nietzs-
che e Deleuze - INTENSIDADE e PAIXÃO, da mesma coleção do que pode 
o corpo, no capítulo que escreve sobre ARTE e VIDA no PENSAMENTO, 
ela traz dos dois autores a seguinte afirmativa que nos interessa pensando o 
“modelador”, o “restaurador- o cirurgião”, a seguinte expressão:
“só como fenômeno estético a existência e o mundo aparecem eternamente 
justificados. Em à Gaia Ciência, ela reaparece com algumas modificações: 
como fenômeno estético, a existência (de um corpo com DOR) é sempre, 
para nós suportável ainda; a existência do mundo só se justifica como 
fenômeno estético (ROSA DIAS, 2002, p. 262).”
Por isso, não é estranho pensar quem somos restauradores, modeladores 
de um corpo que sofre e sabemos que é “ousado” pensar assim, mas real e 
possível, se estamos sempre querendo dar sentido à vida e à ARTE e a VIDA 
são pensadas como nascimento da tragédia grega sentir DOR e não poder 
andar fazer o que gostamos é “uma tragédia” para nossa qualidade de vida.
Ao se tornar um modelador, o cirurgião se mostra um esteta, um corpo 
arte que usa as mesmas faculdades que todos usam: “a imaginação figurativa 
que produz as artes da imagem – a escultura, a pintura e parte da poesia- que 
é a potência emocional [...]”.
Filosofar e romantizar ARTROPLASTIA, é também dar a ela um outro 
olhar, uma outra função, e uma outra esperança para os clientes e trazer 
à tona a teoria do Deus do CAOS, Dionísio porque ele está neste espaço 
“é o Deus do Caos, da desmesura, da deformidade, da noite criadora do 
som, é o Deus da música, mãe de todas as artes. Nascido da fome e da 
dor, perseguido e dilacerado pelos deuses hostis, Dionísio renasce a cada 
primavera e aí cria e espalha alegria”. Diríamos que nasce a cada cirurgia 
e cria em nossos clientes a esperança de dias melhores, modelado pelo 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 67
cirurgião que objetiva esta esperança em nós. Criar a ARTE a favor da 
vida, um outro tipo de arte, de vida como obra de arte, de Deus que nos 
“fez a sua semelhança”.
Quando no ato cirúrgico o cliente ouve os barulhos, do escopo, da serra, 
do martelo, sabe que o cirurgião está modelando seu joelho e ele se torna, 
também um herói que enfrenta seus próprios temores e que se identifica com 
o ritmo e o fluxo da vida de seus clientes e “uma maneira de se fazer frente 
ao sofrimento humano, pensar em Hipócrates, quando corta suas raízes meta-
físicas, para pensarmos as técnicas” (NETO, 2002, p. 17).
Quando pensamos no corpo do sofrimento, pois sendo da área da saúde, 
é impossível não pensar assim, Neto (2002) que nos lembra de Michel Serres 
para dizer que a:
“[...] filosofia moderna nunca cessou de interessar-se pelo destino e pela 
necessidade das estruturas, e isto é porque ele afirma que o homem foi 
movido a construir, desde os primórdios da civilização, porque ele sentiu 
o desejo de fabricar, de moldar ou criar objetos, criar próteses, em sua 
maioria feitos à imagem e semelhança do corpo, do seu corpo? (NETO, 
2002, p. 13).”
A linguagem deste livro e corporal, é por causa do corpo que tudo existe em 
termos de saúde e doença e cada um de nós, em nossos espaços de saber-fazer 
nossa prática, estamos inteiros na experiência humana. Corpo cheio de códigos, 
que impõe sua presença no mundo. É um ser orgânico diverso, indefinido como 
a expressão “corpo plural” já o define.
Neto (2002, p. 21) nos diz: “[...] grosso modo, poder-se-ia dizer que o 
corpo humano se caracteriza por ser vítima de algo que pode ser chamado de 
enfermidade, por mais belo que ele seja, por mais frescor ou vitalidade que 
tenha, ele não escapará a ela.”
Assim o desafio de modelá-lo, restaurá-lo, em seus momentos de sofri-
mento é o maior desafio dos profissionais. O momento do tempo em que 
produz DOR é deflagrado e disseminado sem que seja possível prever. Tal-
vez o maior desafio deste livro seja seu texto, sua linguagem, quando não 
centramos a doença no centro do corpo, mas ela que aparece e o incomoda, 
principalmente neste mundo no qual todos querem ter saúde, ser belos, ter 
qualidade de vida, social e política que a doença não respeita, ela simples-
mente se estabelece nele.
O modelador vive a trama moderna, o acontecimento do adoecer e ele é 
jogado num estado de coisas, de sintomas que surgem e não podemos modelar 
o subjetivo, apenas compreender e saber ler seus signos.
68
Não existe mais só um discurso de doença, ele tem conexão com tudo, 
a enfermidade moderna ameaça a sociedade, a economia, a política. Nós, 
docentes, modeladores também do ensino e da prática temos longos desafios 
a serem enfrentados por nós e pelos alunos; temos uma responsabilidade 
intuitiva com os futuros profissionais, em nossos espaços de trabalho e com 
a nossa própria vida. Como cuidar do outro se ninguém cuida de nós, ou nós 
mesmos não nos cuidamos.
Somos modeladores de uma ética que se desestrutura, de uma moralidade 
que pouco existe no plano do trabalho das relações humanas. O que falamos 
aqui são pontuações, é uma discussão breve sobre o que está por vir, no que 
diz respeito ao trabalho, à vida, à família, ao próprio mundo. Mas também é 
de nossa responsabilidade estarmos atentos aos desenvolvimentos tecnológi-
cos, ao bem-estar, à qualidade de vida, ao respeitoao outro, à ajuda prestada. 
Sermos confiáveis é o mínimo que podemos exigir de nós mesmos.
Para finalizar este capítulo de um possível “modelador” da vida, que 
produz saúde, deixamos algo a refletir:
“o que nos resta agora a dizer e que nos parece importante, é que não existe 
somente uma tradição, não existe apenas uma tradição viva em nosso mundo 
de hoje. Existem várias. E se nós não as vemos, nem valorizamos, se nós a 
negligenciamos é, sobretudo, devido as nossas insuficiências visuais, a nossa 
miopia e não por nenhuma outra razão (NETO, 2002, p. 27).”
Como Profissionais da saúde e cirurgião especializado em ARTRO-
PLASTIA de JOELHO, não devemos desconsiderar as mudanças que estão 
chegando na área da saúde, na qual a tônica é uma integração terapêutica de 
menor invasão do corpo.
Mesmo assim, essa situação e/ou orientação, não é um fim, muitos clientes 
chegarão aos consultórios e ambulatórios sentido DOR, com necessidades cirúrgi-
cas, isto vai, ainda, permanecer por muito tempo, mas temos a clareza de que tudo 
isso é tema a ser pensado, discutido e ensinado. Sempre pensamos no alívio da 
DOR e que temos a responsabilidade pelo diagnóstico e as intervenções cabíveis.
Há muito tempo, nos interessamos em como ajudar aos clientes que 
tratamos, em diminuir suas dores, principalmente quando mais idosos, mais 
frágeis como seres humanos que são.
Não fomos habituados na formação a desenvolver um sentimento de 
afeto e de não sentir emoções para com eles quando sabemos que há anos se 
estuda sobre sentimentos e emoções como parte do nosso CORPO SUBJE-
TIVO e como eles estão e interferem na vida de cada um de nós. Sentimentos 
e emoções que são individuais e que pouco sabemos como o cérebro interage 
neste corpo que sente DOR.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 69
Damásio (2018, p. 11) nos diz que:
“Os humanos se distinguem de todos os seres vivos por criarem uma coleção 
espetacular de objetos, práticas e ideias conhecidas coletivamente como cul-
tura. Ela inclui as artes (medicina é uma arte), a investigação filosófica, siste-
mas morais e crenças religiosas, justiça, governança e tecnologia e ciência.”
Nada disso está fora do ato médico, independentemente de sua área de 
sua especialização que é afirmado pelo autor assim: “consideramos a medicina, 
um dos mais significativos empreendimentos culturais humano (DAMÁSIO, 
2018, p. 12).”
Do mesmo modo que se pensa em como, utilizar outros conhecimen-
tos para cuidar da DOR de “nossos” clientes ou de nossos colegas, quando 
buscam encontrar a cura do câncer ou da doença Alzheimer, “sem levar em 
conta os sentimentos como motivos, monitores e agenciadores desse processo 
(DAMÁSIO, 2018, p. 13).”
Todos sabem que ao nos ferir seja com que instrumento ou outra situação, 
de imediato sentimos é DOR, é como se o corpo estivesse atento a nos avisar 
que algo foi acionado em nós.
Nós não estamos acostumados a pensar que sentimentos estão, também, 
vinte e quatro horas por dia em nós, nossa memória é rica deles sejam bons 
ou ruins, quando ganhamos ou perdemos e nas questões de maior vulnerabi-
lidade, o tratamento instituído pouco as inclui.
Nós da área da saúde, estamos tão habituados a conviver com o sofri-
mento e com emoções diversas, que eles convivem como se tudo fosse parte 
da normalidade. Por isso, temos estado em constante preocupação o que 
podemos melhorar para ajudar aqueles que sentem DOR e em que circuns-
tâncias e o que fazer com:
• o medo;
• a surpresa;
• a raiva;
• a tristeza;
• Compaixão, e se possível contrabalancear com atitudes de:
• Fraternidade;
• Zelo;
• Amor, e
• Amizade.
70
Falar assim, sempre desencadeia no outro – profissional – a ideia de que 
isso é “piegas” e que os analgésicos podem resolver todos os problemas. Isto 
está de acordo com que Damásio (2018, p. 21) nos diz:
“[...] a ideia de que os sentimentos dolorosos e sentimentos prazero-
sos dos vários graus de bem-estar aos de mal-estar e doença, foram os 
catalizadores dos processos de questionar, entender e solucionar proble-
mas, que distinguem mais profundamente a mente humana que qualquer 
outra espécie.”
Precisamos, ainda de muito tempo para mergulhas nestas questões 
que não são da racionalidade a que estamos habituadas a tratar, mas as 
mudanças dessa compreensão da dor no mundo inteiro tem avançado 
muito, muitos grupos se criam para aliviar a dor, serviços e instituições 
diversas se organizam, principalmente médicos para tratá-la sem muitas 
invasões físicas e estão se integrado a práticas alternativas diversas, que 
hoje se identificam como práticas integrativas com um olhar para aquelas 
da medicina oriental.
Nós mesmos recomendamos aos nossos clientes que cuidamos e sentem 
muita DOR, a utilizá-las sem deixar de cumprir o que é feito, prescrito no 
processo do tratamento.
Como da área da traumatologia, com olhar mais dentro da ortopedia, 
principalmente, quando se trabalha em um hospital de emergência e refe-
rência para todo o estado ou no consultório, onde se atua no atendimento 
a clientes desta área. Não temos mais dúvidas de que articulações e a 
artroplastia não envolvem apenas uma prática “dura”, como muitos pen-
sam, como se os ossos e os músculos não tivessem células nervosas que 
se comunicam com o cérebro, e como se as emoções e sentimentos não 
estivessem presentes, não podemos esquecer disso, principalmente neste 
século quando o interesse pelas doenças se afloram, desencadeadas não só 
por doenças ou traumas, mas pela própria origem que envolvem modos de 
viver a vida, razões socioeconômicas, interrelações pessoais que aumentam 
a dor física.
Fundamentado em Damásio (2018) destacamos as posições (qua-
dro 2) relacionadas ao sistema nervoso geral que está organizado da 
seguinte maneira:
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 71
Quadro 2 – Posições de Damásio (2018) sobre o SISTEMA NERVOSO
• Sistema Nervoso Central (SNC) destacou-se por várias caracte-
rísticas. A mais importante relaciona-se as células que melhor a 
definem: os neurônios.
• Os Neurônios são “excitáveis”, isso significa que quando um 
neurônio se torna ativo; pode produzir uma descarga que segue 
do corpo celular para o axônio (prolongamento filamentoso do 
corpo celular cuja a função é conduzir os impulsos nervosos) - 
o neurotransmissor no ponto onde o neurônio entra em contato 
com outro neurônio ou como uma célula muscular (eles existem 
nas articulações).
• Entendido como singular, o sistema nervoso provém do fato de 
que as fibras nervosas- os axônios, se projetam do corpo celular 
do neurônio em terminações em todos os pontos do CORPO, 
em órgãos internos individuais, vasos sanguíneos, músculos, 
pele e etc.
• A tarefa das fibras que seguem do SNC para a periferia e, em 
essência incitam ações como a secreção de uma molécula química 
ou, a contração de um músculo.
• Fiscalizador das funções humanas do organismo, no avanço 
vantajoso para a homeostase adequada em organismos multi-
celulares complexos, e a precursora das tecnologias em seres 
conscientes, pois o SNC entra na corrente sanguínea e influencia 
no metabolismo [...]; além de fiscalizar é útil em dois aspectos: 
informa diretamente o corpo e por atividade prediz e pressente 
estados futuros. 
Em resumo, o cérebro age sobre o corpo enviando moléculas quí-
micas específicas ou para uma determinada região do corpo (joelhos) ou 
para o sangue em circulação. Age literalmente sobre o corpo ativando 
os músculos.
Fonte: Damásio (2018, p� 71)�
Esse destaque apenas nos induz a repensar o que somos e o que fazemos 
a partir do cérebro no alívio da dor e como acessá-los através de terapias 
dolorosas; a dor que dói dentro do corpo; sai do corte ou sai de algum lugar 
e que só o cérebro é capaz de captar (imagem 1).
72
Imagem 1 – Caminho da dor
Fonte: Autores, 2022�
Não foi à toa que escolhemos o teórico-médico cirurgião,Thierry Janssen 
(2018) que revelou uma pesquisa realizada pelo governo norte-americano 
no ano de 2002, onde cerca de 36% da população daquele país recorreu às 
terapias alternativas e complementares. Esse dado também está presente em 
países da Europa, Canadá, Austrália e Japão em que a população busca essas 
terapias para tratar seus problemas mesmo sem a possibilidade de reembolso 
pelos planos de saúde.
Depois que ele saiu da Universidade de Bruxelas é que começou a pensar 
nesse fenômeno e sua importância o fazendo repensar seu desejo, inicial, de 
entender a natureza das relações entre o corpo e o espírito.
Em sua caminhada ele descobriu um número significativo destas expe-
riências lhe encaminhando para pensar uma filosofia própria para uma nova 
medicina, um novo modo de pensar e tratar a doença com terapias diversas, 
que a OMS definiu como:
“[...] um conjunto de práticas nas quais os pacientes são considerados em 
sua globalidade, dentro de seu contexto ecológico. Essas terapias insistem 
no fato de que a doença ou o mal estado de saúde não é causado apenas 
por um agente externo ou uma disposição patologia específico, sendo antes 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 73
de tudo consequência do desequilíbrio de uma pessoa em relação ao seu 
sistema ecológico (JANSSEN, 2008, p. 17).”
Em outras palavras o autor também nos diz que:
“As terapias alternativas e complementares levam em conta dimensões 
do ser humano-físico (o corpo e o movimento) emocional (sensações e 
os movimentos), intelectual (o cérebro e suas capacidades cognitivas) e 
espiritual (a compreensão de si mesmo, do mundo e dos aspectos trans-
cendentes da vida) (JANSSEN, 2008, p. 17).”
Finalmente, e, por enquanto tem sido um desafio para nós, mudamos de 
posição e até de aceitar “coisas” na nossa área que nunca ousamos pensar e 
aplicar, porque não fomos formados para dar conta das coisas alternativas, 
não convencionais que trata a medicina chinesa, a homeopatia, a neuropatia e, 
agora outras doenças da alma que estão no campo da medicina convencional.
Deixamos neste capítulo reflexões sobre a necessidade de exercitar e 
aprender melhor o que é o SER HUMANO, através dos cinco campos des-
tacadas em Janssen (2008), cujo primeiros já apontamos quando falamos da:
“[...] medicina tradicional chinesa, ayuvédica, homeopatia e neuropatia:
• Terapias biológicas que utilizam plantas e substâncias naturais, vitami-
nas e complementos elementares em doses diferentes das prescritas pela 
medicina convencional;
• Medicina-corpo-espírito agrupando uma série de abordagens que permi-
tem influências nos sistemas físicos e nas funções fisiológicas. Ela vai da 
psicoterapia à oração, passando pela meditação, visualização, hipnose e 
o biofeedback;
• Métodos centrados no corpo utilizando o movimento manipulações físicas 
como as massagens, a quiropraxia, a osteopatia, as técnicas de Alexander 
ou Feldenkrais.
• Terapias enérgicas destinadas a agir nos campos bioeletromagnéticos. 
Encontramos, entre outras, as terapias por campos magnéticos, o toque 
terapêutico e o reiki (JANSSEN, 2008, p. 23-24).”
É claro que tudo isso está em expansão e ainda há muitas desconfianças, 
mas Janssen (2008), inicia suas dúvidas e crenças com as experiências do 
placebo quando estuda em Harvard a mente humana sempre disposta a ques-
tionar, inventar e a compreensão do sistema nervoso autônomo na resposta aos 
estímulos externos. É uma consideração que também é nossa, especialmente 
minha como cirurgião, que está no radar das mudanças deste século.
74
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sentimento e da cultura. Tradução: Laura Teixeira Motta. Companhia das 
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há em você. Tradução: Clovis Marques. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008. 
p. 21-145.
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Deleuze – Intensidade e Paixão. Coleção Outros Diálogos. Rio de Janeiro: 
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LINS, Daniel; GADELHA, Sylvio. Nietzsche-Deleuze - que pode o corpo. 
Rio de Janeiro: Relume Dumara, 2002. p. 17-37.
CAPÍTULO V
DIMENSÃO FÍSICA A DOR ATENDIDA: 
pós-operatório e a reabilitação – seus 
diversos DESAFIOS e TÉCNICAS
Nívia Paula Nobre Cavalcante
Jonatas Brito de Alencar Neto
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Priscila de Castro Handem
Gabryelly Barros de Carvalho Silva
Ana Paula Brito Pinheiro
Eva Maria Costa
Lilian Kuhnert Campos
Esse capítulo parece ser imprescindível e essencial porque tem movi-
mentos distintos de ações e desempenho dos envolvidos que nem sempre 
tratam do início da cirurgia de cada um. A figura 1 abaixo pode nos ajudar a 
compreender os momentos vivenciados:
Figura 1 – Caminho percorrido pré e pós artroplastia de joelho
O início ao
processo de
ajuda
Aqui todos os movimentos
e �uxos da reabilitação
(muitas vezes longas)
DEPOIS com
DOR PROVOCADA
ANTES com
DOR SENTIDA
Pós-operatório
de volta
para casa
O encontro
com o
cirurgião
A cirurgia
Fonte: Autores, 2022�
76
• POR QUE NÃO FALAR DE PRÉ-OPERATÓRIO?
Esta discussão merecia um capítulo, mas estamos querendo falar sobre 
outra ótica, em outro olhar, uma outra escuta, um pré-operatório como um 
ENCONTRO, um (CON)versar, isto é, versar sobre o que sinto e um OUVIDO 
ATENTO a me escutar.
A construção deste texto faz parte do tratamento, para nós que acredi-
tamos que o primeiro encontro é no consultório médico ou no ambulatório, 
um primeiro ensaio que alivia o temor, o medo do cliente sobre sua situação, 
momento em que conhece o cirurgião, aquele que você vai entregar seu corpo 
para intervenção cirúrgica. E é a partir do que se observa na forma de olhar, 
escutar, falar, tocar e movimentar seu corpo é que vamos tecendo o fio do 
novelo chamado segurança. Perceba que a expressão é uma forma de conhecer 
para analisar e aceitar ficar e estar nessa entrega para a cirurgia.
Essa é a hora de se encontrar com ele (mais tarde no hospital e com a 
equipe, se o hospital tiver um programa interdisciplinar) mas é ele – o cirur-
gião, que vejo pela primeira vez e o ALÍVIO do meu medo-DOR depende de 
como ele constrói o acontecimento do encontro com seu novo cliente, é um 
evento/acontecimento de sua responsabilidade.
Zourabichvili (2004) traz em sua obra os apontamentos de Deleuze, 
que fala do sentido do acontecer/acontecimento, dizendo que ele é o próprio 
sentido. O acontecimento pertence essencialmente à linguagem, mantém uma 
relação essencial com a linguagem, mas a linguagem é o que se diz das coisas 
(dor). Em todo acontecimento, há de fato o momento presente da afetação, 
aquele em que o acontecimento se encaixa em um estado de coisas, um indi-
víduo, uma pessoa, aquele que é designado quando se diz: pronto chegou a 
hora, e o futuro e o passado do acontecimento só são julgados em função desse 
presente definitivo do ponto de vista daquele que encara (cliente).
Todos nós sabemos e está escrito em muitos artigos científicos que eles 
chegam aos consultórios com várias texturas de MEDO, de DOR, destacando 
que o primeiro medo é a anestesia (posso morrer na mesa de cirurgia). Essa 
mistura de MEDO e DOR é um gatilho que desencadeia no cliente nossos 
sentimentos, novas emoções e nem sempre estamos habilitados para perceber 
essas leituras de signos que o CORPO expressa.
Mira e Lopez (1972) nos diz que o medo é um dos quatro GIGANTES 
da ALMA que interfere em nossas vidas diárias e muitas vezes nos leva a 
situações que nos instiga a fugir, o medo agora vem sendo afirmado como 
uma das doenças do século:
• Medo da cirurgia;
• Medo dos pontos de suturase partirem;
• Medo de não poder andar, sentar-se e correr;
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 77
• Medo de infeções hospitalares;
• Medo da reabilitação;
• Medo de morrer na anestesia;
• Medo de choque anafilático;
• Medo de rejeição da prótese;
• Medo de eventos diversos;
• Medo de se tornar dependente;
• Medo de não ser atendido quando precisar.
No consultório, antes da cirurgia a DOR pode ser aliviada se houver uma 
conexão de CONFIANÇA com o cirurgião e do que ouvimos sobre sua compe-
tência e sua tranquilidade emitida pelo CORPO que você vai se deixar cortar.
Essa conexão não tem receita e não acontece à toa, ela agora também 
depende de como o cliente olha para ele e dos gestos que ele faz e na firmeza 
atenciosa que os atende, principalmente se o cliente for idoso. A conexão 
depende de uma relação de ajuda e está apresentada na sua linguagem corporal:
• Se RI e como RI
• De FALAR/ e SENTIR
• De OUVIR/ESCUTAR
• De sua aparência
• Jeito de se movimentar
• Sua linguagem corporal, sem pressa
• Cheiro/odor que exala
• Forma como começa a entrevista
• Aparência do ambiente
• Organização do espaço
• Limpo e confortável
• Elementos do ambiente, temperatura, ventilação, iluminação, cir-
culação e higiene.
NOTA
Temos dito, “sempre” que estamos ensinando jovens na graduação 
que nossa AÇÃO/ATOS de cuidar mostram para o cliente a nossa própria 
expressão de ser e estar à medida que o atendemos. Levamos para a prática 
o que somos. Nos moldamos na medida de como fazemos.
O conteúdo da comunicação verbal e não-verbal não estão nos programas 
de modo aprofundado, quando é no controle de QUALIDADE que estão os 
principais conteúdos indicados pela Organização Mundial da Saúde e Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (2009), como:
78
1. Cirurgia segura
2. Comunicação (principalmente sobre anestesia geral)
3. Controle de riscos
4. Prevenção de infecção
5. Administração segura de medicamentos
6. Controle de eventos adversos
Será que no PRÉ-OPERATÓRIO sabemos:
1. Quem é essa pessoa? De que lugar de vida ela fala?
2. Que facilidade ou dificuldades ela tem para sobreviver e/ou 
empreender como falam?
3. Que experiências hospitalares já vivenciou? Existe algum aparato 
Tecnológico em seu corpo?
4. Quem são seus afetos e desafetos?
5. Possui alguma alergia, comorbidade?
6. Que emoções são partes do seu viver?
7. Como cuida e entende seu corpo?
8. Que medicamentos usa?
9. Onde e com quem mora?
10. Como é sua casa?
11. Quais os riscos que têm ou não no ambiente onde mora ou trabalha?
12. O que faz para se distrair?
13. Quem é sua família e como vive com ela?
O cliente sai do PÓS-OPERATÓRIO sem DOR, meio “fora da área de 
cobertura” e as 24 horas para ALTA correram normalmente, recebem medica-
mentos para dor, conforto e alívio no leito, é uma lembrança efêmera de uma 
experiência perene, pois esse tipo de experiência não se esquece nunca mais.
Além do controle dos sinais vitais, observamos três cuidados essenciais:
• Veias puncionadas, principalmente em idosos, que quando são per-
didas ficam grandes equimoses que a gente não gosta de ver (um 
pouco de vaidade humana com sua estética) e a descoberta que o 
corpo está envelhecendo mesmo!
• Privacidade, proteger o corpo, cobri-lo, principalmente o idoso que 
tem vergonha de ser visto nu.
• A perna que está anestesiada, se ele não sabe ou não lembra que lhe foi 
dito toma um CHOQUE por não conseguir sentir e nem ficar em pé, e 
as histórias ouvidas de que alguém ficou com sequelas logo vem à tona.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 79
De alta para casa, começam os novos medos e a DOR começa a dar 
SINAIS de vida. Esse se torna um momento de solidão único (o susto e o 
medo é só de quem o sente).
Orientações pós-operatórias iniciais
• Realizar curativos simples estéreis a cada 2 dias;
• Não retirar curativo durante a fisio. Não molhar curativo. Não colo-
car pomadas ou spray no curativo;
• Não deixar a perna pendente (para baixo) por tempo prolongado;
• Deixar o joelho elevado acima do nível do coração nos primei-
ros 3-5 dias;
• Deambular com andejar conforme tolerado;
• Realizar exercícios isométricos de quadríceps e panturrilha;
• Realizar exercícios de ganho de arco de movimento (ADM) do 
tornozelo, pé, joelho e quadril;
• Realizar fisioterapia de imediato;
• Tomar medicações conforme prescritas;
Exemplos de exercícios
(0-4 semanas)
Fonte: Autores (2022)�
80
Protocolo de reabilitação
Fase I: 0-4 semanas pós-operatória
Objetivos
1. Proteger a fixação e a cicatriz.
2. Controle de inflamação e da dor.
3. Recuperar a contração ativa do quadríceps.
4. Extensão Completa do Joelho.
5. Flexão pelo menos até 90°.
Imobilizador e suporte de carga: 0-4 semanas
• Deambular com andejar pisando com a perna operada
Arco de Movimento
• 0-3 semanas: 0-90º.
• 4ª semana: 0-110º.
• A partir da 4ª semana: livre
Exercícios terapêuticos
• Gelo no local 20 minutos 4x/dia – cobrir com algo impermeável 
para não molhar a cicatriz.
• Ativação do Quadríceps com biofeedback (TENS pode começar 
na 3ª semana).
• Deslize ativo assistido do calcanhar na cama.
• Isométricos para isquiotibiais, quadríceps e panturrilha.
• Mobilização patelar (sem movimentos laterais da patela) – a partir 
da 3ª semana.
• Melhorar a mobilidade dos tecidos moles e cicatrizes. Mobiliza-
ção das cicatrizes (após 21 dias de cirurgia) - Passar álcool nas 
mãos antes.
• Alongamento gastrocnêmico e sólio.
• Alongamento isquiotibiais.
• Fortalecimento de quadril em 4 direções (abdução do quadril com 
ligeira rotação externa do quadril, adução, extensão, flexão com 
ligeira rotação externa), em mesa ou em pé com braço travado em 
extensão total, se o paciente não tiver controle dos quadríceps.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 81
• Exercícios resistidos de ADM do tornozelo com theraband.
• Treinamento do CORE em posições apropriadas.
Critérios para progressão para a próxima fase
• Sem sinais de inflamação ativa.
• Paciente conseguir uma boa estabilidade do joelho com ativação 
do quadríceps em extensão total.
• Aproximadamente 90º de flexão
• Boa mobilidade patelar próximo do normal
• Visualização do processo de consolidação na radiografia com 30 
dias de fratura.
Fase II: 4-8 semanas pós-operatória
Objetivos
1. Flexão total.
2. Evitar sobrecarga sobre a fratura.
3. Melhorar o controle do quadríceps para restaurar o movimento nor-
mal do joelho.
4. Progredir para arga parcial (Deambular apenas com uma muleta – 
retirar a muleta do lado da perna operada).
Imobilizador e suporte de carga
• Sem mobilizador.
• Carga parcial com 1 muleta.
Exercícios terapêuticos
• Inicie o programa global de alongamento das extremidades infe-
riores. Inicie o programa de exercícios de bicicleta estacionária e 
piscina (quando as incisões forem curadas).
• Implementar exercícios de reintegração, enfatizando a estabilidade 
do CORE. Fortalecimento do quadril em todos os planos com exer-
cícios d cadeia cinética fechada no lado não fraturado.
• Exercícios de propriocepção para membros inferiores com 
carga parcial.
• Fortalecimento do tornozelo em todos os planos.
• Continue com os exercícios da Fase I como indicado.
82
• Comece a carga parcial com 25% do peso corporal com 2 muletas 
e aumente para 50% após a 1ª semana com duas muletas. Pode pro-
gredir para uma muleta (utilizar do lado não operado) 6 semanas, 
conforme tolerado.
Critérios para progressao para a próxima fase
• Marcha sem padrões antálgicos com 1 muleta.
• Arco de movimento total do joelho.
• Bom controle muscular de quadril e joelho.
• Edema (inchaço) mínimo ou em regressão.
Fase III: 9-12 semanas pós-operatória
Objetivos
1. Marcha normal.
2. Estabilidade dinâmica progressiva.
3. Boa estabilidade monopodial.
4. ADM total do joelho.
5. Ausência da lateralizaçãoPENSANDO UMA ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA PARA ACOLHER A 
DOR DO OUTRO: Ensinando o AUTOCUIDADO e BEM-ESTAR aos 
alunos da área de saúde CUIDAR DE SI para CUIDAR DO OUTRO ���������� 183
Terezinha de Souza Agra Belmonte
Maria Fernanda von Kouh Quintal
Pedro Henrique Coelho Santoro
Carolina Pereira Moreira
CAPÍTULO XI
DIMENSÃO FÍSICA E DOR: Prescrição de Exercícios Físicos para 
pessoas com Lúpus Eritematoso Sistêmico �������������������������������������������������� 213
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Joyce Karen Lima Vale
Rodrigo Gomes de Souza Vale
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Estélio Henrique Martin Dantas
CAPÍTULO XII
OSTEOARTROSE DE JOELHO: modificações do desempenho 
ocupacional de mulheres com DOR CRÔNICA �������������������������������������������� 229
Gledson Nunes da Silva
Mark Adrian Hudson
Angela Maria Bittencourt Fernandes da Silva
CAPÍTULO XIII
A DOR DOS TEMPOS - OLHANDO PARA O FUTURO SEM PERDER 
DE VISTA AS “ARTICULAÇÕES” COM O PASSADO ������������������������������ 249
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Jonatas Brito de Alencar Neto
Teresa Tonini
Terezinha de Souza Agra Belmonte
Carolina Pereira
Silvia Teresa Carvalho de Araújo
Wiliam César Alves Machado
ÍNDICE REMISSIVO �����������������������������������������������������������������������������������261
SOBRE OS COORDENADORES ���������������������������������������������������������������265
SOBRE OS AUTORES ��������������������������������������������������������������������������������267
APRESENTAÇÃO
A ideia de escrever este livro nasceu de uma experiência sobre a ARTRO-
PLASTIA total, momento em que sentimos a necessidade de pensar a DOR 
como evento tão intenso e presente nesta vivência e que muitas vezes é enten-
dida como “NORMAL e ESPERADA.”
Queremos, aqui tratar dela empírica e cientificamente como uma possi-
bilidade de expressão de profissionais experientes da área da saúde, podendo 
ser uma alternativa de ampliar conhecimentos na área da ORTOPEDIA, espe-
cificamente na área da cirurgia e dos que fazem, pensam e escrevem sobre 
os clientes.
Assumimos a DOR como o 5º SINAL vital do CORPO TRIDIMEN-
SIONAL. Essa tridimensionalidade é humana, nos compõem como seres 
humanos específicos, assim somos: FÍSICA (anatomia, fisiologia, biologia); 
EMOCIONAL (objetiva e subjetiva); e ESPIRITUAL. Nessa perspectiva tridi-
mensional a DOR tem sido entendida diferentemente por psicólogos, filósofos, 
antropólogos, historiadores e outros estudiosos, que a partir de diversos modos 
de expressão analisam e compreendem esse fenômeno. Esses conhecimentos 
fundamentam nosso cotidiano em nossas formas de cuidar e ensinar, sem 
esquecer que também somos doentes.
Nessa perspectiva lembramos de Kalimeros (1997), da Escola Brasileira 
de Psicanálise, em um dos diversos livros escritos nesta instituição sobre a 
“DOR de EXISTIR”. Foi o que nos impulsionou mais ainda a pensar a DOR 
mesmo que ela seja do contexto da DOR ARTICULAR onde as ARTRO-
PLASTIAS surgem como solução para correção do desgaste articular atra-
vés de tratamentos atuais em quantidade e qualidade, de modo particular 
em idosos. Sendo a DOR a desencadeadora de nossas ações-reflexões como 
profissionais de saúde.
No radar da Kalimeros (1997), atentos ao que fala sobre a “DOR de 
EXISTIR”, destacamos que ela está baseada em três sintomas clínicos: tris-
teza, depressão e melancolia, atualmente pensadas como as doenças da alma, 
porque todas envolvem um certo tipo de DOR.
Queremos falar sobre a DOR e seu tratamento em artroplastia total, 
ampliando não só nossas expectativas que nos instigam a investigar com mais 
intensidade os SENTIDOS da DOR no âmbito da prática e da pesquisa, mas 
também como ela se move dentro e fora de nós, em reflexões a serem tratadas.
Um de nós é operada do joelho e durante a experiência desenvolveu um 
estudo sobre essa vivência por 22 dias seguidos, realizando registros diários 
fundamentados no protocolo de Manchester (anexado aqui no livro) e dis-
tribuídos no decorrer dos capítulos do livro. A experiência foi descrita num 
16
momento em que a DOR era percebida principalmente durante a execução 
de movimentos do corpo no pós-operatório. Esses registros nos permitiram 
ousar ampliar a objetividade encontrada na indicação de SENTIR e não de 
algo que não se vê, não se toca, não se sente o cheiro, mas sim, sua presença.
Vocês encontrarão neste livro referenciais teóricos da área da medicina 
(ortopedia) e de outros autores da atualidade que estão antenados a nossas 
preocupações sobre a DOR que envolve realidades fora da área das ciências 
da saúde, embora estejamos entendendo que elas têm conexões com tudo que 
diz respeito a produção de saúde e da qualidade de viver e do viver.
Não temos dúvidas das reduções de entender o corpo e suas representa-
ções às adversidades e dos riscos que o invadem, mesmo considerando que 
ele “não é mais reduzido” a dimensões material, mecânica, lógica, sequencial, 
observacional, mensurado e analisado num número de detalhes que conhece-
mos (Cartesianos) para cuidar, compreender e ensinar melhor. Fazer nossos 
leitores como estudantes, profissionais e clientes pensar que a DOR está em 
nós independente do que nos acontece.
Acreditamos que esse livro é singular e ao mesmo tempo um desafio 
para nós (autores) dependentes de um ensino mais racional que marcou em 
nós ou escondeu em nossos corpos outros conhecimentos além da racionali-
dade de que só pensamos a doença, sem considerar a emoção, subjetividade 
ou outros sentimentos que nos fazem sentir DOR, pois ela é signo e tem 
sentido, também.
É um livro com a pretensão a partir da crença de que não há dúvida de 
que o mundo está em uma transformação em relação as doenças e outras 
situações, das formas de tratamentos sejam elas já instituídas e/ou alternativas, 
integrativas, como também não temos dúvidas das reduções em não entender 
o corpo em suas respostas tridimensionais às adversidades e aos riscos que 
invadem nossas vidas, ensino, trabalho e violências diversas.
Questionamos, partindo de uma posição ética e considerando muitas 
outras construções teóricas, que o CORPO não pode mais ser reduzido a um 
conjunto de exames diversos, mas que deve ser considerado como de um 
SER que pensa, que crê, que é sensível, que é movido por emoções (amor, 
paixão, desejo e não só de necessidades humanas básicas), que tem fé, que 
as tecnologias nem sempre dão conta de sua totalidade, que medicamentos 
tem poucas respostas hoje e que há a necessidade crescente pela integração 
de tratamentos ocidentais e orientais na busca de resolver os sofrimentos de 
clientes como DOR com outras práticas, mais suaves, mais sensíveis e mais 
emocionais e menos invasivas.
A DOR através de uma artroplastia, aqui a situação indutora do livro, 
está conectada a importância das relações humanas, dos sentidos, dos sonhos, 
da imaginação e da cura própria de cada corpo.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 17
Aqui, TER - SABER - PESQUISAR é um espaço exclusivo no qual 
ORTOPEDIA é contexto e ARTROPLASTIA é o texto constante de nossos 
interesses na perspectiva de TRATAR o “DOER” sob todos os aspectos a 
partir do diagnóstico, intervenções, reabilitações e cuidados específicos de 
cada área envolvida. Mas, também não deixamos de tratar a DOR dos clientes 
com necessidades especiais que também sentem DOR, que está num outro 
livro em construção.
Queremos mostrar a DOR antes de ser desencadeada pelos modos de 
viver (sem esquecer comorbidades e genética) no processo cirúrgico-artro-
plastia, que é invasivo e doloroso, que se expande pela reabilitação, que tam-
bém provoca DOR para estimular o processo de aliviá-la em conexão com a 
contínua AÇÃO de CUIDAR em todas as dimensões, e que demora tempo, 
depende de ter esperança e paciência e acreditar naqueles que cuidam de nós.
Nossa ousadia, sem medo de “errar”, escrevendo o que pensamos sobre 
a DOR, mesmo ainda com fortes argumentos para o olhar biomédico,patelar ou sintomas de instabilidade.
6. Melhorar condicionamento cardiovascular.
7. Proteger cicatrizes cirúrgicas.
8. Mobilidade patelar e tecidos moles normais.
9. Mecanismo normal de marcha.
Imobilizador e suporte de carga
• Carga total.
• Descontinuar imobilizador ou dispositivos de auxílio (muletas, 
andejar etc.) se preencher os seguintes critérios:
• Ausência de flexão do joelho.
• Ausência de padrões álgicos durante a marcha.
• ADM total do joelho.
• Possível utilização de tensor ou “taping” durante os extemos 
dos exercícios.
Exercícios terapêuticos
• Continuar com o fortalecimento avançado.
• Programa avançado de bicicleta estacionária.
• Começar a andar em esteira e elíptico.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 83
• Evite CAMINHADAS LONGAS, atividades de corrida e impacto.
• Iniciar exercícios de cadeia cinética fechada progredindo bilateral-
mente para unilateral.
• Iniciar o treinamento de propriocepção com ambos.
• Inicia-se o fortalecimento com aparelhos bilateral progredindo 
para unilateral.
• Leg press, levantar-se sobre calcanhares, agachamentos, lunges, 
extensões de joelho (30 ° a 0 ° progredindo para a faixa com-
pleta à medida que a artrocinemática da articulação patelofemural 
se normalizar).
• Iniciar o programa de fortalecimento de membro superior.
Critérios para progressão para a próxima fase:
• Ausência de dor.
• Mecânica normal da marcha.
• Ausência ou mínimo edema.
• Bom controle proprioceptivo de membros inferiores.
Objetivo
1. Retorno às atividades habituais.
Reabilitação durante a fase de retorno ao esporte deve ser orientada 
por critérios
• O avanço para esportes de contato e giros é baseado no desenvol-
vimento de confiança, força, agilidade, coordenação, equilíbrio, 
controle postural, resistência mecânica e funcional.
• Voltar a esportes de giro ou mudança rápidas de direção APENAS 
após a liberação médica.
• Comece com atividades controladas (ou seja, evite superfícies irre-
gulares, situações de contato e fadiga).
• Evite atividades de alto risco para INICIAR, ou seja, pular, girar, 
girar etc.
• Use exercícios específicos do esporte (gesto esportivo) para deter-
minar a progressão para atividades sem restrições.
Exercícios terapêuticos
• Progredir treinos de cadeia cinética aberta.
84
• Pode começar atividades de polimetria e agilidade de nível avançado 
em 4 meses; começar com atividades em terreno plano e progredir 
para atividades multi-planares.
• Treinamento do gesto esportivo direcionado para o esporte.
Progressão de exercícios pliométricos e de agilidade
• Salto bipodal? Salto monopodal.
• Única direção? Múltiplas direções.
• Superfície estável? Instáveis.
• Situações controladas? Mudança de situações (giros).
• Ensinar os 3 M’s.
• Manter o aterrisamento suave durante os saltos em todos 
os momentos.
• Manter-se postura durante a corrida.
• Manter os joelhos alinhados com os pés durante todos os momentos.
Critérios de progressão ao esporte
1. O paciente tolera a progressão funcional para o programa esportivo 
sem dificuldade e sem exacerbação dos sintomas.
2. Ausência de inchaços / efusão.
3. ADM completa.
4. Antes de retornar ao esporte, o atleta DEVE DEMONSTRAR con-
fiança força, agilidade, coordenação, equilíbrio, controle postural, 
resistência e estabilidade mecânica e funcional no grau necessário 
para o seu esporte específico.
O progresso depende do cliente mais do que o fisioterapeuta depende do 
tempo de cada um e da dimensão necessária do quinto sinal vital. Cada tipo 
de cirurgia provoca uma dor com textura e intensidade diferente, do mesmo 
modo que tem sentidos e significados variados.
As considerações aqui feitas é de que a reabilitação é um longo preparo 
de enfrentamento para reconstrução do VIVER com tranquilidade, como 
alguns dizem “dói, mas não me incomoda”, é uma força de querer ficar bom, 
o corpo potência de Nietzsche (LINS; GADELHA, 2002).
Sabemos que o processo é doloroso, e muitas vezes ficamos melhores, 
mas nunca ficamos impotentes esperando que o cliente melhore, nunca afir-
mamos, ou nunca nos demos conta de que também sentimos DOR, quando 
provamos a DOR para a reabilitação.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 85
REFERÊNCIAS
LINS, Daniel; GADELHA, Sylvio. Nietzsche – Deleuze: o que pode o corpo. 
Rio de Janeiro: Editora Relume Dumará: Fortaleza, Ceará: Secretária de cul-
tura e desporto, 2002.
MIRA Y LOPEZ, Emilio. Quatro gigantes da alma: o medo, a ira, o amor, 
o dever. Tradução: Cláudio de Araújo Lima. 29. ed. São Paulo: Editora José 
Olympio, 1972.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensa-
mento. Tradução: Eloá Jacobina. 8. ed. Bertrand Brasil. Rio de Janeiro, 2003.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Segundo desafio global para a 
segurança do paciente: Manual - cirurgias seguras salvam vidas (orientações 
para cirurgia segura da OMS). Tradução: Marcela Sánchez Nilo e Irma Angé-
lica Durán. Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério 
da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2009.
ZOURABICHVILI, François. O vocabulário de Deleuze – Conexões. Tra-
dução: André Teles. Ed. Relume Dumara. Rio de Janeiro, 2004.
CAPÍTULO VI
DIMENSÃO EMOCIONAL: a DOR 
no pós-operatório de artroplastia total 
de joelho: a hora de CUIDAR fora 
do espaço HOSPITALAR e em 
CASA – aliviar e confortar
Álvaro Alberto de Bittencourt Vieira
Jonatas Brito de Alencar Neto
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Priscila de Castro Handem
Teresa Tonini
Cleiry Simone Moreira da Silva
Ricardo de Oliveira Meneses
Luciano Godinho Almuinha Ramos
De volta, a saída do espaço hospitalar para casa, nos parece que o cliente 
sente um alívio “ansioso” pela possibilidade de se sentir “mal” e não saber 
como resolver, pois o simples fato de ter a enfermagem e os médicos próximos, 
quando internados dá sensação de segurança. No entanto, o doente é tomado 
por emoções e expectativas diversas, é o final do ato cirúrgico e do início da 
DOR, articulada mais ainda pela reabilitação.
A DIMENSÃO EMOCIONAL tem sentido próprio na vida rica de sinais 
físicos restritos a interpretação do próprio cliente que ele ativa a explica-
ção através de SIGNOS, em algum lugar escondido no hipotálamo, como 
é semiologia da DOR de cada um, mesmo que o processo de sentir dor 
possa ser específico de quem sente dor e há quem “diga” que essa dor repre-
senta um conjunto dos movimentos da ALMA, aquilo que temos chamado 
de EMOÇÕES.
As emoções sentidas quando se instalam em casa ainda poderão estar 
movidas pelas emoções vividas durante a cirurgia e na expectativa de onde 
estará a dor, por onde anda, porque não aparece logo para sabermos como é, 
e enfrentá-la melhor.
Não temos acesso ao tamanho do corte cirúrgico e as emoções que sen-
tem vão dançando dentro deles com uma expectativa que é mais de ansie-
dade do que medo, porque ela, a ansiedade, é da ordem da subjetividade e 
88
o medo tem objeto real. Isto, porque temos muitas informações de outros 
que viveram a mesma experiência e que, disseram:
• Sentiu muita dor;
• Não há medicamento que melhore;
• Tudo irrita - a cama,
 • o lençol,
 • as pessoas,
 • o barulho,
 • a ventilação,
 • o odor do ambiente,
 • o toque, e,
 • que a reabilitação é um movimento de tortura física, neces-
sária e terapêutica.
Então, a primeira ATENÇÃO é no preparo do ambiente, acreditamos e 
fundamentamos em Santos (1999) que o espaço é um sistema de objetos e 
um sistema de ações que envolve o fixo e os fluxos (interações), e considera 
além do tempo como as normas do espaço, quem comanda e quem decide. 
Formalizando nossas posições sobre emoção o autor nos diz:
“[...] nossa relação com o mundo mudou, antes era local-local, agora é 
local-global; hoje temos uma nova relação com o mundo, porque nos 
vamos nele por inteiro, a globalização faz também redescobrir a cor-
poreidade.O mundo da fluidez, a vertigem da velocidade, a frequên-
cia dos deslocamentos e a banalidade dos movimentos e das alusões a 
lugares e as coisas distantes, revelam, por contraste, no ser humano e 
no corpo como uma certeza momentaneamente sensível [...] (SANTOS, 
1999, p. 251)”.
Somos singulares ao sentir e interpretar nossa própria dor. O sofri-
mento começa na reabilitação, o alívio virá com os anestésicos, potencia-
lizando a dor provocada e o ESTADO de ÂNIMO nos faz suportá-la, um 
nervo (fala e cala) para nos adaptar ao que nunca sentimos.
Assim, o ESPAÇO onde ficar deve ser estimulador de alívio:
• Cama grande;
• Ter material necessário acessível como: remédios água e outras 
coisas que o cliente gosta;
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 89
• Não esquecer as comorbidades que já existem; suas crenças reli-
giosas e de viver;
• Lençóis limpos, cheirosos e coloridos;
• Chão livre de evidências de risco;
• Apoio para andar;
• Banheiro com vaso na altura adequada para sentar-se;
• Banco para tomar banho;
• Suporte nas paredes para se amparar; e assim, esperar com mais 
ânimo o profissional que iniciará a reabilitação.
Quando falamos da cama, estamos também pensando nela como 
ESPAÇO de descansar e temos o apoio de Bollnow (2008) em seu livro, 
O homem o espaço. Estamos falando da casa como espaço abrigo o lugar 
de habitar para encontrar segurança e paz, além da função de cobrir e pro-
teger, cada marcha inicial começa (normalmente) na CAMA e termina 
novamente na CAMA. E isso ocorre principalmente por estas condições 
de vida (normal).
Na CAMA logo fecha-se o ciclo do dia a dia da vida. Nela o homem 
chega ao descansar no sentido mais profundo. O significado que a cama tem, 
tem sido pesquisado para a estrutura da vida humana e em especial para espaço 
vivido (durante a reabilitação) e experimentado pelo cliente. Chama atenção 
como uma cama até então, pouco parece ter incitado a imaginação humana 
(BOLLNOW, 2008).
Na cama sozinho, nossas EMOÇÕES evoluem entre expectativa, ansie-
dade e medo e sofremos antecipadamente pelas intervenções que virão. A 
descoberta do primeiro sinal de dor e de como será a vida adiante.
Deitados perguntamos, quem é esse fisioterapeuta que não conheço? 
é alegre? Fechado? (não fala, não ri, não brinca?). Como me tocará? com 
delicadeza? com pressa? indiferente a mim? é só fazer o seu trabalho? 
Muitos doentes tem uma representação que ele é uma MÁQUINA BIO-
LÓGICA de fazer TORTURA, chega faz o trabalho, só responde o que for 
perguntado recebe o dinheiro e vai embora. É uma ESPERA CARREGADA 
de EMOÇÃO acompanhada de MEDO e vontade de fugir.
Com isso, apresentamos abaixo (figura 1) a primeira escala de emoções 
descrita por Plutchik (2001) como a “Roda das Emoções”, que também nos 
lembra o protocolo de Manchester.
90
Figura 1 – Roda das Emoções de Plutchik
Aqui nessas
cores estão as
representadas
emoções da dor
intensa.
Fonte: Plutchik, 2001�
Num plano clínico de cuidar, que se preocupa com esses diversos tipos 
de emoções que também mudam de cor?
E assim vemos o quanto é complexo acordar com emoções que mudam 
frequentemente de cores e de intensidades, texturas que não sabemos precisar 
qual é o seu processo biofisiológico, sua fisiologia e seus significados.
Nesse processo de querer compreender a dor descobrimos que a EMOÇÃO 
é a DIMENSÃO que conecta o físico, a emoção e o espírito, formando assim 
um emaranhado de filamentos energéticos nesse processo de mudança de cor, 
mudança de linguagem, se disseminando de dentro para fora num processo 
contínuo de se emocionar. Não é à toa que Maturana (1998), coloca no centro 
a Biologia, as emoções, a linguagem na Educação e na Política e não deixa de 
pensar em Michel Foucault neste século XX, como possibilidade para o século 
XXI que envolverá a genética em todas as áreas, será o século da Biologia 
do Conhecimento, que ele chama de um conjunto de ideias, que ultrapassa a 
premissa básica do pensamento ocidental e vai citando outros teóricos, como 
Derrida (filósofo Francês da linguagem) que será o estabelecimento de uma 
nova continuidade entre o BIOLÓGICO e o SOCIAL e ou CULTURAL.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 91
A concepção, dita no prefácio do livro, de Maturana (1998, p. 15) “é de 
que os seres humanos como sistemas fechados, operacionalmente autopoiéticos 
e indivíduo x sociedade, natureza x cultura, razão x emoção, objeto x objetivo, 
mostrando suas emoções como fenômenos próprios do Reino Animal [...]”.
O ser humano com DOR também é um entrelaçamento do racional com o 
emocional e em sua experiência da DOR a única coisa que cria é uma lingua-
gem própria para defini-la. Para Maturana (1998) a emoção mais importante 
é o AMOR porque é esta emoção “que permite a aceitação do outro como 
legítimo do outro na convivência, portanto uma “biologia amorosa”, passa 
ser o fundamento social, não mais essa razão transcendental, com a qual nos 
acostumamos a nos distanciar do ser biológico”.
Não é estranho pensarmos assim e assumir o que Maturana (1998) nos 
diz, afinal de contas sempre sentimos emoções, nos emocionamos diante da 
vida, da doença, da morte, da perda, do abandono, do adeus. Não há triunfo 
da razão só, e nem argumentos práticos para acreditar que só a racionalidade 
é real, é possível.
Temos descoberto em nossas leituras e práticas, que a ciência se tornou 
contra apenas a captura do real, para dizer que ela se tornou uma competição 
infindável de argumentos justificadores de um suposto acesso privilegiado 
à realidade.
Estamos entre a cruz e a espada nesse dilema que Maturana (1998, p. 15) 
nos coloca quando: “ao discutirmos os seres vivos, como seres de determi-
nados estruturalmente, incapacitou o funcionamento do argumento da rea-
lidade, tornou-o dependente do observador e suporte de grandes dilemas de 
obediência teórica [...]”.
Assim, nós no “radar” dos tempos de agora, das nossas linguagens em 
construção, não podemos perder o exercício de estar sempre querendo conhe-
cer, viver a experiência; isso é condição de vida, tentando se encontrar, ou estar 
sempre à deriva, como encontrar novas experiências, ou perdê-las de vista.
Educar na medicina ou em qualquer outra área, aquilo que gostamos de 
fazer, sonhando, modelando, tratando, é sempre querer ensinar alguém; dar 
aula para jovens, conversar com eles e estar exercendo um processo de ensi-
nar e eles de aprender o fenômeno do conhecimento, o fenômeno da DOR, o 
fenômeno dos SENTIDOS e dos SIGNIFICADOS.
Aprendemos no passado o que deveríamos estar prontos para “SERVIR”, 
que é um “conceito relacional” de Maturana (1998). Ensinar aos estudantes 
sobre o tema corporalidade e dizer a eles que o nosso corpo é instrumento de 
expressão “de uma propriedade constitutiva nossa, nosso corpo surge como 
um instrumento de expressão desta propriedade, e também como um limite 
para sua expressão”.
92
Também temos tentado imprimir, principalmente nos estudantes de outras 
áreas que não seja apenas o da medicina, mas também com Terapeutas, Educa-
dores Físicos, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e a Enfermagem, que 
eles necessitam de uma linguagem própria, não só a os signos, dos símbolos 
da comunicação, mas a linguagem dos fenômenos, do ser vivo, compreender 
como as coisas surgem, como aparecem diante de nós. Segundo Maturana 
(1998, p. 16) “a linguagem se constitui quando se incorpora ao viver, como 
modo de viver, este fluir em coordenações de condutas (a linguagem da DOR) 
da conduta que meu corpo expressa, mas eu não sei falar dela [...]”.
A EMOÇÃO não tem objeto claro e definido nos diz Neto (2002) que 
esse objeto se forma apenas ulteriormente. Sabemos que a “DOR” pode ser um 
movimento vibratório dentro do meu corpo, que arde, que dói, que lateja, que 
corta, que incomoda, que irrita e provoca EMOÇÕES de todas as cores, que 
correm pelos nervos,filamentos, músculos, cartilagens e os nossos sentidos 
vão acompanhando a dor.
Durante a reabilitação nossos sentidos se aguçam, como movimentos 
e potências dentro de nós, seria um movimento arte-sentir da DOR? Sem 
imagem e sem conceito, sem sentido, sem significado, sem razão?
A DOR no discurso da racionalidade científica parece ser entendida 
melhor que a EMOÇÃO, que não aparece como elemento interlocutor entre ela 
e a subjetividade e nem principalmente quando muitos cientistas perguntam:
• O que somos?
• O que é humano?
• O que é o racional?
• O que nos distingue dos animais é apenas ser racional?
• Eles também sentem DOR?
Nestas questões sem muitas respostas, a não ser ensaios empíricos, 
quando se torna claro para nós que já vivemos ou quando cuidamos do outro 
com dor é que não temos refletido muito sobre ela neste aspecto da DIMEN-
SÃO EMOCIONAL, isso é afirmado por Maturana (1998) quando diz:
“[...] Dizer que a razão caracteriza o humano é um antolho, porque nos 
deixa cegos frente à emoção, que fica desvalorizada como algo animal 
ou como algo que nega o racional. Quer dizer, ao nos declararmos seres 
racionais vivemos uma cultura que desvaloriza as emoções, e não vemos 
o entrelaçamento cotidiano entre razão e emoção, que constitui nosso 
viver humano, e não nos damos conta de que todo sistema racional tem 
um fundamento emocional” (MATURANA, 1998, p. 17).
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 93
Para tentar compreender as emoções, criamos uma segunda rede para 
ilustrar (figurar 2) as emoções.
Figura 2 – Rede de Emoções
com outros
sentidos de
viver e do
conhecimento
Fonte: Autores, 2021�
Maturana (1998, p. 15) nos diz que:
“[...] emoções são disposições corporais dinâmicas que definem os dife-
rentes domínios de ação em que nos movemos. Quando mudamos de 
emoção, mudamos de domínio de ação. Na verdade, todos sabemos isso 
na práxis da vida cotidiana, mas o negamos porque insistimos que o que 
define nossas condutas como humanas é elas serem racionais. Ao mesmo 
tempo todos sabemos que, quando estamos sob determinada emoção, há 
coisas que podemos fazer e coisas que não podemos fazer, e que aceitamos 
como válidos certos argumentos que não aceitaríamos sob outra emoção.”
Muitos doentes que cuidamos durante nossas vidas como profissionais de 
saúde, em sua maioria, sentiam “DOR”, independentemente de suas comor-
bidades e a única saída era o analgésico, nunca pensamos que os sentimentos 
positivos, ambientes confortáveis e o lugar de ficar deitado limpo e cheiroso 
pudesse interferir nessas emoções, destacando que a comunicação pode ser 
e é uma forma de nos EMOCIONAR.
94
Muitas vezes nós profissionais (humanos) de saúde somos submetidos 
aos estímulos dolorosos também, pois:
• Cansamos física e mentalmente;
• Nos irritamos;
• Não temos vontade de conversar;
• Ficamos tristes;
• Ficamos com medo;
• Temos vontade de desistir, fugir;
• Há dias que se pudéssemos não iríamos para o trabalho;
• Não tomávamos banho; não fazíamos o alimento;
• Não saímos de casa para nada;
• Não traumatizamos etc.
Quando sentimos “DOR”, precisamos de compreensão para os nossos 
momentos difíceis, ter compaixão e paciência, deixe para um outro momento 
o que quer falar. O pior para alguém que sente “DOR” é quando ela fala de 
sua dor e o que escuta também fala das suas, uma disputa, sempre, para saber 
que DOR é mais dolorida, mais importante.
Maturana (1998, p. 15) nos fala de uma situação para justificar nossos 
momentos emocionais:
“[...] ao chegar ao escritório, uma pessoa fala que pensa em pedir um 
aumento de salário ao chefe, e a secretária amiga diz: “— Não peça nada 
hoje porque ele está com raiva e não vai lhe dar nada.” O que a secretária 
disse não é, por acaso, um indício de que ela sabe que uma pessoa com 
raiva só pode atuar de uma certa forma, não porque esteja restringida 
de uma maneira absoluta, mas porque está num domínio no qual só são 
possíveis certas ações e não outras?”
Assim, temos refletido como nos conduzimos enquanto profissionais de 
saúde na perspectiva da EMOÇÃO, como dimensão tridimensional do corpo 
que sofre. A dor foi por muito tempo aceita como um fenômeno apenas físico 
porque só se revela, assim:
• Me corto sinto muita dor;
• Me machuco numa queda sinto muita dor;
• Se quebro um braço sinto dor;
• Se me queimo sinto dor;
• No trabalho de parto sinto dor etc.
Nunca pensamos numa dor da saudade, do abandono, de uma expres-
são verbal inadequada, de uma perda de pessoas queridas ou de animais 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 95
de estimação e/ou objetos. Nunca pensamos nela como um signo-sinal do 
corpo que mexe com o corpo tridimensional, como uma linguagem biológica, 
que necessita de interpretação porque ainda não sabemos muito onde ela se 
esconde a esperar por um evento doloroso; qual é a sua linguagem e como 
a percebemos.
Começa a REABILITAÇÃO o objetivo central de estimulação do corpo, 
para que um órgão, um músculo, uma articulação retornem a sua normalidade 
ou uma qualidade de vida que não será mais a mesma de antes. Podemos 
pensar que o seu caminho é o nervoso e o desenho físico que está na imagem 
(figura 3) abaixo, demonstra o seguimento dos nervos.
Figura 3 – Fibras nervosas Aferentes e Eferentes
Neurônio
Sensorial
Neurônio
Sensorial
Fibra
Aferente
Fibra
Aferente
Músculo
esquelético
Medula
Pele
Sinapse
Vísceras
Fonte: UFRJ Neurofisiologia - Laura Leite, 2019.
Tratando da unidade motora dos neurônios, Atkinson e Murray (1989, 
p. 504) trazem:
“Unidade Motora: Um único neurônio da medula espinhal inerva muitas 
fibras musculares ao mesmo tempo. Quanto mais fino é o movimento feito 
pelo músculo, menor é o número de fibras musculares inervadas por um único 
neurônio. Na média, um neurônio inerva 150 fibras musculares. O olho, por 
exemplo, tem apenas 13 fibras musculares inervadas por um único neurô-
nio, enquanto os grandes músculos da panturrilha podem ter até 1700 fibras 
inervadas apenas por um neurônio. O neurônio e as fibras musculares que 
ele inerva são chamados unidade motora. É o trabalho coordenado de todas 
as unidades motoras ao longo do corpo que dá ao indivíduo a capacidade de 
mover-se voluntariamente com um objetivo. As unidades motoras contraem-se 
96
de forma contínua em um padrão alternante que previne movimentos espás-
ticos em arrancos. A postura e a mobilidade são mantidas através da ação de 
diferentes unidades motoras contraindo-se em momentos muito próximos um 
do outro. Isto produz uma contração (ATKINSON; MURRAY, 1989, p. 504)”.
Quanto a adenosina trifosfato (ATP) para contrações musculares, as 
autoras abordam que:
“O número de contrações máximo que uma fibra é capaz de produzir não 
depende apenas da taxa de estimulação neural, mas também da capacidade 
de esta fibra muscular produzir o adenosina-trifosfato (ATP). Enquanto 
houver um suprimento de ATP, a fibra muscular pode manter-se contraída. 
Existem três caminhos para a produção do ATP dentro do músculo. O pri-
meiro envolve a formação de fosfato de creatina, que armazena ATP e é 
utilizado no início da contração da fibra muscular. A quantidade de ATP 
armazenada no fosfato de creatina é muito pequena, e é rapidamente con-
sumida nos primeiros segundos de uma contração mais forte. O segundo 
caminho refere-se a quebra do glicogênio que está reservado no músculo e é 
transformado em glicose, gerando ácido lacto ou lactato. O terceiro envolve 
um processo denominado fosforilação oxidativa. Neste processo, o oxigênio 
e outros nutrientes, como os ácidos graxos, aminoácidos, ou glicose, são 
convertidos em ATP. Este caminho para a produção de ATP é suficiente 
para os exercícios médios, quando as fibras musculares recebem um aporte 
sanguíneo adequado, com um suprimento de oxigênio e nutrientes suficiente 
e com tempo bastante para convertê-los em ATP. A fosforilaçãooxidativa é 
um processo energético eficaz no qual são produzidas 36 moléculas de ATP 
para cada molécula (ATKINSON; MURRAY, 1989, p. 504).”
A relação do sistema locomotor, articulação, ossos e músculos e des-
crita como:
A articulação é a área de contato entre dois ou mais ossos. permitindo 
movimentos para diferentes direções. A articulação é mantida por um 
tecido conjuntivo firme. Este tecido é mantido flexível pelo próprio movi-
mento da articulação durante a atividade diária. Quando uma articulação 
é imobilizada total ou parcialmente, seu tecido conjuntivo torna-se aos 
poucos duro e fibrótico. Tal processo pode iniciar-se até com cinco dias de 
imobilização, e progride até deixar a articulação completamente imóvel. 
Os músculos e os ossos trabalham em conjunto para formarem um sistema 
de alavancas dentro do corpo. E através do movimento destas alavancas 
em conjunto com as articulações que a mobilidade é possível. Quando um 
músculo se contrai, uma força chamada tensão é exercida sobre o osso. O 
osso exerce uma contraforça sobre o músculo chamada carga. Quando a 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 97
força de contração é superior à carga, ocorre o movimento. A carga total 
sobre o músculo que deve ser sobrepujada é igual a: O peso da carga + A 
distância da carga até a articulação + A distância do músculo à articulação. 
O músculo está ligado ao osso por ligamentos e tendões, por cima e por 
baixo das articulações. Quanto mais longe da articulação estiver localizada 
a fixação do tendão, maior é a carga que o músculo terá que vencer para 
que o movimento ocorra. Quando a carga total se equivale ou excede à 
tensão máxima que um músculo é capaz de realizar, as contrações deixam 
de ser isotônicas para tornarem-se isométricas, já que o músculo é incapaz 
de elevar a carga proposta. Os músculos muito grandes com uma grande 
força potencial são capazes de romper os tendes a que estão ligados, ou 
mesmo de fraturar seu osso adjuvante no esforço para sobrepujar uma 
carga muito pesada (ATKINSON; MURRAY, 1989, p. 504).”
A figura 4 ilustra a relação entre músculo, articulação e a distância da 
articulação ao peso que está sendo elevado.
Figura 4 – Músculos, ossos e articulações elevando peso.
=
=
Músculos antagonistas
do braço
Bíceps
para a �exão
do braço
Tríceps
para a extensão
do braço
3 kg
Peso (c)
Carga Total
Distância entre a inserção
muscular e a articulação
Distância do peso à articulação
A
A
B
B
+ C = 3 kg de peso
Fonte: Adaptado de Atkinson e Murray (1989, p� 504)�
98
Chega então à intervenção da FISIOTERAPIA que manipula o corpo 
através de seu saber conectado ao saber médico que também se envolve no 
processo de reabilitação como está no capítulo III deste livro.
A nota1 abaixo apresenta os riscos e benefícios dos exercícios e atividades 
físicas segundo Atkinson e Murray (1989).
Exercícios e atividades físicas – riscos e benefícios
“A atividade física, indispensável para o funcionamento normal do 
corpo humano, pode ser considerada tanto como um benefício quanto como 
um malefício. A atividade física é um fator de desgaste para o corpo, à 
medida que produz mudanças e consome energia. A atividade física diminui 
os riscos de isolamento social e de déficits sensoriais. Previne também a 
perda do movimento consequente ao desuso dos músculos e articulações. E 
uma forma de comunicação não-verbal em que fortes emoções podem ser 
dissipadas. A ideia de fazer algo para manter a mente e o corpo ocupados está 
associada com níveis energéticos elevados e uma visão positiva do mundo 
em geral e de si próprio em particular. Os indivíduos que mantêm uma ati-
vidade física sentem-se melhor e têm maior resistência do que aqueles que 
se mantêm inativos.
Os exercícios regulares têm o benefício de baixar a pressão arterial, 
diminuir a frequência cardíaca e os níveis séricos de lipídios ao mesmo 
tempo em que aumentam o volume de sangue ejetado pelo coração em cada 
sístole e a oxigenação dos tecidos. Os exercícios também ajudam a relaxar 
e a dormir. Tais benefícios diminuem os riscos de um ataque cardíaco, de 
doenças cardíacas, e de aterosclerose nas artérias. Estes benefícios existem 
quando o exercício faz parte da rotina de vida do indivíduo, e as fibras de 
alta oxidação são usadas em contrações isotônicas.
O termo exercício aeróbico é usado normalmente para indicar o tipo de 
exercício que promove estes benefícios. O desgaste sobre os ossos, artérias 
e músculos ajuda a retardar muitos dos males que afligem a pessoa idosa, 
como a descalcificação óssea (osteoporose), a perda da massa muscular, o 
estreitamento das artérias devido à deposição de lipídios na parede dos vasos 
(aterosclerose). O exercício habitual aumenta a concentração de lipoproteínas 
de alta densidade que protegem o indivíduo da aterosclerose. A enfermeira 
em boa forma física também é menos suscetível a lesões musculares decor-
rentes dos cuidados prestados ao paciente.
1 ATKINSON, L. D.; MURRAY, M. E. Fundamentos de enfermagem, Introdução ao processo de enferma-
gem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.
continua...
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 99
Durante um exercício físico intenso, o débito cardíaco pode elevar-se 
de cinco litros por minuto em repouso para até 30 litros por minuto em um 
atleta treinado. Este aumento é devido principalmente ao grande aumento 
da frequência cardíaca durante o exercício, de uma base de 70 bpm para, 
por exemplo, 19 bpm. A pressão sistólica também aumenta, saindo de 
120 mmHg para 200 mmHg, durante um exercício intenso. A ventilação 
alveolar pode aumentar 20 vezes. A pressão diastólica aumenta bem menos, 
variando de 10 a 15 pontos. A temperatura também sofre alteração. Ela 
eleva-se podendo aumentar muitos graus acima do normal durante um 
exercício vigoroso sustentado.
Existem alguns riscos no exercício, que incluem lesões musculares, 
nos ligamentos e nas articulações, dores musculares, e fraturas ósseas. 
As alterações na frequência cardíaca e na pressão arterial podem acar-
retar problemas sérios para as pessoas com algum problema cardíaco ou 
respiratório. Os indivíduos desacostumados a exercícios pesados, e que 
iniciam subitamente um programa de exercícios que os leva além do ponto 
de fadiga, estão pondo em risco a sua própria vida. Todos os anos, ataques 
cardíacos durante o trabalho de retirar a neve da calçada atingem muitas 
pessoas. As quedas, principalmente para os idosos, podem causar a morte. 
Estes indivíduos são mais suscetíveis às fraturas ósseas que, por sua vez, 
curam-se mais lentamente. Algumas atividades físicas como nadar, mer-
gulhar e escalar montanhas podem ser muito perigosas se o indivíduo 
não for cuidadoso, não tiver experiência, ou estiver em uma forma física 
(ATKINSON; MURRAY, 1989).”
Figura 5 – Perna / Dor
Fonte: UFJR- Laura Leite, 2019�
Deitado, o cliente em pós-operatório, espe-
cialmente de ARTROPLASTIA, logo desco-
bre o desafio que irá enfrentar. A perna (figura 
5) responderá ao menor estímulo. Até um toque 
delicado de levantar o calcanhar, lembrando que 
não é possível esquecer que o CORPO FALA por 
intermédio de nossas EMOÇÕES como afirma 
Pierre Guiraud (1991, p. 6):
“[...] em sentido próprio nossas emoções 
são movimentos do organismo: tremendo 
de medo, coramos de vergonha; essas rea-
ções físicas, pelas quais se exprime o que 
sentimos, traduziu, pela linguagem, o modo 
o qual como sabemos a rede que representa 
esses fenômenos [...].”
continuação
100
Emoções-linguagem que interessam Maturana (1998) e se conectam com 
o que temos pensado sobre elas, pertence a um sistema racional que constitui 
e tem como premissas, previamente aceitas, a partir de uma certa emoção, 
nossa dimensão tridimensional do corpo.
A “DOR” é nossa principal premissa de reflexão e construção de conhe-
cimento que se institui atualmente e vem ganhandoforça, mesmo que existam 
muitos desacordos. Para Maturana (1998, p. 17) “[...] o desacordo é quando 
alguém acaba achando uma crença que nega o fundamento da outra crença e 
os leva para o domínio de respeito mútuo.”
Aqui pensamos na crença de que a dor é só física, ali naquele local que 
ela se instala, sem conseguir demonstrar que o cérebro está ali, que células 
nervosas, elas estão no corpo inteiro e enviam sinais neuronais racionais/
emocionais, vivem na ciência com dados comprováveis, “SENTIR DOR” é 
real e se origina no local e manda mensagens para o cérebro.
O exemplo que o autor nos dá é indutor de muitas reflexões:
“[...] se eu digo dois multiplicado por dois são cinco e outro me diz - não é 
assim! Olha multiplicação se faz dessa maneira, mostrando como constitui 
a multiplicação, no máximo eu vou dizer - é verdade, você tem toda razão, 
desculpe, o pior que pode acontecer é eu ficar ruborizado com um pouco 
de vergonha. Também pode ocorrer que eu não me importe, porque esse 
desacordo não tem nada mais que um fundamento lógico (MATURANA, 
1998, p. 17).”
Então, poderíamos dizer que a DOR é DOR e que cada um pode afirmar, 
significar o que ela é ao seu modo, sua visão do mundo, os conhecimentos 
que têm na área da saúde, tem suas regras de intervenção que são mais da 
área da operacionalidade objetiva que já está dito e aceito.
“[...] para outros, esses desacordos sempre trazem consigo uma explosão 
emocional, porque os participantes vivem seu desacordo com ameaças 
existenciais recíprocas… São situações que ameaçam a vida já que um 
nega o outro os fundamentos de seu pensar e coerência racional de sua 
existência (MATURANA, 1998, p. 17).”
CUIDAR no pós-operatório, considerando os “desacordos” que possam 
existir sobre a “DOR”, não é possível desconhecer a linguagem do CORPO 
que sente dor e tem suas ações em check-list dessa linguagem que é:
• Cinésica: estudo de gestos e mímicas;
• Proxêmica: estudo das posições corporais do corpo no espaço micro 
de cuidar e a cultural que é o espaço macro;
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 101
• Prosódica: estudo das entonações e variações da voz: grito, lágrimas, 
risos, suspiro, que não estamos incluindo que nossa relação com 
aqueles que cuidamos.
Quando colocamos no livro de “Reabilitação I – Nômades em busca 
de SENTIDO para o CUIDADO da PESSOA COM DEFICIÊNCIA ADI-
QUIRIDA”, sobre essas questões - descrevemos o lugar da TORTURA nos 
tatames como a linguagem dos clientes que chamavam dessa forma, quando 
chega a hora da reabilitação, quando eles “entram em pane”, e era comum, 
quem ficava do lado de fora ouvirem GRITOS e GEMIDOS diversos o que 
causava também muita aflição em familiares que aguardavam o término da 
sessão (FIGUEIREDO; MACHADO; MARTINS, 2018).
Tudo isso se torna fonte de informação para nós que cuidamos de “ALI-
VIAR o SOFRIMENTO HUMANO” (Hipócrates e Florence Nightingale) e 
a necessidade de sabermos identificar não apenas, mas sintomas que o corpo 
expressa e isso é da área do conhecimento: linguagem e CORPO (os gestos e 
comportamentos corporais utilizados como signo de comunicação).
Desacordo entre conhecimento físico e emocional faz parte da produção 
de conhecimento e do que se aprende como real, mensurável, cuja palavra já 
pertence a terminologia médica.
A “DOR” tem uma SEMIOLOGIA própria, podemos afirmar, empírica 
ou cientificamente como quinto sinal vital porque temos o conhecimento e a 
prática de vive-la no território da saúde e, hoje não temos dúvidas que ela é 
o movimento da ALMA, o que chamamos de movimento das emoções, que 
são naturais espontâneos e se manifestam quando estimulados.
O corpo com DOR tem seus próprios códigos, ele seleciona e indica 
como ela é, como diferencia seus micros sintomas, como podem representá-la 
através de símbolos e dependendo da cultura e dos costumes as EMOÇÕES 
também se modificam em relação ao objeto de pensar e sentir DOR.
Na hora do exercício os códigos de AFETO somem e dão lugar a sen-
timentos de medo/fuga, de imitação, de pavor, de querer desistir mesmo. 
Podemos fundamentar ao pé da letra o que Guiraud (1991, p. 29) diz: “Quando 
alguém faz um gesto de estender o braço, se constitui, por si só ou mesmo, 
um signo de comunicação - abraçar alguém - ao contrário, ou, estender os 
braços abertos, são signos de PROTEÇÃO e de ACOLHIDA.”
Então, um dos ALÍVIOS para a DOR é acolher e abraçar, “é tão bom”, 
isso provoca em nós emoção de todas as cores e texturas e tem muitos signi-
ficados. Para Maturana (1998, p. 22):
“Quando falamos de emoções, fazemos referência ao domínio de ações 
em que um animal se move. Notamos que isto é assim pelo fato de que 
102
nossos comentários e reflexões, quando falamos de emoções, se referem 
às ações possíveis do outro, que pode ser um animal ou uma pessoa. Por 
isso, digo que o que conotamos quando falamos de emoções são os dife-
rentes domínios de ações possíveis nas pessoas e animais, e as distintas 
disposições corporais que os constituem e realizam. [...] Ele sustenta que 
não há ação humana sem emoção (MATURANA, 1998).”
Na cama fazendo fisioterapia as emoções se misturam e nós tentamos 
dar nome a DOR, dar cor a DOR e acharmos como não a suportando mais. 
Queremos fugir da mão do profissional mesmo que ele faça tudo com delica-
deza, quando faz ações que devem nos acalmar e não nos exaurir.
Quanto às ações de enfermagem, podemos mostrar quais suas preocupa-
ções que chamamos de ações e atos científicos destacando que é fundamen-
tal não esquecer os princípios Nightingaleanos (1989) que é o de “aliviar o 
sofrimento humano e nunca colocar a vida em risco, categorias TEÓRICAS 
que baseiam suas utilidades (prioritárias) CORPO, SAÚDE e AMBIENTE 
(figura 6).
Figura 6 – Tripé – CORPO, SAÚDE E AMBIENTE.
Corpo
da DOR
Saúde Ambiente
CUIDADO
Fonte: Autores, 2021�
Elas abrangem-se para todas as áreas de saúde, mas têm sido fundamen-
tais para a enfermagem e se adequa perfeitamente ao discurso da Interdiscipli-
naridade porque é uma profissão que trabalha com todos os profissionais da 
Saúde mantendo cuidados de restauração do corpo e da alma do cliente sem 
interferir na área de conhecimento do outro. O pós-operatório é sempre dolo-
roso e suas metas são de CUIDAR do CORPO e CUIDAR do AMBIENTE 
onde ele ficará, dar-lhes a maior autonomia possível.
A enfermagem é uma disciplina pautada no tripé: ação de cuidar do outro, 
por meio do cuidado individualizado ou coletivo e contextualizado; manu-
tenção do respeito pelo ser humano, em todas as situações e considerando a 
importância das relações interpessoais dos profissionais entre si, e destes com 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 103
o ser cuidado; atenção ao desempenho técnico sensível, solidário, competente 
e adequado simples.
O trabalho do enfermeiro na equipe interdisciplinar de uma cirurgia de 
artroplastia total de joelho quer seja no período pré, ou pós-operatório, é o de 
garantir a segurança do cliente quer seja relacionada a sua saúde física quer 
seja relacionada a sua saúde emocional quiçá ao seu estado espiritual. Este 
procedimento cirúrgico visa diminuir a dor e as deformidades que porventura 
possam ocorrer no decorrer do tempo devido em se tratando de uma doença 
(artrose de joelho) degenerativa e inflamatória que tem como sintoma pre-
ponderante a DOR.
Cabe ao enfermeiro conhecer de perto o cliente no que diz respeito às suas 
comorbidades, suas limitações físicas principalmente quanto a deambulação a 
fim de que a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) seja traçada 
com o intuito de garantir conforto, confiança e segurança para ele que passe 
por um processo de mudança de comportamento não esquecendo de observar, 
sistematicamente as diretrizes tomadas pelos demais profissionais envolvidos. 
O objetivo é facilitar todo o processo de recuperação e tratamento para que 
ocliente consiga mudar seu estilo de vida e se conscientizar dos benefícios 
que a prótese de joelho irá proporcionar ao seu corpo e cotidiano, mesmo que 
seja um corpo estranho, o corpo que nunca mais será o mesmo.
A área da traumatologia vem avançando a passos largos nas técnicas 
cirúrgicas bem como no instrumental e insumos utilizados nas cirurgias de 
artroplastia de joelho e o acompanhamento interdisciplinar que olha o cliente 
em cada aspecto, para depois atuar de forma integrada.
Segundo Japiassu (1976), a interdisciplinaridade é apontada como laços 
existentes entre as diversas disciplinas das ciências do homem, e entre estas e 
as ciências exatas e naturais, processo que Japiassu chamou de interconexões – 
problemas vistos de diferentes ângulos com a ajuda de métodos convergentes. 
Daí a possibilidade de surgirem mecanismos gerais, mecanismos comuns ou 
a investigação interdisciplinar.
A interdisciplinaridade é um princípio mediador entre as diferentes dis-
ciplinas, não sendo elemento de redução a um denominador comum, mas 
elemento teórico-metodológico da diferença e da criatividade. É o princípio 
da máxima exploração das potencialidades de cada ciência, da compreensão 
dos seus limites e, acima de tudo, é o princípio da diversidade e da criativi-
dade (ETGES, 1990).
Nessa relação interdisciplinar com outro envolve o sujeito social ou 
sujeitos sociais. Para Maturana (1998) é o exercício do amor, da solidariedade, 
do compartilhar:
“A emoção fundamental que torna possível a história da hominização é o 
amor. Sei que o que digo pode chocar, mas insisto, é o amor. Não estou 
104
falando com base no cristianismo. Se vocês me perdoam direi que, infe-
lizmente, a palavra amor foi desvirtuada, e que a emoção que ela conota 
perdeu sua vitalidade, de tanto se dizer que o amor é algo especial e difícil. 
O amor é constitutivo da vida humana, mas não é nada especial. O amor 
é o fundamento do social, mas nem toda convivência é social. O amor é 
a emoção que constitui o domínio de condutas em que se dá a operacio-
nalidade da aceitação do outro como legítimo outro na convivência, e é 
esse modo de convivência que conotamos quando falamos do social [...] 
(MATURANA, 1998, p. 23).”
Finalmente, por enquanto neste capítulo, deixamos para refletir o EMO-
CIONAL na dor, que o autor nos diz:
“No emocional, somos mamíferos. Os mamíferos são animais em que o 
emocionar é, em boa parte, consensual, e nos quais o amor em particu-
lar desempenha um papel importante. Mas o amor, como a emoção que 
constitui o operar em aceitação mútua e funda o social como sistema 
de convivência, ocorre também com os chamados insetos sociais. [...] 
Portanto diferentes emoções específicas diferentes domínios de ações 
(MATURANA, 1998, p. 26).
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 105
REFERÊNCIAS
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dução ao processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.
BOLLNOW, Otto Friedrich. O homem e seu espaço. Tradução: Aloísio Leoni 
Schmid. Curitiba: UFPR, 2008. p. 176-177.
ETGES, Norberto J. A escola e a produção do arcaico. Rev. Educação e 
Realidade, Porto Alegre, v. 15, n. 1, p. 22-28, 1990. Disponível em: https://
biblat.unam.mx/pt/revista/educacao-e-realidade/articulo/a-escola-e-a-produ-
cao-do-arcaico. Acesso em: 10 jan. 2021.
FIGUEIREDO, N. M. A.; MACHADO, W. C.; MARTINS, M. M. Reabilita-
ção I – Nômades em busca de SENTIDO para o CUIDADO da PESSOA 
COM DEFICIÊNCIA ADIQUIRIDA. Curitiba: CRV, 2018. p. 61.
GUIRAUD, Pierre. A linguagem do corpo. Tradução: Lolio Lourenco de 
Oliveira. Ática: São Paulo, 1991. p. 21-29.
MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. 
Tradução: José Fernando Campos Fortes. Belo Horizonte: UFMG, 1998. 
p. 15-22.
NIGHTINGALE, F. Notas sobre enfermagem: o que é e o que não é. Tra-
dução: Amália Correa de Carvalho. Cortez: São Paulo, 1989.
NETO, Aurélio Guerra. Corpo e sofrimento: Buda, Dionísio, Nietzsche. In: 
LINS, Daniel; GADELHA, Sylvio. Nietzsche-Deleuze - que pode o corpo. 
Rio de Janeiro: Relume Dumara, 2002. p. 13-36.
JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de 
Janeiro: Imago, 1976. p. 2.
PLUTCHIK, R. The nature of emotions. American Scientist, v. 89, n. 4, 
p. 344-350, 2001.
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. Técnica e tempo, razão e emoção. 
3. ed. São Paulo: Ed. Hucitec, 1999. p. 251-265.
CAPÍTULO VII
DIMENSÃO INTELECTUAL: a DOR e a 
CAPACIDADE COGNITIVA INTERFERINDO 
no ALÍVIO – aspectos do SENTIR
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Wiliam César Alves Machado
Jonatas Brito de Alencar Neto
Priscila de Castro Handem
Álvaro Alberto de Bittencourt Vieira
Silvania Matheus de Oliveira Leal
Estélio Henrique Martin Dantas
As experiências que temos vivido com clientes com dor são desafiadoras 
no plano do exercício intelectual e da compreensão sobre o cérebro e sua lin-
guagem, nosso corpo como uma máquina biológica de intervenção no corpo 
do outro que deve ou deverá analisar as sensações do já está escrito e o que 
nos é informado para tentar sentir tudo de todas as maneiras.
Para Jansen (2008) é “saber” observar o corpo que sofre e esse saber não 
é simples e nem se aprende rapidamente quando ele diz:
[...] me lembro do deslumbramento que se apoderou em mim, quando 
no segundo ano de medicina aprendi como a partir de uma célula única 
a crescente complexidade de evolução levou a formação de um corpo 
capaz que ter consciência de si mesmo. Incrível epopeia que se estude 
que se entende ao longo de milhões de anos, condensado resumido em 40 
semanas de gravidez (JANSEN, 2008, p. 125).
Pensando assim, nos acostumamos a ler sobre as questões de biologia e de 
como pensamos o que fazer diante de um corpo constituído por tantas estruturas 
“escondidas” que não sabemos, ainda, seus caminhos para chegar e entender o 
que ele expressa. O esforço que fazemos está objetivado nas palavras de Guiraud 
(1991) quando diz que esse esforço é mais complexo no domínio da caracte-
rologia das propriedades dos sistemas, segundo critérios, psicanalíticos são:
[...] os dependentes, os inibidores e os desregrados, de onde ele está as 
seguintes classes: 1- Emotivos: inativos - primários nervosos; 2- Emoti-
vos: secundários – sentimentais; 3- Emotivos: ativos- primários coléri-
cos; 4- Emotivos: ativos: - secundários apaixonados // 1- Não emotivos: 
108
ativos - primários sanguíneos; 2- Não emotivos: secundários sanguíneos; 
3- Não emotivos: inativos - primários amorfos; 4- Não emotivos: inativos 
- secundários apáticos (GUIRAUD, 1991, p. 13).
Esse sistema se encontra em nossa psique e aqui pensamos nos diversos 
tipos de DOR que são tidas (concreta - objetivadas no corte físico, mas são 
subjetivas de algo que vem de dentro e não sabemos explicar objetivamente). 
É uma SENSAÇÃO DE DOR, nosso cliente sente dor, o que fazer? Como 
sentir? E nessa afirmativa de usar o sentido SENTIR, buscamos em Gil (1986) 
que nos faz vários questionamentos sobre esta questão:
para viver todas as sensações não será possível/necessário percorrer 
a gama completa das maneiras de SENTIR? E para começar, o que é 
SENTIR? Como SENTIR? Já que é possível sentir de várias maneiras, 
melhor ou pior, é possível aprender a filtrar, destrinchar, a conjugar, a 
refinar as sensações. Nisso consiste a arte da análise das sensações (GIL, 
1986, p. 30).
Foi assim que registramos como uma “experiência” curiosa de sentir dor, 
porque parecia inexplicável, durante a reabilitação ou responder ao médico às 
diversas sensações de DOR. Foi uma experiência de rastrear essas sensações 
de dor do que assumimos como o QUINTO SINAL VITAL e então o ousamos 
tentar objetivar, lançando mão da ESCALA (de cores) de MANCHESTER 
que descrevemos durante 18 dias de reabilitação quando acompanhávamos a 
sua evolução de dor (BRASIL, 2015).
Sem vaidade, apenas com uma orientação de que fizemos e apresen-
tamos aqui o que chamamosde um CASO afim de refletir, novos questio-
namentos e que desafios enfrentamos na compreensão das sensações de 
sentir DOR.
O CASO
Uma cliente submetida a artroplastia total de joelho direito que vinha 
sentindo DOR há 10 anos, associada à Fibromialgia que é um dos diag-
nósticos que possui associado a outras comorbidades. É hipertireoidiana e 
hipertensa. Durante os 22 (vinte dois) dias de pós-operada submetida à fisio-
terapia, nos tempos de recuperação resolveu fazer um diário da experiência 
teórico-prática diante das dificuldades e intensidades produzidas por ela 
em seu corpo. O pós-mediato (48 horas) é (IN)DOLOR devido a anestesia
continua...
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 109
raquidiana, tornando a perna inexistente e com uma sensação de perda. 
Depois de a compreendermos o porquê; quando tentou se levantar e percebeu 
a sensação de ausência da perna a partir da região inguinal até o pé. Des-
cobriu também o quanto é apavorante o medicamento sobre o nosso corpo, 
total perda de controle sobre ele. Entrou em pânico e medo, mas fui acalen-
tada pelo cirurgião, um cuidado subjetivo que lhe trouxe paz e segurança. 
Ele garantiu que sentiria a perna novamente (racionalmente) dentro de 08 
horas. De alta, ao chegar em casa, já sentia a perna e iniciou de imediato a 
fisioterapia. Quando entrou em estado de pânico pois a dor já era intensa e 
então decidiu descrever essa experiência.
Imagem 1 – DOR Os diversos modos de sentir
Era uma DOR desconhecida para a cliente, 
DOR que DOE, INTOCÁVEL, INESPERADA e 
dentro do osso do FÊMUR, LATEJAVA e dentro 
da TÍBIA, ARDIA. Então, foi pensado no de Pro-
tocolo de Manchester que é usado em emergências, 
adaptado às intensidades dos atendimentos para 
estratificação de risco. A imagem 1 ao lado repre-
senta em vermelho a sensação percebida de dor em 
maior intensidade.
Resolvemos para registro também nos utilizar das CORES do Protocolo 
de Manchester (BRASIL, 2015) adaptando-as à medida em que ía sentindo 
as várias dimensões da dor.
Vale ressaltar que a adaptação do Protocolo de Manchester, que é empre-
gado em diversas unidades de atendimento de emergência para estratificar a 
prioridade no atendimento, foi pensada na perspectiva do cliente submetido 
à cirurgia de artroplastia de joelho que viveu a Experiência de Sentir Dor nos 
momentos do pós-operatório imediato e tardio.
Utilizou-se então como referência as dimensões de cor “Emergente 
ou Vermelha”, “Muito Urgente ou Laranja”, “Urgente ou Amarela”, 
“Pouco Urgente ou Verde” e “Não Urgente ou Azul” onde cada um des-
ses elementos corresponde a gravidade e tempo de espera recomendado 
para o encaminhamento médico, para análise da intensidade e capaci-
dade de suportar a experiência dolorosa do cliente das consequências 
da cirurgia de artroplastia de joelho, conforme apresentado no quadro 1 
a seguir.
continuação
110
Quadro 1 – A Cor em Protocolos
Protocolo de Manchester
(BRASIL, 2015).
Adaptação para mensurar a 
EXPERIÊNCIA de SENTIR A DOR
 O minuto para atender EMERGÊNCIA
NECESSIDADE de atendimento imediato.
 INTENSA, não toque em mim, 
não aguento. 5
 10 minutos
Necessidade de atendimento praticamente imediato.
 Acho que pode tocar, mas eu 
preciso de AJUDA para suportar. 4
 50 minutos
URGENTE NECESSIDADE de atendimento rápido.
 Posso suportar seu TOQUE 
por alguns momentos. 3
 120 minutos
POUCO URGENTE
Podem aguardar atendimento ou serem encaminhados para outros Serviços de Saúde.
 Pode tocar, ele me alivia a DOR 
intensa. 2
 240 minutos
Não urgente, pode aguardar o atendimento ou serem encaminhados para outros Serviços.
 Toque a vontade a DOR é 
suave. 1
Essas sensações coloridas (emoções) iam nos ajudando a pensar a DOR 
que é única e pessoal, mas pode (num futuro próximo) ser investigadas com 
outros clientes nas mesmas condições. Abaixo, a imagem 2 ilustra a adaptação 
realizada para a ESTRATIFICAÇÃO da DOR do cliente na perspectiva do 
Protocolo de MANCHESTER (BRASIL, 2015).
Imagem 2 – Dimensões em Cores da Dor
12345
Fonte: Adaptação da Escala de Manchester, via (BRASIL, 2015)�
Esse esquema de cores foi sendo registrado no corpo e medida de dimen-
são numérica – colorida da DOR a partir do primeiro dia de Reabilitação 
imediatamente após a cirurgia, até o dia dezoito de novembro de dois mil 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 111
e vinte, data da última sessão de fisioterapia em Fortaleza. O cronograma a 
seguir apresenta as 12 (doze) sessões de fisioterapia realizas em Fortaleza até 
a data de 20 de outubro de 2020 e as 10 (dez) sessões realizadas no Rio de 
Janeiro de 26 de outubro até 16 de novembro de 2020.
O cronograma 1 a seguir, apresenta a ESTRATIFICAÇÃO da DOR do 
cliente na perspectiva do Protocolo de MANCHESTER (BRASIL, 2015) por 
meio da visualização das cores no corpo relacionada aos dias, as sessões de 
fisioterapia e tempo de pós-operatório e provavelmente a uma definição do 
corpo tridimensional, que também colore sua dor.
Cronograma 1
ESTRATIFICAÇÃO DA DOR NA PERSPECTIVA DO PROTOCOLO DE MANCHESTER (Adaptação)
LOCALIZAÇÃO e INTENSIDADE de DOR na PERNA DIREITA
OUTUBRO
INTENSIDADE DE DOR
FRENTE LATERAL COSTAS
DIA *DF *PF
05
06
07
08
09
12
13
14
15
16
19
20
21 Retorno ao Rio de Janeiro
DEITADA
DOR
26
28
30
NOVEMBRO
04
PERNA DIREITA
DOR PESADA, que
EXPLODE no corpo
06
09
11
13
16
18
*DF= DURANTE A FISIOTERAPIA / *PF= PÓS-FISIOTERAPIA
Obs: Cirurgia realizada dia 30 de setembro de 2019, cliente permaneceu sem dor até o dia 02 de outubro em virtude 
dos efeitos anestésicos do procedimento.
Fonte: Autores, 2021�
112
A informação de que sentia muita DOR ao menor TOQUE e esse toque 
é uma ação terapêutica como ato e ação que ajudaria na reabilitação, era a 
consciência que o cliente tinha de que isso que aconteceria, não se tratava de 
uma certeza, mas de uma condicionalidade, uma possibilidade, um DEVIR.
A ideia era desistir na hora em que a reabilitação iniciou, não aguentaria, 
será? Estava sempre a perguntar isso. No primeiro dia começou a identificar 
as sensações que sentia e que foram ampliando à medida que a reabilitação 
ia acontecendo, na verdade o cérebro ia apontando qual era a cor daquela dor 
que sentia, lembrando que ela pode mudar de cliente para cliente.
Eram intensidades em MOVIMENTO nos músculos e dentro dos ossos 
FÊMUR e TIBIA que “LATEJAVA e ARDIA” dentro e fora, mas dentro era 
mais intenso. Terminada a terapia existe um tempo de exaustão e isso acon-
teceu em vermelho por 12 dias. A incompetência de pensar em desistir 
era permanente, mas a cada dia sentia “algo” que melhorava, que não sabia 
descrever exatamente. Interpretar os resultados desses dias . Não conseguia 
dormir bem à noite, não queria se alimentar, só os fortes analgésicos ajudariam 
a encontrar um lugar na cama. Os 5 primeiros dias foram os piores. Chorava, 
tinha cólica e ir ao banheiro era o desafio diário. Ficar em pânico era o coti-
diano, não achava nenhum lugar confortante e começou a depender das técni-
cas utilizadas, inclusive para ficar em pé, ir ao banheiro e para tomar banho, 
as dores tinham significados conforme apresentados no quadro 1 a seguir.
Quadro 1 – Códigos
Sensação da Dor Significado da Dor
CORTAR PULSAR
LATEJAR CORRER
ARDER FURAR
PULSAR AGONIAR
SALGAR ÂNSIAR
ACIDEZ PESAR
PESADA EXPLODIR
AGONIADA FORMIGAR
Esses significados relatados merecem uma atenção empírica-cientifica e 
mostram ser objetivados em nº robusto, porque são impensadamente subjetivos 
para quem o sente ou sabe. Por exemplo, LATEJAR só quem sabe o que é 
latejar. Às vezes, os analgésicos parecem não funcionar, eles pareciam sucos, 
água, visto que não resultavam no alívio dessas sensações. Nos pensamentos 
e em muitos momentos que se sente e se vive essa sensação.
As respostas às sensações do corpo (Figura 1), às intensidades dos exer-
cícios, são perceptíveisa nível de pensamento (cerebral?) misturando-se à 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 113
medida que diversas técnicas são incluídas nos processos, existem uma sen-
sação de que algo caminha pelo corpo e muda de cor à medida que a sensação 
se distancia do local operado.
Figura 1 – Respostas às sensações do corpo a partir do joelho
em busca...
No terceiro dia quando o pé foi colocado no chão sente-se muito medo, 
insegurança (minimizada por orientações), foi fundamental nesses traçados 
(cardíacos) que o corpo sentiria dor ao ficar em pé e desencadeou um imenso 
prazer de não sentir dor no JOELHO operado. Então, o cliente pode passar 
bem por essa experiência, pois é preciso operar o outro joelho esquerdo que 
está tão ruim como estava o direito. Nos sábados, domingos e feriados, quando 
não fazia fisioterapia pensava em “FREUD”, sinta saudade da dor e do prazer 
de senti-la. Um prazer psicanalítico.
No sexto dia, ao fazer os exercícios de EXTENSÃO mais intensos, houve 
um momento de perda das dimensões das dores; e o início do aparecimento 
de dor lombar e escapulo-umeral consequente dos esforços de utilizar o anda-
dor, tomaram lugar para um outro tipo de dor, porque todo o apoio estava 
nos braços.
Pela primeira vez se perde a vergonha e o choro surge como alívio e 
pedido para que Deus ajude a suportá-la. Era um misto de dor, alívio e medo 
do dia seguinte. Passou a ser necessária a terapia e fisioterapia para a coluna 
e para os ombros, o que aumentou a extensão corporal da dor, a mudança e 
o movimento das cores.
No sétimo dia há uma sensação de melhora, embora o desânimo e o 
cansaço estivessem presentes. O esforço de levantar-se, andar e deitar eram 
extremantes dolorosos, mas as intensidades passam mais rapidamente a 
medida que a reabilitação ia acontecendo, pois, mudavam de COR e lugar. 
Era uma sensação de mais significados (figura 2) para dor em relação a sua 
textura: MOLHADA, CIRCULANTE dentro dos músculos, como efeito cola-
teral, COÇANTE E P0NTE-AGUDA que se adaptava a posição de conforto 
114
encontrada. A dor intensa melhora com pontos extremamente doloridos 
como de adaptação que tentamos mostrar na figura 2 como se estendia.
Figura 2 – Sensação de mais significados para dor.
PERNA
A dor intensa se irradia e diminui de dentro para fora. A dor nos ombros 
e na coluna vertebral estão em vermelho e resultam em dificuldade de 
dormir, de sentar-se no vaso sanitário. Ao iniciar novos exercícios com bolas 
diversas para aumentar a resistência muscular, fora dos espaços da cirurgia, 
provoca novas sensações e o sentimento de que alguém o agrediu com socos.
Uma vez que pensamos essas sensações não informadas nessa espécie 
de códigos coloridos registrados com imagens coloridas e nomes podem ser 
o que Gil (1986, p. 29) nos diz:
“[...] experimentalmente essa espécie de torpor que elimina a grandes emo-
ções e os movimentos largos da vida, é preciso concentrar atenção sobre 
o infinitamente pequeno, onde flutuam as sensações das coisas mínimas. 
Elas serão assim ampliadas, tornando-se mais intensas e claras, desse 
modo, separar-se-ão uma das outras (cores), isolar-se-ão, serão extraídas 
do seu seio outras sensações, pois cada sensação (código) é na realidade 
constituída por diversas sensações mescladas [...]”.
Pensando nos códigos ao invés de sintomas é preciso nos preparar para 
o treinamento de OLHAR-SENTIR como nos diz Cury (2008, p. 14):
[...] deveríamos decifrar os códigos com a mesma energia que o garimpeiro 
penetra nas rochas a procura de ouro, com o mesmo afinco que o cirurgião 
rebate a pele para desnudar tecidos ocultos, com a mesma garra que o 
sedento procurar água para saciar sua sede nos tépidos deserto.
Estamos falando de uma SEMIOLOGIA CLÍNICA delicada e detalhada 
para decifrar o código e a cor da DOR, carregada de emoções e de histórias 
de vida do cliente que não conhecemos profundamente.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 115
Sabemos das intensidades das emoções sentidas por nós que Gil (1986, 
p. 14) nos apresenta como: “[...] emoções tensas, fóbicas, apreensivas que 
fecham as janelas da nossa memória e as emoções prazerosas, desafiadoras, 
serenas, que as abrem.”
Como profissionais de saúde e docentes nossos atos e ações devem ser o 
da permanente posição de pensar, pesquisar e produzir conhecimentos sobre o 
nosso fazer e os desafios para acessar dados arquivados no cérebro do outro, 
no seu córtex cerebral onde guarda bilhões de informações, usando nossa 
complexa inteligência, que chamam de inteligência multifocal que tentamos 
pensar como postulados, pressupostos, conceitos, argumentos a partir da prá-
tica de onde vem o nosso conhecimento.
Este capítulo é embasado e fortalecido a partir de uma tese de doutorado 
em Biociências, na perspectiva da Epidemiologia, quando fundamenta e jus-
tifica o estudo que destacamos na íntegra por sua importância que tem partes 
aqui anexadas neste livro considerado seus autores Leal e Dantas (2019).
A Dor
Estudos epidemiológicos realizados em diferentes continentes, países e 
mesmo cidades ao redor do mundo, tem associado a dor como um dos fato-
res que mais tem afetado e elevado os custos no sistema de saúde, além de 
comprometer a qualidade de vida das pessoas (MATTOS et al., 2018, p. 10).
Estima-se que cerca de 40% da população mundial é afetada por algum 
tipo de dor. A prevalência da dor crônica varia de 12% a 80% dos casos, 
sendo que, cerca de 7% a 8% da população geral apresenta dor crônica 
com característica neuropática. A dor é um dos fatores que mais afasta os 
indivíduos das suas atividades laborativas e/ou de lazer, sendo a causa mais 
frequente de procura nos serviços de saúde e absenteísmo ao trabalho (GOS-
LING; SUASSUNA; NASCIMENTO, 2015, p. 37).
No Brasil estima-se que cerca de 60 milhões de brasileiros tenham 
queixa de dor persistente, de acordo com a Sociedade Brasileira para o 
Estudo da Dor. Embora existam poucos estudos epidemiológicos sobre dor 
crônica com a população brasileira, as pesquisas realizadas em algumas 
cidades vão ao encontro dos resultados encontrados mundialmente: preva-
lência da dor crônica com e sem características neuropáticas apresentam os 
maiores percentuais; predominância de ocorrência nos indivíduos do sexo 
feminino; associação da dor crônica com aumento da idade; a coluna verte-
bral é a região mais acometida, especialmente as regiões cervical e lombar 
(MATTOS et al., 2018).
Outros fatores têm sido associados aos sujeitos acometidos de dor crô-
nica com impacto direto na sua qualidade de vida, tais como: depressão,
continua...
116
raiva, rancor, alteração emocional afastamento social e religioso, mudança 
na sexualidade, alterações na dinâmica familiar, incapacidade física e fun-
cional, desequilíbrio econômico que às vezes, incrementa a dependência 
física e financeira, sentimentos negativos - vontade de morrer e desesperança 
(SIRIMARCO; MORENO, 2018, p. 14).
Assim, a dor é considerada “um fenômeno multidimensional desagra-
dável com uma componente fisiológica ou neuronal e uma dimensão psicos-
social, espiritual e cultural que se percepciona como presente ou subjacente 
às descrições das experiências de dor” (IASP, 2013).
Desta forma, a dor percebida remete às experiências anteriores, podendo 
ser consequência de doenças, distúrbios estruturais, ou por disfunção do 
sistema nervoso, categorizada de acordo com o mecanismo subjacente de 
origem musculoesquelética, neuropática, neurovascular e psicogênica (MAT-
TOS et al., 2018).
A dor é descrita em vários estudos como uma experiência individual, 
subjetiva com percepção caracterizada de forma multidimensional na qua-
lidade, na intensidade sensorial e afeto emocional. Alguns autores relatam 
serem estas algumas das limitações na compreensão de como tratar e con-
trolar as queixas álgicas (LIMA, 2008; GOSLING, SUASSUNA;NASCI-
MENTO, 2015; SBED, 2017).
Nos Estados Unidos, a Sociedade Americana de Dor, reconheceu a dor 
como o quinto sinal vital. Tal inclusão visa à avaliação periódica da dor nas 
rotinas hospitalares, com o registro sistemático e periódico da intensidade 
da mesma, permitindo o acompanhamento da evolução clínica do paciente 
na busca dos ajustes necessários ao tratamento (SBED, 2017; MATTOS 
et al., 2018). De acordo com Mattos et al. (2018), a construção de rotinas e 
protocolos de conduta para avaliar a dor são de suma importância no fomento 
dessa prática.
No âmbito da atenção primária, observa-se que a mudança no tratamento 
da dor exige mudança de paradigmas no modelo assistencial. Neste contexto, 
e principalmente, no que tange a dor crônica, o modelo biopsicossocial tem 
sido utilizado nas últimas duas décadas para o tratamento multidisciplinar e 
interdisciplinar da dor. No Brasil, a Classificação Internacional de Funciona-
lidade, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial de Saúde (CIF-OMS) 
vem sendo sugerido e difundido no direcionamento do modelo biopsicosso-
cial (MATA et al., 2011; GOSLING; SUASSUNA; NASCIMENTO, 2015).
De acordo com Mata et al. (2011), a dor pode ser tão prejudicial à fun-
cionalidade como as limitações proporcionadas por condições neurológicas, 
pois a redução das condições físicas está diretamente associada à persistência 
e ao agravamento da dor, acentuando efeitos deletérios e as funções psíquicas 
e sociais, o que fatalmente irá comprometer a qualidade de vida do indivíduo.
continuação
continua...
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 117
Neurociência - neurofisiologia da dor e neuroplasticidade
A maioria dos profissionais de saúde possui uma práxis centrada no 
modelo biomédico, assim, entendem a dor como uma resposta de alerta do 
corpo e acreditam que, ao tratar essa condição, irão controlá-la, isso porque 
associam a dor a uma lesão tecidual e/ou patologia e a classificam em dor e 
ou crônica (GURGEL et al., 2015; MATTOS et al., 2018).
Entende-se a dor aguda como uma dor que persiste num intervalo de 
tempo inferior a três meses. A persistência da dor num período superior 
a três meses é caracterizada como dor crônica. Atualmente, entretanto, a 
valorização da dor com relação ao tempo e duração tem caído em desuso, 
visto a ocorrência de inúmeros fatores psicossociais (bandeiras amarelas) 
que são apontados como risco de cronicidade, impactando diretamente nas 
limitações funcionais e qualidade de vida dos indivíduos (MORAES et al., 
2012; GOSLING; SUASSUNA; NASCIMENTO, 2015).
De acordo com a neurociência moderna, a dor é uma resposta do sistema 
nervoso (SN) frente a uma ameaça, não apenas de dor, mas de sensibilização 
de todo o SN, que ativa, de forma protetora, os sistemas motor, endócrino, 
metabólico, neurovegetativo e imunológico. Assim, mecanismos periféricos 
e centrais são envolvidos no processamento da dor pelo qual o estímulo dolo-
roso é consciencializado (GOSLING; SUASSUNA; NASCIMENTO, 2015).
O processo neural de codificação de estímulos nocivos é denominado 
de nocicepção e divide-se didaticamente em quatro fases: transdução, trans-
missão, modulação e percepção (MATTOS et al., 2018).
As duas primeiras fases são responsáveis por conduzir a mensagem des-
tes nociceptores até a medula espinhal. A fase da modulação irá determinar 
se os estímulos conduzidos serão consciencializados como dor ou não. Esta 
fase ocorre em diversas regiões do SN como: tálamo, hipotálamo, amigdala, 
córtex cingulado rostral anterior, substância periaquedutal cinzenta, núcleo 
magno da rafe, corno bem-estar do doente e o seu rápido retorno as atividades 
laborativas, sociais e de lazer (LIMA, 2008; IASP, 2013).
De acordo com Samllwood (2013), a dor crônica está associada às altera-
ções do volume da massa cinzenta em regiões do encéfalo relacionadas com a 
morfologia e funcionalidade. Em termos fisiológicos, é possível, através da neu-
roplasticidade, restituir algumas das alterações proporcionadas pela dor crônica.
Neste contexto, a intervenção osteopática parece ser um instrumento de 
intervenção não farmacológica, capaz de propiciar ao paciente de dor crônica 
resultados efetivos, pois a osteopatia tem por base a interação entre estrutura 
e função, que poderá sofrer alterações com as manipulações na busca de 
promover e restaurar o (re)equilíbrio harmônico entre a estrutura e a função 
- neuroplasticidade (SAMLLWOOD, 2013; LAGEMANN et al., 2018).
continuação
continua...
118
Estímulos excessivos ou inibitórios que chegam ao SN tendem a aumentar 
ou frear, respectivamente, a sensibilização do funcionamento do SN. Mesmo 
com a influência da modulação, os estímulos nocicépticos que são distribuídos 
ao cérebro pelo tálamo, a percepção de produzir ou não produzir dor, ativar 
ou não o sistema de proteção será uma decisão do cérebro devido às regiões 
interconectadas para o processamento da dor denominada de neuromatriz da 
dor. A percepção de dor leva em consideração três dimensões (sensitiva-discri-
minativa, afetiva-motivacional, cognitiva-avaliativa), independente da influên-
cia ou não da nocicepção (GOSLING; SUASSUNA; NASCIMENTO, 2015).
A percepção de dor sensitiva-descritiva caracteriza-se pela percepção 
e detecção da dor propriamente dita com relação à intensidade, localização, 
qualidade e duração. A afetivo-motivacional expressa a relação da dor, com 
as emoções sentidas e sofridas pelo sujeito. A cognitiva-avaliativa é a repre-
sentada pelo comportamento, entendimento, memória da dor, tolerância, 
racionalização e capacidade do indivíduo de se adaptar a dor (MORAES 
et al., 2012; GOSLING; SUASSUNA; NASCIMENTO, 2015).
A dor persistente por longo tempo, mantém o SN sensível e em alerta, 
proporcionando diversos fenômenos que modificam a estrutura e função do 
SN da periferia até o centro (LIMA, 2008; IASP, 2013).
A neuroplasticidade desempenha o papel de recuperar as funções per-
didas e de fortalecer as sinapses íntegras, com funções muito parecidas com 
as quais foram perdidas, através, das alterações de estruturas anatômicas, 
bioquímicas e eletrofisiológicas (SANTOS, 2017).
No entanto, um processo mal adaptativo também pode resultar em 
mudanças permanentes do SN que, mesmo na ausência de nocicepção, pode 
facilitar ou manter a dor. Este processo é conhecido como neuroplasticidade 
negativa (GOSLING; SUASSUNA; NASCIMENTO, 2015).
Assim, nosso senso de observação não está desarticulado das funções 
ósseas e musculares do corpo e que tudo isso também está na dor do joelho, 
como verificamos em nossa “experiência curiosa”.
Discussão – reflexão seminal
A experiência dolorosa é possível de se mensurar suas intensidades, 
suas cores de texturas, mas a recuperação depende muito mais da confiança 
em quem faz, da pessoa a qual vamos entregar para cortar e consertar nosso 
corpo, tanto com competência técnica e teórica, como de sensibilidade para 
atravessar o desafio explicando, confortando e está sempre com disposição 
para nos ouvir, orientar, acalmar o cliente.
A Fisioterapia que provoca a DOR para que ela ajude o corpo a se restaurar 
e a Enfermagem que é responsável por todo o processo de cuidar do corpo que 
continuação
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 119
sente dor, do ambiente e de um cuidado atento, sempre em vigília, de compreen-
são de seus momentos agressivos, restauradores ou de desesperança. Essas são 
as bases de segurança para que os clientes suportem a DOR que virá. Considerar 
que ela é única, porque o ele é único, e cada um de nós sente diferente, ela é 
subjetiva, ela é emocional, envolve fé, espiritualidade e esperança, ancorado na 
racionalidade da dimensionalidade física, biológica, anatômica etc.
Evidentemente este Estudo de Caso não é único e muito menos pessoal, 
mas serve como produtor de dados para nossa reflexão e trata de um sinal – dor– 
que todos os doentes sentem de alguma forma que segundo Morin (2012, p. 16):
“Precisamos ser um observador de minha vida, vida subjetiva e considerar 
o estado das mínimas propostas, ideias (sobre dor) ter conhecimento de 
meus demônios interiores e nos reconstruir mentalmente; encarar novos 
conhecimentos para nos ajudar, selecionar aquilo que incomoda; todo ser 
humano é complexo: na unidade de ser eu que traz múltiplas personalida-
des; passa de um estado de espírito para outro, de um sentimento a outro, 
diferente e contrário [...]”.
O cliente passa por todos esses momentos, continuo rindo ou chorando 
pouco ou intensamente sobre suas dores físicas e emocionais.
Durante 18 dias o choro esteve presente, mostrando o porquê nos dados 
(11): (14): (10): houve uma mistura de intensidades e de emoções. Hoje 
em 13/12/2020 o corpo está assim (imagem 3), multicolorido e com multitextura:
Imagem 3 – Representação do corpo em dezembro de 2020
FRENTE LATERAL COSTAS
Fonte: Autores, 2022�
120
Assim podemos afirmar (nessa experiência) que essa evolução dolorosa e 
multicolorida tem seus movimentos em relação à dor à medida que o tempo vai 
passando. Vamos ampliar nosso estudo nesta área, por isso chamamos outros 
autores e uma Terapeuta Ocupacional, que já foi submetida a 3 cirurgias de 
joelho, para checar esses dados. Além disso, os significados da dor estão aí e 
sentidos por muitos de nós: pulsar, andar, latejar etc.
Pode haver uma certa poesia neste capítulo que se mistura com ciência 
e intelecto, e novamente Gil (1986) cita Soares quando se expressa sobre 
ABRIR e DESAFIAR como SENSAÇÃO:
[...] deparamos de novo a este nível de construção e de refinamento do 
trabalho poético, com aquilo que nos apresentava já, e de modo por assim 
dizer, natural, o laboratório de Bernardo Soares: as sensações milimétricas, 
a intensificação das sensações. Os estudos experimentais realizam espon-
taneamente intelectualização da EMOÇÃO, a figuração da IDEIA, a forma 
ABSTRATA que trabalha aparentemente como um metabolismo psicoló-
gico, mas, na realidade, segundo um processo estético (GIL, 1986, p. 43).
Os conteúdos da DOR SENTIDA neste capítulo que estamos chamando 
de sensação, pode ser uma poética, que se desenvolve num movimento osci-
latório de sentir a dor e nos faz senti-la em movimentos de emoção e senti-
mentos, mas continuamos na superfície, pois a subjetividade se esconde na 
nossa incapacidade, dificuldade ou desafio de decodificá-la. É talvez, também 
um problema de linguagem e por isso Maturana (1998) volta novamente para 
nos ajudar como um biólogo e não psicólogo para falar da LINGUAGEM 
que ele se diz cientista do fenômeno (DOR) da percepção como fenômeno 
próprio do sistema nervoso:
[...] esta problemática lhe diz respeito, e por várias razões. Diz respeito 
a mim porque eu sou chileno e pertenço a uma cultura na qual aprendi, 
já nos meus tempos de estudante, que a reflexão sobre o social é parte da 
vida cotidiana. Dizem respeito a mim, também por ter sido estudante de 
medicina e ter feito do humano, desde então, o campo da minha atenção 
e interesse biológico e me dediquei as reflexões, tanto no campo estrita-
mente profissional da neurofisiologia, como nos campos que, derivados 
daqueles, tem a ver com a linguagem e, em última instância, com o ético 
(MATURANA, 1998, p. 36-37).
O modo de Maturana (1998) olhar a Biologia (pode ser da DOR) é sin-
gular e caminha junto com fenômenos diversos de nossas vidas e de nossas 
convivências porque ela está envolvida com os seres vivos e como diz em 
suas considerações, são reflexões que ele chama de Epistemológicas:
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 121
porque são a consequência de se fazer perguntas pela vontade de se conhe-
cer, e, por outro lado, faz reflexões que ele chama de estritamente biológi-
cas, porque tem a ver com o nosso operar como seres humanos, por isso 
somos conhecedores ou observadores no observar, e ao ser quem somos, 
somos uma linguagem! (MATURANA, 1998, p. 37).
Então este capítulo traz à tona a linguagem do próprio livro, mas em espe-
cial do capítulo porque estamos falando de cuidar do outro, observar o outro 
e tentar fazer uma análise clínica compreensiva do que é sentir DOR, quando 
ela (linguagem) coloca em nós toda a esperança e a ajuda para aliviar a dor.
Ele nos apresenta um diagrama (imagem 4) para se apropriar em suas 
discussões, em sua perspectiva de ver as coisas através dos fenômenos na 
devida posição intelectual.
Imagem 4 – Diagrama da posição intelectual
(1) (2)
Reformular
OBSERVAR
EXPERIÊNCIA
LINGUAGEMSUCEDER do VIVER
OBSERVADOR
PRAXIS do VIVER
??
experiência
Fonte: Maturana (1998)�
Com este esquema nos mostra a separação entre EXPLICAÇÃO (o que 
é DOR?) e a EXPERIÊNCIA (de sentir DOR) que quero explicar; diz Matu-
rana (1998, p. 40):
(1) Rejeita-se a pergunta que quer uma explicação da origem das proprie-
dades do observador (nós que estamos observando o sujeito que sente 
DOR); (2) A pergunta é aceita. Quando a rejeitamos? Quando assumimos 
que nossas capacidades COGNITIVAS são propriedades constitutivas 
do nosso ser humano. Se digo, por exemplo “ali tem um cinzeiro (tem 
uma dor sentida) alguém me pergunta, como você sabe que ali tem um 
cinzeiro (ou tem uma DOR)? E eu respondo: “porque eu o vejo, ele está 
122
ali “, estou falando como se eu tivesse a capacidade de ver como uma 
propriedade intrínseca a minha, que não se questiona. Na vida cotidiana 
funcionamos assim e, na verdade, é cômodo fazê-lo. O problema surge 
só e exclusivamente quando, por motivos especiais, nos habituamos no 
nosso viver cotidiano a se fazer perguntas reflexivas.
Para Maturana (1998) EXPLICAR é sempre uma experiência e a expli-
cação de explicar é sempre por propor uma reformulação da experiência a 
ser explicada de forma aceitável para o observador.
O que estamos querendo dizer é que cuidar de alguém, operar alguém 
não é uma experiência simples, temos sempre que considerar que sentir DOR 
ARTICULAR é um fenômeno, um sinal do corpo, que acende o gatilho tanto 
para o doente como para explicar que tipo de dor e onde está sentindo. Há 
nessa relação algo da prática e da postura intelectual, pois é atravessado por 
fenômenos diversos e subjetivos, é necessário saber que o cliente está escu-
tando e não apenas ouvindo, pois será ele o responsável da reformulação e 
isso é explicado por Maturana (1998, p. 41) assim:
[...] quando propomos uma explicação de um fenômeno e o outro nos 
diz – você está equivocado – o que no fundo o outro nos diz é que eu não 
aceito essa reformulação (explicação do que é dor) da experiência como 
a reformulação da experiência que eu quero ouvir. Acontece, no entanto, 
que o modo como se escuta uma proposição explicativa é o que determina 
que esta proposição explicativa seja ou não uma explicação.
É assim que acontece em nossa prática, nem sempre o cliente quer ouvir 
o que queremos, de fato lhe dizer. Assim o papel de observador do fenômeno 
também se torna um desafio em sua prática, sendo então fundamental saber 
e exercitar uma linguagem corporal, atenta às informações de que o CORPO 
fala por si só.
Isso é entendido quando Janssen (2008, p. 135) fala:
Seja como for, os enfoques de leitura corporal de Reich, Sheldon e da 
Ayurveda têm o mérito de aguçar nosso senso de observação e atrair 
nossa agência para o corpo do outro. Compreendemos então que esse 
corpo abriga um ser sensível que tem uma história dolorosa e continua a 
sofrer com ela.
Nossa reflexão-ação aqui, é intelectual e não “feitiçaria” e nem charlatã, 
estamos iniciando tanto nosso trabalho prático como intelectual para atender 
o primeiro princípio hipocrático: aliviar o sofrimento do outro a partir de 
perguntas que possam nos ajudar a desvendar, para que possam tomar cons-
ciência do sofrimento sem dissimulá-los na “sombra dos seus inconscientes”.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICOsomos 
sujeitos ainda enrijecidos, aprendendo a ser também sensíveis para pensar 
e sentir de outra forma, mergulhar na MACRO área da ORTOPEDIA que é 
atravessada por todas essas dimensionalidades escolhidas por nós, para pensar 
com estudantes e outros teóricos.
Dessa forma consideramos o que Humberto Maturana e Francisco Varela, 
Biólogos desse século, falam da vida a partir da emoção, da linguagem, das 
relações do viver e da cognição como uma preocupação da BIOLOGIA dos 
séculos 21 e 22 e também articulamos esse contexto com Thierry Janssen 
(2008), um cirurgião, que avança em novos conhecimentos em seu livro “A 
SOLUÇÃO INTERIOR”.
Os Organizadores.
PREFÁCIO
Início minhas breves ponderações elogiando o excelente trabalho, abran-
gente e inclusivo sobre a dor, raramente apresentado segundo o ponto de 
vista integrativo desta obra. A dor, assim como a febre e a angústia não são 
problemas por si e sim importantes aliados que fornecem informação sobre o 
que se passa no nosso corpo. Do ruído ao silêncio, a dor fala. Um velho dito 
em medicina define saúde como o silêncio dos órgãos.
A dor grita. A dor é um sintoma de que nosso corpo não está em paz 
consigo próprio e, assim fazendo, ajuda a equipe de saúde a suspeitar sobre 
o estado do paciente que lhe chega pedindo ajuda. Importante ressaltar que a 
dor, assim como seus pares da febre e da angústia, conta tanto uma história 
atual como uma história pretérita. No engano de eliminar a dor, tomando a 
parte pelo todo, corre-se o risco de perder-se a noção do que está ocorrendo 
no corpo, na alma e nas emoções de uma pessoa. Os opiáceos, por exemplo, 
das medicações mais eficazes contra a dor, não a fazem desaparecer, só calam 
a sua voz ao desconectá-la dos afetos.
Sem sentimento não há dor. Pedras não sofrem. A tristeza e a deses-
perança, por outro lado, por serem profundamente humanas aumentam ou 
diminuem a dor. Faz se mister entender que a dor faz parte de um sistema 
comunicativo. Sob este aspecto a dor é mais um sinal de vida do que de 
morte. As dores articulares aqui ganham um relevo particular. As articulações 
dão mobilidade às nossas estruturas rígidas, nossos ossos. Sua função é a de 
conferir flexibilidade.
Pessoas de natureza rígida têm mais chance de desenvolverem enfermi-
dades como artrite reumatoide ou Parkinson, que expõe corporalmente esta 
dificuldade. O corpo, a alma e a emoção caminham juntos para comporem 
o que somos. Precisamos de carinho, amor e boas escolhas na vida para que 
encontremos boas opções de viver. Temos a nosso favor a fé e a curiosidade. A 
fé que nos permite acreditar na realização dos nossos desejos e a curiosidade 
que nos estimula a seguir em frente.
Dois elementos fundamentais à pulsão de vida. Contra nós temos histórias 
marcadas por dores, em um masoquismo próprio da pulsão de morte. Nos 
Estados Unidos os analgésicos são denominados “pain killers” ou eliminadores 
de dor. Dores medicadas sem escutar a história que contam correm o risco de 
voltarem a se repetir eternamente em um processo de compulsão à repetição, 
e assim se tornarem crônicas.
No fundo, como bem nos mostra este primoroso livro, somos um só e 
corpo, alma e emoções são expressões interligadas do nosso todo de cada 
momento. Faz-se fundamental que os cuidadores tenham isso em mente. De 
20
tal forma que, por exemplo, quando diante de um usuário de drogas possa 
ter a curiosidade de perguntar não sobre a droga, mas sobre a dor que o faz 
procurá-la. Ou para uma pessoa com dor crônica a história da pessoa que 
sente a dor.
A dor é sempre um sinal de um corpo em desequilíbrio. Ela não é inimiga 
de uma equipe de tratamento e sim o seu maior auxiliar na avaliação de uma 
vida repleta de marcas e cicatrizes internas e/ou externas. Sempre levando em 
conta que toda cicatriz nos identifica como pessoas e mostra para o mundo 
uma história sem palavras.
Por fim, volto a parabenizar cada autor desta preciosa obra e fazer 
votos que seus leitores possam aprender o sentido mais profundo contido 
em cada dor!
José Alberto Zusman, M. D./ PhD
Presidente da Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ)
Pós-Doutor IPUB/Harvard
Professor da Programa de Psiquiatria e Saúde Mental (IPUB)
CAPÍTULO I
A DOR COMO SENTIDO FÍSICO: aspectos 
gerais sobre ortopedia e o saber médico
Jonatas Brito de Alencar Neto
A ideia de escrever este capítulo tem apenas a intenção de introduzir o 
tema que deu origem ao livro.
Não temos a menor vontade de desenvolver um tratado sobre ORTO-
PEDIA, uma vez que, além de ser uma das grandes áreas da medicina, em 
momentos atuais ela se amplia para resolver as questões deste século que 
envolvem as doenças “articulares” devido a comorbidades ósseas decorrentes 
de outras doenças, a violência urbana - acidentes de trânsito e o aumento de 
idosos que mais sofrem com suas articulações, principalmente os JOELHOS, 
tema de que tratamos como texto do CORPO com DOR.
Os profissionais de saúde, principalmente os da medicina, podem ter 
acesso ao tema através de livros e textos publicados no mundo todo. O que 
queremos colocar diz respeito a outros aspectos da ORTOPEDIA, que os 
alunos precisam pensar, refletir, escrever para o exercício de sua profissão 
nessa área, e, relembrar algumas passagens desta prática tão fundamental e 
importante para nossos clientes.
Esse CORPO que tem nos interessado, seja ele de homem ou mulher, 
precisamos nos assegurar que no aspecto geral ele precisa estar aparente-
mente bem, mesmo com a idade que pode ter. OLHAR e VER, ESCUTAR e 
OUVIR é fundamental para a pessoa idosa e que ele naquele momento entra 
no consultório, e precisamos olhar atentamente se ele:
• não escuta direito,
• não cambaleia,
• não treme,
• não claudica,
• não tende a cair.
É aquele que sustenta, esse corpo anatômico que se situa no mundo que 
produz ou produziu bens em suas diferentes fases da vida, que tem família e sua 
própria história. Normalmente não falamos muito sobre isso, mas temos apren-
dido na vida, no exercício de DIAGNOSTICAR e TRATAR deles o quanto isso 
tudo é importante para eles, às vezes a DOR é INTENSA, mas eles querem con-
versar, e, não estamos disponíveis pelo tipo e condições do trabalho que exige 
22
estarmos sempre correndo, principalmente quando o nosso território de trabalho 
é o Sistema Único de Saúde, para os menos esclarecidos e mais empobrecidos.
Mas fazer uma boa “prática médica” é possível e nós que ensinamos jovens 
profissionais não podemos esquecer que a sua postura precisa ser a melhor pos-
sível diante dos clientes, como estar: ereto; em pé; fazendo movimentos o mais 
seguros possível e que seu corpo é Físico, Biológico, Fisiológico, Emocional, 
Político, Econômico, que é um ser sensível e, nunca igual ao outro, mesmo que 
tenha a mesma doença, a mesma idade, as mesmas condições socioeconômicas.
Por dentro dele sua cartografia é igual. Ele chega com uma queixa de 
Dor e muitas vezes já cansados das andanças por vários hospitais e longas 
esperas. Tudo isso aumenta a dor articular (Imagem 1), por ficar em pé, em 
espaços sem condições de acomodá-los.
Imagem 1 – Dores articulares
Fonte disponível em: https://artritereumatoide�blog�com
Estar atentos aos seguintes planos deste corpo como uma das nossas funções:
• mediano - divide o corpo ao meio
• sagital - qualquer plano paralelo ao mediano
• frontal- divide o corpo em: anterior ventral posterior dorsal, para um 
diagnóstico acertado, pelas funções que ele tem em nossos corpos.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 23
Áreas de interesse quando olhamos para o corpo, que é uma estrutura 
sólida, jamais feita ou copiada pelo homem, um corpo que pouco conhecemos, 
quem sabe jamais o conheçamos. Nesse sentido fomos arrebatados pelo que 
Lins e Gadelha (2002) falam sobre Nietzsche e Deleuze:
“[...] estamos diante de um corpo simbólico que nos faz compreender 
também a realização ou a produção mútua, recíproca, combinada da ima-– EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 123
Queremos aprender a decodificar os códigos que os clientes nos informam 
sobre dor, filtrar seus estímulos dolorosos, se isto é possível, mesmo quando 
no plano do imaginário estão os nossos doentes, ou mesmo nós mesmos 
diante de suas dores, sejam elas reais ou subjetivas (Imagem 5), porque no 
inconsciente ela existe, é real e alguém precisa demovê-la.
Imagem 5 – A dor em vermelho e os caminhos que ela faz – um 
exercício de nossa imaginação objetivada - camadas de DOR
Fonte: Autores, 2022�
A dor na articulação não está só no joelho, por exemplo, ela está próxima 
aos nervos, pontos sensíveis para disseminar-se em nosso corpo.
Para tomar a decisão de fazer a cirurgia, muitos clientes nos consultórios 
ou ambulatórios, afirmam passar por todo tipo de orientação e experimentações 
medicamentosas, até que decidam operar.
Durante esse processo cotidiano de SENTIR DOR, o corpo faz sua cogni-
ção funcionar e sua mente se torna o espaço para pensar em Deus, sua família, 
sua casa, seus sentimentos e afetos. Durante esse processo vão construindo 
sentimentos, qualquer imagem que entrar na mente, que segundo Damásio 
(2018, p. 137):
124
[...] essa imagem tem o direito a uma resposta emotiva. Isso explica inclu-
sive o que chamamos de sentimentos. O estado de ter ou sentir DOR, por 
exemplo, pode tornar-se enriquecido por uma nova camada de proces-
samento - um sentimento secundário, digamos assim, desencadeado por 
pensamentos diversos os quais reagimos à situação básica. A profundidade 
deste estado de sentimento em camada é provavelmente uma caracterís-
tica das mentes humanas. E talvez o tipo de processo que escora o que 
chamamos de sofrimento.
É comum um sentimento de perda, de impotência, de que não possamos 
andar, não possamos viajar e não sabemos o que fazer. O pior de tudo é que ela 
não é igual para todos e talvez, por isso, não haja consenso sobre ela, apenas 
o físico parece ser inegável.
A dor não é imensurável, mesmo que muitos estudos tenham protocolos 
para medi-la e não tem sentido dizer que as respostas são de: dói muito, não 
sabe explicar ou é indiferente ou ainda a pontuar de zero a 10 pontos.
Ela causa um vazio inesperado, silencioso, impreciso para alguns como 
o de ser cortante, ácido, salgado, latejante etc. Será ácida, queimante, dor-
mente, às vezes separadas (individualizadas nos sintomas) às vezes coletivas, 
medicamentos coletivos que também fazem muito mal, desencadeiam dor e 
queimação no estômago, como na imagem 5 a seguir:
Imagem 5 – Rizoma da dor (rede)
DOR
Estômago
Joelhos
Solidão
Saudade
Cabeça
Pernas Panturrilha
Sacro
Coluna
Articulações
Braço
Mãos
Fonte: Autores, 2022�
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 125
Ela pode se parecer um caranguejo dentro do corpo. É um RIZOMA (uma 
rede) que se espalha e muitas vezes os clientes dizem perder o rumo, perder 
a paciência, perder a vontade de viver. Às vezes ela é “tirana” para o corpo 
porque a acolhe, não pode ser vista, tocada, ouvida, apenas sentida única e 
exclusivamente pelo corpo que sente DOR.
Como não pode ser vista, ela corre por todo o corpo, mascarando sua 
expressão. A dor é difícil de ser explicada, nos tira o afeto, a solidariedade, 
a paciência, coloca o ser humano no limite, pressiona os nervos e não deixa 
que os neurotransmissores provoquem relaxamento ao invés de tensão, de 
contração dos músculos. “Sorrir quando a DOR torturar”, frase de uma música, 
mas pode ser um exercício a ser testado, uma técnica de relaxamento, de 
brincar com uma bola para fortalecer a musculatura, como na imagem apre-
sentada a seguir:
Imagem 6 – Exercícios com bola
Fonte: Adaptado do site: https://pt�dreamstime�com/foto-de-stock-royalty-free
Conhecemos sua origem, seus sintomas mais concretos/racionais. Quando 
Maturana (1998, p. 44) diz:
[...] se queremos entender o fenômeno do conhecimento (DOR), se quere-
mos entender o sistema nervoso, se queremos entender o que acontece na 
nossa convivência, temos que nos inteirar desse curioso fenômeno: os seres 
humanos, os seres vivos em geral, não podemos distinguir na experiência 
126
entre o que chamamos de ilusão e percepção (da DOR) como afirmações 
cognitivas sobre a realidade. O que quero dizer é que, para compreender 
certos fenômenos, temos que entender o que acontece quando fazemos 
essas distinções [...].
Distinguir as texturas, a cor e a linguagem da DOR é o desafio a ser 
percorrido com o que já temos e seguir perseguindo nossas afirmativas cog-
nitivas e de experiências vividas no cotidiano de cuidar ou mesmo de viver 
com dor, experiências empíricas mais reais, que para Maturana (1998, p. 45) 
diz que “[…]elas são válidas porque se referem a uma realidade independente 
de nós, se para poder afirmar que temos acessos a essa realidade independente 
deveríamos poder distinguir uma experiência entre ilusão e percepção?”.
Tudo isso, levou Maturana (1998, p. 45) a uma nova imagem (imagem 
7), que ele chama caminho explicativo da objetividade – sem parênteses “que 
é o que agimos como se o que dizemos fosse válido em função de sua refe-
rência a algo (DOR) que é independente de nós [...].” Que mostramos para 
fundamentar na página 113 deste livro.
Imagem 7 – Reformulação da imagem
Reformular
OBSERVAR EXPERIÊNCIA
LINGUAGEM
EMOCIONAR
OBJETIVIDADE
(OBJETIVIDADE)
OBSERVADOR PRAXIS do VIVER
??
A existência constitui
na distinção
A existência precede
a distinção
Muitas realidades
Multiverso
Realidade
Universo
Explicar
Fonte: Adaptado segundo Maturana (1998)�
Assim, nessa compreensão do corpo que interroga e se lembra, podemos 
buscar, investigando em nós mesmos, alívios com ações que vem do interior 
de nossos corpos.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 127
No mundo atual a tendência é essa, buscar novos modos de pensar e tratar 
a DOR, lembrando alguns aspectos que são destacados por Janssen (2008, 
p. 137), com fundamentos em Reich, como:
• Procuro uma zona sensível, apoio nela e provoco um acesso de 
tremor que alívio;
• As armaduras musculares, cansadas pelo estresse emocional, a cura 
depende do relaxamento das tensões;
• Tratar as zonas de resistência, movimentos de pressão, mas-
sagens e exercícios respiratórios podem desencadear intensas 
descargas emocionais;
• A possibilidade de convulsões e tensões podem se apoderar de todo 
o corpo, a energia contida nas contraturas é liberada e uma profunda 
sensação de bem-estar acompanha o relaxamento que se segue;
• A vegetoterapia age no sistema nervoso autônomo (chamado também 
de vegetativo) corrige os desequilíbrios da hiperatividade simpática;
• Equilibrar a balança simpático/parassimpático significa permitir 
que a informação neurológica, hormonal e imunológica que circule 
com fluidez por todo organismo;
• Nos lembra ainda os estudos dos médicos Alexandre Lowens e John 
Pierrokos, pacientes e alunos de Reich, que traduziram os conceitos 
de tensões corporais em termos de bloqueios energéticos analisando 
repercussões psicológicas;
• As emoções negativas paralisam o indivíduo, seus desejos desapa-
recem e, a longo prazo, seu humor se torna depressivo, o organismo 
fica em estado de alerta;
• Efetuado o relaxamento, a energia física se descarrega no movi-
mento e a energia psíquica se exprime na forma de emoções posi-
tivas e de novos desejos (de aliviar a DOR);
• A bioenergia é uma experiência transformadora.
Finalmente, por enquanto, é necessário aprender a ouvir o corpo, ele 
tem muito a nos dizer para nossa própria ajuda, lembrando que as palavras 
mal colocadas, também nos fazem mal. Trabalhar pensamentos e lembranças 
pode ser uma solução a ser treinada e associada a psicoterapias corporais, 
pois devemos traduzir as sensações do corpo em sentimentos que acabam 
por desencadear a memória.
Segundo Janssen (2008, p. 144):
A psicanálisepensa o corpo. As terapias psicocorporais se propõem a 
experimentá-la. Elas permitem o desenvolvimento de uma consciência 
de si no momento, tanto física (as posturas e tensões do corpo) quanto 
128
psicológico (as lembranças e crenças que estão na origem das posturas 
e tensões).
Precisamos aprender a ouvir nosso corpo, a saber o que ele quer e o 
que gosta quando estamos falando de alívio, centrada em todos os SEN-
TIDOS VITAIS e que limites podemos ultrapassar e de como as emoções 
expressam nele.
Particularmente, nossa observação sobre os clientes com dor tem apenas 
uma forma concreta de aliviá-la: medicamento e, essa é ainda o principal 
modo aprendido em nossa formação.
Assim como: “domesticar nossos próprios desconfortos, quando podemos 
utilizar a poderosa energia que os gera? pergunta Janssen (2008, p. 145) com 
efeito ele nos diz: “parece difícil mostrar o caminho que conduz a liberdade 
do futuro quando nós mesmos somos prisioneiros do passado”.
O que sabemos, por enquanto, é que há saídas para aliviar tensões e 
dores e que as descargas emocionais advindas delas são nosso desafio e nossa 
busca constante, o que já é um bom começo para questionar com profundidade 
nossos movimentos e o relaxamento de nossas tensões.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 129
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CAPÍTULO VIII
O SINAL VITAL DOR ATRAVÉS 
DA DIMENSÃO ESPIRITUAL
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Jonatas Alencar Brito Neto
Wiliam César Alves Machado
Roberto Carlos Lyra da Silva
Claudio Joaquim Borba-Pinheiro
Aline Coutinho Sento Sé
Jose Humberto Rezende
Já escrevemos muitas coisas sobre a espiritualidade, e, no final nós não 
temos sido convencidos de nada e duvidamos muitas vezes de como ela é, 
onde está e como aparece em nós e de imediato não conseguimos pensar sem 
imaginar, criar uma imagem para tentar vê-la, encontrar em nós e fora de nós.
Não queremos caminhar apenas pelo caminho da religiosidade, mas por 
todas as ideias-força que estão por aí.
Se o corpo é a casa do espírito como energia da vida e tem cor lilás, como 
muitos afirmam, e está dentro de nós sustentado por uma energia cósmica ESPIRI-
TUAL (célula quântica 1 ) que caminha no infinito e nos PROTEGE, ALIVIA, 
FAZ BEM, NOS DÁ ESPERANÇA ou nos DESESPERA (célula quântica 2 ).
Célula Quântica 1
Ele é
EspaçoTempo
Existência
Fonte: Autores, 2022�
Célula Quântica 2
Fé
SentimentosMedos
Corpo Teatro das Emoções
Fonte: Autores, 2022�
134
Assim poderíamos pensar que o discurso de espiritualidade é atraves-
sado pela física, filosofia, sociologia, antropologia, e religiões diversas para 
justificá-la e tentá-la pensar objetivamente, uma vez que não a vemos, não 
a sentimos, mas acreditamos que ela existe, é da esfera cerebral – do pensa-
mento e uma energia – força que sentimos quando estamos tristes ou felizes.
Nos parece uma sensação agradável, o vento no rosto, o sol a queimar 
a pele, a lua a fazer você sonhar, as águas que refrescam o corpo, o vento 
que acaricia sua pele, parece tudo espiritual, o cheiro da mata, das plantas, o 
sabor dos alimentos [...].
No entanto, só uma teorização mais robusta, histórica, poderá nos ajudar 
em nossas dúvidas e descrenças humanas sobre esse corpo “IMATERIAL” 
que quando nossa ALMA/ESPÍRITO tão discretamente que se torna abstrato 
a todos nós.
Célula Quântica 3
Fé
M
a
g
n
é
t
i
c
o
s
SOMOS: 
• Mini células cósmicas, e etc.
• Poeira cósmica
• Pedras
• Terra
• Água
• Metais
• Ferro
• Magnésio
Fonte: Autores, 2022�
Para pensaressa DIMENSÃO ESPIRITUALIDADE é preciso ir longe 
no passado e mergulhar na natureza, pois na antiguidade Hipócrates (460-
387 a.c) e, em particular Galeno (131-201 a.c) que está nos ditos de Barros e 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 135
Esquivel (2000): “as primeiras pesquisas com rochas magnéticas foram acom-
panhadas do pensamento de que forças surgidas do ferro poderiam atirar sobre 
os humanos [...]” por isso, no mundo de hoje somos considerados universo/
cosmos, porque contemos todos os elementos da natureza (célula quântica 3).
Energia pura que acontece no mesmo movimento da espiritualidade, 
somos magnéticos, e, com a magnetita, era tratado as feridas (sob forma de 
emplastros) e associavam-na a muitos sintomas que hoje chamamos da alma, 
da emoção, dos sentimentos (célula quântica 4).
Célula Quântica 4
Energia Quântica
Medo
Ansiedade
Depressão
Tristeza
Solidão
Fonte: Autores, 2022�
Já se falava da existência de uma força fluida, desconhecida, que preen-
chia e que a força imagética poderia trabalhar à distância agindo sobre nervos 
destacados por Mesmer (1979) apud Figueiredo e Machado (2005, p. 328-331) 
revisto e reafirmado como fenômenos observados é assim afirmando que:
• “Existe uma influência mútua entre corpos celestes, a terra e os 
corpos e animados;
• Fluindo universalmente expandindo e contínuo [...] suscetível de 
receber, propagar e comunicar todas as expressões do movimento 
e o meio dessa influência;
136
• Essa ação recíproca está submetida às leis mecânicas desconhecidas 
até o presente;
• Resultam dessa ação efeitos alternativos que podem ser considera-
dos como fluxo e um refluxo [...];
• É por essa razão/operação [...] que as relações da atividade se exer-
cem entre corpos celestes, a terra e suas partes constitutivas;
• O corpo animal sofre os efeitos alternativos desse agente e é insinuado 
na substância dos nervos que eles os afetam imediatamente [...];
• A propriedade do corpo animal que o torna suscetível a influência 
dos corpos celestes e da ação recíproca daqueles que o cercam 
manifestada por sua analogia como imã, levou-os a movimentos 
de magnetismo animal;
• A ação e a virtude do magnetismo animal assim caracterizadas, 
podem ser comunicadas a outros corpos animados e inanimados. 
Uns e outros são, no entanto, mais ou menos suscetíveis [...];
• Sua ação tem lugar a uma distância afastada, sem o auxílio de qual-
quer corpo intermediário [...];
Finalmente,
• Reconhecer-se-á pelos fatos, após regras práticas que serão esta-
belecidas que esse princípio pode curar imediatamente as doenças 
dos nervos e as demais (MESMER, 1979 apud FIGUEIREDO; 
MACHADO, 2005, p. 328-331).
E foi mesmo que investigando sobre exorcismo (1972-1979), infor-
mações de Solovey e Milechnin (1965) que disse: “preferi pensar em uma 
FORÇA curativa de índole física que não teria porque ser sobrenatural.”
Assim afirmam que:
“O corpo humano, estaria formado pela mesma substância que constitui o 
universo [...] atravessado pelo mesmo fluido sutil que preenche os espaços 
celestiais. Tal fluido haveria de passar por via do sistema nervoso, em cor-
rente harmônica daria saúde e toda perturbação dela ocasionaria doença” 
(SOLOVEY; MILECHNIN, 1965).
Não é de agora que se fala de espírito magnético, não é de agora que 
nos preocupamos com essa dimensão e nem é de agora que podemos objeti-
vá-la, apenas SENTIMOS nas nossas reações corporais, nos nossos desejos 
e necessidades sem saber muito o que é e como é.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 137
Temos a certeza, no mundo de hoje que ela existe e nos pertence e na 
maioria de muitos casos ela atua preponderadamente na resolução de doen-
ças. O corpo magnetizado (célula quântica 5) (espiritualizado) é capaz de 
alterar a saúde não só dele, mas de outros corpos, como muitos fazem pelo 
toque das mãos e em tantas situações que temos visto através das mídias 
(crença, fé etc.).
Célula Quântica 5
Fluído de Energia
DoençaSaúde
É um corpo sempre em
trocas diversas e
movimentos contínuos
Fonte: Autores, 2022�
Moura (2004, p. 20) nos diz: “os espíritos encarnados têm capacidade 
para irradiar seus fluídos sob a forma de energia eletromagnética (EEM) que 
se desloca na atmosfera em direção a um alvo: irradiação mental, a mesma 
coisa que parece a distância.”
Pode ser uma explicação possível, segundo Levin (1988), “para o fenô-
meno deflagrado pela espiritualidade e/ou religiosidade de (E/R) de acordo 
com as leis naturais – já descobertas ou não pela ciência atual – que possibi-
litariam um impacto na saúde [...].”
Assim estamos cada vez mais interessados para resolver essas ques-
tões de saúde-doença, nossas “DORES”, misturando alternativas que 
envolvem RACIONALIDADES e SUBJETIVIDADES (célula quântica 
6). E, não é possível desconsiderar um grande número de pessoas, no 
mundo, que procuram práticas alternativas que move conhecimentos, com-
portamentos, emoções, medicações diversas na tentativa de melhorar, se 
curar etc.
138
Célula Quântica 6
O Caminho da Espiritualidade
Bioenergia
Psicodinâmica da fé
Efeito cognitivo
Redutores de Stress
Biológico
Psicossocial
Com pensamentos
relacionados à saúde
Suporte Social
Fonte: Autores, 2022�
Para OMS (2002): “[...] a procura e o uso de práticas alternativas e 
complementares, em muitas situações cientificamente investigadas, como 
foi o caso do MAC 2e da medicina alopática realizada no Peru comparadas a 
eficácia de MAC foi maior 95% de substâncias.”
Nesse sentido, a OMS se coloca do seguinte modo:
“o uso da medicina tradicional permanece mais abrangente difundido em 
países em desenvolvimento, enquanto isso em muitos países desenvolvidos, 
a MAC está ficando mais e mais popular, refere-se a sistemas tradicionais 
como chinês e o indiano, as medidas nativas da África, América Latina, 
Sudeste da Asia e Pacífico Ocidental e a recursos terapêuticos medicamen-
tosos, e não como acupuntura e terapias espirituais. Um estudo americano 
mostrou que a maioria dos usuários da MAC escolhe-o menos como alter-
nativo e mais como complementar a medida alopática (ASTIN, 1998).”
Os desafios de pensar, falar, encontrar uma linguagem para ESPIRITUA-
LIDADE DIMENSÃO DO CORPO é um desafio nosso e não há como fugir 
da filosofia, da fé, da vida, do mundo porque está na hermenêutica do sujeito, 
nós devemos esquecer a antiga tradição, que é da filosofia grega, FOUCAULT 
chama de ESPIRITUALIDADE (célula quântica 7) e relaciona a psicanálise 
à religião pois ele diz que:
Espiritualidade – deve ser tomada num sentido muito específico, o qual na 
esteira dos estudos de Pierre Hardot, define como: O problema diz respeito 
ao que se passa com o ser do sujeito (do que deve ser sujeito para que 
ele tenha acesso a verdade) e a consequente questão acerca do que pode 
2 MAC – Medicinas Alternativas e Complementares- é o grupo de diversos sistemas de cuidados médicos e de saúde, 
práticas e produtos que, no presente, não são considerados parte da medicina convencional” (NCCAM, 2007).
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 139
ser transformado no sujeito pelo fato de ter acesso a verdade; estas duras 
questões, repito, absolutamente características da espiritualidade, serão 
por nós encontradas no cerne mesmo desses saberes, ou em todos os casos 
de ponta a ponta em ambos [...] (ALLOUCH, 2014, p. 11).
Célula Quântica 7
Psicanalisis
Saber
Hermenêutica do sujeito
Uso do Prazer
Relações
Espiritualidade
Fonte: Autores, 2022�
O próprio autor acha que a resposta dada a Foucault foi uma ousadia, pois 
trata de uma questão tão importante, fascinante quanto complexa, embora inques-
tionável rastrear e disponibilizá-la quando Foucault já não está mais entre nós.
Mas, ficamos com vontade de saber o que Foucault faria com a resposta 
à sua pergunta:a psicanálise é um exercício da espiritualidade?
Nesta nossa investida sobre a “DIMENSÃO ESPIRITUAL” seria melhor 
colocá-la entre parênteses para que não erremos muito, mesmo acreditando 
que ela é dimensão corporal, uma questão de linguagem como um sistema de 
signos e símbolos de comunicação.
Nesse refletir do pensar na resposta Foucault de que “psicanálise é um 
exercício espiritual”, trazemos Maturana (1998, p. 59) para nos ajudar quando 
diz: “a linguagem se constitui quando se incorpora ao viver, como modo de 
viver, este fluir em coordenações de conduta que surgem na convivência como 
resultado dela [...].”
Sabemos que a espiritualidade se movimenta, se mostra, cresce em nós 
dependendo da situação que vivemos, está nas interações, na forma como 
vivemos, na forma como amamos quando Maturana (1998, p. 60) nos diz:
140
“[...] todos sabemos ainda que nem sempre tenho certeza disso, o que está 
envolvido no aprender (o que é espiritualidade, no acreditar) é a transfor-
mação de nossa corporalidade, que segue um curso ou outro, dependendo 
de nosso modo de viver. Falamos dessa aprendizagem como da captação 
de um modo independente em operar um abstrato que quase não atinge 
nossa corporalidade, mas sabemos que não é assim.”
Também, sabemos que a linguagem da espiritualidade é polissêmica 
(célula quântica 8), da necessidade de imensos fundamentos, ela é da vida, 
do viver, como uma energia corporal que nos move, faz sonhar, faz chorar, 
faz ter saudade, querer estar com alguém que amamos, cuidar do outro etc.
E
RejeiçãoEmoção
Amor, Amar - Espaço de Interações
Célula Quântica 8
Espiritualidade
Fonte: Autores, 2022�
Se falarmos de interações falamos de amor. Para Maturana (1998, p. 66):
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 141
“[...] o amor constitui um espaço de interações recorrente e que sempre 
pode estabilizar-se como tal. É por isso que o amor constitui um espaço 
de interações recorrente [...]; A palavra amor é a palavra que usamos na 
vida cotidiana para nos referirmos aceitação do outro ou de algo como 
legítimo outro na convivência [...]; O amor é a emoção que constitui as 
ações de aceitar o outro como legítimo, o outro na convivência. Portanto, 
amar é abrir um espaço de interações recorrentes com o outro, no qual 
sua presença é legítima, sem exigências.”
Tudo isso para nós parece peles que se superpõem umas às outras fazendo 
uma camada tênue e com muitas texturas, muita linguagem, muita disponi-
bilidade para viver, ter e dividir com o outro CAMADAS e TEXTURAS de 
afetos e desafetos, tudo é possível nas relações humanas (célula quântica 9).
Moléculas
Quânticas da
Espiritualidade
Célula Quântica 9
Fonte: Autores, 2022�
142
Nos parece que a DIMENSÃO EMOCIONAL aparece fortemente em 
todas as dimensões do corpo principalmente quando falamos de espirituali-
dade, que trata mais do corpo subjetivo, o que transcende, o metafísico, que 
aparecem em nossos sinais vitais, nos batimentos cardíacos, na temperatura, 
no pulsar do corpo e em sua própria respiração como viventes na natureza e 
no que está para além de nossos entendimentos, mas SENTIMOS de modos 
diferentes a espiritualidade dentro de nós e não sabemos se os mecanismos 
que caminhos podem ser usados para autocura.
O neurofisiologista Damásio (1996, p. 156) nos diz:
“[...] os dados sobre a regulação fisiológica mostram que as seleções 
de respostas das quais os organismos não têm consciência e que por 
conseguinte não são deliberadas, ocorrem constantemente nas estruturas 
cerebrais mais antigas [...]; A memória é fundamental nesse processo 
e são os neocórticos os maiores que sustentam a maior capacidade 
de reforma factual de que necessitam [...]; os comportamentos que se 
encontram para além dos impulsos e dos extintos que utilizam, para 
tanto o andar superior como o inferior, o neocórtex é recrutado com o 
mais antigo cerne cerebral e a racionalidade resulta de suas atividades 
combinadas, fazendo o seguinte: até que ponto os processos racionais 
e não racionais alinhados respectivamente com as estruturas corticais 
e subcorticais no cérebro humano? E para responder a seguinte afir-
mação. [...] é-me muito difícil se não impossível pensar que espécie de 
emoção de medo restaria se não se verificasse a sensação de aceleração 
do ritmo cardíaco, de respiração suspensa, de tremor dos lábios e de 
pernas enfraquecidas, de pele arrepiada e de aperto no estomago, odiar 
alguém, imaginar o estágio de raiva e não ver o peito em ebulição, o 
rosto congestionado, as narinas dilatas, os dentes cerrados e o impulso 
para ação vigorosa, mas, ao contrário, músculos flácidos, respiração 
calma e o rosto plácido.”
O autor nos fala da atenção da linguagem corporal dos sintomas e 
signos que também são espirituais, pois o corpo é FISICO – ESPIRI-
TUAL (célula quântica 10); corpo com essências diversas que estão no 
processo emocional. O autor continua nos dizendo que: “[...] sentir os 
estados emocionais, que precisamos conhecê-los equivale afirmar que se 
tem consciência das emoções, oferecer-nos flexibilidade de resposta com 
base na história específica de nossas interações com o meio ambiente 
(DAMÁSIO, 1996, p. 162)”. Na perspectiva das emoções, o autor apre-
senta ainda, duas imagens (imagem 1 e 2) que representam as emoções 
primárias e secunárias:
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 143
Imagem 1 – Emoções Primárias segundo Damásio (1996)
sinais autônomos
sinais para
músculos do
rosto e membros
sinais para
os núcleos
neurotransmissores
respostas endócrinas
e outras de origem
química na corrente
sanguínea
R1
estímuloVMR1
H
A
Fonte: Damásio (1996, p� 162)�
Imagem 2 – Emoções Secundárias segundo Damásio (1996)
apenas controle
orbicularis ocuri
controle consciente
músculo zigomato
não consciente
e não consciente
Fonte: Damásio (1996, p� 173)�
Então o espírito está, também presente nestas imagens e esquemas e 
provavelmente no corpo/rosto de quem sente DOR.
144
Mas afinal o que é ESPÍRITO? Segundo Japiassu (1990, p. 86), na filo-
sofia herdada de Descartes, é:
“1- O espírito é o princípio do pensamento: meu espírito, isto é, eu mesmo 
enquanto sou uma coisa que pensa. Opõe-se ao corpo, a matéria, a exten-
são na medida em que é indivisível e totalizante (a matéria é indivisível 
e diversificante). O espírito testemunha nossa liberdade relativamente 
à natureza que é necessária e determinada, enfim ele é o aspecto espiri-
tual ou religioso de nossa existência, oposto ao aspecto sensual, carnal e 
mundano. É o princípio do pensamento e da reflexão do homem. 2- Em 
seu sentido metafísico notadamente em Hegel, o espírito, absolutamente 
primeiro é a verdade da natureza: é a ideia que chegou ao ser-para-si; essa 
interiorização do ser-fora-de-si, que é a natureza, desenvolve-se do espírito 
subjetivo (alma, consciência, fatos psíquicos) ao espírito objetivo (direito, 
costumes, moralidades) e ao espírito absoluto (através da arte, da religião). 
3- Além de informar entidades totalmente incorpóreas (Deus e os anjos 
na teologia cristã, são puros espíritos) a palavra -espírito- designa ainda 
certas entidades sobrenaturais admitidas por certos povos ditos -primiti-
vos- (o grande espírito) ou, na linguagem corrente, o -sentido profundo- de 
algo: ele não entendeu o espírito da coisa, o espírito de um texto, de um 
discurso etc. [...].”
Célula Quântica 10
Espírito
Espírito que
Arte
Representação Sensível
Alma
Consciência
Teologia
Puros espíritos
Deus
Anjos
Pensamento
Indivisível
Re�exivo
Objetivo
Subjetivo
Absoluto
Fonte: Autores, 2022�
Ainda são poucas as pesquisas desenvolvidas no Brasil sobre a ESPIRI-
TUALIDADE, principalmente na literatura epidemiológica (espírito da dor).
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 145
Há uma dificuldadenas práticas de pesquisa que afirmado por Levin 
e Vanderpool (1987) quando dizem que: “Talvez o problema central com a 
literatura epidemiológica do serviço religioso dos resultados conceituais e 
operacionais, seja pareado com uma ignorância dos avanços de convecção 
do conteúdo científico da religião.”
Em 2003 foi realizado uma classificação para explicar a relação entre a 
religiosidade e saúde, diz as autoras, que correspondem, no quadro realizado 
por elas, as classes, com metodologia e explicação específicas para o estudo 
desses efeitos a serem realizadas que já se iniciam em tipos no mundo inteiro, 
como demonstra o quadro 1 abaixo:
Quadro 1 – Classes
Tipo 1 Caminho Biológico
Tipo 2 Caminho Psicossocial
Tipo 3 Caminho baseado em Bioenergia
Tipo 4 Caminho Sobrenatural
Fonte: Levin (2003) apud Figueiredo e Machado (2009, p� 149)�
 Tipo 1 – Caminho Biológico
Esse caminho biológico se destina a falar de CURAS, ou alívio de sin-
tomas, explicados exclusivamente pela biologia – mecanismos biológicos 
humanos como a hereditariedade, poderia ser uma via pela qual a dimensão 
etnorreligiosa mediaria os fenótipos que influenciariam a saúde (LEVIN, 
1996). Elementos biológicos, todavia, não requerem processos comportamen-
tais ou psicossociais, intermediados por práticas religiosas. Para explicar os 
achados epidemiológicos em religiões ou denominações religiosas particulares 
(LEVIN, 2003).
 Tipo 2 - Caminho Psicossocial
Aqui Levin (1996; 2003) apud Figueiredo e Machado (2009, p. 155) 
esclarece que:
“[...] as relações psicossociais da E/R (Espiritualidade/Religiosidade) que 
geram um efeito supostamente protetor na saúde. Propor essa classificação 
baseado em estudos epidemiológicos. Registros de múltiplas observações 
epidemiológicas, indicando a mesma correlação, constituem indício de que 
uma relação causal provavelmente existe e será provada quando seu meca-
nismo for identificado e comprovado. Efeitos aparentemente protetores da 
E/R na prevenção da doença já foram constatados em estudos epidemio-
lógicos de populações saudáveis, podendo ser devidamente explicados. 
Das experimentações com populações clínicas, parece poder-se afirmar 
146
que os mecanismos psicossociais ajudariam no entendimento dos efeitos 
salutogênicos3 decorrentes das intervenções espirituais.”
No que diz respeito aos comportamentos relacionados a saúde e os tipos 
3 e 4, destacamos essa nota do livro Corpo e Saúde, de Figueiredo e Machado 
(2009, p. 154-169).
Comportamentos Relacionados a saúde
Em muitas tradições religiosas ofícios de cura, iluminação, revelação ou oração são precedidos com preparativos de 
jejuns, alterações da dieta, abstenção de álcool, fumo e outras práticas prejudiciais; pode-se, ainda, empenhar em 
exercícios de meditação ou relaxamento. O objetivo é aumentar propriedades reais ou supostas. Esses comportamentos 
promovem a saluto-genêse, alívio de sintomas, de doenças clínicas e a autopercepção da saúde. Para a cura espiritual, 
esses comportamentos podem aumentar, ou explicar, a eficácia terapêutica de tais intervenções.
• Suporte Social
Experimentar o interesse de um curador ou de alguém que, ora próximo, ou à distância, pode nutrir “um senso de 
pertencer”; de estar sendo “estimado ou protegido” (LEVIN, 1996) e, por si só, ser curativo. House, Landis e Umberson 
(1988)3 sugerem que a relativa falta de afinidades sociais constitui um fator de risco para saúde, rivalizando com aqueles 
bem estabelecidos, tais como o tabagismo, pressão sanguínea descontrolada, alta concentração de lipídeos sanguíneos, 
obesidade e falta de atividade física. Nessa publicação da Science, taxas de risco relativas de afinidade social, ou sua 
ausência, ajustadas para a idade, excedem as de fumar tabaco como um importante fator de risco para mortalidade. 
O evidenciado por esses autores aproxima-se do disponibilizado pelos cirurgiões americanos para fumo e saúde (U.S. 
DEPARTMENT OF HEALTH, EDUCATION, AND WELFARE, 1964)4.
No mesmo contexto, Documento do Ministério da Saúde Canadense (LALONDE,1974)5 propôs que mudanças no estilo 
de vida ou no ambiente social provavelmente resultariam em mais melhorias do que se conseguiria com mais dinheiro 
nos sistemas de saúde já estabelecidos. Segundo Cooley (2003)6, a continuação desses estudos levou à preposição 
de outros fatores cruciais para a saúde da população além da medicina e cuidados de saúde: a inclusão e o estado 
social do paciente, e a rede de suporte social, foram os dois fatores mais relevantes. Para Levin (2003), um bom supor 
te social pode servir para aumentar a receptividade individual às intervenções espirituais.
• Redutores de Estresse
Sabendo que se é objeto de direcionamento de cura praticada por uma pessoa ou grupo, próximo ou à distância, “pode 
estimular o sistema imune e/ou endócrino de muitas formas, como para aliviar sintomatologia ou mesmo produzir 
uma remissão da doença” (LEVIN,1996). Campos de pesquisa como o da psicofisiologia (LEVIN, 1996; 2003) ou da 
neuroendocrinologia (LEVIN, 1998), têm demonstrado mecanismos de cura, biologicamente aceitos, envolvendo a ligação 
mente-corpo, que podem aumentar ou ser responsáveis pela eficácia das intervenções espirituais de cura. Baseando-se 
em descobertas de outro campo de pesquisa, a psiconeuroimunologia, Dossey (1997)7 distingue que o pensamento 
gera alterações biológicas. Também para Benor (2004)8, a psiconeuroimunologia introduz uma nova compreensão do 
controle potencial que a mente pode exercer sobre o corpo: “alguns sugerem que o sistema imune é realmente uma 
extensão do sistema nervoso”. Aos programas cardíacos dá-se o nome de “Psiconeurocardiologia” cujo sucesso os 
levou a serem considerados em algumas companhias de seguro.
• Efeito Cognitivo
Expectativas do restabelecimento da saúde podem por si produzir mudanças fisiológicas observáveis em doentes, 
isso sem mesmo considerar a eficácia de quem cura. O conjunto de informações ao paciente sobre sua doença, suas
3 O que gera saúde (LINDSTRÖM, Bengt; ERIKSSON, Mônica. Professor Aaron Antonovsky (1923-1994): 
the father of the salutogenesis. J Epidemiol Community Health, v. 59, p. 511, 2005. Disponível em: http:/
jech.bmjoumals.com. Acesso em: 5 fev. 2022.
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DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 147
experiências hospitalares ou a interação médico-paciente, podem resultar em mudanças expressivas na patologia ou 
funções físicas - para melhor ou pior - independentemente das ações da equipe de cuidados médicos (LEVIN,1996;2003). 
Trata-se de assunto controverso: para Schrodt e Tasman, (1999)9, “infelizmente, uma informação sozinha é geralmente 
insuficiente para mudar atitudes arraigadas, crenças e comportamentos” Para Greene et al. (2001)10, tais fenômenos 
estão em acordo com os estudos que ancoram o efeito placebo na realidade biológica.
• A Psicodinâmica da Fé
Levin (1996) identifica, nesse ponto, efeitos placebo ou sua propriedade negativa – o nocebo. Ambos “podem produzir 
cura ou doença, baseados na expectativa da ação ou do desejo de Deus”. De acordo com BENOR (2004)8, investigações 
do efeito placebo baseadas no poder da sugestão, psiconeuroimunologia e esperança, entre outras, têm ajudado 
nossa compreensão das interações mente-corpo “desde que está se tornando cada vez mais aceitável esperar que a 
atividade mental de cada um (..), afete a própria condição corporal”. Exemplo de intervenção mente-corpo é a medicina 
comportamental, cujas pesquisas dão suporte à hipótese de que elementos psicossociais como expectativa, crença e 
redução da ansiedade podem afetar cura e manutenção da saúde (GREENE, et al. 2001)10. Um bom modelo de saúde 
necessita de atributos sociais e psicossociais, além dos fatores de ticos convencionais do desenho biomédico dominante 
(BARRETT, et al., 2006)11.
 O Tipo 3 – Caminho Baseado em Bioenergia4,5 
Na tentativa, todavia, de se encontrar uma fisiologia ou fisiopatologia que explique a ação doE/R na saúde e no bem-estar 
de humanos, à parte da Medicina e ciências afins, parece que cabe a Física um lugar de destaque. Nela, energia pode 
ser definida como a capacidade de gerar trabalho ou causar um efeito; ela pode se manifestar na forma de processos 
acústicos, térmicos, elétricos, cinéticos ou em outras comuns: O prefixo grego bio (vida) apenas limita a fonte. Assim, 
bioenergia tem somado a Física conceitos da Biologia e da Química, para o entendimento de sua definição amplamente 
utilizada nas descrições de cura em muitas práticas de MAC. Os modelos resultantes dos estudos da bioenergia são 
muito controversos, mesmo entre os pesquisadores do assunto, dada à ausência de respaldo nas teorias científicas 
atualmente aceitas. 
O que fluía do magnetizador humano de Mesmer, a potência curativa do perispírito de Kardec, o superempírico de Levin 
e Vanderpool foi pesquisado pelo russo Leonid Leonidovich Vasiliev (1891-1966), pioneiro em estudos da percepção 
extrassensorial. Começou em Leningrado, como fisiologista, com o primeiro cientista russo a invocar a hipótese 
eletromagnética para explicar a telepatia - o Professor Vladimir Mikhailovich Bekhterev (1857-1927) (VASILIEV, 2002)12. 
De acordo com Hastings (2002)13, na parapsicologia contemporânea, o mesmo processo de pesquisa do grupo de Vasiliev
4 HOUSE, James; LANDIS, Karl; UMBERSON, Debra. Social relationships and health. Science, v. 241, n.4865, 
p. 540-545, 1988.
5 VASILIEV, Leonid. Experiments in Mental Suggestion. Charlottesville: Hampton Roads Publishing Company, 
2002. 191 p.
HASTINGS, Arthur. Experiments in Mental Suggestion. Charlottesville Hampton Roads Publishing Com-
pany, 2002.
BRAUD, William. Human Interconnectedness: Research Indications. Revision: A Joural of Conscionsness 
and Transformations, v. 14, n. 3, p. 140-148, 1992. Disponivel em: http//integral-inquiry.com/docs/649/human.
pdf. Acessado em: 5 fev. 2022.
BRAUD, William; SCHLITZ; Marilyn. Mental Interactions with Remote Biological Systems. Hampton Roads 
Publishing Company, 2003.
BRAUD, William; SCHLITZ; Marilyn. Can Our Intentions Interact Directly With The Physical World? European 
Journal of Parapsychology, vol. 10, p. 78-90, 1994.GREGORY, Anita. In: VASILIEV, Leonid. Experiments in 
Mental Suggestion. Charlottesile Hampton Roads Publishing Company, 2002.
CAZZAMALLI, Fernando. Phénomènes télépsychiques et radiations cérébrales. Revue Métapsychique, n. 4, 
1925. p. 3. In: VASILIEV, L. L Company, Ins. 2002.
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desdobrou-se em estudos da interação mental direta com sistemas vivos (BRAUD, 1992)14 e naqueles de “cura espiritual’, 
“mental” “psíquica” ou a distância.
Na interação mental com sistemas vivos (uma forma de psicocinese) tenta-se influenciar o comportamento, a fisiologia 
ou a consciência desses sistemas. Observam-se mudança da pressão sanguínea, eritrócitos, atividade eletrodérmica 
e muscular em humanos (BRAUD; SCHLITZ, 2003)15; também peixes, gerbil e outros pequenos animais e plantas 
(BRAUD, 1994)16 já foram investigados; as condições: um estado relaxado da mente e do corpo, sem indução hipnótica 
e sem impor o desejo do agente - a influência é neutra, considerada positiva para o receptor. Para Hastings (2002), a 
intenção mental de um emissor pode efetuar mudanças tanto físicas quanto mentais por meio de algum mecanismo 
físico ainda desconhecido. Os efeitos de cura observados ocorriam via - conforme denominação de Vasiliev (2002) - 
influência a distância”.
O problema, para Vasiliev, era investigar as possíveis bases físicas do fenômeno que envolvem a influência a distância. 
Ele e Bekhterev acreditavam que a resposta poderia estar no que foi publicado por Cazzamalli (1925)17, que defendia 
a teoria eletromagnética (TEM) da telepatia, uma variação da teoria fluídica de Mesmer (GREGORY,2002)18. Para 
Fernando Cazzamalli (1887-1958), o que carregaria a informação entre emissor-receptor seria uma BEM na forma de 
onda de rádio, com comprimento de onda entre 0,7 a 100 metros; na publicação de 1926, The Biophysical Foundations 
of Direct Thought Transmission, expõe “’uma abordagem materialista para o fenômeno da sugestão mental” (GREGORY, 
2002). Em meados da década seguinte, os trabalhos de Vasiliev foram subitamente descontinuados e preservados nos 
arquivos do Instituto de Bekhterev para pesquisas do cérebro, em Leningrado. Mas já indicara que, aparentemente, 
influência a distância:
a) pode ser experimental;
b) não era afetada por barreiras metálicas, tipo gaiolas de Faraday, que blindam sinais de rádio. Fora demonstrado que 
a teoria da onda cerebral de rádio de Cazzamalli era inconsistente.
Trinta anos depois, a Universidade de Leningrado criou um laboratório para Vasiliev e seu grupo, onde desenvolveram 
estudos sobre telepatia. Em 1961, prefaciando seu livro Experiments In Mental Sugestions, escreve que a maior 
significância dessas pesquisas foi ter relacionado, pela experimentação, a TEM à natureza física do transmissor da 
sugestão mental.
Ao final, informa que tais inferências já haviam sido escritas no relatório de 1934. Refere-se às conclusões de Whately 
Carington (1) a comunicação telepática não seria um fenômeno energético, mas de outra natureza, e (2) sugestão à 
distância talvez fosse um fenômeno não-espacial (CARINGTON, 2002)19. Reconhece a necessidade de correção nas 
deduções dos anos 30 - os experimentos em câmaras com paredes de ferro ou chumbo de 1 a 3 mm, não absorvem 
completamente as ondas eletromagnéticas (OEM) de baixa frequência, que podem, ainda, penetrar ou emergir. Assim, o 
modelo russo de projeção telepática da vontade (HASTINGS, 2002) foi enfraquecido ou mesmo excluído das pesquisas 
correntes. Em 1961, escrevia o capítulo final quando recebeu do Professor Constantine Ivanovich Platonov a comunicação 
de que, em 1924, pesquisadores da Cracóvia, empregando hipnose, sugestão mental e proteção emissor/receptor, 
concluíram, em muitos aspectos, o que Vasiliev descobriria 10 anos depois.
Se os mecanismos físicos para transferência de energia forem de natureza elétrica, práticas na área da engenharia 
elétrica poderiam ser utilizadas na investigação dos fenômenos produzidos - se houver outro subjacente, será estudado 
depois de eliminado o proposto elétrico. Hintz et al. (2003)20 sugeriram uma diretriz que, envolvendo a transferência da 
bioinformação, baseava-se no caráter elétrico dos fenômenos. Tal procedimento não mede diretamente a transferência 
- seriam realizadas medidas diretas básicas de propriedades elétricas e eletromagnéticas em um emissor, bem como 
indiretas, para essas e outras formas de transferência de bioenergia (seus efeitos são investigados nos sistemas-alvo).
Sem decidir a priori qual é o mecanismo físico para os fenômenos ocorrerem, o grupo de Hintz define um sistema 
para bioenergia:
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DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 149
1- Fonte de Bioenergia com o Conteúdo da Informação: fonte geradora.
2- Conexão: mecanismo conectando à fonte por um meio de transferência.
3- Meio de Transferência: meio de transferência através do qual a bioenergia flui
4- Conexão: mecanismo que conecta o meio de transferência a um receptor.
5- Recepção e Percepção: receptor terminal que inclui mecanismos para o recebimento da informação.
Os autores fizeram uma possível revisão de alguns conceitos da física básica e da eletricidade estendendo-os à 
bioenergia (HINTZ et al., 2003). Sua discussão limita-se àquelas práticas que parecem seguir conceitos científicos 
convencionais - eventos quânticos não estão presentes. O modelo supõe sinais entre emissor e receptor, baseado em 
princípios da Física e em conceitos da Biologia; é uma suposição discutível: não se conhece a natureza da informação 
que pode não estar ainda detectável pelos instrumentos disponíveis.
Em um circuito fechado de bioenergia, emissor e receptor não precisariam, obrigatoriamente, de contato físico direto.Se 
houver, um circuito elétrico simples pode ser utilizado para modelagem; se não, instala-se um circuito fechado de modelo 
eletromagnético, com campos elétrico (CE) e magnético (CM) ortogonais, variando no tempo e propagando-se no espaço.
Para curas sem contato físico, a analogia eletromagnética pode ter por hipótese um biocampo. A existência de uma 
“corrente mental”, circulando em torno do emissor, geraria os campos próximo (CPP) e distante (CPD). A intensidade da 
corrente dependeria da concentração do emissor. Na obra psicografada por Xavier e Vieira (2006), há a teoria da vontade 
impulsionando uma corrente mental nas imediações do emissor: em termos do CPP cria a aura e, em termos CPD 
gera irradiação. Para Hintz et. al (2003), um emissor pode direcionar sua bioenergia por intencionalmente redirecionar 
o fluxo interno da biocorrente em seu corpo que, por suposição. estaria distribuída aleatoriamente, mas que a rede de 
campo biológico (CB) gerada seja, aproximadamente, uniforme no espaço. No ato de cura, o terapeuta focaliza ou sua 
energia interna ou uma fonte extrema de energia para um propósito; é possível ensinar a praticantes irradiar energia 
para toques terapêuticos sem contato, independentemente das bioimpedâncias internas do reverter e a esses últimos 
igualar seus receptores de bioenergia à impedância do meio.
Para Hintz et al. (2003), a cura deve ocorrer devido a uma energia irradiada ou transferida que consiga reajustar os 
vários subsistemas biológicos, o que pode ser considerado como um processo de redução na entropia do paciente. 
Quem cuida está estimulando a força biomotriz (ou alguma energia ainda não identificada de quem é cuidado) de forma 
a modificar sua configuração de um estado de relativa desordem a outro de menos desordem. Tal processo procura 
reduzir o grau de aleatoriedade no paciente pela intervenção ativa, com consequente transferência de energia organizada 
do curador. Presume-se haver um nível ótimo de entropia para cada subsistema biológico em correspondência a uma 
pessoa saudável. Conjetura-se que a transmissão da bioenergia é a transferência da bioinformação - ou informação 
biológica (um sinal redutor de entropia gerado por um sistema biológico) -, a fim de curar, o que ocorre ao se conseguir 
restaurar um sistema biológico, levando-o para um estado de saúde, grau de organização ou “variabilidade ótima”. Não 
se pode organizar um sistema sem utilizar alguma forma de energia. A capacidade de trabalho que a bioenergia possui 
é utilizada para alterar a organização do receptor.
Hintz et al. (2003) supõem, pelo menos, a existência de três elementos no processo de cura: (1) a transferência de 
energia na cura presencial ou a distância; (2) a habilidade do cuidador para transmitir sua bioenergia em uma frequência 
apropriada e a do receptor para sintoniza-la; (3) a habilidade do emissor de modular sua FBM (ou frequência portadora) 
e a do receptor em decodificar essa modulação. Outra forma possível de passar informações seria por meio da sincronia 
entre as frequências próprias do emissor e receptor. A ressonância é independente do conteúdo da informação e 
assemelha-se a um circuito de sintonia de rádio, onde ondas de uma estação de fraca intensidade são recebidas quando 
o sistema está adequadamente sintonizado. Isso pode permitir que, mesmo em condições de uma grande separação 
entre o praticante e o receptor, se possa obter a “cura”.
Quanto às medidas diretas básicas, assumida a natureza elétrica, Hintz e seu grupo acreditam ser necessário critérios de 
engenharia para garantir isolamento da influência externa. Dessa forma, é necessário precaução, dada à multiplicidade de 
sinais que podem interferir nas medidas. Exemplos são CE e CM próprios da Terra e outras fontes de ruído causados pelos 
homens (motores de elevadores e equipamentos de laboratório, telefones celulares, estações de rádio/televisão, etc.).
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150
Para eliminar os efeitos perturbadores da OEM do ambiente utiliza-se a gaiola de Faraday e a câmara anecoica 
eletromagnética. 
Se medidas de bioenergia não puderem ser feitas em uma dessas duas proteções, então é importante tomar medidas 
da intensidade dos campos - elétrico, magnético e eletromagnético do ambiente; elas serão a base de comparação 
das medidas realizadas durante um experimento. Tais medidas ambientais devem ser coletadas imediatamente antes 
e depois do experimento, para garantir que nenhum sinal externo interferiu no processo. 
A distinção entre CPP e CPD leva em conta as dimensões da antena emissora e que a OEM irradiada não é considerada 
vir de uma única fonte pontual até certa distância da mesma.
Fonte: FREITAS, V� M� A�; MACHADO, W� C� A� Corpo e imaterialidade da condição 
humana� In: FIGUEIREDO, N� M� A; MACHADO, W� C� A� Corpo e Saúde: condutas, 
clínicas de cuidar� Rio de Janeiro: Águia Dourada, 2009 p� 154-169�
 Tipo 4 – Caminho Sobrenatural
Este caminho sobrenatural apresentado por Levin (2003) apud Figueiredo 
e Machado (2009) diz respeito a conjutura da ligação entre práticas ou inter-
venções espirituriais na saúde, ou mesmo na área física, e o transcedente, que:
“ [...] está no contexto da cura sobrenatural aquela que ocorre sob a ação 
de leis ditas fora da natureza, provinda de um ser trascendente, desmetir 
a possibilidade de pelo menos uma força natural [...] é limitar a ver-
dade para a natureza. (LEVIN, 1996 apud FIGUEIREDO; MACHADO, 
2009, p. 169).”
Em 2003, o mesmo autor diz ter encontrado a explicação do mecanismo, 
como sendo aquelas ações de Deus ou de um ser “divino” que existem parcial-
mente ou inteiramente em um reino do qual transcendem ou estão além, ou:
“[...] a parte de um universo natural de sua criação. O autor expõe, ainda, 
que a possibilidade de existir um Deus-criador, cuja vontade escolher 
respsonder ou não à orações suplicantes por meios que transcendem o 
mecanismo natural, ainda não exclui a possibilidade de que Ele mesmo 
também cure por meio de leis naturais do universo (FIGUEIREDO; 
MACHADO, 2009, p. 169).”
Ainda estamos caminhando e em época de Covid-19 com muitos de 
nossos familiares graves e quando o médico chgea perto de nós e diz: só Deus 
pode salvá-lo, já fizemos de tudo [...], é que encontramos, de imediato a espi-
ritualidade dentro de nós e a busca desesperada da palavra. Para Figueiredo 
e Machado (2009, p. 169):
“Atualmente, há a impossibilidade de a ciência estabelecer, com segurança, 
os mecanismos de ação que expliquem determinados resultados positivos 
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DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 151
de estudos de oração e saúde. Tal impossibilidade, porém, não permite a 
essa mesma ciência excluir o caminho sobrenatural da cura.”
O que aqui está colocado, é o inicio de nossa própria curiosidade prá-
tica-científica. Para falar sobre CORPO com DOR e sua tridmensiolidade e 
fundamental entender que ele é marcado por códigos (célula quântica 11) que 
pouco sabemos identificar e que segundo Cury (2008, p. 77):
“[...] Não basta de admirá-los nem mantê-los logicamente, é preciso deci-
frá-los intimamente para desvendar suas nuances, conhecer seus segredos, 
ter disciplina e treinamento para assimilá-los. Seria excelente se o jovens 
aprendessem a decifrá-los desde a mais tenra infância, estudando-os e 
fazendo dinâmicas e vivências para incorporá-los. Códigos de inteligência 
que são os alicerces das inteligências múltiplas que ele estabelece com os 
oito códigos é saber: 1- Primeiro código: EU como gestor do intelecto; 
2- Segundo código: AUTOCRÍTICA - pensar nas consequências do com-
portamento. 3- Terceiro código: PSICOADAPTAÇÃO ou da Resiliên-
cia. 4- Quarto código: ALTRUÍSMO - capacidade de se colocar no lugar 
dos outros. 5- Quinto código: DEBATE de IDEIAS.6- Sexto código da 
INTELIGÊNCIA - o carisma. 7- Sétimo código da Inteligência - Intuição 
criativa, e; 8- Oitavo código da inteligência: código do EU como gestor 
de EMOÇÃO.”Célula Quântica 11
Todos os Códigos
Código Eu como Gestor
do intelecto
Código
Código
Código Eu como
Gestor
de Emoção
Código
Debate
de Ideias
Código
Intuição
Criativa
Psicoadaptação
Autocrítica
Código Autruísmo
Código Carisma
Fonte: Autores, 2022�
Se a ESPIRITUALIDADE é pensamento-ação que veicula, também 
pelo sistema nervoso e mente, pensamos também, na vida das bactérias para 
152
ver como a vida em células únicas se encaixa na longa história da espécie 
humana. Estamos aqui falando de CÉLULAS ESPIRITUAIS objetivadas a 
partir de sua subjetividade e da envoltura de sua em cápsulação energizada 
quânticamente, destacando o que traz Damásio (2018, p. 68) sobre a fala da 
microbiologista Margareth Mc Fall: “As plantas e os animais são um verniz 
do mundo microbiano.”
Quando cita as bactérias ele fala com entusiasmo e certeza, eviden-
ciando que:
“[...] elas são criaturas inteligentíssimas, ainda que sua inteligência não 
seja guiada por uma mente dotada de sentimentos, de intenções de ponto 
de vista consciente; são capazes de sentir as condições de seu ambiente 
e reagem de maneiras que são vantajosas para continuidade de sua vida 
[...]; As operações funcionais que sustentam toda essa inteligência sem 
cérebro ou mente, dependem de redes químicas e elétricas do tipo que 
os sistemas nervosos, por fim vieram de possuir, desenvolver e explorar 
mais tarde a evolução [...]; O cérebro age sobre o corpo (dor) enviando 
moléculas químicas específicas ou para uma determinada região (a da 
dor) do corpo e para o sangue em circulação que subsequentemente as 
encaminha a diversas regiões corporais [...]; O cérebro é um precessador 
central do corpo que inclui: 1- medula espinhal; 2- tronco encefálico; 3-o 
cerebelo; 4- vários núcleos de base e prosencefalo basal e finalmente, 5- 
córtex cerebral, o componente mais moderno e refinado do sistema [...]; 
Eles gerenciam o armazenamento dos tipos de sinais de aprendizado e 
memória, coordenam a execução de respostas complexas e estados inte-
riores e a estímulos vindos de fora. Uma operação essencial que inclui 
impulsos, motivações, emoções e gerencia o processo de manipulação de 
imagem que conhecemos como PENSAR, IMAGINAR, RACIOCINAR 
e TOMAR DECISÕES (DAMÁSIO, 2018, p. 70-77).”
Está claro que somos ESPIRITUALIDADE pura, porém escondida em 
todos os processos cerebrais humanos de viver, e, de adoecer. Gerenciamos 
nossos corpos quase, que, automaticamente guiados por processadores que 
na hora não lembramos. As imagens que vemos e/ou criamos, os sons que 
escutamos, os gestos que fazemos ou qualquer outras ações, como linguagem 
verbal ou não que constroem narrativas biodirecionais sejam elas objetivadas 
ou não pelo nosso espírito.
Sabemos, através do que aprendemos que o sistema nervoso é o que pos-
sibilita nossa vida mental-espiritual, que faz nosso processo de vida acontecer 
nos aspectos mais simples ou nos altamente mais complexos.
O afeto é espiritual, e segundo Damásio (2018, p. 118) pode ser 
entendido como:
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 153
“[...] ao mundo paralelo do afeto, no qual encontramos sentimentos via-
jando ao lado da imagem comumente mais dominante da nossa mente. 
As causas imediatas dos sentimentos são: (a) o fluxo dos processos vitais 
que ocorre em segundo plano no organismo e que experimentamos como 
sentimentos espontâneos ou homeostáticos; (b) as respostas emotivas 
desencadeadas pelo processamento de inúmeros estímulos dos sentidos 
como gostos, odores, sensações táteis, estímulos auditivos e visuais, as 
quais, quando experimentadas, são uma das fontes dos qualia; e (c) as 
respostas emotivas resultantes de impulsos (por exemplo, fome ou sede), 
motivações (como luxúria ou brincadeira), ou emoções, no sentido tradi-
cional e apropriado do termo, que são programas de ação ativados pelo 
confronto com numerosas situações [...]; O afeto, portanto, é uma tenda 
bem ampla sob a qual deposito não só todos os sentimentos possíveis, 
mas também as situações e mecanismos responsáveis por produzi-los, ou 
seja, por produzir as ações cujas experiências tornam-se sentimentos [...]”.
Escrevendo esse capítulo e o temer de nossas próprias aflições (espi-
rituais) compreendemos o quão importante falar sobre o tema, mas há um 
desafio imenso em busca de fundamentos para lhe dar a objetividade, acre-
ditando que ela está no mundo, na vida, nas coisas e nossas paixões mais 
primitivas. A manha é manter a mente ativa, o desejo de desejar, criar uma 
força dentro de nós para perguntar e responder, curar nossas dores, sair da 
solidão, da depressão, das tristezas e abrir os braços para alegria. PESQUI-
SAR! Quando Janssen (2008, p. 86-87) fala de força tranquilizadora, a partir 
de uma psicologia positiva, espírito alegre, positivo, criativo, solidário e etc., 
nos conforta dizendo:
“[...] durante muito tempo, a psicologia interessou-se apenas pelas emoções 
negativas, tratava-se de depressões e as psicoses, mas não sabia quase nada 
sobre a felicidade [...]; As recentes descobertas de psiconeuroimunologia, 
demonstraram claramente os benefícios das emoções positivas para a 
saúde [...]; O que a psicologia positiva está descobrindo, que o budismo 
já entendeu há muito tempo. Desenvolver uma verdadeira ciência interior, 
esta filosofia preconizava a transformação dos cinco venenos emocionais 
em cinco sabedorias indispensáveis para construção da felicidade que é 
transformar: 1) o orgulho em humildade; 2) a cobiça em desprendimento; 
3) a inveja em alegria; 4) a cólera em paciência; 5) a ignorância em conhe-
cimento da verdadeira natureza do espírito [...].”
Está tudo nos dois HEMISFÉRIOS CEREBRAIS o que aprendemos é 
equilibrar e usá-los quando sentimos dor, mas parece que algumas terapias 
alternativas como demonstradas na célula quântica 12, têm sido entendidas 
como psicoterapias, que de acordo com Janssen (2008, p. 100), quando cita o 
154
trabalho de David Spiegel (1989) da Universidade de Stanford, Departamento 
de psiquiatria, diz:
“[...] durante um ano mulheres sofrendo de câncer de mama com metástase 
haviam participado de grupos semanais de expressão verbal e de sessões 
de auto-hipnose para diminuir a dor. De forma, absolutamente espetacular 
haviam tido uma sobrevida de 18 meses a mais que as que não haviam 
recebido ajuda psicológica [...]; anos depois na Universidade da Califórnia, 
Los Angeles, o psiquiatra Fawzy chegou ao mesmo tipo de resultado. O 
objetivo de seu estudo era analisar os efeitos de uma terapia psicológica 
iniciada pouco depois do câncer de pele (melanoma maligno).”
Célula Quântica 12
Rir
EsperarEscrever
Fome de Viver
Fonte: Autores, 2022�
E, assim Janssen (2008, p. 104) continua nos desafiando a mergulhar 
nesse tema que é para todos que vivem e sentem DOR, onde ele divide em, 
ou organiza assim, como título CENTRAL e suas divisões:
• A C A L M A R 
o CÉREBRO 
pa ra , RELA-
XAR O CORPO
{ • reflexo de tranquilidade
• um estado de espíri to 
criado por nós
• m e d i t a r p a r a e s c u l -
pir o cérebro
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 155
Janssen (2008) sugere escolher um lugar tranquilo, uma posição con-
fortável, fechar os olhos e relaxar os músculos, pensar em uma dor dos pés 
a cabeça, inspirar pelo nariz e, a cada inspiração, repetir mentalmente uma 
expressão uma palavra positiva, esse reflexo de tranquilidade que é preciso:
• Manter uma atitude positiva;
• Não reagir as emoções negativas que invadem o corpo;
• Dar seguimento aos pensamentos que surgem na mente;
• Inspirar pelo nariz e expirar repetindo a frase ou a palavra positiva; 
e ESPERAR o corpo RELAXAR verificando que:
• Ritmo respiratório diminui;
• Diminui o consumo de oxigênio;
• Coração bate menos depressa;
• Pressão arterial diminui;
• Tensão muscular cede;
• O cérebro entrar em vigília;
• O sono é percorrido por ondas ALFA;• Relaxamento se aprofunda; e
• Surge a sensação de bem estar.
Um ESTADO DE ESPÍRITO surge que é o oposto a reação do estresse 
“fuga ou combate” e a ferramenta principal é a MEDITAÇÃO, “meditar é 
um estado de espírito” afirma Janssen (2008) e que a cada corrente espiritual 
propõe a sua. Entretanto ele diz:
“Que sejam praticadas no silêncio de um morteiro ou, simplesmente, em 
meio as atividades normais da vida cotidiana, todas as meditações tem 
em comum o desenvolvimento de uma vigilância sem reação. Podemos 
sim, meditar com uma plena atenção, concentrando nos inicialmente na 
respiração, depois nas sensações do corpo, nas emoções e nos pensamen-
tos [...]; Também podemos meditar, optando por focalizar o pensamento 
exclusivamente um objeto, numa imagem mental, no mantra, frase ou 
sílaba sagrada a qual é atribuída um poder espiritual no hinduísmo e no 
budismo (JANSSEN, 2008, p. 106)”.
Vários são os modos de buscar alívio da DOR e podem ser encontrados 
no referencial aqui utilizado, pois queremos que esse livro seja um orientador 
de busca, de procurar saídas que sejam específicas e do agrado de cada um 
que sente DOR.
Por fim, e não terminar, mas continuar a “PENSAR” que o autor nos diz 
sobre o silêncio quando estamos modelando nosso cérebro para a auto-cura 
precisamos acreditar que o CORPO, segundo Hernandez (2011, p. 41) pode:
156
[...] iniciar com a dicotomia de descartes, para que a única fonte de conhe-
cimento era mente, para os autores de auto-ajuda, o corpo é o espelho da 
consciência, ao ponto de que não funciona em nossa vida, gerará, afirmam 
eles, alguma tensão em alguma parte do nosso corpo, isto fará com que a 
longo prazo adoeçamos [...]; Os autores de auto-ajuda afirmam que não 
há abismos entre nós e o nosso corpo, simplesmente porque o corpo é 
um prolongamento da mente, que adoecemos por causa de determinadas 
hábitos mentais como consequência de não descarregar emoções negati-
vas, ou por não levar uma vida espiritual e esta mensagem cria uma carga 
de culpabilidade, sentir-se culpado pela doença, pensar que você mesmo 
causou a doença, a dor [...]”.
É fundamental explicar, diz Dr. Bruce H. Lipton citado por Hernandez 
(2011, p. 42) como “desvios inexplicáveis de cura já conhecidas ou, simples-
mente diagnosticamos errados”. Aqui destacamos recortes importantes do 
que diz Hernandez (2011, p. 44-50) sobre o SILÊNCIO e as contribuições 
de sua pesquisa:
Segundo ele, a mente foi praticamente descartada na medicina não apenas pelo dogmatismo, mas também por variáveis 
de fator econômico. “Se a mente pode curar as doenças do corpo, por que deveríamos comprar medicamentos?” Lipton 
denuncia que as companhias farmacêuticas têm a intenção de eliminar dos seus ensaios clínicos os pacientes que 
melhoram com comprimidos de açúcar, graças ao conhecido efeito placebo: “A eficácia dos comprimidos de placebo 
supõe uma ameaça para as farmacêuticas. O efeito placebo teria que ser um tema de estudo central nas faculdades de 
medicina; em vez disto, sua importância é menosprezada. Se os pesquisadores chegassem a descobrir como utilizar 
o efeito placebo, os médicos disporiam de uma ferramenta apoiada na própria energia, e sem efeitos colaterais. Os 
curadores energéticos dizem que já dispõem destas ferramentas, porém, não sou um especialista. 
Quanto mais a ciência descubra sobre o efeito placebo, mais oportunidades teremos para utilizá-lo nas instalações 
clínicas. “Em 2002, na revista Prevention and Treatment da Associação Norte-americana de Psicologia, o professor 
Irving Kirsch revelou que oitenta por cento dos efeitos antidepressivos descobertos nas pesquisas clínicas podiam ser 
atribuídos a esse efeito; em 2008, concluiu-se que boa parte da ação do Prozac se deve ao efeito placebo. Para muitos 
médicos esse efeito causou o câncer, é destrutivo. De maneira nenhuma isto pode ajudar o sistema imunológico”. Não 
obstante, o Dr. Weil, que foi professor de medicina na Universidade de Harvard, critica o fato de que para a maioria dos 
médicos os casos de cura espontânea sejam simplesmente de cura espontânea e nada mais. “Não pesquisam. Não 
vão além. Mandam um homem com os pulmões cheios de tumores cancerígenos para casa, para morrer, depois de lhe 
dizer que a medicina não pode fazer nada por ele.
Seis meses depois ele reaparece no consultório, sem nenhum sinal dos tumores. Uma jovem diabética, fumante 
compulsiva, jaz inconsciente na unidade coronária depois de um infarto grave. Seu médico, angustiado, vê a rapidez 
com que sua função cardíaca diminui e se declara impotente para salvá-la. Mas na manhã seguinte a jovem recupera 
os sentidos e sente vontade de falar, claramente em vias de recuperação. Weil afirma que para a maioria de médicos 
estes casos não passam de lendas. Não os analisam nem os consideram fontes fidedignas de informação sobre a 
capacidade do corpo de se curar. Para Weil, mesmo quando se aplicam tratamentos com bons resultados, estes bons 
resultados provêm da ativação de mecanismos curativos próprios. “Tenho certeza de que os mecanismos de cura nos 
planos mais complexos da organização biológica aparecerão quando os pesquisadores começarem a procurá-los.”
continua...
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 157
O Dr. Bruce H. Lipton afirma que as remissões espontâneas são consideradas desvios inexplicáveis dos tipos de cura 
já conhecidos ou, simplesmente, diagnósticos errados. “A ciência não tem a menor ideia de outra forma de denominar a 
ação da mente. Outros falam de remissões espontâneas, ou de milagres (de milagres falam, sobretudo, os pacientes)”. 
Um médico que não acreditava nem no efeito placebo nem na ação da mente e tampouco em milagres era o Dr. Bruce 
Moseley, que em 2002 publicou na revista New England Journal of Medicine um estudo da faculdade de medicina de 
Baylor em que avaliava a eficácia da cirurgia em pacientes com dores graves de joelho. “Os bons cirurgiões sabem que 
na cirurgia não existe efeito placebo”, declarou antes de realizar o experimento. Queria descobrir qual parte da cirurgia 
provocava a melhora nos pacientes. Dividiu os doentes em três grupos: nos do primeiro rebaixou a cartilagem danificada; 
nos do segundo limpou a articulação do joelho a fim de eliminar qualquer material que pudesse estar provocando a 
inflamação (ambos os procedimentos constituíam).
No centro de pesquisas que dirigem no Texas, eles constataram a remissão de muitos tumores de doentes que 
teoricamente tinham os meses de vida contados. Utilizaram as visualizações pela primeira vez em 1971 com um 
paciente considerado medicamente incurável, e o paciente praticou a essa técnica três vezes ao dia, visualizando 
seu câncer, imaginando que o tratamento chegava ao tumor e o destruía, os glóbulos brancos do sangue atacando as 
células cancerígenas e expulsando-as do corpo. Os resultados falaram por si: o paciente desenganado recuperou a 
saúde. Também nos Estados Unidos o Institute of Noetic Sciences publicou Spontaneous Remission: An Annotated 
Bibliography, em que são documentados 430 casos de remissão espontânea - sem tratamento alopático em que os 
médicos haviam feito as piores previsões. Li alguns deles, e nenhum me impressionou tanto quanto a história do Sr. 
Wright. Depois de lê-la, concluí que muitos dos ensaios que nossa classe intelectual considera imprescindíveis são 
espiritualmente limitados se os compararmos com os manuais de autoajuda. 
Valia a pena ir à ilha e fazer o que estivesse ao meu alcance para ajudá-la. Passaria toda esta informação a você. Se 
conhecemos a história de alguém que se curou, e que provavelmente tinha perspectivas piores do que as nossas, fica 
mais fácil sair desta. Todos os especialistas concordam que para gerar uma remissão espontânea, em primeiro lugar 
é preciso uma resposta emocional positiva, ou, em outras palavras, a esperança ou a convicção de que é possível 
curar-se. Isto se transmite ao sistema imunológico, e eleresponde. A Dra. Candance Pert, codescobridora das endorfinas, 
demonstrou cientificamente e explicou em um artigo publicado no Journal of Immunology que todo pensamento afeta 
o sistema imunológico. Ele libera uma substância química (um único pensamento pode nos fazer corar ou provocar 
uma ereção). Todo pensamento gera moléculas informativas ou neuropeptídeos, proteínas sintetizadas no cérebro 
que transmitem informação ao resto do corpo. Um grande número de especialistas concluiu que a descoberta de Pert 
demonstrava cientificamente o que eles tinham visto em muitos dos seus pacientes, ou seja, que podemos encher de 
emoção cada célula e regenerá-la com a mente. 
O Dr. Lipton elogia os avanços de Candance Pert em The Biology of Belief e afirma que os pensamentos positivos e 
negativos não só têm consequências na nossa saúde, como também em cada um dos aspectos da nossa vida: “Suas 
crenças agem como os filtros de uma câmara, mudam a forma como você percebe o mundo. E sua biologia se adapta 
a estas crenças. Quando reconhecermos que nossas crenças são tão poderosas, estaremos em posse da chave da 
liberdade.” Com respeito às suas visualizações, Umiko, com respeito ao fato de imaginar o raio verde [...].
O caso do Sr. Wright é descrito por seu médico, o Dr. Bruno Klopher, nas p. 329-340 do Psychological Variables in Human 
Cancer, Journal of Projective Techniques.
O Sr. Wright tinha um linfossarcoma terminal: “enormes massas tumorais do tamanho de uma laranja distribuídas por 
todo o corpo” que causavam graves dificuldades para respirar; a cada dois dias tinham que extrair líquido do seu peito. 
Apesar de tudo, o Sr. Wright se aferrava à crença de que, se o tratassem com um medicamento chamado Krebiozen, 
ele se curaria (a imprensa popular tinha publicado que este remédio fazia milagres). Por casualidade o Krebiozen 
estava para ser testado experimentalmente na clínica onde o Sr. Wright se encontrava, porém ele não era um doente 
adequado para os testes, pois para se submeter a eles o paciente deveria ter uma expectativa de vida de no mínimo 
três meses, o que Wright não tinha.
continuação
continua...
158
Depois de muita insistência o médico cedeu e lhe aplicou uma injeção. Isto aconteceu em uma sexta-feira. Quando o 
Dr. Bruno Klopher retornou ao hospital dando como certo que o Sr. Wright estaria agonizando, ou já morto, encontrou o 
paciente passeando pela sala e “conversando alegremente com as enfermeiras”. Depois de examiná-lo, o Dr. Klopher 
descobriu que “as massas tumorais derreteram como bolas de neve em um forno”. Em dez dias o Sr. Wright teve alta, 
praticamente sem vestígios dos tumores. No entanto, dois meses depois o Sr. Wright leu na imprensa que os últimos 
testes clínicos do Krebiozen mostraram aos especialistas que o medicamento não garantia os mínimos efeitos terapêuticos 
desejáveis então desanimou e voltou para o estado anterior, de doente terminal. De novo no hospital, o Dr. Klopher 
mentiu deliberadamente para ele e pediu que não acreditasse no que os jornais diziam, que ele tinha conseguido um 
novo Krebiozen, aperfeiçoado, com o dobro de potência, com o qual conseguiriam ótimos resultados. 
Quando o Sr. Wright perguntou por que tinha recaído, o médico respondeu, mentindo outra vez, que às vezes a substância 
podia perder o efeito, mas que já a haviam aprimorado e que o novo medicamento chegaria no dia seguinte e ele seria o 
primeiro a experimentá-lo (com essa história, o médico queria reforçar a expectativa: “sua esperança de cura chegaria 
ao ápice”). Com muita solenidade, no dia seguinte, o Dr. Klopher injetou-lhe uma dose de água destilada, A segunda 
recuperação do Sr. Wright foi ainda mais espetacular: nem rastro dos tumores, que voltaram a derreter como bolas de 
neve em um forno. Mas a história dá uma reviravolta definitiva quando, depois de dois meses, um relatório conclusivo da 
American Medical Association demonstrou a ineficácia do Krebiozen. Toda a imprensa divulgou o documento. Poucos 
dias depois de ler isso, o Sr. Wright teve uma recaída e morreu.
[...] Pouco depois já me encontrava na recepção de uma clínica chamada Naturmed para falar com a Dra. Queralt. Da 
entrevista eu havia deduzido que seu trabalho começava quando os outros médicos jogavam a toalha. Combinava a 
medicina tradicional com a homeopatia e a acupuntura e outras das chamadas terapias alternativas. Na recepção fiz uma 
coisa da qual me arrependo, embora voltasse a fazê-la nas mesmas circunstâncias: aproveitei-me da minha condição de 
jornalista para um assunto pessoal, ou seja, mostrei minha credencial à recepcionista, pedi para falar com a Dra. Queralt 
para uma segunda opinião sobre uma notícia - ela me perguntou qual era e eu não disse, alegando que se tratava de 
um assunto delicado; não, não podia esperar até segunda-feira e insisti e voltei a insistir diante de sua perplexidade e 
depois diante da perplexidade da secretária da médica, ambas desacostumadas não sei se com o fato de um jornalista 
se dar ao trabalho de ir à clínica - estas entrevistas costumam ser feitas por telefone - ou simplesmente com jornalistas. 
À médica só me recebeu uma hora e meia mais tarde, depois de controlar minha urgência mandando entrar antes de 
mim cada um dos pacientes da sala de espera, onde eu também esperei com um sentimento depasma tranquilidade, 
enquanto observava os doentes com olhos oblíquos e estranhos. Senti-me aliviado por não sofrer o que eles sofriam 
e por não perceber - ainda - o mundo exterior como uma irrealidade em que as pessoas se dedicam a perseguir 
sombras e a dotá-las de sentido. Quando finalmente me recebeu, quando aquela médica pequena e morena de olhos 
como botões negros me mandou entrar no consultório e ouviu minhas desculpas por ter contado à recepcionista “uma 
mentira piedosa”, a primeira coisa que me disse, Umiko, lhe soará familiar: “Algumas noites durmo com você”. Disse 
isso com um sorriso e uma voz suaves que me fizeram concluir que sua delicadeza não era sinal de fragilidade, mas 
de maleabilidade, que se moldava ao paciente já de cara para fazê-lo se sentir bem. 
Depois de resumir para ela a documentação extraída dos manuais de autoajuda, a fisionomia da doutora adquiriu um ar 
reflexivo. E, quando contei que estava fazendo tudo isto por uma amiga que queria se curar, que praticava meditação e 
visualizações e que, além disso, para reforçar estes exercícios, para harmonizar a vibração de seu corpo, tinha me pedido 
que falasse com ela durante um longo período de tempo, algumas horas, à noite, se fosse possível, a doutora arqueou 
as sobrancelhas em sinal de interrogação. Começou a falar deixando claro, antes de mais nada, que ela acreditava 
na medicina alopática: “É imprescindível em muitos casos”. Mas, diferentemente de outros colegas, não descartava 
nenhum tipo de medicina ou qualquer alternativa. Não há doença que, em um paciente ou outro, não tenha sido curada. 
De qualquer maneira, disse, se houvesse um tratamento eficaz contra o câncer não demoraríamos a conhece-lo.
Fonte: HERNANDEZ, Gaspar� O silêncio, um perfeito equilíbrio entre o universo mágico e 
o racional� Tradução: Maria Alzira Brum Lemos� Rio de Janeiro: Record: 2011� p� 44-50�
continuação
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 159
O CORPO É ESPIRITUAL
Fonte: Autores, 2022�
Finalmente, continuamos em busca de fundamentos teóricos práticos 
para nossa autocura da DOR, encontrando alento em uma dedicatória feita 
para Foucault, no livro “Psicanálise é um exercício espiritual” de Allouch 
(2014, p. 27-56) trazendo:
160
A ação de Michel Foucault visava para além do “pensamento”. Qualquer que fosse o terreno, suas intervenções eram 
indissociavelmente teóricas e políticas. A observação, feita por muitos, dentre os quais Gilles Deleuze, parece hoje 
simplesmente banal. Mas, sobretudo, essas intervenções - questão de estilo - estavam advertidas quanto aos seus 
próprios limites e, por isso, se aproximavamgem do corpo e dos deuses. Corpo que pode se caracterizar por ser vítima 
de algo que pode ser chamado de enfermidade… que não escolhe e nem 
escapa à tirania da efêmero, do passageiro, não escapará a impermanência 
(LINS; GADELHA, 2002, p. 21).”
Talvez, nenhum de nós jovens ainda, pense nisso e os conteúdos pro-
gramados para o Curso de Saúde também não. Nem sempre pensamos que 
aprender sobre o CORPO inicia-se em um CORPO-MORTO o cadáver, corpo 
morto rico de músculos, ossos, cartilagens, nervos, tudo em processo de dis-
secção em nossas mãos, que nos faz lembrar que um dia foi um corpo vivo.
Também como docente e cirurgião tenho pensado em nossa linguagem 
sobre a vida e a nossa prática, e, quem de nós não lembra Foucault quando 
fala do nascimento da clínica e por tantos anos a ORTOPEDIA foi “vilipen-
diada” por não ser uma prática nobre, muitas vezes tínhamos a representação 
de “açougueiros”, mas resgatamos essa representação pela luta contínua de 
dar a essa área a cientificidade merecida. O conforto para os que sentem dor 
e o SABER-FAZER quando se trata de nossos ATOS.
Para Foucault (1963) “a linguagem médica da clínica consiste em “ler” 
nos doentes signos ao invés deles falar, em suma, fazer e deixar falar o corpo”. 
A doença se territorializa, melhor dizendo, nesta faculdade que lhe é dada. É 
necessário, então, neste tempo em que se vive, abrir cadáveres e neles encon-
trar a “coisa” que corresponde a um conjunto de signos: “o cadáver, faz parte, 
sem contestação religiosa e nem mesmo moral do campo médico”. O cadáver 
é o objeto de nosso aprender sobre a vida e a morte como faz a ciência forense.
Para os alunos, em especial os de medicina, principalmente os residentes 
que dividem o seu tempo de viver nos espaços de traumatologia, não podem 
perder de vista este olhar clínico para o CORPO e não apenas para os “ossos 
e músculos” que para Foucault (1963, p. 133) é:
“o olhar clínico que permite aos médicos atribuir aos signos e aos sintomas 
as lesões dos órgãos. Olhar clínico, vem, neste caso, atravessar a pele quente 
do doente para nele encontrar o traço frio do cadáver. Ir e vir do olhar. Com-
preensão profunda do olhar, a inteligência da decodificação: na experiência 
anatomo-clínica, o olho médico deve ver o mal se instalar, se espalhar diante 
de si, à medida que penetra, ele mesmo, no corpo, que avança entre seus 
volumes, que ele o encontra ou mesmo quando lhe retira suas massas [...].”
24
Na ortopedia, nem sempre se olha para o cliente (Imagem 2) como 
doente, algo que é letal, pois a dor não mata, ela DÓI e INCOMODA.
Imagem 2 – O corpo do cliente
Transversal
Mediano Digital Posição anatômica Frontal
Fonte: Adaptado do site: https://www�istockphoto�com/ilustracao-da-anatomia-gratis
A ortopedia é uma área ampla de conhecimentos minimamente detalhado 
e se mal comparados, pode-se afirmar que ele, o CORPO, se sustenta desde 
seu alicerce (os pés) até a sua cobertura (a cabeça), protegido pela pele que 
dá identidade e revestimento ao corpo e o protege dos riscos externos como 
o vento, a luz, a água, microrganismos, acidentes, violências urbanas e fami-
liares, acidentes de trabalho, nos esportes etc.
Um mundo de músculos diferentes, com funções diferentes, veias, arté-
rias, tendões, cartilagens, ossos, nervos que formam um emaranhado tão com-
plexo que foi necessário dividi-los especificá-los para melhor compreensão 
de sua função. Por isso cada vez mais a ortopedia se especializa nas partes 
do corpo para dar conta de sua complexidade quando a doença ou lesões se 
instauram nas articulações dos: cotovelos, ombros, joelhos, coluna vertebral, 
articulação pélvica, calcanhares, mãos, dedos, mãos que trabalham, pernas 
que andam, pés que sustentam o corpo etc.
Grandes ou minúsculos cuidados articulares fazem a diferença desse 
saber cuja prática é invasiva quando cirúrgica e nada delicada, em decorrên-
cia da resistência dessas partes do corpo à agressão que é sofrida neste ato.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 25
Ensinar ortopedia, fazer a sua missão nessa área é fundamental para a 
formação profissional e da própria estrutura emocional e espiritual de quem 
vai exercê-la, que é acompanhada por esse exercício de FAZER, que vem 
do sujeito de SER, porque assumimos o princípio hipocrático de “aliviar o 
sofrimento alheio”, um tema que falaremos daqui a pouco.
Rapidamente destacamos a área que escolhemos para dizer aos estudantes 
que é preciso SABER-FAZER-QUERER, pensando os ossos como “pilastras 
de sua sustentação” que protegem tudo o que está por dentro do corpo, como 
os órgãos e seus sistemas e com suas 33 vértebras que:
• circulam circundam e protegem a medula espinhal;
• estabilizam e dão apoio ao corpo;
• são superfícies de fixação dos músculos, ligamentos e tendões;
• movem-se por meio de ações de alavancas, quando contraídas;
• Produzem glóbulos vermelhos sanguíneos na medula 
óssea (Hematopoiese);
• Armazenam sais minerais, por exemplo, 99% do cálcio do organismo;
• Esse corpo é constituído por cartilagem e osso que tem força e 
mobilidade extraordinárias, suportando peso do próprio corpo, cor-
rendo ou carregando outro corpo ou material. Esse corpo carrega 
206 ossos (Imagem 3) em que 80 formam o esqueleto axial e 126 
o esqueleto apendicular.
Imagem 3 – Anatomia do osso
Cartilagem
Osso esponjoso
Osso compacto
Medula
Periósteo
Fonte: Adaptada do site: https://www�anatomiadocorpo�com/tecido-osseo/
26
• O que saber sobre as CÉLULAS ÓSSEAS? *1
Osteoblastos são células jovens responsáveis pela produção da parte 
orgânica da matriz óssea. Elas absorvem o material oriundo dos ossos forma-
dos anteriormente, eliminando estruturas velhas ou em excesso dando-lhes 
oportunidade de reconstituírem um novo osso (reabsorção).
Há outros tipos de células chamadas osteoclastos, são células gigan-
tes, que juntas com os osteoblastos, desenvolvem os ossos longitudinais. 
Na adolescência, quando os ossos param de crescer, as placas epifisárias 
de crescimento, localizadas nas extremidades dos ossos, fecham-se. Essas 
células trabalham a vida toda para manter os ossos sempre em remodela-
gem, diminuindo a intensidade desse trabalho conforme o envelhecimento 
da pessoa.
A formação, a resistência e a saúde dos ossos sofrem influência do 
sexo, da raça e da idade, afetando a: massa óssea; capacidade estrutural dos 
ossos; perda óssea.
O estresse, hoje entendido como doença da alma, entra no circuito da 
ortopedia e como é ele que enfrenta a vida, encara o mundo, acaba, também, 
influenciando o nosso processo de viver, modificando nossas vidas, princi-
palmente para quem está constantemente acompanhado de dor.
Ligado 24 horas às tarefas, a maioria de nós humanos se angustia com 
o emprego, pois não sabe quanto tempo será capaz de mantê-lo, ainda mais 
diante da insegurança dentro e fora de casa. A violência permanece nas ruas, 
nos torna cada vez mais tensos e em constante alerta. Esse é o sujeito que 
chega aos nossos consultórios. Além disso, profissionais e clientes estão em 
pleno redemoinho tecnológico, que mudam e continuam mudando radical-
mente a sociedade em todos os níveis.
Nós, ortopedista e os cirurgiões precisamos também estar em constante 
mudança, para poder ajudar o outro não só em seu diagnóstico, que tem 
sua racionalidade própria, mas a mergulhar em sua subjetividade e tentar 
diminuir seus sofrimentos.
Muitos de nós não foi habituado a pensar nesses conflitos, nos desa-
fios deles e nos nossos e quando o estresse vem à tona decorrem emoções 
diversas que acabam levando-os a gastrites, úlceras, alergias, câncer e até 
problemas ósseos.
Quanto a isso, Silva (2005, p. 18) afirma que “As pessoas que vivem 
sob tensão constantemente não encontram maneiras de relaxar estando sujei-
tas a danos físicos e se o estresse for prolongado, pode provocar hiperativi-
dade hormonal, tensão muscular, desordens digestivas [...]”.
1 FIGUEIREDO, N. M. A.; MACHADO,das intervenções do psicanalista: não se tratava, por exemplo, de falar em 
nome daqueles que se achavam presos nem mesmo de indicar-lhes como agir; em contrapartida, suscitar sua ação, 
isso sim, era possível. Em 1978 Foucault se explica a esse respeito: 
E se não digo o que é preciso fazer, não é porque acredito que não haja nada a fazer. Muito pelo contrário, penso que há 
mil coisas a fazer, a inventar, a forjar por aqueles que, reconhecendo as relações de poder nas quais estão implicados, 
tenham decidido resistir a elas ou delas escapar. Deste ponto de vista, toda a minha pesquisa se baseia em um postulado 
de otimismo absoluto. Não realizo minhas análises para dizer: olha só como são as coisas, vocês caíram na armadilha. 
Só digo essas coisas na medida em que considero que isso permite transformá-las.
Essa abstenção discreta, sutil e ativa foi percebida bastante claramente. Como prova disso, não é necessário nada além 
de uma estranha declaração de amor que saltasse à vista de vocês nos dias 2 e 3 de outubro de 2004, ao percorrer as 
salas do Palais de Tokyo, em Paris, durante as chamadas “24 horas Foucault”, declaração essa modulada em figuras 
reproduzidas aqui mesmo?
A psicanálise também importava a Foucault. Particularmente Lacan, com quem cruza em várias ocasiões. Em 22 de 
fevereiro de 1969, Lacan assistia à conferência “O que é um autor?”*, proferida na Sociedade Francesa de Filosofia. A 
psicanálise se achava ali designada e situada como “discurso”. A partir da sessão seguinte de seu seminário, Lacan 
foi dando encadeamento ao que havia escutado, produzindo sua doutrina dos quatro discursos. Foucault não lhe havia 
dito o que era preciso fazer, mas ele estava fazendo a partir do que Foucault tinha dito (algo que Foucault, reticente a 
toda formalização dos discursos, não iria endossar). Acaso se percebeu, naquele momento, o inaudito desse jogo de 
pingue-pongue? Ao responder dessa maneira, Laca aceitava, ratificava e até mesmo instituía (é possível se chegar a 
tanto) o fato de que a psicanálise pudesse receber seu estatuto de alguém que não era da paróquia. Algo nunca dantes 
visto por um psicanalista! Lacan estava reagindo às palavras de Foucault tal como um dos vários prisioneiros que se 
rebelaram a partir do chamado do Grupo de Intervenção nas Prisões (GIP). Prisioneiro, aliás, cai-lhe bem. Por acaso 
não havia fundamentado sua concepção do “tempo lógico” na situação coletiva de três prisioneiros?
Em 6 de janeiro de 1982, nova e não menos ambiciosa intervenção de Foucault visando à psicanálise. Lacan tinha 
falecido havia quatro meses, e Foucault foi levado a expressar sua opinião sobre Lacan logo após seu falecimento (do 
qual falaremos mais adiante). De que se trata dessa vez? Tal como em 1969, do próprio estatuto da psicanálise. Mas 
a problemática é diferente. 
Essa nova intervenção parte de uma constatação; a mesma, aliás, que Lacan tinha feito havia pouco tempo: a psicanálise 
não é uma ciência, mas uma “forma do saber” (um delírio, segundo Lacan naquela época). Uma ciência, para ser acessível, 
não exige nenhuma conversão do sujeito nem promete, a prazo, a menor iluminação. Um conceito como o de “subjetivação”, 
essencial em Lacan e, em última instância, em Foucault, não tem aí nenhum lugar nem desempenha nenhum papel. Não 
há por onde, prossegue Foucault, tentar assimilar à estrutura da ciência essa “falsa ciência” que é a psicanálise. Mas 
isso não quer dizer, no entanto, que ela se encontra em uma posição atípica - muito embora, acrescentaria eu, para o 
psicanalista continue sendo grande a tentação, apesar de pouco explicitada, de levar o caráter efetivamente inédito da 
invenção freudiana até o que se quereria uma radical atopia. Não, essa forma de saber que foi chamada de “psicanálise” 
não é absolutamente nova, como o comprova o fato de que seja possível realizar sua genealogia.
[...] Destaca, então, a presença dessa questão, “absolutamente característica da espiritualidade”, na psicanálise e no 
marxismo. Ao convocar a psicanálise aqui, Foucault tem Lacan em mente, e não vemos como é que, do lado de Lacan, 
se poderia recusar essa observação. Ele explica:
Eu estou querendo dizer que vocês reencontrarão, nessas formas de saber, as questões, as interrogações, as exigências 
que, ao que me parece - considerando um olhar histórico de alguns milênios, pelo menos um ou dois --, são as questões 
bastante antigas e fundamentais da epiméleia beautoú c, portanto, da espiritualidade como condição de acesso a verdade. 
O que ocorreu, evidentemente, é que nem uma nem outra dessas duas formas de saber encarou muito explicitamente 
de maneira clara e corajosa - esse ponto de vista. Tentou-se mascarar essas condições de espiritualidade próprias a 
essas formas de saber no interior de um certo número de formas sociais.
continua...
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 161
No entanto ele acrescenta esta outra proposição que pode, aliás, ser tomada sobretudo como uma revogação: “De 
modo algum estou dizendo que são formas de espiritualidade™’ Agudeza de Foucault: em 1982 não lhe convém, e ele 
sabe disso, aventar que a psicanálise é um movimento espiritual, assim como tampouco lhe convinha, em 1969, apontar 
a existência de um “discurso psicanalítico”, mesmo quando atribuía à psicanálise o alcance de um regime discursivo. 
Não obstante, no próprio seio dessa ativa abstenção graças a ela, ele lança uma convocação ao analista, sugerindo a 
ele encarar sua posição, explicitamente e como ainda nunca havia sido feito, do ponto de vista da espiritualidade. Uma 
máscara pode cair. Então, combinado! A gente vai se render, aqui mesmo (se render... sim, como quando depomos as 
armas), a essa convocatória de Michel Foucault.
Um traço nos importa particularmente, trazido à luz por Georges Canguilhem em seu artigo “O que é a psicologia, 
artigo que, com Lacan, eu diria fundador de uma posição, inclusive para o psicanalista. Isso na medida em que a alma, 
assinala Canguilhem, é considerada um ser natural e, precisamente por esse fato, não se tratou absolutamente, na 
Antiguidade, de uma ciência da alma, de uma “psicologia.O Da alma de Aristóteles é, sublinha o autor, um tratado de 
biologia geral, um dos escritos consagrados à física. Ora, é a esse posicionamento da alma fora do campo de uma 
psicologia que, portanto, não existia, é a essa concepção da alma pensada fisicamente, “como forma do corpo vivo 
e não como substância separada da matéria”, que Canguilhem vincula a invenção freudiana, que teria tomado de lá 
seu verdadeiro ponto de partida A esse respeito, a frase decisiva de Canguilhem é a seguinte: “É a essa concepção 
antiga que remonta, sem ruptura (grifo meu), um aspecto da psicologia moderna: a psicofisiologia – considerada por 
muito tempo como psiconeurologia exclusivamente (mas, atualmente, além disso, como psicoendocrinologia) - e a 
psicopatologia enquanto disciplina médica”.
A psicopatologia (não a que se ensina atualmente, ter-se-á notado) começou positivamente com Galeno, que estabeleceu 
experimentalmente que o cérebro, e não o coração, é a morada da alma; ela desembocou no Freud neurólogo, e não 
psicólogo, tão decisivamente destacado por Lacan; no Freud da Neurotica; no Freud anterior à invenção... do quê? De 
uma realidade psíquica que encontraria seu alicerce na fantasia {fantasme}.
Era possível, então, cuidar de si, o que apenas em determinadas escolas queria dizer “de sua alma” - fora de toda 
psicologia. E é precisamente o que A hermenêutica do sujeito valoriza, quando se refere - sem dúvida, não por acaso - a 
esse mesmo período indicado por Canguilhem. 
Mas, então, de que maneira não psicológica cuidar de si? Responder passa por uma experiência de leitura, a de 
A hermenêutica do sujeito. Não teria como um psicanalista não ser fisgado pela extrema proximidade do exercício 
psicanalítico com essas práticas antigas do cuidado de si apresentadas por Foucault. Galgamos alegrementeo 
cristianismo*, galgamos não sem a mesma felicidade a psicologia como “ciência do sentido interno” (ou da consciência 
de si, ou ainda do eu) - desenvolvida no século XVIII por Wolf? -e, surpresa! a gente se encontrou... (ouso dizer) em casa 
consigo mesmo. O que, em suma, acabará não surpreendendo, uma vez que se trata de uma genealogia da psicanálise. 
Assinalemos, pois, alguns dos traços mais marcantes desse “em casa consigo mesmo” {chez soi).
O que esses traços vão indicar? Eles se apresentam sob a forma de uma rede, uma rede diferentemente configurada 
segundo as diferentes escolas, um pouco como as mesmas peças do jogo de xadrez podem dar azo a diversas partidas. 
Foucault pode falar em termos gerais do cuidado de si porque se trata, justamente, com exceção de algumas variantes, 
das mesmas peças dentro das diferentes escolas um pouco como as mesmas peças do jogo de xadrez podem dar azo 
a diversas partidas Foucault pode falar em termos gerais do cuidado de si porque se trata, justamente, com exceção 
de algumas variantes, das mesmas peças dentro das diferentes escolas filosóficas, mas também terapêuticas. Assim, 
vai evidenciar-se o fato de que a psicanálise é outra dessas partidas, outra configuração, outra colocação em jogo dos 
mesmos clementos. É claro que os psicanalistas, incluindo Lacan, dedicaram-se a dar ênfase àquilo que a invenção da 
psicanálise tinha de radicalmente novo - o que não era falso. Porém essa novidade ficará ainda mais em destaque, ganhará 
inclusive em precisão e, portanto, em pertinência, se inscrevermos a psicanálise dentro da sua própria genealogia.
Fonte: ALLOUCH, Jean� A psicanálise é um exercício espiritual? Resposta a Michel Foucault� 
Tradução: Maria Rita Moraes e Paulo Sérgio Souza Jr� Campinas, SP: UNICAMP, 2014�
continuação
162
Assim, terminando, sem terminar já que o desafio de pensar a ESPIRI-
TUALIDADE, ainda carece de fundamentos e pesquisas, mas com a certeza 
de que ela está em nós, continuamos dando os nossos passos ao entendê-la 
com ajuda para curar nossas dores, terminamos com Hernandez (2011) como 
um acordo que nos acalenta em nossas dúvidas e incertezas. E, destacando 
teóricos que buscam os mesmos caminhos quando associando a psicanálise 
e a espiritualidade como exercício do espírito:
Então, combinado
Mas pensem nas consequências do passo imenso que já daríamos, se 
aceitássemos, para além do nosso ponto até agora, uma suposição como 
essa (de que há transferência de pensamentos).
Continua sendo verdadeiro o que o zelador de Saint-Denis costumava 
acrescentar ao relato do martírio do santo. São Dionísio, após sua cabeça 
ter sido cortada, apanhou-a do chão e caminhou boa distância com ela 
debaixo do braço. E o zelador acrescentava: “Dans des cas pareils, ce n’est 
que le premier pas qui coûte”. O resto se arranja.
Sigmund Freud, “Psicanálise e telepatia”
Assim, a vida espiritual é plenamente retirada dos céus [trata-se de Proust] 
e dos trás-mundos: seu campo de força é a pobreza daqui de baixo, da 
rua, da alcova, do salão.
Georges Bataille, “Marcel Proust”
Antes deveríamos era encontrar os nossos modelos no que permanece tão 
incompreendido e, no entanto, tão vivo daquilo que a tradição nos legou de 
fragmentário dos exercícios do ceticismo, na medida em que eles não são 
simplesmente esses malabarismos resplandecentes entre doutrinas opos-
tas, mas, ao contrário, verdadeiros exercicios espirituais, que certamente 
correspondiam a uma práxis ética, que dá sua verdadeira densidade àquilo 
que nos resta de teórico nesse plano e sob essa rubrica.
Jacques Lacan, A lógica da fantasia
Uma esquivada
Será que um título como A hermenêutica do sujeito não teria sido capaz 
de colocar a pulga atrás da orelha dos psicanalistas, principalmente da 
dos lacanianos? Depois desse tempo todo, não se pode admitir hoje, de 
maneira alguma, que, publicado em 2001, esse curso de Michel Foucault 
tenha tido consequência para eles. Talvez se tenha suspeitado, se é que ele 
fora lido°, que levá-lo em consideração implicaria reviravoltas demais na 
teoria, bem como na prática psicanalíticas.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 163
Seja como for, e mais radicalmente, seria possível que as transformações 
para as quais Foucault convida a psicanálise (logo direi quais) sejam preci-
samente as que doravante lhe convêm? Entretanto, o que aconteceu então 
para que se imponha esse gesto de repassar Lacan com Foucault? Tomemos 
O poder psiquiátrico”, Os anormais’ e A hermenêutica do sujeito. Ao ler 
esses textos, especialmente o último, salta à vista que se trata nada menos 
que da genealogia da psicanálise. Foucault: “Genealogia quer dizer que 
conduzo a análise a partir de uma questão presente. Essa questão, que 
faço minha pela simples razão de que ela parece bem ser hoje em dia a 
de qualquer um, é a seguinte:
[...] quando hoje se vê a significação, ou antes, a ausência quase total de 
significação que se confere a expressões - ainda que muito familiares e per-
correndo incessantemente o nosso discurso - como “voltar a si. liberar-se, 
ser si mesmo, ser autêntico etc.”; quando se vê a ausência de significação 
e pensamento que há em cada uma dessas expressões hoje empregadas, 
creio não haver muito do que se orgulhar nos esforços que hoje se faz para 
reconstituir uma ética de si [...] nesse movimento que hoje faz com que, 
ao mesmo tempo, nos refiramos incessantemente a essa ética de si, sem 
jamais fornecer-lhe qualquer conteúdo, eu acho que é possível suspeitar 
que haja uma certa impossibilidade de constituir hoje uma ética de si, 
quando talvez seja essa uma tarefa urgente, fundamental, politicamente 
indispensável, se for verdade, afinal, que não há outro ponto, primeiro e 
último, de resistência ao poder político senão na relação de si para consigo 
(HERNADEZ, 2011, p. 35).
164
REFERÊNCIAS
ALLOUCH, Jean. A psicanálise é um exercício espiritual? Resposta a 
Michel Foucault. Tradução: Maria Rita Moraes e Paulo Sérgio Souza Jr. 
Campinas, SP: UNICAMP, 2014.
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JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 
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FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 165
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MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. 
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ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Traditional Medicine Strateg; 
2002-2005. WHOEDM/TRM/2002.1. Geneva: World Health Organization, 
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SOLOVEY, Galina; MILECHNIN, Anatol. El hipnotismo de hoy. 1965. Dis-
ponível em: http://soloveymilechnin.blogspot.com/. Acesso em: 5 jan. 2022.
CAPÍTULO IX
DOR DO CORPO TRIDIMENSIONAL: 
a visão INTEGRATIVA de CUIDAR/
TRATAR e as conexões entre a MEDICINA 
ORIENTAL e OCIDENTAL
Priscila de Castro Handem
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Jonatas Brito de Alencar Neto
Teresa Tonini
Gisella de Carvalho Queluci
Gabrielle Peres Burlandy
Luiz Carlos Santiago
Gabryelly Barros de Carvalho Silva
Imaginando o quanto é complexo este capítulo o dividimos em dois 
momentos, que não são separados, uma trata da experiência do estudo de caso 
no processo de reabilitação e a outra descreve os fundamentos e técnicas uti-
lizadas no processo e as diversas anotações clínicas da intervenção realizada.
Cabe destacar que é uma posição nova, avançada e de orientação mun-
dial para tanto pensar a INTEGRAÇÃO de PRÁTICAS ALTERNATIVAS, 
como diminuir o “RISCO” de futuras práticas INVASIVAS que a OMS vem 
sugerindo repensar estas intervenções, pois, elas apresentam um menor custo 
medicamentoso, menor risco, mais qualidade e segurança no tratamento.
O PRIMEIRO MOMENTO: Experiência e Estudo de caso no 
processo de reabilitação (Descrito no capítulo IV)
O estudo de caso continuado fundamentada em autores da atualidade, 
concentrados nos livros: “Integração terapêutica” de Braga (1995) e “Para 
Navegar no século XXI tecnologias do imaginário e cibercultura” de Martins 
e Silva (2003).
• Sobre INTEGRAÇÃO TERAPÊUTICA:
Não há como fugir do conhecimento, principalmente nós que somos da 
prática e da academia como representação intelectualizada que o sujeito faz 
do objeto. Para Braga (1995, p. 10):
168
“O conhecimento desdobra o universo exterior em um universo mental, 
representacional que o cosmo presente holograficamente na nossa orga-
nização cognitiva [...]. Estamos em universo multi e interdimensional, 
onde a maioria das pessoas só percebe o conteúdo tridimensional. Não 
basta codificar e analisar, temos que abstrair para conhecer. O espaço e o 
tempo são apenas modos de distinguir maneiras de polarizar a realidade, 
de forma que esta possa ser cognitivamente apreendida [...]”.
Não há uma reflexão aprofundada nesta primeira parte do capítulo, há 
a experiência empírica, de fato, que estamos continuando com um exercício 
de compreensão sobre o CORPO que sente DOR e em busca de fundamentos
• A REABILITAÇÃO do ESTUDO de CASO: Momento em que 
está no Rio de Janeiro/iniciado em outubro de 2020.
Retirada dos
pontos cirúrgicos
Sensação de DOR
LACERANTE na
lateral esquerda e
costas da perna. 
22
Outubro
2020
Joelho
Direito
Sensação de
DORMÊNCIA e
PRESSÃO.
Dificuldade de SENTAR
e LEVANTAR, FICAR
em pé por muito tempo.
Subir e descer
ESCADAS.
• 2ª ETAPA da Reabilitação: 15 dias 1 vez por semana, por uma 
hora entre 4 atividades, totalizando 150 horas.
22
Outubro
2020
- 25% deslocar a musculatura aderida a prótese;
- 25% uso de raio laser;
- 25% eletrocoagulação;
- 25% massagem
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 169
Durante o processo doía muito, a intensidade aliviava do vermelho 
para o laranja , mas depois permanecia para o vermelho novamente. O 
exercício piorava a DOR na região lombar T3/T4 por já ter um início de 
artrose e a DOR estava sendo intermediada com uso de ANALGÉSICOS e 
ANSIOLÍTICOS (Que já usava anteriormente para fibromialgia).
Tratamento medicamentoso feito por 22 dias
• Ansiolítico para controlar ansiedade;
• Cloridrato de Duloxetina – para fibromialgia;
• Tramadol e analgésicos – para dor;
• Corticoide injetável a cada 15 dias.
MEDIC. DIA NOITE
Tramadol 1x -
Analgésico A 1x 1x
Analgésico B 1x 1x
Ansiolítico - 1x
C. Duloxetina 1x -
• INÍCIO das PRÁTICAS INTEGRATIVAS: 1ª e 2ª semanas rea-
lizada 1 sessão por semana com duração entre 1h/1h30, totalizando 
200 horas.
A Textura da dor 
permanecia 
Sempre ARDENDO 
e LATENJANDO 
nos dois joelhos.
Início Práticas
Integrativas
• Costas
• Ombros
• Panturrilha
• Sola do Pé
Permanecia tomando os 
mesmos medicamentos e as 
dores estavam na mesma inten-
sidade (vermelho e laranja), 
sempre ARDENTES e LATE-
JANTES, não somente no 
joelho operado, mas intensa-
mente no ESQUERDO e nos 
demais locais:
Costas
14 novembro 2020
Em virtude da necessidade, passaram a ser feitas 2 sessões por semana, 
até o dia 22 de fevereiro de 2021, perfazendo um total de 400 horas. A inter-
rupção das sessões ocorreu devido a uma viagem para fortaleza para aplicação 
de ácido hialurônico no joelho direito que estava operado.
170
Associado aos medicamentos, no dia 14 de novembro 2020 foram acres-
centadas as seguintes intervenções terapêuticas:
1. Agulhamento com eletroestimulação - pernas e coxas;
2. Ventosaterapia – costas/região lombar;
3. Massagens com arnica, pomadas e óleos essenciais que eram apli-
cados ao corpo e usados também ao DIFUSOR (aromaterapia);
4. Moxa – artemísia aquecida e mantida em contato com diversos 
espaços de DOR.
OUTUBRO
1x semana
Total: 15 dias
NOVEMBRO
2x semana
10 dias
DEZEMBRO
2x semana
10 dias
Até o dia 30 de setembro de 2021 após o retorno da viagem de Fortaleza, 
totalizou-se 152 dias de reabilitação integrativa. Sendo:
• Janeiro: 13 dias
• Fevereiro: 
10 dias
• Abril: 10 dias 
• Maio: 12 dias
• Junho: 10 dias
• Julho: 12 dias 
• Agosto: 12 dias
• Setembro: 
11 dias
Cronograma de cores, sentimentos e emoções
1) Fisioterapeuta: 15 dias 2) Enfermeira Acupunturista: 15 dias
Perna E
Perna D Perna E
Dias frios e cansaço Piora significativa do joelho
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 171
Nesses dias, a cliente foi tomada por um sentimento de desesperança, 
não conseguia sair de casa, fazer mínimas tarefas, vestir a roupa, andar, 
ficar em pé ou sentada por muito tempo. Dizia sentir vontade de fugir 
e desistir. O alívio era pontual e efêmero, mas algo estava acontecendo 
lentamente – apresentando melhora no joelho operado.
Em dezembro de 2020, ainda tomava analgésicos, mas em menor quan-
tidade, já não utilizava diariamente e a perna direita mantinha uma DOR 
lateral, enquanto a esquerda oscilava entre as intensidades vermelhas 
e laranja. Os medicamentos que tomava, era mais pela DOR no joelho 
esquerdo, costas, região lombar e ombro que provavelmente tinha conexão 
com a fibromialgia prévia.
Relata que as massagens com as pomadas e óleos essenciais demons-
travam muita melhora e sensação de alívio imediato. Foram contabilizadas 
ao todo, 6 latas de pomadas de arnica e 180 latas de pomada do dragão 
(composta de cravo, canela, eucalipto, cânfora, mentol e hortelã pimenta).
A cada 15 dias era aplicada uma injeção de antiinflamatório (com-
posta de acetato de dexametasona 4 mg + cloridrato de tiamina 100 mg, 
cloridrato de piridoxina 100 mg, cianocobalamina 5000 mcg), além de 
3 injeções corticoide (dipropionato de betametasona + fosfato dissódico 
de betametasona).
Aos 132 dias restantes, até o dia 30 de setembro de 2021, o corpo 
começou a reagir as dores mais intensas nas costas, ombros, panturrilha, 
partes anteroposteriores das coxas, a cliente passou a sentir mais dona do 
seu corpo. Embora as intensidades e texturas mudassem a medida que a 
dor caminhava pelos nervos em dias em que se sentia menos disposta, dias 
frios ou quando não havia conseguido dormir, fato que aconteceu durante 
6 meses até que iniciar o uso do difusor aromático. A aromaterapia foi 
penetrando lentamente em seu cotidiano de viver.
Vale destacar também que estas atividades eram carregas de fé, direcio-
nadas a 3 imagensque estavam presentes permanentemente: o menino Jesus 
de Praga; São Francisco de Assis e Nossa Senhora Aparecida.
Era mantidas velas acesas, a chama que nunca se APAGA para manter 
também a energia vital a todo tempo acompanhada de incensos de sândalo, 
alfazema, mirrar e flor de laranjeira. Sabemos que faltam conceitos e fun-
damentos teóricos que estamos buscando em uma cientificidade para cada 
terapêutica envolvida.
Tentou-se registar durante os 150 dias de reabilitação a dor que mes-
clava em cores antes e depois das experiências vividas. Gerando, por-
tanto, o quadro 1 abaixo referente aos anos de 2020 e 2021. Cores que 
172
fazem parte do Protocolo de Manchester adaptado como já referimos no 
capítulo IV.
Quadro 1 – Registro em cores da sensação de 
dor para o joelho direito (operado)
*Out
*Nov
*Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago ** **
Set
Out
Nov
Dez
Legenda: Emergente; Muito urgente; Urgente; Pouco urgente; Não urgente.
* Meses de 2020
** Cliente sofreu uma queda�
Com dificuldade já conseguia descer e subir escada, sendo que descer 
era pior, pois repuxava o tendão lateral. Checando o protocolo orientador da 
reabilitação a cliente identificou que não reaprendeu a PULAR e CORRER, 
quando resolveu tentar sofreu uma queda.
É fundamental destacar que no auge da DOR, eram feitas orações 
que possuíam efeito aliviador, ressaltando então o versículo 24 “o senhor 
é meu pastor e nada me faltará”, além de rezar Pai nosso, Ave Maria e 
Salve Rainha.
Sabemos que as limitações da integração terapêutica são imensas, que 
inclui um universo de saber de determinadas ciências e nem sempre corres-
ponde ao que os teóricos e cientistas da área da saúde pensam como realidade, 
nos levando muitas vezes a achar que eles são rígidos, inflexíveis, precon-
ceituosos, mas Braga (1995, p. 20) lista diversos fatores que limitam nosso 
conhecimento, como:
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 173
1. Incapacidade de conhecer-se não por representações 
e sim pelo que os torne incerto ou na leveza profunda 
da realidade;
2. O “ruído” inerente a toda transmissão de informações, que 
degrada a mensagem transmitida. Um nível de ruído já está 
presente desde o momento em que a percepção é decodificada 
no cérebro.
3. As limitações de nosso sistema sensorial e perceptivo.
4. A fragilidade do empirismo, ao basear-se apenas na realidade 
capacitada pelos sentidos, considerando apenas um limitado 
estado de consciência no momento de apresentação da ideia que 
é da vigília.
5. O estado de lucidez da consciência que é a vigília no momento da 
apreensão da ideia.
6. A presença de componentes ilusórias e alucinatórios 
na percepção.
7. A seletividade da representação do objeto.
8. As instabilidades da lógica entre os dois hemisférios cerebrais e o 
problema do predomínio da especialização lateralizada.
9. A insuficiência da lógica.
10. A própria natureza das teorias, que são, em essências incertas por 
não podermos excluir a possibilidade de refutação.
11. As interferências inconscientes entre o pensamento empírico/racio-
nal e o pensamento simbólico/mitológico.
12. As possessivas influências socioculturais, doutrinarias, ideológicas 
e paradigmática inerentes à todos os conhecimentos.
Estamos nesse nó, temos a prática, vivemos a experiência e ainda não 
compreendemos a ciência do pensar, do neural, da DOR.
Temos, também ainda, muitas dificuldades de pensar junto, de 
pensar integrado, de ser interdisciplinar, porque nosso saber é todo 
fragmentado, os métodos são ORDENS de quem detém o PODER da 
ciência, não podemos seguir por outros caminhos, essa fragmenta-
ção é entendida por Japiassu (1975) como patologia do saber, em seu 
livro sobre interdisciplinaridade e a imagem aqui criada é o que ele 
nos diz:
174
10 - Só publicar
experimentos que
dão certo.
9 - Dependência cultural
dos interesses econômicos.
8 - Manutenção de crença
científicas sustentadas
por autoridades
7 - Criação de sistema de
saber através de filtros
como; diplomas e títulos
6 - Incapacidade que a
ciência tem de pensar.
5 - Limitado desenvolvimento
do espírito crítico
4 - Crise de falta de
fundamento para o
conhecimento produzido.
3 - Excesso de especializações
tornando especialista mais
ignorante quanto ao saber
existente.
2 - Fragmentação do
saber.
1 -Ausência total de
interdisciplinaridade.
PROBLEMA
DO SABER 
A tendência é desclassificar resultados experimentais que vão contra o 
paradigma e são classificados de anomalias, suprimidos de publicações. As 
práticas alternativas ou integrativas não têm um quê de romântico, de cor de 
rosa, de sem saída, mais uma intervenção que é real, tem ciência. Seu caráter 
não é maternal, é científico, tem critério e lógica, mais sensíveis e menos 
agressivas, dolorosas.
Assim, trazemos Braga (1995, p. 41):
“[...] quando diz que a medicina é ortodoxa quanto as práticas alternativas 
e naturalistas mantém em essência o mesmo paradigma, ou seja, buscando 
a cura através do combate as patologias [...]; A medicina vibracional, por 
exemplo, incorpora dezenas de processos energéticos como a acupuntura, 
shiatsu, reiki, QiGong e outras, que baseiam-se na energia vital, conceito 
que não é aceito por meios convencionais [...]. As medicinas comple-
mentares, devolvem ao indivíduo o equilíbrio para restaurar sua saúde e 
a responsabilidade por sua saúde. A falta de cientificidade e de critérios 
validativos, fazem a maioria das terapias alternativas constituírem-se em 
uma prática ambígua, ou em outras palavras, uma faca de dois gumes, ao 
mesmo tempo trazem benefícios as pessoas, como por exemplo: relações 
entre profissionais e clientes, atitudes diagnósticas e terapêuticas menos 
invasivas e mais naturais, entre outros. Pode trazer também sérios prejuí-
zos, como: tratamentos ineficazes, paliativos ou placebos, possibilidades 
de uma fácil via de acesso a charlatões e pessoas desqualificadas ao campo 
terapêutico e clínico, para não o diagnóstico de patologias graves e passí-
veis de tratamento convencional eficazes etc. [...]”
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 175
Assim acreditamos que o caminho para a integralidade e a inter e trans-
disciplinaridade como a tentativa de conjugar diversas disciplinas, saberes, 
técnicas e tecnologias, dentro do que é possível a aplicabilidade de uma prática 
comum. O desafio está na centralização de quem manda e quem obedece, 
ainda no Brasil as equipes estão subordinados ao médico e quando na verdade 
deveriam ser considerados parceiros, com finalidade precípua.
Ainda bem que o mundo está em franca mudança em todas as áreas, e 
novas visões sobre este tema não estão mais no final do túnel, está transcen-
dendo limites disciplinares para conviver com a ambiguidade e incertezas 
inerentes a complexidade da dinâmica desta proposta de intervenção no estado 
de saúde ou doença do ser humano.
Os clientes que sentem DOR têm em sua tridimensionalidade o CORPO, 
que é motivo de sofrimento e qualquer agressão, que sofre DOR e precisa 
ser e ter uma instrumentalidade para que possa ser atendida em sua tridimen-
sionalidade, com proposta e processo em que se acredita e nesta abordagem 
Braga (1995, p. 47) organiza nos seguintes temas:
• Interdisciplinaridade/ Interdimensionalidade;
• Vida extrafísica;
• Interrelações conscientes;
• Autocura, que se conecta com temas que o fundamento:
• Holossoma;
• Soma;
• Genético;
• Cérebro;
• Energeticossoma;
• Campos bioeletromagnéticos;
• Psicossoma;
• Paragenético;
• Mecanismos de antogênese humana;
• Mentalsoma;
• Pensenes;
• Holapensenes, que são experiências extra - fora do corpo, chamadas 
conjunto de veículos de manifestações da consciência.
Como já falamos anteriormente que somos poeiras cósmicas então temos 
em nosso corpo todos os elementos da natureza, somos corpo micromolecular 
que compõem a grande rede que é o universo,que mantemos seu equilíbrio 
ou o destruímos, que tem uma definição de saúde, segundo Braga (1995, 
176
p. 72): “saúde é um equilíbrio dinâmico entre microuniverso consciencial 
e o menor universo como um todo. Nesta definição a presença ou ausência 
de patologias seria um fato relativo para se caracterizar o estado de saúde 
de alguém.”
PENSENE 
PATOLÓGICO 
PATOPENSENE 
INFLUÊNCIA
HOLOPENSÊNICA
INFLUÊNCIA
MESOLÓGICA
ALTERAÇÕES
ESTRUTUTURAIS NO
PSICOSSOMA
MUTAÇÕES
PARAGENÉTICAS
INTRUSÃO
PENSÊNICA
DOENTIA 
ALTERAÇÕES BIOENERGÉTICAS
ALTERAÇÕES
PSIQUÍCAS
ALTERAÇÕES SOMÁTICAS
- Fase bioquímica 
- Fase funcional 
- Fase anatômica e estrutural
Fonte: Braga (1995, p� 29)�
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 177
O segundo momento: fundamentos, técnicas e terapias
O discurso de INTEGRAÇÃO TERAPÊUTICA data da década de 1980, 
a época já se perguntava: como fazer essa integração quando se identificava 
que não falávamos a mesma língua? Integrar essa realidade era uma tarefa 
complexa, disparada e fragmentada e, ainda querendo encontrar princípios. 
Para Braga (1995, p. 113) bastava encontrar: “princípio oxamáticos mais 
importantes inerentes a realidade consciencial e a partir daí, integrar todos 
os procedimentos uteis eficazes”.
Começamos mostrando os 2 corpos tridimensionais.
Anatomia do corpo ocidental Anatomia do corpo oriental
Fonte disponível em: https://brasilescola�uol�com�br/biologia/corpo-humano�htm
A única semelhança é a pele que protege, os órgãos e os desenhos são 
diferentes, um com conjunto de sistemas de órgãos e o outro por um conjunto de 
sistemas de linhas. Essa integração é entendida como proposta-sistema ABERTO 
e AUTORREGULÁVEL onde Braga (1995, p. 113) diz que: “considera que o 
ser humano está imerso em uma dinâmica universal, apresentando uma relação 
de interdependência como um todo ao mesmo tempo, que apresenta uma relativa 
autonomia inerente as partes”.
178
IN
TEGRAÇÃO
TERAPÊUTIC
A
Atingir o OBJETIVO dessa integração terapêutica tridimensional, 
Segundo Braga (1995, p. 113):
“Há de se entender a problemática da polaridade entre o todo 
e a aparte (MOLAR E MOLECULAR), entre a fusão e a dife-
renciação, pois a integração consiste exatamente no equilíbrio 
entre essas duas tendências [...]. Ela vai além das relações 
interdisciplinares da área da saúde, busca interação destas no 
interior de um sistema aberto, como oximática comum, elimi-
nando fronteiras do conhecimento.”
O pressuposto oximático comum aplicado a integração terapêutica é a 
premissa que todos somos consciências, com todas as implicações e conse-
quências diretas ou indiretas dessa premissa a saber:
• A energia inerente do universo em essência é uma só, podendo se 
manifestar em diversos níveis: biológico, vital, emocional e mental; 
caracterizando as diversas formas de manifestação da consciência;
• Existem múltiplas dimensões onde a consciência pode se manifestar;
• A consciência, ao que tudo indica, não pode ser destruída por 
nenhum meio;
• O ciclo evolutivo da consciência se dá através de sucessivas evidên-
cias intrafísicas, intercaladas por períodos de intermissão;
• A vivência da realidade é uma função do estado de consciên-
cia do ser.
Aqui falamos de uma palavra de ordem que se fala muito, principalmente 
na enfermagem quanto ao estudo de sistematização do cuidado e a necessidade 
de saber fazer um RACIOCÍNIO CLÍNICO.
Na busca de fundamentos sobre o tema deste capítulo destacamos, parte 
da construção teórica de Braga (1995, p. 113-121) que ajudarão não só a nós, 
mas aos leitores como o conhecimento que vem evoluindo nos últimos 20 anos.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 179
INTEGRAÇÃO TERAPÊUTICA
1. O MODELO:
Para muitos, uma proposta de integração terapêutica soará como algo utópico, excessivamente romântico e inexequível 
perante a condição atual. Nesta realidade há muitos “idiomas” no processo terapêutico, as pessoas não falam a mesma 
“língua”, partem de pressupostos e premissas totalmente distintas e, até mesmo, possuem objetivos diferentes. A 
grande questão ou o grande desafio é: Como integrar esta realidade tão díspar e fragmentada? A tarefa é complexa, 
mas a resposta à pergunta é simples: basta encontrar os princípios axiomáticos mais importantes inerentes à realidade 
consciencial e a partir daí, integrar todos os procedimentos úteis e eficazes.
Integração Terapêutica é proposta como um sistema aberto e auto-regulável, que vai da análise à síntese, considerando 
que o ser humano está imerso em uma dinâmica universal, apresentando uma relação de interdependência com o todo 
ao mesmo tempo que apresenta uma relativa autonomia, inerente às partes. Na verdade, por um princípio pragmático, 
devemos considerar o todo composto de uma hierarquia multinivelar de subtodos, para que possamos estruturar uma 
ação terapêutica, que de outra forma seria impossível.
Para se atingir o objetivo da Integração Terapêutica, há que se entender a problemática da polaridade entre o todo 
e a parte, entre a fusão e a diferenciação, pois a Integração consiste exatamente no equilíbrio entre estas duas 
tendências. Sem o equilíbrio do entendimento da polaridade, o indivíduo ficaria encarcerado em um dos extremos, ou o 
da fragmentação, do individualismo e da competitividade ou o da fusão, da inércia e da desfiguração do ser.
A Integração Terapêutica vai além das relações interdisciplinares entre as disciplinas da área da saúde, ela busca a 
interação destas no interior de um sistema aberto, com axioática comum, eliminando as fronteiras do conhecimento. 
O mais sério e profundo denominador comum é o fato de que todos somos Consciência. Olhar para alguém e vê-lo 
como uma Consciência é o primeiro passo na unificação e integração do processo terapêutico, pois, nenhum veículo 
de manifestação do ser (soma, bioenergia, psicossoma, mentalsoma, etc.) é mais importante do que a sua própria 
essência - a Consciência.
O pressuposto axiomático comum à aplicação da transdisciplinaridade na Integração Terapêutica é a premissa de que 
todos somos Consciências, com todas as implicações e consequências diretas ou indiretas desta premissa, a saber:
• a energia imanente do universo; em essência é uma só. Podendo se manifestar em diversos níveis: biológico, vital, 
emocional e mental, caracterizando as diversas formas de manifestação da Consciência; 
• Existem múltiplas dimensões onde a Consciência pode se manifestar; 
• A consciência, ao que tudo indica, não pode ser destruída por nenhum meio;
• o ciclo evolutivo da Consciência se dá através de sucessivas vivências intrafísicas, intercaladas por períodos 
de intermissão;
• a vivência da realidade é uma função do estado de Consciência.
2. O RACIOCÍNIO CLÍNICO - O RACIOCÍNIO CLÍNICO CONVENCIONAL
A falta de habilidade do médico em aplicar um método científico ao seu raciocínio, faz com que, na prática, várias formas 
fragmentadas de se tomar decisões sejam utilizadas, tais como: utilizar isoladamente o método dedutivo, incorrendo 
constantemente no erro de assumir por verdadeiras determinadas falácias lógicas; diagnosticar por estereótipo, isto é, 
comparando o quadro atual com outro similar já experienciado pelo médico; diagnosticar por exclusão, quando rejeita-se 
todas as hipóteses, menos uma; e o método de testagem indiscriminada, que demonstra incompetência metodológica 
da capacidade de raciocínio.
O grau de incerteza do raciocínio médico, aliado à insegurança do profissional no receio da omissão, não permite que 
se aplique um método científico mais estruturado no ensino e prática médica.
Aqueles que se utilizam de um método científico o fazem de forma intuitiva, sem uma estruturação formal, levados 
apenas pelas suas experiências e seus conhecimentos, após anos de uso do método tradicional.
Centrado exclusivamente na lógica, dificilmente questiona a veracidade e a significânciadas premissas utilizadas no 
seu raciocínio. Utiliza excessivamente o processo indutivo e a experimentação, e sabemos que ambos não são válidos 
para solucionar problemas, mas apenas para testar hipóteses.
No modelo médico atual a educação do paciente é posta em segundo plano ou não é realizada. Quando muito o 
médico orienta apenas o suficiente para assegurar a aderência do paciente ao tratamento, e muitas vezes o faz de 
forma ameaçadora e arbitrária.
continua...
180
O Dr. Álvaro Réa Neto descreveu, em sua dissertação de Mestrado, um resumo de como seria, em tese, a maneira 
pela qual se faz o raciocínio clínico de forma científica, a qual transcreveremos na integra:
• O médico desenvolve um conceito inicial do paciente, identificando e relacionando os dados que considera importante, 
já no início do encontro clínico;
• A partir do conceito inicial, o médico gera um conjunto de hipóteses com potencial para explicar o problema, usando 
principalmente seu conhecimento baseado em dados e um raciocínio probabilístico;
• Utilizando-se de um processo hipotético-dedutivo (dedução a partir das hipóteses sobre qual o melhor caminho para 
avaliá-las), o médico estabelece estratégias de avaliação, investigando e rastreando; 
• Novas hipóteses são geradas sempre que as estratégias de avaliação produzem novas informações importantes, 
refutando ou especificando as hipóteses iniciais; 
• Uma síntese do problema vai sendo construída à medida que informações clínicas significativas, obtidas através da 
avaliação guiada pelas hipóteses, vão sendo acrescidas ao conceito inicial;
• Uma decisão diagnóstica é feita após a seleção crítica das hipóteses ativas, tendo em mente sempre a síntese 
do problema e utilizando principalmente o conhecimento baseado em doenças, o raciocínio causal e a lógica do 
diagnóstico diferencial;
• Uma decisão terapêutica é feita após a seleção crítica das alternativas disponíveis, avaliando-se riscos e benefícios 
e decidindo-se por limiar; 
• Uma linha de monitorização é estabelecida para que continuamente sejam avaliadas as decisões diagnósticas e 
terapêuticas, além da progressão e do prognóstico do problema.
O modelo de raciocínio utilizado pela psicologia convencional, mormente no que tange a área
continuação
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 181
REFERÊNCIAS
BRAGA, Ryon. Integração terapêutica – uma proposta transdisciplinar 
com base nas pesquisas da medicina e psicologia da ciência. Curitiba: 
Universitária LTDA, 1995.
JAPIASSU, Hilton. A interdisciplinaridade e a patologia do saber. Rio de 
Janeiro: Imago, 1995.
MARTINS, F. M.; SILVA, J. M. Para navegar no século XXI: tecnologias 
do imaginário e cibercultura. 2. ed. Porto Alegre: Sulina / Edipucrs, 2003.
CAPÍTULO X
PENSANDO UMA ESTRATÉGIA 
PEDAGÓGICA PARA ACOLHER A DOR 
DO OUTRO: Ensinando o AUTOCUIDADO 
e BEM-ESTAR aos alunos da área de saúde 
CUIDAR DE SI para CUIDAR DO OUTRO
Terezinha de Souza Agra Belmonte
Maria Fernanda von Kouh Quintal
Pedro Henrique Coelho Santoro
Carolina Pereira Moreira
Sem Corpo Físico não existe Dor ou Sofrimento.
Os estudos do tema EU- PELE do psicanalista DidierAnzieu
configura as relações entre aparelho psíquico e corpo orgânico
e a compreensão de sua organização ou desorganização.
Certo dia eu atendi um paciente com um 
diagnóstico situacional de dor total.
Ele tinha um câncer primário renal com 
metástase para todo o peritônio.
O que na “linguagem vulgar” é alguém sem 
possibilidade terapêutica farmacológica.
Toda noite ele tinha uma crise hipertensiva
E a equipe de saúde, que o tratava disse a ele, o seu diagnóstico,
além de perguntar-lhe se ele queria fazer um testamento vital.
Ele respondeu com muita agressividade e revolta: Não.
A minha escuta ativa como médica e psicanalista compreenderam
o seu sofrimento e fiz um diagnóstico situacional:
Essa pessoa estava muito deprimida, pois, ela apresentava duas dores
A consciência de sua finitude com o incômodo da saudade
no corpo/alma daqueles dos quais iria se separar
e a dor física do tumor comprimindo seus terminais nervosos.
A enfermagem, já tinha entendido o que estava acontecendo
e me avisou que ele não conseguia dormir, pois,
era nessa hora que ele agitava e a pressão arterial subia.
Perguntei a ele se havia desejo de ser medicado?
Ele respondeu que sim.
184
Eu o acolhi, fiz a escuta ativa e ao conversar 
com ele, ouvi as suas aspirações
naquele momento da sua vida.
Os níveis pressóricos diminuíram e ele finalmente adormeceu.
Isso é chamado de “síndrome da noite vazia”.
O corpo para se entregar “aos braços de Morfeu”
Precisa entrar num estágio específico de equilíbrio mente – corpo.
Terezinha Belmonte
Introdução
O IASP (Associação Internacional de Estudos da Dor) conceitua a dor 
como sendo sempre uma experiência pessoal que é influenciada em graus 
variados por fatores biológicos, psicológicos e sociais. A dor e a nocicepção 
são fenômenos diferentes. A dor não pode ser inferida apenas pela atividade 
nos neurônios sensoriais.
Os indivíduos, através de suas experiências de vida aprendem o conceito 
de dor. O relato de uma pessoa de uma experiência, como a de dor deve ser 
respeitado. Ela pode ter um papel adaptativo, mas surgem efeitos adversos 
na função e no bem-estar social e psicológico.
A descrição verbal é apenas um dos vários comportamentos para expres-
sar dor. A incapacidade de se comunicar não nega a possibilidade de um animal 
humano ou não humano sentir dor.
Essa definição atual, que se diferencia da versão de 1979 é que ela está 
substituindo a terminologia que dependia da capacidade de uma pessoa de 
descrever a experiência para se qualificar como dor.
A antiga definição dizia: “Uma experiência sensorial e emocional desa-
gradável associada a dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos 
de tal dano”. A antiga redação excluía bebês, idosos e outros – até mesmo 
animais – que não conseguia articular verbalmente sua dor. Pesquisadores 
conceituados como o Dr. Jeffrey Mogil, diretor do Alan Edwards Center for 
ResearchonPain, McGillUniversity e membro da Task Forçademonstra isso.
A etimologia atual vem do inglês médio, do anglo-francês - peine (dor, 
sofrimento), do latim - poena (penalidade, punição), por sua vez do grego - 
poine (pagamento, penalidade, recompensa) (BELMONTE, 2012).
A “síndrome da noite vazia” em que pacientes informam uma exacerba-
ção noturna das dores, isso acontece quando as visitas se retiram, a enferma-
gem escasseia, os outros pacientes dormem, o movimento cessa, as luzes se 
apagam e o paciente fica sozinho com seu medo e sua dor. Aumentar a dose 
de analgésicos, neste momento não adianta. O enfermo precisa de alguém a 
se lado, tranquilizando-o (BURD, 2010).
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 185
O corpo, dor, cuidado, sociedade e finitude
O currículo do profissional de saúde necessita no ensino – aprendizagem 
estabelecer a subjetividade aliada à realidade biopsicossocial da pessoa do 
paciente e/ou cliente, como nos primórdios da civilização, quando o sujeito 
era visto em sua totalidade de si e seu entorno (COSTA, 2012).
A Organização Mundial de Saúde, em 1946 referência a ética Hipocrá-
tica: o respeito às leis naturais e à pessoa humana. A cultura, a técnica e a arte, 
proporcionam ao médico o exercitar a medicina com sua tradição (COSTA, 
2012). A ciência e a prática médica são diferentes. A saúde não é ausência 
de doença, mas uma situação de bem-estar. O paciente é um indivíduo com 
uma história de vida, de adoecimentos ou não, de como reage a eles, em 
que momento adoece, uma busca pelo cuidado e pela cura, as recidivas do 
mal-estar e adesão ou não de continuidade a esse processo (MAGALHÃES; 
NUNES, 2014).
A escuta sensível e ativa é primordial para se acolher um bebê, um 
escolar, uma pessoa em sofrimento, uma família ou comunidade (MOURA; 
GIANELLA, 2016). A noçãoda dissociação entre as práticas integrativas/
complementares e medicalização no plano terapêutico do paciente ignora o 
conceito de WELLNESS (saúde Integral / medicina de estilo de vida) (BAS-
TOS et al., 2007; DANTAS; BEZERRA; MELLO, 2009). Existem evidên-
cias que correlacionam o comportamento da sociedade contemporânea e as 
características das atuais doenças físicas, mentais e ambientais.
A relação horizontal médico-paciente-família-comunidade e sociedade, 
centrada nas pessoas que sofrem leva em consideração a interdisciplinaridade 
e o cuidado humano na adesão e continuidade do plano terapêutico (BIRMAN, 
2012; LIMA, 2017).
A linhagem da saúde integrativa foca o bem-estar da condição humana 
e se instala devido à insatisfação de profissionais de saúde enfermos com a 
medicina tradicional, baseada em procedimentos para alívio de sintomas de 
doenças já instaladas.
O intervalo variável de tempo que se passa entre a tradução de uma 
necessidade, a subsequente ação específica e o posterior alívio do excesso de 
excitação corporal sentido como desprazer é o que está na origem do sujeito 
psíquico freudiano, na era vitoriana.
Estamos na apelidada sociedade do espetáculo, do controle e do biopoder. 
Logo, o mal-estar decorrente de um excesso pulsional, na contemporanei-
dade, se inscreve nos registros do corpo e da ação. Isso restringe, no sujeito, 
a experiência subjetiva e a possibilidade de fantasiar a realidade (MARTINS; 
PEIXOTO JUNIOR, 2009). O mundo pós-moderno é o do tempo presente, do 
186
instantâneo do desejo, do invólucro que vale mais que o conteúdo, do corpo 
que não pode mostrar as marcas do tempo. Uma forma de subjetividade dife-
rente daquela do mundo da introspecção, herdeiro do romantismo. O Corpo é 
a razão de todas as queixas, mas ao mesmo tempo parece inexistente.
As práticas da conexão corpo - mente ajudam as pessoas a reconhecerem 
o prazer com o seu sistema invólucro e conteúdo e pode reconhecer os primei-
ros sinais e sintomas da angústia do sofrimento físico, psíquico e espiritual, 
em ações de promoção da saúde (LIMA, 2017).
A dor e a morte pertencem à singularidade e necessidade da condição 
humana. “A dor é um mistério que atormenta” e a “morte é o preço da vida”. 
Essas questões fazem parte da existência humana. Elas são companheiras 
inseparáveis do estar vivo.
A dor e a morte só existem na presença de um corpo em qualquer ele-
mento da Natureza. A dor e morte, como substantivos são únicas e inconfun-
díveis. Elas se multiplicam indefinidamente, como adjetivos.
O corpo biológico tem essência, paixões, o que não é algo conhecido 
por todos. E quando ele está em silêncio, esquecemos dele. Ele se parece tão 
“nosso” que normalmente se submete aos nossos desejos e obedece às nossas 
ordens. Achamos que ele é imortal.
A dor ou enfermidade serve para nos lembrar de que temos um corpo 
e que podemos morrer. O sentimento de uma pessoa que se vê enferma é de 
que a partir de seu próprio corpo, deixou de ser dona de si.
Alguns adjetivos afetam a natureza humana enquanto corpo, alma, espí-
rito, cultura. Outros traduzem qualidades positivas ou negativas da existência 
humana. Dor e morte injustas, revoltadas, aceitas, redentoras, inúteis etc.
A medicina e as ciências da saúde dedicam-se ao fenômeno da dor e 
morte, de forma empírica. A psicanálise, a religião e a teologia vislumbram 
esses fenômenos como algo do humano, da antropologia e da cultura.
A dor, como já vimos, acontece no corpo. A análise anatomofisiológica, 
objeto das ciências empíricas, a conceitua como expressão concreta. Ela é 
uma impressão desagradável ou penosa, proveniente de lesão, contusão ou 
estado anômalo do organismo ou de uma parte dele; sofrimento físico.
A dor associa- se a sofrimento moral, aflição, perturbação, pesar, tristeza, 
mágoa, dó, compaixão, condolência.
A “dor da alma”, interior, espiritual remete o paciente à outra fonte de 
cura ou cuidado.
O sofrimento é o ato ou efeito de sofrer, dor física, angústia aflição, amargura.
Logo, se somos um corpo, a dor afeta a totalidade do ser.
A narrativa é que estamos numa situação de dor ou se quisermos, de 
maneira mais contundente, somos uma dor. Estamos falando de corpo e sub-
jetividades em medicina.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 187
A dor, na sociedade pós-moderna vem apelidada pelos que a sentem 
como pânico, insônia, taquicardia, enjoo, vertigem, formigamento, tremores.
A busca pelas balas mágicas que tirem essa dor faz parte premente do 
cotidiano (DIXON, 1981).
A dificuldade de ensino de autocuidado e mudança de estilo de vida é um 
desafio no âmago da cultura. A pandemia que estamos vivendo contribuirá 
para um renascer de autoconhecimento e cuidado e preservação do espaço de 
si e do outro? Esse capítulo terá a intenção de evidenciar o ensino da huma-
nização em medicina e demais áreas da saúde.
Esse é o eixo curricular no qual trabalho desde o momento, em que me 
tornei professora universitária e escolhi a graduação como foco de ensino – 
aprendizagem em saúde. Nesse intervalo, o adulto jovem está reconstruindo 
sua identidade como ser humano e como profissional (BRASIL, 2001).
Uma outra motivação dessa redação aconteceu quando um paciente, 
entre muitos, me conta, das tremedeiras nas pernas, após um filho ser preso 
por estar envolvido com substâncias ilícitas.
O convívio durante três anos, com uma comunidade, em que a medi-
calização era uma tônica, além do desconhecimento de cada um de seus 
conflitos, me deu evidências que o meu estilo de ensino – aprendizagem, 
era a maneira certeira de pedagogia para que os alunos aprendessem a ali-
viar o sofrimento de cada um, do outro e ir à busca de políticas de saúde 
humanizadas (BELMONTE, 2017).
O mal-estar, a dor da sociedade contemporânea tem a ver com a mudança 
da arquitetura das famílias, da inclusão social, do uso e abuso de substâncias, 
das reivindicações feministas, das mudanças ambientais, da violência urbana 
e global e das aceleradas transformações cotidianas tecnológicas.
O Corpo _ Mente
As diferentes vivências das práticas corporais permitem que uma pes-
soa, na continuidade dessa busca pelo desconhecido corporal, se torne um 
pesquisador da interioridade, na conexão corpo-mente e passe a se expressar 
por um prisma diferente do que conhece.
Esse ato de decodificar o desconhecido, o não verbal, é uma ação de 
consciência corporal em seus micros e macros movimentos. Essa corporeidade 
leva a atitude de presença e curiosidade.
O corpo inclui o pensamento e os dois fazem um diálogo de uma dança 
individual e de jogos corporais consigo e com o outro. Uma melhor explicação 
para entender isso é se pensar que a nossa biografia está inserida nos sentidos, 
nas sensações e emoções vividas em cada componente biológico do corpo, 
188
desde a concepção uterina do ser humano. Isso reverbera na complexidade do 
vínculo familiar e da sociedade. O corpo sempre narra quem é um sujeito, sua 
comunidade e seu histórico pessoal e coletivo. A eclosão dessa subjetividade 
pode ser um conflito e quando isso acontece, a interdisciplinaridade pode se 
tornar uma necessidade.
Os benefícios das práticas corpo – mente já é conhecida há muito tempo. 
As já experimentadas foram: a eutonia, o método Feldenkrais, a técnica de 
Alexander, a fasciaterapia, o pilates, a ioga, o toque e a massagem terapêutica, 
o tai chi chuan, a terapia crânio sacral, a acupuntura etc. Elas despertam no 
indivíduo, pensamentos até então escondidos deles próprios.
Algumas delas fizeram parte do currículo da pós-graduação latu senso 
Corpo e Subjetivação: Terapia Através do Movimento e Metodologia Angel 
Vianna (2005 a 2009). Outras são utilizadas experimentadas em SPAS.
O turismo em saúde apresenta-se em desenvolvimento tendo em vista o 
crescente número de buscas por esses tratamentos, seja pela forma curativa 
seja preventiva. Ele apresenta os conceitos e fundamentos do WELLNESS 
(bem-estar físico,emocional, intelectual, ambiental, profissional e espiritual). 
Esses tópicos serão revistos a seguir.
O autocuidado
O autocuidado é um conceito que abrange as ações que as pessoas rea-
lizam individualmente com o objetivo de preservar sua saúde ou prevenir 
algum tipo de doença. Para praticar o autocuidado, devemos considerar sete 
pontos fundamentais: a atividade física, a nutrição, a resiliência, o sono, os 
relacionamentos, a espiritualidade e o meio ambiente em geral.
Desde o início da pandemia, milhões de pessoas foram em busca de 
práticas que pudessem lhes oferecer maior sensação de bem-estar. A procura 
pelas PICS (Práticas Integrativas e Complementares) aumentou mais de 60% 
neste período.
O atual panorama mundial da saúde demanda novas áreas voltadas não 
apenas para o diagnóstico e o tratamento de doenças, mas amplia o conceito 
de saúde com foco no bem-estar físico, emocional, social e espiritual. Com 
esta visão, a efetiva promoção de saúde e bem-estar requer uma intervenção 
interdisciplinar e a oferta de práticas e cuidados informados em evidências 
inovadoras e atualizadas.
Desde sua concepção pioneira em 2013, várias pós-graduações, nessa 
área, têm como visão que a promoção coletiva de saúde e o bem-estar é o 
resultado da prática de autocuidado associado à presença da autonomia.
Diversos profissionais da saúde como médicos, equipe multiprofissio-
nal, terapeutas integrativos, cuidadores profissionais, bem como familiares e 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 189
pacientes, são convidados a refletir o conceito de medicina e sua real sinergia 
com a promoção de saúde integrativa e bem-estar.
A prática das PICS no Brasil foi oficializada em 2006, após a aprovação 
do Conselho Nacional de Saúde. Apenas em 2017, mais de um milhão de 
procedimentos individuais foram registrados como práticas integrativas e 
complementares pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O processo que almeja a ampliação das práticas integrativas e comple-
mentares eclode da aspiração de um sistema de saúde que deseja que haja o 
abandono da passividade, de deixar de ser um sujeito subjugado ao sistema 
dominante, hegemônico, para inventar novos espaços, pequenos que sejam 
para a produção de uma prática alternativa de saúde.
Esse movimento rejeita a feiura generalizada, a pobreza sofrida da grande 
maioria da população brasileira, e vislumbra uma beleza possível no campo 
da produção de saúde (TELESI JUNIOR, 2016; ALBERT EINSTEIN INSTI-
TUTO ISRAELITA DE ENSINO E PESQUISA, 2022; INTERNATIONAL 
ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN, 1994).
O cuidar o curar o aliviar o cuidado integral
“[...] cura, em suas raízes etimológicas significa cuidado e
assinala um denominador comum entre a prática médica e religiosa.
Em 1700, a cura começa a degenerar, passando 
a designar um tratamento médico.
O século seguinte acrescentou-lhe implicação 
do desfecho bem-sucedido.
A saúde se restaura no paciente, a doença é 
destruída, exorciza-se o espírito mau.
A cura no sentido de tratamento tende hoje a se sobrepor ao cuidado.
O ato de cuidado também pertence a prática médica.
O médico é um assistente social e um ministro religioso.
Somos pensadores de uma abordagem holística, 
pois o importante é a nossa atitude [...]”
(WINNICOTT, 1999).
O ato de ter dissertado sobre o tema Corpo - Mente permite compreender 
os conceitos que se seguem.
Belmonte (2012) redigiu a dissertação: O Corpo no Paradigma Angel 
Vianna: Toque, Apoio e Movimento.
A experiência de se mover com um corpo habilitado por esse sistema, 
técnica ou método que inclui as categorias do toque, apoio e movimento narra 
uma história desconhecida do sujeito e como cuidar o corpo vivo das pessoas, 
inclusive as que estão envelhecendo.
190
Essa metodologia é uma pesquisa corporal na contemporaneidade que 
envolve as áreas das Artes, Educação e Saúde e áreas afins. Assim os conceitos 
de cuidar e curar e seus desdobramentos afloraram no trajeto da construção 
desse trabalho de conclusão da pós-graduação latu senso.
O cuidar vem do latim cogitare que significa tratar de assistir, ter cuidado. 
O cuidado é aquela condição prévia que permite o eclodir da amorosidade. 
É gesto amoroso para com a realidade, gesto que protege e traz serenidade 
e paz. Sem cuidado, nada que é vivo, sobrevive. O cuidado é tão ancestral 
quanto o universo. É mais do que um ato, é uma atitude, representando mais 
que um momento de atenção; representa zelo e desvelo.
Aliviar significa diminuir os pesos e as aflições, suavizar, minorar 
e desobrigar.
Salvar é tirar da morte, tirar de perigo e preservar de dano.
Reabilitar é restabelecer no seu estado anterior, nos seus direitos, recu-
perar a estima pública e particular.
O psicanalista Donald Woods Winnicott disserta isso, no texto, A CURA, 
em seu livro, Tudo começa em casa.
O Cuidado Integral envolve promoção da saúde, redução de risco, detec-
ção precoce, rastreamento, tratamento e reabilitação.
O Wellness
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e
não somente ausência de afecções e enfermidades”
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1948).
O futuro profissional de todas as áreas do conhecimento, principalmente, 
os da área da saúde, na sociedade contemporânea, necessita construir uma 
identidade plural, com conteúdo, habilidades e competências para um mundo 
multiprofissional, multicultural e de complexidades inesperadas.
A WHO (World Health Organization) em 1948 apresentou a saúde como 
um valor coletivo, um bem de todos, de direito social, inerente à condição 
de cidadania, que deve ser assegurado sem distinção de raça, de religião, 
ideologia política ou condição socioeconômica.
As investigações sobre WELLNESS têm sua origem, nos estudos das 
estatísticas vitais. As pesquisas sobre o tema, por classe social começou a ser 
feito pelo médico clínico geral, James Stark.
Ele foi nomeado superintendente de estatística, devido à aprovação da 
lei de registro escocesa em 1854. Sua nomeação se deu pelo Colégio Real de 
Médicos de Edimburgo. A morte por classe social foi registrada na Inglaterra 
a partir de 1921.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 191
As estatísticas vitais significam coletar informações por registro civil ou 
enumeração sobre a frequência ou ocorrência de eventos vitais especificados 
e definidos, bem como características relevantes dos próprios eventos e da 
pessoa ou das pessoas em questão.
Após isso, processar, analisar, avaliar, apresentar e divulgar esses dados 
em formato estatístico (ONU, 2001). Muitos sistemas de registro civil também 
coletam informações sobre causas de morte.
As estatísticas baseadas nesses registros de óbitos são de particular 
importância na saúde pública para identificar a magnitude e a distribuição 
dos principais problemas de doenças e são essenciais para o planejamento, 
a implementação, o monitoramento e a avaliação de programas de políti-
cas de saúde.
O cientista de Toronto, professor PrabhatJha, nascido na Índia em 1965, 
argumenta que o registro barato de estatísticas vitais, nos países em desen-
volvimento é o meio mais eficaz para melhorar a saúde global. Ele é um 
epidemiologista indiano- canadense e economista de saúde que trabalha no 
campo de saúde global. Ele é diretor fundador do Centro de Pesquisa em 
Saúde Global do St. Michael’s Hospital, em Toronto, Canadá.
Assim surge WELLNESS como conceito de Saúde Integral. A Saúde Inte-
gral é uma proposição que defende a mente e o corpo como um elemento dentro 
do ambiente em que o sujeito convive (WIKIPEDIA CONTRIBUTORS, 2021).
A Insônia
Será que o medo do sono profundo,
do desconhecido, do inconsciente,
da dor que contida possa se revelar
é tão maior e mais aterrorizante
do que todas as dores conscientes?
Noites em claro.
Temática recorrente em ambulatórios e consultórios.
Render-se ao bom sono não é tão simples quanto possaparecer
Uma variedade de s medicamentos usados para dormir...
Verificamos o adoecimento de uma população presa
Numa realidade falsa onde se esconde
A verdadeira causa dos conflitos.
Terezinha Belmonte
Alguns tipos de insônias podem ser considerados como um mecanismo 
de defesa do ato de sonhar?
192
O ato de dormir para um sujeito significa desligar-se da vida consciente 
e adentrar-se num mundo desconhecido, com as características psiconeurofi-
sológicas da soma de cada pessoa. Nesse ambiente acontece em determinado 
momento, o ato de sonhar.
O papel fundamental do relógio biológico vital é nos manter “sincroni-
zados” com o ciclo de luz-escuridão da Terra, assim como manter os ritmos 
internos do corpo sincronizados entre si.
O sono varia da infância até a velhice, devido à modificação de seus 
estágios. Na fase adulta, o sono vai do polifásico ao monofásico e pode se 
fragmentar na velhice. O sono do adulto dura sete a oito horas, mas temos os 
dormidores curtos e os dormidores longos. O idoso pode ter cochilos diurnos.
Em algumas mulheres, os padrões de sono mudam no ciclo menstrual. 
Durante a gravidez, as alterações físicas, hormonais e emocionais podem 
atrapalhar o sono. Desta forma, a insônia na gravidez não é incomum. A partir 
do terceiro trimestre, o acordar frequentemente, pela decorrência de descon-
forto, câimbras nas pernas ou necessidade de ir ao banheiro podem acontecer.
A insônia é a dificuldade de adormecer ou manter-se dormindo, acordar 
cedo, ou um distúrbio na qualidade do sono que faz com que o sono pareça 
inadequado ou não reparador com duração aguda ou crônica.
O sonho representa o entrar em sintonia com o nosso estado de espírito 
e representa a realidade em símbolos.
Quando temos uma disrupção ou desincronização psíquica de mais longo 
prazo, as consequências físicas podem ir muito além de um mal-estar generalizado.
O Deus do sono na mitologia grega era Hipnos (ou Hipno). Ele traduz 
a personificação do sono, e da sonolência; mas não do cansaço no que diz 
respeito à fadiga. Hipnos é um dos demônios que interferem no espírito dos 
mortais. Segundo a Teogonia de Hesíodo, ele era filho, sem pai, da deusa 
primitiva Nyx, (a deusa da noite). Algumas referências dizem que o pai era 
o Érebo (ou seja, as trevas primordiais, que personificam a escuridão profunda 
e primitiva que se formou no momento da criação). Ele tinha nove irmãos e 
entre eles um irmão – gêmeo ou meio-irmão – chamado Thánatos (Morte).
A Morte vivia dormindo numa caverna onde corria o rio Lete, o “rio do 
esquecimento”. Morpheus é o mais famoso filho de Hipnos que tinha a capaci-
dade de assumir qualquer forma humana para aparecer nos sonhos dos mortais.
O sono ainda é um enigma na cultura de vários povos. Ele é um estágio 
no rito do sono/vigília aonde o desprendimento do sujeito do controle externo 
do corpo. Isso permite que emerja o indecifrável, o inconsciente de cada um: 
um filme com personagens camuflados para que a psicanálise possa com o 
seu conhecimento ajudar o seu paciente a decifrar.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 193
O sono é um estado fisiológico cíclico, caracterizado por cinco estágios 
fundamentais, que se diferenciam de acordo com o padrão do eletroencefa-
lograma (EEG) e a presença ou ausência de movimentos oculares rápidos 
(rapideyemovements: REM), além de mudanças em diversas outras variáveis 
fisiológicas, como o tônus muscular e o padrão cardiorrespiratório. Os sonhos 
já eram objeto de estudo desde a Antiguidade.
A pesquisa psicanalítica inovou ao investigar as relações entre conteúdo 
manifesto e pensamentos oníricos latentes. Os sonhos abrem uma janela para 
o inconsciente (condensação e deslocamento).
Dormir é morrer um pouco a cada dia.
Se entregar ao sono é permitir o mergulho ao abismo do inconsciente, 
que é sombrio e desconhecido, e que não temos controle, tão apavorante 
quanto a morte.
Por isso, nos botamos em fuga de nós mesmos, do autoconhecimento, 
da expansão de consciência, muitas vezes com medo da dor, do sofrimento, 
por não entendermos que saber a finalidade dos problemas não é a solução 
somente, e sim uma ponte para o crescimento.
Dormir nos causa medo, tal qual a morte. Atualmente nos afastamos 
do sono, tal como nos afastamos da morte. Negamos o sono e consequen-
temente os sonhos, impedindo que eles trouxessem à tona, segredos que a 
consciência desconhece.
Ao negarmos a morte fazemos o mesmo com a vida.
O conteúdo de um sonho é invariavelmente determinado pela perso-
nalidade individual daquele que sonha sua idade, sexo, classe, padrão de 
educação e estilo de vida individual e pelos fatos e experiências de toda a 
sua vida pregressa...
Os sonhos podem trazer de volta a nossas mentes, com um maravilhoso 
poder de reprodução, fatos muito remotos e até mesmo esquecidos de nossos 
primeiros anos de vida...
Os sonhos podem revelar nosso estado orgânico e a possibilidade de 
surgimento de doenças?
Aristóteles já considerava possível que os primórdios de uma doença se 
pudessem fazer sentir nos sonhos.
Para atingir o sítio anatômico de “um marca-passo anatômico” temos 
várias fontes somáticas de estimulação: os estímulos sensoriais vindos de obje-
tos externos, os estímulos internos dos órgãos sensoriais internos relacionados 
com a subjetividade humana e os estímulos somáticos provenientes do corpo.
O sonho é um organizador psicossomático, pois se admite que ele tenha a 
função de mediador entre o passado recente e o passado antigo, a organização 
psíquica do corpo vivido quando se alimenta na fonte de seu funcionamento 
arcaico (ontogênico e filogênico).
194
O sonho usa seus próprios meios para constituir a história do sujeito 
e integrar os acontecimentos da vigília na tessitura já formada no incons-
ciente pela história passada: a infantil (BASTOS et al., 2007; FREUD, 
1996; PSICANÁLISE CLÍNICA, 2019).
O Aliviar
Avaliar a dor é uma tarefa árdua e complexa, já que a percepção da 
dor envolve tanto aspectos biológicos, quanto emocionais, socioculturais e 
ambientais. Além disto, a interpretação e avaliação do estímulo da dor é uma 
experiência estritamente subjetiva e pessoal. Por este motivo, a sensação da 
dor pode ser alterada por “fatores perceptivos, cognitivos, emocionais e de 
comportamento” tais como: experiências anteriores do sujeito, medo, raiva, 
ansiedade, depressão, aprendizagem, crenças, atitudes, conhecimento, signi-
ficado simbólico da dor, e possíveis ganhos secundários de ordem econômica, 
social e afetiva dessa queixa e sintoma, assim como “dinâmicas familiares e 
estratégias de enfrentamento.
A abordagem do cuidado da dor incide não somente no alívio dela, mas 
também na complexidade que envolve o sentir dor, o qual pode ser modulado 
por “fatores psicológicos, sociológicos, culturais e espirituais.”
O objetivo do tratamento é a melhora da funcionalidade e a reabilitação 
física e psicossocial dos pacientes, redução do uso exagerado de medicamentos 
e dos comportamentos inadequados e a substituição das estratégias passivas 
de enfrentamento pelas ativas. A resistência da comunidade, para a adesão a 
essa atitude é enorme.
O diagnóstico e a terapêutica utilizados serão precisos se as avaliações 
forem pontuais, mas, as variáveis inerentes ao processo subjetivo da dor nem 
sempre permitem que isso se suceda.
A avaliação da dor é feita através das suas características peculiares, os 
fatores agravantes e atenuantes dela, nível de conhecimento que o paciente 
possui sobre o seu sofrimento e doença e tipos de tratamento. O conhecimento 
pelo mesmo e pela equipe de saúde das inabilidades e incapacidades na vida 
diária, fatores psicossociais, também são importantes. Nessa perspectiva, a 
identificação dos recursos utilizados pelo doente no enfrentamento da dor é 
ferramenta auxiliar para isso.
Avaliar a dor é uma tarefa difícil de ser realizada devido a seu caráter 
multidimensional e pela precariedade de recursosinstrumentais validados e 
multidimensionais para os múltiplos aspectos que compreendem a dor.
A capacitação de profissionais de saúde qualificados, integrados e 
com experiência no trato com pacientes com dor é um trabalho árduo 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 195
na formação desse futuro ativista, pois um bom tratamento com foco na 
minimização ou eliminação da dor, na reabilitação e no bem-estar do 
paciente, tem como premissa, o diagnóstico preciso (BASTOS et al., 2007; 
CARVALHO, 2021).
O estresse no cotidiano
As bases biológicas da Medicina Integrativa e da Medicina Psicossomá-
tica estão no estudo da psiconeuroendocrinoimunologia.
O neurocientista Antônio Damásio, no livro “O Erro de Descartes” mos-
tra que as tomadas de decisão, no sujeito não são racionais. Elas dependem 
da modulação madura de suas emoções e sentimentos, de forma consciente 
e inconsciente.
O estresse pode ser conceituado como um estado de alteração de homeos-
tase provocado por mudança interna e externa do indivíduo. Ele pode ser de 
natureza física, ambiental ou psicológica, que resulta em respostas fisiológicas 
e comportamentais necessárias para o organismo se adaptar à demanda da 
modificação do ambiente e restabelecer a homeostase.
O estresse na vida cotidiana é um assunto frequentemente abordado 
na mídia contemporânea. A síndrome de burnout está descrita no Código 
Internacional das Doenças (CID – 10) e é categorizada como Z73: Problemas 
relacionados com a organização de seu modo de vida.
O nível de exigência para lidar com o mundo atual é relevante. O esgo-
tamento profissional vem sendo estudado como uma doença do trabalho na 
sociedade de bem-estar.
Os estressores são vários e se relacionam com os instrumentos diários 
de tecnologias inovadas contemporâneas para dar qualidade de vida. As redes 
sociais exibem inúmeras ferramentas para lidar com esse mal-estar da cultura 
pós-moderna. O agir e o reagir imediato a todos os eventos diários, sem o ato 
de refletir é a tônica. A tomada de decisões fica prejudicada.
O estudo descrito pelo médico americano, cardiologista Hebert Ben-
son* sobre o relaxamento após a reação de luta e fuga que ocorre no orga-
nismo humano na resposta individual decorrente da fisiologia do estresse é 
muito interessante.
A frase biológica de diminuição de intensidade do que ocorre no corpo, 
por um estressor, o equilíbrio corporal (alostase) depende de uma série de 
aspectos psicológicos (mecanismos de enfrentamento, otimismo, apoio social, 
experiências precoces de vida, aprendizado, genética) e fisiológicos (reativi-
dade neuroendócrina, genética, ambiente, nutrição e sono). Isso precisa ser 
cada vez mais ser pesquisado.
196
Ele é o fundador do The American Instituteof Stress e professor de medicina 
mente / corpo na Harvard Medical School e diretor emérito do Benson-Henry 
Institute (BHI) no MGH (WIKIPEDIA CONTRIBUTORS, 2021).
Ribeiro, Pernambuco e Dantas, (2015) comentam que cromogranina 
A é um biomarcador salivar de estresse. A CgA é uma glicoproteína ácida, 
secretada com as catecolaminas da medula adrenal e das terminações nervo-
sas simpáticas. Ela está sendo considerada como um marcador de estresse na 
saliva não apenas em indivíduos saudáveis, mas também em pacientes com 
determinadas doenças crônicas. A principal vantagem desse marcador é a sua 
durabilidade. O intervalo de tempo entre a ocorrência de um estímulo mental e 
sua secreção na saliva é pequeno. Além disso, a CgA salivar continua elevada 
mesmo na fase de recuperação, até 60 minutos após estimulação.
Regazzi (2016) mostrou que o seu estudo de tese de doutorado tinha 
como temática o estresse e a qualidade de vida associado à intervenção com 
eletro acupuntura. Isso seria executado tendo a dosagem de um biomarcador: 
a cromogranina salivar. A amostra seria os residentes de medicina em 2016. 
O estudo comprovou o efeito agudo e crônico da redução do estresse pelo 
protocolo de pontos utilizados, nessa metodologia, em dez sessões. A con-
clusão foi a relevância para uma proposta efetiva para a redução do estresse 
e melhoria na qualidade de vida dessa população assistida.
Os estudos atuais mostram que intervenções de comportamento como 
música, ioga, meditação, tai chi chuan e psicoterapia, além de mudança de 
estilo de vida, como exercícios físicos, reeducação alimentar, cessação de 
tabagismo, alterações no local de trabalho e contato com a Natureza reduzem 
o impacto do estresse e das doenças relacionadas ao estresse (BECHARA; 
DAMÁSIO, 2005; CARLOTTO; CÂMARA, 2007; KNUPP; BARCELOS, 
2017; MEDICINANET, 2021; RIBEIRO; PERNAMBUCO; DANTAS, 2015).
A esperança: uma categoria da espiritualidade
“Um bichinho chamado Esperança que eu conheci pela
Primeira vez durante a minha infância, que nada mais
é que uma espécie parecida com o gafanhoto, um pouco menor,
frágil, mas de uma força muito grande e que era motivo de festa
quando surgia em algum ponto da casa, coincidentemente
ou não, numa espécie de mágica, em momentos oportunos”
Terezinha Belmonte
A Esperança é o substantivo feminino que indica o ato de esperar 
alguma coisa, sinônimo de confiança. Essa palavra vem do latim: sperare. 
Ela é um sentimento que leva o homem a olhar para o futuro, considerando-o 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 197
portador de condições melhores que as oferecidas pelo presente, de tal sorte 
que a luta pela vida e os sofrimentos são enfrentados como contingências 
passageiras na marcha para um fim mais alto e de maior valor. Ela é uma 
virtude sobrenatural, que leva o homem a desejar Deus como bem supremo. 
Ela faz com que o nosso pensamento ultrapasse tempo e espaço e penetre 
na imensidão do espaço infinito. Santo Tomás de Aquino, na sua Summa 
Teológica, explica os fundamentos da Esperança e de sua relação com a Fé 
e a Caridade. Na filosofia moderna e sua subjetividade, ela foi relegada ao 
campo das paixões e das emoções.
E aí nascemos nós: Geração Paz e Amor, que foi a única saída possível 
perante tanto sofrimento pós-guerra. A austeridade de nossos pais foi ques-
tionada, recebemos como dote o feminismo de nossas avós e com um Help 
dos Beatles fomos também em frente tentando achar espaço do nosso jeito, 
sem jeito para um mundo melhor como John e Jaqueline Kennedy, Elvis 
Presley, Chico Buarque, Elis Regina etc. O Aparthaid, a Perestroika e a queda 
do muro de Berlin dão os traços e as cores finais na construção dessa tela de 
pintura mundial. Dessa confusão nasce outra geração, que tem como legado 
a morte no desabrochar de sua juventude: A SIDA. Então não tinha outra 
saída senão reorganizarmos uma nova cidadania. Reaparece a Medicina de 
Família, a Holística, a Oriental, a Preventiva, a de Adolescentes, Terapia de 
Casal e Família, Ecologia, Deus, Cosmos, Energia, Globalização e a Inclusão 
Social. A Psicanálise gera inúmeros desdobramentos teóricos e práticos. 
Reaparece o Humanismo no meio de tanta Tecnologia. Surge uma nova Ética: 
A Ética da Libertação.
Aflora o tema Esperança, quando existe necessidade de uma tecno-
logia leve para trabalhar com os alunos de medicina durante a Pandemia 
do Corona vírus em 2020.
A espiritualidade está intimamente relacionada com os valores, o signifi-
cado e o propósito de vida. A religião é frequentemente vista como o aspecto 
institucional da espiritualidade definida em termos de sistemas de crenças e 
práticas relacionadas ao divino, realizadas por uma comunidade ou grupo 
social. A abordagem de R/E deve ser centrada na pessoa. Isso deve ser um 
componente essencial da coleta da anamnese em saúde. Os médicos devem 
interagir sobre esse assunto com a comunidade em geral, em apoio à promoção 
da saúde e bem-estar (DUSSEL, 2015; MOREIRA-ALMEIDA et al., 2018; 
SILVEIRA; COSTA, 2013; A12, 2015).
E agora que além das catástrofes, pandemias, endemias e uma guerra que 
mobiliza o global, dentroW. C. A. Corpo e Saúde: condutas, clínicas de cuidar. Rio de Janeiro: 
Águia Dourada, 2009. p. 255-256.
continua...
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 27
No caso particular deste capítulo, não é tão difícil encontrar clientes 
com estas características. É importante saber que os homens têm ossos mais 
densos que as mulheres, e os negros mais densos que os brancos e que essa 
densidade diminui após 30 anos de idade em mulheres e após 45 de idade 
em homens.
Embora a ortopedia seja a grande área, o interesse desse capítulo está 
centrado na artroplastia que é o que faço como especialidade em cirurgia 
ortopédica. O interesse clínico-acadêmico é a formação da estrutura con-
juntiva que trata em especial do espaço ARTICULAR, em que envolve a 
DIARTROSE (?!) - bastante móvel, é uma articulação que permite o movi-
mento livre do osso em direções variadas posições como abdução/adução; 
flexão/extensão; rotação, pronação e supinação. Exemplo: tornozelo, pulso, 
joelho, quadril e ombros.
Sua formação e estrutura conjuntiva: fibrosa-tecido muito resistente; 
auxilia na manutenção da estabilidade articular o exemplo dos ligamentos 
(FIGUEIREDO; MACHADO, 2009).
Imagem 4 – Articulação e suas características
Espaço
articular
Cápsula
sinovial
Tendão
Cartilagem
Ligamento
articular
• Cartilaginoso: tecido 
elástico e flexível encon-
trado na superfície da 
ligação (Imagem 4).
Fonte: Adaptado do site: https://www�anatomiadocorpo�com/tecido-osseo/
Possui uma membrana sinovial, que reveste a cavidade e secreta uma 
substância lubrificante e viçosa chamada de líquido sinovial, que permite os 
movimentos para que os ossos se movam (FIGUEIREDO; MACHADO, 2009).
Normalmente, principalmente os idosos, já chegam ao consultório em 
estado avançado de perda óssea e líquido sinovial acompanhado de DORES 
diversas, porque cada um sente de modo diferente, mas sempre é um sofri-
mento emitido por signos ou linguagem corporal.
continuação
28
Aqui é preciso, concordar com Lapoujade (2002) em seu capítulo “O 
CORPO que não aguente mais” do livro de Lins e Gadelha, que nos faz 
pensar o que é aguentar. É uma questão do poder que tem o corpo, e, nesse 
pensar-intervir ainda estamos no plano da compreensão e de como podemos 
ajudá-los. Somos um “corpo potência” como afirma Nietzsche “potência do 
corpo em si mesmo, independente do ato pelo qual se exprime; distinção entre 
corpo e matéria como simples potência e a forma como o ato puro (DOR).
No exercício de nossa profissão essa compreensão é um desafio, e, quando 
estamos prontos a “operar alguém”, muitas coisas passam pelo pensar-fazer 
profissional. Na mesa cirúrgica, agora desterritorializada, num espaço que 
não é dele, nós temos o amparo legal para intervir, invadir, cortar seu corpo, 
isso nos reporta novamente a Lapoujade (2002) que pensa sobre Nietzsche e 
Deleuze, quando este diz:
“pensar é aprender aquilo o que pode o corpo (ortopédico) não pensante, 
sua capacidade, suas atitudes ou posturas. O corpo não está jamais no 
presente, ele contém o antes e o depois, o cansaço, e a espera. O cansaço, 
a espera, ou mesmo o desespero, são as atitudes do corpo que sofre, que 
dói (LAPOUJADE, 2002, p. 83).”
Nossa prática também exige de nós o “corpo potência”, que muitas vezes 
também não aguenta mais, provocamos dor, cortamos seus corpos, temos 
dúvidas por mais especializados, treinados que sejamos, e o resultado de 
aprender bem e fazer a prática com destreza, muitas vezes esquecemos que 
eles têm uma alma.
Pensamos, reorganizamos esse joelho ou qualquer outra parte, diríamos 
e inconscientemente podemos estar mexendo em seus domínios, subordinan-
do-o, que o mesmo autor nos diz:
“Dois domínios onde a potência está submetida aos atos do agente que 
nele se forma: ORGANIZAÇÃO e SUBJETIVAÇÃO. E em sua resistência 
a estas formas vindas de fora, e que se expõe adentro para organizá-lo 
e lhe impor uma “alma”, que o corpo exprime uma potência própria. O 
corpo que sofre de “um sujeito”, que age, que o organiza e o subjetiva 
(LAPOUJADE, 2002, p. 85).”
Docente, médico, cirurgião neste século não pode deixar de racionalizar 
sua prática, como não pode perder de vista outros conhecimentos, outros 
fundamentos, outros teóricos, nossos herdeiros serão de outro século e que 
nossa preocupação deve ser para com eles, para sua qualidade de vida, falo 
do corpo que sofre e nos preocupa, no instante da DOR, da CIRURGIA é 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 29
“originariamente o sofrimento de uma pressão e o reconhecimento de uma 
potência estrangeira (LAPOUJADE, 2002).”
Finalmente, dito agora, ou direi no futuro de outra forma, no século da 
Biologia (de Maturana) que estão a definir a vida de outra forma (e não mais 
só irritação ou excitação), serão novas filosofias da alegria, da afirmação, mas 
isso é inseparável a uma patologia do corpo, do afrontamento, de um corpo 
sem DOR o que significa perguntar o que pode o corpo?
Temos a certeza de que passaremos nossas vidas, estudando, ensinando 
e cuidando das pessoas que nos procuram contra os ferimentos que os fazem 
sofrer. De qualquer maneira formas de ajudá-los, a nossa medicina já está 
atrás de como fazer isso, de encontrar defesas contra o sofrimento e invadir 
menos o corpo com DOR.
Lapoujade (2002) nos traz Nietzsche ao afirmar que “eu não aguento 
mais” não é, portanto, o signo de uma fraqueza de potência, mas exprime, 
ao contrário, a potência de resistir do corpo. Cair, ficar deitado, bambolear, 
rastejar são atos de resistência. É a razão pela qual toda doença do corpo é, 
ao mesmo tempo, doença de ser agido, a doença de ter uma alma sujeito, 
não necessariamente a nossa (minha e de meu cliente) que agem no nosso 
corpo e as suas formas de ser, de estar e aprender a viver num mundo em 
frequente mutação.
Lembramos da permanente preocupação com a pele idosa, com as aler-
gias e possíveis embolias no pós-operatório, lembramos do cuidado delicado 
com o curativo, nem com excesso e nem com o pouco zelo com as ações. São 
lembranças jamais esquecidas para os clientes que as experenciam.
Na nossa modelagem de cuidar, o que todos nós deveríamos ter, seria a 
“modelagem do GESTO”, gesto como uma forma de conduta de cuidar da 
ARTROPLASTIA ou mesmo das dores articulares.
Parece estranho falar de ortopedia deste modo, colocar uma poética 
numa prática que aparentemente parece ser dura, não comum e às vezes 
“até romântica”.
Mas, ao falar de ORTOPEDIA estamos falando de corpo, pensando 
corpo, escrevendo sobre o corpo com todos os seus movimentos portado-
res de significados e ações que são também qualificados como gestos em 
sentido figurado.
Segundo Galard (1997, p. 27) nos diz que:
“[...] para percebê-lo, é preciso um ouvido bem treinado, apenas chamar 
atenção para o fato de que a palavra - gesto - em francês, tem um valor 
estético, a beleza (da ortopedia) com o juízo de valor, sem dúvida, inte-
ressantes sintomas para um estudo das mentalidades.”
30
Na verdade, o nosso desejo de saber mais sobre os meandros ortopédicos, 
além daqueles que já sabemos, ossos e músculos, é se estamos na conduta 
certa da vida.
Mais uma vez, a medicina, sua prática, também aparece como uma arte, 
que é sublime e que está posta a cuidar do sofrimento do outro, amar o 
outro no limite de sua dor. É o de saber encontrar, no momento oportuno o 
gesto adequado quando encontramos nossos clientes que não se contentam 
com qualquer prática, qualquer conduta e sim de colocar nela um comporta-
mento que requer compreensão do outro de sua situação, de seus sentimentos 
mais inesperados.
Na ortopedia nossos atos são constantemente suscetíveis a se converter 
em gestos positivos ou não, que simbolizam o jeito de ser de cada um de nós, 
o jeito de tratar os outros, Trazendo Galard (1997) de volta para nos dizer que:
“[...] o caráter perceptível de algumas condutasde outras guerras locais, o que oferecer de cuidado? 
O riso? O sorriso? Lembrei-me das técnicas da terapia do riso e dos relatos 
lidos em narrativas da presença deles, nos campos de concentração e nas 
198
senzalas. Afinal, a Enfermaria do Riso, presente nos corredores do Hospital 
Universitário Gaffrée e Guinle são ações extensionistas da Escola de Teatro 
da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
A Psiquiatra e Psicanalista Nise da Silveira não encontrou estratégias 
não ortodoxas para lidar com a loucura?
Fonte: Frases de Nise da Silveira: In: http://www�ccms�saude�gov�
br/nisedasilveira/frases�php� Acesso em: 13 mar� 2022�
Um estilo de metodologia ativa: apedagogia da amizade
A uma força maior que existe em todos nós.
Aos mestres que marcaram no meu corpo expressivo a 
construção da minha identidade pessoal e profissional.
Aos alunos e ex-alunos com os quais compartilhei experiências, 
atitudes, habilidades, conteúdos e competências.
Aos colegas e amigos de trajetória de vida e da profissão que sempre
foram presentes na minha existência.
Ao psicanalista Marcos Freitas Baptista.
À pedagoga do corpo, Angel Vianna.
A minha orientadora de Doutorado Nébia 
Maria Almeida de Figueiredo.
Aos meus pais, irmãos, familiares, pelas nossas diferenças e similitudes.
À dádiva divina de saber dançar, uma das sete artes, que me
faz a cada instante me repensar, pois o movimento move o pensamento.
Terezinha Belmonte
A amizade entre professor-aluno e equipe técnica e de saúde 
e a Escola de Medicina e Universidade consiste em desejar e 
promover o bem do amigo, ou seja, o bem-estar dos outros e por 
extensão com a humanidade. Isso cria a Amizade Pedagógica em 
Medicina que obriga a ajuda entre as partes envolvidas e reforça 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 199
as lições de cuidados com o outro, o que é essencial para as tarefas 
subsequentes que o estudante terá ao cuidar de seus pacientes:
A Amizade para a Humanidade
(ARRUDA, 1999 cap.3, p. 89).
A I Conferência Mundial de Educação Superior configurou a reforma na 
educação superior, em nível mundial, para atender as demandas da Sociedade 
do Conhecimento (Paris/1998). O protocolo de Bolonha mostrou que essa 
estruturação possibilitaria a circulação dos cidadãos e as oportunidades de 
emprego e desenvolvimento (1999). Essa política educacional seria a matriz 
de sociedades estáveis, pacíficas e democráticas não só no Espaço Euro-
peu de Ensino Superior: EEES, mas também no Espaço Latino-Americano 
e Caribenho de Educação Superior: ENLACES (Colômbia/2008) (BAETA 
NEVES, 2011).
O Relatório Frenk demonstra a necessidade de um novo perfil na capa-
citação dos profissionais da saúde com uma formação acadêmica dinâmica 
e diferenciada com características humanitárias além das técnicas (2010) 
(PORTAL DSSBR, 2014).
As Diretrizes Curriculares Brasileiras determinaram a criação de projetos 
pedagógicos com currículos integrados para a construção de egressos com 
um perfil com competências, conteúdos e habilidades dentro dessas perspec-
tivas em abordagens nacionais e internacionais. Eles teriam de ser capazes de 
atuar com resolutividade, no Sistema Único de Saúde (SUS), considerando a 
Reforma Sanitária Brasileira.
Os alunos da graduação em saúde precisavam aprender a aprender, apren-
der a ser, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a conhecer. 
Esses determinantes educacionais de aprendizagem são originários da reforma 
mundial em ensino superior. O sistema quer a garantia da capacitação de 
egressos com autonomia e discernimento para a integralidade da atenção, 
qualidade e humanização do atendimento prestado aos indivíduos, famílias 
e comunidades (BRASIL, 2001).
Os perfis exigidos aos diferentes profissionais de saúde são muito pareci-
dos. O médico tem que ter formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. 
Ele necessita ser um agente de transformação social, comunicar-se com os 
colegas de trabalho, pacientes e familiares, cuidar da própria saúde física e 
mental e buscar seu bem-estar como cidadão. Ele precisa estar disponível para 
atuar em atividades de política e de planejamento em saúde, atuar em equipe 
multiprofissional etc. (BRASIL, 2001).
Essa legislação em vigor desde 1999 foi atualizada em 2014 e solicita às 
instituições universitárias, a formação de um agenciador da saúde coletiva. 
200
Espera-se o perfil de um personagem multicultural e cuidador das comuni-
dades locais, regionais, nacional, continental e global.
Assim fica caracterizada uma mudança paradigmática no ensino do ter-
ceiro grau e com projetos pedagógicos universitários de alguns territórios, 
em transição.
No entanto, esse processo apresenta diversos problemas que são expe-
rimentados no plano de ação no espaço micromolecular de uma sala de aula 
(ensino) ou no campo prático na pesquisa e na extensão universitária.
O ofício de aliviar e cuidar além de curar exige o enfrentamento de 
desafios variados e complexos em relação ao pathos humano.
O docente que estava habituado a uma pedagogia estática, ao protocolo 
de transmissão do conhecimento científico apoiado nas escolas positivistas, 
passa a não compreender uma pedagogia de cuidado e relacional com o corpo 
vivo dos alunos e suas vicissitudes.
Isso significa se auto cuidar e ser um agenciador das singularidades dos 
jovens adultos que precisam de educação, formação e ação, além da informação 
para ser um cidadão idôneo para disputar seu lugar na sociedade contemporânea.
Essas experiências vinculares e dialógicas marcadas pela hierarquia no 
processo de docência na área de saúde imprimiram e imprimem traços na 
expansão e constituição da personalidade de um futuro profissional de saúde. 
O jovem adulto encontra-se numa faixa etária de construção de identidade em 
todas as dimensões esperadas pelo contexto ecobiopsicosocial.
O adultecer, um rito entre a adolescência e a maturidade caracteriza-se 
por um momento em que se restabelece o conflito de dependência e indepen-
dência característico da fase do adolescer de um sujeito. Ele é uma transição 
marcada pela perda das antigas amizades e a necessidade de novas para a 
formação dos pares no ciclo profissional e na vida privada (OUTEIRAL; 
MOURA, 2008).
Os afetos que emanam desses discentes principalmente no início do ciclo 
básico, do clínico e no internato são diferenciados. O currículo biomédico, 
secular, baseado no corpo morto, desintegrado e sem valorização do eixo 
das humanidades cria o impasse nesse atendimento das novas políticas de 
educação e saúde.
Assim, existe a necessidade da criação de ambientes para que esses 
sujeitos descubram que para atingir a fase adulta, eles precisam aprender a 
conversar e a expor suas dificuldades sem constrangimento e por extensão 
aliviar e ajudar àqueles que cuidam. Eles se sentem inseguros no final do curso 
e clamam por uma ação diferente da racionalidade. Os alunos desejam ser 
ouvidos, acolhidos, de toques terapêuticos, trocarem vivências, compreender 
melhor a profissão e os desafios que se apresentarão.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 201
No plano de nossas experiências como educador vislumbra-se o pres-
suposto de que a Amizade pode ser uma estratégica didática e um possível 
modelo pedagógico linear, horizontal e com autoridade que permita uma 
relação com esses estudantes (CESAR; DUARTE, 2010).
Helio Rebello Cardoso Junior em 2006, no artigo Pensar a Pedagogia 
com Deleuze e Guattari evidencia que a Amizade na perspectiva do aprender 
é a paisagem em que as mais diferentes metodologias realizam na transmis-
são de conhecimento. Ele comenta que se podem classificar as disponíveis 
metodologias educacionais baseado em tipos de Amizade em que acontece 
a relação pedagógica. Esse autor contribui essa reflexão apontando que o 
personagem da Amizade seria o silêncio e a solidão de cada ume sequência de signos, 
manifestam-se no âmbito de condutas, assim como na linguagem. Os 
códigos, formavam outrora um rigoroso equivalente dos tratados do bem 
falar, ou do bem escrever. Sua existência bastaria para provar que a conduta 
é suscetível da mesma aproximação retórica que a linguagem. Os gestos 
que eles codificam constituem a visibilidade de sua conduta (GALARD, 
1997, p. 27).’
A ortopedia também tem seus códigos de conduta e sua intenção ver-
dadeira é a de reabilitar num gesto grotesco, “açougueiros”, que depreciava 
a prática e a importância da função. Sua intenção é concretizar seus atos, os 
movimentos de um “operário da saúde”, são gestos desde que despertem a 
atenção, nada, mas é que seu ato é considerado na totalidade.
E concluindo, estamos ressignificando o corpo no espaço da ortopedia, 
como estamos, do mesmo modo, ressignificados atos e ações para atender 
nossos juramentos, nossas crenças. Sobre nós mesmos para dar conta daqueles 
que precisam de nossos tratamentos e cuidados. É um momento que continua 
como deságios a serem ultrapassados, a serem repensados sob a ótica da nossa 
profissão e de nossas ações em ORTOPEDIA.
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 31
REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, N. M. A.; MACHADO, W. C. A. Corpo e Saúde: condutas, 
clínicas de cuidar. Rio de Janeiro: Águia Dourada, 2009.
FOUCAULT, Michel. O nascimento da clínica. Forense Universitária, 
1963. p.133.
GALARD, Jean. A beleza do gesto - uma estética das condutas. Tradução: 
Celso F. e Leon Kossovitch. Edusp: São Paulo, 1997.
LAPOUJADE, Davi. O Corpo que não aguenta mais. In: GADELHA, Syl-
vio (org.). Nietzsche e Deleuze: que pode o corpo. Rio de Janeiro: Relumé 
Dumará; Fortaleza: Secretaria da Cultura e Desporto, 2002. p. 81-89.
LINS, Daniel; GADELHA, Sylvio. Nietzsche e Deleuze: que pode o corpo. Rio 
de Janeiro: Relume Duramá: Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desporto, 2002.
SILVA, Jerson Joaquim da. Estresse, o impulso da vida. São Paulo; São 
Caetano do Sul: Yendis, 2005.
CAPÍTULO II
O QUE A LITERATURA NOS REVELA 
SOBRE ARTROPLASTIA TOTAL DE 
JOELHO – RASTREANDO ATUALIDADES
Larissa Lima Simões
Gisella de Carvalho Queluci
Katerine Moraes dos Santos
Priscila de Castro Handem
Óscar Manuel Ramos Ferreira
Fernando Porto
Introdução
O envelhecimento, mesmo que sem doenças incapacitantes, envolve 
alguma perda funcional. A chamada melhor idade é cheia de particularidades 
bem conhecidas, como ser acometido por mais doenças crônicas, maiores fra-
gilidades, menor recurso financeiro e social, além de aumento nos custos tra-
zendo para essa etapa da vida grandes desafios (VERAS; OLIVEIRA, 2018).
Seguindo a tendência mundial de envelhecimento, o Brasil teve um aumento 
de 18% na população idosa no período de 2012 a 2017, ultrapassando 30 milhões 
de idosos (IBGE, 2018). Fato este que decorre do aumento da expectativa de 
vida ao nascer, que em 2019 foi de 76,6 anos, representando um acréscimo de 
31 anos quando comparado ao ano de 1940, em ambos os sexos (IBGE, 2020). 
Segundo projeção realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), em 2060 um quarto da população terá mais de 60 anos (IBGE, 2018).
O envelhecimento impacta no perfil epidemiológico da população e traz 
consequências para a saúde pública. Segundo dados do Ministério da Saúde, 
76,3% dos idosos possuem alguma doença crônica não transmissível (BRA-
SIL, 2020). Apesar do desenvolvimento tecnológico e avanços científicos 
nos serviços de saúde permitirem que as pessoas envelheçam de forma mais 
saudável e com melhores condições de vida (CAMARGOS; GONZAGA, 
2015), mesmo os indivíduos mais saudáveis, a partir dos 60 anos necessitam 
de mais atendimentos de saúde e geram internações mais prolongadas quando 
comparados com outras faixas etárias, fazendo disso o desafio atual dos ser-
viços de saúde (VERAS; OLIVEIRA, 2018).
Neste cenário de envelhecimento populacional, problemas com as alte-
rações do sistema musculoesquelético decorrentes desse processo, como a 
osteoartrose tem sido mais frequente nos serviços públicos. Esta patologia 
34
causa a degeneração da cartilagem articular, gerando incapacidade funcional 
e diminuição da qualidade de vida do indivíduo, principalmente, do idoso 
(NACCA; AMARO; MIYAHIRA; NOVARETTI; ASTUR; COHEN, 2021).
A Artroplastia Total do Joelho (ATJ) é a opção terapêutica de escolha 
quando não mais é possível tratar os sintomas da degeneração com medica-
mentos e fisioterapia. Esta cirurgia é amplamente realizada no mundo todo e 
apresenta alto índice de sucesso. Projeta-se que essa demanda cirúrgica terá 
um aumento de 673% nos Estados Unidos no período de 2005 a 2030 (THO-
MAZ; GEIST; LUCENA; SCHWARTSMANN; FREITAS, 2021).
No Brasil, a ATJ representa grande custo para o setor da saúde. Em 2019 
foram gastos cerca de 38 milhões de reais com o procedimento. No ano de 2020, 
houve expressiva diminuição em razão da pandemia da Covid 19, ainda assim, 
o gasto com esse procedimento foi cerca de 17 milhões (DATASUS, 2021).
A ATJ representa uma possibilidade de melhorar a qualidade de vida 
dos clientes, principalmente nos aspectos relacionados à dor e à mobilidade 
(SILVA et al., 2014). Contudo, muitos fatores interferem no desfecho de um 
procedimento cirúrgico. Cabe a equipe envolvida a otimização dos fatores de 
risco, como tabagismo, estado nutricional, atividade física, níveis metabólicos, 
buscando prevenir complicações e minimizar o tempo de internação.
A partir da problemática exposta e tendo em vista a importância dos cui-
dados de enfermagem voltados ao cliente submetido a essa cirurgia, o presente 
capítulo tem como objetivo apresentar o que a literatura sobre artroplastia 
total de joelho nos revela.
Como saber o que tem na literatura?
Para o alcance do objetivo proposto, visando identificar os cuidados ofertados 
durante a assistência de enfermagem ao cliente submetido a cirurgia de artroplastia 
total de joelho (ATJ), realizamos uma busca na literatura utilizando a modalidade 
da análise documental, nas seguintes bases de dados: Medical Literature and 
Retrieval System on Line (MEDLINE/PubMed®), Cumulative Index to Nur-
sing&Allied Health Literature (CINAHL); SCOPUS (Elsevier); Literatura 
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), EMBASE, Web 
of Science e SciElo.
Utilizamos a estratégia PICo, sendo um acrômio que representa População 
(clientes submetidos a ATJ) Intervenção (cuidados de enfermagem) Contexto 
(perioperatório), a partir da seguinte questão de pesquisa: Quais as evidências 
científicas disponíveis sobre os cuidados de enfermagem aos clientes submetidos 
a ATJ no perioperatório?
Para a seleção do material, estabelecemos como critérios de inclusão: 
artigos com os idiomas em português, inglês e espanhol; a partir da temática 
- cuidados de enfermagem perioperatório ao cliente submetido a artroplastia 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 35
total de joelho associada aos termos postoperative care, preoperative care, 
arthroplasty, arthroplasty replacement, arthroplasty of the knee, visando ainda 
atender a abrangência nas bases.
A estratégia de busca empregou os termos e operadores boleanos “postope-
rative care” OR “preoperative care” AND arthroplasty OR “replacement arthro-
plasty” OR “arthroplasty of the knee”, adaptando as particularidades à cada base 
de dados. Foram excluídas as pesquisas duplicadas, teses, dissertações, livros e 
reflexões teóricas e ainda aquelas que não respondiam à pergunta da pesquisa.
A análise dos dados coletados adotou a estratégia do PRISMA em qua-
tro fases, a saber: identificação, triagem, elegibilidade e inclusão, que serão 
representados por fluxograma nos resultados da investigação (GALVÃO; 
PANSANI; HARRAD, 2015).
A organização dos dados ocorreu pelos itens: ano de publicação, autores, 
título, tipo de estudo, objetivose resultados alcançados. Esta será apresentada 
em quadro demonstrativo, no formato de síntese, para em outro momento 
ocorrer a discussão dos achados.
O que a literatura revelou?
A figura nº 1 mostra o fluxograma com base na estratégia PRISMA.
Figura 1 – Fluxograma com base no PRISMA
Estudos duplicados
excluídos (n = 12)
Id
en
ti�
ca
çã
o
Tr
ia
ge
m
El
eg
ib
ili
da
de
In
cl
us
ão
Artigos selecionados (n = 7)
Estudos após a exclusão pela leitura
dos títulos e resumos (n = 15)
Artigos excluídos pela leitura na
íntegra (n = 8)
Estudos recuperados (n = 216)
PUBMED (n = 1)
EMBASE (n = 62)
WEB OF CIENCE (n = 90)
SCIELO (n = 26)
SCOPUS (n = 35)
CINAHL (n = 2)
Fonte: Autores, 2022�
Como podemos identificar a massa documental foi composta de duzentos 
e dezesseis documentos: Web Of Cience com noventa, seguida da Embase com 
36
sessenta e dois, Scopus com trinta e cinco, Scielo com vinte e seis, Cinahl com 
dois e um na Pubmed. Após submissão aos critérios estabelecidos, ocorreu a 
delimitação do corpus de análise em sete artigos. Em outras palavras, no ano 
de 2017 encontrou-se dois, 2018 dois e 2020 três.
Dos documentos identificados, dois focavam revisão sistemática da lite-
ratura sobre o assunto; dois apresentavam dados comparativos; um a orienta-
ção de especialista e dois na perspectiva de coorte retrospectivo. Destes, três 
incidiam sobre a temática da dor, enquanto desconforto sentido pelos clientes 
no pós-operatório; dois eram destinados a protocolos na assistência, sendo um 
deles com ênfase na imunonutrição e o outro dirigido aos benefícios do uso 
de via clínica; dois com foco nos exercícios para melhorar a função corporal 
pós ATJ. Dentre os artigos encontrados, seis avaliaram os resultados no pós-
-operatório e um avaliou, tanto o antes, quanto o depois da ATJ. Isto posto, 
apresentamos a síntese no quadro 1 demonstrativo seguinte.
Quadro demonstrativo 1 – Síntese do corpus de análise (2017-2020)
CÓDIGO/ ANO DE 
PUBLICAÇÃO/ 
AUTORES
TÍTULO
T I P O D E 
ESTUDO
OBJETIVOS (O)/
RESULTADO (R)
A1 / 2017
GARCIA, BONILLA, 
KRAYCHETE, 
FLORES, 
VALTOLINA & 
GUERRERO
Otimizando o manejo da 
dor pós-operatória na 
América Latina
Orientação de 
especialista 
b a s e a d o n a 
literatura
O: Chamar a atenção para os problemas associados à dor 
aguda no pós-operatório (DAPO) e sugerir recomendações 
para solucioná-los na América Latina.
R: É necessário mudanças no conhecimento e 
comportamento dos profissionais de saúde e clientes. 
Além de obter um compromisso por parte dos legisladores, 
sobre a DAPO (dor aguda no pós‐operatório).
A2 / 2017 
SOUSA FILHO, 
CHISTÉ, 
ALBUQUERQUE, 
COBRA, 
BA R R E T TO & 
CAVANELLAS
Avaliação tardia dos 
pacientes submetidos à 
manipulação do joelho 
após artroplastia total
Estudo 
Retrospectivo 
Comparativo
O: Comparar o ganho de arco de movimento entre os 
clientes submetidos à manipulação antes de 12 semanas 
pós-artroplastia total do joelho (ATJ), e depois desse período.
R: A manipulação do joelho sob sedação traz melhores 
resultados funcionais de clientes com rigidez do joelho 
após ATJ, e tem bons resultados em clientes que se 
submetem a esse procedimento precocemente.
A3 / 2018
U M E H A R A & 
TANAKA
Período de intervenção 
de exercício eficaz para 
melhorar a função ou 
atividade corporal em 
pacientes com osteoartrite 
do joelho submetidos à 
artroplastia total do joelho: 
uma revisão sistemática e 
metanálise
Revisão 
s is temát ica e 
meta-análise
O: Investigar o período de intervenção do exercício 
necessário para melhorar efetivamente a função ou 
atividade corporal antes e após ATJ em clientes com 
osteoartrite de joelho (OA).
R: A prática de exercícios por um período de 8 semanas 
após alta hospitalar melhora a função corporal e atividades 
de clientes com ATJ.
A4 / 2018 SILVA, 
RAMPAZZO, 
NASCIMENTO & 
FONSECA
Desconfortos esperados 
e v ivenc iados po r 
pac ien tes no pós-
operatório imediato
Estudo quantitativo 
com abordagem 
comparativa (pré 
e pós-teste)
O: Verificar os desconfortos esperados e vivenciados por 
clientes no pós-operatório imediato.
R: Os principais desconfortos relatados pelos clientes 
foram dor, sede e fome.
continua...
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 37
CÓDIGO/ ANO DE 
PUBLICAÇÃO/ 
AUTORES
TÍTULO
T I P O D E 
ESTUDO
OBJETIVOS (O)/
RESULTADO (R)
A5 / 2020
GONÇALVES ET 
AL
Imunonutrição 
Pe r i ope ra tó r i a em 
Pa c i e n t e s i d o s o s 
submetidos à Artroplastia 
Total de quadril e joelho: 
Impacto nos resultados 
Pós-operatórios
Estudo de coorte 
observacional 
retrospectivo
O: Avaliar se a suplementação perioperatória com nutrição 
oral (ONS) com imunonutrientes pode melhorar os resultados 
pós-operatórios em cirurgias ortopédicas, como Artroplastia 
total de quadril (ATQ) primária e ATJ em clientes idosos.
R: O uso de protocolo de imunonutrição perioperatória em 
clientes idosos submetidos a ATQ primária e eletiva e ATJ, 
pode reduzir o tempo de internamento pós-operatório e 
diminuir complicações relacionadas ou não a infecção, assim 
como pode atenuar a necessidade de transfusão de sangue.
A6 / 2020
FONI ET AL
A via clínica melhora 
a prática médica na 
ar troplastia total do 
joelho
Coorte 
retrospectivo
O: Avaliar se o uso de uma via clínica para ATJ pode 
contribuir para reduzir o tempo de permanência e os custos 
de saúde em um hospital privado, sem um aumento na 
taxa de readmissão hospitalar.
R: A via clínica, com foco na reabilitação precoce, para 
clientes submetidos à ATJ, colabora para a redução do 
tempo de permanência e dos custos durante a internação.
A7 / 2020
OLIVEIRA, 
ROCHA & SILVA
D o r c r ô n i c a p ó s -
operatória: Compreender 
para intervir
Revisão 
sistemática da 
literatura
O: Elucidar os processos de cronificação da dor pós-
operatória, fatores biopsicossociais, fatores de risco, 
manejo da dor e tipos de procedimentos cirúrgicos 
associados principalmente a ela.
R: O manejo deficiente da dor aguda pós-operatória é 
o principal fator de risco para o desenvolvimento da dor 
crônica no pós-operatório (DCPO). Para prevenir a DCPO, 
é aconselhável implementar programas de treinamento 
para os profissionais da saúde de modo a melhorar suas 
habilidades e conhecimentos no que concerne o manejo 
da dor antes, durante e após procedimentos cirúrgicos.
Fonte: Autores, 2022�
Em pauta as revelações da literatura
A artroplastia total é uma cirurgia que visa reduzir a dor, melhorar a 
função e corrigir deformidades. Para tanto, além do procedimento cirúrgico 
realizado para o tratamento da artrite em estágio terminal deve também buscar 
a melhora da saúde geral do cliente, o que refletirá em sua qualidade de vida 
(GONÇALVES et al., 2020).
Raja et al. (2020) conceituam a dor como uma experiência sensitiva e 
emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma 
lesão tecidual real ou potencial.
Apesar da compreensão de seus mecanismos e de diversas abordagens 
de gerenciamento da dor disponíveis na literatura, a dor que permeia os pro-
cedimentos cirúrgicos permanece como problema no pós-operatório. A con-
dução não efetiva do controle da dor em clientes cirúrgicos está atrelada a 
continuação
38
consequências não benéficas ao cliente, como recuperação retardada, com-
prometimento da função física e da qualidade de vida, uso aumentado de 
opioides e aumento do custo do atendimento (GAN, 2017).
A dor aguda no pós-operatório (DAPO) tem movimentado especialis-
tas ao redor do mundo. Eles debruçam-se sobre o tema para dar ênfase ao 
problema, tão significativo para a prática clínica, reconhecido como o des-
conforto mais experimentado pelos clientes cirúrgicos. Para os autores se 
faz imperativo, no período pré-operatório garantir orientações profissionais 
e institucionais sobre como melhor conduzir o desconforto vivenciado pelo 
cliente cirúrgico, com vistas a uma melhor experiência do cliente (GARCIA; 
BONILLA; KRAYCHETE;FLORES; VALTOLINA; GUERRERO, 2017; 
SILVA; RAMPAZZO; NASCIMENTO; FONSECA, 2018).
Huang e Sakata (2016) afirmam que a dor inadequadamente tratada pode 
trazer consequências hemodinâmicas, metabólicas, imunológicas e hemostá-
ticas. Isto implica que, além de ser fator de risco para a cronificação da dor, 
aumenta, potencialmente, a morbidade pós-operatória.
A cronificação da dor pós-operatória é caracterizada por dor desenvolvida 
após um procedimento cirúrgico ou aumento de intensidade após ele; com 
duração de três e seis meses e representa impacto na qualidade de vida do 
cliente (OLIVEIRA; ROCHA; SILVA, 2020).
O procedimento cirúrgico de ATJ é buscado para aliviar a dor, melhorar 
a qualidade de vida, a atividade física e mobilidade, contudo, nos Estados 
Unidos, 20% dos clientes submetidos a esta cirurgia desenvolvem dor crô-
nica pós-operatória, não alcançando a finalidade cirúrgica, que busca o alívio 
da dor, e impactando negativamente a vida desses clientes (PETERSEN; 
ARENDT-NIELSEN; SIMONSEN; WILDER-SMITH; LAURSEN, 2015).
O inadequado tratamento da dor transpassa pela aceitação da dor como 
evento natural e previsível após o procedimento cirúrgico com a formação 
dos profissionais que pouco enfatiza o tema. Oliveira et al. (2020) sugerem 
que uma das medidas para melhor tratar a dor aguda no pós-operatório é que 
os profissionais ligados a assistência à saúde reconheçam a dor como quinto 
sinal vital, compreendendo-a como evitável e não natural.
Ainda que o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas aconteça 
e que protocolos surjam, o manejo da dor no pós-operatório ainda aparece 
como problema na assistência da ATJ, além deste, a rigidez de joelho repre-
senta uma complicação comum após esse procedimento. Para Bong e Cesare 
(2004) a rigidez surge quando ocorre uma contratura capsular maior ou igual 
a quinze graus, ou flexão menor que setenta e cinco graus. A situação resulta 
na limitação da rotina do cliente interferindo na qualidade de vida idealizada 
após o procedimento cirúrgico (SOUSA FILHO et al., 2017).
Sousa Filho et al. (2017) abordam essa complicação da ATJ e mostram 
que clientes do sexo feminino, com baixa amplitude de movimento prévio à 
DOR O QUINTO SINAL VITAL DO CORPO TRIDIMENSIONAL 
FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 39
cirurgia, apresentam como efeito maior probabilidade de desenvolver rigidez 
do joelho pós-ATJ. O estudo de Umehara e Tanaka (2018) realizado na pers-
pectiva da revisão sistemática e meta-análise mostrou que, o período de inter-
venção de exercício por oito ou mais semanas no pós-operatório é benéfico 
para melhorar a função corporal e atividade, dentre eles, a rigidez no joelho.
Para Lenssen et al. (2006) fisioterapia e exercícios resultam em melhorias 
na função física após ATJ em curto prazo. Outro estudo ratifica o achado e aponta 
que um dos caminhos para melhor desfecho cirúrgico é a reabilitação. Neste 
estudo essa etapa está incluída na Via Clínica aplicada ao tratamento (FONI 
et al., 2020). Estas medidas contribuem para a redução do tempo de permanência 
e dos custos durante a internação, sem aumento na taxa de readmissão.
Para efeitos desta revisão, as vias clínicas (CPW) são definidas como planos 
de cuidados multidisciplinares estruturados que detalham as etapas essenciais no 
cuidado de clientes com um problema clínico específico (ROTTER et al., 2012).
A utilização de protocolos de cuidados visa buscar melhores resultados 
no cuidar e reduzir custos nosocomiais. Isto não exclui a reabilitação precoce, 
bem como outros fatores que precisam ser considerados, tais como: educação 
do cliente, controle da dor e cuidados pré e pós-anestésicos (FONI et al., 2020).
No mesmo contexto de protocolos, Gonçalves et al. (2020) relatam a 
utilização de protocolos de imunonutrição aos clientes submetidos a cirurgias 
ortopédicas de ATJ, visando acelerar a recuperação, atuando frente as con-
sequências da cirurgia no corpo do cliente, combatendo a hiperinflamação, 
estresse oxidativo e comprometimento imunológico. Resultando em encurta-
mento do tempo de permanência no pós-operatório, redução de complicações 
infecciosas ou não, e ainda na necessidade de transfusão.
Neste sentido, algumas instituições têm dado ênfase à nutrição periope-
ratório, com foco na imunonutrição que visa reduzir complicações, abreviar o 
tempo de internação hospitalar, melhorar a satisfação do cliente, economizar 
custos e alcançar a recuperação mais acelerada (WEIMANN et al., 2017).
Todos os cuidados até aqui discutidos perpassam pelo envolvimento 
do cliente em seu cuidado. Com isso, a orientação pré-operatória, de forma 
individualizada, tem papel importante na evolução da qualidade de vida do 
cliente cirúrgico, atenuando a ansiedade e o medo, e prevenindo complicações 
no pós-operatório (SANTOS; HENCKMEIER; BENEDET, 2011). Nessa 
perspectiva, visando facilitar a orientação do cliente, muitas tecnologias edu-
cacionais vêm sendo lançadas abordando autocuidado e a educação do usuário 
(LIMA; PIAGGE; SILVA; ROBAZZI; MÉLO, 2021).
Outros cuidados presentes na prática clínica, contudo não encontrados 
nesta análise documental são abordados no manual de Diretrizes de Prevenção 
de Doenças para a Prevenção de Infecção, tais como: banho pré-operatório, uti-
lização de antibiótico profilático, realização da tricotomia no hospital e outros 
como a cessação do tabagismo por pelo menos quatro semanas e a realização 
40
dos principais exercícios pré e pós-operatórios. (ANVISA, 2017; CAVICHIO; 
POMPEO; OLLER; ROSSI, 2014) Cuidados estes também citados no Manual 
de Cirurgias Seguras da Organização Mundial de Saúde. (ANVISA, 2008).
A partir do exposto, entende-se que o envolvimento dos clientes no 
pré-operatório de ATJ, a partir da orientação realizada de forma eficaz e opor-
tuna pelos profissionais de saúde, tem potencial para melhorar a qualidade 
de vida e colaborar nos cuidados, com foco no controle da dor, exercícios, 
fisioterapia e nutrição direcionadas a esse grupo de clientes. Destaca-se a 
relevância desse estudo, considerando projeção futurística direcionada as 
artroplastias articulares protéticas aumentaram 3,8 milhões de procedimentos 
ao ano (BERRÍOS-TORRES et al., 2017).
Conclusão
Na proposta de responder à questão: O que a literatura sobre artroplastia total 
de joelho nos revela? Podemos relatar que mediante as delimitações do estudo, 
a investigação aponta que a produção intelectual é de baixa adesão à prática pro-
fissional. Por outro lado, talvez, a expectativa tenha sido maior que o encontrado, 
quando o discurso teorizante carece de aplicação direta e objetivada na prática, 
sem que com isto os achados não contribuam com cotidiano assistencial.
Os achados na investigação como: imunonutrição do cliente; controle da 
dor efetivo no pós-operatório; a utilização de vias clínicas, visando menor tempo 
de recuperação e condução mais efetiva dos cuidados e; a aplicação de exercício 
pós-operatório de modo a evitar complicações da ATJ, como a rigidez de joelho 
contribuem como prática, considerando as ressalvas nas limitações do estudo.
Discutir os cuidados empenhados aos clientes submetidos a ATJ no 
perioperatório foi o objetivo da investigação cumprido na discussão. A partir 
do dito reflexões podemos trazer à baila, dentre elas, que a prática dos cuidados 
a beira do leito precisam ser prescrutadas.
Elas podem ser para alguns simples, mas complexas quando a necessi-
dade emerge com os aspectos de necessidades básicas do ser humano. Estas 
são importantes, pois determinam ressignificações para os clientes ao terem 
que se adaptar a nova modalidade de vida, mesmo com o agravo “resolvido”, 
mas não podemos negar as limitações que passam a enfrentar para executarem 
as atividades laborais ou não no cotidiano.
Enfim, devida a complexidade do corpo e mente do ser humano, entende-
mos que por mais protocolos sejam construídos para atenderem diretrizes de 
aspectos diversos, cada pessoa é uma, singular nas suasatividades. Logo, acre-
ditamos que mais e mais documentos serão produzidos para tentarem acolher as 
demandas institucionais, mas a questão da adaptação ao pós-cirúrgico individual 
deixará lacunas voltados para cuidado no ethos para atender o ser humano.
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FÍSICO – EMOCIONAL – ESPIRITUAL: Rastreando Tecnologias de Alívio 41
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