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a GestÃo de Compras e o proCesso de 
LiCitaÇÃo no setor pÚBLiCo
Maria de Fátima N. da Silva1
Maria Balbina de Carvalho Menezes2
Administração de Planejamento e Recursos Humanos
ciências humanas e sociais
ISSN IMPRESSO 1980-1785 
ISSN ELETRÔNICO 2316-3143 
Ciências Humanas e Sociais | Aracaju | v. 3 | n.1 | p. 13-26 | Outubro 2015 | periodicos.set.edu.br
resumo
Este artigo de revisão de literatura traz informações acerca do processo de gestão 
de compras no setor público. A discussão pontua como uma função burocrática, de 
compras, passa a ter uma configuração estratégica nas organizações, tanto pública 
como privada, embora, nas instituições públicas, a Gestão de Compras ainda não 
ocorra com os requisitos requeridos para que funcione de forma eficaz. A metodolo-
gia que orientou o estudo foi uma revisão de literatura que subsidiou o desenvolvi-
mento da pesquisa bibliográfica. Também, foi feita uma visita em uma instituição pú-
blica com o objetivo de observar as ações do setor de compras da instituição e assim, 
conhecer melhor o objeto de pesquisa. É importante salientar, que o estudo refere-se 
à primeira fase do estágio supervisionado no curso de Administração. Com os dados 
coletados pode ser percebido que a empresa pública poderia utilizar formas mais efi-
cientes na utilização do sistema de gestão de compras. Dessa forma, para combater 
desperdícios e irregularidades nos gastos públicos, conclui-se que mesmo de modo 
lento a busca em aprimorar e fiscalizar o setor público tem fornecido a sociedade 
mais informação sobre a prestação de contas disponíveis no site das instituições pu-
blica por meio do canal da transparência.
paLavras-Chave
Compras. Licitação. Planejamento.
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aBstraCt
This literature review article provides information about the purchasing management 
process in the public sector. The discussion points out as a bureaucratic function, 
shopping, now has a strategic setting in organizations both public and private, while 
in public institutions, the Purchasing Management not occur with the requirements 
required to work effectively. The methodology that guided the study was a literature 
review that supported the development of bibliographic research. Also a visit to a pub-
lic institution in order to observe the actions of the institution’s purchasing department 
and thus better meet the research object was made. Importantly, the study refers to 
the first stage of phase supervised the course of Administration. With the data collect-
ed can be perceived that the company public could use more efficient ways in using 
the purchasing management system. Thus, to combat waste and irregularities in pub-
lic spending, it appears that even the slow way the search for improving and monitor-
ing the public sector has provided the company more information on accountability 
available on the website of the institutions publish through the channel transparency.
KeYWords
Purchases. Bidding. Planning.
1 introduÇÃo
No atual cenário e com a globalização, a gestão de compras exerce uma função de 
destaque, cabendo a mesma ser responsável para obter com eficiência os materiais cer-
tos, nas quantidades corretas, com entregas na data certa e com os preços mais vanta-
josos para a empresa, proporcionando o bom gerenciamento e sucesso da organização. 
Como no setor privado, as entidades públicas precisam ir ao mercado para ob-
terem produtos ou serviços essenciais ao seu funcionamento. Assim, valem os mes-
mos conceitos na questão dos sinais de demanda, operacionalização dos pedidos, 
fases de análise do pedido, verificação da necessidade do material. E para a obtenção 
de materiais ou serviços segue aos critérios de licitações e pregões eletrônicos como 
forma para adquiri-los, nesse processo se insere as licitações.
O procedimento de licitação tem como objetivo a igualdade, transparência e le-
gitimidade que devem orientar as práticas administrativas de forma a colocar a busca 
do interesse público, ou seja, do cidadão como objetivo final das ações administrati-
vas. O processo licitatório é considerado como um dos principais meios de critério da 
aplicação dos recursos públicos, que objetiva buscar a proposta mais vantajosa para 
contração, por parte do poder público.
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A gestão publica ocorre seguindo os tramites legais das licitações na aquisição 
de produto ou serviços, entretanto com falhas devido à dificulfdades de demora no 
processo. Por conta dessa situação, o processo licitatório nem sempre proporciona o 
resultado esperado, acarretando problemas como: atraso na entrega de materiais, o 
que implica em um não cumprimento de metas, etapas, e desperdicios por conta de 
aquisiçoes de má qualidade, além de custos financeiros indesejaveis, retenções ocio-
sas de capital e compras adicionais. A situação se configura como um problema na 
medida em que a prestação de serviços sofre atraso, colaboradores ociosos e falta de 
comprometimento para com a sociedade que é prejudicada por nao ter acesso em 
tempo hábil aos serviços que param. 
Ante o contexto apresentado, levanta-se o seguinte questionamento: Como é 
estruturada a gestão de compras em empresas públicas e de que forma é panejado o 
processo de licitação de material?
O objetivo geral é analisar, como o processo de compras e processo de licitação 
contribui para atrasos e a faltas de materiais no desenvolvimento de serviços no setor 
público. Em relação aos objetivos específicos foram assim definidos: Estudar como 
funciona a gestão de compras no setor público; Analisar os tipos de licitações que são 
adotadas pela empresa; Pesquisar os principais problemas enfrentados pela gestão 
de compras nas licitações; Identificar as consequências à sociedade em razão da não 
realização de tarefas ou etapa, procedimentos em decorrências da falta de matérias; 
Investigar possíveis soluções para os problemas encontrados.
Busca-se com a pesquisa ampliar o conhecimento no intuito de estimular novas pes-
quisas. A escolha do tema se deu pela necessidade de conhecer melhor os procedimentos 
e como são desenvolvidos o processo de compras e quais as melhorias que um planeja-
mento de aquisição de materiais pode beneficiar ao cidadão nas empresas públicas.
Nos procedimentos metodológicos foi realizada, em uma ampla revisão de lite-
ratura para o desenvolvimento do trabalho, a pesquisa bibliográfica, utilizada desde a 
definição do tema, pesquisa exploratória dada à natureza preliminar do trabalho cuja 
finalidade é a busca de informações, pesquisa de campo.
2 GestÃo de Compras
Com a globalização o setor de compras passou de uma função burocrática para 
desempenhar um papel estratégico nas organizações, que buscam crescimento e 
permanência no mercado. 
A atuação, durante aquele período de escassez, trouxe uma significativa atenção 
da organização para o setor. Segundo Martins (2010, p. 82), “os fatores quando, quanto 
e como comprar, passaram a ser determinantes para a continuidade das empresas no 
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mercado competitivo”. Os objetivos das compras devem estar atrelados estrategicamen-
te aos da organização, visando maior qualidade nos produtos, insumos e serviços, maior 
redução de custos, garantias de prazos mais longos e maior poder de negociação. 
Estes fatos vêm tornando o setor de compras mais dinâmico e estratégico fa-
zendo com que a empresa tenha possibilidades de assumir papéis mais acirrados na 
sociedade, devido à influência e poder que as compras têm. Ainda, segundo o autor, 
o setor de compras está também inter-relacionado com os níveis de estoque, a ele 
compete à tarefa de equilibrar a quantidade de materiais a serem comprados para queos demais departamentos da empresa encontrem-se satisfeitos continuamente.
O setor de compras é um dos grandes desafios da administração pública atual. É 
justamente a proposição das iniciativas inovadoras em gestão no intuito de aprimorar o 
papel estratégico do estado, garantindo não somente a melhoria do ambiente de negó-
cios e o desenvolvimento econômico, por meio de ferramentas tradicionais, como tam-
bém introduzindo mecanismos modernos, inovadores, que proporcionem maior partici-
pação da sociedade, transparência e celeridade no funcionamento da máquina pública.
A simplificação do processo de transferências voluntárias para estados, municí-
pios e terceiro setor, via portal dos convênios, e pelas inovações em aquisições (Com-
pras net, pregão eletrônico, cartão de pagamentos) é uma das ferramentas utilizadas. 
Na prevenção e combate à corrupção, contribuem o fortalecimento da Controlado-
ria-Geral da União (CGU) e do Portal da Transparência, ressaltando que um bom pla-
nejamento estratégico pode reduzir e muito os gastos e por conseqüências compras 
desnecessárias ou falta de materiais para realizações de serviços. Sobre a questão 
Chiavenato (2010, p. 126) registra que “o planejamento determina antecipadamente 
quais são os objetivos a serem atingidos e o que deve ser feito para alcançá-los da 
melhor maneira possível”. 
O setor de compras tem como missão de solucionar e identificar as melhores 
opções e evitar desperdícios e custos desnecessários na aquisição de produtos. Se-
gundo Viana (2012, p. 42), “sua finalidade suprir as necessidades da empresa mediante 
a aquisição de materiais e/ou serviços, emanadas das solicitações dos usuários, obje-
tivando identificar no mercado as melhores condições comerciais e técnicas”. 
A posição elevada do gestor compras/suprimentos traz uma melhora no status 
do setor e aumenta-se a chance do mesmo participar e influenciar na elaboração das 
diretrizes estratégicas e importantes decisões corporativas, trazendo-se a perspectiva 
da função de Compra para a mesa onde as decisões que definem o futuro da organi-
zação são consumadas.
A gestão de compras exerce uma função de destaque tanto no setor priva-
do como no setor público, com maior ênfase no último que trabalha com recursos 
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públicos, sendo monitorados por órgãos responsáveis e naturalmente requer maior 
atenção, uma vez que estes recursos voltarão para a sociedade em forma de serviços 
públicos prestados diretamente à comunidade pela administração, depois de definida 
a sua essencialidade e necessidade. 
Compreende-se que apesar de todos os meios adotados para que a Gestão fun-
cione de maneira regular, a gestão de compras enfrenta dificuldades para o seu bom 
funcionamento, que acaba gerando grandes prejuízos à sociedade apesar de existir 
planejamento na área de compras no setor público,
 Percebe-se que com o decorrer dos anos a gestão de compras ganhou maior 
destaque devido a sua importância não só porque reduz custos, mas que pode geren-
ciar melhor. Slack (2009, [n.p.]) diz “a gestão de materiais era originalmente vista como 
um meio de reduzir custos totais associados com a aquisição e a gestão de materiais”.
 Com a globalização, a visão das empresas na busca de inovação, percebeu-
-se a importância do setor de compras para alcançar o seu objetivo, conforme Dias 
(1993) a gestão de compras tem como alvo suprir as necessidades, de materiais 
ou serviços, planejá-las quantitativamente e satisfazê-las no momento certo com 
as quantidades corretas, verificar se recebeu efetivamente o que foi comprado e 
providenciar andamento.
Verifica-se que a gestão de compras passou a ser vista de outra maneira, a partir 
do momento que se percebe a necessidade de alinhar e integrá-la a outros setores, 
proporcionando maiores benefícios a empresa, conforme Martins (2006, p. 87): “a área 
de compras interage intensamente com todas as outras, recebendo e processando in-
formações, como também alimentando outros departamentos de informações úteis 
as suas tomadas de decisão”.
2.1 interFaCes do setor de Compras (Com as outras áreas 
da empresa - pÚBLiCa ou privada)
Os departamentos funcionais dentro de uma empresa geram informações para 
o sistema de compras, ou requerem informações do mesmo. A seguir as mais impor-
tantes na Visão de Martins (2006):
Jurídico: a relação com contratos assinados, pareceres sobre o processo de 
compras, assessoria jurídica.
Informática: Informações sobre novas tecnologias, assessoria na utilização de 
EDI, e-mail, intranets, extranets, softwares de compras, informações sobre fornecedo-
res, cópias de pedidos de compras e de contratos de fornecimento de serviços. 
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Produção: A relação entre ambos deverá ser considerada mais do ponto de 
vista do seu objetivo comum, que é contribuir efetivamente para o beneficio geral da 
empresa, necessidades de materiais ou componentes do processo produtivo 
 Engenharia: A cooperação entre compras e engenharia concentra-se princi-
palmente ao redor dos assuntos concernentes ao projeto, planejamento e especifica-
ções preliminares às verdadeiras exigências de produção.
Contabilidade: Cada compra efetuada representa um gasto, ou um com-
promisso dos fundos da empresa. Essa compra põe em ação uma série de ope-
rações de contabilidade. 
Vendas/prestação de serviços: O departamento de vendas deve manter o de 
compras informado quanto às cotas de vendas e quanto às expectativas das mesmas, 
que servem como um índice das prováveis quantias de materiais necessários. 
Planejamento e controle da produção (PCP): A relação existente entre com-
pras e o PCP é inerentemente tão estreita e tão fundamental que ambos se encon-
tram combinados em mais da metade das organizações industriais. 
Controle de Qualidade: A primeira responsabilidade das Compras para com o 
Controle de Qualidade é adquirir materiais e produtos que satisfaçam as especifica-
ções exigidas em projeto.
2.1.1 a importância da pesquisa antes das Compras
A pesquisa é o elemento essencial para a própria operação do setor de com-
pras. A busca e a averiguação estão vinculadas diretamente às atividades básicas de 
compras e de acordo com a área. Para tanto existe a necessidade de considerar al-
guns campos como: primeiro - análise econômica sobre os materiais comprados em 
função das necessidades, tendências dos preços gerais que influem nas variações 
sobre fornecedores e concorrentes; segundo - estudo dos materiais: a avaliação das 
necessidades da empresa para períodos que variam de um a dez anos, tendência em 
curto prazo e longo prazo das ofertas e demandas, tendência dos preços, melhorias 
tecnológicas, perspectivas para possíveis substitutos, desenvolvimento de padrões e 
especificações; terceiro - análise de fornecedores: a qualificações de fornecedores 
ativos e em potencial, estudo das instalações dos fornecedores, aval ação do seu de-
sempenho, análise da condição financeira.
E ainda: quarto - análise do custo e do preço: razões subjacentes ás variações 
dos preços, estudo comparativo de peças semelhantes, análise dos custos e margens 
de lucro de um fornecedor, investigações relativas a métodos alternativos de fabri-
cação e de especificações de materiais; quinto - análise das embalagens e transpor-
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tes: efeito das localizações dos fornecedores sobre os custos métodos alternativos 
de despachos, reclassificação dos artigos, introdução das melhorias nas embalagens, 
métodos melhorados de manipulação dos materiais; sexto - análise administrativa, 
controle dos formulários, simplificação do trabalho, emprego de processamento ele-
trônico de dados, preparação de relatórios.
É importantea interação do setor de compras com os demais setores da orga-
nização, porque são eles que darão as informações necessárias no intuito de ajudar 
para que o mesmo busque em cada área analisada, as melhores opções no sentido 
de conseguir os objetivos da organização com máxima eficiência e eficácia, evitando 
desperdícios, custos altos, compras desnecessárias ou falta de materiais para realiza-
ção de produtos ou Serviços.
2.1.2 planejamento de Compras
O planejamento de compras foca sua atenção no desenvolvimento de es-
tratégias que permitam melhorar a gestão da função de compras e das despesas 
da Instituição. Um dos propósitos é identificar oportunidades de melhoria nos 
processos, reduzir despesas de custeio, o tempo de análise e de tramitação de 
processos e estimular o plano estratégico que viabilize em longo prazo o plane-
jamento de compras e melhorias na sua gestão, estabelecendo metas e acompa-
nhar as ações para o alcance de resultados, definirem normas e procedimentos 
para alcançar a gestão unificada e modernizada.
O atual cenário requer das organizações um planejamento estratégico, tático e 
operacional, isto para quem busca a permanecia ou conseguir a excelência no mer-
cado. Segundo Oliveira (2010, p. 17) “o planejamento estratégico, de forma isolada, é 
insuficiente, uma vez que o estabelecimento de objetivos a longo prazo, bem como 
seu alcance”. Ou seja, ele sozinho não obterá êxito na realização de sua meta, porque 
depende dos outros planejamentos para sua realização. 
O principal objetivo do planejamento é propiciar uma visão clara do processo 
como um todo, avaliando metas e restrições em compras, produção e distribuição 
num horizonte de tempo predeterminado. O conhecimento do mercado, as eficiên-
cias dos recursos internos e externos, as atividades de vendas são fatores que deter-
minam a elaboração dos planos. Conforme Oliveira (2013, p. 14) “o planejamento é um 
processo contínuo que envolve um conjunto complexo de decisões inter-relaciona-
das que podem ser separadas de formas diferentes”. 
Percebe-se que planejar é não ficar estático e esperar o resultado, e sim bus-
car informações junto a outros setores, ser dinâmico e quando necessário agir e 
intervir para que o resultado do planejamento atinja o objetivo. Pereira (2012, p. 
123) diz que “o planejamento pode ser entendido como processo interativo que 
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se desdobra em etapas diferenciadas, e sendo o planejamento a racionalização 
do processo decisório”, será o mesmo que direcionará o caminho que a empresas 
poderão seguir em busca dos seus objetivos.
É importante o planejamento das compras na administração pública, a proposta 
de assegurar o cumprimento das atividades e projetos, face à necessidade de gerencia-
mento de recursos por serem escassos e para atender as necessidades ilimitadas, como 
na compra em equipamentos de tecnologia de informação (TI), publicações, atendi-
mento aos usuários, telefonia, material de expediente, mobiliário e em processos com-
plexas que englobam diversas atividades e caracterizam processos produtivos distintos. 
O que exige do setor atenção e controle especializados quanto à aquisição de 
materiais, bens e serviços, a produtividade máxima dos recursos aplicados para ob-
tenção de menor custo unitário com maior benefício possível; existe, também, a ne-
cessidade de padronização dos processos de compras e de especificações de bens e 
serviços para garantia da não interrupção dos processos das áreas finalísticas.
Percebe-se que, apesar de ser fundamental o planejamento de compras no se-
tor público, ainda existem problemas. Segundo Pereira (2012) devido o setor ter uma 
estrutura pesada, burocrática e centralizada não tem conseguido responder como 
organização as expectativa de demandas e desafios da modernização.
O planejamento de compras vem dar suporte as outras áreas, para contribuir 
com a organização para que suas metas e objetivos se concretizem.
O objetivo do planejamento de compras é garantir à empresa a plena satisfação de 
suas exigências de materiais e produtos, bem como máquinas, equipamentos e insumos 
necessários a sua operacionalidade, devendo todos serem negociados e adquiridos aos 
mais baixos custos, para atender aos padrões de qualidade e serviços da organização.
3 sistema de Compra por LiCitaÇÃo
De acordo com art. 23 da Lei 8.666/93 o sistema de compras por Licitação é o 
procedimento administrativo para contratação de serviços ou aquisição de produtos 
pelos governos: Federal, Estadual, Municipal ou entidades de qualquer natureza. No Bra-
sil, para licitações por entidades que façam uso da verba pública a licitação – de obras, 
serviços, compras e alienações – passou a ser uma exigência constitucional, para 
toda Administração Pública, Direta, Indireta e Fundacional (Art.37, XXI da CF).
O ordenamento brasileiro, em sua Carta Magna (art. 37, inciso XXI), determinou a 
obrigatoriedade da licitação para todas as aquisições de bens e contratações de ser-
viços e obras realizados pela Administração no exercício de suas funções.
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O mesmo é composto de diversos procedimentos que têm como meta os prin-
cípios constitucionais da legalidade, da isonomia, da impessoalidade, da moralida-
de, da publicidade e da eficiência com o intuito de proporcionar à Administração a 
aquisição, a venda ou uma prestação de serviço de forma vantajosa, ou seja, menos 
onerosa e com melhor qualidade possível.
O procedimento de licitações tem como objetivo: igualdade, transparência e 
legitimidade, deve orientar as práticas administrativas de forma a colocar a busca 
do interesse público como objetivo final das ações administrativas, ao contrário dos 
particulares, que dispõem de ampla liberdade quando pretende adquirir, alienar, locar 
bens, contratar a execução de obras ou serviços, o Poder Público, para fazê-lo, neces-
sita adotá-lo como um procedimento preliminar rigorosamente determinado e pre-
estabelecido conforme Tolosa Filho (1997, p. 13) “no procedimento licitatorio somente 
será licito realiazar o que a lei autoriza”.
O processo licitatório é considerado como um dos principais meios de critério 
da aplicação dos recursos públicos, tendo em vista que objetiva buscar a propos-
ta mais vantajosa para contração, por parte do poder público, que deve observar as 
condições de igualdade entre os concorrentes. O processo, atribuindo-lhe caracterís-
ticas, condicionantes, faixas de valor, modalidades e demais formalizações atribuídas 
pelos legisladores, como necessárias para o correto disciplinamento do processo de 
aquisição do estado. “O poder publico como regra geral deve oferecer a todos os in-
teressados que satisfaçam alguns requisitos fundamentais, a oportunidade de realizar 
negócios com a administração pública” (TOLOSA FILHO, 1997, p. 2). 
O que é bem definido no processo é o fato de a lei determinar procedimen-
tos já existentes no setor privado como: Pesquisa de Mercado; padronização para 
compatibilidade de especificações técnicas; Uso da especificação sem a indicação de 
marcas. Procedimentos adotados segundo a lei 8666/93 ao processo licitatório devem 
preceder os seguintes condicionamentos: a - Caracterização adequada do objeto; b 
- Indicação dos Recursos orçamentários para o pagamento. Fica clara a necessidade 
de especificação do recurso desejado para evitar possíveis interpretações errôneas 
acerca do recurso necessário e posteriores prejuízos na execução das ações. 
3.1 tipos de LiCitaÇÃo 
Os tipos de licitação referem-se ao modelo de decisão na escolha do vencedor 
da licitação. À exceção do concurso, cujo julgamento é o parecer de uma comissão 
de especialistas na área, conforme a lei 8.666/93 lista os seguintes tipos de licitação: 
Menor preço - vence a proposta mais vantajosa com o menor custopara a adminis-
tração pública; Melhor técnica - vence a proposta de melhor técnica, que aceitar o 
valor da proposta mais baixa dentre todas as com a técnica mínima exigida no edital 
ou carta convite; Técnica e preço - as propostas recebem uma nota que leva em con-
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ta a técnica e o preço (com pesos na composição da nota definidos no edital ou carta 
convite), vence a com melhor nota; Maior lance ou oferta - para o caso de venda de 
bens (somente em leilão ou concorrência)
Quanto às modalidades de licitação as Leis Federais nº 8.666/1993 e 10.520/2002, 
estabelecem as seguintes:
Convite: É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao 
seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número de três pela uni-
dade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento con-
vocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade 
que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação 
das propostas conforme (Lei 8.666/93, art. 22). É a modalidade mais simples, sendo 
realizada para obras e serviços de engenharia em que o valor estimado seja de até R$ 
150.000,00 (cento e cinquenta mil) e para aquisição de bens ou outros serviços até o 
valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil).
Tomada de Preços: A modalidade que se destina a interessados devidamen-
te cadastrados, sendo que este cadastramento se refere à análise prévia da situação 
da empresa, por meio da verificação de sua habilitação jurídica, de sua regularidade 
fiscal, de sua qualificação econômico-financeira, de sua qualificação técnica. Desta 
forma esta modalidade é dividida em duas fases: na primeira fase serão analisadas 
as condições para sua habilitação e na segunda o licitante fornece sua proposta de 
preço conforme (Lei 8.666/93, art. 22).
Esta modalidade é utilizada para contratações em que o valor estimado esteja 
entre R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos 
mil) para execução de obras e serviços de engenharia e entre R$ 80.000,00 (oitante mil) 
a 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil) para aquisição de materiais e outros serviços.
Concorrência: É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, 
na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto conforme (Lei 8.666/93, 
art. 22). Esta modalidade destina-se para contratações de obras e serviços de enge-
nharia em que o valor estimado esteja acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui-
nhentos mil reais) e aquisição de materiais e outros serviços em que o valor estimado 
esteja acima de 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil). 
Esta modalidade, também, é utilizada, independente do valor estimado, para a 
compra ou alienação de bens imóveis, para as concessões de direito real de uso, de 
serviços ou de obras públicas, para as contratações de parcerias público-privadas, 
para as licitações internacionais, para os registros de preços e para as contratações em 
que seja adotado o regime de empreitada integral.
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Embora a Lei nº 8.666/93 defina os valores mínimos para a concorrência esta 
modalidade é cabível para qualquer valor de contratação, sendo utilizada quando o 
objeto a ser licitado é complexo, necessitando de uma análise ainda mais criteriosa 
do administrador. Para participar desta modalidade o fornecedor não necessita de um 
cadastro prévio, bastando que este atenda às exigências do Edital.
Leilão: É utilizada, predominantemente, para a venda de bens móveis inser-
víveis ou venda de bens semoventes, podendo participar quaisquer interessados. O 
processamento do leilão dar-se-á pelo comparecimento dos interessados em local e 
hora determinados em edital, para apresentarem seus lances ou ofertas, os quais não 
poderão ser inferiores ao valor de referência estipulado pela Administração conforme 
(Lei 8.666/93, art. 22). 
O leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda 
de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreen-
didos ou penhorados, ou ainda para a alienação de bens imóveis cuja aquisição haja 
derivado de procedimento judicial ou de dação em pagamento.
Pode-se verificar a ocorrência de dois tipos de leilão, que são o comum e o 
administrativo. O leilão comum, que é privativo do leiloeiro oficial, é regido pela legis-
lação federal pertinente, podendo a Administração estabelecer as condições específi-
cas. Já o leilão administrativo é feito por servidor público.
Concurso: Esta modalidade é destinada quando a Administração tem interesse 
em selecionar trabalho técnico, científico, projeto arquitetônico ou artístico, ou seja, 
para trabalhos que exijam determinadas capacidades personalíssimas. Qualquer in-
teressado poderá participar da licitação, devendo somente atender as exigências do 
Edital, conforme a Lei 8.666/93, art. 22.
Pregão: É a modalidade de licitação utilizada para fornecimento de bens e ser-
viços e serviços comuns aplicáveis a qualquer valor estimado de contratação, sendo a 
modalidade alternativa ao convite, tomada de preços e concorrência, é a mais utiliza-
da atualmente. Diferente do que ocorre em outras modalidades, no pregão as propos-
tas e os lances realizados pelos fornecedores antecedem a análise da documentação, 
sendo desta forma um procedimento mais célere conforme (art. 1 da Lei 10.520/02).
Há duas formas de realização de pregão, o pregão presencial em que é mar-
cada uma data para que os fornecedores apresentem suas propostas e sucessiva-
mente dêem seus lances verbais e o pregão eletrônico que é realizado por meio 
do site www.comprasnet.gov.br.
Para participar desta modalidade de licitação o fornecedor deverá estar com a ha-
bilitação atualizada no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF).
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4 ConsideraÇÕes Finais
Percebe-se que apesar de boa fundamentação e clareza das leis da licitação, o 
setor público está estruturado em um sistema burocrático que dificulta a agilidade 
no processo de compras, bem como em outros setores. Outra variável inerente, os 
objetivos da igualdade, impessoalidade que muitas vezes são violados no decorrer do 
processo. No entanto isso já é visualizado como um problema de modo que, mes-
mo de forma embrionária já desperta a atenção dos órgãos fiscalizadores e mostra a 
sociedade, além de todo cidadão ter acesso aos gastos públicos no site dos órgãos 
públicos por meio do canal da transparência.
reFerenCias 
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26 | Cadernos de Graduação
1. Acadêmica do Curso de Administração (8º período) da Universidade Tiradentes (UNIT) – Campus 
Farolândia. Aracaju-SE. E-mail: fatimasamara98@gmail.com
2. Mestre em Administração de Planejamento e Recursos Humanos pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB); 
Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Especialista em Serviço Social pela 
Universidade Tiradentes (UNIT). Professora da Universidade Tiradentes – UNIT, nas modalidades presencial na 
área de Gestão de Pessoas e a distância, com a disciplina Metodologia Científica. Possui experiência em vídeo 
aula e tecnologias digitais. Atua na Pós-graduação Lato Sensu em cursos de Especialização. Facilitadora de 
treinamento e desenvolvimento de pessoas nas modalidades da Gestão do Conhecimento e das Competências 
para instituições públicas e privadas. E-mail: Mariabcarvalho@hotmail.com
Data do recebimento: 27 de janeiro de 2015
Data da avaliação: 16 de julho de 2015
Data de aceite: 11 de agosto de 2015

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