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© UNIP 2020 all rights reserved Universidade Paulista DISCIPLINA: Obras de Terra Aulas: 09 e 10 Curso de Engenharia Civil SÉRIE: 9 ° /e 10° Semestre Prof Marcus dos Reis © UNIP 2020 all rights reserved Aula ao vivo com atividades OT 20h45 as 22h00 © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO Todas as obras de engenharia que requerem escavações ou contenção sofrem esforços. Esforços estes devido ao peso próprio do maciço de terra, nível de água e até mesmo as sobrecargas geradas por alguns tipos de elementos construtivos. © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO A somatória destas cargas são classificadas como sendo os empuxos, portanto este tipo de carregamento é um grande problema da engenharia geotécnica e deve ser previsto durante a fase de projeto. © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO Para melhor entendimento, podem-se dividir os empuxos em três partes principais, sendo: 1) Empuxo de terra (peso próprio do solo) gerado pela ação produzida pelo maciço terroso sobre as obras com ele em contato; 2) Empuxo devido a sobrecargas externas ao solo, podendo ser acidentais ou permanentes (tais como: edifícios, piso estrutural, equipamentos, rodovias, trafego de veículos, estocagem de materiais, obras provisórias, estradas, pontes, estabilização de encostas, fundações, canalizações, saneamento, metrôs entre outras obras que requerem a contenção do terreno). Importantes as considerações de sobrecargas especiais de elementos próximo ao talude, vala ou muro. 3) Empuxo devido à água, pressões hidrostáticas geradas pelas condicionantes hidrogeológicas da região, das permeabilidades das várias camadas de solo. Podemos afirmar que a influência da água é marcante na estabilidade de uma estrutura de arrimo, basta dizer que o acúmulo de água por deficiência de drenagem gera esforços que devem ser aliviados pelos sistemas de drenagem. © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO Cabe ressaltar que dentre as atividades de projeto propriamente ditas, devem ser realizadas análises preliminarmente, destacando os seguintes pontos: Perfil geológico-geotécnico; Investigação do subsolo. Comportamento provável do solo, tendo em vista sua formação geológica e suas características de resistência e deformabilidade, devido à obra em questão. Efeito da água, o nível de deformações e tensões. Destaca-se que é importante mapear o entorno a obra para verificar a existência de adutoras (com ou sem rompimento). © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO Na Figura, pode-se observar o coeficiente de empuxo lateral e deslocamento de modelo de muros, baseado nos resultados clássicos de Terzaghi (1934) de ensaios em modelos de muros de arrimo em areia. Figura: Coeficiente de empuxo lateral e deslocamento de modelo de muro (Terzaghi, 1934). © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO Para o dimensionamento de uma obra geotécnica, o valor do empuxo de terra, assim como a distribuição das tensões ao longo da altura do elemento de contenção, podem ser calculados por três métodos (clássicos, modernos e empíricos), tendo como base algumas limitações e critérios de escolha dos métodos de cálculo dos empuxos de solo sobre as estruturas de contenção. Os três grupos básicos de métodos com características bem distintas, são eles: VISÃO GERAL REFERENTE AO EMPUXO PARA O DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO Métodos clássicos (Rankine, Coulomb etc.), Métodos modernos, Métodos empíricos, © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO B) Métodos modernos, ou métodos numéricos, que surgiram com o aparecimento dos computadores e continuam a ser desenvolvidos, permitindo levar em conta características de deformabilidade dos maciços e das contenções, dando origem a cálculos de interação entre maciço e estrutura, como o "método dos elementos finitos" e os baseados no conceito de "módulos de reação“. C) Métodos empíricos, que se valem de medições feitas em modelos, entre os quais cabe referir-se ao que foi publicado por Reimbert, M. & A. (1969), para materiais pulverulentos (não coesivos), além de modelos ensaiados em centrífugas. A) Métodos clássicos (Rankine, Coulomb etc.), cujas teorias permitem o cálculo de empuxos ativos e passivos com base apenas em parâmetros geotécnicos simples. Essa simplicidade faz com que esses métodos continuem a ser empregados, sobretudo para projeto de obras de pequeno e médio porte, como para anteprojeto de obras com maior vulto. © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO Processos clássicos para determinação dos esforços Serão abordados apenas os processos clássicos de determinação dos esforços sendo os empuxos baseados nas teorias da Elasticidade, Rankine e Coulomb, sendo que os empuxos (repouso, ativo e passivo) e coeficientes de empuxos (repouso, ativo e passivo) são representados a seguir: Empuxos nas condições de repouso (E0), passiva (Ep) e ativa (Ea); Coeficientes de empuxos em repouso (K0), passivo (Kp) e ativo (Ka). © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO no ponto “A” em uma determinada profundidade Z ,, 𝑍 = ℎ = 𝑍 = h = profundidade até ponto A ; 𝜎 , = 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 ; 𝛾 = 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜 𝟎 𝒗 A pressão efetiva lateral que o solo exerce na profundidade h será dada pela expressão abaixo, sendo as tensões vertical (v) e horizontal (h) valores de tensões efetivas, e não de tensões totais. © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO Comportamento das tensões horizontais em uma determinada profundidade © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO A Figura ilustra o diagrama de pressões horizontais em função da tensão, cuja área implica na resultante dos esforços para hipótese considerada sem pressão neutra. (A) representa o diagrama de pressões horizontais em repouso em função da tensão efetiva no solo sem pressão (B) ilustra o diagrama de pressões horizontais em função da tensão efetiva, cuja área implica nas resultantes dos esforços para a hipótese considerada com pressão neutra. © UNIP 2020 all rights reserved CONTENÇÃO DE MACIÇOS - EMPUXO Variações no tipo de empuxo em função do deslocamento da parede solo © UNIP 2020 all rights reserved Estado de tensões (ativo, repouso e passivo). Variação do estado de tensões para solo sem coesão, com a envoltória de ruptura partindo da origem e ao traçarmos o círculo de Mohr-Coulomb, podemos observar os três estados de tensões (ativo, repouso e passivo) para um determinado tipos de solos. 𝜎 k . γZ𝜎 é dado por k . γZ. σ = γ. Z σ = γ. Z © UNIP 2020 all rights reserved EMPUXO ATIVO NA ESTRUTURA QUE SE DESLOCA PARA FORA DO MACIÇO DE TERRA Estado de empuxo ativo afasta o solo O maciço de solo sofre ação de afastamento do plano interno da estrutura de contenção © UNIP 2020 all rights reserved EMPUXO PASSIVO NA ESTRUTURA SE DESLOCA CONTRA O MACIÇO DE TERRA O macio de solo tende a ser comprimido pela estrutura, gerando ao longo do plano de ruptura, uma reação ao “arrastamento” Estado de empuxo passivo comprime o solo © UNIP 2020 all rights reserved Para os cálculos/determinações dos Empuxos Para determinamos a resultante do empuxo que atua nestes casos, o procedimento será similar ao demonstrado, alterando apenas o coeficiente de empuxo, ativo ou passivo, conforme iremos observar nas equações apresentadas a seguir: Para empuxo ativo: Para empuxo passivo: Coeficientes de pressão ativa da terra (Ka) e pressão passiva da terra (Kp). k = ∅ ∅ k = 1 + sen ∅ 1 − sen ∅ © UNIP 2020 all rights reserved Empuxo ativo: Empuxo passivo TEORIAS DE RANKINE (1857) © UNIP 2020 all rights reserved 20 Fala pessoal!! Quais dúvidas ou comentários? © UNIP 2020 all rights reserved De acordo com Caputo e Caputo, 2017, a teoria de Rankine constitui a base de um método que permite determinaras pressões sobre uma determinada estrutura de suporte rígida quando está em contato com um maciço em estado de equilíbrio limite. Foi originalmente desenvolvida pelo autor em 1857, com algumas observações diferentes da teoria de Coulomb (1776). Os processos clássicos utilizados para a determinação dos empuxos de terra utilizam-se dos métodos de equilíbrio limite. Nestes métodos admite-se que a cunha de solo situada em contato com a estrutura de suporte esteja num dos possíveis estados de plastificação, ativo ou passivo. Ele considera a totalidade da massa de solo em estado de equilíbrio plástico. Esta cunha tenta deslocar-se da parte fixa do maciço e sobre ela são aplicadas as análises de equilíbrio dos corpos rígidos (indeformável). A análise de Rankine se apoia nas equações de equilíbrio interno do maciço. TEORIAS DE RANKINE (1857) © UNIP 2020 all rights reserved Rankine, no desenvolvimento de sua teoria, impõe algumas condições iniciais pressupostas como fundamentais para os primeiros passos da análise da resistência ao cisalhamento das massas de solos. TEORIAS DE RANKINE (1857) Empuxo ativo: Estado de tensões e plano de ruptura. - Cunha acompanha o movimento do deslocamento do muro, afastando-a no sentido horizontal, devido (maior) = . - Resist. ao cisalhamento desenvolvida ao longo do plano de ruptura reduz a ação de movimento. © UNIP 2020 all rights reserved Para a condição de c = 0 (coesão nula), 𝟑 𝒉 e , temos: Empuxo ativo , Portanto ou ou sendo para a coesão =0, temos , logo © UNIP 2020 all rights reserved Condição do empuxo passivo, conforme podemos observar na Figura. Empuxo passivo: Estado de tensões e plano de ruptura Cunha acompanha o movimento do muro, vencendo o seu peso e a resistência interna ao cisalhamento, afastando-a no sentido vertical para cima, devido (menor)= . Resistência ao cisalhamento desenvolvida ao longo do plano de ruptura soma-se ao peso da cunha agindo sobre o parâmetro vertical, a maior possível. (maior) = . © UNIP 2020 all rights reserved Para condição passiva, temos: e Empuxo passivo: Substituindo na equação acima, tem-se: Portanto, Em função das expressões obtidas, temos: © UNIP 2020 all rights reserved No caso de haver sobrecarga no terrapleno: Diagrama de tensões considerando uma sobrecarga no terrapleno © UNIP 2020 all rights reserved No caso de haver sobrecarga no terrapleno: Sendo q = .h0 Sendo: 𝟎 Altura equivalente de solo = O diagrama de tensões verticais terá uma pressão inicial devido à altura equivalente de terra (ho), para a condição ativa, a saber: Isto é, corresponde ao produto do coeficiente de empuxo ativo pela tensão vertical atuante daquela “cota” (tensão horizontal função da tensão vertical). © UNIP 2020 all rights reserved NO CASO DE CONSIDERAR O SOLO TAMBÉM COESIVO: No caso de se considerar a ocorrência de fração fina (argilosa) no solo, o que implica em também considerar a coesão “C” no cálculo, a equação analítica da ruptura permanece completa, ou seja: . No caso ativo: O valor de ` será: Ou ainda: Logo: Portanto: . . . © UNIP 2020 all rights reserved – Diagrama de tensões (ativo) considerando o solo coesivo e aspecto de fendas de tração que tendem a ocorrer nos solos. © UNIP 2020 all rights reserved – Diagrama de tensões (ativo) considerando o solo coesivo e aspecto de fendas de tração que tendem a ocorrer nos solos. © UNIP 2020 all rights reserved Na equação a seguir, podemos observar a equação do empuxo ativo na consideração de resultante de empuxo, temos: 𝐸 = 𝜎 . 𝑑𝑧 = 1 2 𝛾𝑍 , 𝑡𝑔 45 − 𝜑 2 − 2𝐶ℎ. 𝑡𝑔 45 − 𝜑 2 → Sendo a profundidade ℎ : 𝛾ℎ 𝑡𝑔 45 − = 2𝐶ℎ. 𝑡𝑔 45 − → ℎ = ℎ𝑐𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜 = . . 𝑡𝑔 45 + = 2. 𝑍 Logo, podemos afirmar que a altura crítica para o empuxo ativo sobre a parede AB apresentado na Figura anterior se anula. Nota-se que para esta altura, o macio se mantém estável sem alteração mesmo não tendo nenhuma contenção. Partindo do princípio, no caso da tensão horizontal, uma profundidade onde o empuxo ativo se anula. Nesse caso, a condição para que se anule é: Portanto as argilas moles, com 𝜑 = 0 , esses valores são descritos a seguir: 𝐸 = 1 2 𝛾ℎ − 2𝑐ℎ 𝑒 ℎ = 4𝑐 𝛾 © UNIP 2020 all rights reserved Para os solos coesivos, deve-se considerar a resultante de empuxo (Ea) como a tensão correspondente a representada pela área do triângulo inferior © UNIP 2020 all rights reserved Para o caso passivo, não implica apenas em substituir o coeficiente, como se vê: No caso passivo:𝜎 = 𝜎 . 𝑁 + 2. 𝐶. 𝑁 O valor de 𝜎 será:𝜎 = 𝐾 . 𝜎 +2. 𝐶. 𝑘 O diagrama de tensões corresponde ao ilustrado na Figura 6.17, em que se pode observar que a parcela da coesão 𝐸" é somada, e não subtraída à primeira parcela 𝐸 . Resultante de empuxo passivo considerando o solo coesivo © UNIP 2020 all rights reserved NO CASO DE HAVER MAIS DE UMA CAMADA Para o perfil do subsolo com mudança das camadas de solos, devemos calcular o comportamento das tensões desenvolvidas em cada camada individualmente, gerando assim uma descontinuidade no gráfico, por haver alteração do coeficiente K uma vez que , , e se , , Diagrama de tensões considerando ocorrência de várias camadas (Ex. φ2>φ1). © UNIP 2020 all rights reserved Assim, a camada 1 atuará como sobrecarga: Em relação ao solo da camada 2 atuará como sobrecarga: . . © UNIP 2020 all rights reserved Camada de solo com nível de água (NA) o lençol freático estiver a uma profundidade ztendo uma altura de 3,5m, para conter um solo arenoso. A figura a seguir representa as características técnicas do muro além do parâmetros geológico geotécnico do solo que estará encostado no muro. Cabe ressaltar que como sobrecarga devemos considerar “carga de multidão” distribuída sobre o terrapleno, estimar em 50%, por motivo de segurança. Pede-se calcular o parâmetros, considerando teoria de Rankine: a) Determinação do diagrama de tensões de empuxo e os respectivos resultados; b) Determinação do empuxo resultante (E); c) Determinação do ponto de aplicação da resultante de empuxo (d) e Exercício de aplicação 01 d) Considerando o conceito de “momento de tombamento” 𝑀 = 𝐸 . 𝑑 sendo “d” o “braço de alavanca” considerando a distância na vertical do ponto de aplicação da resultante em relação ao ponto “A” de “rotação” do muro, de acordo com a representação do muro fornecida. © UNIP 2020 all rights reserved a) Diagrama de tensão horizontal (caso é de empuxo ativo) Solução: Resolução do exercício © UNIP 2020 all rights reserved Resolução do exercício Sobrecarga de multidão. Considerado 6 pessoas/m2.1,5, temos: Obs.: Com majoração de 50% equivale a 6 pessoas de 80 kgf/m2 Tensões no topo e na base do muro: © UNIP 2020 all rights reserved Resolução do exercício Representação do diagrama de tensões de empuxo (a) e ilustração por meio de um croqui das resultantes de empuxo (b): b) representação dos resultados do empuxo corresponde ao diagrama de distribuição de pressão ao longo da profundidade 𝐸 = 𝐸 + 𝐸 𝐸 = 𝑏 . ℎ + . 𝐸 = 2,52 . 3,5 + , . , 𝐸 = 8,82 + 39,655 = 48,47 𝑘𝑁/𝑚 c) Determinação e representação do local de aplicação do empuxo final (d=?) 𝐸. 𝑑 = 𝐸 . 𝑑 + 𝐸 . 𝑑 (𝑚) © UNIP 2020 all rights reserved Resolução do exercício d) Determinação do momento de tombamento da terra em relação ao muro, dado a equação do momento © UNIP 2020 all rights reserved 49 Fala pessoal!! Quais dúvidas ou comentários? Atendimento de Dúvidas Chat © UNIP 2020 all rights reserved 50 Fim da aula © UNIP 2020 all rights reserved ATÉ A PRÓXIMA!