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CAMILA KAORY DA SILVA (202100780587) THAIANE DE LUNA ALELUIA (202100780372) ATIVIDADE PRÁTICA 10 DETERMINAÇÃO DE POTÁSSIO E SÓDIO POR FOTOMETRIA DE CHAMA. Relatório apresentado à disciplina de Métodos Espectroanalíticos do Departamento de Química do Centro de Ciência Exatas da Universidade Estadual de Londrina. 2QUI158; Turma 1011. Docente: Dra. Marcela Corazza. Londrina 2024 1 1.INTRODUÇÃO A fotometria de chama é uma técnica analítica amplamente utilizada para a determinação qualitativa e quantitativa de metais alcalinos, como sódio (Na) e potássio (K). Desenvolvida inicialmente por Sir Alan J. L. R. Bunsen e Robert W. H. Kirchhoff no século XIX, esta técnica se baseia na emissão de luz gerada quando os íons metálicos são excitados a altas temperaturas em uma chama. A simplicidade e a eficiência da fotometria de chama a tornaram uma ferramenta essencial em diversas áreas da química analítica, permitindo a análise rápida e precisa de amostras em laboratórios e ambientes industriais[1,2]. O sódio e o potássio são elementos essenciais para funções fisiológicas vitais, como a regulação do volume sanguíneo e a transmissão de impulsos nervosos, e sua determinação em amostras biológicas é crucial para monitorar a saúde. A combinação desses elementos é fundamental na formulação de soro fisiológico, que é uma solução de cloreto de sódio (NaCl) e, às vezes, cloreto de potássio (KCl) em água estéril. Com uma concentração de 0,9% de NaCl, semelhante à do plasma sanguíneo, o soro fisiológico é amplamente utilizado para reidratação, administração de medicamentos intravenosos e lavagem de feridas, proporcionando um ambiente estéril e compatível com o fluido corporal. A administração desse soro é vital para manter a homeostase, corrigir desequilíbrios eletrolíticos e promover a recuperação dos pacientes, destacando sua importância na prática médica para a manutenção da saúde e tratamento de doenças[3,4]. A fotometria de chama utiliza a emissão de luz caracterizada pelos elementos quando são vaporizados e excitados em uma chama, geralmente utilizando gás combustível e um comburente, como acetileno e oxigênio. A luz emitida pelos íons excitados é então analisada através de filtros específicos ou redes de difração para medir a intensidade da emissão, que é diretamente proporcional à concentração do elemento presente na amostra. Este método é altamente sensível e específico, permitindo a detecção de concentrações de sódio e potássio em níveis muito baixos[5]. 2 Um dos principais avanços na fotometria de chama foi a introdução de aparelhos de alta performance que permitem uma análise mais rápida e precisa, além de uma melhor resolução espectral. A tecnologia moderna incorporou melhorias significativas no design dos queimadores e detectores, permitindo uma maior estabilidade e reprodutibilidade dos resultados. Esses avanços têm sido fundamentais para a aplicação da fotometria de chama em áreas como a análise de alimentos, água e solo, onde a determinação exata de sódio e potássio é crucial[5]. A precisão e a exatidão dos resultados obtidos por fotometria de chama dependem de vários fatores, incluindo a preparação adequada da amostra, as condições de operação da chama e a calibração do instrumento. Erros podem ocorrer devido a interferências de outros elementos presentes na amostra ou variações na intensidade da chama. Para mitigar esses problemas, métodos como a adição de padrão podem ser empregados. A adição de padrão envolve a incorporação de uma quantidade conhecida de um padrão externo à amostra, permitindo a calibração precisa do sistema e o ajuste da resposta do detector. Esse método assegura que os resultados sejam ajustados e comparáveis, mesmo na presença de interferências[6,7]. Além de suas aplicações práticas, a fotometria de chama continua a ser objeto de pesquisa e desenvolvimento. Estudos recentes têm explorado novos métodos de aprimoramento da técnica, como o uso de novas fontes de excitação e técnicas de correção para interferências espectrais. A constante evolução desta metodologia destaca sua importância contínua na análise de sódio e potássio e sua relevância em várias disciplinas científicas e industriais. Assim, a fotometria de chama permanece uma ferramenta indispensável para a análise elementar precisa e confiável. 3 2. OBJETIVO Determinar a concentração de íons potássio e sódio em uma amostra de soro de reidratação oral pela técnica de fotometria de chama. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS: ● Fotômetro de chama- Micronal B462; ● Balança analitica; ● Pipetas volumétricas e graduadas; ● Pipetas de pasteur; ● Balões volumétricos de vidro 50 mL; ● Balão volumétrico de vidro 100 mL; ● Béqueres de 100 mL; ● Água destilada; ● Soro sólido- hidraplex; ● Solução estoque de potássio 50 mg L-1; ● Solução estoque de sódio 50 mg L-1. 3.2PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: A partir de uma solução estoque de potássio de 50 mg L-1 foram separados balões volumétricos de 50 mL e numerados de 1 a 6 sendo estes os padrões, pipetando os volumes calculados a partir da Equação 1 equivalente a cada concentração de 1,0; 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 e 10,0 mg L-1 da solução estoque de potássio, completados com a água destilada até a marcação do menisco. O mesmo foi realizado para o sódio, a partir de uma solução estoque de sódio de 50 mg L-1, os padrões numerados de 1 à 4 foram preparados e obteve-se concentrações de 2,0; 4,0; 6,0 e 8,0 mg L-1. Como foi utilizada uma curva de adição de padrão foram realizadas as adições de 0; 1; 2 e 3 mg L-1 na amostra. 4 No preparo da amostra, soro de reidratação, foi pesado 0,1002 g e transferida para um balão volumétrico de 100,0 mL, a partir desta foi feita a diluição de 10 vezes, para um balão volumétrico de 50,0 mL. Foi transferido 5,0 mL da amostra preparada no balão de 100,0 mL para o balão de 50,0 mL e completado com água destilada até a aferição do menisco. Foi feita a calibração do equipamento com água destilada. Em seguida foi realizada a leitura dos padrões e amostra, cada leitura o capilar do equipamento foi mergulhado em água destilada e acertado o “zero”. 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO Para se obter os volumes a serem pipetado em cada balão de padrão a partir das soluções estoque foi realizado os cálculos, como exemplificado no padrão 1 a partir da Equação 1, obteve-se os valores de 1,0; 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 e 10,0 mL para potássio, e 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 mL para o sódio. [equação 1]𝐶 1 . 𝑉 1 = 𝐶 2 . 𝑉 2 Para cada um dos balões com as soluções padrões de potássio e de sódio, foram realizadas as leituras no fotômetro de chama separadamente, e por fim a leitura da amostra, apresentando os valores de sinais obtidos na Tabela 1 e 2. Tabela 1: Sinais obtidos das leituras de potássio. Soluções Leitura 1 0,3 2 0,6 3 1,1 4 1,8 5 2,3 6 3,0 Amostra 0,8 Fonte: Autores (2024). 5 A partir das leituras dos padrões Tabela 1 foi realizada a curva analítica Figura 1. Figura 1: Gráfico da intensidade de K pela concentração de K (ppm). Fonte: Autores (2024). Através da curva analítica Figura 1 foi possível calcular a concentração de potássio na amostra, a intensidade de potássio obtido na leitura da amostra foi equivalente a 0,8, a partir da equação da reta Equação 2 obteve-se a concentração exata. [equação 2]𝑦 = 𝑏𝑥 + 𝑎 Onde Y é intensidade de potássio na amostra, b é coeficiente angular, a coeficiente linear e x a concentração, obteve-se 2,755 mg L-1 de potássio na amostra. Como Inicialmente foi realizada uma diluição na solução estoque da amostra, o fator de diluição foi de 10 vezes, multiplicado pela concentração da amostra obteve-se 27,5 mg L-1. 6 Para o sódio foram realizadas as leituras dos padrões Tabela 2, porém a curva de calibração externa, apresentou interferência de matriz devido a composição da amostra afetar o sinal analítico, foi então realizada uma curva com adição de padrão na amostra com 0; 1,0; 2,0 e 3,0 mg L-1 , presentes na Figura2. Tabela 2: Sinais obtidos das leituras de sódio, curva de calibração externa (C.C.E.)e curva com adição de padrão (C.A.P.). Soluções C.C.E (mg L-1) Leitura C.C.E. (u.a) Soluções C.A.P. (mg L-1) Leitura C.A.P. (u.a) 2 0,6 0 2,1 4 2,0 1 2,8 6 3,0 2 3,4 8 6,6 3 4,0 Fonte: Autores (2024). A partir das leituras dos padrões Tabela 2 foi realizada a curva analítica Figura 2. Figura 2: Gráfico da intensidade de Na pela concentração de Na (ppm). 7 Fonte: Autores (2024). Através da curva de adição de padrão Figura 2 foi possível calcular a concentração de sódio na amostra, a intensidade de sódio obtido na leitura da amostra foi equivalente a 0,8, a partir da equação da reta Equação 2 obteve-se a concentração exata, considerando que y é equivalente a zero, a concentração foi calculada em módulo. [equação 2]𝑦 = 𝑏𝑥 + 𝑎 0 = 𝑏𝑥 + 𝑎 𝑥 = − 𝑏 𝑎 || || = 3, 38 𝑚𝑔 𝐿−1 Como Inicialmente foi realizada uma diluição na solução estoque da amostra, o fator de diluição foi de 10 vezes, multiplicado pela concentração da amostra obteve-se 33,8 mg L-1. Estabelecido na embalagem do soro sólido- hidraplex que em 27,9 g, está presente 1,5 g de cloreto de potássio (KCl) e 3,5 g de cloreto de sódio (NaCl), foram então realizados os cálculos para determinação do valor teórico, de e𝐾+ 𝑁𝑎+ presentes na amostra. 1 𝑚𝑜𝑙 𝐾𝐶𝑙 1 𝑚𝑜𝑙 𝐾+ = 39,098 𝑔 𝑑𝑒 𝐾 + 74, 55 𝑔 𝑑𝑒 𝐾𝐶𝑙 = 1,5 𝑔 𝑑𝑒 𝐾𝐶𝑙 𝑋 = 0, 79 𝑔 𝑑𝑒 𝐾+ 1 𝑚𝑜𝑙 𝑁𝑎𝐶𝑙 1 𝑚𝑜𝑙 𝑁𝑎+ = 22,99 𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎+ 58,44 𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝐶𝑙 = 3,5 𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝐶𝑙 𝑋 = 1, 38 𝑔 𝑑𝑒 𝑁𝑎+ Então em uma embalagem de soro, tem-se 0,79 g de íons potássio e 1,38 g de íons sódio. Em 1 g L-1 de amostra obteve-se experimentalmente 0,768 g de potássio e 0,94 g de sódio, próximos aos valores teóricos calculados. 8 5.CONCLUSÃO Em conclusão, a fotometria de chama, através da sua aplicação na determinação de sódio e potássio, é uma técnica que contribui significativamente para a análise precisa e confiável desses elementos essenciais. A realização deste experimento é crucial não apenas para aprimorar a compreensão da técnica, mas também para assegurar que suas aplicações práticas em áreas críticas sejam realizadas com a maior precisão possível. A importância da fotometria de chama transcende o laboratório, impactando diretamente a qualidade de produtos, a segurança ambiental e a eficácia dos cuidados de saúde. 9 6.REFERÊNCIAS [1] - Skoog, D. A., West, D. M., Holler, F. J., & Crouch, S. R. (2014). Fundamentals of Analytical Chemistry (9th ed.). Cengage Learning. [2]- Miller, J. N., & Miller, J. C. (2018). Statistics and Chemometrics for Analytical Chemistry (7th ed.). Pearson. [3]- American Society of Health-System Pharmacists (2017). AHFS Drug Information. Lexicomp. [4]- Borges, M. T., & Carrilho, E. (2007). Principles of Clinical Chemistry (5th ed.). Elsevier. [5]- Burns, D. A., & Ciurczak, E. W. (2007). Handbook of Near-Infrared Analysis (3rd ed.). CRC Press. [6]- Eaton, A. D., Clesceri, L. S., Greenberg, A. E., & Franson, M. A. H. (2005). Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (21st ed.). American Public Health Association. [7]- Crouch, S. R., & Skoog, D. A. (2007). Advanced Instrumental Analysis. Wiley.