Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Conceitos e definições da poluição
ambiental
Os conceitos e definições da poluição ambiental, seus impactos para o meio ambiente e as formas para
seu monitoramento e controle.
Prof. Ronaldo Granha
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender os principais conceitos sobre a poluição ambiental, debatendo as suas causas e consequências
para as empresas, para o meio ambiente e para a sociedade em geral, bem como entender a importância do
controle da poluição ambiental para a garantia da sustentabilidade corporativa.
Preparação
Pesquisas prévias sobre os efeitos da poluição ambiental, danos ecológicos e a participação das empresas,
dos governos e da sociedade no seu monitoramento e controle.
Objetivos
Reconhecer o desenvolvimento histórico da poluição ambiental.
Descrever os principais impactos ocasionados pelos diferentes tipos de poluição.
Reconhecer a importância do controle da poluição ambiental.
Introdução
Para iniciarmos, confira neste vídeo os principais conceitos e aspectos sobre o estudo da poluição ambiental.
Vamos lá!
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
• 
• 
• 
1. Desenvolvimento histórico da poluição ambiental
Vamos começar!
O que é a poluição ambiental e como ela afeta as nossas vidas
Neste vídeo, são abordados os principais conceitos e aspectos que devem ser observados durante a leitura
deste módulo. Confira!
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Entendendo o que é a poluição
Vivemos hoje num mundo fortemente industrializado. Há robôs em fábricas e escritórios, trabalhadores
manipulam grandes bases de dados presencial ou remotamente, e decisões podem ser tomadas por
softwares de inteligência artificial. Estamos na chamada Quarta Revolução Industrial, que resulta diretamente
do evento que caracterizou a Terceira Revolução Industrial. Veja mais a seguir:
Meados do século XVIII
Primeira Revolução Industrial
Ocorrida em meados do século XVIII, foi a revolução que realmente transformou o mundo, criando as
bases para o processo de industrialização que vivemos até hoje e estabelecendo uma nova realidade
empresarial, na qual o capital e as pessoas migraram do campo para as cidades e as indústrias se
instalavam em torno destas.
Início do século XX
Segunda Revolução Industrial
Foi caracterizada pela chamada administração cientifica que enfocou a análise e a otimização de
recursos alocados à produção industrial, com o objetivo aumentar a sua produtividade e rentabilidade.
Anos 1960
Terceira Revolução Industrial
Foi caracterizada pela entrada em escala comercial dos computadores de grande porte.
Mas há um aspecto negativo dessa industrialização: o crescimento da emissão de poluentes na atmosfera
num ritmo inédito, que vem aumentando com o tempo. Esse é um dos grandes problemas atuais. 
O que é a poluição?
Suponha a seguinte situação: um motorista está viajando por uma estrada que ele conhece há anos. Ao iniciar
a viagem, ele se lembrou de como era essa estrada no passado: campos verdes, pastagens, plantações,
muitas árvores; um rio de águas límpidas; algumas poucas moradias e comércios de beira de estrada; pouco
tráfego; e muito, muito ar puro.
Ao longo dos anos, muitas transformações ocorreram nesse cenário. Os campos verdes e pastagens deram
lugar a fábricas (veja na imagem a seguir). Com elas vieram muitas pessoas, o que levou à implantação das
ditas cidades, com centros comerciais, hospitais, empresas de serviços, moradias, escolas etc. Para a
construção dessas cidades, vieram construtoras, depósitos de material de construção, e até uma pedreira,
entre outros negócios. E também foram criadas linhas de transmissão e distribuição de energia, dados e
telefonia; sistemas de geração de energia eólica; redes de esgoto urbano, fluvial e industrial etc.
Antes e depois da degradação do ambiente no entorno da estrada.
Ao comparar o cenário atual com o do passado, o motorista constatou o impacto no meio ambiente das
transformações geradas pela urbanização e a industrialização de toda aquela região. Ele fez as seguintes
observações:
1
1º aspecto
Várias indústrias estão liberando grandes volumes de fumaça por suas chaminés, e essa fumaça
está criando uma névoa malcheirosa sobre a estrada.
2
2º aspecto
Um forte estrondo e uma nuvem de poeira revelam que uma pedreira na beira da estrada está em
plena operação.
3
3º aspecto
O rio apresenta grandes manchas escuras na água, além de vegetação, espuma e lixo flutuando.
4
4º aspecto
Há concentrações de lixo no acostamento ao longo da estrada, próximas aos vilarejos e cidades.
5 5º aspecto
Uma dessas concentrações de lixo está em chamas, liberando fumaça na estrada bem na sua
frente.
6
6º aspecto
Dois caminhões à sua frente estão liberando muita fumaça por seu escapamento.
O motorista concluiu que todas essas observações que fez revelam o grande progresso de toda a região. Mas
esse crescimento levou à degradação do meio ambiente da região e, consequentemente, ao aumento da
chamada poluição ambiental.
Conceituando a poluição ambiental
Para avaliarmos se a conclusão do motorista está correta, vejamos os principais conceitos ligados ao tema da
poluição ambiental.
Inicialmente, consideremos o entendimento da definição do termo poluição:
degradação de qualquer ambiente provocada por poluente.
(POLUIÇÃO, 2022, p. 15)
Tomando a situação apresentada como um exemplo, a instalação de empresas, da população e da
infraestrutura urbana ocasionou a emissão dos chamados agentes poluentes: fumaça, ruído excessivo, lixo,
despejos químicos etc.
Esses agentes poluentes podem ser definidos como: qualquer tipo de agente químico, físico ou biológico que,
ao ser lançado nesse meio ambiente, provoca a sua degradação (SANTOS, 2017).
Tais poluentes podem causar efeitos graves para a biota, ou seja, o “conjunto dos seres animais e vegetais
que vivem em determinado ambiente ecológico, em estreita sintonia com as características físicas, químicas e
biológicas desse ambiente” (BIOTA, 2022).
Esses efeitos sobre a biota são o resultado da degradação
do meio ambiente, que pode ser definida como a alteração
ou o desequilíbrio das características físicas, químicas e/ou
biológicas desse ambiente, afetando negativamente os
seres vivos (pessoas, flora e fauna) que nele habitam
(SANTOS, 2017).
Tendo em vista os conceitos acima, podemos confirmar que
as observações feitas pelo motorista evidenciam a 
degradação do meio ambiente no entorno da estrada pela
qual ele trafegava. Um conjunto de agentes poluentes
estava sendo lançado no meio ambiente (poluição), contaminando o ar, a água e o solo.
A degradação ocasionada pelo lançamento de poluentes no meio ambiente traz consequências
nocivas aos seres vivos que o habitam ou passam por ele, as quais representam o impacto ambiental
que essa poluição causou.
Como veremos mais adiante, há medidas preventivas e protetivas previstas em lei, além de normas
regulamentadoras e técnicas, e ainda boas práticas de mercado, que são normalmente aplicadas para o
controle do lançamento de poluentes. Isso será apresentado mais à frente.
Para firmarmos o entendimento dos conceitos sobre poluição já apresentados, vale observar como eles são
apresentados pela legislação brasileira. Veja a seguie o que estabelece o artigo 3º da Lei nº 6.938, de 31 de
agosto de 1981, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente do Brasil:
Art. 3º
“Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticasou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.” (BRASIL,
1981).
Você deve ter observado que a definição legal da poluição é bastante abrangente. Ela cita os diversos tipos
de perdas que os agentes poluentes podem causar à qualidade de vida das pessoas e da biota. Além disso,
esclarece que essa qualidade envolve a preservação da aparência, do bem-estar, da saúde e da segurança de
todos os seres vivos que habitam aquele ambiente.
Tudo isso precisa ser considerado no planejamento urbano, no licenciamento de projetos que alterem o meio
ambiente ou na fiscalização da forma como as pessoas e empresas exploram o meio ambiente, por exemplo.
Veremos como isso pode ser alcançado mais adiante.
Transformação do meio ambiente.
A poluição visível e invisível
É fácil perceber a ação da poluição quando observamos a fumaça de chaminés e das descargas de
automóveis, ou ainda quando vemos sujeira boiando em um rio. Mas nem sempre a poluição é tão facilmente
percebida. Você pode estar exposto a um agente poluente e sofrer os seus efeitos danosos sem se dar conta
disso ou sequer apresentar os sintomas derivados dessa exposição.
Santos (2017, p. 1) lembra que a poluição pode ser invisível a olho nu. Esse é o caso de poeiras, vapores,
gases, radiações, sons altos, bactérias e outros agentes químicos, físicos e biológicos, que podem penetrar
em nossos corpos por meio da pele, da respiração, dos ouvidos ou da ingestão, por exemplo.
Exemplo
Usemos o som como exemplo: ele é fruto da vibração de algum elemento físico, que pode ser percebida
pelos nossos ouvidos, mas não pode ser vista. Outro exemplo pode ser o das radiações ionizantes (raios
X, alfa, beta e gama), que não são percebidas pelos nossos sentidos, mas podem nos afetar fisicamente
mesmo assim. 
Por outro lado, uma fonte de poluentes pode estar longe de nós, fora de nossas vistas, e ainda assim nos
afetar. Por exemplo: um poluente pode ser derramado no solo, chegando até as camadas de água logo abaixo
dele (lençol freático), contaminando-as. Como essas águas tendem a escoar até os rios ou lagos próximos, a
correnteza poderá levar essa água poluída para outras regiões.
Outro aspecto a considerar é que nem toda poluição é fruto da ação humana. Há fenômenos naturais, como
os vulcões, tempestades, terremotos, concentrações de microrganismos etc., que podem gerar agentes
poluentes capazes de chegar até nós de várias formas. Vale observar que o foco deste estudo está na
poluição causada pela ação humana.
O histórico da poluição ambiental no mundo
A poluição não é um assunto recente na história da humanidade. Ela está presente entre nós desde a Pré-
história até os dias de hoje, mas vem se agravando desde a Primeira Revolução Industrial.
Nos últimos 50 anos, os seus efeitos para os seres humanos
e demais seres vivos que habitam o planeta começaram a
ser amplamente debatidos por governos, cientistas,
ambientalistas e pela população em geral. Para
entendermos como chegamos a esse ponto, é importante
compreendermos como ocorreu a evolução da poluição ao
longo da história.
A poluição na Pré-história
Na história do nosso planeta, a poluição causada pelos
seres humanos é muito recente. Podemos considerar que ela começa a se destacar na Pré-história (período
Neolítico), com o surgimento dos primeiros agrupamentos humanos ou aldeias.
Não há consenso entre os pesquisadores a respeito de quando essas aldeias começaram a ser formadas. Para
Goucher e Walton (2011, p. 44) elas surgiram há cerca de 15 mil anos, após os seres humanos terem aprendido
a fazer o fogo, a desenvolver plantações e a domesticar animais. Essas atividades exigiam um comportamento
mais sedentário das pessoas, o que levou à formação desses agrupamentos. Essas pessoas teriam logo
passado a praticar a metalurgia, a manipulação genética de sementes para o plantio e a produção de
cerâmicas (Goucher; Walton, 2011, p. 44).
Claro que todas essas atividades geravam resíduos ou detritos (ex.: dejetos de pessoas e de animais; restos
de alimentos e de animais; sobras de argila, pedras, metais etc.) junto às moradias dessas pessoas,
degradando o ambiente onde viviam, contaminando o solo, o ar e a água. Com isso, as pessoas daquela
época estavam constantemente expostas a várias doenças originadas desses resíduos e/ou transmitidas por
insetos, ratos, caramujos etc. que neles viviam.
Vida na Pré-história.
A poluição da Antiguidade à Idade Média
Ao longo dos séculos seguintes, as civilizações e as suas cidades foram se desenvolvendo e sucedendo umas
às outras. Segundo Meller (2017, p. 37) “os problemas ambientais urbanos são tão antigos quanto as primeiras
grandes cidades humanas”. O autor afirma que as primeiras grandes cidades começaram lá pelo ano 10.000
AEC, criadas pelos sumérios e os egípcios, entre outros povos (MELLER, 2017, p. 34).
As primeiras cidades foram formadas visando atender aos interesses das pessoas da época de morar em
comunidade. Havia várias vantagens nisso, dentre as quais pode-se destacar a segurança, as trocas de
mercadorias e/ou o compartilhamento de recursos.
Mas o crescimento delas se deu de forma
desordenada, e logo surgiram problemas, como
a falta de água, o acúmulo de lixo, a formação
do chorume, a proliferação de doenças, entre
outros. Para tratar desses e de outros
problemas, os administradores das cidades
começaram a planejar e organizar o seu
crescimento. Para isso, desenvolveram o
chamado urbanismo. 
As grandes navegações
Com o início das grandes navegações (século XV), novos materiais, alimentos, animais, minérios, plantas etc.,
começaram a circular de um lado para o outro no planeta. Com isso, poluentes derivados desses elementos
que estavam concentrados em suas regiões de origem passaram a ser percebidos em várias outras regiões do
planeta. Mesmo doenças características de uma determinada região começaram a se disseminar por todo o
planeta.
Exemplo
Um exemplo dos efeitos das navegações é o da migração de um grande número de pessoas entre os
continentes, principalmente para a formação de novas colônias nas Américas, na África e na Ásia,
gerando novos centros urbanos e, consequentemente, novas concentrações de resíduos em regiões
antes desabitadas ou com poucos habitantes. 
Considerando a fragilidade das embarcações e os vários perigos da navegação em oceanos e mares pouco
conhecidos e mapeados na época, o risco de naufrágios era alto, com a perda de cargas, munições,
mantimentos, vidas e até do próprio navio. Muitos desses materiais eram poluentes e contaminaram as áreas
no entorno dos naufrágios ocorridos. Vale ressaltar que esses eventos foram muito localizados e de pouca
expressão, se considerarmos o tamanho e o volume dos oceanos.
A poluição na Era Industrial
A Primeira Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial (meados do século XVIII) foi iniciada na Inglaterra e marcada pela invenção da
máquina a vapor, movida por carvão mineral, um combustível altamente poluente. Sua primeira aplicação foi
nas manufaturas de tecidos. O sucesso da aplicação dessa tecnologia levou à sua disseminação para outros
setores da economia. Tal disseminação gerou o aumento da emissão de poluentes derivados da queima de
sua matéria-prima, o carvão mineral.
Motor de usina de açúcar.
O sucesso das manufaturas atraiu novos capitais, a serem aplicados em novos tipos de negócio
complementares às manufaturas ou, ainda, de outros setores econômicos, como foi o caso dos transportes,
com a invenção das locomotivas a vapor. Por outro lado, o crescimento da demanda por máquinas e
equipamentos de ferro e aço para a produção e construção civil levou ao crescimento do setor siderúrgico, o
qual desencadeou um maior consumo de carvão mineral, empregado na geração de energia calorífica para o
aquecimento dos altos-fornos. Além desse acontecimento, veja outras consquências da Primeira Revolução
Industrial a seguir:
Ao longo do século XIX, com a chegada das máquinas a diesel, a demanda por esse combustível e poróleos
lubrificantes cresceu, valorizando a petroquímica. Novos produtos petroquímicos foram surgindo ou se
desenvolvendo, como é o caso da gasolina. De um agente poluente excedente do refino e descartado no meio
ambiente, ela se tornou um dos principais produtos de seu setor após a invenção de motores a combustão
baseados nela. Conforme esclarecem Rossetti e Andrade:
Mão obra 
Também se ampliou a busca por mão de
obra para as manufaturas, fosse ela
qualificada ou não. Essa demanda por
pessoas gerou uma onda de migrações do
campo para as cidades, ou até entre as
cidades.
Falta de planejamento urbano 
Com mais pessoas, veio a necessidade
de construção de moradias, de
comércio e de prestação de serviços, e
aumentou o volume de resíduos no
meio ambiente, impactando-o
negativamente (GOUCHER; WALTON,
2011).
Aos avanços da ‘era ferroviária’, movida a vapor, somaram-se os desdobramentos de outra invenção
seminal – o motor a combustão, uma nova e muito mais promissora força motriz, fundamental para o
desenvolvimento de uma das mais importantes indústrias do século XX, a automotiva.
(ROSSETTI; ANDRADE, 2011, p. 37)
A Revolução Industrial continuou a evoluir e várias invenções ou aplicações de materiais já conhecidos
surgiram. Algumas dessas invenções foram fundamentais para o século XX, como é o caso da borracha
sintética, do telefone, dos automóveis etc.
Dois exemplos de materiais cuja aplicação cresceu muito
foram o ferro e o aço, que eram usados na fabricação de
máquinas, navios, automóveis etc. Eles também passaram a
ser usados em estruturas de pontes e monumentos, como é
o caso da Torre Eiffel (França) e da Estátua da Liberdade
(EUA).
Note que os sistemas de produção da época geravam
muitos agentes poluentes, que eram lançados no meio
ambiente sem tratamento. Os danos ambientais que
causavam não eram impedimentos para o crescimento da
produção, ou de sua venda, já que a poluição não era percebida como um problema importante na época.
Esse aparente descaso com o meio ambiente pode ser justificado pelo simples desconhecimento de seus
impactos na época. Esse conhecimento só veio a ser desenvolvido a partir da metade do século XX
(GOUCHER; WALTON, 2011, p. 61).
A poluição do século XX
O século XX foi marcado pela evolução dos processos, do volume de produção e das emissões de poluentes
no meio ambiente.
Já nas primeiras décadas desse século, tal investimento da indústria levou à redução dos custos de produção,
ao aumento da capacidade de produção e ao crescimento da variedade, entre outros exemplos. Buscava-se
produzir muito, mesmo que com baixa qualidade.
Também ocorreram investimentos em produção de automóveis, sistemas de transporte (marítimo e
terrestre) e distribuição de produtos e serviços, entre outras aplicações.
O volume de poluentes lançados no meio ambiente não parava de crescer, assim como a degradação que
causavam ao meio ambiente. Vale destacar que o aumento da produção gerou o crescimento da emissão de
poluentes pelas indústrias, que agora utilizavam energia gerada por motores a combustão ou elétricos. A
energia elétrica era gerada por termelétricas, caldeiras a carvão, geradores a diesel (muito poluentes) ou
hidroelétricas (energia mais limpa). Mas a poluição que esse sistema de produção provocava não gerava
preocupações.
As duas guerras mundiais ocorridas nesse século, bem como os diversos conflitos menores que ocorreram,
também contribuíram muito para a emissão de poluentes e a destruição do meio ambiente, resultante de
eventos como: combates nos campos de batalha; migração descontrolada de refugiados; produção e
transporte de milhões de máquinas, veículos, armamentos e outros tantos insumos necessários para a guerra
etc.
No período pós-Segunda Guerra, houve um
surto de consumismo acelerado, ocasionado
pela disponibilização de produtos cada vez
mais baratos, variados, de boa qualidade e em
grande quantidade, e de uma população com
dinheiro e disposição para consumi-los.
As indústrias fizeram grandes investimentos em
novas técnicas de qualidade na produção,
visando à redução das falhas e aumentando a
sua produtividade. A redução dessas falhas até
foi positiva para o meio ambiente, mas não
compensou o crescimento das emissões de poluentes, já que a produção estava em pleno crescimento. 
Também foram aperfeiçoados os sistemas de produção, com a otimização da aplicação de recursos,
melhorando os resultados da operação, aumentando a produtividade e reduzindo os gastos operacionais e o
lançamento de resíduos no meio ambiente. 
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
O conceito legal de poluição
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
O processo de industrialização nos séculos XIX e XX
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Desde os primeiros agrupamentos na Pré-história, a criação de uma cidade em um determinado local causa
danos irreparáveis ao meio ambiente e à biota que ali existia até então. Esses danos são causados tanto pela
preparação desse espaço para a construção da cidade quanto pelo lançamento de agentes poluentes. Por
biota, entende-se como
A
o conjunto de agentes poluentes lançados nos rios e lagos próximos à cidade.
B
um ambiente degradado que será recuperado pela cidade.
C
os agentes químicos, físicos ou biológicos lançados nesse meio ambiente.
D
o conjunto de seres vivos animais e vegetais que habitam o ambiente afetado.
E
o conjunto de agentes poluentes lançados no meio ambiente onde está a cidade.
A alternativa D está correta.
O termo biota representa o conjunto dos seres vivos (animais e vegetais) que habitam um determinado
ambiente.
Questão 2
A poluição pode ser visível ou não visível, ou seja, os agentes poluentes podem ou não ser vistos a olho nu.
Marque a opção que mostra poluições invisíveis:
A
Radiações ionizantes e sons altos.
B
Sons altos e produtos químicos.
C
Produtos químicos e gases.
D
Gases e fumaça.
E
Fumaça e sujeira.
A alternativa A está correta.
As radiações ionizantes são ondas eletromagnéticas enquanto o som é uma onda formada por um
movimento vibratório. Elas não podem ser vistas a olho nu, apesar de afetarem o corpo humano.
2. Principais impactos ocasionados pelos diferentes tipos de poluição
Vamos começar!
As causas e consequências da poluição no século XX
Veja, neste vídeo, os principais conceitos e aspectos que devem ser observados por você durante a leitura do
módulo. Vamos lá!
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Tipos de poluição
Alguns autores costumam estabelecer a Primeira Revolução Industrial (século XVIII) como marco do
surgimento da poluição. Esse entendimento, embora formalmente incorreto, é compreensível, já que a
evolução acelerada do processo de industrialização levou a um lançamento recorde de poluentes no meio
ambiente. Não havia precedentes na história da humanidade de um volume e uma variedade de poluentes tão
grande jogados na natureza, e sem tratamentos.
Entretanto, quando os primeiros humanos que se reuniram em aldeias e começaram a descartar seu
lixo desordenadamente, estavam provocando a poluição do meio ambiente. Isso quer dizer que a
poluição está presente desde os primórdios da civilização.
Resta a constatação de que vivemos numa época em que a poluição e a degradação ambiental precisam ser
conhecidas e controladas, de forma a viabilizar a sustentabilidade da vida no planeta e dos negócios feitos
atualmente e no futuro.
Por que é importante tipificar a poluição?
Os seres humanos lançam inúmeros poluentes no meio ambiente há milênios. À medida que a humanidade
evoluía, novos elementos, incluindo materiais, produtos químicos, gases, minerais, plantas etc. seguiam sendo
descobertos, combinados ou criados. Esse processo foi acelerado nos últimos 250 anos, nos quais vivemos a
dita “Era da Industrialização”, mais um passo importante na evolução humana.
A tecnologiacontemporânea é potencialmente mais limpa do que a tecnologia de produção do ferro à
base de carvão mineral da Revolução Industrial do século XVIII, mas muito dos desenvolvimentos
técnicos no último meio século foram mais danosos do que os anteriores e continuam a queimar
combustíveis fósseis e emitir gases do efeito estufa em taxas alarmantes.
(GOUCHER; WALTON, 2011, p. 61)
Toda essa evolução também provocou o lançamento de uma infinidade de poluentes no ar, na terra e na água,
degradando o meio ambiente, tornando-o adverso até para nós mesmos. É por isso que, ao longo das últimas
décadas, foram desenvolvidas inúmeras iniciativas visando à redução da emissão de poluentes, à proteção de
áreas ainda não atingidas e à recuperação das que já estão degradadas.
Contudo, para que essas inciativas tivessem sucesso, foi preciso segregar em grupos e subgrupos todos os
poluentes conhecidos. Dessa forma, agrupando-os conforme a similaridade de suas características, tornou-se
possível identificá-los, qualificá-los, quantificá-los, definir respostas às ameaças que cada um representava e
estabelecer os tratamentos preventivos e corretivos mais apropriados.
Os seis tipos de poluição
Vários pesquisadores e autoridades se lançaram à tarefa de definir uma classificação dos poluentes que
permitisse o seu estudo detalhado. Santos (2017, p. 2) propôs 6 categorias distintas para segregar os
poluentes:
Poluição atmosférica
Elementos particulados ou energias que estão suspensas na atmosfera.
Exemplos de poluentes:
Fumaça e partículas lançadas pelas indústrias.
Gases e partículas resultantes da queima de matas, fogueiras, lixo etc.
Gases resultantes da combustão de combustíveis fósseis, tais como o óleo diesel, a gasolina,
ou o carvão mineral.
Radiações ionizantes emitidas por máquinas de raios X, resíduos nucleares etc.
Poluição hídrica
Compostos orgânicos e inorgânicos ou, ainda, energia lançados em rios, lagos, reservatórios e
sistemas de esgoto doméstico, pluvial, agropecuário ou industrial.
Exemplos de poluentes:
Matéria orgânica.
Defensivos agrícolas e fertilizantes.
Combustíveis de origem mineral, como petróleo, gás natural, carvão etc.
Compostos químicos inorgânicos, como sabões, detergentes, solventes.
Metais pesados.
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Poluição do solo
Produtos químicos em geral.
Exemplos de poluentes:
Matéria orgânica.
Defensivos agrícolas e fertilizantes.
Combustíveis de origem mineral, como petróleo, gás natural, carvão etc.
Compostos químicos inorgânicos, como sabões, detergentes, solventes.
Metais pesados.
Resíduos urbanos.
Herbicidas e pesticidas.
Chorume.
Poluição sonora
Vibrações e ruídos (ondas sonoras).
Exemplos de poluentes:
Máquinas e equipamentos em geral.
Veículos com motores a combustão.
Construção civil e naval.
Comércio e serviços.
Poluição radioativa
Partículas e radiações eletromagnéticas ionizantes.
Exemplos de poluentes:
Resíduos nucleares de operações de centrais nucleares.
Equipamentos de radiologia de hospitais e clínicas.
Contaminações por radiação no ar, na terra, nas águas, na biota etc.
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Poluição visual
Qualquer material afixado em muros, murais, postes, fachadas de prédios e que prejudiquem a
harmonia visual do ambiente.
Exemplos de poluentes:
Faixas
Cartazes
Galhardetes
Banners
A conscientização sobre os riscos da poluição
A poluição está presente em nossas vidas desde quando nascemos. O conhecimento sobre ela é hoje
construído por referências passadas desde cedo por nossas famílias e amigos, na escola, na mídia e nas redes
sociais.
Exemplo
Podemos facilmente compreender os seus efeitos nocivos para nossa saúde. Basta, por exemplo, ficar
junto a uma avenida onde o trânsito está engarrafado, passear por uma praça cheia de concentrações
de lixo ou, ainda, ficar próximo de um rio com águas turvas, malcheirosas e sem vida. 
Embora seja um problema grave e tão antigo quanto a humanidade, o debate em torno de formas como ela
pode ser identificada, quantificada e reduzida ganhou destaque e se tornou popular apenas a partir dos anos
1970, ou seja, há pouco mais de 50 anos.
A evolução do conhecimento sobre os riscos da poluição
Como já vimos, os danos causados pelos agentes poluidores ao meio ambiente vem sendo acumulados há
milênios. Infelizmente, durante esse mesmo período, esses mesmos efeitos eram ignorados ou pouco
avaliados.
Há de se considerar que a ciência e o conhecimento humanos estavam evoluindo lentamente junto com a
humanidade. Ao longo de séculos, inúmeras proposições de teorias e descobertas científicas precisavam
ocorrer antes que estudos sobre poluentes e seus impactos sobre o meio ambiente e os seres vivos, incluindo
as pessoas, pudessem ocorrer. Assim, era natural que esses efeitos permanecessem desconhecidos por tanto
tempo.
Durante a Primeira Revolução Industrial (século XVIII), houve investimento de capital financeiro e humano na
pesquisa científica. Buscava-se identificar tanto oportunidades de se melhorar os sistemas de produção
quanto a criação de novos materiais, métodos, padrões, produtos etc. que melhorassem e/ou ampliassem a
produção.
Mas as fontes de energia e os rejeitos da produção, por exemplo, continham inúmeros poluentes, que eram
lançados no meio ambiente sem tratamento. O combate à poluição simplesmente não era uma preocupação.
Veja na imagem a seguir um exemplo de vazamento de óleo no mar.
• 
• 
• 
• 
Despejo de produtos químicos.
Os efeitos do acúmulo de poluentes na natureza
O processo de industrialização continuou acelerado ao longo dos séculos XIX, XX e XXI. São cerca de 250
anos de produção e de poluição, sendo que apenas nos últimos 50 anos esta última se tornou um problema e
começou a ser realmente combatida. Vale observar que os efeitos da poluição já eram visíveis ao longo desse
período, principalmente nos grandes centros urbanos ou industriais, mas eram ignorados.
A poluição estava cada vez mais presente no dia a dia das pessoas, e finalmente passou a ser percebida como
prejudicial por elas. Por outro lado, o meio ambiente, já saturado de poluição, respondeu com uma série de
efeitos negativos. Vejamos alguns exemplos desses efeitos:
Causa 
Após a Segunda Guerra Mundial, a produção
e o consumo mundiais cresceram muito,
embalados pela maior disponibilidade de
capitais, a melhoria das técnicas de produção,
o crescimento da demanda e outros fatores
positivos.
Efeito 
Mas essa aceleração também causou a
intensificação do lançamento de
poluentes no meio ambiente, o que
ampliava a sua degradação,
principalmente próximo às regiões mais
populosas ou industrializadas do
mundo.
1º efeito
Aumento da concentração de poluentes (fumaça) nos grandes centros urbanos, com a queda da
qualidade do ar, gerando graves problemas de saúde para as populações.
2º efeito
Crescimento da ocorrência das chamadas “chuvas ácidas” nas áreas urbanas, ou seja, a
contaminação do ambiente urbano pelas chuvas carregadas de poluentes suspensos na atmosfera,
prejudicando a biota e inviabilizando o seu aproveitamento para o consumo humano.
3º efeito
Transformação de áreas antes férteis e cheias de vida em paisagens semidesérticas, em razão da
intensificação do desmatamento, pela contaminação direta do solo por poluentes gerados pela
indústria ou lixo urbano, por exemplo.
4º efeito
Aumento da contaminação por radiações derivadas de experimentos (explosões) ou acidentes
nucleares.
5º efeito
Consequência de diversos acidentes em indústrias químicas, petroquímicas ou de extração e
transporte de petróleo, que causaram danos quase irreparáveis à biota e às populações próximas (em
terra e no mar).
6º Efeito
Contaminação de mananciais de água por diversos tipos de poluentes, com destaque para os
plásticos e produtos químicos, ficando a água restrita ao consumo enquanto não tratada e
aumentando a escassez de água potável.
O conjunto desses sinais de degradação foi interpretado pelos especialistas da área como um alertasobre as
limitações que a natureza possui quanto à capacidade de se autorregenerar, um pedido de ajuda. Assim,
governos, empresas e pessoas deveriam atuar no sentido de reduzir a emissão de poluentes, ajudando nessa
regeneração.
Mas como fazer isso? Quem deveria investir? O quanto? Onde? Faltavam respostas para essas e outras
perguntas.
A conscientização da população sobre a poluição e seus impactos
É importante observar que o século XX se notabilizou pelo maior envolvimento das populações em relação ao
que ocorria à sua volta e pelo mundo. Na segunda metade do século XX, as pessoas podiam acessar
informações por meio de jornais, revistas, rádio e TV. Por outo lado, as empresas de comunicação que
operavam esses serviços passaram a investir em noticiários, reportagens investigativas, documentários,
programas de entrevistas e outros meios de levar informações reais e atuais para todos, conscientizando a
população acerca do tema.
Vista do interior do prédio do Parlamento sueco, onde
foram realizadas diversas das reuniões da Conferência
de Estocolmo.
Principalmente ao longo dos anos 1970, o público teve, a partir dos meios de comunicação disponíveis à
época, acesso a informações sobre danos ao ambiente e às pessoas causados pela poluição. Isso possibilitou
a sua conscientização sobre os riscos e consequências da poluição. Nos anos 1980 e 1990, a população já
estava mobilizada e pressionava as autoridades da época em busca de soluções.
Mas por que a população demorou tanto a buscar informações e questionar o assunto, cobrando
ação das autoridades no combate à poluição?
É importante observar que a tecnologia atual permite o acesso rápido a inúmeras fontes de informação
públicas e privadas, o que nos possibilita compreender o que é a poluição, quais são os riscos que corremos
pela exposição continuada e desprotegida aos agentes poluentes e, ainda, como podemos contribuir para a
redução de sua emissão. Com uma pesquisa rápida na Internet podemos obter rapidamente um grande
volume de conhecimentos, na forma de notícias, livros, trabalhos acadêmicos etc. Mas a situação era bem
diferente há 50 anos, ou antes disso.
No século XX, as fontes de informação estavam nas bancas
de jornais da esquina, no rádio, na televisão e nas
bibliotecas públicas. A discussão estava quase que
concentrada em técnicos do governo e das empresas,
organizações não governamentais e pesquisadores
acadêmicos.
Consequências da poluição
para o planeta
Eventos e conferências sobre meio ambiente
A repercussão dos problemas já observados levou governos, organizações não governamentais e empresas a
patrocinar congressos, debates, estudos e pesquisas sobre os efeitos da poluição sobre o meio ambiente e
seus reflexos no curto, médio e longo prazos.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente Humano, realizada em 1972 na cidade
de Estocolmo (Suécia) foi organizada pela ONU
— Organização das Nações Unidas — com o
objetivo de debater a degradação do meio
ambiente global. Ela é considerada o marco do
início da conscientização das lideranças, das
empresas e da população mundiais sobre os
efeitos da degradação ambiental causada pela
poluição.
Também em 1972 foi publicado o livro Limits to
growth , de Donella H. Meadows e Dennis L.
Meadows, da Editora Potomac Books. Esse livro
debate a capacidade do planeta de sustentar o
crescimento da população previsto para as
próximas décadas.
Para Junior, Sampaio e Fernandes (2016, p. 3), as conclusões dessa publicação e dos resultados da
conferência indicavam que o mundo deveria se preocupar com a garantia da capacidade do meio ambiente
sustentar a vida, além do crescimento econômico (sustentabilidade econômica). Nascia a preocupação global
com a sustentabilidade ambiental.
Poluição da indústria.
A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972), a situação da
degradação ambiental do planeta e as formas de se enfrentar o problema começaram a ser amplamente
debatidas. Autoridades governamentais e privadas discutiam meios de viabilizar mudanças nos sistemas de
produção, enquanto ativistas iniciaram campanhas em prol de solucionar problemas que colocavam em risco o
meio ambiente e sua capacidade de sustentar a vida na Terra.
Ao longo dos anos 1980, ocorreram vários debates sobre as formas de se mudar os sistemas de
produção das organizações industriais, de comércio e de serviços, criando meios que permitissem a
redução de emissões de poluentes ou, ainda, que reduzissem os impactos no meio ambiente de
suas operações (ex.: minerações, agricultura, construção civil etc.).
As pressões da sociedade civil e de organizações ligadas à preservação do meio ambiente levaram à
realização de mais congressos e conferências de alto nível, que contavam com a presença de líderes de
governos e de grupos de empresas, para debater medidas que garantissem a sustentabilidade do meio
ambiente.
Esse foi o caso da Conferência ECO92, patrocinada pela ONU e realizada em 1992 no Rio de Janeiro (Brasil).
Outro marco para o combate à degradação ambiental, abriu caminho para a definição dos papéis das
empresas e da sociedade na tarefa de recuperar o meio ambiente. Outros encontros semelhantes ocorreram
ao longo dos anos seguintes.
O foco na solução do problema da poluição
A partir dos anos 1970, ocorreram diversos congressos, encontros e outros eventos que visavam reunir líderes
mundiais, autoridades sanitárias, ambientalistas, cientistas e representantes da indústria e da sociedade,
buscando debater medidas que pudessem disciplinar a exploração ou os impactos da produção no meio
ambiente. De início, muitas dúvidas, questionamentos e resistências surgiram, o que motivou o aumento das
pesquisas tanto desses problemas quanto de possíveis soluções de curto, médio e longo prazos.
Exemplo
Por outro lado, a mídia produziu inúmeras reportagens investigativas, documentários, entrevistas e
publicações que revelavam a toda a população o que era a poluição e os riscos que ela apresentava,
assim como as opções de ações a serem tomadas para mitigar seus efeitos. Com isso, surgiram
movimentos de redução de consumo e de cobrança de ações das autoridades, por exemplo. 
Engarrafamento
Atentos ao problema, governos de todo o mundo passaram a acompanhar as evoluções e resultados dessas
pesquisas, bem como a criar legislações, regulamentações e padrões técnicos que estabeleciam restrições e
limites a serem respeitados por empresas e pelo público em geral sobre a emissão de poluentes.
Até o final do século XX, já haviam sido tomadas inúmeras inciativas para a redução de emissões de
poluentes, que continuaram no século XXI.
Será possível haver produção industrial sem poluição?
Existe então uma questão básica a ser considerada: se, por um lado, a poluição é prejudicial ao meio ambiente
e, por consequência, à saúde e ao bem-estar do ser humano, por outro lado, ela é gerada pela produção de
bens e serviços que são necessários à preservação dos mesmos saúde e bem-estar do ser humano.
Conclui-se então que não é possível simplesmente eliminar
todas as fontes de poluição, já que várias necessidades
básicas do ser humano deixariam de ser atendidas. Mas é
perfeitamente possível identificar, controlar e tratar os
meios de produção e os hábitos dos seres humanos de
forma a reduzir, e em alguns casos até eliminar, inúmeros
agentes poluentes liberados diariamente no meio ambiente.
Pelo lado das organizações, sejam elas indústrias ou
organizações de serviços, a poluição pode afetar
negativamente suas atividades de produção,
independentemente de seu setor ou tipo de negócios. Isso
ocorre porque essas atividades corporativas dependem, em
maior ou menor grau, de matérias-primas, materiais de consumo, água, energia e outros recursos que são
extraídos da natureza.
Nas atividades de agronegócio, por exemplo, a poluição pode afetar negativamente o desenvolvimento dos
vegetais, prejudicando as colheitas e/ou aumentando os gastos com tratamentos que combatem ou atenuam
os efeitos na plantação. Ambos sãofatores que afetam a produtividade agrícola, calculados pela razão entre a
produção (colheita) e os gastos efetuados para obtê-la.
Note que mesmo organizações cujas atividades parecem não produzir poluentes que degradam o meio
ambientem contribuem, sim, para isso, mesmo que involuntariamente. Esse é caso de escritórios ou escolas,
por exemplo. Esses estabelecimentos são frequentados por pessoas que geram dejetos e resíduos de
alimentos ou materiais de escritório ou limpeza no lixo comum ou no esgoto ou, ainda, consomem energia
produzida por termelétricas ou geradores, movidas a diesel. Por isso, vários deles procuram formas de
compensar o meio ambiente.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
O debate sobre os efeitos da poluição nos anos 1980 e 1990
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
A conexão entre produção e poluição
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Os agentes poluentes podem ser divididos em seis categorias. Marque a opção que apresenta apenas
poluentes correlacionados à poluição da água.
A
Matéria orgânica e defensivos agrícolas.
B
Defensivos agrícolas e fumaça.
C
Fumaça e chorume.
D
Chorume e metais pesados.
E
Resíduos nucleares e cartazes.
A alternativa A está correta.
A poluição da água inclui compostos orgânicos e inorgânicos. Entre os exemplos citados, estão a matéria
orgânica e os defensivos agrícolas.
Questão 2
A industrialização continuou a crescer ao longo de XX em ritmo acelerado, como já vinha ocorrendo no século
XIX. Durante esse período, a poluição também cresceu aceleradamente, tornando-se um problema global. No
que tange à preocupação da população em relação à poluição e seus efeitos durante o século XX, podemos
afirmar que a população
A
continua desconhecendo o problema da poluição.
B
se conscientizou do problema a partir dos anos 1970.
C
sabe o que é a poluição, mas não a considera um problema.
D
esteve consciente desse problema durante todo o século XX.
E
se preocupou menos com o problema do que seus antepassados.
A alternativa B está correta.
A população teve acesso a várias fontes de informação sobre a poluição a partir dos anos 1970 e se
conscientizou de que ela era um problema global.
3. Importância do controle da poluição ambiental
Vamos começar!
Você sabe o que é controle de poluição ambiental?
Confira, neste vídeo, os principais conceitos e aspectos que devem ser observados durante a leitura deste
módulo. Vamos lá!
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
A busca pelo desenvolvimento sustentável
A partir do momento em que governos, organizações e a população despertaram a sua atenção para os males
da poluição e de seus impactos para o meio ambiente, uma série de conferências, estudos, debates e até
protestos foram realizados em todo o mundo em defesa do meio ambiente e em busca de soluções para o
conjunto de problemas causados por séculos de descaso com a poluição.
Comentário
É claro que a definição dos caminhos a serem trilhados até a melhoria do cenário negativo de então não
seria tarefa fácil, e, de fato, há questões pendentes de soluções definitivas até hoje. 
Os desafios do combate aos efeitos da poluição
Ao longo dos anos 1970 e 1980, ocorreram vários debates entre empresários, especialistas, ambientalistas e
outros interessados sobre as possibilidades de se reduzir os impactos no meio ambiente dos poluentes
liberados pelos sistemas de produção das organizações industriais, de comércio e de serviços.
Buscavam-se meios que permitissem a redução de emissões desses poluentes e/ou dos impactos no meio
ambiente de suas operações em campo, ou seja, seu footprint (ex.: minerações, agricultura, construção civil
etc.), sem prejudicar os resultados financeiros. O termo footprint significa literalmente deixar a pegada ou 
marca na área onde a empresa desenvolveu as suas operações, tais como desmatamento, valões com rejeitos
da produção, campos revirados e sem bioma etc.
Por outro lado, havia uma série de problemas já identificados e divulgados pela ciência e por organizações não
governamentais que ainda precisavam de debates e definição de soluções. Eis alguns exemplos:
1
Efeito estufa (aquecimento global)
Causado pelo acúmulo de gases na atmosfera (ex.: metano, dióxido de carbono etc.), estaria retendo
radiação infravermelha do sol, aumentando a temperatura terrestre. Esse efeito estaria aumentando
a temperatura média da terra e acelerando o derretimento da calota polar, por exemplo.
2Redução da camada de ozônio
Essa camada, que protege a terra contra radiações solares, estava sendo reduzida pelo efeito de
gases liberados na atmosfera, com destaque para o clorofluorcarboneto (CFC), que era muito usado
em aerossóis (ex.: perfumes, produtos de limpeza etc.).
3
Acúmulos de lixo potencialmente reciclável
Lixos descartados dentro ou fora de aterros sanitários estavam se acumulando num ritmo frenético.
 
Muitos desses materiais, que poderiam levar décadas para serem absorvidos pela natureza,
poderiam ter sido reciclados, reduzindo os volumes acumulados.
4
Poluentes lançados nos rios e mares
Poluentes químicos (ex.: sabões, produtos de limpeza, derivados de petróleo etc.) e materiais que
não se degradam facilmente (ex.: plásticos, nylon etc.) estavam sendo lançados nos rios e mares em
grande volume. Esses lançamentos estavam causando a morte dos animais e plantas que vivem
nesses ambientes.
5
Derramamento de produtos químicos e petroquímicos sem tratamento
Envolve tanto o seu lançamento em terra quanto em rios ou mares, com pouco ou nenhum
tratamento prévio. Muitos desses derramamentos são ocasionados por acidentes em sistemas de
produção, refino ou transporte, ou até pela simples limpeza de navios, plataformas de petróleo ou
fábricas.
 
A lista continua. Desde os anos 1980, ocorreram vários debates sobre as formas de se tratar esses e outros
problemas. Muitos continuam graves e pendentes de soluções até hoje.
Representação do efeito estufa.
O desenvolvimento sustentável
Nos anos 1990, o mundo debatia uma questão básica: o fato de que os recursos que o nosso planeta pode
oferecer, embora vastos, são limitados. Assim, considerando que em algum ponto do futuro essa máxima será
atingida, é ainda mais importante e necessário conceber meios de se explorar os recursos do planeta com
racionalidade, reduzindo a emissão de poluentes, buscando novas fontes de energia renováveis, reciclando
material descartado, otimizando a exploração de recursos extraídos do meio ambiente etc.
Com esse cenário em vista, e com o apoio da
ONU, foi realizada a Conferência ECO92, no Rio
de Janeiro (1992). Seu foco estava na definição
de ações e políticas que viabilizassem o
desenvolvimento sustentável, seja de uma
organização, de um país ou do planeta.
Em 1994, foi definida uma forma de atingir o
desenvolvimento sustentável no ambiente
corporativo. Ele seria alcançado por meio do
atingimento do equilíbrio entre três
fundamentos ou bases (bottom lines)
corporativas: organização, meio ambiente e social. A concepção desse equilíbrio entre as três bases foi uma
mudança conceitual importante em relação ao pensamento dos anos 1980, quando os interesses a elas
relacionados chegavam a ser conflitantes.
Tripé da sustentabilidade
Esse método de gestão ganhou o nome de triple bottom line ou tripé da sustentabilidade, no Brasil. Na prática,
para ser reconhecida como sustentável, uma organização deveria conduzir as suas ações e decisões de forma
a prover as seguintes garantias:
Lucro
No conceito em inglês é profit. Seus próprios objetivos e resultados esperados, incluindo o lucro,
sejam alcançados, viabilizando, assim, a sua perenidade, o cumprimento de seus compromissos
administrativos e financeiros com os empregados, os clientes, os acionistas, a sociedade e com a
preservação do meio ambiente onde desenvolve as suas operações.
Meioambiente
No conceito em inglês é planet. O impacto ambiental das suas operações sejam sempre
dimensionados, monitorados e minimizados, e seus footprints deixados no ambiente sejam logo
reparados ou compensados. A organização deve desenvolver ou patrocinar ações que recuperem o
meio ambiente, preservando a sua capacidade de suprimento de recursos tanto para a organização
quanto para a sociedade em geral.
Social
No conceito em inglês é people. Todos os relacionamentos da organização com os empregados, os
clientes, os acionistas e a sociedade em geral sejam pautados por transparência, responsabilidade,
ética e conformidade com legislações, contratos vigentes e outros padrões aplicáveis. A organização
deve ter mecanismos que viabilizem a inclusão social, o suporte à comunidade e outras ações
relacionadas à responsabilidade social.
As organizações devem manter estruturas organizacionais e mecanismos administrativos que garantam a
transparência de suas decisões correlacionadas a essas três bases, assim como a eficácia e a eficiência das
ações implementadas. Muitas organizações divulgam os resultados dessas ações em sites, eventos ou em
relatórios de sustentabilidade.
Triple bottom line ou tripé da sustentabilidade.
Observe que as organizações de hoje estão muito atentas à forma como realizam os seus negócios, se
relacionam com as pessoas e lidam com o meio ambiente. Práticas sustentáveis, como a responsabilidade
social, a gestão ambiental responsável, a ética dos negócios e o bom relacionamento com as pessoas, estão
entre as prioridades das administrações corporativas.
A legislação e o controle da poluição
A instalação de novas organizações em uma determinada área pode ser uma boa notícia, já que ela poderá
criar oportunidades de negócio e empregos na região. Nesse contexto, os eventuais efeitos negativos para o
meio ambiente podem parecer apenas o preço a pagar pelo crescimento econômico e social da região. Mas as
empresas hoje precisam comprovar que compreendem quais são as degradações que podem causar, e
desenvolver planos de ação para evitá-las ou compensá-las.
A estrutura de proteção do meio ambiente
Com a conscientização do poder público, do empresariado e da população sobre a ameaça representada pela
poluição e sobre o que os riscos causados pela degradação ambiental representam para a vida, começaram a
ser planejadas ou publicadas leis, regulamentações setoriais, normas técnicas, políticas corporativas, estudos
técnicos e inúmeros instrumentos informativos ou normativos, desenvolvidos visando estabelecer regras,
limites e controles que restringiam a emissão de poluentes.
Logo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis – Ibama.
Vários países, incluindo o Brasil, criaram órgãos
governamentais, agências reguladoras,
fundações e/ou comitês de alto nível voltados
para a discussão e aprovação de medidas para
o controle de emissão de poluentes,
recuperação do meio ambiente, além da
penalização de empresas que provocassem a
degradação do meio ambiente em decorrência
de suas operações ou mesmo acidentalmente.
Nesse contexto, foram criadas normatizações
que complementavam o disposto em leis sobre
o tema, assim como mecanismos de
fiscalização de seu cumprimento. Foram
criados, por exemplo, padrões e regras que
deveriam ser seguidos por empresas cujas operações viessem a alterar o meio ambiente.
A legislação federal de proteção do meio ambiente
A nossa carta magna, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, está alinhada com as
preocupações sobre a preservação do meio ambiente, conforme se pode perceber no seu capítulo VI, que
enfoca especificamente o meio ambiente. Em seu artigo 225, a constituição declara que:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(BRASIL, 1988, n. p.)
Note que a constituição atribui o dever de defender o meio ambiente a todos, e o faz, pois se trata de um
assunto de interesse de todos. Mas ela cita especificamente o poder público, sem distinção entre a federação,
estados ou municípios. Cabe-lhes, portanto, a tarefa especifica de defendê-lo e preservá-lo.
Mas como isso deverá ser feito? Há uma regra geral a ser seguida?
Comentário
A resposta é sim. O fato é que o Brasil conta com um dos melhores conjuntos de leis federais, estaduais
e municipais relacionadas ao meio ambiente. 
No âmbito federal, uma referência básica para a proteção ambiental é a Lei nº 6.938/1981. Ela estabeleceu
alguns mecanismos federais de grande importância para a defesa e recuperação do meio ambiente: definiu a
Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA (art. 2º) e criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente – Sisnama
(art. 6º), o Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama (art. 8º) e os Instrumentos do PNMA (art. 9º), que
incluem, por exemplo, padrões ambientais, zoneamento ambiental, estudo de impacto ambiental e um sistema
de informações.
Outro instrumento federal de grande importância é a Lei Complementar nº 140/2011. Seu conteúdo
estabeleceu competências entre a União, os estados e os municípios e, ainda, definiu regras para a atuação
conjunta na proteção do meio ambiente e o combate à poluição, entre outros aspectos (BRASIL, 2011).
Há uma ampla legislação federal, estadual e municipal que regula os mais diversos aspectos do combate à
poluição e da proteção e da exploração sustentável do meio ambiente. Elas regulamentam, por exemplo, o uso
do solo, a proteção da costa, o saneamento básico, a produção de energia e o combate aos crimes
ambientais, entre outros temas.
Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama)
Criado pela Lei nº 6.938/1981, esse sistema reúne órgãos que atuam com a proteção ambiental na federação,
estados, municípios e no Distrito Federal (BARSANO, 2014). Os principais órgãos federais que participam
desse sistema são:
Conama
Conselho Nacional do Meio Ambiente
MMA
Ministério do Meio Ambiente
Ibama
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis
ICMBio
Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade
Todos esses órgãos visam colocar em prática a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, com o objetivo
de preservar, aperfeiçoar e recuperar a qualidade ambiental, beneficiar os desenvolvimentos econômico e
social e, ainda, a dignidade humana e a segurança nacional.
O Ibama e o ICMBio são autarquias subordinadas ao Ministério do Meio Ambiente e têm como principais
objetivos o desenvolvimento de programas ambientais e a fiscalização de atividades de negócio que envolvam
o uso de recursos do meio ambiente.
Atenção
É importante observar que o papel do poder público é tanto o de seguir quanto de fazer seguir
legislações, regulamentações e outros instrumentos normativos governamentais de combate à poluição,
no nosso contexto. 
Mas isso não quer dizer que qualquer iniciativa de exploração do meio ambiente será automaticamente
negada. Há de se avaliar caso a caso, verificando se o projeto atende ou não às definições e limitações legais
e regulatórias.
Os órgãos reguladores vão avaliar o projeto, seus estudos de impacto ambiental e os relatórios de impacto
ambiental (EIA/Rima). Um eventual bloqueio automático só faz sentido em casos de projetos de exploração em
áreas onde há limitações ou impedimentos legais, como reservas florestais ou indígenas.
Esses relatórios descrevem as intervenções que fazem parte do projeto e quais serão os seus impactos para o
meio ambiente, além das formas como a empresa pretende compensar a degradação que vai provocar. O
projeto só poderá ter andamento se o órgão regulador aprovar o projeto e o relatório em questão.
Linha de produção de cervejaria.
É por isso que vários tipos de projetos correlacionados à
construção civil, instalação de indústrias e/ou criação de
infraestrutura urbana, por exemplo, requerem que estudos
de impacto ambientalsejam submetidos para aprovação de
órgãos municipais, estaduais e/ou federais ligados à
fiscalização e regulação do meio ambiente.
Além disso, baseados na análise dos estudos apresentados,
os órgãos fiscalizadores e regulamentadores podem
demandar que sejam feitos ajustes no projeto inicial visando
à proteção do meio ambiente, ou até vetar o projeto.
Parece complicado, não é? Mas observe que é possível alocar especialistas para estudar detalhadamente as
características do meio ambiente a ser ambientalmente afetado, de forma a determinar quais serão os
impactos para a biota da área e das proximidades. Por outro lado, os dados do projeto a ser implementado
podem esclarecer em detalhe a origem, as formas de disseminação e os impactos de agentes poluentes que
resultarão do processo de produção. 
Note que esses impactos de novos projetos podem variar muito conforme as características e a forma de
liberação dos agentes poluentes no ambiente previstos no projeto, entre outros fatores.
A gestão ambiental corporativa
As organizações estão continuamente produzindo lixo, esgoto, resíduos industriais, gases e outros agentes
poluentes. O desafio está na redução do potencial de degradação que esse material apresenta ou, ainda, na
simples redução do volume a ser descartado. É preciso atuar sobre cada um desses materiais, avaliando
desde a necessidade de seu emprego na produção até as possibilidades de reciclagem, entre outros
aspectos.
A gestão ambiental nas organizações
Nas empresas de hoje, a gestão ambiental se
tornou uma atividade prioritária e, muitas vezes,
bastante complexa. As organizações de
qualquer porte ou setor de negócios, no
desenrolar de suas operações diárias,
desenvolvem ações que afetam o meio
ambiente de alguma forma. Por exemplo,
suponha uma pequena cervejaria localizada em
um município de médio porte que está em
instalação e, depois, em operação.
Etapa 1
Antes de funcionar, ela precisou preparar o seu projeto da cervejaria, o estudo de impacto ambiental,
e o relatório de impacto ambiental (EIA/Rima), e submetê-los à aprovação dos órgãos reguladores do
meio ambiente federais, estaduais e municipais.
Etapa 2
Além disso, submeteu o projeto para a aprovação e licenciamento da construção na prefeitura, na
qual precisou obter autorização tanto para captar o grande volume de água que vai utilizar
diariamente, quanto para lançar as águas já usadas na rede de esgoto pública, após fazer um
tratamento para filtrar resíduos e produtos químicos em uma estação de tratamento que ela precisará
construir, logicamente.
Etapa 3
Após a inauguração da obra, e durante o seu processamento diário, ela terá de descartar resíduos
das matérias-primas utilizadas (ex.: bagaços de cevada, milho, trigo, lúpulo etc.), o que precisará ser
feito em algum aterro autorizado, ou a empresa deverá optar por reciclar esses resíduos,
transformando-os em adubo.
Etapa 4
Falhas na operação podem gerar excedentes de produção de latas e garrafas que quebraram na linha
de produção. Esses resíduos precisarão ser descartados em local próprio (aterro) ou reciclados.
Etapa 5
Há ainda milhares de litros de água com detergente, restos de comida, cerveja etc. que sobraram
após a lavagem da linha de produção, banheiros, vestiários ou do escritório central.
Etapa 6
Há o lançamento na atmosfera dos gases dos escapamentos dos caminhões que trouxeram matéria-
prima para a produção ou estão levando as cervejas prontas para os distribuidores.
Essa é uma lista longa, o que só torna mais complexa a condução das ações que vão evitar o lançamento de
poluentes no meio ambiente ou obter as licenças ambientais necessárias para poder operar. Toda essa
complexidade leva as organizações a desenvolver sistemas de gestão ambiental, que podem acompanhar e
organizar essas atividades.
A norma NBR ISO 14001 - sistemas de gestão ambiental
As complexidades envolvidas na gestão ambiental levaram a ISO – International Organization for
Standardization, a publicar uma norma técnica que apresenta as especificações de um sistema de gestão
ambiental. Trata-se da norma NBR ISO 14001 – Sistemas de gestão ambiental — Requisitos com orientações
para uso (ABNT, 2005), publicada no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Conjunto de lixeiras para coleta seletiva de lixo para
fins de reciclagem.
Exemplo
Esse sistema inclui, por exemplo, uma política de gestão de resíduos, a definição de normas internas
explicando como lidar com os poluentes, uma programação de verificações ou auditorias em campo para
ver se as normas estão sendo seguidas, a manutenção de uma base estatística com casos em que
poluentes foram lançados no meio ambiente fora da forma prevista em norma etc. 
Importante observar que a ABNT e a ISO comercializam várias normas que estão relacionadas direta ou
indiretamente ao controle de poluentes. São essas as normas que apresentam métodos e padrões a serem
implementados.
O planejamento do descarte de resíduos
As organizações apresentam sistemas de produção que, de alguma forma, geram resíduos a serem
descartados no meio ambiente. Pelo que vimos até agora, sabemos que as empresas buscam formas de
reduzir esses resíduos e fazer o seu descarte da maneira menos impactante possível para o meio ambiente. É
até preferível reciclar tudo, em vez de liberar diretamente no meio ambiente.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado a uma cidade: pode
haver uma coleta seletiva de lixo nas residências, lojas e
fábricas; todo o esgoto pode ser tratado, com a água sendo
reutilizada para regar jardins, enquanto os resíduos sólidos
e não contaminados podem seguir para o aterro sanitário;
lixo contaminado, como o de hospitais, pode ser
desinfectado e enviado para reciclagem, caso não exista a
obrigação legal de seguir para um aterro etc.
Observe que esse planejamento busca desenvolver práticas
que reduzam os impactos do dia a dia das pessoas e
organizações no meio ambiente. Assim, torna-se possível
alcançar um equilíbrio entre as necessidades das pessoas e
organizações, e a preservação da saúde e da qualidade de vida dessas pessoas e da vida animal e vegetal
que habitam o meio ambiente.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Como funciona a sustentabilidade corporativa
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Os estudos de impacto ambiental
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Durante os anos 1970 e 1980, uma das grandes preocupações de ambientalistas e cientistas estava na
degradação física de áreas que foram exploradas pelas empresas. A essas marcas da passagem das
empresas pelo meio ambiente dá-se o nome de
A
bottom line.
B
efeito estufa.
C
CFC.
D
footprint.
E
record.
A alternativa D está correta.
Essas marcas recebem o nome de footprint ou pegada da empresa na área por onde ela atuou.
Questão 2
O sistema definido pela Lei nº 8938/1981 e que reúne órgãos de proteção ambiental é conhecido como
A
Sisnama.
B
Conama.
C
MMA.
D
Ibama.
E
ICMBio.
A alternativa A está correta.
O Sisnama é o sistema criado pela lei citada e que reúne órgãos que atuam com a proteção ambiental na
federação, estados, municípios e no Distrito Federal.
4. Conclusão
Considerações finais
Neste material, apresentamos os conceitos e a evolução histórica da poluição no mundo, o impacto de
eventos históricos como a Primeira Revolução Industrial e os Congressos de Estocolmo e do Rio de Janeiro
(ECO92), e debatemos seus reflexos para o meio ambiente, bem como possíveis soluções para seu controle e
redução.
Inicialmente, mostramos definições e conceitos sobre a poluição e sua evolução, desde a Pré-história até
nossos dias. Demos enfoque ao período entre os séculos XIX e XX, no qual o mundo experimentou um
alastramento da poluição sem precedentes. 
Em seguida, discutimos os tipos de poluição, o processo tardio de conscientização da população mundial
sobre os impactosda poluição e os principais problemas causados por ela na segunda metade do século XX,
além dos debates em busca de soluções para esses problemas, que perduram até hoje.
Por fim, apresentamos a evolução do entendimento sobre o que é o desenvolvimento sustentável, as
principais legislações federais sobre a poluição, os principais órgãos federais encarregados da normatização e
fiscalização ambiental, além das formas de execução da gestão ambiental, tanto em organizações privadas
quanto em cidades.
Estamos certos de que, na conclusão deste material, você terá condições de compreender os impactos da
poluição nas nossas vidas, quais foram as situações e eventos históricos que levaram ao panorama atual da
poluição e as formas ora em uso para reduzir seu crescimento e minimizar os seus impactos.
Podcast
Para encerrar, confira este breve resumo dos principais tópicos que foram abordados ao longo dos
módulos.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore +
 
Visite o site do Conselho Nacional de Meio Ambiente – Conama.
 
Para conhecer mais sobre as várias conferências que debateram a poluição ambiental, consulte o texto da
UNEP: Linha do tempo dos 75 anos da ONU.
Referências
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental —
Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
 
BIOTA. Dicionário On-line Michaelis. Consultado na Internet em: 19 jul. 2022.
 
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; IBRAHIN, F. I. D. Legislação ambiental. São Paulo: Saraiva, 2014.
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Consultado na Internet em:
19 jul. 2022.
 
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Consultado na Internet em: 19 jul. 2022.
 
BRASIL. Lei complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII
do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da
competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao
combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a
Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Consultado na Internet em: 19 jul. 2022.
 
BRILHANTE, O. M.; CALDAS, L. Q. A. (coord.). Gestão e avaliação de risco em saúde ambiental [on-line]. Rio de
Janeiro: Fiocruz, 1999. 155 p.
 
GOUCHER, C.; WALTON, L. História mundial: jornadas do passado ao presente. Rio de Janeiro: Grupo A, 2011.
 
JUNIOR, A. P.; SAMPAIO, C. A. C.; FERNANDES, V. Gestão empresarial e sustentabilidade. São Paulo: Manole,
2016.
 
MELLER, G. S.; OLIVEIRA, K. F.; STEIN, R. T. et al. Controle da poluição. Rio de Janeiro: Grupo A, 2017.
 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONU.Declaração de Princípios da Rio/92. Consultado na Internet em: 19
jul. 2022.
 
POLUIÇÃO. Dicionário On-line Michaelis. Consultado na Internet em: 19 jul. 2022.
 
ROSSETTI, J. P.; ANDRADE, A. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. 7. ed. Rio
de Janeiro: Grupo GEN, 2014.
 
SANTOS, M. A. dos. Poluição do meio ambiente. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
 
UNEP. Linha do tempo dos 75 anos da ONU. Publicado em: 26 jun. 2020. Consultado na Internet em: 19 jul.
2022.
	Conceitos e definições da poluição ambiental
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Preparação
	Objetivos
	Introdução
	Conteúdo interativo
	1. Desenvolvimento histórico da poluição ambiental
	Vamos começar!
	O que é a poluição ambiental e como ela afeta as nossas vidas
	Conteúdo interativo
	Entendendo o que é a poluição
	Primeira Revolução Industrial
	Segunda Revolução Industrial
	Terceira Revolução Industrial
	O que é a poluição?
	1º aspecto
	2º aspecto
	3º aspecto
	4º aspecto
	5º aspecto
	6º aspecto
	Conceituando a poluição ambiental
	Art. 3º
	A poluição visível e invisível
	Exemplo
	O histórico da poluição ambiental no mundo
	A poluição na Pré-história
	A poluição da Antiguidade à Idade Média
	As grandes navegações
	Exemplo
	A poluição na Era Industrial
	A Primeira Revolução Industrial
	A poluição do século XX
	Vem que eu te explico!
	O conceito legal de poluição
	Conteúdo interativo
	O processo de industrialização nos séculos XIX e XX
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Principais impactos ocasionados pelos diferentes tipos de poluição
	Vamos começar!
	As causas e consequências da poluição no século XX
	Conteúdo interativo
	Tipos de poluição
	Por que é importante tipificar a poluição?
	Os seis tipos de poluição
	Poluição atmosférica
	Poluição hídrica
	Poluição do solo
	Poluição sonora
	Poluição radioativa
	Poluição visual
	A conscientização sobre os riscos da poluição
	Exemplo
	A evolução do conhecimento sobre os riscos da poluição
	Os efeitos do acúmulo de poluentes na natureza
	1º efeito
	2º efeito
	3º efeito
	4º efeito
	5º efeito
	6º Efeito
	A conscientização da população sobre a poluição e seus impactos
	Consequências da poluição para o planeta
	Eventos e conferências sobre meio ambiente
	O foco na solução do problema da poluição
	Exemplo
	Será possível haver produção industrial sem poluição?
	Vem que eu te explico!
	O debate sobre os efeitos da poluição nos anos 1980 e 1990
	Conteúdo interativo
	A conexão entre produção e poluição
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Importância do controle da poluição ambiental
	Vamos começar!
	Você sabe o que é controle de poluição ambiental?
	Conteúdo interativo
	A busca pelo desenvolvimento sustentável
	Comentário
	Os desafios do combate aos efeitos da poluição
	Efeito estufa (aquecimento global)
	Redução da camada de ozônio
	Acúmulos de lixo potencialmente reciclável
	Poluentes lançados nos rios e mares
	Derramamento de produtos químicos e petroquímicos sem tratamento
	O desenvolvimento sustentável
	Tripé da sustentabilidade
	Lucro
	Meio ambiente
	Social
	A legislação e o controle da poluição
	A estrutura de proteção do meio ambiente
	A legislação federal de proteção do meio ambiente
	Comentário
	Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama)
	Conama
	MMA
	Ibama
	ICMBio
	Atenção
	A gestão ambiental corporativa
	A gestão ambiental nas organizações
	Etapa 1
	Etapa 2
	Etapa 3
	Etapa 4
	Etapa 5
	Etapa 6
	A norma NBR ISO 14001 - sistemas de gestão ambiental
	Exemplo
	O planejamento do descarte de resíduos
	Vem que eu te explico!
	Como funciona a sustentabilidade corporativa
	Conteúdo interativo
	Os estudos de impacto ambiental
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências

Mais conteúdos dessa disciplina