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Conceitos e definições da poluição ambiental Os conceitos e definições da poluição ambiental, seus impactos para o meio ambiente e as formas para seu monitoramento e controle. Prof. Ronaldo Granha 1. Itens iniciais Propósito Compreender os principais conceitos sobre a poluição ambiental, debatendo as suas causas e consequências para as empresas, para o meio ambiente e para a sociedade em geral, bem como entender a importância do controle da poluição ambiental para a garantia da sustentabilidade corporativa. Preparação Pesquisas prévias sobre os efeitos da poluição ambiental, danos ecológicos e a participação das empresas, dos governos e da sociedade no seu monitoramento e controle. Objetivos Reconhecer o desenvolvimento histórico da poluição ambiental. Descrever os principais impactos ocasionados pelos diferentes tipos de poluição. Reconhecer a importância do controle da poluição ambiental. Introdução Para iniciarmos, confira neste vídeo os principais conceitos e aspectos sobre o estudo da poluição ambiental. Vamos lá! Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. • • • 1. Desenvolvimento histórico da poluição ambiental Vamos começar! O que é a poluição ambiental e como ela afeta as nossas vidas Neste vídeo, são abordados os principais conceitos e aspectos que devem ser observados durante a leitura deste módulo. Confira! Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Entendendo o que é a poluição Vivemos hoje num mundo fortemente industrializado. Há robôs em fábricas e escritórios, trabalhadores manipulam grandes bases de dados presencial ou remotamente, e decisões podem ser tomadas por softwares de inteligência artificial. Estamos na chamada Quarta Revolução Industrial, que resulta diretamente do evento que caracterizou a Terceira Revolução Industrial. Veja mais a seguir: Meados do século XVIII Primeira Revolução Industrial Ocorrida em meados do século XVIII, foi a revolução que realmente transformou o mundo, criando as bases para o processo de industrialização que vivemos até hoje e estabelecendo uma nova realidade empresarial, na qual o capital e as pessoas migraram do campo para as cidades e as indústrias se instalavam em torno destas. Início do século XX Segunda Revolução Industrial Foi caracterizada pela chamada administração cientifica que enfocou a análise e a otimização de recursos alocados à produção industrial, com o objetivo aumentar a sua produtividade e rentabilidade. Anos 1960 Terceira Revolução Industrial Foi caracterizada pela entrada em escala comercial dos computadores de grande porte. Mas há um aspecto negativo dessa industrialização: o crescimento da emissão de poluentes na atmosfera num ritmo inédito, que vem aumentando com o tempo. Esse é um dos grandes problemas atuais. O que é a poluição? Suponha a seguinte situação: um motorista está viajando por uma estrada que ele conhece há anos. Ao iniciar a viagem, ele se lembrou de como era essa estrada no passado: campos verdes, pastagens, plantações, muitas árvores; um rio de águas límpidas; algumas poucas moradias e comércios de beira de estrada; pouco tráfego; e muito, muito ar puro. Ao longo dos anos, muitas transformações ocorreram nesse cenário. Os campos verdes e pastagens deram lugar a fábricas (veja na imagem a seguir). Com elas vieram muitas pessoas, o que levou à implantação das ditas cidades, com centros comerciais, hospitais, empresas de serviços, moradias, escolas etc. Para a construção dessas cidades, vieram construtoras, depósitos de material de construção, e até uma pedreira, entre outros negócios. E também foram criadas linhas de transmissão e distribuição de energia, dados e telefonia; sistemas de geração de energia eólica; redes de esgoto urbano, fluvial e industrial etc. Antes e depois da degradação do ambiente no entorno da estrada. Ao comparar o cenário atual com o do passado, o motorista constatou o impacto no meio ambiente das transformações geradas pela urbanização e a industrialização de toda aquela região. Ele fez as seguintes observações: 1 1º aspecto Várias indústrias estão liberando grandes volumes de fumaça por suas chaminés, e essa fumaça está criando uma névoa malcheirosa sobre a estrada. 2 2º aspecto Um forte estrondo e uma nuvem de poeira revelam que uma pedreira na beira da estrada está em plena operação. 3 3º aspecto O rio apresenta grandes manchas escuras na água, além de vegetação, espuma e lixo flutuando. 4 4º aspecto Há concentrações de lixo no acostamento ao longo da estrada, próximas aos vilarejos e cidades. 5 5º aspecto Uma dessas concentrações de lixo está em chamas, liberando fumaça na estrada bem na sua frente. 6 6º aspecto Dois caminhões à sua frente estão liberando muita fumaça por seu escapamento. O motorista concluiu que todas essas observações que fez revelam o grande progresso de toda a região. Mas esse crescimento levou à degradação do meio ambiente da região e, consequentemente, ao aumento da chamada poluição ambiental. Conceituando a poluição ambiental Para avaliarmos se a conclusão do motorista está correta, vejamos os principais conceitos ligados ao tema da poluição ambiental. Inicialmente, consideremos o entendimento da definição do termo poluição: degradação de qualquer ambiente provocada por poluente. (POLUIÇÃO, 2022, p. 15) Tomando a situação apresentada como um exemplo, a instalação de empresas, da população e da infraestrutura urbana ocasionou a emissão dos chamados agentes poluentes: fumaça, ruído excessivo, lixo, despejos químicos etc. Esses agentes poluentes podem ser definidos como: qualquer tipo de agente químico, físico ou biológico que, ao ser lançado nesse meio ambiente, provoca a sua degradação (SANTOS, 2017). Tais poluentes podem causar efeitos graves para a biota, ou seja, o “conjunto dos seres animais e vegetais que vivem em determinado ambiente ecológico, em estreita sintonia com as características físicas, químicas e biológicas desse ambiente” (BIOTA, 2022). Esses efeitos sobre a biota são o resultado da degradação do meio ambiente, que pode ser definida como a alteração ou o desequilíbrio das características físicas, químicas e/ou biológicas desse ambiente, afetando negativamente os seres vivos (pessoas, flora e fauna) que nele habitam (SANTOS, 2017). Tendo em vista os conceitos acima, podemos confirmar que as observações feitas pelo motorista evidenciam a degradação do meio ambiente no entorno da estrada pela qual ele trafegava. Um conjunto de agentes poluentes estava sendo lançado no meio ambiente (poluição), contaminando o ar, a água e o solo. A degradação ocasionada pelo lançamento de poluentes no meio ambiente traz consequências nocivas aos seres vivos que o habitam ou passam por ele, as quais representam o impacto ambiental que essa poluição causou. Como veremos mais adiante, há medidas preventivas e protetivas previstas em lei, além de normas regulamentadoras e técnicas, e ainda boas práticas de mercado, que são normalmente aplicadas para o controle do lançamento de poluentes. Isso será apresentado mais à frente. Para firmarmos o entendimento dos conceitos sobre poluição já apresentados, vale observar como eles são apresentados pela legislação brasileira. Veja a seguie o que estabelece o artigo 3º da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente do Brasil: Art. 3º “Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticasou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.” (BRASIL, 1981). Você deve ter observado que a definição legal da poluição é bastante abrangente. Ela cita os diversos tipos de perdas que os agentes poluentes podem causar à qualidade de vida das pessoas e da biota. Além disso, esclarece que essa qualidade envolve a preservação da aparência, do bem-estar, da saúde e da segurança de todos os seres vivos que habitam aquele ambiente. Tudo isso precisa ser considerado no planejamento urbano, no licenciamento de projetos que alterem o meio ambiente ou na fiscalização da forma como as pessoas e empresas exploram o meio ambiente, por exemplo. Veremos como isso pode ser alcançado mais adiante. Transformação do meio ambiente. A poluição visível e invisível É fácil perceber a ação da poluição quando observamos a fumaça de chaminés e das descargas de automóveis, ou ainda quando vemos sujeira boiando em um rio. Mas nem sempre a poluição é tão facilmente percebida. Você pode estar exposto a um agente poluente e sofrer os seus efeitos danosos sem se dar conta disso ou sequer apresentar os sintomas derivados dessa exposição. Santos (2017, p. 1) lembra que a poluição pode ser invisível a olho nu. Esse é o caso de poeiras, vapores, gases, radiações, sons altos, bactérias e outros agentes químicos, físicos e biológicos, que podem penetrar em nossos corpos por meio da pele, da respiração, dos ouvidos ou da ingestão, por exemplo. Exemplo Usemos o som como exemplo: ele é fruto da vibração de algum elemento físico, que pode ser percebida pelos nossos ouvidos, mas não pode ser vista. Outro exemplo pode ser o das radiações ionizantes (raios X, alfa, beta e gama), que não são percebidas pelos nossos sentidos, mas podem nos afetar fisicamente mesmo assim. Por outro lado, uma fonte de poluentes pode estar longe de nós, fora de nossas vistas, e ainda assim nos afetar. Por exemplo: um poluente pode ser derramado no solo, chegando até as camadas de água logo abaixo dele (lençol freático), contaminando-as. Como essas águas tendem a escoar até os rios ou lagos próximos, a correnteza poderá levar essa água poluída para outras regiões. Outro aspecto a considerar é que nem toda poluição é fruto da ação humana. Há fenômenos naturais, como os vulcões, tempestades, terremotos, concentrações de microrganismos etc., que podem gerar agentes poluentes capazes de chegar até nós de várias formas. Vale observar que o foco deste estudo está na poluição causada pela ação humana. O histórico da poluição ambiental no mundo A poluição não é um assunto recente na história da humanidade. Ela está presente entre nós desde a Pré- história até os dias de hoje, mas vem se agravando desde a Primeira Revolução Industrial. Nos últimos 50 anos, os seus efeitos para os seres humanos e demais seres vivos que habitam o planeta começaram a ser amplamente debatidos por governos, cientistas, ambientalistas e pela população em geral. Para entendermos como chegamos a esse ponto, é importante compreendermos como ocorreu a evolução da poluição ao longo da história. A poluição na Pré-história Na história do nosso planeta, a poluição causada pelos seres humanos é muito recente. Podemos considerar que ela começa a se destacar na Pré-história (período Neolítico), com o surgimento dos primeiros agrupamentos humanos ou aldeias. Não há consenso entre os pesquisadores a respeito de quando essas aldeias começaram a ser formadas. Para Goucher e Walton (2011, p. 44) elas surgiram há cerca de 15 mil anos, após os seres humanos terem aprendido a fazer o fogo, a desenvolver plantações e a domesticar animais. Essas atividades exigiam um comportamento mais sedentário das pessoas, o que levou à formação desses agrupamentos. Essas pessoas teriam logo passado a praticar a metalurgia, a manipulação genética de sementes para o plantio e a produção de cerâmicas (Goucher; Walton, 2011, p. 44). Claro que todas essas atividades geravam resíduos ou detritos (ex.: dejetos de pessoas e de animais; restos de alimentos e de animais; sobras de argila, pedras, metais etc.) junto às moradias dessas pessoas, degradando o ambiente onde viviam, contaminando o solo, o ar e a água. Com isso, as pessoas daquela época estavam constantemente expostas a várias doenças originadas desses resíduos e/ou transmitidas por insetos, ratos, caramujos etc. que neles viviam. Vida na Pré-história. A poluição da Antiguidade à Idade Média Ao longo dos séculos seguintes, as civilizações e as suas cidades foram se desenvolvendo e sucedendo umas às outras. Segundo Meller (2017, p. 37) “os problemas ambientais urbanos são tão antigos quanto as primeiras grandes cidades humanas”. O autor afirma que as primeiras grandes cidades começaram lá pelo ano 10.000 AEC, criadas pelos sumérios e os egípcios, entre outros povos (MELLER, 2017, p. 34). As primeiras cidades foram formadas visando atender aos interesses das pessoas da época de morar em comunidade. Havia várias vantagens nisso, dentre as quais pode-se destacar a segurança, as trocas de mercadorias e/ou o compartilhamento de recursos. Mas o crescimento delas se deu de forma desordenada, e logo surgiram problemas, como a falta de água, o acúmulo de lixo, a formação do chorume, a proliferação de doenças, entre outros. Para tratar desses e de outros problemas, os administradores das cidades começaram a planejar e organizar o seu crescimento. Para isso, desenvolveram o chamado urbanismo. As grandes navegações Com o início das grandes navegações (século XV), novos materiais, alimentos, animais, minérios, plantas etc., começaram a circular de um lado para o outro no planeta. Com isso, poluentes derivados desses elementos que estavam concentrados em suas regiões de origem passaram a ser percebidos em várias outras regiões do planeta. Mesmo doenças características de uma determinada região começaram a se disseminar por todo o planeta. Exemplo Um exemplo dos efeitos das navegações é o da migração de um grande número de pessoas entre os continentes, principalmente para a formação de novas colônias nas Américas, na África e na Ásia, gerando novos centros urbanos e, consequentemente, novas concentrações de resíduos em regiões antes desabitadas ou com poucos habitantes. Considerando a fragilidade das embarcações e os vários perigos da navegação em oceanos e mares pouco conhecidos e mapeados na época, o risco de naufrágios era alto, com a perda de cargas, munições, mantimentos, vidas e até do próprio navio. Muitos desses materiais eram poluentes e contaminaram as áreas no entorno dos naufrágios ocorridos. Vale ressaltar que esses eventos foram muito localizados e de pouca expressão, se considerarmos o tamanho e o volume dos oceanos. A poluição na Era Industrial A Primeira Revolução Industrial A Primeira Revolução Industrial (meados do século XVIII) foi iniciada na Inglaterra e marcada pela invenção da máquina a vapor, movida por carvão mineral, um combustível altamente poluente. Sua primeira aplicação foi nas manufaturas de tecidos. O sucesso da aplicação dessa tecnologia levou à sua disseminação para outros setores da economia. Tal disseminação gerou o aumento da emissão de poluentes derivados da queima de sua matéria-prima, o carvão mineral. Motor de usina de açúcar. O sucesso das manufaturas atraiu novos capitais, a serem aplicados em novos tipos de negócio complementares às manufaturas ou, ainda, de outros setores econômicos, como foi o caso dos transportes, com a invenção das locomotivas a vapor. Por outro lado, o crescimento da demanda por máquinas e equipamentos de ferro e aço para a produção e construção civil levou ao crescimento do setor siderúrgico, o qual desencadeou um maior consumo de carvão mineral, empregado na geração de energia calorífica para o aquecimento dos altos-fornos. Além desse acontecimento, veja outras consquências da Primeira Revolução Industrial a seguir: Ao longo do século XIX, com a chegada das máquinas a diesel, a demanda por esse combustível e poróleos lubrificantes cresceu, valorizando a petroquímica. Novos produtos petroquímicos foram surgindo ou se desenvolvendo, como é o caso da gasolina. De um agente poluente excedente do refino e descartado no meio ambiente, ela se tornou um dos principais produtos de seu setor após a invenção de motores a combustão baseados nela. Conforme esclarecem Rossetti e Andrade: Mão obra Também se ampliou a busca por mão de obra para as manufaturas, fosse ela qualificada ou não. Essa demanda por pessoas gerou uma onda de migrações do campo para as cidades, ou até entre as cidades. Falta de planejamento urbano Com mais pessoas, veio a necessidade de construção de moradias, de comércio e de prestação de serviços, e aumentou o volume de resíduos no meio ambiente, impactando-o negativamente (GOUCHER; WALTON, 2011). Aos avanços da ‘era ferroviária’, movida a vapor, somaram-se os desdobramentos de outra invenção seminal – o motor a combustão, uma nova e muito mais promissora força motriz, fundamental para o desenvolvimento de uma das mais importantes indústrias do século XX, a automotiva. (ROSSETTI; ANDRADE, 2011, p. 37) A Revolução Industrial continuou a evoluir e várias invenções ou aplicações de materiais já conhecidos surgiram. Algumas dessas invenções foram fundamentais para o século XX, como é o caso da borracha sintética, do telefone, dos automóveis etc. Dois exemplos de materiais cuja aplicação cresceu muito foram o ferro e o aço, que eram usados na fabricação de máquinas, navios, automóveis etc. Eles também passaram a ser usados em estruturas de pontes e monumentos, como é o caso da Torre Eiffel (França) e da Estátua da Liberdade (EUA). Note que os sistemas de produção da época geravam muitos agentes poluentes, que eram lançados no meio ambiente sem tratamento. Os danos ambientais que causavam não eram impedimentos para o crescimento da produção, ou de sua venda, já que a poluição não era percebida como um problema importante na época. Esse aparente descaso com o meio ambiente pode ser justificado pelo simples desconhecimento de seus impactos na época. Esse conhecimento só veio a ser desenvolvido a partir da metade do século XX (GOUCHER; WALTON, 2011, p. 61). A poluição do século XX O século XX foi marcado pela evolução dos processos, do volume de produção e das emissões de poluentes no meio ambiente. Já nas primeiras décadas desse século, tal investimento da indústria levou à redução dos custos de produção, ao aumento da capacidade de produção e ao crescimento da variedade, entre outros exemplos. Buscava-se produzir muito, mesmo que com baixa qualidade. Também ocorreram investimentos em produção de automóveis, sistemas de transporte (marítimo e terrestre) e distribuição de produtos e serviços, entre outras aplicações. O volume de poluentes lançados no meio ambiente não parava de crescer, assim como a degradação que causavam ao meio ambiente. Vale destacar que o aumento da produção gerou o crescimento da emissão de poluentes pelas indústrias, que agora utilizavam energia gerada por motores a combustão ou elétricos. A energia elétrica era gerada por termelétricas, caldeiras a carvão, geradores a diesel (muito poluentes) ou hidroelétricas (energia mais limpa). Mas a poluição que esse sistema de produção provocava não gerava preocupações. As duas guerras mundiais ocorridas nesse século, bem como os diversos conflitos menores que ocorreram, também contribuíram muito para a emissão de poluentes e a destruição do meio ambiente, resultante de eventos como: combates nos campos de batalha; migração descontrolada de refugiados; produção e transporte de milhões de máquinas, veículos, armamentos e outros tantos insumos necessários para a guerra etc. No período pós-Segunda Guerra, houve um surto de consumismo acelerado, ocasionado pela disponibilização de produtos cada vez mais baratos, variados, de boa qualidade e em grande quantidade, e de uma população com dinheiro e disposição para consumi-los. As indústrias fizeram grandes investimentos em novas técnicas de qualidade na produção, visando à redução das falhas e aumentando a sua produtividade. A redução dessas falhas até foi positiva para o meio ambiente, mas não compensou o crescimento das emissões de poluentes, já que a produção estava em pleno crescimento. Também foram aperfeiçoados os sistemas de produção, com a otimização da aplicação de recursos, melhorando os resultados da operação, aumentando a produtividade e reduzindo os gastos operacionais e o lançamento de resíduos no meio ambiente. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. O conceito legal de poluição Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. O processo de industrialização nos séculos XIX e XX Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 Desde os primeiros agrupamentos na Pré-história, a criação de uma cidade em um determinado local causa danos irreparáveis ao meio ambiente e à biota que ali existia até então. Esses danos são causados tanto pela preparação desse espaço para a construção da cidade quanto pelo lançamento de agentes poluentes. Por biota, entende-se como A o conjunto de agentes poluentes lançados nos rios e lagos próximos à cidade. B um ambiente degradado que será recuperado pela cidade. C os agentes químicos, físicos ou biológicos lançados nesse meio ambiente. D o conjunto de seres vivos animais e vegetais que habitam o ambiente afetado. E o conjunto de agentes poluentes lançados no meio ambiente onde está a cidade. A alternativa D está correta. O termo biota representa o conjunto dos seres vivos (animais e vegetais) que habitam um determinado ambiente. Questão 2 A poluição pode ser visível ou não visível, ou seja, os agentes poluentes podem ou não ser vistos a olho nu. Marque a opção que mostra poluições invisíveis: A Radiações ionizantes e sons altos. B Sons altos e produtos químicos. C Produtos químicos e gases. D Gases e fumaça. E Fumaça e sujeira. A alternativa A está correta. As radiações ionizantes são ondas eletromagnéticas enquanto o som é uma onda formada por um movimento vibratório. Elas não podem ser vistas a olho nu, apesar de afetarem o corpo humano. 2. Principais impactos ocasionados pelos diferentes tipos de poluição Vamos começar! As causas e consequências da poluição no século XX Veja, neste vídeo, os principais conceitos e aspectos que devem ser observados por você durante a leitura do módulo. Vamos lá! Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Tipos de poluição Alguns autores costumam estabelecer a Primeira Revolução Industrial (século XVIII) como marco do surgimento da poluição. Esse entendimento, embora formalmente incorreto, é compreensível, já que a evolução acelerada do processo de industrialização levou a um lançamento recorde de poluentes no meio ambiente. Não havia precedentes na história da humanidade de um volume e uma variedade de poluentes tão grande jogados na natureza, e sem tratamentos. Entretanto, quando os primeiros humanos que se reuniram em aldeias e começaram a descartar seu lixo desordenadamente, estavam provocando a poluição do meio ambiente. Isso quer dizer que a poluição está presente desde os primórdios da civilização. Resta a constatação de que vivemos numa época em que a poluição e a degradação ambiental precisam ser conhecidas e controladas, de forma a viabilizar a sustentabilidade da vida no planeta e dos negócios feitos atualmente e no futuro. Por que é importante tipificar a poluição? Os seres humanos lançam inúmeros poluentes no meio ambiente há milênios. À medida que a humanidade evoluía, novos elementos, incluindo materiais, produtos químicos, gases, minerais, plantas etc. seguiam sendo descobertos, combinados ou criados. Esse processo foi acelerado nos últimos 250 anos, nos quais vivemos a dita “Era da Industrialização”, mais um passo importante na evolução humana. A tecnologiacontemporânea é potencialmente mais limpa do que a tecnologia de produção do ferro à base de carvão mineral da Revolução Industrial do século XVIII, mas muito dos desenvolvimentos técnicos no último meio século foram mais danosos do que os anteriores e continuam a queimar combustíveis fósseis e emitir gases do efeito estufa em taxas alarmantes. (GOUCHER; WALTON, 2011, p. 61) Toda essa evolução também provocou o lançamento de uma infinidade de poluentes no ar, na terra e na água, degradando o meio ambiente, tornando-o adverso até para nós mesmos. É por isso que, ao longo das últimas décadas, foram desenvolvidas inúmeras iniciativas visando à redução da emissão de poluentes, à proteção de áreas ainda não atingidas e à recuperação das que já estão degradadas. Contudo, para que essas inciativas tivessem sucesso, foi preciso segregar em grupos e subgrupos todos os poluentes conhecidos. Dessa forma, agrupando-os conforme a similaridade de suas características, tornou-se possível identificá-los, qualificá-los, quantificá-los, definir respostas às ameaças que cada um representava e estabelecer os tratamentos preventivos e corretivos mais apropriados. Os seis tipos de poluição Vários pesquisadores e autoridades se lançaram à tarefa de definir uma classificação dos poluentes que permitisse o seu estudo detalhado. Santos (2017, p. 2) propôs 6 categorias distintas para segregar os poluentes: Poluição atmosférica Elementos particulados ou energias que estão suspensas na atmosfera. Exemplos de poluentes: Fumaça e partículas lançadas pelas indústrias. Gases e partículas resultantes da queima de matas, fogueiras, lixo etc. Gases resultantes da combustão de combustíveis fósseis, tais como o óleo diesel, a gasolina, ou o carvão mineral. Radiações ionizantes emitidas por máquinas de raios X, resíduos nucleares etc. Poluição hídrica Compostos orgânicos e inorgânicos ou, ainda, energia lançados em rios, lagos, reservatórios e sistemas de esgoto doméstico, pluvial, agropecuário ou industrial. Exemplos de poluentes: Matéria orgânica. Defensivos agrícolas e fertilizantes. Combustíveis de origem mineral, como petróleo, gás natural, carvão etc. Compostos químicos inorgânicos, como sabões, detergentes, solventes. Metais pesados. • • • • • • • • • Poluição do solo Produtos químicos em geral. Exemplos de poluentes: Matéria orgânica. Defensivos agrícolas e fertilizantes. Combustíveis de origem mineral, como petróleo, gás natural, carvão etc. Compostos químicos inorgânicos, como sabões, detergentes, solventes. Metais pesados. Resíduos urbanos. Herbicidas e pesticidas. Chorume. Poluição sonora Vibrações e ruídos (ondas sonoras). Exemplos de poluentes: Máquinas e equipamentos em geral. Veículos com motores a combustão. Construção civil e naval. Comércio e serviços. Poluição radioativa Partículas e radiações eletromagnéticas ionizantes. Exemplos de poluentes: Resíduos nucleares de operações de centrais nucleares. Equipamentos de radiologia de hospitais e clínicas. Contaminações por radiação no ar, na terra, nas águas, na biota etc. • • • • • • • • • • • • • • • Poluição visual Qualquer material afixado em muros, murais, postes, fachadas de prédios e que prejudiquem a harmonia visual do ambiente. Exemplos de poluentes: Faixas Cartazes Galhardetes Banners A conscientização sobre os riscos da poluição A poluição está presente em nossas vidas desde quando nascemos. O conhecimento sobre ela é hoje construído por referências passadas desde cedo por nossas famílias e amigos, na escola, na mídia e nas redes sociais. Exemplo Podemos facilmente compreender os seus efeitos nocivos para nossa saúde. Basta, por exemplo, ficar junto a uma avenida onde o trânsito está engarrafado, passear por uma praça cheia de concentrações de lixo ou, ainda, ficar próximo de um rio com águas turvas, malcheirosas e sem vida. Embora seja um problema grave e tão antigo quanto a humanidade, o debate em torno de formas como ela pode ser identificada, quantificada e reduzida ganhou destaque e se tornou popular apenas a partir dos anos 1970, ou seja, há pouco mais de 50 anos. A evolução do conhecimento sobre os riscos da poluição Como já vimos, os danos causados pelos agentes poluidores ao meio ambiente vem sendo acumulados há milênios. Infelizmente, durante esse mesmo período, esses mesmos efeitos eram ignorados ou pouco avaliados. Há de se considerar que a ciência e o conhecimento humanos estavam evoluindo lentamente junto com a humanidade. Ao longo de séculos, inúmeras proposições de teorias e descobertas científicas precisavam ocorrer antes que estudos sobre poluentes e seus impactos sobre o meio ambiente e os seres vivos, incluindo as pessoas, pudessem ocorrer. Assim, era natural que esses efeitos permanecessem desconhecidos por tanto tempo. Durante a Primeira Revolução Industrial (século XVIII), houve investimento de capital financeiro e humano na pesquisa científica. Buscava-se identificar tanto oportunidades de se melhorar os sistemas de produção quanto a criação de novos materiais, métodos, padrões, produtos etc. que melhorassem e/ou ampliassem a produção. Mas as fontes de energia e os rejeitos da produção, por exemplo, continham inúmeros poluentes, que eram lançados no meio ambiente sem tratamento. O combate à poluição simplesmente não era uma preocupação. Veja na imagem a seguir um exemplo de vazamento de óleo no mar. • • • • Despejo de produtos químicos. Os efeitos do acúmulo de poluentes na natureza O processo de industrialização continuou acelerado ao longo dos séculos XIX, XX e XXI. São cerca de 250 anos de produção e de poluição, sendo que apenas nos últimos 50 anos esta última se tornou um problema e começou a ser realmente combatida. Vale observar que os efeitos da poluição já eram visíveis ao longo desse período, principalmente nos grandes centros urbanos ou industriais, mas eram ignorados. A poluição estava cada vez mais presente no dia a dia das pessoas, e finalmente passou a ser percebida como prejudicial por elas. Por outro lado, o meio ambiente, já saturado de poluição, respondeu com uma série de efeitos negativos. Vejamos alguns exemplos desses efeitos: Causa Após a Segunda Guerra Mundial, a produção e o consumo mundiais cresceram muito, embalados pela maior disponibilidade de capitais, a melhoria das técnicas de produção, o crescimento da demanda e outros fatores positivos. Efeito Mas essa aceleração também causou a intensificação do lançamento de poluentes no meio ambiente, o que ampliava a sua degradação, principalmente próximo às regiões mais populosas ou industrializadas do mundo. 1º efeito Aumento da concentração de poluentes (fumaça) nos grandes centros urbanos, com a queda da qualidade do ar, gerando graves problemas de saúde para as populações. 2º efeito Crescimento da ocorrência das chamadas “chuvas ácidas” nas áreas urbanas, ou seja, a contaminação do ambiente urbano pelas chuvas carregadas de poluentes suspensos na atmosfera, prejudicando a biota e inviabilizando o seu aproveitamento para o consumo humano. 3º efeito Transformação de áreas antes férteis e cheias de vida em paisagens semidesérticas, em razão da intensificação do desmatamento, pela contaminação direta do solo por poluentes gerados pela indústria ou lixo urbano, por exemplo. 4º efeito Aumento da contaminação por radiações derivadas de experimentos (explosões) ou acidentes nucleares. 5º efeito Consequência de diversos acidentes em indústrias químicas, petroquímicas ou de extração e transporte de petróleo, que causaram danos quase irreparáveis à biota e às populações próximas (em terra e no mar). 6º Efeito Contaminação de mananciais de água por diversos tipos de poluentes, com destaque para os plásticos e produtos químicos, ficando a água restrita ao consumo enquanto não tratada e aumentando a escassez de água potável. O conjunto desses sinais de degradação foi interpretado pelos especialistas da área como um alertasobre as limitações que a natureza possui quanto à capacidade de se autorregenerar, um pedido de ajuda. Assim, governos, empresas e pessoas deveriam atuar no sentido de reduzir a emissão de poluentes, ajudando nessa regeneração. Mas como fazer isso? Quem deveria investir? O quanto? Onde? Faltavam respostas para essas e outras perguntas. A conscientização da população sobre a poluição e seus impactos É importante observar que o século XX se notabilizou pelo maior envolvimento das populações em relação ao que ocorria à sua volta e pelo mundo. Na segunda metade do século XX, as pessoas podiam acessar informações por meio de jornais, revistas, rádio e TV. Por outo lado, as empresas de comunicação que operavam esses serviços passaram a investir em noticiários, reportagens investigativas, documentários, programas de entrevistas e outros meios de levar informações reais e atuais para todos, conscientizando a população acerca do tema. Vista do interior do prédio do Parlamento sueco, onde foram realizadas diversas das reuniões da Conferência de Estocolmo. Principalmente ao longo dos anos 1970, o público teve, a partir dos meios de comunicação disponíveis à época, acesso a informações sobre danos ao ambiente e às pessoas causados pela poluição. Isso possibilitou a sua conscientização sobre os riscos e consequências da poluição. Nos anos 1980 e 1990, a população já estava mobilizada e pressionava as autoridades da época em busca de soluções. Mas por que a população demorou tanto a buscar informações e questionar o assunto, cobrando ação das autoridades no combate à poluição? É importante observar que a tecnologia atual permite o acesso rápido a inúmeras fontes de informação públicas e privadas, o que nos possibilita compreender o que é a poluição, quais são os riscos que corremos pela exposição continuada e desprotegida aos agentes poluentes e, ainda, como podemos contribuir para a redução de sua emissão. Com uma pesquisa rápida na Internet podemos obter rapidamente um grande volume de conhecimentos, na forma de notícias, livros, trabalhos acadêmicos etc. Mas a situação era bem diferente há 50 anos, ou antes disso. No século XX, as fontes de informação estavam nas bancas de jornais da esquina, no rádio, na televisão e nas bibliotecas públicas. A discussão estava quase que concentrada em técnicos do governo e das empresas, organizações não governamentais e pesquisadores acadêmicos. Consequências da poluição para o planeta Eventos e conferências sobre meio ambiente A repercussão dos problemas já observados levou governos, organizações não governamentais e empresas a patrocinar congressos, debates, estudos e pesquisas sobre os efeitos da poluição sobre o meio ambiente e seus reflexos no curto, médio e longo prazos. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, realizada em 1972 na cidade de Estocolmo (Suécia) foi organizada pela ONU — Organização das Nações Unidas — com o objetivo de debater a degradação do meio ambiente global. Ela é considerada o marco do início da conscientização das lideranças, das empresas e da população mundiais sobre os efeitos da degradação ambiental causada pela poluição. Também em 1972 foi publicado o livro Limits to growth , de Donella H. Meadows e Dennis L. Meadows, da Editora Potomac Books. Esse livro debate a capacidade do planeta de sustentar o crescimento da população previsto para as próximas décadas. Para Junior, Sampaio e Fernandes (2016, p. 3), as conclusões dessa publicação e dos resultados da conferência indicavam que o mundo deveria se preocupar com a garantia da capacidade do meio ambiente sustentar a vida, além do crescimento econômico (sustentabilidade econômica). Nascia a preocupação global com a sustentabilidade ambiental. Poluição da indústria. A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972), a situação da degradação ambiental do planeta e as formas de se enfrentar o problema começaram a ser amplamente debatidas. Autoridades governamentais e privadas discutiam meios de viabilizar mudanças nos sistemas de produção, enquanto ativistas iniciaram campanhas em prol de solucionar problemas que colocavam em risco o meio ambiente e sua capacidade de sustentar a vida na Terra. Ao longo dos anos 1980, ocorreram vários debates sobre as formas de se mudar os sistemas de produção das organizações industriais, de comércio e de serviços, criando meios que permitissem a redução de emissões de poluentes ou, ainda, que reduzissem os impactos no meio ambiente de suas operações (ex.: minerações, agricultura, construção civil etc.). As pressões da sociedade civil e de organizações ligadas à preservação do meio ambiente levaram à realização de mais congressos e conferências de alto nível, que contavam com a presença de líderes de governos e de grupos de empresas, para debater medidas que garantissem a sustentabilidade do meio ambiente. Esse foi o caso da Conferência ECO92, patrocinada pela ONU e realizada em 1992 no Rio de Janeiro (Brasil). Outro marco para o combate à degradação ambiental, abriu caminho para a definição dos papéis das empresas e da sociedade na tarefa de recuperar o meio ambiente. Outros encontros semelhantes ocorreram ao longo dos anos seguintes. O foco na solução do problema da poluição A partir dos anos 1970, ocorreram diversos congressos, encontros e outros eventos que visavam reunir líderes mundiais, autoridades sanitárias, ambientalistas, cientistas e representantes da indústria e da sociedade, buscando debater medidas que pudessem disciplinar a exploração ou os impactos da produção no meio ambiente. De início, muitas dúvidas, questionamentos e resistências surgiram, o que motivou o aumento das pesquisas tanto desses problemas quanto de possíveis soluções de curto, médio e longo prazos. Exemplo Por outro lado, a mídia produziu inúmeras reportagens investigativas, documentários, entrevistas e publicações que revelavam a toda a população o que era a poluição e os riscos que ela apresentava, assim como as opções de ações a serem tomadas para mitigar seus efeitos. Com isso, surgiram movimentos de redução de consumo e de cobrança de ações das autoridades, por exemplo. Engarrafamento Atentos ao problema, governos de todo o mundo passaram a acompanhar as evoluções e resultados dessas pesquisas, bem como a criar legislações, regulamentações e padrões técnicos que estabeleciam restrições e limites a serem respeitados por empresas e pelo público em geral sobre a emissão de poluentes. Até o final do século XX, já haviam sido tomadas inúmeras inciativas para a redução de emissões de poluentes, que continuaram no século XXI. Será possível haver produção industrial sem poluição? Existe então uma questão básica a ser considerada: se, por um lado, a poluição é prejudicial ao meio ambiente e, por consequência, à saúde e ao bem-estar do ser humano, por outro lado, ela é gerada pela produção de bens e serviços que são necessários à preservação dos mesmos saúde e bem-estar do ser humano. Conclui-se então que não é possível simplesmente eliminar todas as fontes de poluição, já que várias necessidades básicas do ser humano deixariam de ser atendidas. Mas é perfeitamente possível identificar, controlar e tratar os meios de produção e os hábitos dos seres humanos de forma a reduzir, e em alguns casos até eliminar, inúmeros agentes poluentes liberados diariamente no meio ambiente. Pelo lado das organizações, sejam elas indústrias ou organizações de serviços, a poluição pode afetar negativamente suas atividades de produção, independentemente de seu setor ou tipo de negócios. Isso ocorre porque essas atividades corporativas dependem, em maior ou menor grau, de matérias-primas, materiais de consumo, água, energia e outros recursos que são extraídos da natureza. Nas atividades de agronegócio, por exemplo, a poluição pode afetar negativamente o desenvolvimento dos vegetais, prejudicando as colheitas e/ou aumentando os gastos com tratamentos que combatem ou atenuam os efeitos na plantação. Ambos sãofatores que afetam a produtividade agrícola, calculados pela razão entre a produção (colheita) e os gastos efetuados para obtê-la. Note que mesmo organizações cujas atividades parecem não produzir poluentes que degradam o meio ambientem contribuem, sim, para isso, mesmo que involuntariamente. Esse é caso de escritórios ou escolas, por exemplo. Esses estabelecimentos são frequentados por pessoas que geram dejetos e resíduos de alimentos ou materiais de escritório ou limpeza no lixo comum ou no esgoto ou, ainda, consomem energia produzida por termelétricas ou geradores, movidas a diesel. Por isso, vários deles procuram formas de compensar o meio ambiente. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. O debate sobre os efeitos da poluição nos anos 1980 e 1990 Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. A conexão entre produção e poluição Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 Os agentes poluentes podem ser divididos em seis categorias. Marque a opção que apresenta apenas poluentes correlacionados à poluição da água. A Matéria orgânica e defensivos agrícolas. B Defensivos agrícolas e fumaça. C Fumaça e chorume. D Chorume e metais pesados. E Resíduos nucleares e cartazes. A alternativa A está correta. A poluição da água inclui compostos orgânicos e inorgânicos. Entre os exemplos citados, estão a matéria orgânica e os defensivos agrícolas. Questão 2 A industrialização continuou a crescer ao longo de XX em ritmo acelerado, como já vinha ocorrendo no século XIX. Durante esse período, a poluição também cresceu aceleradamente, tornando-se um problema global. No que tange à preocupação da população em relação à poluição e seus efeitos durante o século XX, podemos afirmar que a população A continua desconhecendo o problema da poluição. B se conscientizou do problema a partir dos anos 1970. C sabe o que é a poluição, mas não a considera um problema. D esteve consciente desse problema durante todo o século XX. E se preocupou menos com o problema do que seus antepassados. A alternativa B está correta. A população teve acesso a várias fontes de informação sobre a poluição a partir dos anos 1970 e se conscientizou de que ela era um problema global. 3. Importância do controle da poluição ambiental Vamos começar! Você sabe o que é controle de poluição ambiental? Confira, neste vídeo, os principais conceitos e aspectos que devem ser observados durante a leitura deste módulo. Vamos lá! Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. A busca pelo desenvolvimento sustentável A partir do momento em que governos, organizações e a população despertaram a sua atenção para os males da poluição e de seus impactos para o meio ambiente, uma série de conferências, estudos, debates e até protestos foram realizados em todo o mundo em defesa do meio ambiente e em busca de soluções para o conjunto de problemas causados por séculos de descaso com a poluição. Comentário É claro que a definição dos caminhos a serem trilhados até a melhoria do cenário negativo de então não seria tarefa fácil, e, de fato, há questões pendentes de soluções definitivas até hoje. Os desafios do combate aos efeitos da poluição Ao longo dos anos 1970 e 1980, ocorreram vários debates entre empresários, especialistas, ambientalistas e outros interessados sobre as possibilidades de se reduzir os impactos no meio ambiente dos poluentes liberados pelos sistemas de produção das organizações industriais, de comércio e de serviços. Buscavam-se meios que permitissem a redução de emissões desses poluentes e/ou dos impactos no meio ambiente de suas operações em campo, ou seja, seu footprint (ex.: minerações, agricultura, construção civil etc.), sem prejudicar os resultados financeiros. O termo footprint significa literalmente deixar a pegada ou marca na área onde a empresa desenvolveu as suas operações, tais como desmatamento, valões com rejeitos da produção, campos revirados e sem bioma etc. Por outro lado, havia uma série de problemas já identificados e divulgados pela ciência e por organizações não governamentais que ainda precisavam de debates e definição de soluções. Eis alguns exemplos: 1 Efeito estufa (aquecimento global) Causado pelo acúmulo de gases na atmosfera (ex.: metano, dióxido de carbono etc.), estaria retendo radiação infravermelha do sol, aumentando a temperatura terrestre. Esse efeito estaria aumentando a temperatura média da terra e acelerando o derretimento da calota polar, por exemplo. 2Redução da camada de ozônio Essa camada, que protege a terra contra radiações solares, estava sendo reduzida pelo efeito de gases liberados na atmosfera, com destaque para o clorofluorcarboneto (CFC), que era muito usado em aerossóis (ex.: perfumes, produtos de limpeza etc.). 3 Acúmulos de lixo potencialmente reciclável Lixos descartados dentro ou fora de aterros sanitários estavam se acumulando num ritmo frenético. Muitos desses materiais, que poderiam levar décadas para serem absorvidos pela natureza, poderiam ter sido reciclados, reduzindo os volumes acumulados. 4 Poluentes lançados nos rios e mares Poluentes químicos (ex.: sabões, produtos de limpeza, derivados de petróleo etc.) e materiais que não se degradam facilmente (ex.: plásticos, nylon etc.) estavam sendo lançados nos rios e mares em grande volume. Esses lançamentos estavam causando a morte dos animais e plantas que vivem nesses ambientes. 5 Derramamento de produtos químicos e petroquímicos sem tratamento Envolve tanto o seu lançamento em terra quanto em rios ou mares, com pouco ou nenhum tratamento prévio. Muitos desses derramamentos são ocasionados por acidentes em sistemas de produção, refino ou transporte, ou até pela simples limpeza de navios, plataformas de petróleo ou fábricas. A lista continua. Desde os anos 1980, ocorreram vários debates sobre as formas de se tratar esses e outros problemas. Muitos continuam graves e pendentes de soluções até hoje. Representação do efeito estufa. O desenvolvimento sustentável Nos anos 1990, o mundo debatia uma questão básica: o fato de que os recursos que o nosso planeta pode oferecer, embora vastos, são limitados. Assim, considerando que em algum ponto do futuro essa máxima será atingida, é ainda mais importante e necessário conceber meios de se explorar os recursos do planeta com racionalidade, reduzindo a emissão de poluentes, buscando novas fontes de energia renováveis, reciclando material descartado, otimizando a exploração de recursos extraídos do meio ambiente etc. Com esse cenário em vista, e com o apoio da ONU, foi realizada a Conferência ECO92, no Rio de Janeiro (1992). Seu foco estava na definição de ações e políticas que viabilizassem o desenvolvimento sustentável, seja de uma organização, de um país ou do planeta. Em 1994, foi definida uma forma de atingir o desenvolvimento sustentável no ambiente corporativo. Ele seria alcançado por meio do atingimento do equilíbrio entre três fundamentos ou bases (bottom lines) corporativas: organização, meio ambiente e social. A concepção desse equilíbrio entre as três bases foi uma mudança conceitual importante em relação ao pensamento dos anos 1980, quando os interesses a elas relacionados chegavam a ser conflitantes. Tripé da sustentabilidade Esse método de gestão ganhou o nome de triple bottom line ou tripé da sustentabilidade, no Brasil. Na prática, para ser reconhecida como sustentável, uma organização deveria conduzir as suas ações e decisões de forma a prover as seguintes garantias: Lucro No conceito em inglês é profit. Seus próprios objetivos e resultados esperados, incluindo o lucro, sejam alcançados, viabilizando, assim, a sua perenidade, o cumprimento de seus compromissos administrativos e financeiros com os empregados, os clientes, os acionistas, a sociedade e com a preservação do meio ambiente onde desenvolve as suas operações. Meioambiente No conceito em inglês é planet. O impacto ambiental das suas operações sejam sempre dimensionados, monitorados e minimizados, e seus footprints deixados no ambiente sejam logo reparados ou compensados. A organização deve desenvolver ou patrocinar ações que recuperem o meio ambiente, preservando a sua capacidade de suprimento de recursos tanto para a organização quanto para a sociedade em geral. Social No conceito em inglês é people. Todos os relacionamentos da organização com os empregados, os clientes, os acionistas e a sociedade em geral sejam pautados por transparência, responsabilidade, ética e conformidade com legislações, contratos vigentes e outros padrões aplicáveis. A organização deve ter mecanismos que viabilizem a inclusão social, o suporte à comunidade e outras ações relacionadas à responsabilidade social. As organizações devem manter estruturas organizacionais e mecanismos administrativos que garantam a transparência de suas decisões correlacionadas a essas três bases, assim como a eficácia e a eficiência das ações implementadas. Muitas organizações divulgam os resultados dessas ações em sites, eventos ou em relatórios de sustentabilidade. Triple bottom line ou tripé da sustentabilidade. Observe que as organizações de hoje estão muito atentas à forma como realizam os seus negócios, se relacionam com as pessoas e lidam com o meio ambiente. Práticas sustentáveis, como a responsabilidade social, a gestão ambiental responsável, a ética dos negócios e o bom relacionamento com as pessoas, estão entre as prioridades das administrações corporativas. A legislação e o controle da poluição A instalação de novas organizações em uma determinada área pode ser uma boa notícia, já que ela poderá criar oportunidades de negócio e empregos na região. Nesse contexto, os eventuais efeitos negativos para o meio ambiente podem parecer apenas o preço a pagar pelo crescimento econômico e social da região. Mas as empresas hoje precisam comprovar que compreendem quais são as degradações que podem causar, e desenvolver planos de ação para evitá-las ou compensá-las. A estrutura de proteção do meio ambiente Com a conscientização do poder público, do empresariado e da população sobre a ameaça representada pela poluição e sobre o que os riscos causados pela degradação ambiental representam para a vida, começaram a ser planejadas ou publicadas leis, regulamentações setoriais, normas técnicas, políticas corporativas, estudos técnicos e inúmeros instrumentos informativos ou normativos, desenvolvidos visando estabelecer regras, limites e controles que restringiam a emissão de poluentes. Logo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama. Vários países, incluindo o Brasil, criaram órgãos governamentais, agências reguladoras, fundações e/ou comitês de alto nível voltados para a discussão e aprovação de medidas para o controle de emissão de poluentes, recuperação do meio ambiente, além da penalização de empresas que provocassem a degradação do meio ambiente em decorrência de suas operações ou mesmo acidentalmente. Nesse contexto, foram criadas normatizações que complementavam o disposto em leis sobre o tema, assim como mecanismos de fiscalização de seu cumprimento. Foram criados, por exemplo, padrões e regras que deveriam ser seguidos por empresas cujas operações viessem a alterar o meio ambiente. A legislação federal de proteção do meio ambiente A nossa carta magna, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, está alinhada com as preocupações sobre a preservação do meio ambiente, conforme se pode perceber no seu capítulo VI, que enfoca especificamente o meio ambiente. Em seu artigo 225, a constituição declara que: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê- lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988, n. p.) Note que a constituição atribui o dever de defender o meio ambiente a todos, e o faz, pois se trata de um assunto de interesse de todos. Mas ela cita especificamente o poder público, sem distinção entre a federação, estados ou municípios. Cabe-lhes, portanto, a tarefa especifica de defendê-lo e preservá-lo. Mas como isso deverá ser feito? Há uma regra geral a ser seguida? Comentário A resposta é sim. O fato é que o Brasil conta com um dos melhores conjuntos de leis federais, estaduais e municipais relacionadas ao meio ambiente. No âmbito federal, uma referência básica para a proteção ambiental é a Lei nº 6.938/1981. Ela estabeleceu alguns mecanismos federais de grande importância para a defesa e recuperação do meio ambiente: definiu a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA (art. 2º) e criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente – Sisnama (art. 6º), o Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama (art. 8º) e os Instrumentos do PNMA (art. 9º), que incluem, por exemplo, padrões ambientais, zoneamento ambiental, estudo de impacto ambiental e um sistema de informações. Outro instrumento federal de grande importância é a Lei Complementar nº 140/2011. Seu conteúdo estabeleceu competências entre a União, os estados e os municípios e, ainda, definiu regras para a atuação conjunta na proteção do meio ambiente e o combate à poluição, entre outros aspectos (BRASIL, 2011). Há uma ampla legislação federal, estadual e municipal que regula os mais diversos aspectos do combate à poluição e da proteção e da exploração sustentável do meio ambiente. Elas regulamentam, por exemplo, o uso do solo, a proteção da costa, o saneamento básico, a produção de energia e o combate aos crimes ambientais, entre outros temas. Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) Criado pela Lei nº 6.938/1981, esse sistema reúne órgãos que atuam com a proteção ambiental na federação, estados, municípios e no Distrito Federal (BARSANO, 2014). Os principais órgãos federais que participam desse sistema são: Conama Conselho Nacional do Meio Ambiente MMA Ministério do Meio Ambiente Ibama Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Todos esses órgãos visam colocar em prática a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, com o objetivo de preservar, aperfeiçoar e recuperar a qualidade ambiental, beneficiar os desenvolvimentos econômico e social e, ainda, a dignidade humana e a segurança nacional. O Ibama e o ICMBio são autarquias subordinadas ao Ministério do Meio Ambiente e têm como principais objetivos o desenvolvimento de programas ambientais e a fiscalização de atividades de negócio que envolvam o uso de recursos do meio ambiente. Atenção É importante observar que o papel do poder público é tanto o de seguir quanto de fazer seguir legislações, regulamentações e outros instrumentos normativos governamentais de combate à poluição, no nosso contexto. Mas isso não quer dizer que qualquer iniciativa de exploração do meio ambiente será automaticamente negada. Há de se avaliar caso a caso, verificando se o projeto atende ou não às definições e limitações legais e regulatórias. Os órgãos reguladores vão avaliar o projeto, seus estudos de impacto ambiental e os relatórios de impacto ambiental (EIA/Rima). Um eventual bloqueio automático só faz sentido em casos de projetos de exploração em áreas onde há limitações ou impedimentos legais, como reservas florestais ou indígenas. Esses relatórios descrevem as intervenções que fazem parte do projeto e quais serão os seus impactos para o meio ambiente, além das formas como a empresa pretende compensar a degradação que vai provocar. O projeto só poderá ter andamento se o órgão regulador aprovar o projeto e o relatório em questão. Linha de produção de cervejaria. É por isso que vários tipos de projetos correlacionados à construção civil, instalação de indústrias e/ou criação de infraestrutura urbana, por exemplo, requerem que estudos de impacto ambientalsejam submetidos para aprovação de órgãos municipais, estaduais e/ou federais ligados à fiscalização e regulação do meio ambiente. Além disso, baseados na análise dos estudos apresentados, os órgãos fiscalizadores e regulamentadores podem demandar que sejam feitos ajustes no projeto inicial visando à proteção do meio ambiente, ou até vetar o projeto. Parece complicado, não é? Mas observe que é possível alocar especialistas para estudar detalhadamente as características do meio ambiente a ser ambientalmente afetado, de forma a determinar quais serão os impactos para a biota da área e das proximidades. Por outro lado, os dados do projeto a ser implementado podem esclarecer em detalhe a origem, as formas de disseminação e os impactos de agentes poluentes que resultarão do processo de produção. Note que esses impactos de novos projetos podem variar muito conforme as características e a forma de liberação dos agentes poluentes no ambiente previstos no projeto, entre outros fatores. A gestão ambiental corporativa As organizações estão continuamente produzindo lixo, esgoto, resíduos industriais, gases e outros agentes poluentes. O desafio está na redução do potencial de degradação que esse material apresenta ou, ainda, na simples redução do volume a ser descartado. É preciso atuar sobre cada um desses materiais, avaliando desde a necessidade de seu emprego na produção até as possibilidades de reciclagem, entre outros aspectos. A gestão ambiental nas organizações Nas empresas de hoje, a gestão ambiental se tornou uma atividade prioritária e, muitas vezes, bastante complexa. As organizações de qualquer porte ou setor de negócios, no desenrolar de suas operações diárias, desenvolvem ações que afetam o meio ambiente de alguma forma. Por exemplo, suponha uma pequena cervejaria localizada em um município de médio porte que está em instalação e, depois, em operação. Etapa 1 Antes de funcionar, ela precisou preparar o seu projeto da cervejaria, o estudo de impacto ambiental, e o relatório de impacto ambiental (EIA/Rima), e submetê-los à aprovação dos órgãos reguladores do meio ambiente federais, estaduais e municipais. Etapa 2 Além disso, submeteu o projeto para a aprovação e licenciamento da construção na prefeitura, na qual precisou obter autorização tanto para captar o grande volume de água que vai utilizar diariamente, quanto para lançar as águas já usadas na rede de esgoto pública, após fazer um tratamento para filtrar resíduos e produtos químicos em uma estação de tratamento que ela precisará construir, logicamente. Etapa 3 Após a inauguração da obra, e durante o seu processamento diário, ela terá de descartar resíduos das matérias-primas utilizadas (ex.: bagaços de cevada, milho, trigo, lúpulo etc.), o que precisará ser feito em algum aterro autorizado, ou a empresa deverá optar por reciclar esses resíduos, transformando-os em adubo. Etapa 4 Falhas na operação podem gerar excedentes de produção de latas e garrafas que quebraram na linha de produção. Esses resíduos precisarão ser descartados em local próprio (aterro) ou reciclados. Etapa 5 Há ainda milhares de litros de água com detergente, restos de comida, cerveja etc. que sobraram após a lavagem da linha de produção, banheiros, vestiários ou do escritório central. Etapa 6 Há o lançamento na atmosfera dos gases dos escapamentos dos caminhões que trouxeram matéria- prima para a produção ou estão levando as cervejas prontas para os distribuidores. Essa é uma lista longa, o que só torna mais complexa a condução das ações que vão evitar o lançamento de poluentes no meio ambiente ou obter as licenças ambientais necessárias para poder operar. Toda essa complexidade leva as organizações a desenvolver sistemas de gestão ambiental, que podem acompanhar e organizar essas atividades. A norma NBR ISO 14001 - sistemas de gestão ambiental As complexidades envolvidas na gestão ambiental levaram a ISO – International Organization for Standardization, a publicar uma norma técnica que apresenta as especificações de um sistema de gestão ambiental. Trata-se da norma NBR ISO 14001 – Sistemas de gestão ambiental — Requisitos com orientações para uso (ABNT, 2005), publicada no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Conjunto de lixeiras para coleta seletiva de lixo para fins de reciclagem. Exemplo Esse sistema inclui, por exemplo, uma política de gestão de resíduos, a definição de normas internas explicando como lidar com os poluentes, uma programação de verificações ou auditorias em campo para ver se as normas estão sendo seguidas, a manutenção de uma base estatística com casos em que poluentes foram lançados no meio ambiente fora da forma prevista em norma etc. Importante observar que a ABNT e a ISO comercializam várias normas que estão relacionadas direta ou indiretamente ao controle de poluentes. São essas as normas que apresentam métodos e padrões a serem implementados. O planejamento do descarte de resíduos As organizações apresentam sistemas de produção que, de alguma forma, geram resíduos a serem descartados no meio ambiente. Pelo que vimos até agora, sabemos que as empresas buscam formas de reduzir esses resíduos e fazer o seu descarte da maneira menos impactante possível para o meio ambiente. É até preferível reciclar tudo, em vez de liberar diretamente no meio ambiente. O mesmo raciocínio pode ser aplicado a uma cidade: pode haver uma coleta seletiva de lixo nas residências, lojas e fábricas; todo o esgoto pode ser tratado, com a água sendo reutilizada para regar jardins, enquanto os resíduos sólidos e não contaminados podem seguir para o aterro sanitário; lixo contaminado, como o de hospitais, pode ser desinfectado e enviado para reciclagem, caso não exista a obrigação legal de seguir para um aterro etc. Observe que esse planejamento busca desenvolver práticas que reduzam os impactos do dia a dia das pessoas e organizações no meio ambiente. Assim, torna-se possível alcançar um equilíbrio entre as necessidades das pessoas e organizações, e a preservação da saúde e da qualidade de vida dessas pessoas e da vida animal e vegetal que habitam o meio ambiente. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Como funciona a sustentabilidade corporativa Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Os estudos de impacto ambiental Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 Durante os anos 1970 e 1980, uma das grandes preocupações de ambientalistas e cientistas estava na degradação física de áreas que foram exploradas pelas empresas. A essas marcas da passagem das empresas pelo meio ambiente dá-se o nome de A bottom line. B efeito estufa. C CFC. D footprint. E record. A alternativa D está correta. Essas marcas recebem o nome de footprint ou pegada da empresa na área por onde ela atuou. Questão 2 O sistema definido pela Lei nº 8938/1981 e que reúne órgãos de proteção ambiental é conhecido como A Sisnama. B Conama. C MMA. D Ibama. E ICMBio. A alternativa A está correta. O Sisnama é o sistema criado pela lei citada e que reúne órgãos que atuam com a proteção ambiental na federação, estados, municípios e no Distrito Federal. 4. Conclusão Considerações finais Neste material, apresentamos os conceitos e a evolução histórica da poluição no mundo, o impacto de eventos históricos como a Primeira Revolução Industrial e os Congressos de Estocolmo e do Rio de Janeiro (ECO92), e debatemos seus reflexos para o meio ambiente, bem como possíveis soluções para seu controle e redução. Inicialmente, mostramos definições e conceitos sobre a poluição e sua evolução, desde a Pré-história até nossos dias. Demos enfoque ao período entre os séculos XIX e XX, no qual o mundo experimentou um alastramento da poluição sem precedentes. Em seguida, discutimos os tipos de poluição, o processo tardio de conscientização da população mundial sobre os impactosda poluição e os principais problemas causados por ela na segunda metade do século XX, além dos debates em busca de soluções para esses problemas, que perduram até hoje. Por fim, apresentamos a evolução do entendimento sobre o que é o desenvolvimento sustentável, as principais legislações federais sobre a poluição, os principais órgãos federais encarregados da normatização e fiscalização ambiental, além das formas de execução da gestão ambiental, tanto em organizações privadas quanto em cidades. Estamos certos de que, na conclusão deste material, você terá condições de compreender os impactos da poluição nas nossas vidas, quais foram as situações e eventos históricos que levaram ao panorama atual da poluição e as formas ora em uso para reduzir seu crescimento e minimizar os seus impactos. Podcast Para encerrar, confira este breve resumo dos principais tópicos que foram abordados ao longo dos módulos. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ouvir o áudio. Explore + Visite o site do Conselho Nacional de Meio Ambiente – Conama. Para conhecer mais sobre as várias conferências que debateram a poluição ambiental, consulte o texto da UNEP: Linha do tempo dos 75 anos da ONU. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental — Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. BIOTA. Dicionário On-line Michaelis. Consultado na Internet em: 19 jul. 2022. BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; IBRAHIN, F. I. D. 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Conceitos e definições da poluição ambiental 1. Itens iniciais Propósito Preparação Objetivos Introdução Conteúdo interativo 1. Desenvolvimento histórico da poluição ambiental Vamos começar! O que é a poluição ambiental e como ela afeta as nossas vidas Conteúdo interativo Entendendo o que é a poluição Primeira Revolução Industrial Segunda Revolução Industrial Terceira Revolução Industrial O que é a poluição? 1º aspecto 2º aspecto 3º aspecto 4º aspecto 5º aspecto 6º aspecto Conceituando a poluição ambiental Art. 3º A poluição visível e invisível Exemplo O histórico da poluição ambiental no mundo A poluição na Pré-história A poluição da Antiguidade à Idade Média As grandes navegações Exemplo A poluição na Era Industrial A Primeira Revolução Industrial A poluição do século XX Vem que eu te explico! O conceito legal de poluição Conteúdo interativo O processo de industrialização nos séculos XIX e XX Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 2. Principais impactos ocasionados pelos diferentes tipos de poluição Vamos começar! As causas e consequências da poluição no século XX Conteúdo interativo Tipos de poluição Por que é importante tipificar a poluição? Os seis tipos de poluição Poluição atmosférica Poluição hídrica Poluição do solo Poluição sonora Poluição radioativa Poluição visual A conscientização sobre os riscos da poluição Exemplo A evolução do conhecimento sobre os riscos da poluição Os efeitos do acúmulo de poluentes na natureza 1º efeito 2º efeito 3º efeito 4º efeito 5º efeito 6º Efeito A conscientização da população sobre a poluição e seus impactos Consequências da poluição para o planeta Eventos e conferências sobre meio ambiente O foco na solução do problema da poluição Exemplo Será possível haver produção industrial sem poluição? Vem que eu te explico! O debate sobre os efeitos da poluição nos anos 1980 e 1990 Conteúdo interativo A conexão entre produção e poluição Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 3. Importância do controle da poluição ambiental Vamos começar! Você sabe o que é controle de poluição ambiental? Conteúdo interativo A busca pelo desenvolvimento sustentável Comentário Os desafios do combate aos efeitos da poluição Efeito estufa (aquecimento global) Redução da camada de ozônio Acúmulos de lixo potencialmente reciclável Poluentes lançados nos rios e mares Derramamento de produtos químicos e petroquímicos sem tratamento O desenvolvimento sustentável Tripé da sustentabilidade Lucro Meio ambiente Social A legislação e o controle da poluição A estrutura de proteção do meio ambiente A legislação federal de proteção do meio ambiente Comentário Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) Conama MMA Ibama ICMBio Atenção A gestão ambiental corporativa A gestão ambiental nas organizações Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5 Etapa 6 A norma NBR ISO 14001 - sistemas de gestão ambiental Exemplo O planejamento do descarte de resíduos Vem que eu te explico! Como funciona a sustentabilidade corporativa Conteúdo interativo Os estudos de impacto ambiental Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 4. Conclusão Considerações finais Podcast Conteúdo interativo Explore + Referências