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Bet� - 93 MEMBRANA PLASMÁTICA (plasmalema) �trutura e �nção das Membranas ➔ As membranas celulares funcionam como barreiras seletivas. A membrana plasmática ou celular separa o meio intracelular do extracelular e é a principal responsável pelo controle da penetração e saída de substâncias da célula. Por sua diminuta espessura, a membrana plasmática não é visível no microscópio óptico (microscópio de luz), só podendo ser vista no microscópio eletrônico. Em algumas bactérias, a membrana plasmática é a única membrana. As células eucarióticas também possuem membranas internas delimitando organelas individuais.. ➔ Funções: - A membrana plasmática está envolvida na comunicação celular; - Na importação e exportação de moléculas; - No crescimento celular e na sua mobilidade. - Proteínas receptoras na membrana plasmática permitem que a célula receba sinais do ambiente; - Proteínas de transporte na membrana possibilitam a importação e exportação de pequenas moléculas; - A flexibilidade da membrana e a sua capacidade de expansão permitem que a célula cresça, altere sua forma e se mova. - Por meio de suas membranas, determinadas células se prendem firmemente umas às outras, formando muitas vezes camadas que delimitam compartimentos diferentes. ➔ Composição: Independentemente da sua localização, todas as membranas celulares são compostas por lipídeos, proteínas e carboidratos (aderidos à superfície extracelular ligados a lipídeos ou a proteínas). Desse modo, dividem uma estrutura geral comum. Os componentes lipídicos estão arranjados em duas lâminas justapostas, formando a bicamada lipídica. ➔ Estrutura da Membrana Plasmática (“Modelo do mosaico fluido”): Todas as membranas celulares apresentam a mesma organização básica, sendo constituídas por duas camadas lipídicas fluidas e contínuas, onde o inseridas moléculas proteicas, constituindo um mosaico fluido. Componentes das membranas Lipídios de membrana Os lipídios das membranas são moléculas longas com uma extremidade hidrofílica e cadeias hidrofóbicas. Moléculas com partes hidrofílicas e hidrofóbicas são denominadas anfipáticas, uma propriedade compartilhada com outros tipos de lipídeos de membranas, incluindo o colesterol, presente nas membranas das células animais, e os glicolipídeos, que possuem açúcares como parte da sua cabeça hidrofílica. Os lipídeos mais abundantes nas membranas celulares são os fosfolipídeos, que apresentam uma cabeça hidrofílica contendo fosfato ligada a um par de caudas hidrofóbicas. A fosfatidilcolina, por exemplo, possui uma pequena molécula de colina ligada a um grupo fosfato como sua cabeça hidrofílica. - Formação das bicamadas lipídicas em água (energeticamente favorável) As moléculas hidrofóbicas fazem as moléculas de água adjacentes se reorganizarem em um arcabouço, similar a uma gaiola, ao redor delas. Como essa estrutura de arcabouço é muito mais ordenada do que o restante das moléculas de água, a sua formação requer energia livre. O custo energético é minimizado quando as moléculas hidrofóbicas se agrupam, limitando o seu contato com as moléculas de água circundantes. Assim, moléculas puramente hidrofóbicas, como lipídeos, coalescem em uma única gota quando postos em água. As moléculas anfipáticas, como os fosfolipídeos, estão submetidas a duas forças contraditórias: a cabeça hidrofílica é atraída pelas moléculas de água, enquanto a cauda hidrofóbica tende a repelir a água e se agregar com outras moléculas hidrofóbicas. Esse conflito é resolvido com a formação da bicamada lipídica – um arranjo que satisfaz ambas as partes e é energeticamente mais favorável. - Auto selamento As mesmas forças que atuam sobre as moléculas anfipáticas para que formam bicamadas também ajudam a conferir a propriedade de auto selamento das bicamadas. Qualquer ruptura na bicamada cria uma extremidade livre exposta à água. Como isso é energeticamente desfavorável, as moléculas da bicamada se rearranjam de maneira espontânea para eliminar a extremidade livre. ➔ Organização da bicamada lipídica: As moléculas da camada dupla de lipídios estão organizadas com suas cadeias apolares (hidrofóbicas) voltadas para o interior da membrana, enquanto as cabeças polares (hidrofílicas) ficam voltadas para o meio extracelular ou para o citoplasma, que são meios aquosos. Essas duas camadas lipídicas estão associadas em razão da interação hidrofóbica de suas cadeias apolares. As proteínas da membrana apresentam resíduos hidrofílicos e hidrofóbicos, e ficam mergulhadas na camada lipídica, de modo que: - Os resíduos hidrofóbicos das proteínas estão no mesmo nível das cadeias hidrofóbicas dos lipídios. - Os resíduos hidrofílicos das proteínas ficam na altura das cabeças polares dos lipídios, em contato com o meio extra- celular ou com o citoplasma. ➔ Estrutura trilaminar de membrana: No microscópio eletrônico, a membrana plasmática e as demais membranas celulares aparecem como duas camadas escuras, separadas por uma camada clara central. Admite-se que esse aspecto trilaminar decorre da redução do tetróxido de ósmio utilizado como fixador e de sua deposição nas extremidades polares dos lipídios. A parte central clara corresponderia às longas cadeias lipídicas apolares. A mesma estrutura trilaminar da membrana plasmática é vista em todas as membranas da célula. Por isso, a estrutura trilaminar foi denominada unidade de membrana ou membrana unitária. ➔ A bicamada lipídica é um líquido bidimensional flexível As moléculas da bicamada lipídica podem se mover e trocar de lugar umas com as outras no plano da bicamada. A membrana plasmática se comporta como um líquido bidimensional, o que é crucial para que exerça sua função e mantenha sua integridade. A bicamada lipídica também é flexível – ou seja, ela é capaz de se curvar, formando vesículas com no mínimo 25 nm. ➔ Os fosfolipídeos de membrana são móveis. Os fosfolipídios apresentam movimentos de difusão lateral, flexão e rotação no plano da bicamada lipídica. Devido a esses movimentos, as bicamadas se comportam como líquidos bidimensionais, onde moléculas individuais de lipídeos são capazes de se mover na monocamada em que se encontram. As moléculas de fosfolipídio raramente trocam de posição de uma monocamada (uma metade da bicamada) para a outra. Sem proteínas que facilitem o processo, estima-se que esse evento, chamado de flip-flop, ocorra com uma frequência menor do que uma vez ao mês para uma molécula lipídica, em condições similares às da célula. ➔ A fluidez da bicamada lipídica depende da sua composição Quanto mais próximo e mais regular for o empacotamento das caudas, mais viscosa e menos fluida será a bicamada lipídica. Assim, quão fluida uma bicamada lipídica é em uma dada temperatura depende da sua composição de fosfolipídios e, em particular, da natureza das caudas hidrocarbonadas: - Comprimento das caudas de hidrocarboneto: Cadeias mais curtas reduzem a tendência de formação de interações entre as caudas hidrocarbonadas, aumentando, assim, a fluidez da bicamada. - Grau de insaturação das caudas de hidrocarboneto: Cada ligação dupla em uma cauda insaturada cria uma pequena “dobra” que torna mais difícil o empacotamento das caudas umas contra as outras. Por essa razão, uma bicamada lipídica que contenha uma grande proporção de caudas hidrocarbonadas insaturadas será mais fluida do que as que possuem menores proporções. - Quantidade de colesterol: Em células animais, a fluidez da membrana é modulada pela inclusão de moléculas do esterol colesterol. Essas moléculas estão presentes em grandes quantidades na membrana plasmática, representando aproximadamente 20% dos lipídeos do total do peso da membrana. Como as moléculas de colesterol são pequenas e rígidas, elas preenchem os espaços vazios entre as moléculas vizinhas de fosfolipídeos, originados pelas dobras das suas caudas hidrocarbonadas insaturadas. Portanto, o colesterol tende a tornar a bicamada mais rígida, menos flexível e menos permeável. ➔ Fosfolipídeos recém-sintetizados são adicionados à face citosólica da membranadas células epiteliais ➔ Microvílos: são prolongamentos que aumentam a superfície de absorção das células. - Cada microvilo ou microvilosidade é uma expansão do citoplasma recoberta por membrana e contendo numerosos feixes de microfilamentos de actina responsáveis pela manutenção da forma dos microvilos; - Seu glicocálice é mais desenvolvido do que no resto da célula. - São encontrados em células que exercem intensa absorção (intestino - delgado e túbulos proximais dos rins); - Os microvilos do epitélio intestinal são paralelos uns aos outros e formam uma camada muito regular na superfície intestinal, a borda estriada (ou borda em escova), visível ao microscópio óptico. - Apresentam membranas que contêm moléculas especiais. Como dissacaridases e dipeptidases, responsáveis pela etapa final da digestão de hidratos de carbono e proteínas, respectivamente, no epitélio intestinal. ➔ Estereocílios: São prolongamentos imóveis que aumentam a superfície de algumas células epiteliais. - Os estereocílios são expansões longas e filiformes da superfície livre de determinadas células epiteliais. São flexuosos e, apesar do nome, não têm a estrutura nem a capacidade de movimento dos cílios verdadeiro. - Encontrado no epidídimo e ducto deferente, nos quais facilita absorção. - Visível em M.L. ➔ Cílios: são estruturas curtas semelhantes a pêlos, que se projetam a partir da superfície celular como cerdas de uma escova. - A maioria das células possui um único cílio curto, mas as células que revestem as vias aéreas superiores e parte do trato reprodutor feminino são cobertas por cílios - A superfície de um cílio é uma continuação da membrana celular. - O eixo dos cílios móveis contém nove pares de microtúbulos cercando um par central. Os microtúbulos terminam dentro da célula no corpo basal. - Movimentam-se de forma rítmica, para trás e para a frente, quando os pares de microtúbulos deslizam um sobre o outro com a ajuda da proteína motora dineína. ➔ Flagelos: têm o mesmo arranjo de microtúbulos que os cílios, mas são consideravelmente mais longos. Os flagelos são encontrados em células únicas livres, e em seres humanos a única célula flagelada é o espermatozóide. �pecializações da superfície basolateral das células epiteliais * OBS: Aderência entre as células por meio das CAM, glicoproteínas transmembrana: As glicoproteínas da membrana responsáveis pela aderência entre as células são denominadas CAM (cell adhe- sion molecules). As CAM são receptores da superfície especializados em reconhecer outras células e a elas aderir, para constituir os tecidos e órgãos. Frequentemente, as células respondem à união das CAM com pequenas modificações de comportamento, muitas vezes ocorrendo redução na frequência de mitoses. A inibição por contato nas células em cultura, é um exemplo. Todas as CAM são glicoproteínas integrais transmembranas. Exemplos: As IgCAM constituem um grupo importante e suas moléculas lembram as dos anticorpos ou imunoglobulinas (Ig). Entre as IgCAM podem ser mencionadas a C-CAM, encontrada na superfície dos hepatócitos (células do fígado), a Ng-CAM, dos neurônios e células da glia. A I-CAM dos leucócitos (glóbulos brancos do sangue) participa da aderência temporária dos leu- cócitos com as células endoteliais dos vasos sanguíneos, como parte do processo inflamatório. - Caderinas: constituem outro grupo de CAM, porém, ao contrário das IgCAM, são dependentes dos íons Ca . As caderinas mantêm a 2+ adesão entre as células nas concentrações normais de Ca no 2+ meio extracelular, mas perdem a adesividade quando a concentração desse íon é muito baixa. JUNÇÕES CELULARES ➔ Junções de oclusão (zônula oclusiva): ou oclusivas, restringem o movimento de materiais entre as células. Nessas junções, as membranas celulares de células vizinhas parcialmente se fusionam com a ajuda de proteínas, chamadas de claudinas e ocludinas, produzindo uma barreira. Geralmente se localizam no ponto mais apical da superfície lateral da célula. As junções de oclusão podem ter graus variáveis de permeabilidade (“vazamento”). É a estrutura responsável pela formação de compartimentos funcionalmente separados, muitas vezes constituídos por camadas epiteliais com junções oclusivas bem desenvolvidas. ➔ Junções de adesão ou ancoragem: Ancoram uma célula à outra (junções célula a célula) ou à matriz extracelular (junções célula-matriz). Nos vertebrados, as junções de ancoragem célula a célula são criadas por CAMs, denominadas caderinas, as quais se conectam umas às outras através do espaço intercelular. As junções célula-matriz utilizam CAMs denominadas integrinas. As integrinas são proteínas de membrana que também podem se ligar a moléculas sinalizadoras no meio extracelular, transferindo a informação trazida pelo sinal para o citoplasma através da membrana celular. - Zônula de adesão: São junções semelhantes a cintos que auxiliam células adjacentes a aderirem umas às outras. Unem fibras de actina de células vizinhas. - Desmossomo (mácula de adesão): Cada desmossomo tem a forma de uma placa arredondada e é constituído pelas membranas de duas células adjacentes. Nos desmossomos, nota-se uma camada amorfa, elétron-densa, na face citoplasmática de cada membrana, chamada placa do desmossomo. Nessa placa se inserem filamentos intermediários, que se aprofundam no interior da célula. Desse modo, os desmossomos são locais onde o citoesqueleto se prende à membrana celular, e, como as células aderem umas às outras, forma-se um elo de ligação do cito- esqueleto de células adjacentes. A capacidade dos desmossomos para prender células adjacentes depende da presença de caderinas. A composição molecular dos desmossomos é complexa, com a participação de diversas proteínas, como as desmopláquinas I e II, glicoproteínas encontradas nas placas. Os filamentos intermediários ligam-se às desmolpaquinas por meio de outras proteínas como a desmocalmina e a queratocalmina. Os desmossomos são muito frequentes nas células submetidas a trações, como as da epiderme, do revestimento da língua e esôfago, e as células do músculo cardíaco. - Hemidesmossomos: A face das células epiteliais em contato com a lâmina basal apresenta estruturas parecidas com os desmossomos, porém denominadas hemidesmos- somos por não terem a metade correspondente à outra célula epitelial. Apesar de seu aspecto morfológico semelhante a meio des- mossomo, os hemidesmossomos apresentam diferenças moleculares em relação aos desmossomos. Os hemidesmossomos contêm desmoplaquinas, mas não contêm desmogleína, aderindo às lâminas basais por meio de moléculas proteicas da classe das integrina. - Adesões focais: São junções célula-matriz que ligam as fibras de actina intracelular a diferentes proteínas da matriz, como a fibronectina. ➔ Junções de comunicação (gap): são o tipo mais simples de junção célula a célula. Elas permitem a comunicação direta e rápida célula a célula através de pontes citoplasmáticas entre células vizinhas. Proteínas cilíndricas, chamadas de conexinas, conectam-se, gerando passagens que se parecem com rebites ocos com canais estreitos através dos seus centros. Os canais são capazes de abrir e fechar, regulando o movimento de pequenas moléculas e íons através deles. As junções comunicantes permitem a passagem rápida tanto de sinais químicos como elétricos de célula a célula. Pregas basais São invaginações das superfícies basal das células. Ocorrem nas células envolvidas no transporte de líquidos e íons, aumentando a superfície para a inserção de proteínas transportadoras. As invaginações são encontradas, por exemplo, nos túbulos renais e nos ductos de glândulas salivares. Interdigitações As interdigitações realizadas pelas membranas plasmáticas de duas células pareadas são especializações de comunicação celular que têm como propósito ampliar a superfície de contato entre as células que as realizam. Não é incomum que esta região de membranas interdigitadas seja local de ocorrência de alguma junção. Podem ser descritas como evaginações e invaginaçõescomplementares para o interior do corpo de uma e de outra célula pareada. Seu local de ocorrência predominante é a região lateral das células em proximidade Não permitem a troca de substâncias entre as células, somente a adesão. ➔ Complexo Juncional: Está presente em vários epitélios próximo à extremidade celular livre, sendo constituído dos seguintes elementos: zônula oclusiva, junção (ou zônula) aderente e uma fileira de desmos- somos. Eletromicrografia da região de contato entre dois enterócitos. Complexo juncional com sua sequência obrigatória de junções típica do epitélio intestinal, do ápice para a base celular: zônula oclusiva (A); zônula aderente (B) e desmossomo (C). Abaixo do complexo há presença de interdigitações laterais (IL). Microvilos (MV) no ápice celular. TRANSPORTE ATRAVÉS DAS MEMBRANAS CELULARES ➔ As bicamadas lipídicas são impermeáveis aos íons e à maioria das moléculas polares não carregadas. Em geral, quanto menor a molécula e mais hidrofóbica, ou apolar, mais rapidamente ela se difundirá pela membrana. 1. Moléculas apolares pequenas, como oxigênio molecular e dióxido de carbono se dissolvem rapidamente nas bicamadas lipídicas e por isso se difundem com rapidez através delas; 2. Moléculas polares não carregadas (moléculas com uma distribuição desigual de carga elétrica) também se difundem prontamente através da bicamada se elas forem pequenas o suficiente. A água e o etanol, por exemplo, atravessam a uma velocidade mensurável. 3. Em contraste, as bicamadas lipídicas são altamente impermeáveis a todas as moléculas carregadas, incluindo todos os íons inorgânicos, não importando quão pequenos sejam. ➔ As concentrações iônicas dentro de uma célula são muito diferentes daquelas fora da célula. Em razão de as membranas celulares serem impermeáveis aos íons inorgânicos, as células vivas são capazes de manter concentrações internas de íons que são muito diferentes das concentrações iônicas nos meios que as cercam. Tais diferenças na concentração dos íons são cruciais para a sobrevivência e o funcionamento da célula. Entre os íons inorgânicos mais importantes para as células, estão Na+, K+, Ca , Cl– e H+ (prótons). Por exemplo, o Na+ 2+ é o íon positivamente carregado (cátion) mais abundante fora da célula, enquanto o K+ é o mais abundante dentro. ➔ Diferenças na concentração de íons inorgânicos através de uma membrana celular criam um potencial de membrana Embora as cargas elétricas dentro e fora da célula em geral sejam mantidas em equilíbrio, ocorrem pequenos excessos de carga positiva ou negativa, concentradas na vizinhança da membrana plasmática. Tais desequilíbrios elétricos geram uma diferença de voltagem através da membrana chamada de potencial de membrana. Quando uma célula estiver “em repouso”, a troca de ânions e cátions através da membrana será precisamente balanceada. Nessas condições basais, a diferença de voltagem através da membrana celular – chamada de potencial de membrana em repouso – mantém-se estável. Mas não é zero. Nas células animais, por exemplo, o potencial de membrana em repouso pode estar entre –20 e –200 milivolts (mV), dependendo do organismo e do tipo celular. O valor é expresso como um número negativo porque o interior da célula é mais negativamente carregado que o exterior. Esse potencial de membrana permite que as células promovam o transporte de certos metabólitos e que sejam excitáveis como formas de se comunicar com suas vizinhas. ➔ Os solutos atravessam as membranas por transporte passivo ou ativo - O transporte passivo não requer a entrada de energia que não a energia potencial armazenada em um gradiente de concentração. O transporte ativo necessita da entrada de energia a partir de alguma fonte externa, como a ligação de alta energia do fosfato no ATP. Transporte passivo ➔ Tanto o gradiente de concentração quanto o potencial de membrana influenciam o transporte passivo de solutos carregados. Para uma molécula não carregada, a direção do transporte passivo é determinada pelo seu gradiente de concentração. Mas para as moléculas carregadas eletricamente, sejam íons inorgânicos ou moléculas orgânicas pequenas, forças adicionais entram em ação. O movimento de íons é influenciado por gradientes elétricos pela atração de cargas opostas e repulsão de cargas similares. Por essa razão, os íons movem-se em resposta ao gradiente elétrico e de concentração combinados, ou gradiente eletroquímico. Osmose O movimento da água através de uma membrana em resposta a um gradiente de concentração de um soluto é denominado osmose. Na osmose, a água move-se para diluir a solução mais concentrada. Uma vez que as concentrações são iguais, o movimento resultante da água cessa. ➔ Pressão osmótica é a pressão que deve ser aplicada para impedir a osmose. ➔ Número de partículas: O fator importante para osmose é o número de partículas osmoticamente ativas em um dado volume de solução, e não o número de moléculas. Pelo fato de algumas moléculas se dissociarem em íons quando se dissolvem em uma solução, o número de partículas na solução não é sempre o mesmo que o número de moléculas. ➔ Osmolaridade: para soluções biológicas expressamos a concentração como a osmolaridade, o número de partículas osmóticamente ativas (íons ou moléculas intactas) por litro de solução. A osmolaridade é expressa em osmoles por litro (osmol/L ou OsM) ou, para soluções muito diluídas, miliosmoles/litro. A osmolaridade normal do corpo humano encontra-se em uma faixa entre 280 e 296 miliosmoles por litro (mOsM). Neste livro, a fim de simplificar os cálculos, arredondar esse número para 300 mOsM. ➔ Osmolalidade: é a concentração expressa como osmoles de so-luto por quilograma de água. ➔ Comparando a osmolaridade de duas soluções Se duas soluções contêm o mesmo número de partículas de soluto por unidade de volume, dizemos que as soluções são isosmóticas. Se a solução A possui uma osmolaridade maior (contém mais partículas por unidade de volume, é mais concentrada) que a solução B, dizemos que a solução A é hiperosmótica em relação à solução B. No mesmo exemplo, a solução B, com menos osmoles por unidade de volume, é hiposmótica em relação à solução A. ➔ Tonicidade é um termo fisiológico utilizado para descrever uma solução e como esta afeta o volume de uma célula se a célula for colocada nessa solução até o equilíbrio. - Se a célula perde água e murcha em equilíbrio, a solução é hipertônica. - Se uma célula é colocada na solução e incha ao ganhar água em equilíbrio, a solução é hipotônica para a célula. - Se a célula na solução não muda de tamanho em equilíbrio, a solução é isotônica. Por convenção, sempre descrevemos a tonicidade da solução em relação à célula. As partículas do soluto podem ou não atravessar a membrana celular. Se as partículas de soluto (íons ou moléculas) podem entrar na célula, são denominadas solutos penetrantes. As partículas que não passam a membrana são denominadas solutos não penetrantes. A tonicidade depende apenas da concentração de solutos não penetrantes Difusão A difusão pode ser definida como o movimento de moléculas a partir de uma área de maior concentração para uma de baixa concentração dessas moléculas. A difusão através da membrana celular é dividida em dois subtipos, denominados difusão simples e difusão facilitada. asdad ➔ A difusão simples significa que o movimento cinético de moléculas ou íons ocorre através de uma abertura da membrana ou através de espaços intermoleculares sem interação com proteínas transportadoras na membrana. A taxa de difusão é determinada pela quantidade de substância disponível, a velocidade do movimento cinético e o número e o tamanho das aberturas na membrana através das quais as moléculas ou íons podem se mover.A difusão simples pode ocorrer através da membrana celular por duas vias: (1) através dos interstícios da bicamada lipídica, se a substância difusora for lipossolúvel; e (2) através de canais aquosos de grandes proteínas de transporte na membrana, ➔ A difusão facilitada (transportemediado por proteínas) requer a interação de uma proteína transportadora. A proteína transportadora auxilia na passagem de moléculas ou íons através da membrana ligando-se quimicamente a eles e conduzindo-os através da membrana desta forma. OS TRANSPORTADORES E SUAS FUNÇÕES Os transportadores são responsáveis pelo movimento da maioria das moléculas orgânicas pequenas e solúveis em água e de alguns íons inorgânicos através das membranas celulares de forma ativa ou passiva. Cada transportador é altamente seletivo, muitas vezes transferindo somente um tipo de molécula. Para guiar e impulsionar o complexo tráfego de solutos para dentro e para fora da célula e entre o citosol e as diferentes organelas envoltas por membrana, cada membrana celular contém um conjunto característico de diferentes transportadores apropriados àquela membrana específica ➔ Há duas classes principais de proteínas de transporte de membrana: os transportadores e os canais. - Proteínas canais: Os canais discriminam sobretudo com base no tamanho e na carga elétrica: quando um canal está aberto, qualquer íon ou molécula que seja suficientemente pequeno e carregue a carga apropriada pode atravessar. As proteínas-canal são nomeadas de acordo com as substâncias às quais elas são permissivas. A maioria das células possui canais de água formados por uma proteína chamada de aquaporina. A seletividade de um canal é determinada pelo diâmetro do seu poro central e pela carga elétrica dos aminoácidos que o revestem. - Os canais abertos passam a maior parte do tempo com o seu portão aberto, permitindo aos íons moverem-se de um lado a outro através da membrana, sem regulação. São também chamados de vazamentos ou poros, como em poros de água. - Os canais com portão passam a maior parte do tempo em um estado fechado, o que permite que esses canais regulem o movimento de íons que passam através deles. Os canais com portão dependentes de voltagem abrem e fecham quando o estado elétrico da célula muda. - Proteínas carreadoras ou transportadoras: O transportador, transfere apenas aquelas moléculas ou íons que servem nos seus sítios de ligação específicos na proteína. Os transportadores se ligam aos seus solutos com grande especificidade, da mesma maneira que as enzimas se ligam aos seus substratos, e é esta necessidade de ligação específica que confere aos transportadores a sua seletividade. As proteínas carreadoras (transportadoras) ligam-se com substratos específicos e os transportam através da membrana pela modificação da sua conformação. Alguns carregadores transportam apenas um tipo de molécula, sendo conhecidos como uniportes. Contudo, é comum encontrar carreadores que transportam dois ou até três tipos de moléculas. Uma proteína carreadora que transporta mais de um tipo de molécula simultaneamente é denominada cotransportadora. Se as moléculas sendo transportadas se movem na mesma direção, seja para dentro ou para fora da célula, a proteína é chamada de simporte. (Às vezes, o termo cotransporte é utilizado, em vez de simporte.) Se as moléculas estão sendo transportadas em direções opostas, as proteínas são antiportes, também chamados de trocadores. TRANSPORTE ATIVO O transporte ativo pode ser dividido em dois tipos. No transporte ativo primário (direto), a energia que empurra as moléculas contra os seus gradientes de concentração vem diretamente das ligações fosfato de alta energia do ATP. O transporte ativo secundário (indireto) usa a energia potencial armazenada no gradiente de concentração de uma molécula para empurrar outras moléculas contra os seus gradientes de concentração. Todo transporte ativo secundário depende, em última análise, do transporte ativo primário, pois o gradiente de concentração que impulsiona o transporte secundário é criado a partir da energia do ATP. O mecanismo para ambos os tipos de transporte ativo parece ser similar ao da difusão facilitada. Para que possa ser transportado, o substrato liga-se a um carreador de membrana que, então, muda a sua conformação, liberando o substrato no compartimento oposto. O transporte ativo difere da difusão facilitada porque a mudança de conformação da proteína carreadora requer entrada de energia. ➔ Transporte ativo primário O transporte ativo primário usa ATP como fonte de energia, muitos transportadores ativos primários são chamados de ATPases. Estas enzimas hidrolisam ATP a ADP e fosfato inorgânico (Pi), liberando energia no processo. As ATPases são, às vezes, chamadas de bombas, como na bomba sódio-potássio, ou Na+-K -ATPase, - Bomba de sódio/potássio: A energia da hidrólise do ATP induz uma série de mudanças conformacionais da proteína que direcionam a troca de íons Na+/K+. O transportador encontra-se disposto na membrana celular de modo que bombeia 3Na+ para o meio extracelular e 2K+ para o meio intracelular. Essa bomba é uma das mais importantes da célula e mantém a concentração de sódio no citosol cerca de 10 a 30 vezes mais baixa que no líquido intracelular. - Bomba Ca+: O Ca2+, assim como o Na+, também é mantido a uma baixa concentração no citosol, comparado com sua concentração no líquido extracelular. Um influxo de Ca2+ pelos canais de Ca2+ , por exemplo, é utilizado por diferentes células como um sinal intracelular para desencadear vários processos celulares Quanto menor a concentração basal de Ca2+ livre no citosol, mais sensível é a célula a um aumento no Ca2+. Essa enorme diferença de concentração é obtida principalmente por meio de bombas de Ca2+ dependentes de ATP tanto na membrana plasmática como na membrana do retículo endoplasmático, que ativamente bombeiam Ca2+ para fora do citosol. Possuem funcionamento semelhante às bombas de Na+/K+, mas as bombas de Ca+ retornam para a sua conformação original sem a necessidade de ligação e transporte de um segundo íon. ➔ Transporte ativo secundário (cotransporte) Um gradiente de qualquer soluto através de uma membrana, como o gradiente eletroquímico de Na+ gerado pela bomba de Na+/K+, pode ser usado para mover o transporte ativo de uma segunda molécula. O movimento do primeiro soluto a favor do seu gradiente fornece energia para impulsionar o transporte do segundo soluto contra a corrente. Os transportadores ativos que trabalham dessa maneira são chamados de bombas acopladas. Elas podem acoplar o movimento de um íon inorgânico ao movimento de outro, o movimento de um íon inorgânico ao de uma molécula orgânica pequena ou o movimento de uma molécula orgânica pequena ao movimento de outra. Por exemplo o transportador de SGLT utiliza a energia potencial armazenada no gradiente de concentração de Na+ para mover a glicose contra o seu gradiente de concentração. Dois tipos de transportadores de glicose possibilitam que as células epiteliais intestinais transfiram glicose através do revestimento epitelial do intestino. Além disso, para manter a concentração de Na+ gradiente eletroquímico do Na+ acentuado– o Na+ que entra na célula via simporte de glicose movido a Na+ fora por bombas de Na+ no citosol baixa – e o acentuado que entra na célula via simporte de é bombeado para nas membranas plasmáticas basal e lateral, como indicado.mediado por proteínas) requer a interação de uma proteína transportadora. A proteína transportadora auxilia na passagem de moléculas ou íons através da membrana ligando-se quimicamente a eles e conduzindo-os através da membrana desta forma. OS TRANSPORTADORES E SUAS FUNÇÕES Os transportadores são responsáveis pelo movimento da maioria das moléculas orgânicas pequenas e solúveis em água e de alguns íons inorgânicos através das membranas celulares de forma ativa ou passiva. Cada transportador é altamente seletivo, muitas vezes transferindo somente um tipo de molécula. Para guiar e impulsionar o complexo tráfego de solutos para dentro e para fora da célula e entre o citosol e as diferentes organelas envoltas por membrana, cada membrana celular contém um conjunto característico de diferentes transportadores apropriados àquela membrana específica ➔ Há duas classes principais de proteínas de transporte de membrana: os transportadores e os canais. - Proteínas canais: Os canais discriminam sobretudo com base no tamanho e na carga elétrica: quando um canal está aberto, qualquer íon ou molécula que seja suficientemente pequeno e carregue a carga apropriada pode atravessar. As proteínas-canal são nomeadas de acordo com as substâncias às quais elas são permissivas. A maioria das células possui canais de água formados por uma proteína chamada de aquaporina. A seletividade de um canal é determinada pelo diâmetro do seu poro central e pela carga elétrica dos aminoácidos que o revestem. - Os canais abertos passam a maior parte do tempo com o seu portão aberto, permitindo aos íons moverem-se de um lado a outro através da membrana, sem regulação. São também chamados de vazamentos ou poros, como em poros de água. - Os canais com portão passam a maior parte do tempo em um estado fechado, o que permite que esses canais regulem o movimento de íons que passam através deles. Os canais com portão dependentes de voltagem abrem e fecham quando o estado elétrico da célula muda. - Proteínas carreadoras ou transportadoras: O transportador, transfere apenas aquelas moléculas ou íons que servem nos seus sítios de ligação específicos na proteína. Os transportadores se ligam aos seus solutos com grande especificidade, da mesma maneira que as enzimas se ligam aos seus substratos, e é esta necessidade de ligação específica que confere aos transportadores a sua seletividade. As proteínas carreadoras (transportadoras) ligam-se com substratos específicos e os transportam através da membrana pela modificação da sua conformação. Alguns carregadores transportam apenas um tipo de molécula, sendo conhecidos como uniportes. Contudo, é comum encontrar carreadores que transportam dois ou até três tipos de moléculas. Uma proteína carreadora que transporta mais de um tipo de molécula simultaneamente é denominada cotransportadora. Se as moléculas sendo transportadas se movem na mesma direção, seja para dentro ou para fora da célula, a proteína é chamada de simporte. (Às vezes, o termo cotransporte é utilizado, em vez de simporte.) Se as moléculas estão sendo transportadas em direções opostas, as proteínas são antiportes, também chamados de trocadores. TRANSPORTE ATIVO O transporte ativo pode ser dividido em dois tipos. No transporte ativo primário (direto), a energia que empurra as moléculas contra os seus gradientes de concentração vem diretamente das ligações fosfato de alta energia do ATP. O transporte ativo secundário (indireto) usa a energia potencial armazenada no gradiente de concentração de uma molécula para empurrar outras moléculas contra os seus gradientes de concentração. Todo transporte ativo secundário depende, em última análise, do transporte ativo primário, pois o gradiente de concentração que impulsiona o transporte secundário é criado a partir da energia do ATP. O mecanismo para ambos os tipos de transporte ativo parece ser similar ao da difusão facilitada. Para que possa ser transportado, o substrato liga-se a um carreador de membrana que, então, muda a sua conformação, liberando o substrato no compartimento oposto. O transporte ativo difere da difusão facilitada porque a mudança de conformação da proteína carreadora requer entrada de energia. ➔ Transporte ativo primário O transporte ativo primário usa ATP como fonte de energia, muitos transportadores ativos primários são chamados de ATPases. Estas enzimas hidrolisam ATP a ADP e fosfato inorgânico (Pi), liberando energia no processo. As ATPases são, às vezes, chamadas de bombas, como na bomba sódio-potássio, ou Na+-K -ATPase, - Bomba de sódio/potássio: A energia da hidrólise do ATP induz uma série de mudanças conformacionais da proteína que direcionam a troca de íons Na+/K+. O transportador encontra-se disposto na membrana celular de modo que bombeia 3Na+ para o meio extracelular e 2K+ para o meio intracelular. Essa bomba é uma das mais importantes da célula e mantém a concentração de sódio no citosol cerca de 10 a 30 vezes mais baixa que no líquido intracelular. - Bomba Ca+: O Ca2+, assim como o Na+, também é mantido a uma baixa concentração no citosol, comparado com sua concentração no líquido extracelular. Um influxo de Ca2+ pelos canais de Ca2+ , por exemplo, é utilizado por diferentes células como um sinal intracelular para desencadear vários processos celulares Quanto menor a concentração basal de Ca2+ livre no citosol, mais sensível é a célula a um aumento no Ca2+. Essa enorme diferença de concentração é obtida principalmente por meio de bombas de Ca2+ dependentes de ATP tanto na membrana plasmática como na membrana do retículo endoplasmático, que ativamente bombeiam Ca2+ para fora do citosol. Possuem funcionamento semelhante às bombas de Na+/K+, mas as bombas de Ca+ retornam para a sua conformação original sem a necessidade de ligação e transporte de um segundo íon. ➔ Transporte ativo secundário (cotransporte) Um gradiente de qualquer soluto através de uma membrana, como o gradiente eletroquímico de Na+ gerado pela bomba de Na+/K+, pode ser usado para mover o transporte ativo de uma segunda molécula. O movimento do primeiro soluto a favor do seu gradiente fornece energia para impulsionar o transporte do segundo soluto contra a corrente. Os transportadores ativos que trabalham dessa maneira são chamados de bombas acopladas. Elas podem acoplar o movimento de um íon inorgânico ao movimento de outro, o movimento de um íon inorgânico ao de uma molécula orgânica pequena ou o movimento de uma molécula orgânica pequena ao movimento de outra. Por exemplo o transportador de SGLT utiliza a energia potencial armazenada no gradiente de concentração de Na+ para mover a glicose contra o seu gradiente de concentração. Dois tipos de transportadores de glicose possibilitam que as células epiteliais intestinais transfiram glicose através do revestimento epitelial do intestino. Além disso, para manter a concentração de Na+ gradiente eletroquímico do Na+ acentuado– o Na+ que entra na célula via simporte de glicose movido a Na+ fora por bombas de Na+ no citosol baixa – e o acentuado que entra na célula via simporte de é bombeado para nas membranas plasmáticas basal e lateral, como indicado.