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FARMACOLOGIA FARMACOCINÉTICA Prof. Farm. Esp. Jamandoluz Leal FARMACOCINÉTICA • Estuda o caminho que a droga faz no organismo. • É o estudo das etapas que a droga sofre desde a administração até a excreção. FARMACOCINÉTICA • Essas etapas são: Absorção Distribuição Metabolismo ou biotransformação Excreção. Uma vez que a droga encontra-se no organismo, essas etapas ocorrem de forma simultânea sendo essa divisão apenas de caráter didático. FARMACOCINÉTICA Características que influenciam a farmacocinética: • Peso molecular; • Conformação estrutural; • Grau de ionização; • Lipossolubilidade ou hidrossolubilidade TUDO ISSO INTERFERE NA CAPACIDADE DA MOLÉCULA EM ATRAVESSAS MEMBRANAS CELULARES. FARMACOCINÉTICA Goodman e Gilman 12° edição Transporte de fármacos Transporte através da membrana GRAU DE IONIZAÇÃO Os fármacos em geral são ácidos ou bases fracas e, quando em contato com uma solução, existem nas formas ionizada e não-ionizada Dependendo do pH dessa solução e do pKa do fármaco ele terá maior ou menor ionização e isso vai influenciar na travessia pelas membranas biológicas. Moléculas não ionizadas (forma molecular; protonada; apolar) mais lipossolúveis (difusão simples) Moléculas ionizadas (forma ionizada; desprotonada; polar) mais hidrossolúvel (transporte ativo; difusão facilitada) pKa – Constante de Dissociação •pKa é o pH em que as concentrações das formas ionizadas e não ionizadas são iguais. •Quando o pH do meio é igual ao pKa da droga, a droga contém 50% das suas moléculas não ionizadas (lipossolúveis) e 50% ionizadas (hidrossolúveis) •Uma molécula, naturalmente é protonada (não ionizada). Quando o pH do meio vai chegando próximo ao seu pKa, ela vai naturalmente dissociando e se tornando desprotonada (ionizada). Quando o pH do meio passa do seu pKa, ela já passa a ser mais ionizada (deprotonada) do que não ionizada (protonada). EXEMPLO... “VARFARINA” • CARÁTER : ÁCIDO FRACO • pKa : 5 • No pH 5, a varfarina vai ter 50% de suas molécular ionizadas e 50% não ionizadas • No pH mais ácido (5), as moléculas da varfarina ionizam mais (hidrossolúvel). SEQUÊNCIA LÓGIA DO ENTENDIMENTO •Portanto, para sabermos se um fármaco se encontra mais protonado (forma molecular; apolar; lipossolúvel) ou desprotonado (forma ionizado; polar; hidrossolúvel), devemos ter as seguintes informações: • É ÁCIDO OU BASE? • QUAL O PKA? • QUAL O PH DO COMPARTIMENTO (DO MEIO)? Entendendo na prática... José Ribamar faz uso contínuo de ácido acetilsalicílico para controle da agregação plaquetária, entretanto sempre esquecia de tomar a medicação, como estratégia para não esquecer o medicamento José Ribamar passou a toma-lo assim que acorda, ainda em jejum. Após alguns dias com essa prática ele passou a sentir fortes dores de estômago. Sabendo que alterações gastrointestinais são reações adversas esperadas com o uso de AAS, mas que José Ribamar nunca havia sentido nada quando utilizava o medicamento após se alimentar, estabeleça uma correlação entre o efeito adverso exacerbado e a alteração na forma de uso. Dados: AAS pKa=3,0 Estômago pH = 2,0 ATENÇÃO: o pH do estômago aumenta com a presença de alimentos. VARIAÇÃO DA DISSOCIAÇÃO EM CADA COMPARTIMENTO •FÁRMACOS ÁCIDOS, EM MEIOS ÁCIDOS (ESTÔMAGO), SOFREM POUCA IONIZAÇÃO, POIS O MEIO ÁCIDO JÁ CONTÉM MUITO H+ E A MOLÉCULA DO FÁRMACO NÃO PRECISA DOAR SEU H+. DESSA FORMA, O FÁRMACO FICA COM CARACTERISTICA LIPOSSOLÚVEL E APOLAR. •FÁRMACOS ÁCIDOS, EM MEIOS BÁSICOS (SANGUE E URINA), SOFREM IONIZAÇÃO FACILMENTE E PASSAM A TER UM CARÁTER POLAR E HIDROSSOLÚVEL. CONCLUSÃO IMPORTANTE •FÁRMACO ÁCIDO É MELHOR ABSORVIDO EM LOCAL ÁCIDO (ESTÔMAGO) •FÁRMACO BÁSICO É MELHOR ABSORVIDO EM LOCAL BÁSICO (INTESTINO DELGADO) VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Várias formas farmacêuticas; Diferentes velocidades de absorção; Início da ação; Concentração sanguínea máxima; Duração da ação. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ABSORÇÃO •ABSORÇÃO É A PASSAGEM DO FÁRMACO DO LOCAL DE ADMINISTRAÇÃO PARA A CORRENTE SANGUÍNEA •A VIA PARENTERAL ENDOVENOSA NÃO CONTÉM FASE DE ABSORÇÃO. ABSORÇÃO •Teoricamente, fármacos que são ácidos fracos (p. ex., ácido acetilsalicílico) são mais rapidamente absorvidos de um meio ácido (estômago) que fármacos que são bases fracas (p. ex., quinidina). Contudo, independentemente de o fármaco ser ácido ou básico, a maior parte da absorção ocorre no intestino delgado, uma vez que a área de superfície é mais ampla e as membranas são mais permeáveis 1.Lipossolubilidade: fármacos lipossolúveis podem atravessar as membranas por processos passivos, como a difusão simples; 2. Hidrossolubilidade: fármacos hidrossolúveis vão depender de mecanismos envolvendo a participação ativa de componentes de membrana, como canais, difusão facilitada, transportes ativos (dependentes de ATP) e vesicular. 3. Estabilidade química da molécula da droga: fármacos instáveis no pH gástrico, fármacos sensíveis à enzimas. 4.Tamanho e peso da molécula da droga; 5.Carga elétrica da molécula da droga (polaridade, ionização, pH do meio). FATORES QUE INTERFEREM NA ABSORÇÃO DE FÁRMACOS FATORESQUE INTERFEREMNO PROCESSODE ABSORÇÃO DEFÁRMACOS 6. Forma farmacêutica (comprimido, cápsulas, soluções etc.) em que a droga é administrada; 7. Velocidade administrada de dissolução por via oral, da droga, quando compatibilidade com secreções gastrointestinais; 8. Concentração da droga no local de absorção 9. Área superficial (estômago ou intestino...) 10. Água na ingestão • A ÁGUA FACILITA A DISSOLUÇÃO DO FÁRMACO, O QUE FAVORECE A ABSORÇÃO DO FÁRMACO (ISSO SÓ VALE PARA FORMA FARMACEUTICA SÓLIDA) PASSAGEM DE UM FÁRMACO NÃO- IONIZADO ATRAVÉS DA MEMBRANA Ionização XpH O pH da urina pode variar de 4,5-8,0. Em urina ácida Fármacos ácidos não ionizados apolar (reabsorvido) Fármacos básicos ionizados polar (excretado) Em urina básica Fármacos ácidos ionizados polar Fármacos básicos não ionizados apolar Na prática... Uma criança de 5 anos achou uma caixa de AAS infantil, como ela já sabia que tinha um sabor adocicado ingeriu vários comprimidos. Ao perceberem o que a criança tinha feito os pais correram para emergência, onde a criança recebeu carvão ativado para evitar que mais fármaco fosse absorvido e recebe também bicarbonato de sódio por via intravenosa para alcalinizar a urina até um pH de 7,5. Sabendo que o AAS é um fármaco ácido, sugira uma explicação para a utilização do bicarbonato de sódio: SEGURA AÍ! BIODISPONIBILIDADE É a fração do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica. Ela é expressa como a fração do fármaco administrado que tem acesso à circulação sistêmica na forma química inalterada, ou seja, é a quantidade da droga disponível para ser utilizada pelo organismo. Por exemplo, se 100 mg de um fármaco forem administrados por via oral, e 70 mg desse fármaco forem absorvidos inalterados, a biodisponibilidade é 70%. BIODISPONIBILIDADE De grande interesse médico; Sofre grande influência do processo de absorção. FORMA FARMACÊUTICA VIA DE ADMINISTRAÇÃO ESTADO DE MÁ-ABSORÇÃO DO PACIENTE SOLUBILIDADE DO FÁRMACO (lipo ou hidro); INSTABILIDADE QUÍMICA (enzimas;acidez); NATUREZA DA FORMULAÇÃO DO FÁRMACO (ácido ou base); BIOTRANFORMAÇÃO HEPÁTICA DE PRIMEIRA PASSAGEM. PRESENÇA DE ALIMENTOS E INGESTÃO DE ÁGUA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA (OMEPRAZOL) IDADE EXERCÍCIO - BIODISPONIBILIDADE • SABE-SE QUE A DIPIRONA EM SOLUÇÃO ORAL TEM UMA CONCENTRAÇÃO DE 500 mg/ml. • (1 ML = 20 gotas) • Um médico prescreve uma dose via oral de 1.000 mg a cada 8 horas. • Quantas gotas seriam necessárias para se alcançar essa dose de 1.000 mg? • Suponhamos que a dipirona via oral zerou no estoque no hospital e no momento sótemos dipirona em ampola intravenosa. Sabendo que a biodisponibilidade da dipirona é de 90%, e que uma ampola de 1 ml contém 500 mg de dipirona, quantos ml de dipirona intravenosa seriam necessária para fazer esse ajuste de via de administração? Lembrando que a biodisponibilidade de medicamentos via intravenosa é de 100%. EXERCÍCIO - BIODISPONIBILIDADE • SABE-SE QUE A DIPIRONA EM SOLUÇÃO ORAL TEM UMA CONCENTRAÇÃO DE 500 mg/ml. • (1 ML = 20 gotas) • Um médico prescreve uma dose via oral de 1.000 mg a cada 8 horas. • Quantas gotas seriam necessárias para se alcançar essa dose de 1.000 mg? (R= 2 ML = 40 gotas) • Suponhamos que a dipirona via oral zerou no estoque no hospital e no momento só temos dipirona em ampola intravenosa. Sabendo que a biodisponibilidade da dipirona via oral é de 90%, e que uma ampola de 1 ml contém 500 mg de dipirona, quantos ml de dipirona intravenosa seriam necessária para fazer esse ajuste de via de administração? (R = a dose que chega no sangue quando se ingere 1.000 mg via oral, é de 900 mg. Precisaria de 1,8 ml de solução intravenosa para se ter 900 mg de dipirona) Distribuição É a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. Após a absorção do fármaco, uma fração deste se liga a proteínas plasmáticas (principalmente a albumina) ou proteínas de tecidos, formando um complexo reversível. A outra fração circula livremente pelo fluido biológico. DISTRIBUIÇÃO A albumina é o principal carreador dos fármacos ácidos, enquanto a glicoproteína ácida α1 liga-se aos fármacos básicos É importante frisar que apenas a porção livre, dissolvida no plasma, é farmacologicamente ativa. • Quanto maior a taxa de ligação, maior a chance de efeito adverso quando ocorre alterações nos níveis séricos de albumina. • Também ocorre interação medicamentosa quando há competição pela albumina, principalmente nos fármacos com alta taxa de ligação (um fármaco desloca o outro fármaco que estava ligado na albumina, deixando ele na forma livre) (paracetamol) Anti-inflamatório –(artrite) vasodilatador Sedativo hipnotico cardiotonico Dislipdemia antibiótico diurético antibiótico anestésicos Dislipdemia hormonal imunossupressor hipoglicemiante Relaxante musc. (suplementação de albumina do ovo) (idosos) antibiotico ansiolítico Analgésico opióide antiepilético Corticóide antiarritmico antidiabético sedativo cardiotônico ansiolítico diurético antieplético antiinflamatório antiinflamatório A distribuição de uma droga absorvida depende de vários fatores: Fluxo sanguíneo(só chega onde chega sangue). Permeabilidade a barreiras (lipo ou hidrossoluvel). Ligação a proteínas (albumina e glicoproteina alfa 1). Débito cardíaco (bombeamento de sangue). Permeabilidade capilar (inflamação). Volume tecidual (tamanho do paciente e quantidade de gordura). Os fármacos lipossolúveis se movem mais facilmente através das membranas biológicas. Esses fármacos podem se dissolver nas membranas lipídicas e, por isso, permeiam toda a superfície celular. Gordura (Se fica reservado, não faz efeito) DISTRIBUIÇÃO Inicialmente fígado, rins, cérebro e outros órgãos bem irrigados recebem a maior parte do fármaco; A liberação aos músculos, à maioria das vísceras, à pele e aos tecidos adiposos é mais lenta. Distribuição Os fármacos pouco lipossolúveis, possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo assim restrições em sua distribuição. Já as substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco no organismo. DISTRIBUIÇÃO REDISTRIBUIÇÃO Redistribuição do fa ́rmaco do seu local de ac ̧a ̃o para outros tecidos ou locais Tiopental (anestesico) fármaco altamente lipossolúvel atinge concentração máxima no cérebro no decorrer de 1 minuto após a injeção intravenosa há pouca ligação do tiopental aos componentes cerebrais redistribuição início e término da anestesia são rápidos. DISTRIBUIÇÃO Barreira hematoencefálica junções de oclusões contínuas quanto mais lipofílico maior a probabilidade de ultrapassar a barreira hematoencefálica. FIXAÇÃO DECONTEÚDO 3 -Biotransformação ou metabolismo É a transformação do fármaco em outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas inespecíficas. A biotransformação ocorre principalmente: • fígado ***, • rins, • pulmões • tecido nervoso. METABOLIZAÇÃO • A FASE DE METABOLIZAÇÃO TEM BASICAMENTE 3 FUNÇÕES: • 1 – TRANSFORMAR SUBSTÂNCIAS ATIVAS EM INATIVAS • 2 – TRANSFORMAR SUBSTÂNCIAS INATIVAS EM ATIVAS (PRÓ-FARMACOS) • EFEITO PRÉ-SISTÊMICO (MELHOR EFICÁCIA OU MEIA VIDA MAIOR) • 3 – PROPORCIONAR A ELIMINAÇÃO DO FÁRMACO • 85% DOS FÁRMACOS NÃO CONSEGUEM SER ELIMINADOS SEM SER METABOLIZADOS • OBS : ALGUNS FÁRMACOS SÃO ELIMINADOS NA SUA FORMA ATIVA (CIPROFLOXACINO / NORFLOXACINO, USADO EM INFECÇÃO URINÁRIA) Sedativo - convulsão Sedativo Relaxante musc. intubação anticonvulsivo antihipertensivo corticóide corticóide Sedativo - convulsão aniarritmico analgésico Analgésico (paracetamol) Efeito de primeira passagem Efeito de primeira passagem O fármaco deve passar sequencialmente pelo lúmen gastrintestinal, pela parede intestinal e pelo fígado antes de atingir a circulação geral. Essa sequência é um requerimento anatômico, pois o sangue que perfunde todo o tecido gastrintestinal é drenado para o fígado via veia porta hepática. As drogas podem ser metabolizadas de diversas maneiras Mais comumente, são metabolizadas em metabólitos inativos que são depois excretados; Outros podem ser convertidos em metabólitos que apresentam atividade aumentada Outros medicamentos ainda podem ser administrados inativos, denominados pró- fármacos, que só se tornam ativos quando são metabolizados (codeína em morfina). Outros metabólitos tornam-se tóxicos. Biotransformação ou metabolismo Fármacos lipofílicos não podem ser facilmente excretados do organismo. Quando chegam aos rins os compostos lipofílicos filtrados pelos glomérulos são reabsorvidos e voltam para circulação sistêmica quando passam pelos túbulos renais. Com o processo de metabolização os fármacos tornam-se mais hidrofílicos, facilitando sua eliminação. METABOLIZAÇÃO ESSENCIAL PARA ELIMINAÇÃO PARA O FÁRACO SER ELIMINADO, ELE PRECISA SER METABOLIZADO E ESTAR NA FORMA HIDROSSOLÚVEL (LIPOSOLÚVEL) (HIDRO-SOLÚVEL) Biotransformação ou metabolismo Metabolismos de FASE I : convertem o fármaco original em um metabólito mais polar através de oxidação, redução ou hidrólise. Metabolismos de FASE II : As reações de conjugação da fase II resultam na formação de uma ligação covalente entre um grupo funcional do composto original ou do metabólito da fase I e o ácido glicurônico, sulfato, glutationa, aminoácidos ou acetato formados pelos processos endógenos. ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (ASPIRINA) É UM PRÓ-FÁRMACO. O “ÁCIDO SALICÍLICO” É A MOLÉCULA ATIVA. A TÍTULO DE CURIOSIDADE... ASSUNTO DE QUÍMICA A TÍTULO DE CURIOSIDADE... ASSUNTO DE QUÍMICA Biotransformação ou metabolismo Indução enzimática do fármaco A para o B Aumenta a síntese e atividade do CYP Aumenta o metabolismo do fármaco B Diminui o efeito terapêutico do fármaco B Na prática... 1. A fenitoína é um forte indutor enzimático, induzindo por exemplo as enzimas que metabolizam o omeprazol. Qual o resultado clínico quando os dois medicamentos são administrados concomitantemente? FENITOÍNA = ANTIEPILÉTICO OMEPRAZOL = DIMINUI ACIDEZ ESTOMACAL Biotransformação ou metabolismo Os sistemas enzimáticos envolvidos no metabolismo dos fármacos estão localizados principalmente no fígado, embora todosostecidos examinados tenham alguma atividade metabólica. A reação de fase I ocorre noretículo endoplasmático da célula e a fase II pode ocorrer tanto no retículo quanto no citosol. Essasreações do metabolismo são realizadas pelas CYPs(milhares de isoformasdo citocromo P450) e por várias transferases. METABOLIZAÇÃO DO ALCOOL • O ÁLCOOL É METABOLIZADO NO FÍGADO POR UMA ENZIMA CHAMADA ALCOOL DESIDROGENASE (P4502e1), QUE TRANSFORMA ELE EM ACETALDEÍDO. • O ACETALDEÍDO É METABOLIZADO POR UMA OUTRA ENZIMA HEPÁTICA CHAMADA ALDEÍDO DESIDROGENASE, QUE VAI TRANSFORMA-LO EM ÁCIDO ACÉTICO, QUE É ELIMINADO PELA URINA • EXISTEM ANÁLISES EM PERÍCIA CRIMINAL ONDE SE COLETA URINA E SE PROCURA ÁLCOOL OU ÁCIDO ACÉTICO, PARA SABER SE O INDIVÍDUO CONSUMIU ALCOOL NO DIA ANTERIOR. • OBS: O ACETALDEÍDO É EXTREMAMENTE TÓXICO, MUITO LIPOSSOLÚVEL, ATRAVESSA BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA, DEMORA PARA SER BIOTRANSFORMADO E CAUSA SINTOMAS COMO DEPRESSÃO DO SNC (COMA ALCOOLICO), DESIDRATAÇÃO, NÁUSEA, DOR NO CORPO, VÔMITO, FOTOSENSSIBILIDADE, FONOSENSIBILIDADE, DIARRÉIA, CEFALÉIA PULSÁTIL (RESSACA). • O ALCOOL TAMBÉM INIBE A LIBERAÇÃO DE GLICOSE PELO FÍGADO (HIPOGLICEMIA). FATORES QUE PODEM AFETAR O METABOLISMO DE UM FÁRMACO Algumas doenças podem reduzir o metabolismo: Cirrose, e a insuficiência cardíaca, que diminui a circulação até o fígado; A genética: possibilita a algumas pessoas a capacidade de metabolizar drogas rapidamente, enquanto outras as metabolizam mais lentamente; O ambiente: também pode alterar o metabolismo de drogas. Ex., fumaça de cigarro, ambiente estressante (doença prolongada ou cirurgia); Idade: lactente têm o fígado imaturo e pacientes idosos apresentam uma redução do tamanho do fígado, fluxo sanguíneo e na produção de enzimas. Interação medicamentosa : inibição ou indução de enzimas FATORES QUE PODEM AFETAR O METABOLISMO DE UM FÁRMACO Interação medicamentosa : inibição ou indução de enzimas O uso constante de alcool faz o organismo aprender a se defender disso, produzindo mais enzimas e metabolizando o alcool mais rápido, sendo necessário uma dose maior para fazer o mesmo efeito. Isso também acontece com medicamentos, o que chamamos de tolerância metabólica por indução enzimática. A indução cruzada é quando se utilizam 2 medicamentos ao mesmo tempo, sendo que um deles induzem ou inibem a produção de enzimas que metabolizam o segundo fármaco (fenobarbital - anticonvulsivo induz enzimas que metabolizam a losartana - antihipertensivo). Excreção ou eliminação Eliminação As principais modalidades pela as quais as drogas deixam o organismo são: excreção renal, excreção biliar, excreção pulmonar (anestésicos gasosos). Outras vias de excreção são representadas pelo suor, saliva, lágrimas, leite materno, fezes, secreção nasal etc. Eliminação As substâncias excretadas nas fezes são predominantemente fármacos ingeridos por via oral que não foram absorvidos, ou metabólitos dos fármacos excretados na bile. Para ser melhor excretada pela urina, a molécula deve ser hidrossolúvel, estar ionizada e ter baixo peso molecular (para atravessar a barreira glomerular). (bicarbonato de sódio é alcalinizante de urina) (acidificar a urina não é muito usual, mas pode ser utilizado vit. C) (sedativo) (antiinflamatório) (malária) (malária) (diurético) (antibiótico) (antibiótico) (ritalina; venvanse) (antidepressivo) (analgésico opióide) FARMACOCINÉTICA CLÍNICA Biodisponibilidade fração do fármaco absorvido na forma original para a circulação sistêmica; Volume de distribuição medida do espaço aparentemente disponível no organismo para conter o fármaco, de acordo coma quantidade administrada e a concentração presente na circulação sistêmica; Depuração medida da eficiência do organismo para eliminar o fármaco da circulação sistêmica; Meia-vida de eliminação tempo necessário para que a concentração plasmática seja reduzida a 50%. DEPURAÇÃO O médico deseja manter a concentração do fármaco em equilíbrio na circulação sistêmica, dentro de uma faixa que tenha o efeito terapêutico e minimize os efeitos tóxicos do medicamento. Para isso, a taxa de administração deve ser igual a taxa de eliminação. DEPURAÇÃO é a medida da capacidade do organismo em eliminar um fármaco. consiste em uma medida da eficiência do organismo na eliminação de um fármaco. QUANDO SE CONHECE A CONCENTRAÇÃO DESEJÁVEL DE UM FÁRMACO NO ESTADO DE EQUILÍBRIO NO PLASMA, SUA TAXA DE DEPURAÇÃO DETERMINA A FREQUÊNCIA COM QUE ELE DEVE SER ADMINISTRADO. Na prática... Clearance de creatinina comparação da concentração de creatinina nosanguecoma concentração de creatinina presente na amostra de urina de 24 horas da pessoa. Se o clearance está alterado o farmacêutico recomenda avaliação pelo nefrologista e indica alteração de dose dos medicamentos com possível ação nefrotóxica. Na prática... Mulher de 65 anos, 60 Kg, com diagnóstico prévio de enfisema pulmonar encontra-se internada para tratamento de uma infecção sem agente infeccioso isolado. Está fazendo uso de polimixina B com posologia de 15.000 UI/Kg de 12/12 horas. O ClCr da paciente encontra-se em 70 ml/min/1,73m². Dados: Valores normais de ClCr para mulheres: 85 a 125 mL/min/1,73 m² Dosagem máxima de polimixina: 25.000 UI/Kg/dia 1. Analise o caso da paciente, e faça sua orientação justificando-a. Volume aparente de distribuição (Vd) É um volume hipotético de líquido no qual o fármaco se dissemina. O volume distribuiçãode do fármaco no organismo à (V) relaciona a suaquantidade concentração (C) no sangue ou plasma. Volume conter mesma de líquido que seria necessário para todo o fármaco presente no corpo na concentração dosada no sangue ou plasma. Cálculo doVd Monocompartimental (corpo considerado homogeneo, IV) VD= Quantidade do fármaco biodisponível (dose) Concentração plasmática Ex: Se 100 mg de um fármaco X é administrado IV e seu Cmáx é 2 mg/L, qual seu volume? Cálculo doVd Monocompartimental (corpo considerado homogeneo, IV) VD= Quantidade do fármaco biodisponível (dose) Concentração plasmática Ex: Se 100 mg de um fármaco X é administrado IV e seu Cmáx é 2 mg/L, qual seu volume? (VD = 50L) Volume de distribuição Observe que quanto maior a concentração plasmática, menor será o volume de distribuição. E quanto menor a concentração plasmática, maior será o volume de distribuição. (VD E C SÃO INVERSAMENTE PROPORCIONAIS) Quanto maior o volume de distribuição maior a atração do fármaco pelos tecidos e menor sua concentração plasmática. Na prática clínica, Vd já vem padronizado pela indústria e não tem tanta relevância quanto proteínas plasmáticas e reservatórios VOLUMEDEDISTRIBUIÇÃO DE ALGUNS FÁRMACOS Na prática... Um indivíduo de 70 kg recebeu 500 μg de digoxina emseucorpo, a concentração plasmática dosada é de 0,75 ng/mL. a. Qual o volume de distribuição do fármaco? b. A afinidade deste fármaco com os tecidos é alta ou baixa? Umindivíduo de 70 kg recebeu 500 μg (0,5 mg) de digoxina emseucorpo, a concentração plasmática dosada é de 0,75 ng/mL (0,00075 mg/L). a. Qual o volume de distribuição do fármaco? 1 micrograma = 0,001 mg -(500 mcg = 0,5 mg) 1 L = 1000 ML, LOGO 0,75 ng em 1 ml -> 750 ng / L (0,75 X 1000) 1 nanograma = 0,000001 mg –(750 ng = 0,00075 mg) VD = DOSE / C -> VD = 0,5 / 0,00075 VD = 666,667 L a. A afinidade deste fármaco com os tecidos é alta ou baixa? É ALTÍSSIMA (DISTRIBUI MUITO PARA OS TECIDOS) EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS 1 – certo 2 - b EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS 1 – a 2 - a EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS Reposta : C