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VOLEIBOL PROFESSORES Me. Nayara Malheiros Caruzzo Me. Suelen Vicente Vieira Esp. Robson Florentino Xavier Quando identificar o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Acesse o seu livro também disponível na versão digital. Google Play App Store VOLEIBOL 2 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli, Gerência de Produção de Contéudo Gabriel Araújo, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Supervisão de projetos especiais Daniel F. Hey, Coordenador(a) de Contéudo Mara Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia da Silva, Designer Educacional Ana Claudia Salvadego, Qualidade Textual Hellyery Agda, Revisão Textual Alessandra Sardeto, Cintia Prezoto Ferreira, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock. N964 Núcleo de Educação a Distância. CARUZZO, Nayara Malheiros; XAVIER, Robson Florentino; VIEIRA, Suelen Vicente. Voleibol. Nayara Malheiros Caruzzo; Robson Florentino Xavier; Suelen Vicente Vieira. Florianópolis, SC: Arqué, 2024. 182 p. 1. Voleibol. 2. Fundamentos Técnicos. 3. EaD. I. Título. CDD - 701.1 NEAD Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722. Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). 02510577 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17299 4 autores Professora Mestre Nayara Malheiros Caruzzo Possui mestrado em Atividade Física e Saúde pela Universidade Estadual de Maringá-PR, especia- lista em Treinamento Desportivo pelo Centro Universitário de Maringá (2011-2012) e Graduação (Bacharel) em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (2007-2010). Atualmente é membro do Grupo de Pesquisa Pró-esporte, docente do Departamento de Educação Física da Fundação Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Mandaguari (FAFIMAN) e docente no curso de Educação Física da Faculdade Ingá.Tem experiência na área de Esporte e Desempenho humano, atuando principalmente nos temas de desenvolvimento e aprendizagem motora, Psicologia aplicada ao esporte, iniciação esportiva e treinamento de vôlei de praia. Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e publicações, acesse seu currículo, disponível no endereço a seguir. . Professora Mestre Suelen Vicente Vieira É mestre em Práticas Sociais em Educação Física pelo Programa de Pós-graduação Associado em Educação Física UEM/UEL (2017), especialista em Metodologia do Ensino da Educação Física pela Faculdade EFICAZ (2016). Possui graduação em Educação Física - Licenciatura (2013) e Bacharela- do (2014) pela Universidade Estadual de Maringá. Atualmente é integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa em Motricidade Humana da Universidade Estadual de Londrina, professora da rede municipal de ensino de Maringá e professora mediadora do curso de Licenciatura em Educação Física (EAD- Unicesumar). Possui experiência na área de formação de professores, treinamento de voleibol e educação física escolar. Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e publicações, acesse seu currículo, disponível no endereço a seguir. . Professor Especialista Robson Florentino Xavier Especialista em Psicologia do Esporte pelo Instituto Wanderley Luxemburgo (2006), graduado em Educação Física Licenciatura Plena (2001-2004) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), foi Técnico da Seleção Paranaense de Vôlei de Praia 2005 a 2016, Técnico da Seleção Brasileira Universitária 2014. Atualmente é Técnico da Seleção Brasileira de Vôlei de Praia Sub 21 (2017) e Coordenador das equipes dos Jogos Olímpicos da Juventude (COB), em 2017. apresentação ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL Mestra Nayara Malheiros Caruzzo Mestra Suelen Vicente Vieira Especialista Robson Florentino Xavier Olá, caro(a) aluno(a)! Nas últimas décadas, ficou evidente o desenvolvimento das seleções masculina e feminina de voleibol, por meio dos títulos que elas trouxeram para o Brasil e que foram instrumentos que popularizaram a modalidade. As con- quistas das nossas seleções aumentaram, de forma significativa, a exposição dessa atividade esportiva na mídia e ajudou a massificação da modalidade, bem como no surgimento de ídolos, novas rivalidades e interesse comercial, proporcionando, ao voleibol, espaço nos meios de comunicação. À luz dos grandes ídolos, o voleibol passou a ser disputado em diferentes con- textos, como no âmbito do lazer, da saúde e da competição, também passou a ser o esporte motivo de orgulho e conquistas de suas seleções. Esses fatos contribuíram para a consolidação do voleibol como o segundo esporte na preferência nacional. Nesse processo de popularização, a Confederação Brasileira de Voleibol, em con- junto com as Federações, foi determinante na difusão de algumas especificidades, que apaixonam a todos que gostam do esporte. Com todos os fatos citados e o momento incrível que o voleibol obteve na úl- tima década, seu ensino na escola passou a ser tratado com mais responsabilidade e tem recebido maior atenção. Vale a ressalva que essa modalidade tem grande capacidade de aglutinação e características peculiares, e por isso, precisa que seja ensinado com métodos claros e objetivos para que alcance o pleno desenvolvimento da criança no período de ensino. A partir de agora, você vai imergir em um livro que instrui de modo simples e prático como ensinar o voleibol. Enquanto professores, vocês são desafiados a transmitir os conhecimentos adquiridos de forma a contemplar todos os alunos. Hoje, acreditamos que o voleibol tornou-se indispensável na Educação Física e sua prática proporciona às crianças melhora na qualidade de vida e oportunidade de adquirir destrezas motoras que podem ser meios de interação social e afetiva entre os praticantes. sumário UNIDADE I ASPECTOS PEDAGÓGICOS 12 Por que Estudar Voleibol? 16 Qual é a Idade Ideal para Aprender o Voleibol? 22 Como ensinar voleibol? 32 Ordenamento de Ensino dos Fundamentos 34 Fases Pedagógicas: o Processo Progressivo- -Associativo UNIDADE II CARACTERÍSTICAS GERAIS DO VOLEIBOL 48 Histórico do Voleibol 52 Principais Regras do Voleibol 58 Capacidades motoras utilizadas no voleibol 62 Contribuições do Voleibol para o Desenvolvi- mento da Infância e Adolescência UNIDADE III FUNDAMENTOS TÉCNICOS BÁSICOS DO VOLEIBOL 76 Posição de expectativa e movimentação básica 84 Toque de bola por cima 94 Manchete 100 Saque por baixo 106 Cortada UNIDADE IV FUNDAMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS 124 Saque tipo tênis 130 Bloqueio 136 Defesa em pé 140 Rolamento 144 Mergulho UNIDADE V APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL 160 Minivoleibol 168 Sistema de Jogo 6x0 182 Conclusão Geral Professora Me. Nayara Malheiros Caruzzo Professor Esp. Robson Florentino Xavier Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Por que estudar voleibol? • Qual é a idade ideal para aprender o voleibol? • Como ensinar voleibol? • Ordenamento de ensino dos fundamentos • Fases pedagógicas: o Processo Progressivo-associativono processo de ensino. 37 considerações finais O conceito de esporte, no Brasil, está pautado na evolução do fenômeno sócio-cultural esportivo, instaurado em nossa sociedade. Isso porque, o esporte é tido como direito de todos. Desse modo, as formas de manifestação desse direito norteiam a prática desse esporte como o Esporte-educação; Esporte-lazer, no qual consideramos, também, os aspectos de saúde; e o Esporte-desempenho. Vimos, nesta unidade, que o esporte-desempenho não representa a totalidade do esporte, ainda que, por vezes, seja visto como o todo e não como uma das ver- tentes que representa. É importante que o professor de Educação Física conheça o esporte em sua forma totalitária, para que possa utilizá-lo como ferramenta de trabalho na realidade em que estiver inserido. Estudamos a melhor idade para aprendizagem do voleibol, considerando os aspectos físicos e maturacionais da criança, fatores que a distinguem biologica- mente de adultos. Logo, a indicação do status maturacional da criança vai nos ajudar a guiar melhor nossas aulas, conforme a faixa etária, e atender às suas necessidades. Nesse sentido, para que ocorra de fato a aprendizagem da modalidade a qual estamos ensinando, faz-se necessário adotar alguns procedimentos metodológi- cos, de acordo com as especificidades desta. O voleibol, em especial, tem algu- mas características que o diferem das outras modalidades pois é uma modalidade modalidade com rede e não permitir a retenção da bola. Tais elementos são de suma importância para a construção da aprendizagem do entendimento do jogo e dos fundamentos técnicos. Do mesmo modo, tão importante quanto às cinco etapas que foram suge- ridas para o ensino da modalidade, é a ordem em que serão apresentados esses fundamentos às crianças. Devemos manter a progressividade deles, do simples para o complexo, para que a aprendizagem dessa modalidade ocorra de forma natural à criança e que ela possa utilizar os fundamentos, conforme aprenda, para jogar voleibol! 38 LEITURA COMPLEMENTAR Importância do Esporte A importância do esporte na sociedade pode ser de- monstrada de diversas formas, como, por exemplo, a preocupação dos governos em tornar o esporte obriga- tório onde quer que a sua ação se faça sentir, principal- mente no ensino, desde a primeira infância até os cursos universitários; a dedicação, por parte da imprensa diária, em todo o mundo, de grande parte de seu tempo e es- paço ao noticiário esportivo; a acirrada disputa entre os países para sediar eventos esportivos de alcance interna- cional; e o esforço de muitos países em disseminar novas modalidades esportivas. Alguns aspectos que ressaltam a importância do esporte são que ele permite a aproximação e confraternização dos povos, como é o caso dos Jogos Olímpicos; possibilita a divulgação de uma melhor imagem externa dos países, já que os eventos mais importantes são vistos por mi- lhões de pessoas em todo o mundo (não se pode ques- tionar a contribuição do futebol brasileiro para a criação de uma marca Brasil); pode ser utilizado como elemento de motivação da educação tradicional e possibilita maior interação das pessoas com o meio ambiente. No âmbito social, o esporte tem função pedagógica no processo de formação do indivíduo, ressaltando a dis- ciplina, o respeito à hierarquia e às “regras do jogo”, a solidariedade, o espírito de equipe e outros fatores do desenvolvimento humano. Pode ser utilizado como ins- trumento de resgate social (a Itália, por exemplo, organi- zou um programa para recuperar dependentes químicos por meio do esporte) e, também, vem sendo considera- do um antídoto à violência (em Nova Iorque, as ligas da meia-noite contribuíram para a diminuição do índice de criminalidade). No âmbito econômico, o esporte envolve muitos recur- sos financeiros; movimenta uma grande indústria diver- sificada e especializada na produção de equipamentos esportivos, uniformes, equipamentos protetores, calça- dos, entre outros. Constitui meio de vida para milhares de pessoas em todo o mundo, pois é uma atividade de grande geração de em- pregos que envolve desde médicos, professores, técni- cos, dirigentes, fisiologistas, nutricionistas, dirigentes até pessoal de apoio que trabalha em rouparia, lavanderia e comércio de artigos esportivos, entre outros. Além disso, estimula o setor de construção, aumenta o fluxo turístico e propicia o surgimento de novos produtos e serviços. A atividade por si mesma pode apresentar retorno eco- nômico, deixando de ser considerada despesa e passan- do a ser considerada investimento. No mundo, diversas empresas do mercado financeiro estão comprando a propriedade de times profissionais. O interesse das TVs pela transmissão de eventos esporti- vos e o surgimento da televisão com programação paga em particular têm dado uma dimensão ainda maior ao esporte, contribuindo para o aparecimento e crescimen- to de novas modalidades esportivas e o surgimento de novos formatos para esportes já tradicionais. Fonte: adaptada de Santos (1997). 39 atividades de estudo 1. Em relação às dimensões do esporte, especi- ficamente da modalidade voleibol, assinale apenas a alternativa correta. a. O esporte relacionado à educação busca qualidade de vida e fins terapêuticos com perspectiva preventiva e de reabilitação. Visa, assim, as diversas possibilidades físicas, mo- toras e orgânicas dos indivíduos, com signifi- cado relevante à promoção da saúde e qua- lidade de vida. b. No esporte voltado à saúde e lazer, evita-se a seletividade, a hipercompetitividade e tem a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo, com formação para ci- dadania. c. O esporte de rendimento pode ser caracte- rizado como profissional e não profissional. O primeiro tem como principal caracterís- tica a remuneração ou formas contratuais pertinentes. d. Quando sob aspecto do lazer e da saúde, o esporte atinge sua expressão máxima da ativi- dade física e há busca pela excelência da exe- cução técnica e constante superação da per- formance pelos profissionais aqui inseridos. e. Todas as alternativas estão incorretas. 2. Considerando a metodologia do ensino do voleibol, sugerida por Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012), leia as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta. I. Em média, as meninas deveriam entrar em contato com o ensino dos fundamentos do voleibol no período entre 11 e 13 anos e os meninos dos 12 aos 14 anos. II. Sugere-se que as técnicas sejam apresenta- das por classes (A, B e C), em que A significa as condições de execuções simples; B resulta nas condições variáveis, porém previsíveis e ante- cipáveis; e C as quais são situações reais de jogo, com condições variáveis e imprevisíveis. III. Na fase de aplicação, apenas a habilidade que foi aprendida é que deve ser inserida no jogo, isolando as aprendidas anteriormente. IV. Recomenda-se que o ensino do voleibol seja realizado utilizando a metodologia de práti- ca por adição. Exemplo: na aprendizagem de um movimento que pudesse ser dividido em quatro partes; A, B, C e D. Seria representada como: A, A+B, A+B+C, A+B+C+D. V. O tipo normolíneo é o biótipo mais adequado ao voleibol e sua avaliação pode ser realizada por meio da medida da envergadura que, em indivíduos normolíneos, se aproxima do valor da estatura. a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas II e IV estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas I, II e IV estão corretas. e. Nenhuma das alternativas está correta. 40 atividades de estudo 3. Sobre o processo metodológico de ensino dos fundamentos do voleibol, relacione as seguin- tes colunas. (a) Apresentação da habilidade ( ) Uma vez retido, o movimen- to passa a ser natural para o indivíduo. (b) Sequência pedagógica ( ) Deve-se estimular o aprendiz a tentar realizar a atividade mo- tora sem a bola, para vivenciar a sinergia do movimento global. (c) Exercícios educativose formativos ( ) Quando grande parte do gru- po atingiu o movimento deseja- do, avançam no processo. (d) Automatização ( ) Objetiva resolver imperfeições causadas por equívocos motores e técnicos. (e) Aplicação ( ) Transição não pode ser brusca: imobilidade a situações complexas. a. A, D, B, C, E. b. B, D, E, A, C. c. D, A, B, C, E. d. D, A, C, B, E. e. A, C, D, E, B. 4. O processo metodológico para o ensino dos fundamentos do voleibol é composto por cinco etapas. Quais são elas? Explique suas respec- tivas características. 5. Sobre a última fase de aprendizagem, a Aplica- ção do fundamento à mecânica do jogo, assi- nale a alternativa incorreta. a. Exercícios em forma de jogo aprensentam si- tuações reais de jogo, porém com nível fácil de realização e atividades de baixa organização. b. O jogo adaptado consiste em exercícios com dinâmica de jogo, porém em uma dinâmica ar- tificial criada pelo professor. c. O jogo de iniciação ainda não permite que a criança jogue com a aplicação das regras bá- sicas. d. Nos exercícios em forma de jogo sugere-se a composição de pequenos grupos para facilitar e garantir a participação de todos nas ações. e. No jogo adaptado prioriza-se a repetição das ações de jogo. 41 EDUCAÇÃO FÍSICA Iniciação Esportiva Universal: da aprendizagem mo- tora ao treinamento técnico. Pablo Juan Greco e Rodolfo Novellino Benda Editora: Editora UFMG Ano: 1998 Sinopse: a resistência à prática de esportes verificada entre crianças e jovens decorre, em boa parte, da maneira como a iniciação esportiva vem sendo desenvolvida nas escolas, clubes e, mesmo, escolinhas de esportes. Este livro apresenta uma filosofia de atuação adequada à melhor compreensão da atividade física, da Educação Física e da iniciação esportiva, a partir de pesquisas nas áreas da coordena- ção e da aprendizagem motora, dos treinamentos técnico e tático. Duelo de Titãs Ano: 2000 Sinopse: as vitórias da equipe do técnico Herman Boone (Den- zel Washington) foram importantes; mas, a mais marcante foi a superação do racismo, dos preconceitos e do ódio racial. Pode ser utilizado como material para redação, história, geografia, so- ciologia e ética, pois desperta para as dimensões em que o esporte pode abranger. Comentário: vimos, no Capítulo 1. sobre as dimensões do esporte, especificamente do vo- leibol. Esse filme vai mostrar os contextos que o esporte está inserido e como ele pode ser influente em diversos assuntos sociais. Ao falarmos das dimensões do esporte apresentadas no Tópico I desta unidade, falamos sobre o esporte no âmbito do lazer. Vimos que as regras podem ser adaptadas, quando olhamos para o voleibol sob este aspecto, mas como podemos adaptar? Neste vídeo, temos um exemplo do voleibol indicado para a iniciação esportiva, voltada ao lazer. Aproveitem e, a partir dele, tenham novas ideias! Acesse o site disponível em: . 42 referências BOJIKIAN, J. C.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando Volei- bol. 5. ed. São Paulo: Phorte Editora, 2012. GALLAHUE, D. L. OZMUN, J. C. GOODWAY, J. D. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. 3. ed. São Paulo: Phorte editora, 2013. GAYA, A. A reinvenção dos corpos: por uma peda- gogia da complexidade. Sociologias. Porto Alegre, ano 8, n. 15, p. 250-272, jan/jun, 2006. GRECO, P. J.; BENDA, R. N. Iniciação esportiva universal: da aprendizagem motora ou treinamento técnico. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. HAYWOOD, K. M; GETCHELL, N. Desenvolvi- mento Motor ao longo da vida. 3 ed. São Paulo: Artmed, 2010. MAGILL, A. R. Aprendizagem e controle motor. Conceitos e aplicações. 8. ed. São Paulo: Phorte. ______. Aprendizagem motora: Conceitos e aplica- ções. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. MANOEL, E. J.; CONNOLLY, K. J. Variability and the development of skilled actions. International Journal of Psychophysiology, v. 19, p. 129-47, 1995. MARINHO, N. F. S. et al. Desenvolvimento humano: uma breve visão voltada para a educação física. In: Iniciação Esportiva. Rio de Janeiro: MedBook Edi- tora Científica, 2012. p. 19-42. MEZZADRI, F. M.; FIGUEIRÔA, K. M.; SILVA, M. M. Os jogos olímpicos, paraolímpicos de 2016 e os legados de esporte de lazer. In: MARINHO, A.; NAS- CIMENTO, J. V.; OLIVEIRA, A. A. B. Legados do esporte brasileiro. Florianópolis: UDESC, 2014. PÚBLIO, N. S.; TANI, G. Aprendizagem de habilida- des motoras seriadas da ginástica olímpica. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 7, p. 58-68, 1993. SANTOS, A. M. M. M. et al. Esportes no Brasil: situ- ação atual e propostas para desenvolvimento, 1997. SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendi- zagem baseada no problema. Porto Alegre: Artmed, 2010. SILVA, A. S. Treinamento físico para crianças e ado- lescentes. In: SILVA, F. M.; ARAÚJO, R. F.; SOARES, Y. M (orgs.). Iniciação Esportiva. Rio de Janeiro: MedBook Editora Científica, 2012. p. 1-18. WHEELOCK, D.; HARTMANN, D. Midnight basketball and the 1994 crime bill debates: The ope- ration of a racial code. The Sociological Quartely. v. 48, p. 315-342, 2007. Referências On-line ¹ Em: . Acesso em: 23 maio 2017. ² Em: . Acesso em: 23 maio 2017. 43 gabarito 1. C. 2. D. 3. C. 4. • Apresentação da habilidade: tem a finalidade de dar ciência da importân- cia do movimento; • sequência pedagógica: realizado com um número mínimo de repetições; • exercícios educativos e formativos: não deve ocorrer a automatização até esse momento. Existência de engramas fracos que podem ser corrigidos nessa fase. • automatização: processo de fixação que exige repetições. • aplicação: recomenda-se começar com habilidades fechadas para progre- dir para as abertas, aumentando a variabilidade dos exercícios propostos. 5. C. Professora Me. Nayara Malheiros Caruzzo Professora Me. Suelen Vicente Vieira Professor Esp. Robson Florentino Xavier Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Histórico do voleibol • Principais regras do voleibol • Capacidades motoras utilizadas no voleibol • O desenvolvimento físico na infância e na adolescência Objetivos de Aprendizagem • Conhecer o histórico do voleibol. • Conhecer as principais regras da modalidade. • Estudar as capacidades motoras utilizadas no jogo do voleibol. • Estudar o desenvolvimento na infância e na adolescência. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO VOLEIBOL II unidade INTRODUÇÃO Olá aluno(a), seja bem-vindo à segunda unidade do nosso livro! Na unidade, anterior percebemos que esse esporte é utilizado em diversos âmbitos e com diferentes intencionalidades; além disso, conhecemos os aspectos pedagógicos da modalidade. Nesta unidade, veremos algumas caracterizações do Voleibol. Para melhor entendimento da modalidade na perspectiva atual, faremos um breve histórico sobre o voleibol e a inserção de suas práticas no Brasil. Dentre as diferentes práticas corporais presentes na Educação Física, cada uma possui características específicas que foram construídas por meio de seu desenvolvimento histórico. Com o Voleibol não é diferente. Perceba você, aluno(a), como já foi estudado em disciplinas anteriores, que o conhecimento histórico oferece subsídios para que possamos com- preender a atualidade. Elencaremos, também, algumas das principais regras que norteiam o Voleibol. É importante destacar que as regras do voleibol, diferentemen- te de outras práticas esportivas presentes na Educação Física, orientam, além das ações táticas do jogo, também as ações técnicas, e consequente- mente, as funções de cada jogador em quadra. Por fim, estudaremos as principais capacidades motoras que a moda- lidade exige para que, então, você, como futuro professor(a) de Educação Física, saiba como trabalhá-las na infância e adolescência, respeitando o período de crescimento e as diferenças que os seus futuros alunos apre- sentarão. Caberáa você, o olhar sensível para os diferentes estágios de cresci- mento e desenvolvimento nos diversos aspectos de seus alunos. Vale des- tacar que não estamos em busca de um atleta profissional de Voleibol e sim de auxiliar na promoção de um desenvolvimento integral dos nossos alunos por meio dessa modalidade. Aproveite o conteúdo desta unidade e faça uma boa leitura! VOLEIBOL 48 A o pesquisarmos sobre a história e surgi- mento do voleibol, encontramos diversas leituras e interpretações sobre o assunto. Por isso, vamos nos basear na história contada por Bizzocchi (2004), que nos traz detalhes sobre a criação e evolução da modalidade. O voleibol é uma adaptação americana do jogo italiano conhecido como faustball (faust em alemão significa punho), que era jogado por equipes de duas a nove pessoas, que devolviam a bola sobre uma rede, utilizando os punhos e poderiam deixar a bola Histórico do Voleibol quicar no chão duas vezes antes de rebatê-la. Apesar disso, o voleibol foi criado com características pró- prias, diferente de seus predecessores. Basicamente, quando falamos em surgimento de algum esporte, devemos analisar a história da so- ciedade naquele determinado momento, visto que novas criações vêm para aclarar carências da socie- dade da época. Desse modo, sabe-se que os norte- -americanos, no final do século XIX, dedicavam-se a esportes específicos, de acordo com as estações do ano. Na primavera, o esporte praticado era o 49 EDUCAÇÃO FÍSICA beisebol; no outono, era vez do futebol americano e quando chegava o inverno e as nevascas, que não permitiam esportes ao ar livre, as pessoas se reu- niam nos ginásios, onde havia prática da ginástica, que dominavam os programas de Educação Física da época (BIZZOCCHI, 2004). Nesse momento, em 1891, foi requerido ao professor James Naismith, da Associação Cristã de Moços (ACM), de Springfield, Massachusetts, que criasse algum esporte que pudesse ser jogado den- tro do ginásio, por causa do rigoroso inverno, e que fosse menos agressivo que o futebol. Assim, surgiu o basquetebol, esporte que foi aceito de imediato e em pouco tempo popularizou-se em todas as ACMs dos Estados Unidos (BIZZOCCHI, 2004). Naismith foi apresentado a um aluno que de- fendia a escola no momento, em um jogo de futebol americano, do qual era assistente técnico, e logo se tornaram grandes amigos. Este aluno era William George Morgan, que nasceu em 23 de janeiro de 1870, na cidade de Lockport, Nova Iorque, e que saiu de casa aos 14 anos e foi para Escola Preparatória de Mount Hermon, onde conheceu Mary King, que vi- ria a ser, anos depois, sua esposa (BIZZOCHI, 2004). Morgan foi incentivado por Naismith a ingres- sar na Escola para Trabalhadores Cristãos da ACM de Springfield (atualmente, Springfield College), em 1894, mesmo ano em que Morgan foi transferido para a cidade de Auburn, Maine. Um ano mais tar- de, ele foi transferido para Holyoke, Massachusetts e assumiu o cargo de diretor do Departamento de Atividades Físicas da ACM local. Foi lhe solicitado, pelo pastor Lawrence Rinder, que desenvolvesse um jogo menos vigoroso que o basquetebol (visto que os alunos mais velhos não se adaptaram à modalida- de em razão dos choques e lesões que ocasionava) e mais recreativo que a calistenia - ginástica promovi- da para beleza e vigor físico, praticada pelos associa- dos de meia-idade na época (BIZZOCCHI, 2004). Morgan aceitou o desafio e começou a idealizar o projeto de um novo jogo, sem imaginar que estava prestes a criar um esporte que viria a ser olímpico e praticado em países espalhados por todos os con- tinentes. Para isso, baseou-se no basquetebol e no tênis, esportes populares nos Estados Unidos. Assim, no inverno de 1895, Morgan apresentou um jogo de rebater, batizado de minonette. A rede que era utilizada no tênis foi elevada a 1,98 (do chão até o bordo superior), utilizou-se como bola, a câ- mara da bola de basquetebol e, inicialmente, foram elaboradas 10 regras básicas. Apresentado aos alu- nos da ACM de Holyoke, o minonette - como o es- porte foi chamado inicialmente - foi bem aceito e recebeu algumas sugestões de mudanças após suas primeiras exibições. Os alunos solicitaram que hou- vesse substituição da bola, pois a utilizada, por ser muito leve, deixava o jogo lento. Desse modo, tes- tou-se a bola de basquete, porém foi considerada pesada. Isso levou Morgan a pedir à empresa A. G. Spalding e Brothers, a fabricação de uma bola espe- cial, com peso intermediário, que variava de 255 a 340g, e que ficou muito parecida com a bola que te- mos atualmente (BIZZOCCHI, 2004). Em 1896, Morgan foi convidado pelo diretor Dr. Luther H. Gullickda da Escola para Trabalhado- res Cristãos da ACM, de Springfield, para mostrar o novo jogo, em uma Conferência de diretores dos Departamentos de Atividades Físicas das ACMs da região. Morgan, junto aos 10 voluntários, divididos em dois times de cinco pessoas, apresentaram-se e causaram impacto, despertando discussões entusias- madas. Nessa ocasião, Gullick sugeriu que alteras- sem o nome do jogo, em que foi aceita a ideia de um docente da escola, A. T. Halstead. O professor pro- VOLEIBOL 50 pôs o nome volleyball, já que a bola ficava em cons- tante voleio (volley, em inglês) sobre a rede. A ACM, rapidamente adotou o voleibol em todas as unidades dos EUA e Canadá, o que contribuiu para a difusão do esporte (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). Em 1897, foram publicadas as primeiras regras, porém só em 1918 é que se fixou o número de seis participantes, assim como é atualmente. Em 1922, limitou-se a quantidade de toques por equipe, em no máximo três, visto que, até então, ambos eram livres. Em abril de 1922, foi realizado, no Brooklyn, Nova Iorque, o Primeiro Campeonato Nacional de Voleibol entre as ACMs, reunindo 27 núcleos de 11 estados norte-americanos. Em 1928, fundou-se uma filiação com 22 associações, que promoveu torneios e a Associação de Voleibol dos Estados Unidos (US- VBA), presidida por George Fischer, que se manteve no cargo por 24 anos. O voleibol chegou na América do Sul em 1910, e o Peru foi o país pioneiro na prática. No Brasil, há duas prováveis datas de início do esporte, sendo a primeira delas em Pernambuco, em 1915, no Co- légio Marista de Recife. Outros estudiosos afirmam que foi na ACM de São Paulo, em 1916. De qualquer forma, o primeiro campeonato nacional foi dispu- tado somente em 1944 (BIZZOCCHI, 2004; BOJI- KIAN, J.; BOJIKIAN, L. 2012). Em 27 de dezembro de 1942, aos 72 anos, o cria- dor do voleibol, William George Morgan, faleceu em sua cidade natal. Porém, conseguiu ver sua modali- dade se expandir pelo mundo, tomando forma com regras cada vez mais consolidadas. A National Re- creation Associations (NRA), em 1946, considerou o voleibol o quinto esporte mais praticado nos Es- tados Unidos, em uma publicação Recreation, com mais de 5 milhões de participantes, com aproxima- damente 1.210 cidades associadas à NRA. Ainda, foi apontado como o segundo esporte mais praticado pelas tropas norte-americanas, ficando atrás apenas do softball (BIZZOCCHI, 2004). Devido à prática do voleibol pelos soldados nor- te-americanos, o mundo enxergou a modalidade como um esporte vigoroso e dinâmico, conveniente também para os homens fortes. Isso porque, até a Segunda Guerra Mundial (1945), o voleibol era visto como esporte recreativo, praticado por mulheres e pessoas de meia-idade. Assim, foi criada, em Paris, a Federação Internacional de Voleibol (FIVB), em 20 de abril de 1947. O Brasil foi um dos 14 países a participar do congresso de fundação junto com França, Itália, Checoslováquia, Estados Unidos, Bélgica, Egito, Hungria, Iugoslávia, Holanda, Portugal, Romênia, Uruguai, Líbano e Polônia. Dois anos mais tarde, a FIVB promoveu o I Campeonato Mundial, em Pra- ga, vencida, nesta edição, pelos soviéticos (FIVB). Em 1954, houve a criação da Confederação Bra- sileira de Voleibol (CBV), momento emque a orga- nização da modalidade deixou de ser realizada pela Confederação Brasileira de Desportos. Em 1955, o voleibol estreou nos Jogos Pan-Americanos que teve sua edição no México e todos seus ingressos esgota- dos, antes mesmo do início dos jogos. Na década de 60, o voleibol foi apontado como o esporte mais popular em 25 países, dentre os 100 filiados à FIVB, sendo o terceiro esporte coletivo mais praticado no mundo, chegando a ter mais de 60 milhões de praticantes. Em 1962, o Congresso Olímpico Internacional realizado em Sofia, Bulgá- ria, aceitou o voleibol como esporte olímpico, após ter feito uma demonstração prática. Desse modo, em Tóquio (1964), o voleibol estreou em Olimpí- adas com 10 equipes masculinas e seis femininas (BIZZOCCHI, 2004). 51 EDUCAÇÃO FÍSICA Os Jogos Olímpicos de Munique (1972) apresen- taram um voleibol que começava a evoluir taticamen- te, em que as equipes adotaram um padrão defensivo e levantamentos com maior alternância de ritmo (bo- las mais baixas e mais rápidas). O destaque foi para a equipe japonesa masculina, que nesta edição revo- lucionou a forma de jogo. Em 1980, em Moscou, a União Soviética assumiu o lugar mais alto do pódio, com a fusão entre o modo de jogar dos japoneses, aliado à sua superioridade na estatura dos jogadores. Em 1984, o mexicano Rubén Acosta assumiu a presidência da FIVB. Com ideias inovadoras, apro- veitou o bom momento do voleibol e sua popula- ridade para conseguir poderosas parcerias com as redes de televisão, vendeu eventos internacionais e buscou patrocínios fortes, que distribuíram prêmios milionários. Em suma, transformou o voleibol em um forte espaço para o marketing esportivo (BIZ- ZOCCHI, 2004). Desse modo, em 1990, a Liga Mundial foi dis- putada pela primeira vez e distribuiu 1 milhão de dólares em prêmios. Já em 2002, 15 milhões de dó- lares foram disputados por 16 seleções masculinas, atestando o voleibol como exemplo administrativo e empresarial. Perceba você que todo o desenvolvi- mento histórico do Voleibol contribuiu para tornar- -se a potência vista hoje. A TV é o veículo de maior importância para os patrocinadores do esporte, pois suas aparições são extremamente valiosas. O vôlei de praia tem acompanhado o vôlei de quadra como exemplo de investimento em marketing. VOLEIBOL NO BRASIL A partir da metade de 1970, a CBV, com a cola- boração de algumas federações, passou a investir na formação de técnicos e atletas brasileiros por meio de cursos que eram ministrados por técnicos estrangeiros. Nesse momento, vários campeonatos internacionais foram sediados no Brasil, fazendo com que grandes clubes e seleções viessem aqui competir. O intercâmbio contribuiu para o aumen- to do nível do nosso voleibol, o que despertou inte- resse do público e, consequentemente, da televisão. A presença da televisão trouxe empresas patroci- nadoras, que possibilitaram a profissionalização do voleibol, permitindo que técnicos e atletas se dedi- cassem exclusivamente ao esporte (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). O constante estudo, especialização e dedica- ção dos técnicos favorecia o aumento da qualida- de do trabalho oferecido. Enquanto isso, o mesmo acontecia fora das quadras, quanto à organização e infraestrutura. Hoje, as equipes são compostas por profissionais de várias áreas, compondo comissões técnicas multiprofissionais, que trabalham em har- monia e com base científica, buscando a excelência da performance (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). O Brasil é um dos poucos países a possuir des- taque no cenário mundial com as equipes do fe- minino e do masculino. Além disso, a força inter- nacional do voleibol brasileiro é notada, também, nas equipes de base, bem como no voleibol de praia adulto e juvenil. O fato do nosso voleibol ser o mais respeitado no mundo deve-se ao empenho e à capacitação de pro- fessores, técnicos, atletas e dirigentes. E, para isso, a CBV contribui para o processo de formação qualifi- cada dos técnicos, que oferece cursos de atualização profissional e organiza-os por níveis (existem, atual- mente, cinco níveis no voleibol de quadra e dois no voleibol de praia). Assim, preserva-se a qualidade e a seriedade nas atuações que transformam o voleibol do Brasil na potência que é hoje. VOLEIBOL 52 N este tópico serão apresentados as prin- cipais regras e características da moda- lidade. Além de direcionar um jogo de voleibol, as regras orientam ações téc- nicas, táticas e também norteiam as funções dos jogadores na quadra. Os fundamentos do Voleibol possuem algumas orientações presentes nas regras. O objetivo não é que você, aluno(a), memorize as regras da modalidade, mas que compreenda a totali- dade que compõe um jogo de Voleibol. Principais Regras Voleibol REGRAS DO VOLEIBOL Neste subtópico não vamos fazer uma descrição detalhada de todas as regras de voleibol, mas sim, explanar sobre as características do voleibol, bem como as principais regras e funções dos envolvidos: professores e alunos. Uma partida de voleibol pode ser disputada em quadras abertas e fechadas. O jogo é disputado por duas equipes, compostas por seis jogadores cada. 53 EDUCAÇÃO FÍSICA ZONA DEATAQUE LINHA DE MEIO DE QUADRA ANTENA REDE FAIXA LATERAL LINHA DA ZONA DE ATAQUE (3m) ZONA DE SAQUE (9m) LINHA FUNDO LINHA LATERAL (5cm) ZONA DE DEFESA 9m 9m 3m 3m 9m >3-8m >3-5m 1,75m 1m2,24m/2,43m F M Figura 1 - Medidas da Quadra Fonte: os autores. Cada grupo é coordenado por um técnico e pos- sui outros seis jogadores reservas. O jogo acontece com a presença de dois árbitros, um apontador e quatro fiscais de linha. As partidas podem ter cinco sets; porém, vale ressaltar que a maior parte dos eventos escolares ou jogos de categorias menores, o jogo será em uma partida “melhor de 3 sets”, ou seja, a equipe que vencer dois sets é a vencedora. Se houver ne- cessidade, haverá a disputa de um terceiro set, até 15 pontos. Cada set tem, pelo menos, 25 pontos, de modo que o placar só é finalizado quando se atinge uma diferença de dois pontos. Exemplo: 25 x 23. Quando essa diferença não é obtida, pros- segue-se o set até que uma das equipes consiga tal vantagem. A quadra oficial do voleibol dispõe de 18m x 9m de largura. É dividida por uma rede de 9,5m x 1m de largura, suspensa a uma altura de 2,43 m para as equipes masculinas e 2,24 m para as femininas em jogos oficiais, podendo va- riar em categorias infantis. A bola oficial tem cir- cunferência de 65 a 67cm e deve pesar entre 260 e 280g. (CBV, 2015-2016, on-line1; BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). VOLEIBOL 54 REGRAS DO VOLEIBOL EM RELAÇÃO À EXECUÇÃO DOS FUNDAMENTOS Saque: fundamento que inicia a disputa de cada ponto. O objetivo do sacador é enviar a bola para o lado do adversário. Ele posiciona-se atrás da sua li- nha de fundo e saca, se a equipe adversária não con- seguir efetuar o passe será computado ponto para a equipe do sacador, o qual terá outra oportunidade para sacar. Recepção: fundamento de característica defen- siva, também denominado como passe. Utilizado para receber a bola que é lançada pela equipe ad- versária no saque. A forma mais usual de efetuar esta ação é por meio da manchete, porém hoje também pode-se efetuar a recepção com o toque. O objetivo do passador é evitar que a bola toque o chão de sua equipe, e recepcionar a bola para o levantador de sua equipe. Levantamento: fundamento também chama- do de transição. Realizado antes do ataque, geral- mente é o segundo toque da equipe. O levantador é o responsável por preparar a jogada e distribuir a bola para os seus atacantes, normalmente fazendo uso do toque. Corte: movimento de ataque. Fundamento de característica ofensiva. Tem o objetivo de agredir a equipe adversária desestruturando seu sistema de- fensivo transpondo o bloqueio e a defesa. O ataque só pode ser feito com uma das mãos, geralmente utilizado um ataque agressivo e veloz, porém tam- bém temos as largadas ou “caixinhas”,golpes que quebram o sistema defensivo, (devido a imprevisi- bilidade do golpe, geralmente utilizado com o atleta empurrando a bola com a ponta dos dedos) Bloqueio: primeira ação defensiva da equipe. Utilizado para cessar o ataque adversário ou mesmo amortece-lo. Pode ser simples (uma pessoa) duplo (duas pessoas) ou triplo (tres pessoas). Só pode exe- cutar esse fundamento os jogadores que se encon- tram nas posições 2, 3 e 4. Assim, saltam próximo à rede com as palmas da mãos voltadas para o ad- versário. É o movimento realizado na tentativa de defender o corte. Um ou mais jogadores (no limite de três jogadores) saltam próximo à rede para inter- romper a jogada do adversário e rebater a bola com as palmas das mãos. Defesa: fundamento defensivo, utilizado para conter o ataque (corte) da equipe adversária. Por meio desse fundamento, busca-se evitar o ponto ou criar oportunidade de contra-ataque, pode-se utilizar qualquer parte do corpo para executar esse fundamento, porém o mais efetivo é a man- chete (CBV, 2015-2016, on-line1; BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). 55 EDUCAÇÃO FÍSICA QUANTO ÀS FUNÇÕES DE CADA JOGADOR Líbero: recepciona o saque e defende o ataque. Lembramos que é proibido ao líbero efetuar o ata- que, bem como levantar utilizando-se de toque dentro da linha de ataque. Uma das características principais do líbero é ter habilidade para conduzir a bola em boas condições para o levantador (CBV, 2015-2016, on-line1). Levantador: atleta que prepara a jogada para o ataque. No sistema 5x1 (esse sistema consiste na equipe com 5 atacantes e 1 levantador, utilizado em equipes de rendimento), o levantador, quando encontra-se no fundo da quadra, não pode efetuar bloqueio nem mesmo atacar a bola para a quadra adversária quando a mesma estiver acima do bordo superior da rede. Atacante ponteiro: seu principal objetivo é o passe; responsável pelo sistema de passe da equipe, o atleta deve possuir força, velocidade e capacidade para atacar a bola nas pontas ou atrás da linha dos três metros. Atacante central: é o jogador que tem como ca- racterística física a altura e velocidade e sua prin- cipal função é o bloqueio e o ataque pelo meio de rede. Com o advento do líbero, atualmente o ata- cante não atua no fundo da quadra. (CBV, 2015- 2016, on-line1; FEDÉRATION, [2017], on-line)2. REGRAS GERAIS PARA UM JOGO DE VOLEIBOL O jogo só se inicia ou continua com pelo menos 6 jogadores em quadra. Portanto sem o número mí- nimo não se pode iniciar a partida. Cada professor/ técnico tem direito a 6 substituições durante um set. Lembrando que o aluno/atleta substituído só pode retornar no set no lugar do aluno/atleta que o subs- tituiu (CBV, 2015-2016, on-line)1. Cada equipe tem direito a dois tempos de um minuto por set, que pode ser solicitado a qualquer momento, por meio de sinalização ao segundo árbi- tro. O professor/técnico é o responsável por deter- minar e preencher, em uma papeleta que lhe é en- tregue pelos árbitros, a ordem inicial de sua equipe. Essa papeleta de ordem inicial é entregue no início de cada set de uma partida de voleibol, além da or- dem inicial de saque de sua equipe, ela contém o es- paço para designar o Líbero e também a assinatura do técnico (CBV, 2015-2016, on-line)1. Equipe: Ass. Téc.: Líbero: IVIV IIIIIIV Figura 2 - Ordem inicial de Saque Fonte: os autores. VOLEIBOL 56 A quadra de voleibol é dividida em seis posições e a rotação ocorre em sentido horário. Exemplo: sempre ao realizar o saque o jogador estará na po- sição 1. Cada posição possui um limite de espaço de atuação que deve ser respeitado antes do saque, caso o posicionamento não seja respeitado ocorrerá um erro de rodízio. Quando a bola está em jogo, os joga- dores podem atuar nos diversos espaços da quadra. O jogo tem início com o saque que, após auto- rizado pelo árbitro, terá 8 segundos para ser reali- zado pelo jogador, podendo lançar a bola para sua execução apenas uma vez. Desse modo, é permitido apenas uma tentativa de saque. Caso haja um erro do sacador, o ponto é dado para outra equipe, que passa a ter o direito de sacar. Nesse momento, quando a equipe recebe o di- reito de sacar, ela é obrigada a realizar um rodízio. É proibido que os jogadores de defesa (posições 5, 6, 1) ataquem na área de ataque (área dos 3m) e exe- cutem o bloqueio acima do bordo superior da rede, visto que esse papel deve ser realizado pelos joga- dores que estão na área de ataque, posições 2, 3 e 4, de acordo com o rodízio (CBV, 2015-2016, on-line1; BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). O jogador não pode tocar a bola duas vezes se- guidas, exceto quando o primeiro toque foi prove- niente do toque no bloqueio. No momento em que a bola está no campo adversário, não é permitido a tentativa de toque na bola, caso isso ocorra, haverá uma falta de invasão. Durante o bloqueio, os atletas podem tocar a bola além da rede, porém sem inter- ferir no ataque do oponente, caso isso ocorra, é con- siderada falta quando algum jogador toca a borda superior da rede (CBV, 2015-2016, on-line)1. Caso a bola toque o chão fora da delimitação das linhas da quadra, os cabos, as antenas ou se passar pela área fora da delimitação das antenas, a bola é considerada fora e o ponto é marcado para a equipe adversária. Nenhum jogador, sob hipótese alguma, pode tocar a rede, essa falta é considerada perda de ponto para a equipe que a executou. O jogador tam- bém não pode adentrar a quadra adversária, essa falta é chamada de invasão e penalizada com ponto (CBV, 2015-2016, on-line)1. 1 23 4 5 6 Figura 3 - Posições e sentido da rotação Fonte: os autores. • Posição nº 1 - defesa direita e saque; • Posição nº 2 - oposto ou saída de rede; • Posição nº 3 - meio de rede ou central; • Posição nº 4 - ponta ou entrada de rede; • Posição nº 5 - defesa esquerda; • Posição nº 6 - defensor central ou defesa central. Dentro da quadra, o responsável é o capitão da equipe, que tem a função de participar do sorteio no início da partida e assinar a súmula no início e ao final do jogo, representando sua equipe junto ao técnico. 57 EDUCAÇÃO FÍSICA VOLEIBOL 58 N ão podemos falar de capacidades físicas no voleibol sem antes discutirmos as suas características e a sua aplicabilida- de. Faz-se necessário, para o desenvolvi- mento do aluno nesta modalidade, que ele tenha um bom condicionamento físico, o qual caracteriza-se pela boa recuperação entre as sessões de prática, bem como a prevenção de lesões, como aspecto de suma importância (KRAEMER; HAKKINEN, 2004; BOMPA, 2002). Capacidades Motoras Utilizadas no Voleibol O voleibol é considerado um esporte que possui uma alternância no ritmo e intensidade das ativida- des durante um jogo, denominado de atividades di- nâmicas acíclicas, as quais predominam os sistemas anaeróbios. A intensidade e o curto período em que ocorrem as jogadas determinam que os alunos utili- zem o esforço máximo para sua execução, como as corridas de rápida mudança de direção e os saltos verticais para os ataques/bloqueios com curtos perí- odos de recuperação. 59 EDUCAÇÃO FÍSICA Sendo assim, existem dois tipos de capacidades que podem ser trabalhadas na modalidade do volei- bol: as capacidades físicas condicionais e as coorde- nativas, que serão sempre mais complexas na me- dida em que o nível técnico dos alunos envolvidos aumentar (GROSSER, 1983). Podemos classificar capacidade física como todas as qualidades físicas motoras passíveis de treinamento. Weineck (2003) relata que as capacidades condicionan- tes são mais diretamente voltadas para energia necessá- ria a uma ação motora, enquanto as coordenativas são mais relevantes à precisão delas, as quais são proprie- dades qualitativas do nível de rendimento do indivíduo que o capacitam a executar determinadas ações. Como Grosser (1983), outros autores corrobo- ram com a definição que classifica as capacidades motoras desportivas em: Capacidades Condicionais(âmbito quantitativo) e Capacidades Coordenativas (âmbito qualitativo). A seguir podemos ver as defi- nições de ambas. CAPACIDADES CONDICIONAIS. • Força: é a capacidade física que permite des- locar um objeto, o corpo de um parceiro ou o próprio corpo por meio da contração dos músculos. • Velocidade: é a capacidade física que permite realizar movimentos no menor tempo possí- vel ou reagir rapidamente a um sinal. • Coordenação Motora (destreza): é a capaci- dade física que viabiliza a realização de uma sequência de exercícios de forma coordenada. • Flexibilidade: propicia a execução de movimen- tos em grande amplitude (GROSSER, 1983). • Resistência: proporciona realizar esforço du- rante um tempo, com suporte da fadiga e re- cuperação após pouco tempo da prática. CAPACIDADES COORDENATIVAS. • Agilidade: é a qualidade física que permite a mudança na direção do corpo no menor tem- po possível. Conhecida como velocidade de “troca de direção”. Para a agilidade, a flexibi- lidade é importante. • Equilíbrio: adquirida por uma combinação de ações musculares que objetiva sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravi- dade. Pode ser de 3 tipos: dinâmico, estático e recuperado (GROSSER, 1983). Em relação ao desenvolvimento das capacidades coordenativas, estas ocorrem entre os sete anos e o início da puberdade. É observado que nesta idade ocorre o amadurecimento do Sistema Nervoso Cen- tral (SNC), que leva a uma melhoria do processa- mento de informações e da função acústica e ótica (WEINECK, 2003). Isso, como vimos no Tópico 2 da Unidade I, facilita a execução de movimentos que utilizam capacidades coordenativas, como as visuo- -manuais, por exemplo, como é o caso do toque de bola por cima. Perceba que todas essas capacidades elencadas anteriormente são cabíveis para diversas modali- dades esportivas. É importante que você, futuro(a) professor(a), trabalhe essas capacidades motoras durante uma aula de Educação Física por meio de atividades lúdicas e globais. Porque as capacidades motoras devem ser tra- balhadas dessa forma? Como posso trabalhar essas atividades? É importante compreender que um dos nossos propósitos na docência é propiciar ao aluno o contato com a modalidade esportiva. A técnica dos movimentos e as capacidades motoras devem ser tra- balhadas sem a exigência de um alto nível técnico. O objetivo é trabalhar as capacidades necessárias para o voleibol de uma maneira prazerosa para o aluno. VOLEIBOL 60 Sendo assim, sugerimos que as atividades para os jovens tenham as seguintes características: • Exercícios/atividades com grau de dificulda- de relativamente baixo e médio. • Exercícios/atividades com graus diferentes de dificuldade, partindo do mais simples para os complexos. • Exercícios/atividades de baixa intensidade, pois o nível de preparação física é pequeno e o aluno ainda não possui capacidades técni- cas de alto nível. • Verificar nas atividades/exercícios a duração e intensidade. Para a característica do Volei- bol, indica-se atividades/exercícios de baixa intensidade e curta duração. • Iniciar o trabalho com baixa intensidade e aumentando progressivamente, conforme acontece a ampliação das capacidades técni- co-táticas. Lembramos que Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012) dividem o processo de aprendizagem dos funda- mentos em três grandes grupos. Esses grupos foram unidos observando as capacidades motoras seme- lhantes exigidas para execução dos movimentos. Vamos, então, retomar o exposto no Tópico 5 da unidade anterior e utilizar como exemplo os funda- mentos do grupo l (posição básica, movimentação, toque, manchete e saque por baixo). Todos esses fundamentos do voleibol têm como características a requisição de capacidades físicas, como equilíbrio, coordenação do aparelho locomotor, velocidade de reação, coordenação viso-motora e coordenação es- paço-temporal para sua boa execução. Observamos, nesta unidade, que os autores, em todas as situações propostas, defendem ser de suma importância o planejamento do trabalho em longo prazo, para que, assim, possa oferecer condições do praticante desenvolver por completo seu acervo motor. Entretanto, é importante sempre se adequar ao planejamento e ao tempo destinado à modalida- de do Voleibol, de maneira que o aluno consiga ter uma compreensão total da modalidade. Cabe a você, futuro(a) professor(a)/profissional de Educação Fí- sica, utilizar toda a sua criatividade e entendimento do assunto, para planejar e criar atividades variadas com exercícios e jogos, dando condições às crianças vivenciarem o voleibol com toda a sua dinâmica. Existem diversas atividades que trabalham as capacidades motoras das crianças. Por isso, elencamos algumas formas de abordagem. • Capacidades Condicionais – Flexibi- lidade: o trabalho de flexibilidade nas aulas não deve ser extenuante. Você, enquanto professor(a), pode trabalhar no início das aulas um alongamento com a turma. Além de prevenir lesões e preparar o corpo para a realização de uma atividade física, você trabalhará a flexibilidade de seus alunos. Idade indi- cada: todas as idades, o(a) professor(a) deve adequar o alongamento para as diferentes idades. • Capacidades Coordenativas – Equilí- brio: atividade do Saci-Pererê. Indique aos alunos que todos estão em uma floresta e fazem parte de uma comu- nidade em que todos são sacis-pere- rês. Ao comando do (a) professor(a), os alunos devem realizar os movimentos indicados como saci-pererê (ou seja, com apenas uma perna). Direcionamento do(a) professor(a): andar pela floresta, saltar entre as pedras para atravessar um lago e saltar em grupo. Idade indi- cada: crianças de 6 a 9 anos. Fonte: adaptado de Slideshare.net ([2017], on-line)3. SAIBA MAIS 61 EDUCAÇÃO FÍSICA VOLEIBOL 62 A prática de atividades físicas e esporti- vas durante a vida, ocorridas no âmbi- to educacional, do lazer, rendimento ou iniciação esportiva, deve ser consi- derada como um momento importante da vida da criança. Por isso, Greco e Benda (1998) sugerem que esse momento deve ser entendido como um processo mais amplo, denominado ensino-apren- dizagem-treinamento (E-A-T), independente da esfera a qual estiver inserida. Contribuições do Voleibol para o Desenvolvimento da Infância e Adolescência Contudo você deve estar se perguntando: esta- mos falando de treinamento na no ensino do volei- bol? A resposta é sim, e a justificativa para a utili- zação desse termo é simples. Greco e Benda (1998) defendem que um dos graves problemas na biblio- grafia sobre esportes no Brasil é a consideração de treinamento como alta performance. Entretanto, o termo treinamento é tido como um processo peda- gógico, inter-relacionado com o ensino que pode alcançar diferentes objetivos e significados. 63 EDUCAÇÃO FÍSICA Portanto, é com base nessa definição que usare- mos o termo treinamento nesta unidade. Sem reme- ter a um alto rendimento, mas sim a um processo que visa buscar melhora nos padrões e nas capaci- dades motoras. No período de crescimento e desenvolvimento, predominantemente nas duas primeiras décadas de vida, diversas são as mudanças que os jovens estão sujeitos. Componentes como os de ordem social, es- truturais e morfológicos, que conduzem ao aumento nas dimensões do corpo, na composição dos tecidos das suas partes específicas e também em mudanças nas atitudes e comportamentos, produzem uma in- fluência no desenvolvimento do aluno. Sendo assim, devemos ter em mente que as crianças não devem ser expostas à mesma carga e a forma de treinamento dos adultos. Expor as crian- ças a uma simples repetição de movimentos, sem embasamento teórico-científico para idade, so- mente imitando o modelo adulto, é prejudicial por dois motivos: (1) o organismo infantil não tem ma- turidade para adaptar-se às cargas de treinamento; (2) pode gerar danos psicobiológicos que compro- meterão o desenvolvimento motor e cognitivo des- sa criança (SILVA,2012). Desse modo, devemos salientar que é de suma importância que a criança tenha um trabalho ela- borado de forma eficaz e correta. Assim, podemos concluir os seguintes pontos: 1. As orientações de atividades são determina- das pela idade, porém o professor deve ob- servar que o ritmo cronológico da criança, às vezes, não representa o ritmo biológico. 2. Evitar exercícios de alta intensidade. 3. Os professores devem evitar a especialização precoce e priorizar atividades que envolvam grande repertório motor e de caráter lúdico. 4. Deve-se evitar especialização em determina- da função tática (no voleibol não deve espe- cializar por funções, todos devem passar pelas posições dos atacantes, levantadores e defen- sores – por isso utiliza-se o sistema 6x0 nessa fase de iniciação escolar, pois todos devem ser estimulados a jogar em todas as funções). 5. Na primeira infância, de 6 a 11 anos, meni- nos e meninas possuem a mesma capacidade de força e resistência (por isso, meninas e me- ninos não precisam fazer atividades separa- das nessa fase). Lembre-se que dentro de uma turma, você en- contrará crianças que estão em fases diferen- tes do desenvolvimento. Por isso é importante uma constante mediação para compreender qual é o limite do seu aluno. REFLITA A vivência na modalidade e a compreensão do fe- nômeno esportivo devem ser transmitidas ao aluno durante seu percurso escolar. Desse modo, vistas às diferenças individuais entre crianças, adolescen- tes e os adultos, fica claro que não podemos utili- zar modelos de ensino destinados aos adultos para aplicar às crianças. Além disso, é importante consi- derar as diferentes crianças que você irá encontrar. Suas diferenças fisiológicas e morfológicas exigem um olhar sensível para o desenvolvimento integral de seus alunos. 64 considerações finais Caro(a) aluno(a), durante esta unidade você pôde perceber que o desenvolvi- mento histórico da modalidade, bem como suas principais regras são componen- tes essenciais na compreensão de uma modalidade esportiva. As práticas corporais podem contribuir e fortalecer na formação e no desen- volvimento integral do jovem inserido em uma prática esportiva, devidamen- te organizada. Cabe a nós, professores de Educação Física, entendermos nossos alunos, suas especificidades e diferenças biológicas individuais. É necessário que você, enquanto futuro(a) professor(a), compreenda que, em uma mesma turma, terão indivíduos em estágios de maturação biológica bem diferentes, o que, con- sequentemente, ocasionará em respostas diferentes aos estímulos dados em aula. Por esses e outros motivos, é inaceitável a especialização do aluno em qual- quer posição tática nessa fase. Isso porque, enquanto alguns alunos já estarão alcançando seu pico máximo de desenvolvimento morfológico, outros ainda nem estarão passando pela fase do estirão de crescimento. Assim, o entendimento das capacidades motoras e do desenvolvimento do aluno é de suma importância para a atuação docente. Ainda assim, isso não impede que façamos trabalhos com exigências físicas, que visam trabalhar e desenvolver as capacidades motoras que, mais tarde, servi- rão de base para a prática esportiva em diversas modalidades. Contudo, fica aqui expresso que o desenvolvimento das capacidades físicas não necessita de traba- lhos com peso resistido, realizado exclusivamente em uma academia de muscula- ção. Este deve ser inserido nas aulas de educação física, por meio de aquecimen- tos, atividades lúdicas e globais; até porque, enquanto não atingir a maturação, os ganhos de força específica são quase nulos nesta fase. Lembre-se: o objetivo aqui é propiciar ao aluno a vivência e o contato com a modalidade do Voleibol. 65 LEITURA COMPLEMENTAR Maturação Biológica Franz Boas (1858-1942), um dos fundadores da Auxologia Moderna, salientou, no seu tempo, que a idade cronoló- gica não era o melhor indicador para identificar o timing (momento em que ocorre um dado evento maturacio- nal) e tempo (ritmo com que esse evento se manifesta) nas alterações que se verificam em diferentes caracterís- ticas biológicas. É de entendimento generalizado que o timing e tempo dos diferentes indicadores de maturação biológica são independentes da idade cronológica. Num grupo de crianças do mesmo sexo e mesma idade crono- lógica ocorrem variações na idade biológica ou na matu- ridade alcançada, i.e., as crianças apresentam trajetórias próprias em direção ao estado adulto, o que lhes confere estatutos maturacionais distintos, comumente denomi- nados de ‘avançado’, ‘normal’ e ‘atrasado’ . A avaliação da maturação biológica é uma prática co- mum na área da Medicina e da Auxologia Desportiva. No domínio das Ciências do Desporto, o seu uso tem sido variado, de que destacamos: identificar o timing do salto pubertário e idade no pico de velocidade da altu- ra; estimar a velocidade de crescimento e previsão da estatura adulta; descrever e interpretar o significado da variação da maturação esquelética em função da idade cronológica. Na literatura, são referenciados os seguintes sistemas: maturação esquelética, sexual, somática, dentária e bio- química/hormonal. É unânime considerar que a matura- ção esquelética é o melhor sistema para avaliar a idade biológica e o estatuto maturacional de uma criança ou jovem. São bem conhecidas as mudanças na forma, ta- manho e densidade do osso durante o crescimento, o que permite a sua avaliação e atribuição de significado, em termos de “distância”, relativamente ao estado adul- to ou maturo. As mudanças que ocorrem em cada osso desde o início do seu processo de ossificação até à mor- fologia adulta são uniformes e ocorrem de modo regular e irreversível. A estimação da idade óssea de uma criança ou jovem exige uma elevada precisão. Embora os métodos dis- poníveis apresentem alguma facilidade operacional, é exigido do avaliador o conhecimento minucioso das es- pecificidades do método e fundamentalmente, uma con- siderável experiência prática. O controle e a qualidade dos resultados de avaliação são os pilares de qualquer pesquisa científica. Esta processologia não está publica- da em livros de texto nem artigos no espaço lusófono da Educação Física e Ciências do Desporto. Decorrem, da- qui, os objetivos do presente artigo: apresentar os pro- cedimentos metodológicos utilizados na estimação da idade óssea em crianças e jovens; descrever o método Tanner-Whitehouse 3 (TW3) e esboçar os resultados de um treinamento para a reprodutibilidade do método em crianças e jovens. Fonte: Silva et al. (2012). 66 atividades de estudo 1. Nesta unidade aprendemos algumas caracte- rísticas específicas do voleibol e quais são as habilidades e capacidades a serem desenvolvi- das no trabalho dessa modalidade. Em relação a esse conteúdo, leia as assertivas a seguir e, em seguida, assinale a alternativa correta. I. Voleibol é uma modalidade que tem como características uma alternância de atividade estáticas cíclicas. II. Segundo Grosser (1983), as capacidades mo- toras são classificadas e subdivididas dentro de um grupo nomeado de capacidades coor- denativas. III. As capacidades Condicionais se dividem em Força, Velocidade, Coordenação Motora, Fle- xibilidade e Resistência; as capacidades Coor- denativas se dividem em Agilidade e Equilíbrio. IV. O trabalho dessas capacidades (condicionais e coordenativas) são fundamentais para o aprendizado de diversas modalidades e devem ser trabalhadas de maneira lúdica e global. V. Componentes de ordem social, estruturais e morfológicas produzem influência na capaci- dade de desempenho físico, nas mudanças de comportamentos e atitudes dos alunos. a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas II e III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas IIl, IV e V estão corretas. e. Nenhuma das alternativas está correta. 2. Ao aplicar atividades para os alunos, você deve trabalhar com exercícioslúdicos e globais. Além disso, aprendemos, durante essa unidade, que as atividade devem seguir algumas caracterís- ticas. Sobre essas características na aplicação de atividades, leia as assertivas a seguir e, em seguida, assinale a alternativa correta. I. Exercícios/atividades com grau de dificuldade relativamente baixo e médio. II. Exercícios/atividades de baixa intensidade, pois o nível de preparação física é pequeno e o aluno ainda não possui capacidades técni- cas de alto nível. III. Exercícios/atividades de alta intensidade, para que o aluno compreenda as exigências da modalidade. IV. Verificar nas atividades/exercícios a duração e intensidade. Para a característica do Voleibol, indica-se atividades/exercícios de baixa inten- sidade e longa duração. V. Exercícios com graus diferentes de dificulda- de, partindo do mais complexo. a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas II e III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas II, III e IV estão corretas. e. Todas as alternativas estão corretas. 3. Para introduzir a modalidade do Voleibol no ambiente o professor deve seguir algumas orientações, como o nível de exigência, tipos de atividades, entre outros. Em relação a essas orientações, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F). ( ) Utilizar exercícios de alta intensidade (as crianças apresentam um alto volume sanguíneo e têm um coração como dos adultos). ( ) Evitar a especialização precoce. ( ) Atividades que envolvam grande repertório motor e de caráter lúdico. ( ) Evitar especialização em determinada função tática (no voleibol não deve especializar por funções, todos devem passar pelas posições dos atacantes, levantadores e defensores – por 67 atividades de estudo isso utiliza-se o sistema 6x0 nessa fase de iniciação escolar, pois todos devem ser estimulados a jogar em todas as funções). ( ) Meninos e meninas podem realizar atividades juntos na primeira infância de 6 a 11 anos, pois eles possuem a mesma capacidade de força e resistência. 4. Em relação às regras do voleibol, sobre o rodí- zio e posições dos jogadores, assinale a alter- nativa correta. a. O rodízio acontece em sentido anti-horário, e os jogadores podem circular pela quadra livremente. b. Uma quadra de voleibol é divida em 6 posi- ções, que define o local em que o jogador se posicionará. O rodízio sempre acontece em sentido horário. c. O jogador que está na posição 6 sempre rea- lizará o saque. d. Cada jogador deverá manter sua posição den- tro de quadra, mesmo após o saque. e. Nenhuma das alternativas apresentadas é correta. 5. Sobre as regras do voleibol que aprendemos no decorrer desta unidade, assinale Verdadei- ro (V) ou Falso (F): ( ) O jogo só se inicia ou continua com pelo menos 6 jogadores em quadra. Portanto, sem o número mínimo não se pode iniciar a partida. ( ) Cada técnico tem direito a 6 substituições durante um set. Lembrando que o atleta substituído só pode retornar no set no lugar do atleta que o substituiu. ( ) Cada técnico tem direito a um tempo por set. ( ) O técnico é o responsável por preencher a ordem inicial de saque de sua equipe. ( ) Dentro da quadra o responsável pela equipe é o capitão que também tem a função de participar do sorteio no início da partida. ( ) O início do jogo e de cada ponto acontece somente após o saque. ( ) É aceita apenas uma tentativa de saque. Caso o jogador erre, o ponto e o direito de sacar passam para a equipe adversária. 6. Nesta unidade, aprendemos sobre as diferen- tes capacidades (coordenativas e condicionais) que são necessárias para a apreensão da mo- dalidade. Nesse sentido, imagine-se enquanto futuro(a) professor(a) de Educação Física e ela- bore 2 atividades lúdicas, uma para trabalhar com a Agilidade (Capacidade coordenativa) e outra para trabalhar com a Coordenação Mo- tora (Capacidade condicional). VOLEIBOL 68 68 Iniciação Esportiva Francisco Martins da Silva, Rossini Freire de Araújo e Ytalo Mota Soares Editora: MedBook Sinopse: o livro Iniciação Esportiva pretende atingir aqueles pro- fissionais que estão iniciando na profissão ou aqueles que ainda detêm pouca informação sobre o tema. Inicialmente, o livro se dedica às áreas correlatas, como fisiologia, aprendizagem motora e psicologia. Posteriormente, são apresentadas as modalidades esportivas, com seus respectivos referenciais históricos e os fundamentos téc- nico-táticos. Para além dessas informações, os leitores poderão aproveitar as sugestões de aulas para o início do trabalho nas diferentes modalidades esportivas. Este link traz todas as regras do voleibol indoor, interessante para os professores saberem as regras e diminuírem suas dúvidas. Para conhece-lo, acesse o link disponível em: . Ouro, Suor e Lágrimas Ano: 2015 Sinopse: o filme mostra os bastidores das seleções brasileiras feminina e masculina e a trajetória dos técnicos na década mais vitoriosa do Vôlei do Brasil. Acompanha os atletas, as vitórias e derrotas, inclusive mostra como as derrotas impulsionaram a se- leção feminina na conquista do ouro na olimpíada de 2008. Comentário: este filme torna-se interessante para mostrar a rotina dos atletas e o trabalho em equipe. Mostra o trabalho para se manter no topo do esporte mundial. Também mostra como lidar com as derrotas e delas tirar força para recomeçar todos os dias e culminar com o objetivo alcançado anos depois. 69 referências BIZZOCCHI, C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. Barueri: Manole, 2004. BOJIKIAN, J. C.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando Voleibol. 5ª. ed. São Paulo: Phorte Editora, 2012. BOMPA, T. O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 4. ed. Guaru- lhos: Phorte Editora, 2002. FREITAS, D. L.; BEUNEN, G. P.; MAIA, J. A. R. Maturação biológica: da sua relevância à aprendizagem do método TW3. Revista Brasileira de Cineantropo- metria Humana. v. 12, n. 5, p. 352-358, 2010. GRECO, P. J.; BENDA, R. N. (orgs.). Iniciação esportiva universal: da aprendiza- gem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. GROSSER, M. Capacidades Motoras. Treino Desportivo. 23, 23-32, 1983. KRAEMER, W. J.; HAKKINEN, K. Treinamento de força para o esporte. Porto Alegre: Artmed, 2004. SILVA, A. S. Treinamento físico para crianças e adolescentes. In: SILVA, F. M.; ARAÚJO, R. F.; SOARES, Y. M (orgs.). Iniciação Esportiva. Rio de Janeiro: Me- dBook Editora Científica, 2012. p. 1-18. WEINECK, J. Treinamento ideal: instruções técnicas sobre o desempenho fisio- lógico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. 9. ed. São Paulo: Manole, 2003. Referências On-line ¹ Em: . Acesso em: 25 maio 2017. ² Em: . Acesso em: 25 maio 2017. ³ Em: . Acesso em: 25 maio 2017. 70 gabarito 1. D. 2. A. 3. F, V, V, V, V. 4. B. 5. V, V, F, V, V, V, V. 6. O importante é que você, futuro(a) professor(a), trabalhe essas capacidades moto- ras durante uma aula de Educação Física por meio de atividades lúdicas e globais. A técnica dos movimentos e as capacidades motoras devem ser trabalhadas sem a exigência de um alto nível técnico. O objetivo é trabalhar as capacidades necessárias para o voleibol de uma maneira prazerosa para o aluno. Agilidade: Pegando a cau- da - Cada aluno receberá uma tira de jornal, que deverá ser colocado no cós da calça nas costas, imitando uma cauda. Ao sinal do professor, cada aluno tentará roubar a cauda dos colegas de turma e ao mesmo tempo proteger a sua. Ao final será feita a contagem de quantas caudas cada um conseguiu pegar. Coordenação motora (destreza): Estafeta - a turma formará uma fila. Será elaborado um percurso de ati- vidades, primeira estação: pulos dentro de um caminho de arcos; segunda estação: carregaruma bola com apenas uma mão se equilibrando em cima de uma corda que estará no chão; terceira estação: correr entre os cones que estarão dispostos no espaço em zigue-zague. O primeiro aluno da fila iniciará o percurso, ao voltar para a fila, o próximo poderá sair, e assim sucessivamente, até todos participarem. UNIDADEIII Professora Me. Nayara Malheiros Caruzzo Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Posição de expectativa e movimentação básica • Toque de bola por cima • Manchete • Saque por baixo • Cortada Objetivos de Aprendizagem • Conhecer o processo pedagógico de ensino da posição de expectativa. • Entender o processo pedagógico de ensino do toque. • Estudar o processo pedagógico de ensino da manchete. • Compreender o processo pedagógico de ensino do saque por baixo. • Estudar o processo pedagógico de ensino da cortada. FUNDAMENTOS TÉCNICOS BÁSICOS DO VOLEIBOL III unidade INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), na Unidade l foram contemplados os aspectos pedagó- gicos de ensino do voleibol. Você viu qual é a ordem dos fundamentos que sugerimos aqui para o ensino e, portanto, é baseado nela que vamos apresentar os processos pedagógicos dos fundamentos. Entretanto, o que são fundamentos? Fundamentos são os gestos técnicos (motores) utiliza- dos para prática do voleibol, isto é, a técnica aplicada ao jogo. Desse modo, esta unidade se destina, especificamente, ao ensino dos fundamentos, levando em conta a seriação em que utilizar-se-á o volei- bol como instrumento de ensino e o número de aulas que, usualmente, são destinadas à modalidade. No entanto, o ordenamento de ensino proposto na Unidade l (Tópico 4) propõe que o saque por cima seja ensinado antes da cortada, pela si- milaridade entre os movimentos. Porém, ao observar o contexto escolar e os múltiplos conteúdos contidos nas diretrizes curriculares nacionais da educação, há de se considerar que o tempo destinado às modalidades dificilmente ultrapassará as 16 aulas por ano. Dessa forma, tendo em vista que, na maioria das vezes, não há tempo hábil para se trabalhar o saque por cima na Educação Física escolar, esta unidade não contempla tal fundamento, mas sim os quais entendemos serem essenciais para que o ensino da modalidade seja contemplado em sua totalidade quando nesse contexto. Espero que aproveite o conteúdo dessa unidade e o utilize em sua prática cotidiana. Como já foi visto anteriormente, estaremos abordando os funda- mentos técnicos da modalidade de forma sistemática, entretanto, sem utilizar-se do método parcial. Isso porque acreditamos nas pesquisas re- centes em que enfatizam a tática em detrimento da técnica. Nesse senti- do, seguindo o processo progressivo associativo apresentado na Unidade l, trabalharemos as etapas de ensino de cada fundamento e, ao final de cada uma delas, a aplicação do fundamento na dinâmica do jogo. VOLEIBOL 76 A posição de expectativa é um dos fundamentos do voleibol de mais simples utilização e ensino. Deverá estar interligada ao ensino da movi- mentação pela quadra, em um processo pedagógico único. APRESENTAÇÃO DA HABILIDADE Há três tipos de posição de expectativa: a) posição de expectativa alta (na rede, que antecede a execução do bloqueio); b) posição de expec- tativa média (que antecede a recepção da bola - passe ou defesa); e c) posição de expectativa baixa (que antecede uma ação defensiva) (LER- BACH; VIANA JÚNIOR, 2006; FIVB, 2011). Posição de Expectativa e Movimentação Básica 77 EDUCAÇÃO FÍSICA Figura 1 - Expectativa Alta Fonte: UniCesumar. Figura 2 - Expectativa Média Fonte: UniCesumar. Figura 3 - Expectativa Baixa Fonte: UniCesumar. VOLEIBOL 78 Visto que temos a intenção de trabalhar com a ini- ciação do voleibol, nos ateremos apenas à posição de expectativa dos jogadores que farão a recepção da bola (posição de expectativa média). Isso por- que os conteúdos dos fundamentos, bloqueio e defesa, provavelmente não serão ministrados nes- se contexto, tendo em vista o tempo disponibiliza- do para a modalidade no plano de ensino escolar. Sendo assim, ao falarmos da posição de expectati- va, estaremos nos referindo à posição média. Na posição de expectativa média, as pernas devem estar flexionadas levemente, com o quadril próximo à altura dos joelhos e braços semiflexio- nados na altura da cintura e à frente do corpo. Os pés devem estar afastados na largura do ombro, com um pé ligeiramente à frente do outro. O peso do corpo deve estar deslocado para frente, tanto quanto for possível, de modo que os calcanhares não estejam apoiados no chão e o peso deve es- tar apoiado na planta do pé de forma equilibrada (LERBACH; VIANA JÚNIOR, 2006; FIVB, 2011). A posição de expectativa deve ser aprendida em conjunto com as movimentações, que no terreno de jogo são classificadas em função do trabalho dos pés. Esse deslocamento pode ocorrer em direção à bola ou para uma posição na quadra. São reconheci- das as seguintes movimentações (LERBACH; VIA- NA JÚNIOR, 2006): a. Passo simples: utilizado normalmente no an- dar, para distâncias curtas, para todas as dire- ções e quando a bola não está em jogo. b. Deslocamentos: para troca de posição na quadra, sem mudar, no entanto, a posição de expectativa do jogador (média, alta), utiliza- do em todas as direções. c. Passo cruzado: utilizado para percorrer maiores distâncias e necessita de prática. d. Salto: pode ser utilizado com ou sem deslo- camento prévio, para alcançar bolas altas ou muito distantes. e. Corrida: com a finalidade de cobrir distân- cias maiores, é utilizada com passos peque- nos e rápidos. Partindo da posição básica, o aluno realiza des- locamentos em direção à bola que podem ocorrer em várias distâncias, porém muito raramente, isso acontecerá acima de 4,5 metros. Em média, os des- locamentos variam de 1,5 a 2m de distância. Como os deslocamentos para trás são mais difíceis de se- rem executados, recomenda-se que os professores posicionem seus alunos de forma que tenham maior área de cobertura à frente, do que para trás (BOJI- KIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). É importante entendermos que as movimenta- ções e a posição de expectativa terão sido estimula- das na fase de iniciação ao voleibol mediante do Mi- nivoleibol, por meio de alguns jogos. Dessa forma, 79 EDUCAÇÃO FÍSICA esse fundamento será rapidamente contemplado em aula (talvez um ou dois encontros), de modo que, ao perceber que os alunos estão realizando o movimen- to satisfatoriamente, o professor deverá avançar para o próximo fundamento. Nesse momento, o professor irá corrigir alguns aspectos do deslocamento, de modo a tornar mais eficaz a movimentação durante o jogo. Nessa fase, os alunos costumam tocar na bola ainda em movi- mento, ou então, sem estar à uma distância correta da bola. Também é essencial enfatizarmos que, para tocarem na bola, o deslocamento já deve ter ocorri- do, de modo que os alunos estejam completamente parados para a realização do movimento. Basica- mente, os alunos devem ter em mente que: primeiro chega-se na bola, para depois realizar o movimento. Como vimos, para distâncias curtas, devemos estimular os deslocamentos (que ocorrem sem per- der a posição de expectativa) e podem ser realiza- dos com passos cruzados ou com passos laterais (os professores podem fazer analogias com os passos de caranguejos). VOLEIBOL 80 ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - MANCHETE COM ANDAR CRUZADO Link: https://vimeo.com/214841669/55426d5346 ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - MANCHE- TE COM DESLOCAMENTO Link: https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - MANCHETE COM DESLOCAMENTO CORRIDA Link: https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - MANCHETE COM SALTO Link: https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - MANCHETE LATERAL Link: https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - MANCHETE LATERAL COM DESLOCAMENTOLink: https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - MANCHETE PASSO SIMPLES Link: https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214841669/55426d5346 https://vimeo.com/214841669/55426d5346 https://vimeo.com/214841669/55426d5346 https://vimeo.com/214841669/55426d5346 https://vimeo.com/214841669/55426d5346 https://vimeo.com/214841669/55426d5346 https://vimeo.com/214841669/55426d5346 https://vimeo.com/214841669/55426d5346 https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214841917/9e38ef53ef https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842086/4a8300fd25 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842207/8fbb077c82 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842352/ab2fda86b7 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842418/8e0da481e9 https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a https://vimeo.com/214842501/2c10d8ac0a 81 EDUCAÇÃO FÍSICA SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA • Executar o posicionamento dos pés, joelhos e pernas. • Acrescentar à posição anterior, o posiciona- mento de tronco e braços. • Em duplas, um aluno corrige o posiciona- mento do outro. • Em duplas, realizam movimentação para di- reita e esquerda, comandada por um aluno, enquanto o outro executa. Após algumas re- petições, alterna-se quem está executando. • Mesma coisa, mas agora com deslocamentos frente e trás. • Alunos executam deslocamentos para todas as direções, agora, em comando do professor. EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS Agora, após realizados os movimentos em algumas si- tuações (diversas direções), começam aparecer alguns erros de execução. Nesse momento, antes que os alu- nos automatizem o movimento errado, o ideal é corri- girmos o que não está satisfatório no movimento. Para isso, surgem alguns erros comuns aos executantes: • Não flexionar as pernas, mas sim o tronco. • Posicionar os braços muito baixo, para frente ou muito abertos. • Realizar os deslocamentos sem manter a po- sição de expectativa. Exercícios educativos • Em duplas, um aluno segura uma bola baixa, na altura dos joelhos, para o outro encostar as mãos na bola, em deslocamento para fren- te, mantendo a posição de expectativa. Após algumas execuções determinadas pelo pro- fessor, troca-se os pares. • Mesmo exercício anterior, fazendo os deslo- camentos laterais. Após algumas execuções determinadas pelo professor, troca-se. • Individualmente, os alunos fazem desloca- mentos, em posição de expectativa, segu- rando uma bola na altura do quadril, com os braços semiflexionados. • Com a rede mais baixa que a altura oficial, os alunos executam os deslocamentos frente e trás, tocando na bola que seu companheiro está segurando do outro lado da quadra (isso os forçará a realizar o deslocamento manten- do a posição de expectativa). Exercícios formativos • Vale reforçar que os exercícios formativos são referentes às capacidades motoras e visam desenvolver aspectos de força, flexibilidade, velocidade etc. • Nesse caso da posição de expectativa e mo- vimentação básica, são recomendados exer- cícios que estimulam o desenvolvimento da elasticidade e resistência dos quadríceps, co- ordenação bilateral do aparelho locomotor. VOLEIBOL 82 AUTOMATIZAÇÃO • Em duplas, um aluno lança enquanto o outro realiza deslocamentos para direções variadas (frente, trás, direita e esquerda), lançadas em altura baixa, para que o aluno que a realiza faça os deslocamentos e mantenha a posição de expectativa. Após determinadas repeti- ções ou tempo de exercício, o professor tro- ca-se as funções. • Em grupos de duas pessoas, um lança e os de- mais, em posição de expectativa, realizam o deslocamento e devem pegar a bola antes que caia no chão. • Os alunos do lado B lançam a bola para os alunos do lado A, que devem se deslocar para frente e manter a posição de expectativa ao segurar a bola. Devemos lembrar que, de acordo com o que vimos na Unidade l, a automatização remete à repetição nas mais variadas situações. Portanto, você, profes- sor(a), deve criar variações e novos exercícios, a par- tir destes aqui apontados. APLICAÇÃO Jogos de iniciação (adaptados de GONZÁLEZ; DA- RIDO; OLIVEIRA, 2014). 1. Voos e chegadas: Ficar em grupos de 5 a 6 alunos, em círculo, espaça- dos a aproximadamente 1m de distância. O objetivo é lançar a bola de um para o outro, tentando man- ter a bola no ar o maior tempo possível. Mover-se enquanto observam a bola, chegar em boa posição para pegar a bola antes que caia no chão. A fim de criar maior competição entre os alunos, o professor pode determinar uma competição entre os grupos. Quem mantiver a bola no ar por maior tempo, ven- ce. Pode variar a distância entre os alunos, aumen- tando gradativamente. 2. Fogo cruzado: Em grupos de quatro alunos, o jogo acontecerá de 2x2. As duas duplas estarão trocando lançamentos de bola entre si. O objetivo é acertar a bola da outra dupla no ar, se deslocando em posição de expec- tativa. a b Figura 4 - Exercício de automatização Fonte: adaptado de Bojikian, J.; Bojikian, L. (2012, p. 72). 83 EDUCAÇÃO FÍSICA Exercícios em forma de jogo • Os alunos entram de 3 em 3 na quadra, agora utilizando-se os 9m de largura, até a linha dos 3m (9mx3m). O objetivo é derrubar a bola no campo adversário e não deixar que a bola caia em seu campo, somente segurando e re- alizando lançamentos, mantendo a posição de expectativa durante os deslocamentos. O professor que determina o mínimo de toques para se passar a bola para o outro lado e se os alunos devem sair após realizar a ação para que outros entrem e continuem o rally, ou se esperam na quadra até que alguma equipe efetue o ponto. Essa determinação pode va- riar de acordo com o número de alunos na turma. Jogo Adaptado • Times de 4 alunos, dispostos na quadraObjetivos de Aprendizagem • Abordar o voleibol como instrumento pedagógico de ensino dos esportes coletivos. • Averiguar a fase ideal para aprendizagem do voleibol. • Estudar os métodos de ensino do voleibol. • Verificar um ordenamento para ensino dos fundamentos do voleibol. • Analisar as fases pedagógicas para o ensino do voleibol. ASPECTOS PEDAGÓGICOS I unidade INTRODUÇÃO C aro(a) aluno(a), falaremos de uma modalidade que, atualmente, é mui- to popular, apontada como a segunda modalidade mais praticada no Brasil e sua prática é difundida em escolas, clubes, parques e ruas. Em uma sociedade em que aproximadamente 45,9% dos sujeitos são consi- derados sedentários (DIESPORTE, 2015, on-line)1, é essencial que nós, enquanto professores de educação física, estimulemos a prática de atividade física adequa- da - o esporte é uma ótima maneira de se fazer isso! Nesta unidade, você terá o primeiro contato com a modalidade esportiva cole- tiva que faz parte das diretrizes escolares e é um elemento muito importante para os professores licenciados em Educação Física: o voleibol. É essencial para a prática docente refletir sobre as ações adotadas em sala de aula, de modo que o ensino seja baseado em evidências científicas e suas práxis devidamente justificadas. Ao longo da unidade, iremos discutir sobre as dimensões em que o voleibol está inserido, desmitificando a alta performance como instrumento inerente ao esporte. Vamos embasar as razões pelas quais devemos dedicar estudos ao voleibol e apontar em quais contextos essa modalidade será nosso instrumento de trabalho. Além disso, ao final desta unidade, você será capaz de apontar qual é a melhor idade para o início da prática do voleibol e como deve ser ensinado. Você já parou para pensar como irá ensinar o voleibol? Será que podemos ensinar da mesma forma que o handebol, já que os dois são jogados com as mãos? Definitiva- mente, não! Cada modalidade tem suas especificidades e, por isso, os esportes devem ser ensinados de forma peculiar. Temos uma ordem dos fundamentos para serem apresentados, e isso você saberá no Tópico 4 desta unidade. Por fim, vamos alicerçar o processo metodológico no processo progres- sivo-associativo, de modo que você seja capaz de ensinar os fundamentos, baseado em uma progressão que irá otimizar o aprendizado de seus alu- nos. Desejamos que você tenha uma boa leitura e aproveite os conheci- mentos adquiridos nesta unidade! VOLEIBOL 12 A ntes de iniciarmos nossos estudos sobre voleibol e aprendermos sobre suas carac- terísticas e processos metodológicos de ensino, devemos refletir sobre o porquê estudar essa modalidade. Inicialmente, o primeiro pensamento que vem em nossas mentes se deve ao fato de que ele é instrumento da Educação Física es- colar. Porém, em quais outros campos de atuação o voleibol está inserido? Nas diferentes manifestações do esporte, encon- tramos diversas intencionalidades e objetivos que se diferenciam a partir das expectativas e necessida- Por que Estudar Voleibol? des dos seus praticantes (GAYA, 2006). Desde 2003, com a instituição do Ministério do Esporte (ME), o esporte começou a ser tratado de forma diferente, com incentivo aos programas, projetos e ações. A partir de então, a organização interna do ME encontra-se dividida em secretarias que compreen- de o esporte em três dimensões: Esporte de alto ren- dimento, Educação e Lazer e Inclusão social (ME- ZZADRI et al., 2014). Ainda assim, adotaremos a proposta de Bojikian, J.; Bojikian, L. (2012), que alo- ca o voleibol como instrumento da Educação Física nas áreas de: Saúde e Lazer; Educação e Competição. 13 EDUCAÇÃO FÍSICA SAÚDE E LAZER Quando visto sob esse aspecto, a prática esportiva objetiva o bem-estar, buscando condicionamen- to físico que permite aos praticantes sentirem-se mais aptos e dispostos para suas atividades cotidia- nas (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L., 2012). Ademais, o esporte relacionado à saúde busca qualidade de vida e atua com fins terapêuticos numa perspectiva preventiva e de reabilitação. Visa, assim, as diversas possibilidades físicas, motoras e orgânicas dos in- divíduos, com significado relevante à promoção da saúde e à qualidade de vida (GAYA, 2006). Além do aspecto relacionado à saúde, o espor- te pode ser praticado como lazer, no qual é possí- vel minimizar o rigor e a cobrança sobre as regras oficiais, oportunizando adaptações em busca de um volume maior de jogo (GAYA, 2006). Essas altera- ções podem ser em relação ao espaço, à altura da rede, à bola, à dinâmica do jogo ou, ainda, quanto à técnica, sempre com intuito de oportunizar maior participação e aderência à prática. O objetivo no aspecto saúde e lazer é oportuni- zar alegria e prazer com a prática. Joga-se buscando autossuperação; de modo que a superação do ad- versário fica em segundo plano. Pratica-se o esporte com perspectiva de autoconhecimento, pelo prazer de um corpo belo e saudável, privilegiando-se o companheiro e a amizade. Portanto, prioriza-se a saúde e o bem-estar, em que utiliza-se como objeto o lúdico (GAYA, 2006). Você sabia que existe um jogo chamado Pu- nhobol? Em que todas as jogadas são efetu- adas com o punho fechado e as defesas são realizadas com o antebraço? Muitas pessoas acham que esse jogo é uma adaptação do vo- leibol, enquanto, na verdade, o punhobol tem seu jogo de forma organizada desde 1893, na Alemanha. O voleibol, entretanto, surgiu em 1895, pelo americano William G. Morgan, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Dessa forma, percebemos que o punhobol teve seu início antes mesmo da criação do voleibol e que esse pensamento está equivocado. Sendo assim, o punhobol é considerado o precursor do voleibol e não o contrário. No Brasil, a referência mais antiga que se tem do punhobol é de Maio de 1906, quando o professor alemão Georg Black introduziu o punhobol na Faculdade de Sogipa (RS). Atualmente, o esporte está concentrado nas regiões de maior influência alemã, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e no Rio de Janeiro, especificamente na cidade de Nova Friburgo, contando com cerca de 100 equipes praticantes no país. No Paraná, as cidades de Curitiba e Ponta Grossa mantém suas equipes em constante atividade. A Con- federação Brasileira de Desportos Terrestres é responsável pela representação da moda- lidade no país. Fonte: adaptado de Confederação Brasileira de Esportes Terrestres ([2017], on-line)2. SAIBA MAIS VOLEIBOL 14 EDUCAÇÃO O esporte escolar possibilita formar valores, atitudes e habilidades de conduta. O objetivo específico da li- cenciatura em Educação Física é oportunizar a alfa- betização do corpo e a descoberta das possibilidades de movimentos, transmitindo cultura esportiva a di- versas crianças e adolescentes para que esses cidadãos sejam capazes de utilizar-se dessas práticas corporais ao longo da vida (GAYA, 2006). Ressalta-se que esse aspecto é o foco principal deste livro, que será dire- cionado ao esporte escolar, tendo em vista que futu- ramente vocês serão licenciados em Educação Física e, assim, aptos a trabalhar no contexto escolar. Toda modalidade esportiva, quando bem tra- balhada por profissionais competentes e capacita- dos, pode ser instrumento de educação de crianças e jovens (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L, 2012). Aqui, evita-se a seletividade, a hipercompetitividade e tem a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo, com formação para cidadania (SAN- TOS et al. 1997). Essa educação pode estar ligada às diversas dimensões do comportamento humano, como o desenvolvimento físico-motor, cognitivo, afetivo e social (GALLAHUE et al., 2013). No aspecto motor, o aprendiz desenvolve habi- lidades motoras especializadas, aumentando seu re- pertório de movimentos, bem como suas capacidades motoras, que serão base para o aprimoramento dos fundamentos específicos da modalidade (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L, 2012; SCHMIDT; WRISBERG, 2010). Em relação aode 4,5mx9m (divide-se a quadra em duas partes, utilizando-se os 9m de extensão da quadra por 4,5 de largura). Realiza-se uma compe- tição entre duas equipes apenas segurando e lançando a bola. No entanto, agora, determi- na-se que deve ser realizado 3 toques em cada equipe e que a segunda bola deve ser passada para o jogador que encontra-se posicionado na rede, para que este, por sua vez, escolha um dos jogadores posicionados na linha de frente (“atacantes”) e, então, estes passem a bola para o outro lado da quadra. • Times de 6 alunos, agora posicionados na quadra oficial (9mx9m), realizam jogo idem ao anterior, com o início de jogo sendo re- alizado por bola lançada do professor. En- fatizar que os alunos devem esperar em po- sição de expectativa e que devem realizar 3 toques, sendo a segunda bola para o jogador da posição 3, e o terceiro toque deve ser re- alizado pelos jogadores posicionados na po- sição 2 ou 4. Jogo • Visto o que fora exposto na Unidade l, não indica-se a execução dos fundamentos ainda não ensinados. Desse modo, o jogo acontece- rá ainda segurando e lançando a bola, enfati- zando a posição de expectativa e movimenta- ção, porém com aplicação das regras básicas (pisar na linha no momento do saque, toque na rede, invasão por baixo, contagem de pon- tos, rodízio etc.). VOLEIBOL 84 Após ensinada a posição de expectativa e movimen- tação básica, vamos seguir para o toque de bola por cima, novamente passando pelas cinco fases do ensino. APRESENTAÇÃO DA HABILIDADE O toque de bola por cima é o fundamento mais ca- racterístico do jogo (LERBACH; VIANA JÚNIOR, 2006). É realizado na altura da cabeça ou acima dela, em que as mãos são flexionadas para trás, a fim de encaixar-se na bola para que seja imediatamente en- viada ao local desejado. Apresenta maior precisão no controle da bola, comparado à manchete e é uti- lizado principalmente em levantamentos (BIZZOC- CHI, 2004). Ainda assim, o professor deve mostrar aos alu- nos a importância de se aprender a realizar o toque. Isso porque, quando um grupo inicia a aprendiza- gem do voleibol, ainda não sabemos quais serão as crianças que futuramente atuarão como levan- tadores. Além disso, os demais jogadores também se utilizam deste fundamento durante o jogo, para recepções altas (BIZZOCCHI, 2004; BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). O toque de bola pode ser dividido em três fa- ses: Entrada sob a bola, Execução e Término do Movimento. Toque de Bola por Cima 85 EDUCAÇÃO FÍSICA Entrada sob a bola Nesta primeira fase, as pernas e os braços devem es- tar semiflexionados, com a bola acima da cabeça. As pernas flexionadas com afastamento lateral na lar- gura do ombro, com um pé ligeiramente à frente do outro. O tronco inclinado para frente, de modo que os braços estajam posicionados acima da altura dos ombros, com os cotovelos abertos lateralmente em relação ao tronco. Os dedos polegares e indicadores formarão uma fi- gura aproximada de triângulo. Figura 5 - Entrada sob a bola toque de bola Fonte: UniCesumar. Figura 6 - Posição de mãos toque de bola Fonte: UniCesumar. Execução Todo o corpo participa da execução do toque. O contato será realizado com a parte interna dos de- dos, realizando uma pequena flexão de punhos. Os braços e as pernas deverão se estender, efetuando, assim, uma transferência de peso do corpo da perna de trás para a da frente. VOLEIBOL 86 Término do movimento Ao final do movimento, o corpo terminará todo es- tendido e o impulso procede do movimento de per- nas, que continua por meio da extensão do corpo até transmitir o toque na bola. É importante destacar que, em um primeiro mo- mento da aprendizagem, recomenda-se que os alu- nos aprendam apenas o toque de frente, para depois aprenderem suas variações. Figura 7 - Término do movimento toque de bola Fonte: UniCesumar. As variações de toque, na maioria das vezes, utilizados para execução do levantamento, podem ser executados em qualquer das pos- turas básicas: alta, média ou baixa. Esses tipos são: 1. Para frente; 2. para trás; 3. Lateral; 4. com rolamento e 5. em suspensão (com 1 ou 2 mãos). Este último, muito utilizado pelos levantadores nos times de alto rendi- mento e chamado por alguns, de recurso. Fonte: a autora. SAIBA MAIS SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA • Lançar a bola para cima e para frente, correr e agarrar a bola na posição do toque. • Em duplas, um lança a bola alta em diferentes direções, para que o outro aluno corra e agar- re a bola na posição do toque. • Ficar de cócoras, atrás de uma bola parada no solo, com um dos pés ligeiramente à frente do outro. • Idem ao posicionamento anterior, colocar as mãos sobre a bola de modo que forme o tri- ângulo com o posicionamento dos dedos. • Idem ao anterior, elevar a bola sobre a testa (cerca de um palmo da testa). • Idem ao anterior, acrescentar extensão de pernas e braços (terminando o movimento em pé, com os braços estendidos à frente do corpo, segurando a bola). 87 EDUCAÇÃO FÍSICA • Repetir o movimento anterior, agora lançan- do a bola para cima, no momento em que es- tiver realizando a extensão de pernas. • Semelhante ao exercício anterior, mas após lançar a bola para cima, realizar, na sequên- cia, um toque, com movimentos de extensão e flexão de braços e pernas. • Idem ao anterior, realizando uma sequência de dois toques. • Em duplas, um lança bola para o outro rea- lizar toques (o professor determina número de repetições ou de tempo de exercício, para troca de funções). • Em duplas, ambos alunos realizam toques. Trocam toques entre si. • Forma-se 4 colunas de cada lado da rede para trocarem toques com as respectivas colunas (após execução, vai para o final da fila e o próximo aluno executa o movimento). EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS Após as primeiras tentativas nas práticas delibera- das, começam a surgir os erros de execução. Nes- se momento, devemos identificar os mais comuns para, então corrigi-los. Erros mais comuns: • Não se posicionar embaixo da bola. • Não coordenar extensão de braços e pernas. • Posicionamento incorreto de mãos e cotovelos. • Falta de força para enviar a bola (corrigido com exercícios formativos). VOLEIBOL 88 Figura 8 - Erros comuns - Toque Toque 1 - Corpo e pernas mal posicionadas Toque 4 - Mãos muito baixas Toque 5 - Mãos separadas Toque 6 - Cotovelos muito afastados Toque 7 - Dedos unidos Toque 8 - Cotovelos muito unidos Toque 3 - Mão muito à frente Fonte: Unicesumar. Toque 2 - Mãos Deselinhadas 89 EDUCAÇÃO FÍSICA Exercícios educativos • Em duplas, um aluno lança a bola em dife- rentes direções para que o outro se desloque e, ao chegar embaixo da bola, agarre em posi- ção inicial do toque. • Individualmente, os alunos realizam toques para cima, dentro de um círculo que eles mesmos desenharam no chão (com diâmetro aproximado de 1,5m). • Individualmente, os alunos realizam toques deixando quicar a bola no chão entre um to- que e outro, para que tenham que entrar em- baixo da bola para realizar o movimento. • Em duplas, um aluno fica sentado, com a bola nas mãos em posicionamento indicado (dedos formando um triângulo), enquanto o outro aluno segura a bola, de modo a não deixar que a bola saia das mãos do aluno que está realizando o movimento e oferecendo uma pequena resistência (sobrecarga). Isso permite que o aluno que executa, aumente a percepção do trabalho muscular necessário para realização do movimento, o que auxilia na correção e automatização do movimento, por meio da cinestesia proporcionada. • Exercício igual ao anterior, mas agora em pé, para que o aluno possa vivenciar o movimen- to de braços e pernas (por meio da transfe- rência de peso). • Em duplas, um aluno começa sentado (em uma cadeira, banco de reservas, arquibanca- da) com um pé encostado no banco e o outro posicionado a frente, enquanto o outro terá a função de lançar a bola. O aluno lançará a bola para cima, próximo de quem estará sen- tado,de modo que o aluno que executa deve se levantar e realizar o movimento de exten- são de braços, enquanto realiza a extensão e transferência de peso de pernas (se observar- mos atentamente, o movimento de se levan- tar é muito similar ao movimento de transfe- rência de peso que queremos ensinar). Você, enquanto professor(a), decidirá quais exercí- cios aplicará em sua turma. A seleção dos exercícios vai depender de quais erros seus alunos estiverem apresentando. Exercícios formativos • Sentados, utilizando-se de medicine ball (ou caso não tenha disponível na escola esse ma- terial, podemos utilizar bolas de basquete), os alunos devem realizar o movimento do toque para cima. • Em pé, realizar toques para cima ainda com bola de medicine ball. • Individualmente, a uma distância próxima da parede, realizar toques na parede com bola de basquetebol. Refletindo sobre sua futura prática peda- gógica: como oportunizar aos seus alunos experiências positivas na Educação Física Es- colar? Como planejar as aulas para atender à diversidade de alunos? REFLITA VOLEIBOL 90 AUTOMATIZAÇÃO Nessa fase, o importante é ter grande volume de prá- tica. Para isso, você deve adaptar os exercícios aqui sugeridos à realidade em que atua, como a quanti- dade de bolas, disponibilidade de paredes, número de alunos etc. • Repetição na parede em séries longas (20 a 30 repetições), à uma distância de aproximada- mente 1m. • Em duplas, trocas de passes, à uma distância de 2m aproximadamente. • Idem ao anterior, ir aumentando a distância progressivamente. • Ainda em duplas, posicionados a 4m de dis- tância aproximadamente na linha de fundo, trocar toques e ir se movimentando lateral- mente, em direção à rede. Realizar dos dois lados da quadra (para que mais alunos reali- zem o movimento ao mesmo tempo). • Três alunos estarão posicionados na rede (po- sição 4, 3 e 2), de frente para a quadra em que estão, para lançarem bolas às posições 5, 6 e 1, respectivamente. Os alunos que irão exe- cutar estarão em colunas ao final da quadra e se deslocarão para realizar o toque de uma bola que será lançada pelos alunos que estão posicionados na rede. Após realizar o movi- mento, vai para o final da fila, revezando en- tre as colunas. O exercício deve ser realizado do mesmo modo, do outro lado da quadra. • Semelhante ao anterior, porém, agora realiza- -se o toque de bolas lançadas nas três posições (1, 6 e 5), utilizando de deslocamento lateral (caranguejo). De mesmo modo, do outro lado da quadra o exercício deve ser realizado. • Idem ao anterior, mas agora inverte-se a ordem das posições (5, 6 e 1). De mesmo modo, o exercício deve ser realizado do outro lado da quadra. APLICAÇÃO JOGOS DE INICIAÇÃO 3. Jogadas confiáveis: Os alunos devem preparar-se para receber a bola (posição de expectativa), e retornar para sua posição original após a rebatida, assim, sugerimos realizar a atividade em um espaço de 3m x 3m, uti- lizando a linha dos 3m como linha de fundo. Desse modo, é possível fazer 3 quadras de cada lado, de modo que as crianças jogarão contra as respecti- vas “quadras” de frente da sua. O objetivo é tentar manter a bola no jogo, concentrando-se em jogá-la por cima da rede e dentro da quadra. Caso tenham muitos alunos na turma, pode pedir para que o aluno execute a ação e saia para que o próximo da fila receba e envie a bola, e assim por diante. Variação: idem ao anterior, porém o aluno fica na quadra até a finalização do ponto, em que o objeti- vo da atividade é, agora, fazer com que a bola toque a quadra adversária. 4. Longe e perto, lado e lado: Delimitar o tamanho da quadra conforme o professor julgar adequado, tendo em vista que o jogo será de 1x1. O professor determinará alvos na quadra (que pode ser desenhado ou demarcado com objetos, como cordas, cones e colchonetes). Esses alvos estarão dispostos na quadra na frente e atrás ou um em cada lado da quadra, em que o objetivo é acertar o alvo adversário com o toque da bola no chão (que deve ser enviada por meio do toque de bola sobre a rede). Variações: jogo 2x2, 3x3 e quanto à pontuação (exem- plo: só vale ponto, se a bola cair no alvo. Caso caia fora do alvo, não conta ponto para a equipe). Figura 9 - Jogo de rede Fonte: adaptado de Brasil ([2017], on-line)1. 91 EDUCAÇÃO FÍSICA Exercícios em forma de jogo • Os alunos da coluna A lançam para os alu- nos da coluna B que, por sua vez, realizam o levantamento para os da coluna A, os quais o ataque para outro lado. Todos os movimentos devem ser realizados de toque. Após a reali- zação das ações, os alunos trocam de coluna no sentido da bola. • Os alunos da coluna A, lançam a bola para a coluna B, que realizam o levantamento para os alunos da coluna C realizarem o “ataque” para o outro lado sobre a rede. Todos os movimentos devem ser realizados de toque. Após a realização das ações, os alunos trocam de coluna no sentido da bola. A A B B Figura 10 - Exercício de aplicação, com ação completa: passe, levanta- mento e ataque (realizados por meio de toque de bola por cima) Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). C A A C B B Figura 11 - Exercício de aplicação, de uma ação completa Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). • Idem ao anterior, mas agora os alunos que estão na posição do levantador (B), se des- locam para realizar o levantamento. Após a realização das ações, os alunos trocam de co- luna no sentido da bola. C A B C A B Figura 12 - Exercício de aplicação, de uma ação completa Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). • Idem ao anterior, com deslocamento do “le- vantador” para realizar o movimento. Porém, agora, o professor lança a bola para a coluna A iniciar a ação, que passará para coluna B, que enviará a bola para a C dar o toque sobre a rede, para o outro lado da quadra. Após a realização das ações, os alunos trocam de co- luna no sentido da bola. Figura 13 - Exercício de aplicação, de uma ação completa, com lançamento de bola para execução do passe Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). VOLEIBOL 92 • Similar ao exercício anterior, porém com os alunos da coluna B se deslocando até a rede para efetuarem o levantamento após a execu- ção do passe pelos colegas da coluna A. Após a realização das ações, os alunos trocam de coluna no sentido da bola. • Exercício de continuidade: o primeiro aluno da coluna A lança a bola em direção à coluna A do lado oposto. O primeiro aluno dessa coluna recepcionará, realizando um passe (utilizando o toque) para a coluna B, que efetuará um le- vantamento para a coluna C, que atacará a bola (por meio de toque) para a coluna A do outro lado da quadra, que dará continuidade do exer- cício da mesma forma do que fora realizado. A C B Figura 14 - Exercício de aplicação, de uma ação completa, com lança- mento de bola para execução do passe e deslocamento do levantador Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). • O professor lançará uma bola para a coluna A ou B, alternando de forma aleatória. Se o lançamento for em direção da coluna A, os alunos da coluna B, se deslocam até a rede, onde receberão o passe e realizarão o levanta- mento para o aluno que efetuou o passe. Caso o professor lance a bola para a coluna B, os papéis se invertem. Executadas as tarefas, os alunos devem trocar de coluna. B A Levantador corre Figura 15 - Exercício de aplicação, com alternância de lançamento/sa- que do professor para as colunas Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). C B B B A A Figura 16 - Exercício de aplicação com ação de continuidade Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). • Exercício de 6x6. A quadra deve ser dividida ao meio, demarcada com giz ou corda. O saque é realizado por meio de toque e os três toques são obrigatórios, de modo que o primeiro toque deve ser direcionado ao aluno que encontra-se na rede, para que este realize o “levantamento”para um dos alunos que estão nas posições de ataque. O jogo acontece de dois contra dois, e a rotação acontece para quem perder o ponto. Figura 17 - Exercício de aplicação com ação completa de continuidade Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). • Idem ao exercício anterior, porém com equi- pes de 4x4. 93 EDUCAÇÃO FÍSICA JOGO ADAPTADO • Os alunos estarão posicionados na quadra, de acordo com o jogo formal. O professor lança uma bola para os alunos que ocupam as posições 2, 1, 6, 4 ou 5, para que estes rea- lizem o toque direcionado à posição 3. O alu- no que estiver nessa posição, efetuará o toque direcionado às posições 2 ou 4, para que estes ataquem a bola, utilizando-se do toque. • Igualmente ao exercício anterior, porém após a realização dos três toques (finalização do ataque - com toque, enviando a bola para o outro lado), os alunos realizam um rodízio (6x0), para que todos vivenciem a posição 3, destinada ao levantador. • Similar ao exercício anterior, porém, os três alunos que tocaram na bola devem sair e outros três entrarem em seu lugar. Esse mo- delo de exercício é ideal quando há muitos alunos em uma aula. Isso permite que mais alunos participem da aula, tornando-a mais dinâmica. • Colocar dois times em quadra. O professor lançará a primeira bola, devendo as equipes trocar bolas, até que uma delas faça o pon- to. Os alunos que tocaram na bola ainda devem sair e outros três entrarem em seu lugar. Ainda, sempre após a bola ser envia- da ao lado oposto, a equipe deve realizar um rodízio (mesmo com a bola em movi- mento no rali). Jogo Nessa etapa, os alunos jogarão em time de seis joga- dores, porém algumas regras devem ser adaptadas, visto que o jogo será realizado apenas com o toque de bola (pois ainda não aprenderam os demais). • O saque será efetuado por lançamento ou por toque, de dentro da quadra, na posição 1, em lugar determinado pelo professor. • Pode ser exigido ou não os três toques para cada equipe, sendo determinado pelo professor. • O professor pode determinar que o ataque seja direcionado para zona de defesa (posi- ções 1, 6 e 5). • Regras como contagem dos pontos, toque na rede, invasão por baixo e rodízio devem se- guir as regras oficiais. • Para que mais alunos participem, o professor pode determinar a substituição dos alunos que cheguem a uma determinada posição (por exemplo: sempre que chegarem na po- sição 1, entra em quadra um aluno que esta- va de fora para realizar o saque e continuar o rodízio, até chegar novamente na posição 1. Assim, em cada rodízio, entrará um novo aluno em quadra). Lembre-se que o nível de complexidade do exercício indicado dependerá de qual turma você irá aplicar as atividades. As turmas mais novas têm dificulda- des de assimilar muitas regras e informações, neces- sitando de exercícios mais simples. VOLEIBOL 94 A manchete é o fundamento que utiliza, para sua execução, os dois braços unidos, normalmente utilizado para recepções de saques e defesas de cortadas, e também utilizado como re- curso no levantamento. O aluno executa uma ação de ataque à bola, que toca em seu antebraço e, por isso, suporta melhor os fortes impactos, comparado aos dedos, utilizados no toque, por exemplo (BI- ZZOCCHI, 2004; LERBACH; VIANA JÚNIOR, 2006). APRESENTAÇÃO DA HABILIDADE É um fundamento defensivo, realizado com os braços estendidos à fren- te do corpo, em que a bola toca no antebraço, normalmente à altura do quadril. Manchete 95 EDUCAÇÃO FÍSICA Entrada sob a bola As pernas devem estar como no toque, semiflexio- nadas, afastadas lateralmente a uma distância seme- lhante à largura dos ombros, com um pé ligeiramen- te à frente do outro. Os braços estarão estendidos e unidos à frente do corpo. Os dedos (unidos) de uma mão devem estar sobrepostos aos da outra, de forma que quando fecharmos as mãos, os polegares estarão paralelamente estendidos. Figura 18 - Mãos da Manchete Fonte: UniCesumar. Figura 19 - Posição de entrada na bola (Manchete) Fonte: UniCesumar. VOLEIBOL 96 Ataque à bola No movimento de ataque à bola, as pernas se esten- derão, o peso do corpo é transferido para a perna da frente e os braços permanecem sem movimento, firmes e com a musculatura contraída. O impacto da bola ocorre nos antebraços que devem estar es- tendido. Término do movimento Os braços ainda estendidos e unidos permanecem após o contato com a bola, podendo ser elevado até a altura aproximada dos ombros. A perna de trás fi- naliza o momento estendida, de modo a obter uma transferência de peso para a perna da frente. É sugerido que, aos poucos, a manchete lateral seja introduzida, de forma que com a sua utilização, o atleta possa cobrir grandes áreas da quadra (LER- BACH; VIANA JÚNIOR, 2006; BOJIKIAN, J.; BO- JIKIAN, L., 2012). SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA Exercícios preparatórios • Utilizando apenas um braço, manter a bola no ar, fazendo o contato desta com seu antebraço, em movimento de ataque similar ao da manchete. • Idem ao exercício anterior, utilizando o braço não dominante. • O aluno deve trocar passes entre seus braços, fa- zendo o ataque na bola com seu antebraço, man- tendo a bola no ar. • Em duplas, de mãos dadas, os alunos devem tro- car passes, utilizando apenas um deles para tocar a bola, que deve ser atacada com seu antebraço, similar ao exercício anterior. Obs: esses exercícios podem ser utilizados em forma de competição e sobre a rede. A partir destes, você, enquanto professor, pode fazer as variações confor- me queira. Exercícios para aprendizagem: 1. Sentados no chão, com as pernas afastadas, os alu- nos devem executar o posicionamento de mãos. 2. Ainda sentados, com o posicionamento correto de mãos, os alunos devem realizar o posicionamen- to de braços, paralelamente ao solo, procurando aproximar os cotovelos e extensão dos punhos (em direção ao solo). 3. Idem, fazendo a movimentação da manchete (do solo até a altura dos ombros). 4. Em pé, realizar o movimento coordenando braços e pernas, ainda sem a bola. 5. Em posição fundamental média, o companheiro pressiona a bola contra a superfície de contato da manchete com os antebraços, fazendo pequena pressão sobre a bola, de modo que fique presa no antebraço do colega e este realize o movimento de manchete. 6. Colocar a bola sobre os braços, largá-la no chão, deixá-la quicar e, novamente, tocá-la executando o movimento de manchete. 7. 2x2: um lança a bola para que o outro execute a manchete, a uma distância aproximada de 3m. Enfatizar a posição de expectativa enquanto es- pera a bola.Figura 20 - Possível abrangência total da manchete Fonte: adaptado de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). 200m 140m 120m 120m 0,50m 100m 120m Movimento em pé 2x2 com lançamento 2x2 com bola presa 150m150m 97 EDUCAÇÃO FÍSICA EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS Erros mais comuns: • Flexionar os braços na realização do movi- mento. • Não flexionar as pernas. • Tocar as mãos na bola. • Flexionar o tronco e não os joelhos. • Não coordenar movimentos de braços com os da perna. Fonte: UniCesumar. Exercícios educativos • Em duplas, um lança a bola por baixo da rede, para que o outro aluno execute a manchete por baixo da rede, de modo que, ao finalizar a man- chete (aproximadamente na altura do ombro), os braços toquem no bordo inferior da rede. Enfatizar que os braços devem permanecer es- tendidos e as pernas devem estar flexionadas. • Similar ao anterior, porém a bola será lança- da por cima da rede, de modo que o aluno que executa deva rebater a bola bem baixa, devolvendo-a por baixo da rede. Enfatizar a flexão de pernas. Ainda em duplas, alunos trocam manchetes por baixo da rede. Enfati- zar a flexão de pernas e transferência de peso da perna de trás para a perna da frente, além da manutenção dos braços estendidos. • Em duplas, um aluno iniciará a atividade sentado em uma cadeira (banco, arquibanca- da etc.), e receberá uma bola lançada à suafrente, para que realize a manchete e termine o movimento em pé. • Realizar manchetes na parede à uma distân- cia de, aproximadamente, 1m. • Realizar manchetes dentro de um círculo de- senhado no chão, com raio aproximado de 2m, controlando sucessivos passes para cima. • Repetir o movimento de manchete, com so- brecarga de um companheiro, que fará pres- são no antebraço do colega com uma bola, permitindo, assim, sentir o trabalho dos músculos mais solicitados. ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - EXERCÍCIO EDUCATIVO MANCHETE Link: https://vimeo.com/214842604/42e252f51a4 - Braço flexionado 2 - Pernas unidas 1 - Flexionar o tronco e não os joelhos 3 - Tronco flexionado e pernas extendidas Figura 21 - Erros mais comuns aos aprendizes do fundamento https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a https://vimeo.com/214842604/42e252f51a VOLEIBOL 98 Exercícios formativos • Similar ao último exercício apontado, reali- zar o movimento da manchete, enfatizando as pernas flexionadas e os braços estendidos, segurando uma bola de medicine ball de 1 ou 2 kg (caso não tenha disponível, utilize uma bola de basquete e aumente o volume do exercício). AUTOMATIZAÇÃO Todos os exercícios sugeridos para automatização do toque de bola por cima podem ser utilizados ago- ra usando a manchete. Individualmente na parede: • Em duplas, realizando manchetes na parede, de forma alternada. • Realizar manchetes em 2 a 3 pontos da quadra. • Em duplas, realizar manchete andando na lateral da quadra, percorrendo toda quadra, em uma distância aproximada de 4m. APLICAÇÃO Nesta fase do processo metodológico, devem ser utilizados os mesmos exercícios apontados para o toque de bola. Torna-se importante ressaltar que, para garantir a eficiência do método progressi- vo-associativo, sugere-se que nos exercícios de aplicação seja orientado aos alunos realizarem a primeira bola de manchete, a segunda (referente ao levantamento), de toque e a última (ataque) de toque ou manchete. Para o jogo adaptado e o jogo, utilizar-se prio- ritariamente apenas desses dois fundamentos (além da posição de expectativa), visto que foram os úni- cos aprendidos até o momento. 99 EDUCAÇÃO FÍSICA VOLEIBOL 100 O saque do voleibol é o primeiro fundamento exe- cutado no jogo e é o único classificado como habi- lidade fechada, pois depende, exclusivamente, do executante e não tem interferência ambiental dos adversários. Na escola recomenda-se seu ensino, em detrimento do saque por cima (ou tipo tênis), tendo em vista sua complexidade de execução. APRESENTAÇÃO O jogo de voleibol inicia-se com o saque, pelo jo- gador que ocupar a posição 1 e que estará atrás da linha de fundo, podendo ocupar qualquer lugar na zona de saque. Fase preparatória O jogador de frente para rede, pés afastados em po- sição de passo, pernas ligeiramente flexionadas em posição contralateral, corpo equilibrado, com tron- co inclinado para frente. O braço que segura bola (braço não dominante) deve estar à frente do corpo e um pouco ao lado, na direção do braço batedor. A mão do impacto ficará atrás do quadril, em forma de concha ou copinho. Saque por Baixo 101 EDUCAÇÃO FÍSICA Figura 22 - Saque por baixo - Posição Fonte: UniCesumar. Posição 1 Posição 3 Posição 4 Posição 2 Posição 4 VOLEIBOL 102 Execução O braço batedor faz o movimento de pêndulo, que deve alcançar a bola por baixo, enquanto o peso do corpo é transferido para a perna da frente. A batida acontecerá na altura do quadril e o movimento deve ser contínuo, sem pausas entre as fases. Recomendamos o não lançamento da bola no momento da batida, e sim uma rápida substituição da mão que sustenta, pela mão que golpeia. Isso por- que lançamentos muito altos geram imprecisões, as quais levam a erros. Término do movimento Com o golpe na bola e a transferência do peso do corpo para a perna da frente, há uma tendência natural de a perna de trás ser lançada para frente, a qual deve ser aproveitada para realizar o passo que introduzirá o jogador na quadra novamente. Figura 23 - Saque por baixo Fonte: UniCesumar. Figura 24 - Saque por baixo - Término do movimento Fonte: UniCesumar. SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA • Em duplas, um aluno lança para o outro, uma bola rasteira, semelhante ao movimento do boliche, de modo que ela seja lançada com o braço estendido, vindo de trás para frente, acompanhado de flexão e extensão das per- nas, com transferência de peso da perna de trás para perna da frente. • Idem ao exercício anterior, com o aluno acentuando a flexão das pernas e lançando o braço para frente e para cima, de modo que a bola realize uma parábola alta. 103 EDUCAÇÃO FÍSICA • Realizar o movimento de saque por baixo, sem a bola. O professor deve questionar os alunos sobre qual a semelhança do movi- mento completo do saque que realizaram sem a bola, com os exercícios que estavam realizando (enfatizar o movimento de per- nas e a transferência de peso de uma perna para outra). • Efetuar saques contra uma parede, a diferen- tes distâncias (aumentar a distância, confor- me o aluno adquirir segurança). • Efetuar saques em direção a um companhei- ro, a diferentes distâncias. • Efetuar saques por cima da rede, aumentan- do gradativamente a distância (podendo ser iniciado a partir da linha dos 3m). • Sacar buscando um objetivo no campo contrário. EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS Erros mais comuns: • Flexionar o braço no momento da batida. • Não utilizar a transferência de peso das per- nas para sacar. • Não lançar o braço para frente, em direção ao seu objetivo. Exercícios Educativos • Em duplas, por baixo da rede, um aluno se- gura firme a bola do seu lado da quadra, pró- ximo a rede, para que o outro aluno execu- te o trabalho de pernas e bata na bola (por baixo da rede), mantendo o braço estendido até o final do movimento. O aluno que segura não deve permitir que a bola saia de sua mão quando golpeada pelo colega. • Sacar ao lado de uma parede, procurando movimentar o braço paralelamente à ela. • A uma distância próxima à rede (1 a 2m), em duplas, os alunos sacam fazendo a bola pas- sar por cima da rede e cair na zona de ataque da outra quadra. Exercícios Formativos Realizar os dois primeiros exercícios da sequência pedagógica com bolas de medicine ball ou bolas de basquete (caso a escola em que você trabalhe não possua esse material). AUTOMATIZAÇÃO • Dispostos em colunas, sacar por cima da rede, para coluna respectiva, iniciando a cur- tas distâncias, aumentando gradativamente. • Sacar na parede, procurando atingir um alvo ou alguma altura predeterminada. • Sacar livremente, em direção à quadra con- trária. • Sacar procurando acertar alvos colocados em diferentes pontos da quadra oposta (co- locar alvos de ambos os lados, para que os alunos possam ser distribuídos para realizar o saque. Os alvos podem ser cones, arcos, coletes espalhados pelo chão ou qualquer material disponível). VOLEIBOL 104 APLICAÇÃO Exercícios em forma de jogo • Os alunos da coluna A sacam para os alu- nos da coluna B, que receberão de toque ou manchete. A frente dos receptores haverá um aluno (um para cada fila) que será res- ponsável por segurar a bola recepcionada e passá-la à fila do saque. Os sacadores vão aumentando a distância, a medida que se sentirem confiantes. As três colunas sacam, para suas respectivas colunas da frente, re- cepcionar a bola. • Igual ao anterior, mas o aluno que recebeu a bola (coluna B) faz o deslocamento para ata- car a bola que será levantada pela coluna C. A B Com recepção Figura 25 - Exercício de aplicação do saque Fonte: adaptadode Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012, p. 87). • Os alunos da coluna B recepcionam a bola de saque dos alunos da coluna A. Os alunos da coluna C levantam a bola para que os alunos da coluna D ataquem para o outro lado, de toque ou manchete. B D C C A A B D Figura 26 - Exercício de aplicação do saque, de uma ação completa Fonte: adaptado de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012, p. 87). A A B C BC Figura 27 - Exercício de aplicação de ação completa: saque, passe, levan- tamento e ataque (realizados por meio de toque ou manchete). Fonte: adaptado de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012, p. 87) Jogo adaptado Podem ser utilizados os mesmos exercícios indi- cados para a aplicação do toque de bola por cima e da manchete, com os alunos utilizando o saque por baixo, em substituição do lançamento de bola de professor. Nos exercícios em que os alunos lan- çam a bola para iniciar o jogo, eles passam a sacar por baixo. Jogo Os mesmos exercícios sugeridos à aplicação do toque e manchete, com os alunos utilizando o sa- que por baixo para substituir o envio da bola do professor e o lançamento dos alunos para iniciar a partida. 105 EDUCAÇÃO FÍSICA VOLEIBOL 106 A cortada é o fundamento mais frequentemente utilizado para execu- ção do ataque por ser um fundamento de grande efetividade. Dentre as crianças, comumente é o fundamento pelo qual elas mais anseiam aprender, visto seu destaque perante os demais. Podemos fazer uma analogia ao “gol” do futebol, por exemplo. APRESENTAÇÃO A cortada é o fundamento que finaliza a maioria das ações ofensivas e visa enviar, por meio de um golpe forte, realizado durante um salto, a bola no solo adversário, de forma que, geralmente, encerra o rali. É considerada o gesto técnico mais complexo do voleibol, devido às dificuldades de execução das várias fases em conjunto (coorde- nação de vários movimentos). As cortadas exigem, para seu domínio, força, velocida- de, destreza e precisão e, normalmente, é composta por cinco etapas: deslocamento, chamada, salto, fase aérea e queda. Cortada 107 EDUCAÇÃO FÍSICA Figura 28 - Fases da cortada Fonte: UniCesumar. Fases da cortada 2 Fases da cortada 4 Fases da cortada 6 Fases da cortada 8 Fases da cortada 1 Fases da cortada 3 Fases da cortada 5 Fases da cortada 7 VOLEIBOL 108 Deslocamento Geralmente realizado em duas ou três passadas de corrida, definidas em função do levantamento, com os braços semiflexionados ao lado do corpo. Quan- do realiza as três passadas, o início é com o pé es- querdo à frente, a primeira passada é com o pé di- reito, depois, uma dupla (simultânea), de forma que a esquerda chegue à frente da direita. Quanto maior a aceleração, maior a probabilidade de boa impulsão (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). Chamada Após o deslocamento, ambos os pés em contato com o solo (com o esquerdo mais a frente, no caso dos destros), com afastamento lateral pouco menor que a largura dos ombros. O tronco estará inclinado para frente, com os braços estendidos para trás do corpo, pernas flexionadas a aproximadamente 90º, de modo que os quadris fiquem posicionados atrás dos calcanhares. Salto É executado com rápida extensão das pernas e ajuda dos braços e tronco, que são lançados para cima. Os pés tocam o chão primeiro com os calcanhares e a última parte a perder o contato com o solo são as pontas dos pés. Fase aérea Os braços são lançados para cima. O braço bate- dor continua seu movimento para trás da cabeça, semiflexionado, passando sobre a linha do ombro, na máxima amplitude escapuloumeral. O braço de equilíbrio se mantém estendido à frente do corpo e ocorre uma hiperextensão do tronco. O ataque deve ocorrer no ponto mais alto do salto, aproveitando os movimentos dos braços, com a ajuda do tronco que, ao final do movimento, está flexionado para frente. A batida na bola é tida aci- ma do seu eixo horizontal, pela palma da mão. A articulação do punho deve flexionar, para imprimir rotação na bola e aumentar as chances de acertar a quadra adversária. Queda Após a batida na bola, com o corpo flexionado à frente, a queda ocorre com a ponta dos pés tocando o solo primeiro, com as pernas flexionadas, a fim de amortecer o queda e recuperar o equilíbrio. Nas bolas levantadas distantes da rede, o atacan- te deve encurtar as passadas ou diminuir sua quan- tidade para não passar da bola. ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - CORTADA Link: https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c Jogador canhoto Como não são a maioria da população, em alguns momentos, os canhotos são esquecidos, ao planejar- mos as atividades, de modo que o jogo é baseado na facilidade para o destro. Por isso, devemos nos aten- tar a isso e fazer algumas adaptações para os canhoto. A principal delas é na fase da chamada da cor- tada, em que o canhoto deve iniciar com a perna direita a frente, de modo que posicione o ombro es- querdo mais distante da rede. Além disso, se para os destros a melhor posição para o ataque é a posição 4 (entrada de rede), para os canhotos a melhor po- sição é a 2, na saída de rede, pois recebem a bola levantada da esquerda para a direita. https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c https://vimeo.com/214842689/e43e01fb6c 109 EDUCAÇÃO FÍSICA SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA • Os alunos realizam sem a bola o movimen- to dos braços da cortada, sem a chamada de braços. • Em pé, com a perna esquerda ligeiramente à frente, os alunos realizam, ainda sem a bola, o movimento de braços da cortada, com a cha- mada de braços. • Idem ao anterior, com flexão e extensão de per- nas, tronco flexionado à frente, mas sem salto. • Realizar mesmo movimento do item anterior, agora com salto, porém sem deslocamento. • Realizar mesmo movimento do item anterior, realizando o movimento da cortada, com chamada de braços, realizando, agora, duas passadas que precedem a chamada de braços para o salto. • Dispostos em três colunas, os alunos farão o movimento completo de ataque e tocarão em uma bola que estará sendo segurada por alunos voluntários, que estarão em cima de um banco (cadeiras, plintos etc.), na altura da rede. Enfatizar que os alunos iniciem o movi- mento em cima da linha dos 3m. • O professor lança bolas (levanta) para que os alunos possam cortar. Eles devem iniciar o deslocamento após o lançamento da bola. Neste, o professor pode fazer uma, duas ou três colunas para ataque, dependendo do nú- mero de alunos na turma. EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E/OU FORMA- TIVOS A seguir, é possível ver os erros mais comuns duran- te a realização dos exercícios: • Não coordenar as passadas com a chamada de braços; • fazer a chamada após ter finalizado as passadas; • não flexionar as pernas para realizar a chamada; • não estender os braços para trás na execução da chamada; • não elevar os braços pela frente do corpo na armada dos braços para cortar; • atacar com o braço flexionado; • não utilizar o braço de equilíbrio, utilizando apenas o braço batedor durante a cortada; • desequilíbrio, que proporciona queda na rede; • dificuldades no tempo de bola, saltando antes ou depois do momento adequado para me- lhor alcance da bola; • falta de precisão no contato da mão com a bola, realizando o contato da bola com o punho; • falta de potência do braço. Exercícios Educativos • Sem bola, em duplas, de mãos dadas, realizar o movimento de deslocamento e chamada de braços; • sem bola, realizar o deslocamento pisando dentro de círculos desenhados no chão, com chamada de braços e salto; • realizar a chamada de braços após o deslo- camento,de modo que, no momento de ele- vação dos braços, as costas da mão toquem no solo; • no momento da chamada, os alunos batam palma, atrás da panturrilha; • o aluno se desloca segurando uma bolinha na mão não dominante. No momento da chamada, a bolinha é passada para a mão do- minante, por trás da panturrilha, para que o aluno realize o movimento da cortada, com salto e lance a bolinha para a outra quadra; VOLEIBOL 110 • o professor lança uma bola para que os alu- nos se desloquem, façam a chamada de bra- ços com salto, mas a segurem em seu ponto mais alto (segurar com as duas mãos); • os alunos estarão posicionados em cima da li- nha dos 3m. O professor lança uma bola nessa mesma direção, para que, sem deslocamento, apenas com chamada de braços, flexão e exten- são de pernas, os alunos realizem o movimen- to da cortada, buscando tocar na bola em seu ponto mais alto com os braços bem estendidos; • realizar o movimento da cortada contra uma parede (paredão). AUTOMATIZAÇÃO • Ataque de bola lançada (levantada) nas posi- ções da entrada e saída de rede. • Deve ser realizado igualmente ao movimento anterior, no entanto, é necessário que haja al- vos na quadra a serem acertados. • Os alunos iniciam a ação com toque, abrem fora da quadra e realizam o deslocamento para ataque. Figura 29 - Educativo do ataque “paredão” Fonte: Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). Exercícios Formativos • Na posição ajoelhado, de frente para uma pa- rede, o aluno deve lançar uma medicine ball (ou bola de basquete) contra a ela, a uma dis- tância de 1,5m, com a maior potência pos- sível, acentuando o trabalho de extensão e flexão do tronco. • O aluno deverá realizar os mesmo movimen- tos do item anterior, na posição em pé. • Realizar o movimento da cortada, seguran- do uma medicine ball (ou bolas de peso com areia utilizadas no atletismo), lançando-a so- bre a rede. • O professor levanta uma série de três ou qua- tro bolas consecutivas, para que o aluno ata- que seguidamente (fazendo o movimento de “abrir” na quadra). • Séries de quatro bolas, alternando as trajetó- rias (predeterminadas pelo professor). • Dispostos em três colunas, realizar ataque nas três posições (após realizar o ataque, ir para o final da outra coluna - em sentido horário). Figura 30 - Exercício para automatização do ataque Fonte: Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012, p. 102). Ataque nas 3 posições Figura 31 - Exercício para automatização do ataque nas 3 posições Fonte: a autora. 111 EDUCAÇÃO FÍSICA • Alunos dispostos em três colunas, em que um fará o passe para o levantador, que levantará a bola para o aluno da terceira coluna que, por sua vez, realizará o ataque. Após realizar a ação, trocar de coluna. APLICAÇÃO Nas três fases (exercícios em forma de jogo, jogo adaptado e jogo), realizar os mesmos exercícios su- geridos na aplicação dos fundamentos anteriores, em que os alunos agora realizam a cortada no mo- mento do ataque, em que antes era realizado por to- que ou manchete. No início da aprendizagem, para facilitar o pro- cesso de ensino, a altura da rede pode ser menor que a oficial da categoria do aprendiz (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L., 2012). Esses são os fundamentos básicos do jogo do voleibol que apresentamos à você de forma sucinta, com exercícios práticos e testados em anos de tra- balho. Espero que tenha gostado do conteúdo e que faça bom proveito em sua prática educacional! Figura 32 - Exercício de automatização de ataque, com ação completa de passe, levantamento e ataque Fonte: Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012, p. 102). 112 considerações finais C hegamos ao final de mais uma unidade, em que vimos o processo de ensino dos fundamentos básicos da modalidade de voleibol. Adotamos aqui, essa nomenclatura porque entendemos que, ao dominar, mesmo que de forma rudimentar, os fundamentos apresentados nesta unidade, torna-se possível a realização do jogo a nível de iniciação. Apesar de enfatizarmos os gestos técnicos no ensino dos fundamentos da modalidade, vale expressar que entendemos a importância do jogo para o apren- dizado. Por isso, estimulamos que na fase de aplicação, ao final de cada processo de ensino, o professor tenha autonomia de escolher quantos encontros destinará à tal fase, baseado nas necessidades específicas de seu grupo. Sabemos que o pra- zer pela atividade é o que motiva a criança em participar da atividade, entretanto, quando não há manutenção da bola no ar, o jogo fica monótono e desmotivante. O voleibol, normalmente, é o único esporte com rede que os alunos experien- ciam, já que todas as demais modalidades usualmente trabalhadas como conteú- do no contexto escolar são esportes de invasão (futsal, handebol e basquetebol). Isso pode ser o motivo gerador de algumas dificuldades que encontramos ao en- sinar a modalidade e podem ser sanadas, se forem desenvolvidas outras modali- dades com rede divisórias (exemplo: tênis, badminton, pádel, peteca, punhobol etc.). Isso ocorre porque sabemos que é possível transferir os conhecimentos de um contexto para o outro. Novas formas de jogar devem ser inventadas com base nessa lógica e quere- mos dar liberdade para criação de novos exercícios, além dos aqui propostos. Os professores devem criar variações e novos exercícios, podendo utilizar (ou não) os exemplos citados nesta unidade. Mesmo se as condições não forem as mais adequadas em seu local de trabalho, não deixe de criar e experimentar novos jogos com rede divisória. Isso auxiliará o ensino do voleibol posteriormente. 113 LEITURA COMPLEMENTAR A seguir, leia o texto retirado dos Parâmetros Curricula- res Nacionais da Educação Física que objetiva instruir o professor quanto à organização dos alunos dentro das atividades. COMPETIÇÃO & COMPETÊNCIA Nas atividades competitivas as competências individuais se evidenciam, e cabe ao professor organizá-las de modo a democratizar as oportunidades de aprendizagem. É muito comum acontecer, em jogos pré-desportivos e nos esportes, que as crianças mais hábeis monopolizem as situações de ataque, restando aos menos hábeis os papéis de defesa, de goleiro ou mesmo a exclusão. O professor deve intervir diretamente nessas situações, promovendo formas de rodízio desses papéis, criando regras nesse sentido. Por exemplo, a cada ponto num jogo de pique-bandeira, o grupo de crianças que ficou no ataque deve trocar de posição com o grupo que fi- cou na defesa, ou simplesmente observando a regra do rodízio do voleibol, que foi instituída exatamente com esse propósito. Cabe ainda ao professor localizar quais são as competências corporais em que alguns alunos apresentem dificuldades em promover atividades em que possam avançar. É utópico pretender que todos os avanços de aprendizagem sejam homogêneos e simultâ- neos entre os alunos, uma vez que a diversidade traduz uma realidade de histórias de vivências corporais, inte- resses, oportunidades de aprimoramento fora da escola e o convívio em ambientes físicos diferenciados. A aula de Educação Física, para alcançar todos os alunos, deve tirar proveito dessas diferenças ao invés de configurá-las como desigualdades. A pluralidade de ações pedagógicas pressupõe que o que torna os alunos iguais é justamente a capacidade de se expressarem de forma diferente. Ao longo da escolaridade fundamental ocorre, em paralelo com a possibilidade de ampliação das competências cor- porais, um processo de escolha cada vez mais indepen- dente por parte do aluno, de quais competências satisfa- zem suas necessidades de movimento para a construção de seu estilo pessoal. O que se quer ressaltar é que as atividades competitivas realizadas em grupos ou times constituem uma situação favorável para o exercício de diversos papéis, estilos pessoais, e, portanto, numa situ- ação que promove um melhor conhecimento e respeito de si mesmo e dos outros. Essa construção, que envolve estilos e preferências pessoais, torna-se mais complexaà medida que as possibilidades de reflexão sobre as com- petências pessoais e coletivas se ampliam e as situações competitivas sejam compreendidas como um jogo de co- operação de competências. Fonte: Brasil, PCN (1997). 114 atividades de estudo 1. Durante essa unidade, aprendemos que a posição de expectativa é um dos fundamentos mais simples do Voleibol. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F), em relação aos tipos de posição de expectativa. ( ) A posição de expectativa alta, antecede o passe ou defesa. ( ) A posição de expectativa baixa antecede uma ação defensiva. ( ) A posição de expectativa média, antecede a execução do bloqueio. ( ) A posição de expectativa baixa antecede o passe ou defesa. ( ) A posição de expectativa média antecede a recepção da bola. 2. O toque de bola por cima é um dos fundamentos ensinados na fase de ini- ciação ao Voleibol e é um dos mais utilizados pelos aprendizes. Em relação à execução do toque de bola por cima: I. O toque de bola por cima apresenta maior precisão no controle da bola, comparado à manchete. II. O contato será realizado com a parte interna dos dedos, realizando uma pequena flexão de punhos. III. Os braços e as pernas deverão se estender, alternadamente durante a execução do toque. IV. Ao final do movimento, o todo terminará estendido e o impulso procede do movimento de braços. a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c. Apenas a afirmativa III está correta. d. Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. e. As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. 3. Na aprendizagem do Voleibol, diversos são os fundamentos que devem ser ensinados aos alunos, entre eles temos: toque de bola por cima, man- chete, saque por baixo, entre outros. Em relação aos fundamentos do voleibol, assinale a afirmativa correta. a. O correto no movimento da cortada é fazer a chamada após ter finalizado as passadas. 115 atividades de estudo b. O aluno executa uma ação de ataque à bola, que toca em seu antebraço, e, por isso, suporta melhor os fortes impactos ao executar uma manchete. c. A cortada é considerada o gesto técnico muito simples do voleibol, pois a coordenação do movimento não exige diversas habilidades. d. O saque é realizado pelo jogador que ocupar a posição 3 e que estará atrás da linha de fundo, podendo ocupar qualquer lugar na quadra. e. O toque de bola por cima é realizado com a palma da mão e pode ser dividida em duas fases. 4. Você é um professor recém-contratado na escola e pegou turmas do Ensi- no Médio. Você não sabe e não conhece o trabalho que foi realizado pelo professor nas séries anteriores do ensino fundamental. Com qual funda- mento do voleibol você trabalharia primeiro? Em qual fase de ensino, provavelmente, você iniciaria os ensinamentos aos alunos? 5. Durante a aprendizagem de um fundamento no Voleibol, os alunos apre- sentam alguns erros comuns. Sobre os erros mais comuns apresentados nas fases iniciais dos fundamentos do voleibol, assinale a alternativa correta. a. Coordenar movimentos dos braços com os das pernas é um erro comum na aprendizagem do fundamento manchete. b. Não flexionar o braço no momento da batida e utilizar a transferência de peso das pernas para sacar são erros comuns aos aprendizes do saque por baixo. c. Flexionar os braços e não flexionar as pernas são erros comuns na apren- dizagem da manchete. d. Estender os braços para trás na execução da chamada é um dos erros mais comuns aos iniciantes aprendizes do fundamento Cortada. e. Entrar debaixo da bola é um erro comum à execução do toque. VOLEIBOL 116 Ensinando Voleibol João Crisóstomo Marcondes Bojikian e Luciana Peres Bojikian Editora: Editora Phorte Sinopse: a quarta edição do livro teve a preocupação em fazer com que os seus conteúdos pudessem continuar a ser úteis, não só aos técnicos que trabalham diretamente com a iniciação do voleibol, mas principalmente à esfera acadêmica em todo o país. É gratificante saber que muitos Cursos de Educação Física adotam sua metodologia, e que ele tem sido referência em inúmeros trabalhos acadêmicos. Esperamos que o Ensinando Voleibol continue a dar sua contribuição neste processo de qualificação do nosso esporte, e que contribua, especialmen- te, nas possibilidades da utilização do voleibol como instrumento de educação, colaborando na formação de bons cidadãos. Essa é uma palestra do professor Pablo Juan Greco (muito citado ao longo das unidades) em um encontro multiesportivo de treinadores formadores, realizado em Saquarema, na Confe- deração Brasileira de Voleibol, com o tema Formação Esportiva. Em uma fala interativa e des- contraída, ele mostra uma metodologia de se trabalhar as habilidades esportivas e modelos de ensino técnico e tático nos esportes. Para conferir a entrevista, acesse o link disponível em: . Meu nome é rádio Ano: 2003 Sinopse: o filme mostra como uma simples atitude pode mudar uma comunidade inteira. São lições de amor e de amizade que reverberam pela cidade, gerando reflexão e ensinando novos va- lores àqueles que estavam presos a suas convicções distorcidas e preconceituosas. Tudo isso graças à inserção de um jovem, com capacidades limitadas, ao contexto esportivo. O esporte realmente mudou a vida deste jovem. 117 referências BIZZOCCHI, C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. São Paulo: Manole, 2004. BOJIKIAN, J. C.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando Voleibol. 5. ed. São Paulo: Phorte Editora, 2012. FIVB.: Federation Internationale de Volleyball. Top Volley Manual: Technical Booklet, Lausanne - Switzerland, 2011. 30 p. GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S.; OLIVEIRA, A. A. B. Esportes de marca e com rede divisória ou muro/parede de rebote (Cartões de Recurso Pedagógico). IN: ______. Práticas corporais e a Organização do Conhecimento. Eduem, Marin- gá, 2014. LERBACH, A. M.; VIANNA JUNIOR, N. S. Apostila do Curso de Voleibol - Ní- vel I. Federação Mineira de Voleibol/SENAC MG, Belo Horizonte, 2006. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: Ministério da Educação, v. III, 1997. Referências On-Line 1 Em: . Acesso em: 26 maio 2017. 118 gabarito 1. F, V, F, F, V. 2. A. 3. B. 4. Provavelmente, após uma avaliação por meio de jogo adaptado ou jogo formal, você entraria com seus alunos na fase de exercícios educativos, a fim de corrigir alguns equívocos técnicos, e seguiria a partir destas para as demais fases, até chegar na fase de aplicação e nesta permanecer. 5. C. UNIDADEIV Professora Me. Nayara Malheiros Caruzzo Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Saque tipo tênis • Bloqueio • Defesa em pé • Rolamento • Mergulho Objetivos de Aprendizagem • Conhecer o processo pedagógico de ensino do saque tipo tênis do voleibol. • Estudar o processo pedagógico de ensino de bloqueio do voleibol. • Conhecer o processo pedagógico de ensino da defesa em pé do voleibol. • Estudar o processo pedagógico de ensino dos rolamentos do voleibol. • Conhecer o processo pedagógico de ensino dos mergulhos do voleibol. FUNDAMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS IV unidade INTRODUÇÃO N esta unidade, você verá os fundamentos do voleibol, que aqui chamaremos de avançados. Consideramos assim, pois enten- demos que possivelmente (tendo em vista a estruturação das diretrizes curriculares atualmente) esses fundamentos ge- ralmente não serão vivenciados na Educação Física Escolar. Então, você deve estar se perguntando: “por que não?”, ou então “por que está aqui contido, se não é conteúdo da Educação Física Escolar?”. Estas são ques- tões legítimas ao nosso ver. Desse modo, vamos responder à sua primeira questão (já falamos so- bre isso na Unidade I, quando estudamos a sequência pedagógica de en- sino, porém, ainda assim, pensamos ser importanteretomar aqui). Pois bem, o voleibol é um dos instrumentos da Educação Física escolar e, por isso, divide espaço com outras quatro modalidades regulares (futsal, handebol, basquetebol e atletismo), que é um dos diversos conteúdos es- truturantes da cultura corporal (junto com: Jogos e Brincadeiras; Lutas; Dança e Ginástica). Por isso, julgamos que não haverá tempo hábil para que o professor trabalhe tais fundamentos na Educação Física. Contudo, então, por que esses fundamentos estão contidos neste li- vro? Isso se dá pelo fato de que consideramos o professor em sua totali- dade, de modo que este deve estar preparado para trabalhar nos diversos campos de atuação da Educação Física e na pluralidade das dimensões em que o esporte se apresenta. Se em sua escola, sua diretora lhe propõe atuar com o voleibol em tempo contraturno, então você precisará ter co- nhecimento mais avançado sobre a modalidade. De mesma forma, se você tiver oportunidade de trabalhar com escolinha voltado ao esporte de rendimento dentro ou fora da escola. Por esses motivos, apresentaremos, aqui, alguns fundamentos que, neste livro, chamamos de avançados pelos motivos apresentados, mas que, no entanto, são comuns ao jogo de voleibol. Faça bom proveito do conteúdo e tenha uma boa leitura! VOLEIBOL 124 A aprendizagem do saque tipo tênis de- veria anteceder à da cortada, visto a similaridade do movimento de braço e tronco. Porém, pelo motivo “tempo” e estruturação do plano de ensino escolar, optamos por considerar o saque por cima, mesmo sendo tão comum à prática do voleibol, como um fundamen- to avançado. APRESENTAÇÃO O saque por cima é conhecido como saque tipo tênis, pela semelhança que apresenta com o mo- vimento de smach do tênis. É um saque mais po- tente que o saque por baixo pela velocidade que o braço pode atingir. Existem duas formas em que o saque por cima se apresenta: saque com rotação e saque flutuante (BIZZOCCHI, 2004; LERBACH, VIENNA JUNIOR, 2006; BOJIKIAN, J.; BOJI- KIAN, L., 2012). Saque Tipo Tênis 125 EDUCAÇÃO FÍSICA Saque com rotação Tem esse nome pela rotação que é imprimida à bola, por meio da flexão de punho que é realizada no ins- tante do golpe. É utilizado tanto para realizar saques dirigidos, como saques fortes, de acordo com a velo- cidade que o jogador imprime à bola. Figura 1 - Saque por cima - Mãos Fonte: Unicesumar. Fase preparatória O jogador estará com as pernas em posição ânte- ro-posterior e ombros paralelos à rede, em posição equilibrada. A bola será segura com uma ou duas mãos, com os braços estendidos à frente do corpo. Execução A bola é lançada com uma das mãos, acima da cabe- ça (aproximadamente 1,5 m). Os braços são lançados para cima, o braço batedor passa acima da linha do ombro, em sua máxima amplitude escapuloumeral. O outro braço (braço que lançou a bola para cima) encerrará seu movimento para o alto, um pouco acima da linha do ombro, estendido à frente do corpo. Quando a bola atingir seu pico de altu- ra, o tronco fará uma hiperextensão. No momento em que a bola descer a uma altura apropriada, será golpeada com o braço dominante, bem estendido, seguida de uma flexão do tronco. A mão iniciará o contato com a bola, enquanto faz a flexão de punho. Figura 2 - Saque por cima - Fase preparatória Fonte: Unicesumar. Figura 3 - Saque por cima - Execução Fonte: Unicesumar. VOLEIBOL 126 Término do movimento Depois da batida há uma transferência de peso do corpo para a perna da frente, o que faz com que, na- turalmente, a perna de trás seja lançada para frente, permitindo ao jogador estar em movimento e reto- mar seu lugar na quadra. O braço termina paralelo ao corpo, em posição natural. Fase preparatória O arremesso deverá ser realizado com uma mão, apesar de, no início do movimento, a bola ser segura com as duas mãos (uma sob e a outra sobre a bola). As pernas estarão em afastamento ântero-posterior, contralateral às mãos. O braço que lançará deverá estar estendido à frente do corpo. Execução A bola é lançada para cima-, um pouco acima da linha do tronco-, a uma altura igual ao alcance do braço de ataque do executante. Ao lançar a bola, o braço de ataque é lançado para cima do ombro, até sua máxima amplitude, estendido, com a palma da mão voltada para a bola. No momento em que atingir seu ponto mais alto, a bola deverá ser golpeada pelo braço de ataque, com a mão firme, realizando uma hiperextensão de punho. O braço que lançou a bola é que dá equilí- brio ao movimento, e quando ocorre a batida, o co- tovelo e o punho travam-se, evitando o movimento que proporciona a rotação na bola. Figura 4 - Saque por cima - Término do movimento Fonte: Unicesumar. SAQUE FLUTUANTE Essa técnica de saque possui esse nome porque a bola percorre sua trajetória sem rotação, devido ao tipo de batida que não flexiona o punho. Esse tipo de golpe faz com que a bola execute uma trajetória flu- tuante e irregular. Este saque é de preferência entre os jogadores iniciantes, pela facilidade de execução. Figura 5 - Saque por cima - Flutuante - Fase preparatória Fonte: Unicesumar. 127 EDUCAÇÃO FÍSICA Término do movimento O braço de ataque é lançado em direção à rede, em extensão máxima, terminando seu movimento qua- se paralelo ao solo. O peso do corpo é transferido para a perna da frente. Para professores que fazem uso da transferência de aprendizagem, sugere-se que primeiramente seja ensinado o saque tipo tênis com rotação, pelo fato de possuir movimentos de braço e tronco, realmente iguais ao da cortada. Destaca-se que ambas as for- mas (com rotação e flutuante) podem ser executa- dos com o jogador saltando. O saque com rotação (saltando) é conhecido popularmente como saque viagem, originalmente chamado de saque viagem ao fundo do mar. Figura 6 - Saque por cima Flutuante - Execução Fonte: Unicesumar. Figura 7 - Saque por cima Flutuante - Término do movimento Fonte: Unicesumar. Execução 1 Execução 2 Execução 3 VOLEIBOL 128 SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA • Individualmente, sem bola, simular o movi- mento de saque: em movimento contralate- ral, com a mão não dominante voltada para cima e a mão dominante apoiando a bola, sobrepostas (como se estivesse segurando a bola); o aluno simulará o lançamento da bola para cima e a “armada” para o ataque da bola. • Idem ao movimento anterior, com o lança- mento de bola (sem ataque à bola). • Idem ao anterior, com lançamento de bola; o aluno, no momento da batida, irá segurar a bola com o braço dominante. • Similar ao exercício anterior, mas o aluno estará próximo a uma parede, de frente para ela. Ao lançar a bola, projete seu tronco para frente e realiza a batida, prensando a bola contra a parede. • Ainda de frente para a parede, a uma distân- cia maior, de aproximadamente 4m, o aluno saca contra ela. • Em duplas, efetuar saques para o companhei- ro, em diferentes distâncias. • Dispostos em colunas, os alunos sacam sobre a rede, para suas respectivas colunas de frente à sua. Aumentar a distância gradativamente (ex: a cada cinco saques). Transferência de Aprendizagem Transferência de aprendizagem é a influência de experiências anteriores na performance (ou na aprendizagem) de uma nova tarefa. Se a experiência anterior for benéfica à apren- dizagem de uma nova tarefa, ocorre uma transferência positiva. Caso a experiência anterior seja prejudicial ou sem influência alguma para a nova tarefa, há transferência negativa ou nula. Caso haja transferência positiva, existem dois tipos de demonstrações mais frequentes em que essa situação ocorre: transferência pró- xima ou generalização, caracterizada como um tipo de transferência de aprendizagem que ocorre de uma tarefa para outra, em situação muito semelhante (ex: produzir o mesmo movimento que aprendeu, mas sob um diferente conjunto de condições ambien- tais, como exercícios educativos, que depois são executados no jogo). E transferência para longe, definida como um tipo de transferênciaque ocorre de uma tarefa para outra tarefa ou em situação muito diferente (ex: smash do tênis e saque do voleibol). Fonte: adaptado de Schmidt; Wrisberg (2010). SAIBA MAIS 129 EDUCAÇÃO FÍSICA EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS Erros mais comuns durante a realização do exercício: • Lançar a bola de forma imprecisa (muito atrás, muito à frente ou para os lados). • Bater na bola com o braço flexionado. • Realizar a rotação do tronco lançando a bola muito para a esquerda (no caso dos destros). • Não ter potência muscular que faça com que a bola passe sobre a rede. Exercícios Educativos • Lançar a bola sem deixá-la cair sobre uma marca feita no solo; • lançar a bola de frente (e de lado) para uma parede, de modo que ela suba paralela a esta e na altura correta; Movimento contralateral O termo contralateral, a qual muito nos re- ferimos durante esta unidade, descreve uma atividade ou localização de um segmento posi- cionado no lado oposto de determinado pon- to de referência (HAMILL; KNUTZEN, 2012). Exemplo: se o aluno saca com a mão direita, qual perna deve estar posicionada à frente para que esse movimento seja contralateral? Acertou, caso você tenha respondido a per- na esquerda! Em resumo, quando temos a realização de um movimento em que a mão que realiza é a contrária da perna que vai a frente, temos um movimento contralateral. Fonte: adaptado de Hamill; Knutzen (2012). SAIBA MAIS • sacar a uma distância muito próxima à rede (ex: 2m), de modo que a bola só passe sobre ela, caso o aluno esteja com o braço estendido; • em duplas, sacar em direção ao companheiro, travando o pé atrás de alguma linha pré-de- terminada, impedindo que o tronco rotacione. Exercícios Formativos • Lançar medicine ball (ou bolas de basquete) de 1 ou 2 kg a distâncias máximas, realizando movimento semelhante ao saque; • realizar movimento do saque, tracionando uma corda elástica. AUTOMATIZAÇÃO • Alunos dispostos em três colunas posiciona- das na zona de defesa da quadra, sacar em direção aos alvos dispostos em colunas, de frente à sua respectiva. • A medida que forem acertando, tornar os alvos mais distantes (manter a distância en- tre o aluno e a rede para garantir que a bola passe sobre a rede - que é o julgamento de sucesso que os alunos fazem sobre seu mo- vimento). • Todos os exercícios sugeridos na automatiza- ção do saque por baixo podem ser utilizados com o saque por cima. APLICAÇÃO Podem ser repetidos os exercícios anteriormente passados no processo pedagógico do saque por bai- xo, substituindo pelo saque tipo tênis. VOLEIBOL 130 O bloqueio é o fundamento que gera um dos pontos mais gra- ciosos do voleibol, tendo, inclusive, um jingle muito conhe- cido no voleibol como “Paredão”. Requer uma estatura mí- nima que permita o alcance do bordo superior da rede com os braços estendidos e é realizado na tentativa de atrapalhar o ataque adversário. APRESENTAÇÃO O bloqueio é um movimento realizado acima do bordo superior da rede e objetiva impedir o ataque adversário. É considerado uma habilidade defensiva, que, no entanto, pode se tornar ofensiva quando envia a bola contra o solo do adversário. Bloqueio 131 EDUCAÇÃO FÍSICA Fase preparatória Nesta fase preparatória, é necessário ficar em pé, em posição de expectativa (alta), pés em afastamen- to lateral, aproximadamente aberto na largura dos ombros e com as pernas flexionadas. Os braços esta- rão semiflexionados com a palma das mãos voltadas para frente. bola com extensão dos punhos. Neste, a intenção é amortecer a bola para que os demais integrantes da equipe possam fazer a defesa. Queda Realizado o bloqueio, com uma retirada rápida dos bra- ços, ocorre a queda, que deve ser feita com equilíbrio, de forma amortecida e girando para o lado em que a bola se dirigiu, quando ela não for totalmente retida. Figura 8 - Bloqueio - Visão Frontal e Lateral Fonte: Unicesumar. Execução O salto pode ser precedido, ou não, de um desloca- mento. Ele deve ser realizado de frente para a rede, em que, por um rápido abaixar de quadris, o jogador salta em velocidade, estendendo-se para cima. Ape- sar da ação do salto ser maior nas pernas, os braços ajudam, com um movimento de alavanca, dirigin- do-se para cima do bordo superior da rede. No mo- mento do bloqueio, o corpo deverá estar totalmen- te contraído para suportar o forte impacto da bola, sem desequilibra-se. Nos bloqueios ofensivos, as mãos invadem o espaço aéreo do adversário e se posicionam aber- tas, estendidas e firmes, uma ao lado da outra. No bloqueio defensivo, as mãos não invadem o campo adversário e são colocadas junto à rede, na frente da SPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - BLOQUEIO COM DESLOCAMENTO VISTO DE FRENTE Link: https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - BLOQUEIO Link: https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - BLOQUEIO VISTO DE FRENTE Link: https://vimeo.com/214842851/467ffb6351 Classificação dos bloqueios Em relação à classificação dos bloqueios, eles podem ser ofensivos ou defensivos. Os bloqueios ofensivos são realizados com blo- queadores de grande capacidade de alcance, para que suas mãos possam invadir o espaço aéreo do adversário. O bloqueio é utilizado como resultado tático para proteger uma área da quadra que os de- fensores utilizam como referência para o posicio- namento de defesa, pois sabem que não precisam cobrir este espaço, porque bolas cortadas não caem, desde que bem realizado o bloqueio. https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842777/7c103161b5 https://vimeo.com/214842851/467ffb6351 https://vimeo.com/214842851/467ffb6351 https://vimeo.com/214842851/467ffb6351 https://vimeo.com/214842851/467ffb6351 https://vimeo.com/214842851/467ffb6351 https://vimeo.com/214842851/467ffb6351 https://vimeo.com/214842851/467ffb6351 https://vimeo.com/214842851/467ffb6351 VOLEIBOL 132 O bloqueio defensivo visa impedir que o ata- cante corte bolas junto à rede, protegendo uma área referencial. Sugere-se esse tipo de bloqueio para alunos com menores estaturas e com alcance mais baixo. Também, podemos classificar os bloqueios quanto ao número de participantes, em bloqueio simples (um jogador), duplo (dois jogadores) e triplo (três jogadores). Tempo de bloqueio Para haver um bloqueio efetivo, há necessidade da sincronização do tempo de bloqueio, em rela- ção ao cortador. O bloqueador deve antecipar ou retardar a subida, em virtude de levantamentos mais rápidos ou mais lentos feitos pelo levanta- dor adversário. SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA • De frente para uma parede, bem próximo a ela, o aluno deve flexionar os braços, posi- cionando as mãos na altura dos ombros, com as palmas paralelas à parede. Os pés devem estar em afastamento lateral na largura apro- ximada dos ombros. • Realizar o mesmo movimento anteriormente descrito, mas agora saltando e tentando bus- car uma altura máxima. • Idem ao movimento anterior, saltando, com desenhos de giz no chão, de modo que o alu- no tente cair dentro do círculo, do mesmo lugar que saltou. • De frente para rede, adotar a posição funda- mental correta. • Os alunos formam colunas e, frente a frente, um de cadalado da rede, saltam simultane- amente e tocam as palmas das mãos sobre a borda superior da rede. Figura 9 - Bloqueio Fonte: Unicesumar. Posição 1 Defensivo 3 Ofensivo 2 133 EDUCAÇÃO FÍSICA • Nesse mesmo posicionamento, passam uma bola sobre a rede para o companheiro. Enfatizar que o salto de ambos deve acon- tecer sincronizado, para que pegue a bola ainda no ar. • A partir da posição fundamental, realizar o movimento de bloqueio em função da bola que um companheiro esteja segurando do outro lado da rede. • Iniciar da posição 3, realizar deslocamento lateral para a posição (ponta ou saída) que vai ser feito o bloqueio, adotar a posição fundamental e realizar o movimento de blo- queio simples. • Igualmente ao item anterior, fazer o bloqueio de uma bola lançada por um companheiro. • Sem bola, o aluno, agora, fará bloqueio duplo (com um aluno já está na posição 2 e outro na 4). O aluno que está na posição 3, se desloca para compor o bloqueio duplo na posição 2, volta para a posição 3 e se desloca para reali- zar o bloqueio duplo na 4. • Igualmente ao idem anterior, fazendo blo- queio de bola lançada. • Para exercício avançado, ao invés de bola lançada, o bloqueio pode ser realizado com bola cortada. EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS Erros mais comuns durante a realização do exercício: • tocar na rede ao saltar, projetando o corpo para frente; • bater na bola, lançando os braços primeiro para trás e depois para frente; • unir ou afastar demais as mãos; • flexionar o tronco ao invés de flexionar os jo- elhos para saltar; • dificuldades quanto ao tempo de bola (saltar antes ou depois do ataque); • falta de potência de salto. Exercícios Educativos • Fazer um círculo com giz para que a queda seja realizada no mesmo lugar do salto; • um elástico deve ser esticado acima do bordo da rede (aproximadamente 30cm dela), po- dendo ser amarrado nas duas antenas; • os alunos devem fazer o bloqueio, passando as mãos entre a rede e o elástico; • o professor põe suas mãos como em um blo- queio defensivo, em seu próprio lado. Os alu- nos, em colunas, realizam o bloqueio ofensivo, encaixando suas mãos sobre as do professor; • ao flexionar as pernas para o salto, os alunos encostam o quadril em um banco posiciona- do atrás deles, sem perder o contato visual com a bola; • os alunos realizam dois (ou mais) bloqueios sucessivos, fazendo deslocamentos laterais de uma passada entre eles; • utilizar um elástico ou tecido costurado em círculo, com aproximadamente 30 a 40 cm de diâmetro, de modo que o aluno encaixe suas mãos nesse círculo e realize o bloqueio sus- tentando ele em suas mãos (com espaçamen- to suficiente das mãos para que este não caia). Figura 10 - Processo pedagógico do bloqueio simples Fonte: Bojikian, J.; Bojikian, L. (2012). VOLEIBOL 134 Exercícios Formativos • Os alunos devem saltar segurando uma me- dicine ball (ou uma bola de basquete) junto ao peito, invadir e colocá-la do outro lado da quadra, fazendo com que caia rente a rede, do lado adversário. • Exercícios que fortaleçam músculos das mãos, cintura escapular, abdômen e dorso são considerados formativos para o bloqueio. AUTOMATIZAÇÃO • Dispostos em três colunas, os alunos próxi- mos à rede receberão uma bola (de três alu- nos que estarão em frente à cada respectiva coluna), para que o aluno bloqueador com- plete o movimento com flexão de punhos, direcionando a bola contra o solo adversário. • Mesmo movimento do exercício anterior, mas o aluno que estava lançando, ataca a bola (direcionado ao bloqueio, sem saltar). • Idem ao exercício anterior, juntamente com o bloqueio duplo. • Igualmente ao anterior anterior, o atacante direciona a bola, em alguns momentos para paralela, em outros para a diagonal. • Três jogadores iniciam nas posições 4, 3 e 2. Dois atacantes estão posicionados na quadra adversária, nas posições 2 e 4 e um levan- tador na 3. O professor lança a bola para o levantador, que escolhe para qual posição le- vantar. Então, o jogador da posição 3 se des- loca para realizar o bloqueio de acordo com o levantamento. • Idem ao anterior, com o aluno que não está participando do bloqueio, se posicionar na diagonal menor para defesa. APLICAÇÃO Exercícios em forma de jogo: • Exercício com: saque, recepção (manchete), levantamento (toque), ataque (cortada) e bloqueio. Fazer em ambos lados da quadra (ataque pela posição 4 e pela posição 2); • idem ao exercício anterior, porém com blo- queio duplo; • idem ao anterior, porém o mesmo aluno que fizer a recepção “abre” para atacar; • idem ao anterior, porém com o aluno que fará o bloqueio duplo se deslocando da posi- ção 3 para a posição de bloqueio; • ficam posicionados na quadra dois passa- dores, um levantador e dois atacantes (que esperam fora da quadra, próximos à linha). Algum aluno saca, direcionado a um dos passadores, que fará a recepção para o levan- tador, que escolherá a qual atacante levantar. Os alunos farão o bloqueio com deslocamen- to, de acordo com o levantamento. Jogo adaptado: • Times de seis alunos, com o saque partindo apenas de um dos lados. A equipe que recebe o saque organiza o ataque e a outra organiza o bloqueio, dando continuidade ao jogo. Jogo: • Joga-se normalmente, agora, podendo execu- tar todos os fundamentos contidos no jogo, aplicando-se as regras oficiais. 135 EDUCAÇÃO FÍSICA VOLEIBOL 136 A defesa em pé é uma ação defensiva utili- zada no voleibol empregando a manche- te, porém esta se difere da manchete do passe. Esse fundamento é utilizado para parar o ataque adversário, impedindo, assim, que a bola toque o solo. Porém, entre os fundamentos é o que apresenta um maior número de recursos. Uma das principais características de um defen- sor é que o ele deve partir de uma posição de expec- tativa baixa, apoiado na ponta dos pés para facilitar um possível deslocamento. Para a execução deste fundamento, cabe ao professor estimular e criar me- Defesa em Pé canismos para o aluno compreender o fundamento e entender que para executa-lo ele deve partir sempre da posição de expectativa baixa. Outra característica importante para o aluno na execução desse fundamento é que ele deve procu- rar se posicionar de frente para o atacante, buscando estar com o pé mais próximo da linha lateral mais a frente. Quando houver contato com a bola, o jo- gador de defesa deve procurar amortecer a bola ou fazer com que ela vá o mais alto possível, de forma que outro componente da equipe possa dar prosse- guimento ao jogo. 137 EDUCAÇÃO FÍSICA POSIÇÃO DE EXPECTATIVA A posição de expectativa é a postura adotada pelo aluno que o permita agir prontamente, assim que a situação exigir, em condições ideais de velocidade e qualidade de movimento. Sua importância no con- texto do jogo de voleibol se justifica pela imprevisi- bilidade e rapidez das ações. Quanto mais rápida a resposta a uma situação de jogo, maior a possibili- dade de sucesso (BIZZOCCHI, 2004). APRESENTAÇÃO DA HABILIDADE Devemos salientar que no momento da defesa, os alunos devem ter a seguinte postura, partindo da Postura Fundamental de Expectativa Baixa: • As pernas devem estar semiflexionadas, o tronco ligeiramente flexionado em relação à bacia e os braços unidos confortavelmente à frente. • A bola deve estar acima dos joelhos e dentro de um triângulo formado por eles e pela pelve. • Em defesas de bola que vão ao lado do defen- sor, este deve movimentar a pelve e o ombro para o mesmo lado, ficando atrás da bola e tendo como base os joelhos. Figura 11 - Defesa em pé Fonte: UniCesumar. SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA Para a sequência pedagógica podem ser utilizados os mesmos exercícios propostos para manchete, po- rém, ao invés da posição de expectativa média, os alunos deverão estar em posição de expectativa bai- xa (como visto na Unidade 3). EXERCÍCIOS EDUCATIVOS FORMATIVOS Erros mais comuns que ocorrem durante os exercícios: • Ficar na posição de expectativaaspecto cognitivo, Jean Pia- get reconhece, em sua teoria, o importante papel do movimento para o desenvolvimento cogni- tivo, principalmente, durante os primeiros anos de vida. O domínio afetivo está direcionado aos sentimentos e emoções dos indivíduos sobre si mesmo e em relação aos outros, por meio do mo- vimento. Esses sentimentos podem ser quanto à segurança nos movimentos (confiança do indi- víduo na realização das tarefas); a competência percebida (percepção do sujeito em seu potencial de sucesso) e em relação ao autoconceito (consi- derada a avaliação do sujeito quanto ao seu valor) (GALLAHUE et al., 2013). No âmbito social, o esporte, como função pedagógica que lhe cabe, ressalta a disciplina, o respeito à hierarquia e às regras do jogo, além da solidariedade e espírito de equipe, inerentes ao convívio coletivo, e são fatores que contribuem para o desenvolvimento humano. O esporte, nes- se aspecto, pode ser instrumento de resgate social e aliado na luta contra violência, por exemplo, como fez a Itália - quando organizou um progra- ma de recuperação de jovens usuários de drogas, por meio do esporte - e os Estados Unidos - que criou, em Nova Iorque, as ligas da meia-noite e contribuiu para a diminuição do índice de crimi- nalidade na cidade (SANTOS et al., 1997; WHEE- LOCK, HARTMANN, 2007). 15 EDUCAÇÃO FÍSICA COMPETIÇÃO O esporte de rendimento pode ser caracterizado como profissional e não profissional, em que o pri- meiro tem como principal característica remunera- ção ou formas contratuais pertinentes. O não profis- sional difere-se em esporte semiprofissional, expresso pela existência de incentivos materiais que, no entan- to, não têm vínculo empregatício remunerado; e o es- porte amador, que não apresenta existência de remu- neração ou incentivo material (SANTOS et al., 1997). Sob esse aspecto do alto rendimento, o esporte atinge sua expressão máxima da atividade física e há uma busca pela excelência da execução técnica e constante superação da performance, pelos profis- sionais aqui inseridos (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L, 2012). Esses profissionais buscam constante atuali- zação profissional, visto que o mercado passa por constantes inovações em busca de novos métodos que visem o maior rendimento de seus atletas. O objetivo no aspecto competitivo é buscar o máxi- mo rendimento do indivíduo, o gesto milimetricamen- te realizado, a definição e escolha da técnica adequada para obtenção do sucesso, bem como a tomada de deci- são assertiva, aliada ao feedback, para, assim, culminar em bom resultado. Prioriza-se a padronização, sincro- nização e maximização, por meio de exaustivas repe- tições que buscam a perfeição e a superação de limites (GAYA, 2006). É pressuposto o critério de qualidade e aceita-se a meritocracia em busca de uma vaga no time, na competição e, claro, no lugar mais alto no pódio. Você, com formação em licenciatura, atuará em quais áreas supracitadas? Pense em um possível campo de atuação, analisando a reali- dade da sua cidade, para cada área apontada: Saúde e Lazer; Educação e Competição. Como seriam as atividades referentes a cada uma dessas áreas? REFLITA VOLEIBOL 16 U m dos grandes jargões da Educação Físi- ca é que “a criança não é um adulto em miniatura”. Ela apresenta características biológicas e psicológicas diferente dos adultos, e por isso, a experiência de prática para essa faixa etária não deve ser similar a dos adultos. Dessa forma, tem sido proposto que a criança deve praticar diversas modalidades esportivas e recreativas até os 10 anos de idade. Dos 10 aos 13/14 anos é o mo- mento de escolha por uma modalidade específica, porém, evita-se treinamentos unilaterais e especiali- zação em determinada função tática (SILVA, 2012). Qual é a Idade Ideal para Aprender o Voleibol? Essa primeira fase do aprendizado, que ocorre dos 6 aos 10 anos (contemplada no Ensino Fun- damental I da grade escolar, que compreende do 1º ao 5º ano), consiste em ampliar a base motora da criança, dando-lhe variadas possibilidades de movimento e desenvolvimento de suas capacida- des coordenativas. Para isso, recomenda-se que, nessa fase, sejam trabalhadas as habilidades mo- toras fundamentais, tais como correr, saltar, pu- lar, arremessar etc., que servirão de base para os esportes que futuramente a criança venha praticar (GALLAHUE et al., 2013). 17 EDUCAÇÃO FÍSICA Para tanto, além da Educação Física escolar-se nessa fase os pais optarem por atividades em con- traturno escolar - seria mais indicada uma escoli- nha de esportes, do que uma escolinha específica de voleibol para essa faixa etária. Isso porque, em média, as meninas deveriam entrar em contato es- pecificamente com voleibol, no período de 11 a 13 anos e 12 a 14 anos para os meninos (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L., 2012). Mas, porque essa idade? Porque, de acordo com o que veremos a seguir, é, em média, nessa idade que ocorre a maturação sexual, considerada a principal variável para determinação de quando os pratican- tes passarão a receber treinamento voltado à espe- cialização, em detrimento dos treinamentos de base infantil (SILVA, 2012), que visam principalmente, a ampliação da base motora por meio da prática es- portiva global. ASPECTOS FÍSICOS E MATURACIONAIS A criança é biologicamente distinta do adulto, até a ocorrência da sua maturação sexual, basicamente porque não há produção de hormônios sexuais pelas glândulas. O padrão psicológico também se difere, de modo que a imposição de cargas de treinamento e competição nos moldes adultos para as crianças serão infrutíferos e prejudiciais. Isso porque o or- ganismo infantil não tem, ainda, maturidade para adaptação às cargas de treinamento e isso pode gerar danos psicobiológicos futuros (SILVA, 2012). A maturação biológica é o marco da evolução do organismo infantil para o organismo adulto, como citado anteriormente. Esta é determinada pela maturação sexual, em que as meninas passam pela menarca e os meninos iniciam a produção de espermatozóides. Sendo assim, até a maturação se- xual, basicamente, as diferenças biológicas entre meninos e meninas são inexistentes. É a produção hormonal (testosterona para os meninos e proges- terona e estradiol para as meninas) que promove as diferenças físicas e comportamentais, encontradas nas fases posteriores. A partir desse momento, o adolescente poderia ser entendido como um adul- to, em termos biológicos e em relação às cargas de treinamento (SILVA, 2012). Entretanto, a maturação não ocorre instanta- neamente, a partir dos primeiros sinais do avanço qualitativo da composição bioquímica das células, órgãos e sistemas (HAYWOOD; GETCHELL, 2010; SILVA, 2012). São necessários meses e anos para a consolidação da maturidade óssea, alcance do po- tencial máximo anabólico, por meio da testosterona e amadurecimento das enzimas envolvidas nas ativi- dades anaeróbicas que, até a maturação, são pouco pertinentes (SILVA, 2012). Sabendo disso, qual é a idade ideal para se- pararmos meninos e meninas nas atividades propostas nas aulas de Educação Física? Qual é o motivo para fazermos isso? REFLITA Até a idade maturacional, que compreende o perío- do do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, com idade de 6 aos 10 anos, praticamente não existem diferenças relacionadas às capacidades motoras entre os sexos. Porém, a partir do 6º ano, que corresponde, aproxima- damente, dos 11 aos 12 anos, as meninas começam a passar pela menarca e, assim, atingem sua maturação sexual. A partir dessa fase, diferenças quanto à força, resistência, capacidade cardiorrespiratória, entre ou- VOLEIBOL 18 tras, são observadas entre os sexos, motivo este que justifica a separação da turma em grupos de meninas e meninos para a realização de atividades que exigem essas determinadas valências físicas (SILVA, 2012). Entretanto, duas crianças da mesma idade podem diferir quanto ao status maturacional, de modo que uma amadurece mais cedo doalta; • deixar a manchete próxima ao corpo; • não colocar o corpo atrás da bola; • movimentar o braço sem deslocar o quadril e o ombro simultaneamente; • ficar com os pés paralelos; • deixar o pé, à frente, contrário ao da sua lateral; • ficar atrás do bloqueio da sua equipe. Exercícios Educativos • Fazer as crianças andarem meia quadra aga- chadas segurando o tornozelo. • Colocar a criança sentada em um banco bai- xo com um pé ligeiramente à frente do outro e lançar bolas em sua direção. • De dois em dois, um aluno segura a bola e o seu parceiro, em posição de expectativa bai- xa, desloca-se à frente, faz a defesa e retorna à posição anterior. • Dois a dois, uma criança entre dois arcos co- locados no chão, um do seu lado direito e ou- tro do lado esquerdo, o parceiro executa se- quência de ataque para o lado direito e depois para o lado esquerdo. O defensor desloca-se com apenas uma das pernas para dentro de um arco, levando perna, pelve e ombro em direção à bola, depois para o outro lado, fa- zendo o mesmo trabalho. VOLEIBOL 138 • O professor coloca os alunos em uma fila e marca a posição inicial em que os alunos devem chegar em posição de expectativa; os mesmo devem entrar e executar a defesa da bola em direção ao professor e ir para o final da fila. • Ataque e defesa dois a dois: um ataca, en- quanto o parceiro defende a bola para o companheiro que efetuou o ataque, que le- vanta em direção ao defensor, o qual ataca novamente em direção ao levantador e as- sim consecutivamente. • O professor, posicionado sobre uma mesa, efetua ataque em direção aos alunos que de- vem colocar a bola para o alto na direção do levantador. Exercícios Formativos • Os alunos seguram uma medicine ball com os braços estendidos, e em posição de expec- tativa baixa devem ficar em isometria por 20 segundos. • Partindo da posição anterior, ainda com a bola de medicine ball, o aluno deve, em posi- ção de expectativa, caminhar com o coman- do do professor, ora para a direita, ora para a esquerda. APLICAÇÃO Exercícios em forma de jogo: • Enquanto o professor está sobre uma mesa no centro da quadra, os alunos entram de dois a dois, o professor ataca em um e o aluno que não recebeu o ataque levanta para o parceiro. • Três colunas, sendo que o professor pode fa- zer ataque nas colunas das extremidades; o aluno do centro levanta a bola para um dos defensores. • Ao serem formadas três colunas, conforme o mesmo sistema anterior, o levantador agora tem que executar o levantamento para o atle- ta que não efetuou a defesa. Jogo adaptado: • São formados times com 4 alunos, sendo 3 no fundo da quadra e um na rede como le- vantador, o professor, do outro lado da qua- dra, “ataca” os alunos do fundo da quadra, os quais têm que defender em direção ao levan- tador, o qual tem a função de efetuar o levan- tamento para os atacantes de sua equipe. Jogo: • Dois time compostos por 4 alunos no mes- mo sistema do jogo adaptado, porém com a quadra reduzida (quadra poderá ser marcada com um giz, faixa ou cones). No jogo, os atle- tas jogam de forma livre, executando todos os fundamentos. 139 EDUCAÇÃO FÍSICA VOLEIBOL 140 A s defesas tornam o voleibol mais emocionante, deixando os rallys mais longos e disputados. Os rolamentos são recursos utilizados pelos jogadores quando fazem defesas de longas distâncias, como forma, até mesmo, de proteção às quedas. APRESENTAÇÃO O rolamento é uma ação defensiva utilizada quando a bola está fora do alcance da manchete, na qual o aluno cobre a distância razoável em um curto espaço de tempo. São características do rolamento: • o aluno deve estar na posição de expectativa baixa; • deve realizar um “afundo” lateral; • defender a bola com uma das mãos ou com a manchete; • tocar a parte lateral do tronco ou quadris; • rolar sobre o tronco e voltar à posição inicial. Rolamentos 141 EDUCAÇÃO FÍSICA Figura 12 - Rolamento Fonte: UniCesumar. Posição 1 Posição 3 Posição 5 Posição 7 Posição 2 Posição 4 Posição 6 Posição 8 VOLEIBOL 142 SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA • Em um colchonete, solicitar aos alunos que coloquem o queixo próximo ao peito. • Para a execução do rolamento frontal, os alu- nos serão motivados a praticá-los, primeira- mente, de uma superfície mais alta para outra mais baixa, como em um degrau. • Na sequência, realiza-lo em uma rampa in- clinada. • Na última fase, realizar no solo, sem o apoio de nenhum aparato (Figura 13). • Colocar o aluno de joelhos, em frente ao col- chonete. O indivíduo deve estender o braço direito no prolongamento do corpo, encos- tando o braço direito e mantendo o braço es- querdo na lateral do corpo. • Agora, na posição de expectativa baixa, reali- zar o movimento anterior ainda sobre o col- chonete, projetando-se para a frente. • Realizar o mesmo movimento anterior com o braço direito estendido, braço esquerdo jun- to ao corpo, projetando quadril e pernas por cima do ombro esquerdo, assim, completan- do o rolamento. • Realizar a sequência anterior, mas com um alu- no segurando a bola próxima ao chão para o aluno que estiver realizando o rolamento bata na bola por baixo, fazendo com que ela suba. • Executar o rolamento ainda sobre o colchão com o professor lançando bolas. • Repetir toda a sequência anterior sem o colchão. EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS Erros mais comuns durante a realização dos exercícios: • dar pouca impulsão com os membros in- feriores; • abrir o ângulo tronco/membros inferiores demasiadamente cedo; • flexionar o braço que rebate a bola; • rolar sobre o ombro contrário; • apoiar as mãos contrárias no solo. Exercícios Educativos • Executar o rolamento sobre o colchonete; no instante da queda, o professor lança a bola para o aluno golpear; • executar o mesmo exercício, porém peça ao aluno para deixar a cabeça sobre o braço que pega a bola e olhe em direção a sua mão.Figura 13 - Sequência pedagógica - Rolamento Fonte: UniCesumar. Sequência 2 Sequência 1 Sequência 3 143 EDUCAÇÃO FÍSICA Exercícios Formativos • Exercícios de flexibilidade geral e agilidade. AUTOMATIZAÇÃO • Executar rolamentos sem bola para a sua di- reita e esquerda; • atravessar a quadra de jogo realizando rola- mentos para a direita e para a esquerda; • professor lançando bola para uma coluna de alunos primeiro para a direita e depois para a esquerda. APLICAÇÃO Exercícios em forma de jogo: • o professor, do outro lado da rede, lança a bola para o atleta recuperar e o levantador tem que distribuir para os atacantes; • o professor faz duas bolas: primeiro de um ataque na posição, na sequência lança uma bola para executar a defesa com rolamento, o atleta defende em direção ao levantador, que executa o levantamento para os atacantes. Jogo adaptado: • O professor começa os ralis lançando bolas para os atletas recuperarem em rolamentos, alguns momentos para a direita, em outros para a esquerda, com os demais alunos par- ticipando do jogo, a partir da defesa segue o contra-ataque para a sua equipe. ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - ROLAMENTOS Link: https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 https://vimeo.com/214842990/f081bb4bc3 VOLEIBOL 144 O mergulho faz parte dos recursos defensivos que são utiliza- dos pelos jogadores de alto nível em defesas de distâncias mais longas que não permitem a defesa em pé. Não será vi- venciada no contexto escolar pelos motivos já explicitados. Ainda assim, o conhecimento acerca dessa temática se faz importante para que o acadêmico de Licenciatura tenha o conhecimentoaprofun- dado sobre a modalidade. Mergulho 145 EDUCAÇÃO FÍSICA Posição 1 Posição 3 Posição 5 Posição 7 Posição 2 Posição 4 Posição 6 Posição 8 Figura 14 - Mergulho Fonte: Unicesumar. VOLEIBOL 146 APRESENTAÇÃO O mergulho é mais uma técnica defensiva do volei- bol, porém realizada por atletas de um nível mais alto. Essa técnica é utilizada para defender bolas cujo o ângulo de trajetória, muito rasante, só permi- te ao atleta defender mergulhando em sua direção. Para sua execução deve ser levado em consi- deração: • Após um deslocamento, o jogador deve se apoiar sobre uma perna semiflexionada e “mergulhar” em direção à bola. Ela pode ser recuperada com as costas da mão fechada, por meio de uma flexão dos braços e com o contato progressivo do peito e do peso do corpo no solo, o atleta realiza uma remada, ou seja, puxada das mãos para trás, para que o corpo deslize no solo (BOJIKIAN, L.; BO- JIKIAN, J., 2012). • Para evitar acidentes, antes de amortecer a queda, logo após tocar a bola, o atleta deve flexionar os joelhos e elevar o queixo, para que eles não se choquem contra o solo (BO- JIKIAN, L.; BOJIKIAN, J., 2012). Quanto ao “peixinho”, essa é uma técnica que segue os mesmos princípios do mergulho, no entanto é uti- lizada mais pelas mulheres, pois somente o ângulo de queda é menos acentuado e, assim, o deslize do corpo no solo faz-se sobre o abdômem e não sobre os seios. SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA • O aluno deve partir da posição ajoelhado com quatro apoios, colocando as mãos no solo com os braços estendidos, deve descer e subir várias vezes. • Repetir o movimento anterior, mas agora os braços deverão ser flexionados até o peito to- car o solo e fazer um pequeno deslizamento, repetir várias vezes esse movimento. • Repetir o movimento anterior, porém, quan- do o corpo estiver sendo projetado à fren- te, haverá uma simulação de um golpe para apanhar a bola, com as costas da mão e com o braço estendido, antes do contato da mão com o solo. • Repetir o movimento anterior, porém, após pegar a bola com as costas da mão, puxe os braços para trás logo após o contato das mãos com o solo, apoie-se sobre o peito e deslize, repetir várias vezes esse movimento. • Agachado, levar a perna direita à frente, apoi- á-la e projetar o corpo para frente. Amortecer a queda com os braços, lentamente. • Faça o mesmo movimento anteriormente apresentado, mas agora com a perna esquerda. • Sentado, levantar (quadril baixo) com a per- na direita, apoiá-la e projetar o corpo para frente. Amortecer a queda com os braços, lentamente. Depois, faça o mesmo com a per- na esquerda. • Realizar as mesmas ações apresentadas ante- riormente, iniciando a movimentação deita- do em decúbito ventral. • Repetir a sequência de exercícios, dando um pequeno salto e mergulho. ESPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - MERGULHO Link: https://vimeo.com/214843081/00a9f00cad 147 EDUCAÇÃO FÍSICA • Repetir a sequência de exercícios, dando uma passada e o mergulho. Novamente realizar o mesmo movimento com duas passadas e mais o mergulho. • Repetir a sequência de exercícios, correndo e dando o mergulho. • Aluno na linha final da quadra. Uma passada, levanta com as mãos uma bola colocada no chão (como se estivesse cavando) e mergulha (fazer foto). • Idem, com duas passadas. • Idem, com corrida. • Jogador na linha final da quadra. Uma pas- sada, mergulha e levanta (cava) a bola (fazer foto ou desenhos). • Idem, com duas passadas. • Idem, com corrida. • Professor no chão lançando bolas para os jo- gadores, que partem das posições de defesa. • Idem, com o treinador do lado oposto da quadra. EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS A seguir são apresentados os erros mais comuns du- rante a realização dos exercícios. • Não elevar o queixo no momento do contato do corpo com o solo, causando impacto no queixo e, consequentemente, ocasionando lesão. • Não estender o tronco. • Não realizar a puxada de braços após o amor- tecimento, podendo acarretar lesão no pulso. • Não flexionar os joelhos causando impacto na rótula quando ocorre a queda. • Não amortecer a queda com os braços. Exercícios Educativos • Realizar os exercícios da sequência pedagógi- ca sempre lembrando do comando, o qual diz que os alunos devem olhar para o teto. • Na posição de decúbito ventral com as pernas semiflexionadas, efetuar puxadas do corpo com as mãos, realizando, assim, o desliza- mento e projetando o corpo a frente. Exercícios Formativos • Alunos de 2x2 realizam “carrinho de mão”, ou seja, um segura as pernas do companheiro que vai até a metade da quadra de voleibol por meio do apoio de mão. • Mantendo em dupla, o parceiro segura as pernas do companheiro na altura do joelho e o mesmo realiza flexão dos braços. AUTOMATIZAÇÃO • Executar várias vezes o mergulho sem a bola. • Professor lança uma bola para o alto e o alu- no deixa ela quicar uma vez no solo. Depois do quique, o aluno executa o mergulho para recuperar a bola. Professor lança várias bolas para a recuperação do aluno. • Professor, do outro lado da quadra, próximo à rede, lança bolas para a recuperação. Situações de Jogo em que são utilizados: • Bolas “largadas”. • Bolas atacadas a meia força. • Bolas ricocheteadas no bloqueio, que se diri- gem para fora da quadra. • Bolas tocadas na 1ª ação por outro defensor. VOLEIBOL 148 APLICAÇÃO Nessa fase, realize os mesmos exercícios do rola- mento, somente utilizando o mergulho para iniciar as atividades. Face ao que foi exposto, você tem conhecimento sobre os processos pedagógicos de todos os funda- mentos do voleibol, o que te dá a possibilidade de trabalhar com a modalidade, em qualquer contexto esportivo em que esteja inserido: educação física es- colar, escolinha esportiva e escolinha esportiva vol- tada ao alto rendimento. Para realizar os recursos de mergulho e rola- mento, a segurança é fundamental. Por isso, sempre verifique o ambiente de realização dos exercícios, a vestimenta e as orientações passadas aos alunos. REFLITA 149 considerações finais Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma unidade, na qual vimos o pro- cesso de ensino dos fundamentos da modalidade de voleibol intitulados “avança- dos”. Entendemos que os fundamentos apresentados nesta unidade tornam pos- sível a realização do jogo em nível técnico superior ao contemplado na Educação Física Escolar. Ainda que os fundamentos Saque por cima e Bloqueio pareçam muito co- muns e usuais à prática do voleibol, foram contemplados, nesta unidade, justi- ficados pelos motivos já explicitados anteriormente. Basicamente, o tempo de prática destinado ao voleibol escolar é insuficiente para que se contemple ambos os fundamentos na prática pedagógica da Educação Física. Entretanto, em qual- quer âmbito da prática esportiva fora do contexto escolar, seja visando saúde ou lazer, especificamente esses dois fundamentos devem ser vivenciados por seus praticantes. Os fundamentos avançados exigem dos professores e alunos um certo grau de amadurecimento dos fundamentos básicos e de experiência com a modalidade. Isso porque há maior complexidade de execução e risco de lesões, caso não se- jam realizados corretamente. Além disso, há necessidade de boa estrutura física e material, como condições adequadas da quadra de voleibol da escola e aparatos, como joelheiras, respectivamente, que possibilitem quedas com maior segurança aos aprendizes. Certamente, a partir do conhecimento aqui exposto, assegura-se que o em- prego dessas habilidades ao ensinamento da modalidade voleibol, trará aos alu- nos maior motivação e os conduzirá ao melhor nível de jogo, estimulando as crianças à prática esportiva, além daquela oferecida pela Educação Física Escolar. A inserção dos fundamentos saque por cima, bloqueio e defesas em pé e com uti- lização dos recursos rolamentos e mergulhos, tornam a modalidade mais atrativa aos praticantes que, muitas vezes, acompanham o voleibol de alto nível e queremreproduzir os movimentos vistos nos jogos. 150 LEITURA COMPLEMENTAR Na prática docente, o maior desafio é propor ativida- des que englobem todos os alunos com suas diferenças maturacionais, biológicas, afetivas e emocionais. Nesse sentido, alunos deficientes constantemente são excluí- dos desse processo. O que você, aluno, fará em sua prá- tica pedagógica para atender a esses alunos? A seguir, é apresentado um texto retirado dos Parâmetros Curricu- lares Nacionais, em que essa temática é abordada. Boa leitura! Alunos com deficiências físicas Por desconhecimento, receio ou mesmo preconceito, a maioria dos alunos com deficiências físicas foram (e são) excluídos das aulas de Educação Física. A participação nessa aula pode trazer muitos benefícios a essas crian- ças, particularmente em relação ao desenvolvimento das capacidades afetivas, de integração e inserção social. É fundamental, entretanto, que alguns cuidados sejam tomados. Em primeiro lugar, deve-se analisar o tipo de necessidade especial que esse aluno tem, pois existem diferentes tipos e graus de limitações, que requerem procedimentos específicos. Para que esses alunos pos- sam frequentar as aulas de Educação Física é necessário que haja orientação médica e, em alguns casos, a super- visão de um especialista em Fisioterapia, um Neurolo- gista, Psicomotricista ou Psicólogo, pois as restrições de movimentos, posturas e esforço podem implicar riscos graves. Garantidas as condições de segurança, o professor pode fazer adaptações, criar situações de modo a possibilitar a participação dos alunos com necessidades especiais. Uma criança na cadeira de rodas pode participar de uma corrida se for empurrada por outra e, mesmo que não desenvolva os músculos ou aumente a capacidade car- diovascular, estará sentindo as emoções de uma corrida. Num jogo de futebol, a criança que não deve fazer muito esforço físico pode ficar um tempo no gol, fazer papel de técnico, de árbitro ou mesmo torcer. A aula não precisa se estruturar em função desses alunos, mas o professor pode ser flexível, fazendo as adequações necessárias. Outro ponto importante é em relação às situações de vergonha e exposição nas aulas de Educação Física. A maioria das pessoas portadoras de deficiências tem tra- ços fisionômicos, alterações morfológicas ou problemas de coordenação que as destacam das demais. A atitu- de dos alunos diante dessas diferenças é algo que se constrói por meio da convivência e dependerá muito da atitude que o professor adotar. É possível integrar essa criança ao grupo, respeitando suas limitações, e, ao mes- mo tempo, dar oportunidade para que desenvolva suas potencialidades. A aula de Educação Física pode favorecer a construção de uma atitude digna e de respeito próprio por parte do deficiente e a convivência com ele pode possibilitar a construção de atitudes de solidariedade, de respeito, de aceitação, sem preconceitos. Fonte: Brasil, PCN (1997). 151 atividades de estudo 1. Ao estudarmos o saque tipo tênis (saque por cima), verificamos a existên- cia de duas formas como este saque pode ser apresentado. Sendo assim, responda quais são elas e descreva os respectivos movimentos. 2. Nesta unidade, aprendemos que o bloqueio caracteriza-se como uma ação defensiva que objetiva impedir o ataque adversário. Sobre o bloqueio e suas características, assinale a alternativa correta. a. Nos bloqueios defensivos, as mãos invadem o espaço aéreo do adversário e se posicionam abertas, estendidas e firmes, uma ao lado da outra. b. Nos bloqueios ofensivos, as mãos não invadem o campo adversário e são colocadas junto à rede, na frente da bola com extensão dos punhos e tem o objetivo de amortecer a bola para facilitar a defesa da equipe. c. Para um bloqueio efetivo, o bloqueador deve sempre antecipar a subida em relação ao atacante. d. Tocar na rede ao saltar, projetando o corpo para a frente e, para saltar, e flexionar o tronco ao invés dos joelhos são erros comuns aos iniciantes. e. Para ter maior alcance em altura, recomenda-se que os atletas saltem e projetem apenas um dos braço para cima. 3. A defesa em pé é uma das ações defensivas em que se utiliza a manchete. Entretanto, esse tipo de defesa apresenta algumas características diferen- ciadas comparada à manchete convencional (que aprendemos na unidade anterior). Em relação à defesa em pé, é correto o que se afirma em: I. A postura fundamental para esse tipo de defesa é a posição de expectativa baixa. II. Ficar na posição de expectativa alta e não colocar o corpo atrás da bola são erros comuns aos principiantes. III. O fundamento defesa em pé deve ser ensinado como se fosse um funda- mento novo para o aluno, pois este não possibilita que haja transferência de aprendizagem de nenhum fundamento. IV. Defesa em pé é realizada na recepção de saques muito fortes, como os saques viagens. Assinale a alternativa correta. a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c. Apenas a afirmativa I está correta. d. Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. e. As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. 152 atividades de estudo 4. No decorrer desta unidade, aprendemos sobre a importância da realiza- ção correta e segura do rolamento para o voleibol. As defesas feitas com rolamentos tornam o jogo mais emocionante. Sobre esse fundamento, responda (V) para Verdadeiro e (F) para Falso. ( ) O rolamento é uma ação defensiva, utilizada após a recepção de um saque. ( ) Para realização do fundamento, o aluno deve estar na posição de expectativa média. ( ) É utilizado quando a bola está fora do alcance da manchete. ( ) É necessário impulso com os membros inferiores para realização do rolamento. ( ) O praticante pode defender a bola com uma das mãos ou com a manchete antes de realizar o rolamento. 5. Um dos recursos do Voleibol é o mergulho que, em geral, é utilizado por jogadores de alto nível para realizar algumas defesas. Em relação a esse fundamento, analise as afirmativas a seguir e, em seguida, assinale a alternativa correta. I. O mergulho pode ser utilizado, também, como um fundamento ofensivo. II. O atleta projeta seu corpo para frente, com as pernas unidas ao peito. III. Para evitar acidentes, o atleta deve flexionar os joelhos e elevar o queixo, para que eles não se choquem contra o solo. IV. Não flexionar os joelhos causando impacto na rótula quando ocorre a queda e não amortecer a queda com os braços são dois erros comuns à execução. V. A brincadeira infantil “carrinho de mão” pode ser utilizada como um exer- cício formativo no processo pedagógico de ensino. a. Apenas as afirmativas I, ll e lV estão corretas. b. Apenas as afirmativas l, ll e lll estão corretas. c. Apenas as afirmativas Il, lll e V estão corretas. d. Apenas as afirmativas lll, IV e V estão corretas. e. As afirmativas I, II, III, IV e V estão corretas. 153 EDUCAÇÃO FÍSICA Voleibol: do aprender ao especializar Afonso Antonio Machado Editora: Guanabara Koogan Ano: 2006. Sinopse: o voleibol brasileiro é carente de bibliografia específica e qualificada. Essa obra deixa evidente a preocupação do autor com o relacionamento entre: o treinador e o atleta, e professor e aluno. Também, preocupa-se com a importância da simpli- cidade e da precisão das informações transmitidas aos alunos. A seguir, por meio do vídeo, são mostrados exercícios pedagógicos que ensinam o mergulho e o rolamento do voleibol de uma forma simplificada e que possibilita o ensino desses fun- damentos na escola. Tais atividades possivelmente não serão realizadas durante as aulas de Educação Física Escolar, mas podem ser executadas em atividades de contraturno. Para conferir os exercícios pedagógicos, acesse o site disponível em: . Desafiando os gigantes Ano: 2006 Sinopse: em seis anos como técnico de futebol americano de uma escola,Grant Taylor nunca conseguiu levar seu time Shiloh Eagles a uma temporada vitoriosa. E ao ter que enfrentar crises profissionais e pessoais aparentemente insuperáveis, a ideia de desistir nunca lhe pareceu tão atraente. É apenas depois que um visitante inesperado o desafia a acreditar no poder da fé que ele descobre a força da perseverança para vencer. Comentário: dificuldades profissionais, todos nós enfrentamos diariamente. A Educação Físi- ca Escolar é cheia de desafios, pois estamos trabalhando todos os dias com a educação de mi- lhares de jovens, aliado às condições estruturais, que, na maioria das vezes, não são as mais adequadas. Por isso, quando as dificuldades lhe parecerem invencível, lembre-se deste filme. 154 referências BIZZOCCHI, C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. São Paulo: Manole, 2004. BOJIKIAN, J. C.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando Voleibol. 5. ed. São Paulo: Phorte Editora, 2012. CAMPOS, L. A. S. Voleibol “da” Escola. São Paulo: Fontoura, 2006. SUVOROV, Y. P.; GRISHIN, O. N. Voleibol: iniciação. 5. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. LERBACH, A. M.; VIANNA JUNIOR, N. S. Apostila do Curso de Voleibol - Ní- vel I. Federação Mineira de Voleibol/SENAC, Belo Horizonte, 2006. 67 p. SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada no problema. 4. ed. Porto Alegre: Art- med, 2010. HAMILL, J.; KNUTZEN, K. Bases biomecânicas do movimento humano. São Paulo: Manole, 2012. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: Ministério da Educação, v. III, 1997. 155 gabarito 1. Saque com rotação Tem esse nome pela rotação que é imprimida à bola, por meio da flexão de punho que é realizada no instante do golpe. É utilizado tanto para realizar saques dirigidos, como em saques fortes, de acordo com a velocidade que o jogador imprime à bola. O jogador estará com as pernas em posição ântero-posterior e ombros paralelos à rede, em posição equilibrada. A bola será segura com uma ou duas mãos, com os braços estendidos a frente do corpo. A bola é lançada com uma das mãos, acima da cabeça (aproximadamente 1,5 m). Os braços são lançados para cima, o que braço batedor, passar acima da linha do ombro, em sua máxima amplitude escapuloumeral. O outro braço (braço que lançou a bola para cima) encerrará seu movimento para o alto, um pouco acima da linha do ombro, estendido à frente do corpo. Quando a bola atingir seu pico de altura, o tronco fará uma hiperextensão. No momento em que a bola descer a uma altura apropriada, será golpeada com o braço dominante, bem estendido, seguida de uma flexão do tronco. A mão iniciará o contato com a bola, enquanto faz a flexão de punho. Depois da batida, há uma transferência de peso do corpo para a perna da frente, o que faz com que, naturalmente, a perna de trás seja lançada para frente, permitindo ao jogador estar em movimento e retomar seu lugar na quadra. O braço termina paralelo ao corpo, em posição natural. Saque flutuante Essa técnica de saque possui esse nome porque a bola percorre sua trajetória sem rotação, devido ao tipo de batida que não flexiona o punho. Esse tipo de golpe faz com que a bola execute uma trajetória flutuante e irregular. Este saque é de prefe- rência entre os jogadores iniciantes, pela facilidade de execução. O arremesso deverá ser realizado com uma mão, apesar de no início do movimento a bola ser segura com as duas mãos. A bola é lançada para cima um pouco acima da linha do tronco, a uma altura igual ao alcance do braço de ataque do executante. Ao lançar a bola, o braço de ataque, estendido, é lançado para cima do ombro, até a sua máxima amplitude, com a palma da mão voltada para a bola. No momento em que atingir seu ponto mais alto, a bola deverá ser golpeada pelo braço de ataque, com a mão firme, realizando uma hiperextensão de punho. O braço que lançou a bola dá equilíbrio ao movimento e quando ocorre a batida, o cotovelo e o punho travam-se, evitando o movimento que proporciona a rotação na bola. O braço de ataque é lançado em direção à rede, em extensão máxima, terminando seu movimento quase paralelo ao solo. O peso do corpo é transferido para a perna da frente. 2. D. 3. A. 4. F, F, V, V, V. 5. D. Professora Me. Suelen Vicente Vieira Professor Esp. Robson Florentino Xavier Professora Me. Nayara Malheiros Caruzzo Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Minivoleibol • Sistema de Jogo 6x0 Objetivos de Aprendizagem • Conhecer a aplicabilidade do Minivoleibol. • Entender o rodízio 6x0 como progressão ao jogo formal. APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL V unidade INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), chegamos à última unidade do nosso livro, na qual falaremos sobre o voleibol visto sob um aspecto tático. Nas unidades anteriores, sugerimos processos pedagógicos dos fundamentos em uma perspectiva técnica, por motivos já antes explícitos. Entretanto, você pode estar se perguntando: “o voleibol só deve ser trabalhado com enfoque téc- nico por meio do jogo formal? Ou deve ser ensinado nas idades anterio- res?”. Estas são questões legítimas, visto o conteúdo até aqui apresentado. Desse modo, essa unidade apresentará o voleibol com um olhar tá- tico sobre o jogo, sem enfocar os gestuais técnicos como ponto de parti- da. Isso porque, aqui, o voleibol será inserido nas séries iniciais (Ensino Fundamental l - 1º ao 5º ano), que contempla as crianças com idade de 6 a 10. Sabemos que, nessa fase, há o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, as quais, porém, não constituem a modalida- de enfocada. Por esse motivo, nessa fase é importante que as crianças desenvolvam o entendimento do jogo de forma geral, não importando muito como farão, e sim o que farão (elementos táticos, em detrimento dos aspectos técnicos). Nesse sentido, o Minivoleibol é uma excelente estratégia para ini- ciarmos a aprendizagem do voleibol com as crianças. Outro importante aspecto é introduzir o esporte com rede para essa faixa etária, por meio de atividades lúdicas, que também serão sugeridas nesta unidade. Isso justifica-se porque o jogo é tido como elemento essencial à aquisição de habilidades motoras. Além disso, têm-se em vista que, ao inserirmos os alunos ao jogo formal, 6x6 (a partir do 6º ano), faz-se necessário que essa prática seja devidamente organizada. Para tanto, um sistema de rodízio torna-se ne- cessário, a medida que é elemento constituinte, inclusive, das regras que regem o esporte. O sistema de jogo mais adequado ao contexto escolar é 6x0, em que evita-se a especialização precoce, já que todos os alunos passam por todas as posições e funções da quadra. Boa leitura! VOLEIBOL 160 Minivoleibol Segundo Gonçalves (1998), a competição não pode deixar de ser considerada um instrumento pedagó- gico importante no processo de estimulação para a prática do voleibol. Cabe ao professor transmiti-la em cunho educativo e dela extrair os efeitos indispensá- veis à orientação da sua intervenção pedagógica. De acordo com o mesmo autor, antes de tudo, a criança gosta de brincar e de jogar. Isso fica muito evidente ao analisarmos que estas são as únicas ati- vidades em que elas se engajam livremente. O jogo permite à criança afirmar a própria individualidade ao mostrar que participação na atividade resulta em sua capacidade de saber fazer, dando a ela a oportu- nidade de responder às suas motivações. O Minivoleibol parte do pressuposto que o jogo deve sempre estar inserido em todas as fases de aprendizagem do voleibol, pois, segundo Mesqui- ta (1998), ele constitui um meio pedagógico fun- damental ao possibilitar a obtenção de prazer e de êxito - condições indispensáveis para a obtenção de sucesso em qualquer atividade. É do conhecimento geral, e defendido pela maioria dos autores especialistas no assunto, que a prática do jogo formal (modelo 6x6), ao nível da iniciação, se constitui inadequada. Tal cons- tatação ocorre porque a ruptura do jogo é uma constantedevido à dificuldade de sustentar a bola no espaço aéreo (por causa, fundamentalmente, 161 EDUCAÇÃO FÍSICA da grande extensão do espaço de jogo), sendo que a criança tem contato muito reduzido com a bola (BAACKE, s.d.) Ao encontro dessa ideia, Buck, Harrison e Bryce (1990) constataram que, na situação de jogo formal, os alunos têm pouco contato com a bola, isto é, em média, menos de uma vez por minuto. Isso confir- ma que a utilização dessa forma de jogo enquanto meio de aprendizagem do Voleibol não é considera- da adequada para iniciantes. Parece ser lógico e necessário encontrar uma fórmula que proporcione, aos pequenos praticantes, o maior contato com a bola, para que obtenham êxi- to na execução da tarefa. Utiliza-se para tal situações facilitadoras da sustentação da bola (diminuição das dimensões do espaço de jogo e do número de joga- dores por equipe). Desse modo, a proposta dos jogos reduzidos em suas diferentes variações (1x1, 2x2, 3x3, 4x4) evita os exercícios analíticos e faz do jogo reduzido um meio de excelência do aprendizado do volei- bol. Por meio desses argumentos, surge o Mini- voleibol, que apesar de não ser classificado como um esporte, ou uma modalidade, é entendido como um método de trabalho (SANTOS, 2011). Para você, futuro(a) professor(a) de Educação Fí- sica, que irá trabalhar com a iniciação do voleibol, consideramos o Minivoleibol adequado para uma assimilação mais rápida por meio de um iniciação lúdica na modalidade. (SANTOS, 2011) VOLEIBOL 162 Para isso, a Federação Internacional de Voleibol - FIVB - (2014, on-line)1 propõe ao Minivoleibol alguns objetivos básicos, como, por exemplo, tornar o Volei- bol mais simplificado. Ao fornecer possibilidades de adaptação, atendendo as necessidades da fase na qual a criança se encontra, o aluno entende a modalidade de uma maneira simplificada e atrativa. Conforme já foi mencionado nas unidades anteriores, nesta idade o medo de rejeição e a busca de aceitação pelos pares pode inibir o engajamento do aluno no esporte, em que ele pode não perceber-se competente. Sem exigir do aluno um acúmulo físico e men- tal, o Minivoleibol favorece a estimulação da criança em alguns pontos fundamentais para a inserção dela em uma modalidade esportiva (BAACKE, s.d; FRA- GA, 1990; RODRIGUES, 1990). A grande vantagem é que o esporte apresenta regras adaptadas: [...] O número de jogadores por equipe: é joga- do com menos de seis jogadores por equipe, permitindo um maior número de contatos com a bola por jogador, fácil cooperação entre joga- dores, táticas mais simples e grande interesse. Normalmente, as equipes de minivôlei são for- madas por dois, três ou quatro jogadores, de- pendendo da idade e do nível do jogo. Tamanho da quadra: é jogado em uma quadra que requer menor força e movimentos, redu- zindo o número de interrupções e promovendo longos rallies. Normalmente, as medidas da quadra são adaptadas de acordo com o número de jogadores, idade, nível de jogo. Altura da rede: é jogado com uma redução na altura de rede, o que proporciona às crianças atacarem e defenderem, de acordo com sua es- tatura e habilidade de salto. Tamanho e peso da bola: é jogado com uma bola mais leve e de menor circunferência, adaptado às mãos e força das crianças. Para iniciantes, em idade menor, é conveniente usar bolas de bor- racha ou de plástico (SANTOS, 2011, p. 14-15). Tabela 1 - Referências para o Minivoleibol CORDEIRO (1996. p. 61) indica como referência as seguintes medidas: IDADE 9/11 anos 10/12 anos 11/13 anos Equipe 2x2 3x3 4x4 Quadra 3x9m 6x9m 8x12m 4,5x9m 6x12m 9x12m Altura de rede2 210 ± 5cm 210 ± 5cm 220±5cm Fonte: Cordeiro Filho (1997, p. 61). Alguns princípios básicos do Voleibol mantém- -se, tais como o toque na rede e as invasões tanto por cima da rede quanto por baixo dela. Porém, quanto à condução de bola e aquisição de técnicas não há cobrança, o que permite a fluência do jogo. Vale ressaltar que as normas para o jogo de fundo de quadra, substituições e posição inicial são mol- dadas para a especificidade de cada local. Contudo, devemos manter o rodízio nas equipes e a restrição do ataque e do bloqueio somente aos jogadores que estão na posição de ataque (frente), assim, consegui- mos evitar a especialização precoce entre os alunos (SANTOS, 2011). Você deve estar se perguntando: como devemos, efetivamente, iniciar o trabalho do Minivoleibol? 163 EDUCAÇÃO FÍSICA VOLEIBOL 164 Algumas dicas da Federação Internacional de Voleibol (2014, on-line)1 sobre o processo de aprendizagem desta modalidade. Voleibol 1º etapa Indicada para 8 – 10 anos: base para o Minivoleibol Trabalhar com pequenos jogos, transpor a bola por cima da rede, jogos de 1x1. Exercitar a cooperação, antecipação e o movimento na direção da bola e algumas regras básicas. 2º etapa Indicado para 9 – 11 anos: preparação para o Minivoleibol Trabalhar com pequenos jogos, transpor a bola por cima da rede, de 2x2. Exercitar a cooperação com a observação do adversário, a ante- cipação da bola e continuar com as regras básicas. 3º etapa Indicado para 10 – 12 anos: introdução do Minivoleibol Trabalhar com pequenos jogos de Minivoleibol de 3x3. Iniciar o uso tá- tico dos fundamentos, de algumas táticas básicas de equipe e regras básicas do Minivoleibol. 165 EDUCAÇÃO FÍSICA Voleibol 4º etapa Indicado para 11 – 13 anos: aperfeiçoamento do Minivoleibol Trabalhar o Minivoleibol 4x4, com o uso de táticas individuais, forma- ção de equipe e sistemas de ataque e defesa. 5º etapa Indicado para 12 -14 anos: transição para o voleibol Diversos jogos com bola e o trabalho do voleibol 6x6. A formação de equipes e sistemas, a tática individual e as regras do voleibol já podem ser inseridas. É importante destacar que a criança não deve ser cobrada pela exe- cução perfeita do movimento. A intenção é provocar e instigar a re- alização dos movimentos fundamentais básicos (que já abordamos na Unidade III e IV), pois além de vivenciar a modalidade do voleibol, devemos lembrar que a base motora para desempenhos futuros, em geral, é trabalhada nesta primeira fase. Reitera-se que todas as faixas etárias estão em estreita interdependência, o que salienta a importância de um bom trabalho nas fases iniciais do aprendizado desta modalidade. VOLEIBOL 166 MATERIAIS ALTERNATIVOS O ideal seria se tivéssemos materiais adequados disponíveis à prática pedagógica. Entretanto, na maioria das vezes, isso não é possível. Então, como permitir que um grande número de alunos participe das atividades, se só teremos disponíveis uma quadra e uma rede? Como visto, o Minivoleibol pode ocorrer com o número de participantes que pode variar de 1x1 a 4x4. Nesse sentido, podemos adaptar nossa quadra de vo- leibol formal (9mx9m) e transformá-la em 3 quadras de Minivoleibol. Dessa for- ma, permitiremos que ao menos 24 alunos participem da aula ao mesmo tempo, como é apresentado na Figura 1. Figura 1 - Formas de Trabalho do Minivoleibol Fonte: Portal do Professor (2010, on-line)2. 167 EDUCAÇÃO FÍSICA Para que a quadra seja adaptada, sugerimos que as três quadras sejam realiza- das no sentido transversal da quadra oficial. Assim, as miniquadras, ficarão com as medidas de 5m x 12m, tendo 1,5m de espaçamento entre elas (Figura 2). 1,5m 1m 18m 5m 9m 1, 5m 12 m Figura 2 - Adaptação da quadra para o Minivoleibol Fonte: os autores. Contudo, você deve estar se questionando: “como farei, se não tenho três redes para serem montadas em cada quadra?”. Evidente que, ao usarmos essas dimen- sões, o ideal é utilizar os kits de Minivoleibol, que, no entanto, são escassos nas escolas. Para tanto, utilizaremos materiais adaptados, como elásticos e materiais similares. Para fixar, normalmente, se a quadra utilizada for poliesportiva, pode- mos fazer as amarrações nas traves dos gols, cruzando a quadra até o outro lado, fazendo, assim, a rede das três miniquadras. A criatividadedo professor fará a diferença e possibilitará que ele realize as adaptações necessárias à sua realidade. Além disso, vale explorar outras ativida- des, não necessariamente relacionadas ao voleibol, mas nessa logística da quadra, para trabalhar atividades com a rede divisória. Isso ajudará na aprendizagem da modalidade. VOLEIBOL 168 Caro(a) aluno(a), tendo em vista a premissa de que o jogo é extremamente motivador para as crianças, como visto no Minivoleibol, devemos dar sequência à aprendizagem do jogo do voleibol. Assim, faz-se necessário a organização do jogo formal, de modo que garanta o revezamento dos alunos nas diversas posições da quadra, assegurando um meio efetivo para que isso aconteça. No voleibol, chamamos esse método de rodízio, que se manifesta de diferentes maneiras; a mais sim- plificada denomina-se como 6x0 (comumente apli- cada ao contexto escolar). Assim, de forma simples, abordaremos, a seguir, alguns aspectos da tática que as equipes iniciantes devem ter para poderem buscar um desempenho compatível à sua idade e nível de desenvolvimento dentro do esporte. O sistema 6x0 é o mais indicado para as crian- ças assimilarem suas funções dentro de quadra, lembrando que elas ainda não estão com os funda- mentos automatizados. Então, exigir das crianças desempenho na execução dos fundamentos aliados às funções táticas tornará a tarefa ainda mais difícil. Porém, o ensino da tática será de suma importância para as crianças aplicarem, de forma sistematizada, os fundamentos do voleibol nas fases posteriores ao Minivoleibol. Sistema de Jogo 6X0 169 EDUCAÇÃO FÍSICA O SISTEMA DE JOGO O sistema de jogo conhecido como 6x0 ou mesmo 6x6 consiste no sistema que não tem jogadores es- pecializados em cada posição, o que garante que todos os alunos participem do ataque, do levanta- mento e das recepções e defesas. O levantador será sempre aquele que ocupar a posição 3 da quadra (Figura 3). Ainda, existem outros tipos de sistema de jogo (rodízio) no voleibol como o 3x3, 4x2, 5x1, 6x2. É por meio do sistema de jogo que as equipes montam e organizam sua tática de jogo. Contudo, o que significa dizer que determinada equipe adotou um rodízio 4x2? Quer dizer que o sistema de jogo adotado contém 4 jogadores atacantes e 2 jogadores levantadores. O mesmo ocorre para os outros tipos de rodízio: 3x3 (3 atacantes e 3 levanta- dores); 5x1 (5 atacantes e 1 levantador); e 6x2 (4 jogadores só atacam e 2 jogadores atacam e levantam). Fonte: adaptado Bojikian, J.; Bojikian, L. (2012). Para saber mais sobre o rodízio, acesse o links disponível em: . SAIBA MAIS 234 165 Figura 3 - Posições da quadra Fonte: adaptada de Educação Física na Mente (2017, on-line)3. VOLEIBOL 170 FUNÇÕES DOS JOGADORES NAS RESPECTIVAS POSIÇÕES POSIÇÃO Nº 1 Chama-se defesa direita. Tam- bém é nessa posição que o atle- ta fica responsável pelo saque. POSIÇÃO Nº 2 Denomina-se oposto ou saída de rede. POSIÇÃO Nº 3 Denominada de meio de rede ou central. POSIÇÃO Nº 4 Denominada de ponta ou entrada de rede. POSIÇÃO Nº 5 Conhecida como de defesa es- querda, normalmente é a posi- ção que atua o líbero nas equi- pes com nível mais avançado. POSIÇÃO Nº 6 Denomina-se como defensor central ou defesa central 1 2 3 4 5 6 Fonte: adaptado de Educação Física na Mente, ([2017], on-line)3. 171 EDUCAÇÃO FÍSICA Podemos observar na Figura 3 que há uma clara divisão na quadra entre as po- sições 5, 6 e 1 e as posições 4, 3 e 2. As ações dos atletas nessas determinadas posições são diferentes. As posições 4, 3 e 2 se encontram dentro da linha dos 3 metros, essa linha delimita e permite que os jogadores dessas posições fiquem responsáveis pelas ações de ataque da equipe, em que somente eles podem bloquear e atacar dentro dessa zona. Também são conhecidos como jogadores da rede ou de ataque. Os jogadores que se encontram nas posições 5, 6 e 1, que ficam na posição de fundo de quadra são os responsáveis pelas ações defensivas da equipe, eles não podem bloquear e nem atacar dentro da linha dos 3 metros, a ação de ata- que só pode ser feita se for efetuada atrás dessa linha limite. Os alunos dessas posição são conhecidos como jogadores de fundo da quadra ou jogadores da zona de defesa. Os jogadores da linha de ataque (posições 2, 3 e 4) podem participar normal- mente das jogadas de rede (ataque e bloqueio). Os jogadores de defesa (posições 5, 6 e 1), caso ultrapassem os pés na zona de ataque, não poderá efetuar ataques com a bola estando a uma altura superior à borda da rede. Para tanto, ele deverá saltar de trás - antes da linha, ainda na zona de defesa - da linha de ataque, sem pisar nela. Em nenhuma hipótese, os jogadores dessa posição poderão realizar bloqueios (Educação Física na Mente, [2017], on-line)3. O posicionamento dos alunos, no voleibol, ocorre da seguinte forma: Figura 4 - Posicionamento dos alunos Fonte: os autores. 1 23 4 5 6 VOLEIBOL 172 POSICIONAMENTO DOS ALUNOS POSIÇÃO Nº 1 Deverá estar atrás da posição 2 e à direita da posição 6. POSIÇÃO Nº 2 Deverá se posicionar à frente da posição 1 e à direita da posição 3. POSIÇÃO Nº 3 Deverá se posicionar entre as po- sições 4 e 2 e à frente da posição 6. POSIÇÃO Nº 4 Se posicionará à esquerda da posição 3 e à frente da posição 5. POSIÇÃO Nº 5 Deverá estar atrás da posição 4 e à esquerda da posição 6. POSIÇÃO Nº 6 Estará entre as posições 5 e 1 e atrás da posição 3. 1 2 3 4 5 6 173 EDUCAÇÃO FÍSICA RODÍZIO DAS POSIÇÕES O rodízio das posições ocorre no sentido horário, em sentido de regressão numérica das posições. Por exemplo: o jogador que inicia na posição 6, no pró- ximo rodízio vai para a posição 5, posteriormente para 4, depois para 3, 2, 1 e assim sucessivamente, até finalizar o set (Figura 5). 1 23 4 5 6 Figura 5 - Rodízio das posições do voleibol Fonte: adaptado de Educação Física na Mente, ([2017], on-line)3. FORMAÇÃO PARA A RECEPÇÃO DO SAQUE Uma equipe é composta por ações defensivas e ofen- sivas e no sistema 6x0 todos participam dessas ações. A formação para a recepção de saque mais utilizada por equipes iniciantes é a que chamamos de W, pois coloca o maior número possível de alunos partici- pando da ação de recepção, dificultando o sucesso do saque adversário. 1 5 3 2 6 4 Figura 6 - Formação de recepção em W Fonte: adaptado de Educação Física na Mente ([2017], on-line)3. Vale ressaltar que o jogador da posição 3 sempre é o responsável pelo levantamento das bolas para a equipe que se encontrará na posição 4 e 2 (Figura 6). FORMAÇÃO DEFENSIVA Como já dissemos anteriormente, enquanto uma equipe está se estruturando para as ações ofensi- vas, a outra deve estar se organizando para as ações defensivas. Nas ações táticas defensivas, temos as ações de bloqueio, defesa em pé, rolamento e mer- gulhos (já aprendidas na Unidades III e IV). O obje- tivo principal das ações defensivas é impedir que o ataque adversário se transforme em ponto, visando propiciar um contra-ataque. O contra-ataque nada mais é do que a ação defensiva executada pela minha equipe após o ataque do adversário. Por exemplo: minha equipe saca, o adversário executa o passe, levantamento e o ataque. Meu time conse- gue realizar a defesa e já organiza a transi- ção para o ataque. Essa ação é denominada contra-ataque. Fonte: os autores. SAIBA MAIS Nas Figuras 7 e 8, veremos a forma que a equi- pe deve estar disposta em quadra para a defesa, até que o levantador da equipe adversária defina para onde vai o levantamento. Como aqui utilizaremos o sistema 6x0, analisaremos apenas o posicionamento para bolas nas extremidades sem ataque pelo meio de rede. VOLEIBOL 174 No contexto escolar e de iniciação esportiva, va- mos trabalhar, a maior parte das vezes, com o blo- queio simples. Observe pela Figura 8 como o ata- que partiu do lado direito da quadra,o atacante da posição de saída de rede (posição 2) fez o bloqueio. É necessário, então, que os jogadores se organizem para conter a bola que vem do ataque. O jogador da posição defesa esquerda e ataque esquerdo (respec- tivamente posições 5 e 4) se preparam para realizar 3 2 4 6 1 5 3 2 4 6 1 5 3 2 4 6 1 5 Figura 7 - Sistema defensivo sem bloqueio Fonte: adaptado de Professor Educação Física (2014, on-line)4. Figura 8 - Defesa com ataque pela entrada de rede e bloqueio simples na saída de rede (posição 2) Fonte: adaptada de Professor Educação Física (2014, on-line)4. a defesa das bolas que são atacadas com mais força. Ao mesmo tempo, os jogadores das posições 3 e 1 (respectivamente atacante de centro e defesa direi- ta) aproximam-se do bloqueador para dar cobertu- ra. Por fim, o jogador que ocupa a posição 6 (defesa central) se prepara para defender os ataques que são lançadas no fundo da quadra. Por outro lado, na Figura 9, você pode observar que o ataque vem da posição de saída de rede (lado es- querdo da quadra), assim, ocorre o bloqueio simples do jogador atacante da entrada de rede (posição 4). Figura 9 - Defesa com ataque pela saída de rede e bloqueio simples na entrada de rede (posição 4) Fonte: adaptada de Professor Educação Física (2014, on-line)4. Dessa forma, as funções se alteram um pouco: os jogadores de defesa direita (posição 1) e de ataque direito (posição 2) ficam responsáveis por defender os ataques mais fortes. Para a cobertura ao bloque- ador, os responsáveis são os jogadores das posições 3 e 5 ( atacante de centro e defesa esquerda, respec- tivamente). Para as bolas atacadas mais ao fundo da quadra, o responsável é o jogador de defesa central (posição 6). 175 EDUCAÇÃO FÍSICA Caro(a) aluno(a), certamente o sistema 6x0 é o mais empregado e se adequa à realidade que você vivenciará no âmbito escolar. Os planos ofensivos e defensivos que foram pas- sados são básicos e voltados para crianças que estão no processo de transição para uma competição. Isso se dá porque, nesse contexto de competição escolar, faz-se necessário noções de rodízio, ações defensivas e ofensivas básicas para o desenvolvimento do jogo como um todo. Nos jogos de voleibol, sempre temos aquela velha máxima que já se tornou clássico “a primeira não roda”. Esse mito difundido lar- gamente não procede, pois deve-se prestar atenção no que diz a regra!! “Quando a equipe receptora ganha o direito de sacar, os jogadores avançam uma posição no sentido dos ponteiros do relógio: jogador na posição 2 avança para a posição 1 para sacar, jogador da 1 retorna para a posição 6 e assim por diante” (CONFEDERAÇÃO BRASI- LEIRA DE VOLEIBOL, 2015, on-line)5. Portanto, se a equipe que ganhou o direito de sacar não efetuar o rodízio ela comete falta penalizada acarretando a perda do ponto. Fonte: os autores. SAIBA MAIS Lembre-se que antes de iniciar com a apren- dizagem do sistema de jogo 6x0, o Minivolei- bol pode auxiliar na assimilação de rodízios e formas de rotação de uma maneira mais simplificada. REFLITA 176 considerações finais P rezado(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa última unidade, na qual apresentamos o Minivoleibol, uma metodologia que defendemos como a mais eficaz e adequada para o processo de aprendizagem inicial da modalidade. Após isso, como progressão a essa fase, faz-se necessário a compreensão do jogo de 6x6 ou 6x0. Você pôde aprender que para organizar este jogo, utiliza-se o rodízio 6x0, no qual todos os alunos passam por todas as posições, evitando-se, assim, a especialização precoce e permitindo que todos vivenciem os diferentes posicionamentos do Voleibol. Cabe a você, futuro(a) professor(a) de Educação Física, elaborar ferramentas para dar suporte organizacional à sua turma, para, assim, amparar os alunos com ações pautadas dentro de uma sistema proposto para o ensino do voleibol. Tam- bém é importante criar estratégias para que os seus diferentes alunos vivenciem a modalidade. Lembramos, mais uma vez, que a aprendizagem do sistema 6x0 será facilitada se, no processo anterior a essa fase, o professor estiver fazendo uso do método Minivoleibol e de atividades lúdicas desportivas com rede divisória. Isso dará condições para os alunos interagirem e entenderem que o voleibol é um esporte competitivo, e também cooperativo (entre as equipes, que devem manter a bola no ar), premissa importantíssima para o entendimento pelas crianças sobre a dinâmica da modalidade. Ao final dessa trajetória, esperamos ter contribuído para o seu crescimento profissional e pessoal. A modalidade do Voleibol é mais uma dentre as diferen- tes práticas corporais trabalhadas da Educação Física e deve ser transmitida aos alunos. Esperamos que seus estudos sobre o Voleibol não se encerrem aqui, e destacamos, ainda, que o estudo das práticas corporais da Educação Física são fundamentais para transmitir ao seu aluno o mais rico repertório motor. 177 LEITURA COMPLEMENTAR Além do Minivoleibol, existem outras atividades que auxiliam no trabalho lúdico dessa modalidade com as séries iniciais. As atividades envolvem fundamentos do voleibol e também outros materiais que não são característicos da modalidade, mas que ofere- cem princípios, como a organização de equipe e reconhecimento do espaço de jogo, que são fundamentais no voleibol. A seguir, citamos algumas dessas atividades. Voleibol Lençol A atividade é realizada dentro da quadra de voleibol. Os alunos serão divididos em duas equipes, que serão separadas pela rede. Dentro de cada equipe, os alunos serão dividi- dos em grupos de quatro alunos. Distribua para cada grupo um lençol ou toalha. Cada integrante da equipe irá segurar em uma ponta do objeto. Ao iniciar o jogo, a bola só poderá ser lançada utilizando o lençol ou toalha, para isso, será necessário que todos os integrantes façam o movimento com o adereço escolhido, para lançar a bola e trocar passes. Adaptações referentes ao tamanho da quadra, número de alunos e altura da rede podem ser realizadas atendendo à realidade. Basquetevôlei A atividade acontece na quadra de basquetebol. Divida os alunos em duas equipes. O objetivo da atividade é realizar a cesta (basquetebol), entretanto, os movimentos e fundamentos utilizados na troca de passes da equipe devem ser fundamentos do vo- leibol (toque, manchete, saque, cortada). Algumas regras podem ser inseridas, como a retenção da bola com mãos por apenas 3 segundos. Voleibol com bexigas Os alunos devem ser divididos em duas equipes. Cada equipe se posicionará de um lado da quadra. Distribua uma bexiga/balão para cada aluno. Cada aluno deverá en- cher a bexiga/balão. Ao sinal, cada aluno deverá lançar sua bexiga/balão ao campo adversário, ao mesmo tempo em que tenta devolver as que foram lançadas para o seu campo, por cima da rede. Após algum tempo, o professor dará um sinal de término. Marca ponto a equipe que possuir menos bexigas/balões em seu campo. Fonte: adaptada de Blog da Educação Física Foz ([2017] on-line)6. 178 atividades de estudo 1. Nesta unidade, aprendemos o sistema de jogo 6x0 que deve ser aplicado nos alunos após o Minivoleibol. Sobre esse sistema e suas ações defensivas, analise as assertivas a seguir e, em seguida, assinale a alternativa correta. I. Na recepção para equipes iniciantes, a posi- ção W é a mais indicada. II. Para receber faz-se necessário apenas 3 joga- dores em equipes iniciantes. III. No sistema 6x0, todos os jogadores desempe- nham as funções de atacantes e levantadores, não existindo jogadores especializados. a. Apenas as afirmativas I e III estão corretas. b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c. Apenas a afirmativa I está correta. d. Apenas a afirmativa II está correta. e. As afirmativas I, II e III estão corretas. 2. Porque é interessante iniciar o voleibol primei- ramente com a aprendizagem do Minivoleibol? 3. A FIVB apresenta algumas etapas e orientações para o trabalhodo Minivoleibol até chegar ao jogo formal (6x6). Na 1º etapa (indicado para 8 – 10 anos), aprendemos que o importante é trabalhar com pequenos jogos que realizem o movimento de transposição da bola por cima da rede, trabalhando a antecipação e direção da bola. Com base nessa 1º etapa e em suas ca- racterísticas indicada pela FIVB, cite e explique duas atividades que as contemplem. 4. Sobre o sistema de jogo 6x0 (ou 6x6) e o posi- cionamento dos jogadores em quadra, analise as afirmações a seguir e, em seguida, assinale a alternativa correta. I. O sistema de jogo 6x0, ou 6x6 é voltado para o alto rendimento. II. O sistema de jogo necessita de jogadores es- pecializados. III. No sistema de jogo 6x0 o levantador sempre está na posição 3. IV. Os jogadores da posição 5, 6 e 1 são chama- dos de jogadores de fundo de quadra ou joga- dores da zona de defesa. a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. c. Apenas a afirmativa I está correta. d. Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. e. As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. 5. Sobre as posições de ataque e defesa na qua- dra, as ações defensivas e rodízio, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) para as alterna- tivas a seguir. ( ) Posição 2, 3, 4 na quadra são conhecidas como posição de ataque. ( ) As posições 4, 3, 2 não podem bloquear e nem atacar dentro das linhas dos 3 metros quando a bola estiver em uma altura superior à borda da rede. ( ) Nas ações táticas defensivas, temos as ações de bloqueio, defesa em pé, rolamento e mergulhos. ( ) O objetivo principal das ações defensivas é impedir que o ataque adversário se transforme em ponto, visando propiciar um contra-ataque. ( ) O rodízio dos alunos na quadra dar-se-á no sentido horário. 179 EDUCAÇÃO FÍSICA Voleibol Escolar: da iniciação ao treinamento Joarez Santini e Luiz Delmar da Costa Lima Editora: Editora Ulbra Sinopse: o voleibol, tanto nas aulas de Educação Física quanto na formação de equipes de competição, é um dos esportes mais pro- curados pelos alunos. Para ensiná-lo, o professor ou treinador deve ter em mente a preocu- pação de passar todas as informações possíveis de forma a garantir ao aprendiz a realização com sucesso dos fundamentos básicos do jogo. Conhecer a metodologia adequada desse esporte, por meio dos exercícios educativos para a manutenção da habilidade e exercícios alternativos para a correção imediata de erros comuns na aprendizagem, torna-se funda- mental para o seu bom desenvolvimento. Esse vídeo traz opções de exercícios para iniciação do Minivoleibol por meio de exercícios pedagógicos, aumentando progressivamente o grau de dificuldade destes. O interessante é que todos eles são realizados sob a rede, principal característica da modalidade. Para conferir o vídeo, acesso o link disponível em: . O grande desafio Ano: 2007 Sinopse: inspirado em uma história real, o filme conta a jornada do brilhante, mas volátil, professor Melvin Tolson (Denzel Washington) que usa de seus métodos pouco convencionais, de sua visão políti- ca radical e do poder das suas palavras para motivar um grupo de alunos do Wiley College, do Texas, a participar de um campeonato de debates na Universidade de Harvard. Comentário: um filme que nos inspira a trabalhar, mesmo quando as situações parecem ser desfavoráveis. Dificuldades serão iminentes à nossa prática pedagógica cotidiana, ainda assim, temos que saber que os bons professores podem fazer uma diferença significativa na vida de seus alunos. 180 referências BAACKE, H. (s.d.) Manual do treinador. Confederação Brasileira de VolleyBall. s.d. BOJIKIAN, J. C. ; BOJIKIAN, L. P. Ensinando Voleibol. 5. ed. São Paulo: Phorte Editora, 2012. BUCK, M.; HARRISON, J. M.; BRYCE, G. R. (1991). An analysis of learning trials and their relationship to achievement in volleyball. Journal of Teaching in Physical Education. (Champaign, Ill). v. 10. n. 2, 134-152, 1991. CORDEIRO FILHO, C. Apostila Técnica do Curso de Treinadores nível 1. Porto Alegre: CBV, 1997. FRAGA, F. O. Minivoleibol. Horizonte - Revista de Educação Física e Desporto, v. 7, n. 38, p. 61-67. Portugal, 1990. RODRIGUES, J. J. O ensino do jogo de voleibol. Horizonte - Revista de Educa- ção Física e Desporto, Portugal, n. 40, p. 111-114, 1990. GONÇALVES, C. A. O desenvolvimento do jovem praticante - Manual do Mo- nitor. Oeiras: DGD, 1998. MESQUITA, I. O ensino do voleibol. Proposta metodológica. In: GRAÇA, A; OLIVEIRA, J. (Ed.). O ensino dos jogos desportivos. 3. ed. Universidade do Por- to, 1998. SANTOS, V. M. O minivôlei como ferramenta para o desenvolvimento psico- motor em crianças de 7 a 10 anos. 2011. Monografia (Especialização em Psico- motricidade), Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro, 2011. KREBS, R. J. Da estimulação à especialização: primeiro Esboço de uma teoria da especialização motora. Revista Kinesis, n. 9, 29-44, 1992. Referências On-line 1 Em: . Acesso em: 01 jun. 2017. 2 Em: . Acesso em: 01 jun. 2017. 3 Em: . Acesso em: 01 jun. 2017. 4 Em: . Acesso em: 01 jun. 2017. 5 Em: . Acesso em: 01 jun. 2017. 6 Em: . Acesso em: 02 jun. 2017. 181 gabarito 1. A. 2. Iniciar o voleibol por meio do método Minivoleibol (MV), além de facilitar o desenvol- vimento motor na execução das tarefas táticas, aos iniciantes, obtêm-se a vantagem de distribuir diferentes responsabilidades durante o jogo e também de transmitir uma visão geral das funções do voleibol. 3. Atividade 1: ficar em grupos de 3 a 4 alunos, em círculo, espalhados em um espaço de aproximadamente 1m de distância. O objetivo é lançar a bola de um para o outro, tentando manter a bola no ar o maior tempo possível. Mover-se enquanto observam a bola, chegar em boa posição para pegar a bola antes que ela caia no chão. Pode variar a distância entre os alunos, aumentando gradativamente. Variações: utilizar de bolas mais leves como bola de vinil (gigantes), bolas de borracha ou até bexigas. Atividade 2: conforme a Leitura Complementar da Unidade V - Voleibol com bexigas, os alunos devem ser divididos em duas equipes. Cada equipe se posicionará de um lado da quadra. Distribua uma bexiga/balão para cada aluno. Cada aluno deverá en- cher a bexiga/balão. Ao sinal, cada aluno deverá lançar sua bexiga/balão ao campo adversário, ao mesmo tempo em que tenta devolver as que foram lançadas para o seu campo, por cima da rede. Após algum tempo, o professor dará um sinal de término. Marcará ponto a equipe que possuir menos bexigas/balões em seu campo. 4. D. 5. V - F - V - V - V. VOLEIBOL 182 conclusão geral Caro(a) aluno(a)! Chegamos ao final do nosso livro, ao qual construímos conhe- cimentos acerca de uma modalidade tão comum à prática esportiva: o voleibol. Por meio dos pontos apresentados em cada unidade, esperamos ter contribuído para sua formação acadêmica e lhe proporcionado conhecimento científico que embase a sua atuação segura na prática escolar e não escolar. Até o presente momento, vimos o voleibol nos diversos contextos em que se apresentam como instrumento da Educação Física, contemplado nas áreas da Saúde e do Lazer; da Educação e da Competição. Para que a aprendizagem acon- teça de forma significativa, sugerimos uma idade ideal para que a criança tenha condições mínimas para ser introduzida à modalidade. Logo, faz-se necessário o método de ensino, que foi apresentado em forma de processo metodológico e é constituído por cinco etapas, explanando-se a importância de uma ordem espe-cífica dos fundamentos para o processo de ensino. Para que haja o entendimento satisfatório sobre a modalidade, foi apresen- tada uma breve história, seguida das principais regras norteadoras do esporte e que limitam o que é permitido em sua dinâmica. Ainda, para aprofundar a compreensão sobre o voleibol, algumas capacidades motoras necessárias aos par- ticipantes, bem como os estudos sobre o desenvolvimento físico na infância e adolescência foram apontadas, com o intuito de entender os jovens e podermos organizar melhor a prática de ensino. Assim, foram sugeridos processos pedagógicos para o ensino de todos os fun- damentos da modalidade e como forma metodológica, com o objetivo de facilitar o entendimento da modalidade pelas crianças, sugeriu-se a prática do Minivoleibol como elemento facilitador da aprendizagem. Dessa forma, temos mais chance de garantir o prazer da criança e seu engajamento pela modalidade nas idades poste- riores. Por meio das unidades, o ensino do voleibol foi contemplado nos aspectos técnicos, táticos e pedagógicos. Agora, o ensino do voleibol depende de você. Boa prática! Button 34: Botão 1:que a outra. Ou ainda, duas crianças do mesmo tamanho, porém com dife- rentes idades, podem estar em níveis semelhantes de maturação. Sendo assim, é difícil prever a maturação apenas pela idade cronológica ou pelo tamanho (al- tura) da criança. (HAYWOOD; GETCHELL, 2010). Dessa maneira, existem duas formas de distinção da maturação sexual: por meio dos pequenos ossos que compõem a articulação do punho e pela avaliação da maturação sexual, que pode ser feita por meio de dosagem hormonal ou pela avaliação do surgimento das características sexuais. O primeiro, pode ser ob- servado por meio de radiografias do punho, que indi- cam que a maturação já ocorreu quando os ossos estão totalmente calcificados. A dosagem hormonal avalia a concentração de hormônios no sangue, de modo que quanto mais próximo aos níveis dos adultos, maior é o indicativo de maturação sexual nos adolescentes (SIL- VA, 2012; BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L, 2012). Outra forma de indicação do status maturacional é o surgimento de características sexuais secundárias durante o estirão de crescimento da adolescência. As meninas, como entram no estirão de crescimen- to precocemente em relação aos meninos, também apresentam antes deles características sexuais secun- dárias, tais como aumento dos seios, dos pelos pu- bianos e aparecimento da menarca (primeiro ciclo menstrual). Em meninos, os testículos e os escrotos aumentam e os pelos pubianos aparecem, porém eles não têm nenhum marco referencial, como as meninas têm a menarca (HAYWOOD; GETCHELL, 2010). Para a avaliação da maturação sexual, existe o protocolo de teste de Tanner (1962), um meio pre- ciso de avaliação, no entanto, não é usado frequen- temente por causa de fatores culturais e sociais e só pode ser realizada por um médico, em exame clínico. A maturação sexual é determinada pelo alcance variável de características sexuais primá- rias e secundárias (GALLAHUE; OZMUN; GOO- DWAY, 2013). São considerados caracteres sexuais secundários, o aparecimento de mamas, pelos pu- bianos e axilares nas meninas, e nos meninos, o desenvolvimento dos genitais, além do surgimento de pelos no rosto e engrossamento da voz (BOJI- KIAN. J; BOJIKIAN. L, 2012). Os primeiros anos de vida é o período de maior crescimento do indivíduo, sendo que até os 10 anos de idade, meninos e meninas apresentam curvas de crescimento semelhantes (MARINHO et al., 2012). A partir dessa fase, ocorre o estirão de crescimento nas meninas que, dois anos mais tarde, alcançam seu pico de estirão para daí haver a desaceleração da ve- locidade de crescimento, até atingir sua altura máxi- ma aos 16 anos. Já os meninos tendem a ter seu esti- rão de crescimento por volta dos 12 anos, atingindo seu pico de velocidade de altura dos 13 anos e meio aos 14 anos, parando por volta dos 18 anos. (MARI- NHO et al., 2012; HAYWOOD, GETCHELL, 2010) A velocidade de crescimento dos meninos é mais rápida do que a das meninas (cerca de 9 cm por ano para meninos, comparado aos 8 cm por ano das me- ninas), porém o grande responsável pela diferença de altura absoluta média entre homens e mulheres é o período maior de crescimento que os meninos têm em relação às meninas, o que significa 10 a 13 cm de diferença (HAYWOOD, GETCHELL, 2010). Em síntese, os homens passam dois anos a mais crescendo, em relação às mulheres, porém, vale res- 19 EDUCAÇÃO FÍSICA saltar que essas idades são estimativas e elas podem variar entre os sujeitos. De qualquer forma, quanto mais tardiamente se atinge a maturação sexual, mais tempo se passa crescendo (SILVA, 2012). E como a maturação vai interferir nas nossas aulas de Educação Física? Temos que considerar o status de maturação como uma restrição estrutural que influencia no movimento. Os indivíduos mais maduros são, provavelmente, mais fortes e mais coordenados do que os demais. Por isso, devemos considerar a maturação do indivíduo no momen- to de planejarmos nossas aulas e estabelecermos as metas de performance para os alunos (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). As capacidades fisiológicas das crianças são fa- tores característicos do processo de maturação e de- vem ser considerados no momento de preparação de nossas aulas de Educação Física, como a capaci- dade cardiorrespiratória, aeróbia, anaeróbia e força da criança. O crescimento do coração é proporcio- nal ao tamanho em estatura, de modo que o débi- to cardíaco do adolescente se desenvolva de modo similar ao de um adulto quando ocorre a cessação do seu crescimento. Dessa forma, o menor débito cardíaco (e com isso, a elevação da frequência cardí- aca) faz com que a criança atinja seu pico de FC mais rapidamente e fadigue mais rápido em relação aos adultos, pois não tem capacidade de ofertar oxigênio aos seus músculos ativos (SILVA, 2012). A capacidade aeróbia, por causa da maturação precoce das meninas, atinge sua maturação entre os 12 e 15 anos, enquanto os meninos a fazem por volta dos 17 aos 21 anos de idade. Esta, é a única capacidade a qual as crianças e adolescentes estão bem adaptados para atividades de longa duração, porém, ainda devem ser evitados exercícios com volumes elevados até a adolescência. Quanto aos exercícios que exigem capacidade anaeróbica, este é pouco proveitoso em crianças, visto que a capa- cidade anaeróbia é determinada prioritariamen- te pela atividade da enzima fosfofrutoquinase, a qual ainda não está bem desenvolvida nas crianças (SILVA, 2012). Assim como a capacidade anaeróbia, evidências apontam que o treinamento de força não é capaz de promover o mesmo aumento da massa muscular nas crianças, quando comparado aos adultos. Isso per- dura até que as alterações hormonais da puberda- de ocorram (SILVA, 2012). Percebemos, assim, que com as mudanças hormonais e estruturais que a pu- berdade proporciona, ocorre uma série de mudan- Metas de resultado x Metas de performance x Metas de processo Segundo Schmidt e Wrisberg (2010) um pré- -requisito para uma aprendizagem satisfatória é o entendimento das metas do aprendiz. Algumas vezes os indivíduos estabelecem me- tas de resultado, que enfatizam o resultado obtido por meio de comparação com terceiros (ex: vencer um campeonato, perder para um amigo, ser o artilheiro da competição). Entre- tanto, esse tipo de estabelecimento de meta deveria ser pouco estimulada, pois pouco po- demos controlá-las. Desse modo, sugerimos que sejam estabelecidas as metas de perfor- mance, que focam uma melhora em relação ao próprio indivíduo (ex: antes acertava-se uma a cada cinco manchetes, hoje, acerta-se três a cada cinco) e as metas de processo, que enfatizam a qualidade da produção do mo- vimento (ex: estender o braço no momento da manchete e flexionar as pernas na parte de preparação para o toque). Fonte: adaptado de Schmidt e Wrisberg (2010). SAIBA MAIS VOLEIBOL 20 ças nas capacidades físicas, em que os meninos, ge- ralmente, apresentam ganhos em força, velocidade, resistência e potência, com perdas na flexibilidade e equivalência no equilíbrio (MARINHO et al. 2012). Considerando o exposto até aqui, percebemos o quão importante é o fator maturação, quando esti- vermos trabalhando com as crianças, certo? E, por fim, mais um ponto, porém não menos importan- te: é o estigma de que algumas determinadas mo- dalidades ajudam no crescimento da criança, como é o caso da natação. Isso seria verdade ou mentira? Mentira! O fato é que as crianças iniciam a práti- ca da natação próximo de sua idade maturacional, em que está ocorrendo o estirão de crescimento, por volta dos 12 anos de idade para as meninas, 14 anos para os meninos, conforme vimos anteriormente. Então, a prática da modalidade coincide com essa fase do pico de crescimento, o que fez, por muitos anos, os pais dos praticantes acreditarem que seus filhos cresceram por influência da nata- ção. O mesmo acontece com a Ginástica artística, a qual muitos acreditam causar a interrupção do crescimento. Mentira, mais uma vez! Nesse caso, o que aconteceé que a modalidade seleciona sujeitos com baixa estatura, por diversos motivos, mas, de forma alguma, interfere no crescimento da criança que a prática. Nesse sentido, existe algum tipo físico ideal para o voleibol? Ao considerarmos o voleibol como ins- trumento da educação física na sua pluralidade de dimensões (educacional, competitiva e recreacio- nal) como já vimos, devemos especificar para qual dimensão estamos tratando. Ao falarmos do es- porte, que é o foco deste livro, bem como o esporte voltado à saúde e ao lazer, não teremos distinção de tipos físicos dos praticantes. Entretanto, se o trabalho ocorrer em uma es- colinha esportiva (em períodos contraturnos, em atividades extras à educação física escolar) na- turalmente, haverá uma seleção de sujeitos, com tipos físicos mais adequados à modalidade. Bo- jikian, J; Bojikian, L, (2012) apontam que o tipo longilíneo é o que tem melhor adaptação aos joga- dores de voleibol, pois o comprimento dos mem- bros prevalece sobre o do tronco. Por exemplo, em saltos, uma maior alavanca (pernas) tem maior fa- cilidade em vencer uma menor resistência (tron- co); e em situações de ataque, uma boa enverga- dura possibilita maior alcance. Vale ressaltar que o tipo longilíneo não é o mais alto, mas o que apre- senta uma predominância do comprimento dos membros em comparação ao tronco, podendo ser avaliado por meio da envergadura, que costuma ser maior que a estatura. 21 EDUCAÇÃO FÍSICA Figura 1 - Diferentes tipos físicos Fonte: adapidado de Bojikian, J; Bojikian, L., (2012, p. 46). VOLEIBOL 22 N este tópico será sugerido uma metodolo- gia para o ensino do voleibol. Não temos a pretensão de defender que essa é a me- lhor forma para o ensino da modalida- de, pois reconhecemos que, hoje, há diversas meto- dologias referentes ao ensino dos esportes coletivos e cada uma com sua grandiosidade. No entanto, entendemos que a realidade a qual queremos aplicar o método aqui sugerido, baseado em Bojikian, J. e Bojikian, L., (2012), tem a escola como principal contexto alvo, a qual entendemos por uma quantia elevada de alunos, professor úni- co e materiais em pouca quantidade, sendo este, às vezes, inadequado à sua prática. Ainda assim, veremos que é possível realizar um bom trabalho, Como Ensinar voleibol? pois esse método consegue elucidar clareza aos praticantes, trazendo bons resultados no processo ensino-aprendizagem. Veremos também que o caminho é aproveitar o nosso tempo, de modo que ninguém fique mui- to tempo esperando para realizar a atividade. Sabe aquele modelo muito utilizado nas aulas de educa- ção física escolar, em sistema de colunas, em que um realiza a atividade e os demais esperam sua vez, utilizando-se de duas ou três bolas? Pois então, este é o modelo que não queremos aplicar aqui. Por esse motivo, a metodologia que apresentaremos também poderá ser utilizada nas escolinhas de iniciação es- portiva, em clubes e em turmas de treinamento es- colar, nos períodos de contraturno. 23 EDUCAÇÃO FÍSICA ber etc.), constituída, então, por várias habilidades motoras específicas que proíbem, por exemplo, a retenção da bola e exigem um trabalho coletivo de interdependência entre as ações. Essa característica de não retenção da bola exi- ge do praticante diferentes processos cognitivos de tomada de decisão e tempo de reação em relação aos demais esportes coletivos presentes na diretriz curricular, como futsal, basquete e handebol. O que diferencia sua forma de ensino. É necessário termos em mente o principal obje- tivo ao ensinar os fundamentos do voleibol, que é o de aplicá-los na dinâmica do jogo. Isso porque, nada vale a criança aprender a dar uma manchete para que sua aplicação seja a realização da habilidade na parede ou exclusivamente em exercícios estáticos e dois a dois. Essa manchete (fundamento) é instru- mento do jogo de voleibol e não o fim (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L., 2012). Schmidt e Wrisberg (2010) esclarecem isso quando abordam metas de processo e performance, conceituando habilidade-alvo (habi- lidades que um indivíduo deseja ser capaz de reali- zar), comportamento-alvo (ações que as pessoas de- vem ser capazes de produzir, a fim de que executem com sucesso as habilidades-alvo em contextos-alvo) e contexto-alvo (contexto ambiental no qual as pes- soas desejam ser capazes de realizar uma atividade). Dessa forma, o processo metodológico utilizado deve nos permitir ensinar, ao praticante, com clare- za, mecanismos para se alcançar a habilidade deseja- da, por exemplo, a manchete, e que esta seja capaz de realizar no ambiente que se almeja, como em aulas de educação física ou jogos escolares e interclubes, atingindo um comportamento alvo, que seria o bom desempenho da manchete nessas situações. Sendo assim, aqui iremos propor o método defendido por Bojikian, J e Bojikian, L., (2012). O objetivo de todo professor é tornar seu aluno habilidoso, certo? Mas o que isso realmente signifi- ca? Podemos ver o conceito de habilidade motora em termos que distinguem executantes altamente habilidosos, daqueles poucos habilidosos. Assim, Guthrie (1952, p. 136, apud SCHIMIDT; WRIS- BERG, 2010, p. 31) define proficiência da habilidade como “[...] capacidade de atingir algum resultado final com o máximo de certeza e um mínimo de dis- pêndio de energia ou de tempo de e energia”. Nesse sentido, sempre que nosso objetivo for ensinar uma determinada habilidade motora, pode- mos avaliar o processo ensino-aprendizagem, me- diante três aspectos: máxima certeza de alcance do objetivo que o nosso aluno adquire, mínimo gasto energético para a execução do movimento e o mí- nimo tempo de movimento. Para isso, no momento de ensinar, devemos nos fazer as perguntas certas, encorajando à aprendizagem baseada na situação/ contexto sob a qual você quer que seus aprendizes sejam capazes de executar as habilidades que estão sendo aprendidas (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). O professor precisa obter o máximo de informações que puder sobre os três aspectos da performance: a pessoa (quem é ela? É uma criança, adolescente, adulto ou atleta?), a tarefa (irá receber, lançar ou ata- car?) e o ambiente (onde está a pessoa que executa ou aprende a tarefa? Educação física escolar ou trei- namento esportivo, por exemplo?). Ao considerar esses três fatores (pessoa, tare- fa e ambiente), devemos fazer, também, a reflexão sobre as especificidades da modalidade que esta- mos ensinando. Com a consciência que estaremos trabalhando com habilidades construídas, bem diferente das habilidades motoras fundamentais, consideradas naturais ao desenvolvimento das crianças (como lançar, correr, arremessar, rece- VOLEIBOL 24 O PROCESSO METODOLÓGICO Para que haja uma real aprendizagem do volei- bol, os procedimentos metodológicos aqui ado- tados englobam domínios cognitivos, afetivos e motores. Este será pautado na execução do gesto técnico por meio de orientação mecânica, com o intuito de obter maior precisão dos movimentos, visto as especificidades dos gestos técnicos da mo- dalidade. Para tanto, a atuação do professor tor- na-se fundamental nesse processo (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L.,2012). Isso porque, como dito anteriormente, o volei- bol tem como característica a não retenção da bola, que o diferencia dos demais esportes coletivos. Por isso, sugere-se que o praticante tenha automatizado o movimento para, então, experimentá-lo no jogo e utilizar-se do fundamento nas diversas dinâmicas deste. Somente após a automatização do movimento é que o aluno torna-se capaz de focar seu pensamen- to nas ações de jogo (SCHMIDT; WRISBERG, 2010; MAGILL, 2011). Desse modo, sugere-se que o processo metodoló- gico, que será aplicado para o ensino de cada funda- mento separadamente, seja composto de cinco etapas: • Apresentação do fundamento. • Sequência pedagógica. • Exercícios educativos e/ou formativos. • Automatização. • Aplicação do fundamento à mecânica do vo- leibol. Ressalta-se queesse enfoque aos aspectos técnicos deve-se ao fato de o voleibol ser uma modalidade composta por habilidades motoras construídas, que não foram vistas até o momento (não são embasadas por habilidades motoras fundamentais, vivenciadas pelas crianças desde o ensino infantil). Entretanto, a etapa de aplicação do fundamento à mecânica do voleibol, insere-se o fundamento ensinado no jogo, o que possibilita o trabalho do aspecto tático em cada fase, sem precisar aprender todos os fundamentos, para, então, partir para o jogo. Apresentação da habilidade motora Aqui, o principal objetivo é dar ciência da impor- tância do que se vai aprender, da ideia geral do mo- vimento e sua aplicabilidade na dinâmica do jogo, para, então, motivar o aluno à aprendizagem. É o primeiro contato da criança com o movimento e ele pode ocorrer de várias formas. Essa fase é essencial para melhorarmos o nível de prontidão e motivação do aluno para prática e aprendizagem do novo fun- damento que está sendo apresentado. Vamos refletir sobre a aprendizagem de novas habilidades. Pense em um esporte que você nunca praticou. Como seria você receber instruções sobre posição de mãos, braços e pernas, toque na bola ou empunhadura da raquete, se você ao menos sabe qual é o movimento final que deve executar? Pois é nesta fase que esse problema será sanado. O pro- fessor deverá mostrar o fundamento que será ensi- nado, a técnica correta de execução e sua utilidade dentro do jogo. Para isso, o professor pode utilizar de demons- tração própria, de algum aluno ou especialista do esporte, além de fotos, vídeos, filmes, recortes de jornais ou revistas. Com postura e entusiasmo do professor, nesse momento ele revela seu talento di- dático e deve fazer seus alunos acreditarem que, com empenho e dedicação, eles chegarão à boa execução do movimento. 25 EDUCAÇÃO FÍSICA O alcance do bom desempenho dos fundamentos ensinados será possível se seguirmos a progressivida- de de complexidade e organização da tarefa (elemen- tos simples para o complexo). Contudo, o que seria simples na execução do toque no voleibol, por exem- plo? Devemos levar em consideração que os funda- mentos do voleibol são habilidades que requerem manipulação de objetos. E segundo Magill (2011) ha- bilidades de manipulação de objetos são mais difíceis de desempenhar do que habilidades que não envol- vem essa manipulação, porque a pessoa precisa fazer duas ações simultaneamente. Além de manipular o objeto corretamente, deve adequar sua postura cor- poral e adaptar-se ao desequilíbrio criado pelo objeto. Sendo assim, para esse processo de ensino, pode- mos seguir as indicações da Taxonomia bidimensional de Gentile (2000) apud Magill (2011), considerado um guia para definir procedimentos de ensino da atividade profissional e pedagógica. Este inicia a aprendizagem com exercícios de estabilidade corporal sem manipu- lação de objetos, em condições estáticas e sem variabi- lidade entre tentativas, chegando a exercícios com exi- gência de transporte corporal, manipulação de objetos em movimento e com variabilidade entre as tentativas. Sendo assim, Bojikian, J. e Bojikian, L., (2012) sugerem que, após apresentar o fundamento ao pra- ticante, o professor deve estimular que seus alunos realizem o movimento sem a bola, para que possam sentir a sinergia provocada para realização do mo- vimento como um todo e, assim, entender melhor o movimento que está sendo ensinado. Sequência pedagógica Essa fase do ensino é realizada com um número mí- nimo de repetição para que a criança compreenda o processo de associação do movimento, por meio de estimulações sensoriais e cinestésicas. Como afirmado anteriormente, as habilidades motoras específicas do voleibol são classificadas como não naturais à criança, exigem manipulação de objeto, ainda que este fique sem sua retenção. Com o intuito de obter excelência da performance, busca-se técnicas bem executadas. Com essa finali- dade, aqui, aprofunda-se nos detalhes de cada ha- bilidade motora, recorrendo-se à estratégia meto- dológica que privilegia as “partes”. Stallings (1973), apud Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012, p. 54) jus- tifica que “a cada estágio sucessivo da habilidade motora, a nova habilidade é construída sobre as aprendizagens anteriores” Sequência pedagógica é, portanto, um processo metodológico em que o movimento é ensinado em partes que vão sendo associadas progressivamente entre si (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). Públio e Tani (1993) afirmam que a aquisição de habilida- des de alta complexidade e baixa organização é favo- recida pela aprendizagem por partes. Em seu estudo, detectaram que a prática por adição sobressaiu-se em relação à prática pelo todo. Assim, a prática em que se utiliza o método do todo e das partes, cha- mada de prática por adição, representa a sequência pedagógica aqui direcionada. Funcionaria da seguinte forma: um movimen- to que pudesse ser dividido em quatro partes (A, B, C e D) seria ensinado por meio da prática por adição, como: A, A+B, A+B+C, A+B+C+D. Vamos pensar no movimento do toque do voleibol, como podemos dividi-lo em quatro partes? Poderia ser em: posicionamento de mãos, posicionamento de braços, movimento de pernas e movimento de tronco. O ensino do fundamento toque então seria: Posicionamento de mãos; posicionamento de mãos + posicionamento de cotovelos, posicionamento de mãos + posicionamento de cotovelos + movimento VOLEIBOL 26 de pernas e, por fim, posicionamento de mãos + posicionamento de cotovelos+movimento de per- nas + movimento de tronco. Desse modo, ensina-se o fragmento da habili- dade motora, que, depois de aprendido, será conec- tado a outro elemento e assim sucessivamente até que a execução esteja completa. É o encaminhar do simples para o composto, sem que seja confundido com o desenvolvimento do fácil para o difícil. Isso porque, o que hoje é de execução difícil, depois de aprendido será fácil ao executante e estará incor- porado ao seu acervo motor (BOJIKIAN, J; BOJI- KIAN, L., 2012). Um modelo de comparação da sequência peda- gógica colocada pelos autores é ao de um “pedaço” de corrente, em que cada elo representa uma parte do movimento que, ao ser ensinado, é adicionado à corrente. prática e tarefa adequada, dependemos da individu- alidade biológica do indivíduo, que inclui diferentes capacidades e experiências motoras (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Assim, temos que ter em mente que alguns de nossos alunos aprenderão o movimento mais rapidamente que outros e ficarão ávidos pela pró- xima etapa, o que exige muito cuidado do pro- fessor, que não deve passar para a próxima etapa, sem que grande parte da turma tenha dominado o movimento ensinado, e também não se delon- gar demais, desestimulando os mais coordenados até essa fase. Ressalta-se a importância do professor corrigir a execução de todos os seus alunos enquanto exe- cutam os movimentos, visto que só pode haver pro- gresso da sequência pedagógica quando houver o aprendizado das partes anteriormente ensinadas. Concluída a sequência pedagógica e tendo o grupo mais homogêneo quanto for possível, exe- cutando movimentos próximo do desejado, porém ainda não mecanizado, visto que este nem era o ob- jetivo dessa fase, mas sim a execução global do mo- vimento, podemos avançar . A não mecanização do movimento é fundamental, tendo em vista que isso possibilitará a correção dos erros mais comuns, ob- jetivo da próxima fase. Exercícios educativos e/ou formativos É importante perceber que os exercícios educati- vos e os exercícios formativos têm funções dife- rentes e, em alguns momentos, um ou outro será necessário, ou ainda, ambos se farão indispensá- veis à correção dos fundamentos. De qualquer forma, esta é a fase em que os erros de execução, que comumente surgem após a sequência peda- gógica, serão corrigidos. 1 2 3 4 5 Figura 2 - Modelo de corrente representando a seguência pedagógica Fonte: Bojikian, J. eBojikian, L., (2012, p. 55). Devemos ensinar o elo 1, ao qual, após apren- dido o movimento, será acrescentado o elo 2, em que, quando retido o movimento 1+2, acrescenta- -se o elo número 3 e assim por diante até formar o movimento final. Sabemos da importância da oportunidade de prática (ambiente) adequada para a aprendizagem. No entanto, somente ela não fará com que seus pra- ticantes tenham sucesso na execução dos movimen- tos ensinados. Isso porque, além de oportunidade de 27 EDUCAÇÃO FÍSICA Os exercícios educativos visam a correção da parte do movimento que não está permitindo que o gesto técnico seja realizado satisfatoriamen- te. Objetivam resolver as imperfeições causadas por erros motores e técnicos (BOJIKIAN, J; BO- JIKIAN, L., 2012). Assim, o professor identifica, analiticamente, qual parte do movimento não está sendo bem executada e foca na correção desse as- pecto individual. Por exemplo, vamos imaginar uma situação: estamos ensinando o fundamento toque, e como citamos ao retratar a sequência pedagógica, divi- dimos o movimento do toque em quatro partes e nosso aluno não está conseguindo que seu toque atinja a distância necessária. Nesse caso, vamos analisar qual parte do movimento não está satis- fatório (posicionamento de mãos; posicionamen- to de braços; movimento de pernas e movimento de tronco - se formos utilizar as mesmas quatro partes citadas anteriormente). Tendo em vista o problema citado (distância alcançada pela bola), podemos inferir que, provavelmente, nessa situa- ção, o problema esteja no movimento de pernas, ou falta de movimentação da perna de trás, que fará a alavanca para o movimento. Então, os exer- cícios corretivos que seriam passados estariam destinados especificamente para correção da mo- vimentação das pernas. Entretanto, muitas vezes, determinada impre- cisão no gesto motor é tido pela inadequação da formação física do indivíduo em relação à espe- cificidade das capacidades motoras necessárias à boa execução da técnica. Portanto, os exercícios formativos visam o desenvolvimento de determi- nada capacidade motora, visando favorecer a boa execução da habilidade motora (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). Isso porque, existem momentos em que as ca- pacidades motoras apresentadas estão em níveis in- suficientes para confluir com o aprendizado e, por isso, devem ser desenvolvidas dentro da demanda exigida pelo esporte em questão. Ao término de cada sequência pedagógica (ressaltando que para cada fundamento, o professor passará pelas cinco fases do processo pedagógico, para, depois, avançar a um novo fundamento), o professor constatará que seus alunos, em média, terão de cinco a seis erros, que normalmente são apresentados. Como devem ser feitas, então, essas correções? A sugestão é que o professor divida os alunos que apre- sentem os mesmos desvios motores em grupos, de modo que possa aplicar os exercícios educativos e/ou formativos em formato de circuito, em que cada esta- ção esteja destinada à uma correção específica, na qual o professor pode adotar que todos passem por todas, ou ainda, que fiquem somente na estação de maior dificul- dade. O importante é que todos estejam se exercitando ao mesmo tempo, tirando proveito máximo do tempo de aula destinado à prática. Desse modo, promovemos ganho de desempenho a todos os alunos, igualitaria- mente, independente do equívoco motor apresentado. Em consequência disso, uma vez que os alunos apresentem execução adequada ou próximo do ide- al, avançaremos com o grupo para a próxima etapa. Automatização Para falarmos sobre automatização, primeiro vamos refletir: quais movimentos fazemos no dia a dia, que já estão automatizados? Por exemplo, por que não precisamos pensar sobre o que estamos fazen- do quando bebemos um copo d’água ou quando es- covamos os dentes? Basicamente, porque isso já foi repetido por nós tantas vezes, que já está automati- zado em nosso acervo motor. VOLEIBOL 28 Automatismo é um conceito importante para o entendimento do desempenho da habilidade moto- ra e do dispêndio de atenção para a realização do movimento. O termo automatismo é frequente- mente utilizado para indicar o desempenho de uma habilidade sem que haja exigência da capacidade de atenção (MAGILL, 2011). Uma vez retido o mo- vimento, este passa a ser natural ao indivíduo, que terá uma execução harmoniosa e funcional. O enca- minhamento para a automatização é a repetição da habilidade motora, desde que realizada em alto grau de proficiência (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L., 2012). Sendo assim, esta é a fase destinada ao automa- tismo dos movimentos. E para que isso aconteça, muitas repetições são destinadas a essa etapa. Po- rém, o ponto-chave aqui é entender que muitas re- petições são sim essenciais à performance habilido- sa, porém a repetitividade na prática não é eficiente (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). Isso significa que a forma como vamos estruturar essa prática é de fundamental importância para a reten- ção ou não em longo prazo. Estudiosos da aprendiza- gem motora defendem que a prática, quando realizada em blocos, produz desempenho eficiente somente du- rante a prática inicial, não criando uma aprendizagem duradoura (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). Basica- mente, isso ocorre porque a habilidade que está sendo aprendida é executada fora do seu contexto-alvo. Cabe então ao professor organizar sua prática por meio de exercícios aos quais serão executados o mais próximo possível das condições esperadas. Porém, em um primeiro momento, exercícios muito comple- xos, que criam situações muito novas, podem exigir novos movimentos que ainda não são o objetivo des- se determinado momento, vindo a interferir negati- vamente no aprendizado. Sendo assim, Bojikian, J. e Bojikian, L., (2012) sugerem que os primeiros exercí- cios de automatização devem ser mais simples, com execução estática e individual e aos poucos aumentar a complexidade dos exercícios e inserir deslocamen- tos e exercícios em duplas, trios e em grupos. Uma vez que o movimento esteja automatizado, o professor tomará a decisão de passar para a próxi- ma e última etapa do processo de aprendizado, que é o objetivo real do processo, em que o executante aplicará o comportamento-alvo ao contexto-alvo. Aplicação do fundamento à mecânica do voleibol A aplicação do comportamento-alvo ao contexto-al- vo não pode ocorrer de forma brusca, visto que, na fase anterior, o praticante realizava os exercícios de forma estática e agora o fará em situações comple- xas e direcionadas à dinâmica do jogo de voleibol (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L., 2012). Nesse sentido, o ex-técnico Pete Carril, da Universidade de Prince- ton, citado por Schmidt e Wrisberg (2010, p. 291), fez o seguinte comentário sobre a relação entre a es- trutura de prática e o contexto-alvo (basquete): [...] existe toda uma gama de exercícios de dri- ble, mas a minha reclamação sobre alguns deles é que eles não estão conectados à habilidade e à situação reais no jogo. Nenhum exercício tem qualquer valor a menos que seja utilizado de al- guma forma no jogo. 29 EDUCAÇÃO FÍSICA Isso porque devemos nos atentar que, a todo mo- mento, as habilidades requerem tomadas de deci- sões, de acordo com as situações apresentadas, de modo que a tática e a estratégia formam uma parte importante para a boa execução das habilidades mo- toras (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). Schmidt e Wrisberg (2010, p. 291) citam um fisiologista rus- so, N. I. Bernstein (1967 p. 134) que comenta sobre o processo de aprendizagem: [...] a prática, quando empreendida apropria- damente, não consiste em repetir os meios de solução de um problema motor uma vez após a outra, mas no processo de resolver esse proble- ma repetidas vezes. Basicamente, os autores demonstram o porquê não recomenda-se organizar a prática de forma meca- nizada nesta fase. Isso foi passado na fase anterior (automatização) e, agora, devemos perceber que o início dessa etapa de aplicaçãodeve começar de for- ma simples, de modo a permitir ao praticante con- centrar sua atenção tanto na habilidade quanto em seu emprego durante a dinâmica do jogo, tornando- -os progressivamente mais complexos e executáveis. Sendo assim, Bojikian, J.; Bojikian, L., (2012) divi- dem essa última etapa da aprendizagem em três partes, de modo a garantir que o aumento da complexidade seja atingido. Cabe ressaltar que a aplicação do fun- damento ao jogo só acontecerá com os fundamentos aprendidos. Caso esteja ensinando o toque, essa fase só acontecerá com a realização deste; em caso de estar na manchete, então os fundamentos utilizados aqui serão o toque e a manchete, e assim sucessivamente. Fase 1: exercícios em forma de jogo São exercícios que possuem mecânicas de movimen- tos semelhantes às situações reais de jogo, porém têm fácil realização e baixa organização e devem conter a sequência normal da aplicação dos fundamentos em uma partida. As ações típicas são sempre compostas por três momentos: recepção ou defesa, levantamen- to e ataque (envio da bola para o campo adversário). Esse tipo de exercício pode ser realizado em peque- nos ou grandes grupos, com a delimitação de qua- dra que for mais adequada. O importante é que seja constituído pelos três toques de cada equipe. Devemos estar atento ao fato de que alguns alunos apresentarão maior dificuldade em rela- ção a outros e para garantir que todos tenham participação igual nas atividades, sugere-se que a composição de pequenos grupos, com dois ou três alunos em cada time, seja mais adequado nessa fase. Assim, evita-se exclusão dos menos habilido- sos e garante envolvimento e comprometimento de todos. Vale lembrar que nem sempre os menos habilidosos, hoje, apresentarão os piores desem- penho futuramente. Eles podem simplesmente es- tar passando por fases diferentes de crescimento e maturação, por exemplo, como vimos nos tópicos anteriores. Para essas atividades, de dois contra dois ou três contra três, vale a improvisação de redes com elás- ticos, divisão da quadra com giz e fitas ou, ainda, a utilização de linhas pré-existentes das quadras po- liesportivas. Isso permite que se ocupe, de muitas crianças ao mesmo tempo, premissa para as aulas de educação física escolar. VOLEIBOL 30 Fase 2: jogo adaptado São exercícios realizados, na maioria das vezes, na mesma dinâmica do jogo, com as ações típicas dos três toques, porém em uma dinâmica artificialmente criada pelo professor. Aqui, prioriza-se a repetição das ações de jogo, em situações próximas da real, podendo-se utilizar uma ou duas equipes. Por exemplo: vamos enfatizar a ação de ataque (com bloqueio, porque queremos simular a situa- ção real de jogo). Para isso, preciso de um passador, um levantador e alguém para sacar ou lançar a bola que originará o passe. Desse modo, o exercício se constituirá por passe, levantamento e ataque com bloqueio. É uma situação real na dinâmica do jogo, porém, criada pelo professor, a fim de que haja repe- tições das ações. Fase 3: jogo (jogo de iniciação) Essa fase permitirá que a criança jogue, é este seu objetivo desde a primeira fase. Aqui, os alunos deverão jogar com a mecânica normal do esporte e usar a aplicação das regras básicas (as quais fo- rem possíveis). As características próprias do voleibol, especial- mente a de não retenção da bola, reiteram a neces- sidade de apoio da metodologia aqui empregada, na teoria da aprendizagem, que afirma que a automa- tização de um comportamento tem como caracte- rística baixa variabilidade (ADAMS, 1971; FITTS, POSNER, 1967; LOGAN, 1992 apud BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). Essa variabilidade pode ser explicada de duas formas: variabilidade de desem- penho (falta de padronização do programa motor) e variabilidade funcional (manutenção de um bom nível de desempenho em adaptação às diversas si- tuações de jogo, tendo um padrão de movimento já bem definido). Manoel e Connolly (1995) apontam que, ape- sar da variabilidade de desempenho deva ser redu- zida, a variabilidade funcional deve ser mantida. Isto é, devemos ter a preocupação em estabilizar o comportamento, porém, preparar nossos prati- cantes para as adaptações que deverão ser feitas às novas situações de jogo que irão surgir. O que nos remete ao comentário do fisiologista Berns- tein, citado anteriormente, em que articula sobre as situações problemas que devem ser colocadas aos alunos. Desse modo, conforme haja progressão na eta- pa de aplicação (exercícios em forma de jogo, jogo adaptado e jogo de iniciação), a variabilidade de desempenho vai sendo sanada e a variabilidade funcional vai sendo contemplada, garantindo, as- sim, estabilização e desempenho consistente, de forma a assegurar bom desempenho nos contextos reais de jogo, em que apresenta-se variabilidade e complexidade. Ao momento em que o aluno é capaz de aplicar o gesto técnico com naturalidade nas diversas situ- ações de jogo, apresentando estabilização, podemos iniciar a aprendizagem do próximo fundamento. Ideia que presume existir uma ordem dos funda- mentos a serem ensinados e que será o tema do pró- ximo tópico. 31 EDUCAÇÃO FÍSICA VOLEIBOL 32 E xistem diversos ordenamentos dos funda- mentos, que são atualmente adotados pelos professores que trabalham com o voleibol. Por isso, nosso objetivo, neste tópico, não é defender a melhor ordem de ensino dos fundamen- tos, e sim, sugerir e justificar o porquê de nossa es- colha. Para isso, seguiremos a proposta adotada por Bojikian, J. e Bojikian, L., (2012). É importante ressaltar que o professor pode utilizar a sequência de ensino que melhor lhe couber, entretan- to, é essencial que sua metodologia e proposta didática sejam fundamentadas e pautadas em bases científicas. Sendo assim, a sequência sugerida para o ensino dos fundamentos é: • Posição básica e movimentação. • Toque de bola. • Manchete. • Saque por baixo. • Saque tipo tênis (comumente chamado saque por cima). • Cortada. • Bloqueio. • Defesa. Essa ordem garante que o processo seja aplicado de acordo com as etapas metodológicas apresenta- das anteriormente (apresentação da habilidade + sequência pedagógica + exercícios educativos e/ou formativos + automatização + aplicação à mecânica do voleibol - somente do(s) fundamento(s) aprendi- do(s)). Imaginem que, ao invés do toque, iniciásse- mos o ensino pelo saque, justificando nossa escolha pela ordem que os fundamentos aparecem no jogo. Conseguiríamos, ao chegar na última fase de apli- cação do fundamento ao jogo, executar um jogo adaptado somente utilizando o saque? Seria muito mais difícil, certo? Então, a sequência aqui sugerida garante a aplicação de cada fundamento e o compi- lamento das mecânicas e movimentos semelhantes entre os fundamentos. Aconselhamos a posição básica ser ensinada pri- meiro, visto que ela será a mesma para execução dos demais fundamentos e todas as movimentações ca- racterísticas empregadas durante o jogo do voleibol. E aí, vocês podem estar se perguntando: “mas fare- mos a aplicação ao jogo, somente utilizando a movi- mentação básica?”. Sim, é possível aplicar a posição Ordenamento de Ensino dos Fundamentos 33 EDUCAÇÃO FÍSICA básica para movimentação em exercícios em forma de jogo e jogos adaptados, porém ainda sem toque e manchete, utilizando apenas lançamentos de bola (em que o aluno deve segurar e lançar a bola). Isso contribuirá para melhoria da percepção espacial e temporal em relação à bola e das capacidades pri- mordiais para boa execução do toque e manchete. Sendo assim, antes de ensinarmos a criança a dar to- que e manchete, devemos ensiná-la a chegar na bola (assim ela aprenderá quando usar o toque e em qual situações de distância da bola utilizar a manchete). Em seguida, a opção é pelo toque de bola por cima, pois além dele fazer uso da posição básica, previa- mente ensinada, uma vez que o praticante o tenha do- minado, é o fundamento que lhe garantirá maior pre- cisãona situação dos jogos de aplicação. Assim sendo, os jogos propostos na última etapa do processo farão uso da posição básica + toque de bola por cima. Para dar prosseguimento, o próximo fundamen- to é a manchete. Alguns consideram a manchete mais fácil, por ter contato com o antebraço, porém, essa é uma região com informação sensorial inferior à ponta dos dedos e, por isso, oferece menor preci- são. Isso poderia dificultar os jogos de aplicação, po- rém, como é o terceiro fundamento a ser ensinado, a criança poderá fazer uso de: posição básica + toque de bola por cima + manchete. Com a manchete dominada, o saque poderá ser utilizado, agora, com um sentido prático. Indica- mos que o saque por baixo seja utilizado em aulas de Educação Física, a considerar sua facilidade em relação ao saque tipo tênis. E, então, que este último seja utilizado por professores que trabalham com a modalidade em clubes e escolinhas esportivas. Isso porque os movimentos não se assemelham, de modo que o saque por baixo não é uma adaptação do saque por cima, não havendo, fundamentações mecânicas para que ocorra, primeiro, o ensino do saque por baixo para, depois de dominado, ensinar o saque por cima. Isso geraria uma perda de tempo desnecessária, a menos que justifique-se pela pouca idade das crianças e, então, por ainda não apresen- tarem determinadas capacidades motoras. O saque tipo tênis, além da sua função própria, facilitará o aprendizado da cortada, pela proximida- de dos movimentos. E, logicamente, somente após a cortada é que se faz necessária a existência do blo- queio, o que justifica ser o próximo fundamento a ser ensinado. Por fim, os fundamentos de defesa, como mer- gulhos em pé e rolamentos etc., virão por último, visto sua complexidade em relação aos demais. Eles devem ser ensinados apenas pelos professores atuantes em clubes e escolinhas esportivas, pois na escola não temos tempo hábil para isso, nem con- dições físicas e materiais, pois precisaríamos de jo- elheiras para os alunos, plintos ou caixotes para os cortadores realizarem o ataque para aplicabilidade da defesa, além de boa condição de quadra e quan- tidade elevada de bolas. Assim sendo, o professor pode programar seus con- teúdos, seguindo essa ordem, utilizando-se o processo pedagógico para cada fundamento a ser ensinado. Nas aulas de Educação Física Escolar são des- tinadas, em média, oito aulas por bimestre e em cada bimestre ensina-se um esporte dife- rente (a considerar cada ano). Então, em oito aulas, tendo em vista que se deve contem- plar as cinco fases do processo metodológico, quantos fundamentos o professor ensinará? REFLITA VOLEIBOL 34 A primeira fase de aprendizagem denomi- namos fase de estimulação, que corres- ponde do 1º ao 5º ano do Ensino Funda- mental, atendendo crianças da primeira e segunda infância (Ensino Fundamental l). Nessa primeira fase, o envolvimento das crianças nas ati- vidades devem ter o caráter lúdico, participativo e alegre, a fim de oportunizar o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais para o desenvol- vimento dos jogos em geral, contribuindo para seu entendimento tático dos jogos esportivos coletivos (GRECO; BENDA, 2007). Desse modo, ao encontro com o exposto nos tópicos anteriores, sugere-se que o voleibol seja ini- ciado com crianças que estão no primeiro ano do Fases Pedagógicas: O Processo Progressivo-Associativo Ensino Fundamental II, ou seja, 6º ano. É possível, se o conteúdo for bem estruturado e as aulas bem planejadas, que o professor passe pelos fundamen- tos básicos, como posição básica, toque de bola por cima e manchete, neste primeiro ano de contato com a modalidade, e assim sucessivamente, até contem- plar todos os fundamentos, possibilitando destinar o Ensino Médio para o ensino e aplicação do sistema tático, que veremos nos capítulos que seguem. Nesse sentido, vimos, no Tópico 4 que, uma vez criado o processo metodológico para a aprendiza- gem do fundamento selecionado para ensino, será desenvolvido desde a etapa da apresentação da ha- bilidade até a última, denominada aplicação. Cabe- rá ao professor criar exercícios de aplicação apenas 35 EDUCAÇÃO FÍSICA com o fundamento ensinado, no caso, posição de ex- pectativa e movimentação. Assim, quando os alunos estiverem realizando a contento esse fundamento, o professor pode partir para o ensino do próximo, que é o toque, de acordo com a ordenação do ensino dos fundamentos, visto no Tópico 3. O processo de ensino e aprendizagem deverá conter a sequência previamente apresentada. Lem- bra da qual estamos nos referindo? Vimos a sequ- ência representada pela figura de uma corrente, em que os elos simbolizam cada fase que é acrescentada, formando o processo de ensino. Para refrescar sua memória, caso não se lembre: 1. Apresentação da habilidade. 2. Sequência pedagógica. 3. Exercícios corretivos e formativos. 4. Automatização. 5. Aplicação do fundamento à mecânica do voleibol. Ao realizar esse processo de ensino do funda- mento, no momento da fase de aplicação, deverá ser feita uma associação ao fundamento anterior, iniciando, assim, o processo de combinação com os fundamentos previamente apreendidos. Nessa lógica, o ensino do fundamento manchete deve ser trabalhado da mesma forma que o toque, para que na fase de aplicação os dois fundamentos se- jam reunidos para criarmos um mecanismo de associação, demonstrando que existe uma lógica e aplicabilidade aos fundamentos anteriores. Além disso, haverá um trabalho dinâmico no processo de aprendizagem e não permitiremos que os fun- damentos anteriores sejam desaprendidos ou per- cam a sua eficiência. Dessa maneira, ao término desse processo de ensino, se for utilizado o ordenamento de ensino proposto, ao chegarmos na fase de aplicação do sa- que por baixo, o aluno estará jogando voleibol. VOLEIBOL 36 Didaticamente, essa sequência foi proposta de- vido às características dos movimentos se asseme- lharem. Assim, o professor poderá racionalizar me- lhor todo o processo de ensino e aprendizagem. Isso porque movimentos similares utilizam-se capacida- des motoras parecidas para sua boa execução - como força de pernas, equilíbrio estático, dinâmico e recu- perado e elasticidade de quadríceps - ao pensarmos, por exemplo, no ensino da posição básica, do toque e da manchete (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). Por conseguinte, segundo os mesmos autores, com os fundamentos organizados nessa sequência, possibilitamos maior utilização das capacidades mo- toras em relação às demandas de tempo e repetição. Isso porque, há de se considerar que as capacidades físicas não são rapidamente desenvolvidas, como a aprendizagem de alguns fundamentos (ex: posição básica, que pode ser ensinada em duas sessões). As- sim, como demanda mais tempo de prática para que haja melhora em seus índices de atuação, ao agrupar fundamentos semelhantes, garantimos maior tempo de utilização e, consequente, o desenvolvimento das mesmas capacidades físicas. Posto isto, seguimos a divisão feita por Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012), que separa os fundamentos em três grupos, cada um aponta as capacidades mo- toras inerentes aos fundamentos que as compõem. Quadro 1 - Classificação dos grupos das habilidades motoras GRUPO I GRUPO II GRUPO III Posição básica Saque tipo tênis Defesa em pé Movimentação Cortada Rolamentos Toque Bloqueio Mergulho Manchete Recursos Saque por baixo Fonte: Bojikian, J.; Bojikian, L. (2012, p. 62). Vale destacar que, em contextos em que há pro- ximidade dos movimentos que estão sendo apren- didos, ocorre transferência de aprendizagem, que é um conceito importante da área da aprendizagem motora. Segundo Magill (2011), a transferência de aprendizagem é a influência da experiência ante- rior, no desempenho de uma nova habilidade ou em novo contexto, o que justifica, mais uma vez, a importância do agrupamento dos fundamentos que utilizam capacidades motoras parecidas