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SEMANA 03 - 05/02 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA SUMÁRIO TEMA PÁGINA STRIKE: CÂNCER DE COLO UTERINO 1 STRIKE: CÂNCER DE MAMA 7 DISCURSIVA MASTER: TOXOPLASMOSE NA GESTAÇÃO 13 1 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA STRIKE: CÂNCER DE COLO UTERINO CÂNCER DE COLO EPIDEMIOLOGIA: • Apresenta pico de incidência bimodal, no Brasil, entre 35 a 39 anos e 60 a 64 anos. Mas é considerado um tumor de mulher jovem (entre 35 e 39 anos). • 10% de todos os tumores malignos em mulheres • Fatores associados ◦ Infecção pelo HPV ◦ Atividade sexual antes dos 18 anos ◦ Multiplos parceiros sexuais ◦ Maus hábitos de higiene ◦ Exposição a radiação ionizante ◦ Tabagismo ◦ Uso de ACH TIPOS HISTOLOGICOS • Lesões precursoras: quando patologista encontrar mitose, cromatina irregularmente distribuída na célula e alteração na relação núcleo citoplasma. ◦ NIC I: displasia leve (compromete terço inferior do epitélio) ◦ NIC II: displasia moderada (compromete ⅔ inferiores do epitélio) ◦ NIC III: displasia acentuada – carcinoma in situ (todo epitélio comprometido). • Carcinoma epidermoide, escamoso ou espinocelular: mais comum (90% dos casos) ◦ Crescimento exofítico, o câncer vai crescendo para fora do colo do útero, comprometendo as estruturas vizinhas, isso determina a principal forma de disseminação do tumor (contiguidade). • Adenocarcinoma – 9,5% ◦ Crescimento endofítico, crescem para dentro do colo do útero, que começa a engordar, assume aspecto de barril ◦ 5% tem disseminação hematogênica (portanto essa disseminação é rara): figado, pulmão, coração, pele, cérebro. QUADRO CLÍNICO: • Câncer assintomático (fase pre invasiva) – NICs • Câncer sintomático (fase invasiva) – secreção em lavado de carne (secreção bem fluida, avermelhada com odor fétido. A atividade proliferativa do tumor é tão grande que não é acompanhado de proliferação vascular, então aparecem áreas de necrose do câncer de colo que exalam odor fétido, que aparece espontaneamente. • Sangramento vaginal (sinusorrágico e espontâneo) • Corrimento aquoso e fétido • Complicações: obstrução uretral, hidronefrose, injuria renal e edema de membros inferiores compressivo. Isso leva a paciente à óbito por comprometimento das estruturas vizinhas, principalmente o aparelho urinário e vascular (venoso e linfático). 2 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DIAGNÓSTICO • Por meio do exame de colpocitologia oncológica – exame de Papanicolau. ◦ Iniciamos a partir de 25 anos. Inicialmente é feito anualmente. Quando tiver duas amostras anuais e sequenciais normais, passa a ser feito a cada 3 anos, até os 65 anos. ◦ Análise citológica do esfregaço do colo uterino. ◦ Classificação de Bethesda: Normal (segue rotina) Inflamatório (segue rotina) ASC-US (repetir em 6 meses), ASC-H (colposcopia) e AGC (colposcopia e investigação da cavidade uterina) Lesão intraepitelial de baixo grau (LSIL) - repetir em 6 meses Lesão intraepitelial de alto grau (HSIL) - colposcopia Carcinoma invasivo de células escamosas - colposcopia • Colposcopia: Se vier alterado, realizamos a colposcopia ◦ Olhar colo do útero com microscópio, se houver lesão, realizo biópsia guiada pelo colposcópio ◦ Teste de Schiller: é positivo se houver uma área não corada pelo iodo, ou seja, não tem glicogênio porque há muita proliferação celular. • Conização: ◦ Diagnóstica e terapêutica ◦ Tirar um fragmento em formato de cone no colo do útero (incisão circular que engloba o orifício externo do colo do útero e vou aproximando os limites em direção ao orifício interno do colo do útero) ◦ Indicação: ◦ Limites da lesão não podem ser observados na colposcopia ◦ JEC (junção escamo colunar, transição entre o epitélio externo – escamoso e o interno – colunar) não é observada na colposcopia. É importante visualizar a JEC porque é o principal sítio de encontro do carcinoma invasivo de colo. ◦ Discordância entre citologia e biópsia: entre papanicolau e biópsia guiada pela colposcopia. ◦ Suspeita de microinvasão: importante para o estadiamento; ◦ Evidencia de NIC II e III: único momento de carater terapêutico. ESTADIAMENTO: • De acordo com tamanho e invasão – realizado clinicamente. • Estadio 1 – câncer de colo restrito ao colo do útero ◦ 1a: microscópico 1a1: invasão ate 3 mm da membrana basal 1a2: invasão ate 5 mm de profundidade por 7 mm de extensão da membrana basal ◦ 1b: macroscópico 1b1: menor que 4 cm 1b2: maior que 4 cm • Estadio 2 – começa a disseminação para os órgãos vizinhos ◦ 2a: compromete 1/3 superior da vagina ◦ 2b: compromete paramétrio lateral sem chegar à parede pélvica STRIKE: CÂNCER DE COLO UTERINO 3 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA • Estadio 3 – aumenta a disseminação por proximidade ◦ 3a: toda a vagina está comprometida ◦ 3b: todo o paramétrio lateral está comprometido, inclusive parede pélvica • Estadio 4 ◦ 4a: mucosa da vagina ou do reto comprometidos ◦ 4b: disseminação a distância (raro) • Feito o estadiamento nos propormos o tratamento. TRATAMENTO: • Formas pré-invasivas ◦ NIC I: conduta expectante ou cauterizar a lesão; ◦ Eletrocoagulação ◦ Crioterapia ◦ Laser ◦ NIC II ou NIC III: ◦ Conização • Formas Invasivas ◦ Baseada no estadiamento ◦ Varia de conização (estádio Ia1), histerectomia total (estádio Ia1 com prole constituída) até cirurgia de Wertheim-Meigs (do estádio Ia2 até IIa) ◦ Radioterapia e braquioterapia (com quimioterapia rádio sensibilizadora) a partir do estádio IIb ACOMPANHAMENTO: • NIC: papanicolau e colposcopia a cada 6 meses • Tumor invasivo: papanicolau e colposcopia a cada 3 meses no primeiro ano e depois a cada 6 meses. CÂNCER DE ENDOMÉTRIO EPIDEMIOLOGIA: • Tumor mais frequente nas mulheres na 6ª e 7ª décadas de vida • Idade média: 60 anos • 75% em mulheres com mais de 50 anos • Câncer da mulher na perimenopausa (45-55 anos) FATORES DE RISCO (exposição estrogênica não antagonizada pela progesterona) • Obesidade – fator de risco principal isolado • Nuliparidade • Menarca precoce • Diabetes mellitus com obesidade • HAS com obesidde • Estrogenioterapia sem oposição progestacional • Tamoxifeno • Hiperplasia endometrial atípica – lesão precursora do câncer de endométrio STRIKE: CÂNCER DE COLO UTERINO 4 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA • Tumores ovarianos produtores de estrogenio • Síndrome dos ovários policísticos QUADRO CLÍNICO: • Sintomático: 90% das mulheres com câncer de endométrio apresentam sangramento. ◦ Sangramento varia de acordo com a paciente ◦ Pós menopausa: se mais de um ano sem menstruação, volta a sangrar ◦ Perimenopausa: menstruação começa a aumentar e aparecer fora do ciclo menstrual • Assintomáticas: espessura endometrial maior que 5 mm ou apresentam sangramento, mas não exteriorizam – atrofia de orifício externo do colo uterino • Doença avançada: metástases regionais – principal forma de disseminação é linfática, e a principal disseminação hematogênica é para o fígado. DIAGNÓSTICO • Histeroscopia associada a biópsia endometrial – melhor método • Biópsia por aspiração do endométrio • Curetagem uterina semiótica • USG transvaginal avaliando a espessura endometrial, que não deve ultrapassar 5 mm na mulher que já está um ano ou mais sem menstruar. ESTADIAMENTO: • O estadiamento é cirúrgico e anatomopatológico, de acordo com o grau de invasão, citologia do lavado peritoneal positiva e presença de metástases • Na cirurgia, há retirada de útero, trompas, ovários e lavado da cavidade peritoneal TRATAMENTO • Histerectomia total abdominal e salpingooforectomia bilateral • Dependendo do grau de invasão, podemos realizar linfadenectomia pélvica e para-aórtica • Se citologia do lavado peritoneal positiva ou a partir do estadio II (colo uterino comprometido) prescrevo acetato de megestrol 160 mg/dia por 3-6 meses para impedir implantação de células tumorais. • Hiperplasia endometrial - lesão precursora: ◦ Sem atipias, pode ser histerectomia total abdominal, curetagem uterina, ablação histeroscopica, ou progesterona em altasdoses por 3-6 meses ◦ Se houver atipias, histerectomia total abdominal STRIKE: CÂNCER DE COLO UTERINO 5 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA CÂNCER DE OVÁRIO TUMORES BENIGNOS: • Tumor com menos de 2 mitoses por campo microscópico (se tiver de 2 a 10 é borderline e mais de 10 é maligno). • Características de benignidade na USG ◦ Paredes finas, lisas, regulares ◦ Conteúdo homogêneo (de preferência anecoico que é liquido) ◦ Sem vegetação, septação ou debris em seu interior ◦ Doppler com alta resistência vascular (pouco vascularizado) • Cisto funcional ou folicular é o mais comum: folículo primordial que não deu certo ◦ Unilaterais, não atinge grandes dimensãoes ◦ Mais comum em mulheres jovens ◦ Tratamento ◦ 10cm. A conduta é a retirada cirúrgica do cisto por laparoscopia, devido ao risco de torção e compressão de estruturas vizinhas. ◦ 6-10cm: acompanhamento com USG transvaginal de 3 em 3 meses e ACH por 6 meses (faz o ovário ficar em repouso e a tendência é o folículo voltar ao córtex ovariano). • Cistoadenomas: derivados da linhagem epitelial ◦ Serosos:mais comuns ◦ Mucinosos: são os que mais crescem, com maior risco de torção. • Tumores sólidos: derivados de células germinativas ◦ Podemos encontrar todos os tipos de tecidos dentro deles • Cisto endometriótico ou endometrioma: ◦ Lesão de endometriose no ovário ◦ Cisto de parede espessada com conteúdo semelhante a leite achocolatado. TUMORES MALIGNOS • Câncer ginecológico mais letal: extremamente silencioso – sintomas só aparecem quando tem grandes dimensões e disseminação pela pelve e cavidade abdominal • Câncer da mulher idosa • Fatores de risco ◦ Idade acima dos 70 anos ◦ Antecedentes de câncer de mama e trato gastrointestinal ◦ Menarca precoce e menopausa tardia ◦ Nuliparidade • Características de malignidade na USG ◦ Paredes espessadas, irregulares ◦ Conteúdo heterogêneo ◦ Com vegetação, septação ou debris em seu interior ◦ Doppler com baixa resistência vascular (altamente vascularizado) STRIKE: CÂNCER DE COLO UTERINO 6 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA • Diagnóstico diferencial ◦ Endometriose ◦ DIPA ◦ Leiomioma uterino ◦ Massa em cólon inflamatória ou neoplásica • Estadiamento ◦ Estadiamento histológico e cirúrgico ◦ De acordo com a invasão de outras estruturas da pelve • Tratamento ◦ Cirurgia é a principal forma de tratamento, tentando preservar o tumor para não espalhar células tumorais • Tipos histológicos ◦ Epitelial – mais comum ◦ Derivado das Células germinativas ◦ Derivados do Estroma do cordão sexual (produtores de hormônios) ◦ Tumores metastáticos STRIKE: CÂNCER DE COLO UTERINO 7 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA INTRODUÇÃO É o primeiro câncer em mortalidade e o segundo em incidência (só perdendo para o câncer de pele não melanoma) nas mulheres brasileiras, desde 2003.. O grande problema é que não conseguimos diagnosticar a sua lesão precursora – não consigo diagnosticar e tratar a hiperplasia ductal atípica porque ela não fornece sinal ou sintoma específico, e sem alteração no exame de imagem. Procuramos fazer o diagnóstico precoce do câncer de mama antes que se torne palpável (antes de atingir 1 cm no seu maior diâmetro). A mamografia consegue detectar lesões na mama a partir de 2mm no seu maior diâmetro. Quanto mais precoce o diagnóstio, maior a chance de cirurgias conservadoras, e menor a mortalidade. Devemos realizar três diagnósticos – clínico, radiológico e citológico. Se algum deles vier com suspeita de malignidade, realizamos o diagnóstico histológico. • Carcinoma tipo não especial (antigo ductal): tipo histológico mais comum • Carcinoma lobular: mais associado a bilateralidade • Carcinoma de Paget: compromete o complexo areolo mamilar • Tumor filoide (variante do fibroadenoma, podendo ser benigno, maligno ou borderline): com maiores dimensões e maior taxa de recidiva • Carcinoma inflamatório: pior prognóstico, espalha-se pelos vasos linfáticos da derme; pele fica vermelha com aspecto de casca de laranja. • Carcinoma tubular: melhor prognóstico • Independente do tipo histológico, após vir no anatomopatológico neoplasia maligna, devemos estadiar. • Características de nódulo maligno: Sólido, irregular, mal definido, fixo, espiculado (BIRADS 5), alta densidade na mamografia. ESTADIAMENTO É clínico e cirúrgico, porque posso examinar a paciente sem linfonodo palpável e ele estar acometido cirurgicamente. Estadiamento TNM: • T: tamanho • N: Linfono • M: Metástase T: Tamanho • T0: sem tumor primário • Tis: carcinoma in situ • T1: tumor menor ou igual a 2cm • T2 : maior que 2cm e menor ou igual a 5cm • T3: maior que 5cm • T4: qualquer diâmetro acometendo pele (4b), gradeado costal (4a) ou ambos (4c) ou câncer inflamatório (4d) STRIKE: CÂNCER DE MAMA 8 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA N: Linfonodo • N0: sem linfonodos suspeitos • N1: linfonodos de consistência aumentada e não aderido (móveis) a outras estruturas • N2: linfonodo fixo, acima de 3cm ou coalescido • N3: metástase homolateral em linfonodos intra-torácico (M1). Hoje consideramos metástase a distancia (não usamos mais a classificação N3) M: Metástases. • M0: ausência de metástases clinicas • M1: metástases clínica a distância Estadios: • Estadio I: Tumor menor que 2 cm, sem linfonodos axilares palpáveis. • Estadio II: Tumor menor que 2 cm com linfonodos pouco aumentados e ainda móveis ou entre 2-5cm sem linfonodos axilares palpáveis. • Estadio III: tumor menor que 2cm com linfonodos axilares fixos, aderidos, ulcerados ou tumor entre 2-5cm com linfonodos pouco aumentados e ainda móveis ou tumor >5cm sem linfonodos palpáveis. • Estadio IV: metástases a distancia. Principal forma de disseminação do câncer de mama é hematogênica. Os principais sítios de metástases são: osso, pleuro pulmonar, fígado, cérebro, ovário – na ordem de frequência. TRATAMENTO A melhor forma de tratar o câncer de mama ainda é o cirúrgico, que pode ser conservador ou radical. Para ser conservador, devo garantir para a paciente que o câncer não recidivará na mama que estou preservando. Não posso deixar câncer residual na mama da paciente: tenho que deixar margens livres e dar um bom resultado cosmético, de forma que devemos encontrar o equilíbrio. Fatores prognósticos: é o que auxilia a escolher o tratamento cirúrgico de forma adequada. São características da paciente e do tumor, que indicaram se terá uma boa ou má evolução. • Status axilar: principal fator prognóstico • Clínicos: ◦ Idade da paciente: quanto mais jovem, pior prognóstico. Principal fator prognóstico clínico. ◦ Status menopausal: diagnóstico antes da menopausa é de pior prognóstico • Histológicos ◦ Comprometimento axilar: se é positivo, é pior. É o principal fator prognóstico histológico e entre todos. ◦ Tamanho do tumor: quanto maior, pior prognóstico ◦ Subtipo histológico: o de pior prognóstico é o inflamatório, tubular é o de melhor ◦ Grau histológico (diferenciação): mais diferenciado, melhor prognóstico STRIKE: CÂNCER DE MAMA 9 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA • Imunohistoquimicos: ◦ Receptores de estrogênio e progesterona no tumor: principal fator prognóstico imunohistoquimico. Se presentes, é mais diferenciado e que podemos usar uma modalidade terapêutica no pós-operatório, a hormonioterapia (tamoxifeno 20mg/d por 5-10a ou bloqueadores da aromatase) ◦ Marcadores de proliferação tumoral: quanto mais eles proliferam, pior prognóstico – marcadores como PCNA, vimentina, ki67 Recorrência local – para realizar a cirurgia conservadora, devemos avaliar aspectos que predispõem à recorrência e, se presentes, não realizar essa cirurgia conservadora. • Fatores inerentes a paciente: como pacientes jovens com menos de 35 anos; Susceptibilidade hereditária como o gene BRCA 1 ou BRCA 2. • Fatores inerentes ao tumor: câncer inflamatório, componenteintraductal extenso • Necessidade de margens livres e radioterapia após a cirurgia: margens livres ideais de 3cm. ◦ 1cm -> recidiva 59% ◦ 2cm -> recidiva 42% ◦ 3cm -> recidiva 17% (por isso a radioterapia é obrigatória no tratamento conservador. Para levar a recidiva de 17% para 0) ◦ 4cm -> recidiva 10% • Fatores inerentes ao tratamento: extensão da ressecção vai delimitar a chance de recidiva. ◦ Quadrantectomia -> recidiva 7% ◦ Lumpectomia -> recidiva 15% ◦ Setorectomia -> recidiva 17% ◦ Tumorectomia -> recidiva 19% Hoje a cirurgia conservadora do câncer de mama é a oncoplastica (oncológica + plástica), em que aplicamos técnicas de cirurgia plástica para tratamento do câncer de mama. Mamoplastia de Pitanguy (em ancora, periareolar, vertical no sulco mamário), a mama fica aberta como uma flor, temos acesso a qualquer quadrante da mama, mando para o patologista na sala. Se ele falar que as margens estão livres, eu reconstruo a mama na hora. Se tiramos muito tecido, preenchemos com silicone na hora; na outra mama fazemos a mesma coisa para ficar simétrica. Contraindicações de cirurgia conservadora: • Absolutas: ◦ Tumor multicêntrico – que ocupa mais de um quadrante ◦ Microcalcificações suspeitas ou qualquer outra lesão suspeita em uma grande área mamaria - o câncer tem que ser a única lesão suspeita na mama. ◦ Radioterapia prévia em tórax ◦ Gestantes • Relativas: ◦ Tumor grande em mama pequena – não consigo margens livres ◦ Pacientes com colagenose e cardiopatias: que podem descompensar na radioterapia ◦ Tumores centrais: situação mais antiestética, dificílimo de reconstruir, além disso, todos os ductos partem do mamilo, nada me garante que nenhuma célula tumoral acometeu outro ducto ◦ Impossibilidade de seguimento STRIKE: CÂNCER DE MAMA 10 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Radioterapia: • Contraindicações: ◦ Absolutas: grávida ou paciente que já fez radioterapia em tórax ◦ Relativas: cardiopatias e colagenoses Uso de terapia adjuvante: outras terapias que não a radioterapia • Quimioterapia e hormonioterapia - muito usadas em pacientes que fizeram cirurgias conservadoras. • Se fizer quimioterapia, a recidiva é de 2,6%; se não fizer, 13,4% • Se fizer hormonioterapia, recidiva 4,3%; se não fizer, 14,7% Cirurgia conservadora na axila: É o estudo do linfonodo sentinela, que é o primeiro linfonodo a receber a drenagem linfática da mama que contém o tumor. Existem duas técnicas, uma com tecnécio, substância da medicina nuclear que se acumula no linfonodo sentinela; e a técnica do Azul patente (corante), que vai corar o linfonodo sentinela. Mastectomia Halsted – radical • Primeira descrita na literatura • Tiro mama inteira (pele, aréola, mamilo e toda a glândula) e esvazio os 3 níveis de linfonodos axilares; também retiro músculo peitoral maior e menor. • Só faço essa quando o músculo peitoral maior tiver comprometimento tumoral • Só retiro o músculo peitoral menor se ele possuir infiltração tumoral ou se estiver dificultando o acesso ao nível 3 dos linfonodos axilares Mastectomia Patey – radical • Tiro mama inteira (pele, areola, mamilo e toda a glândula) e esvazio os 3 níveis de linfonodos axilares; também retiro músculo peitoral menor • Só tiro o músculo peitoral menor se ele possuir infiltração tumoral ou se estiver dificultando o acesso ao nível 3 dos linfonodos axilares Mastectomia Madden – radical • Tiro mama inteira (pele, areola, mamilo e toda a glândula) e esvazio os 3 níveis de linfonodos axilares; não retiro músculo peitoral menor e maior • Faço essa quase sempre pois a tendência é ser o mais conservador possível STRIKE: CÂNCER DE MAMA 11 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA • O músculo da parte superior é o peitoral maior sem infiltração tumoral, o de baixo é o menor que não estava com infiltração tumoral e nem dificultou o acesso ao nível 3 de linfonodos axilares • Abaixo da margem inferior do peitoral menor: nível 1 • Entre margem superior e inferior: nível 2 • Acima da margem superior: nível 3 • Toda vez que vamos abordar a axila, em tratamento conservador ou radical, temos que preservar o maior número de vasos e nervos possíveis e não podemos lesar o nervo de Bell ou torácico longo, que inerva o serrátil anterior. Se for lesado, provoca a escápula alada. STRIKE: CÂNCER DE MAMA 12 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA PÓS-OPERATÓRIO Realizamos radioterapia após tratamento conservador e radical. Só não fazemos radioterapia se houver contraindicações. Quimioterapia é indicada quando há linfonodo comprometido, e evita a recidiva sistêmica. Tratamento além da radioterapia: • Axila negativa e baixo risco ◦ Julgamento médico, nenhuma terapia ou hormonioterapia (com tamoxifeno ou inibidores da aromatase) se receptor de estrogênio positivo • Axila negativa e alto risco ◦ receptor de estrogênio positivo: hormonioterapia ou quimioterapia e tamoxifeno ◦ receptor de estrogênio negativo: quimioterapia • Axila positiva e alto risco ◦ receptor de estrogênio positivo: hormonioterapia e quimioterapia ◦ receptor de estrogênio negativo: quimioterapis Baixo risco: ◦ Tumor menor ou igual a 1 cm, sem comprometimento de linfonodo axilar, tumor bem diferenciando grau 1 e tipo histológico de bom prognóstico, como tubular, adenocístico, coloide, OU tumor 1-2 com receptor de estrógeno positivo e baixos índices proliferativos. STRIKE: CÂNCER DE MAMA 13 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA QUADRO CLÍNICO A doença pode levar: • Restrição do crescimento intrauterino • Prematuridade • Hepatoesplenomegalia • Febre e manifestações como coriorretinite (principal sequela tardia) • Anemia, icterícia, convulsões, calcificações intracranianas generalizadas, hidrocefalia, microcefalia. DIAGNÓSTICO Diagnóstico da infecção fetal se dá por meios laboratoriais e de imagem: • Pesquisa PCR • Ultrasonografia gestacional • Diagnóstico no RN: Detecção de IgG e IgM. • Sempre pesquisar no pré-natal se é suscetível ou se é imune. Se for suscetível, realizar sorologia no primeiro, segundo e terceiro trimestres. Se imune, não é necessário repetir. TRATAMENTO Se for IgM reagente, inicia-se o tratamento com espiramicina até 16 semanas, após, o tratamento constitui-se de Sulfadiazina, Pirimetamina e ácido folínico, que deve ser mantido até o parto, se o PCR no líquido amniótico vier positivo. Se vier negativo, volta-se para espiramicina que deve ser mantida até o parto. A amniocentese deve ser feita a partir de 18 semanas de gestação. Nos casos de IgM e IgG reagentes, com menos de 16 semanas, está indicada espiramicina e teste de avidez para IgG, com o objetivo de saber se a infecção ocorreu antes ou depois da fecundação. Se a avidez for alta, a infecção ocorreu antes da fecundação e a paciente é considerada imune. Já a avidez baixa ou intermediária, segue o mesmo tratamento das pacientes com IgM reagente. DISCURSIVA MASTER: TOXOPLASMOSE NA GESTAÇÃO STRIKE: CÂNCER DE COLO UTERINO STRIKE: CÂNCER DE MAMA DISCURSIVA MASTER: TOXOPLASMOSE NA GESTAÇÃO