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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO - CONSTITUCIONAL 1 - 1BM - RESPONDIDO

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Paulo Silva

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO – DIREITO CONSTITUCIONAL – I – PROF. ANDREIA 
SOUZA - RESPONDIDO 
 
1. Poder constituinte originário (poder constituinte de primeiro grau ou genuíno) é o poder 
de criar uma nova Constituição. Apresenta 6 (seis) características que o distingue do 
Poder Constituinte Derivado. Fale sobre cada uma das características do Poder 
Constituinte Originário. 
R: a) Político: O Poder Constituinte Originário é um poder de fato (e não um poder de 
direito). Ele é extrajurídico, anterior ao direito. É ele que cria o ordenamento jurídico de 
um Estado. Pode-se afirmar, portanto, que o Poder Constituinte Originário é uma 
categoria pré-constitucional, que dá fundamento de validade a uma nova ordem 
constitucional; b) Inicial: O Poder Constituinte Originário dá início a uma nova ordem 
jurídica, rompendo com a anterior. A manifestação do Poder Constituinte tem o efeito 
de criar um novo Estado; c) Incondicionado: O Poder Constituinte Originário não se 
sujeita a qualquer forma ou procedimento predeterminado em sua manifestação; d) 
Permanente: O Poder Constituinte Originário pode se manifestar a qualquer tempo. 
Ele não se esgota com a elaboração de uma nova Constituição, mas permanece em 
“estado de latência”, aguardando um novo chamado para manifestar-se, um novo 
“momento constituinte”; e) Ilimitado juridicamente: O Poder Constituinte Originário 
não se submete a limites determinados pelo direito anterior. Pode mudar 
completamente a estrutura do Estado ou os direitos dos cidadãos, por exemplo, sem 
ter sua validade contestada com base no ordenamento jurídico anterior. Por esse 
motivo, o STF entende que não há possibilidade de se invocar direito adquirido contra 
normas constitucionais originárias; f) Autônomo: tem liberdade para definir o conteúdo 
da nova Constituição. Destaque-se que muitos autores tratam essa característica como 
sinônimo de ilimitado. 
2. A teoria do poder constituinte foi originalmente concebida pelo abade francês 
Emmanuel Sieyès, no século XVIII, em sua obra “O que é o Terceiro Estado?”. Nesse 
trabalho, concluído às vésperas da Revolução Francesa, Sieyès trouxe tese inovadora, 
que rompia com a legitimação dinástica do poder. (MENDES, Gilmar Ferreira; 
BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocência Mártires. Curso de Direito 
Constitucional, 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2010). Fale sobre a teoria do Poder 
Constituinte Originário. 
R: Embora o povo seja o titular do poder constituinte, seu exercício nem sempre é 
democrático. Muitas vezes, a Constituição é criada por ditadores ou grupos que 
conquistam o poder autocraticamente. Assim, diz-se que a forma do exercício do poder 
constituinte pode ser democrática ou por convenção (quando se dá pelo povo) ou 
autocrática ou por outorga (quando se dá pela ação de usurpadores do poder). Note 
que em ambas as formas a titularidade do poder constituinte é do povo. A forma 
democrática de exercício pode se dar tanto diretamente quanto indiretamente. 
3. São aquelas que dependem de regulamentação futura para produzirem todos os seus 
efeitos. Um exemplo é o art. 37, inciso VII, da CF/88, que trata do direito de greve dos 
servidores públicos (“o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos 
em lei específica”). Ao ler o dispositivo supracitado, é possível perceber que a 
Constituição Federal de 1988 outorga aos servidores públicos o direito de greve; no 
entanto, para que este possa ser exercido, faz-se necessária a edição de lei ordinária 
que o regulamente. Assim, enquanto não editada essa norma, o direito não pode ser 
usufruído.De que tipo de norma o texto se refere? Responda elencando suas 
características. 
R: São as normas de eficácia limitada, que possuem características de serem: 
• a) são não-autoaplicáveis, ou seja, dependem de complementação legislativa 
paraque possam produzir os seus efeitos. 
• b) possuem aplicabilidade indireta (dependem de norma regulamentadora 
para produzir seus efeitos), mediata (a promulgação do texto constitucional 
não é suficiente para que possam produzir todos os seus efeitos) e reduzida 
(possuem um grau de eficácia restrito quando da promulgação da 
Constituição). Podem ser subdivididas em: normas declaratórias de 
princípios institutivos ou organizativos: são aquelas que dependem de lei 
para estruturar e organizar as atribuições de instituições, pessoas e órgãos 
previstos na Constituição, podendo ser impositivas ou facultativas e por sua 
vez as normas declaratórias de princípios programáticos: são aquelas que 
estabelecem programas ou fins sociais a serem desenvolvidos pelo legislador 
infraconstitucional. 
4. Hesse combateu o pensamento de Lassalle ao defender que nem sempre os fatores 
reais de poder prevalecem sobre uma Constituição normativa, pois admitir o contrário 
seria limitar o Direito Constitucional à interpretação de fatos políticos, com vistas a 
justificar a atuação dos poderes dominantes. De qual concepção teórica o texto acima 
se refere? Explique informando se tal teoria é adotada no ordenamento jurídico. 
R: Concepção normativa, na qual Hesse, declarou a força normativa da Constituição, 
capaz de fixar ordem e conformação à realidade política e social. A Constituição 
normativa restringe o arbítrio desmedido de alguns e protege o Estado. Portanto seus 
agentes, tanto do executivo, quanto dos demais poderes, devem cumpri-la (força 
normativa). 
5. As normas podem ser classificada em grupos relacionados à aplicabilidade. Neste 
sentido, faça a distinção entre as normas de eficácia contida com as normas de 
eficácia limitada. 
R: As normas de eficácia contida produzem efeitos desde a sua criação enquanto que 
a norma de eficácia limitada possui eficácia mínima dependendo de outra norma 
regulamentadora para que produza efeitos, por isso, é não-autoaplicável, restringível, 
de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. 
6. Com relação as normas declaratórias, identifique na CF/88, artigos que se enquadram 
em espécies de normas declaratórias facultativas. 
R: art. 125, da CF, art. 137, CF 
7. No que tange às concepções sobre a teoria da Constituição, aborde a teoria de Lassale 
fazendo distinção em relação à concepção de Hesse. 
R: A teoria de Lassale é a de que a Constituição não é norma, é fato social. A escrita 
deverá corresponder ao fato, senão seria mera “folha de papel”. Desse modo, para ele, 
se a CF de um país não tiver correspondência com o fato social seria uma simples 
folha de papel, sem qualquer força normativa. 
8. Elabore um quadro elencando com base no material sobre Classificação das 
Constituições as características de nossa CF/88. 
 
Conteúdo Forma Elaboração Origem Estabilidade Extensão Finalidade 
formal escrita dogmática promulgada rígida Analítica dirigente 
 
9. Considerando o Constitucionalismo na atualidade, descubra em que modalidade os 
países de 1º e 3º Mundo, se encontram em termos de teoria da Constituição. 
R: O Constitucionalismo da contemporaneidade se projeta assumindo que a dignidade da 
pessoa humana constitui matriz dos direitos fundamentais, tanto no plano subjetivo – 
possibilidade do ser humano realizar escolhas dentro de um cenário de liberdade – como no 
objetivo – condição derivada da satisfação de necessidades mínimas permitir o pleno 
desenvolvimento da sua potencialidade como ser humano. Entretanto, o debate 
contemporâneo se realiza especialmente no campo da efetividade dos direitos sociais. Com 
efeito, A trajetória do Estado social de Direito tem sido interrompida por um discurso insistente 
e especialmente destoante das aspirações de satisfação das necessidades humanas: as teses 
neoliberais que representam uma aspiração de retorno aos postulados do liberalismo clássico, 
sem limites nem controle, acomodado ao século XXI. Nesse sentido, países de 1º Mundo se 
preocupam com direitos da coletividade enquanto países chamados “em desenvolvimento” ou 
3º mundo ainda se preocupam com a manutenção e garantia dos direitos fundamentais.

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