Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

PRISÃO NO CURSO DA 
INVESTIGAÇÃO E NO 
PROCESSO
Prisões Cautelares
Prisão em 
flagrante
Prisão 
temporária
Prisão 
preventiva 
PRISÃO EM FLAGRANTE:
É uma foram de prisão que pode ser aplicada a quem é pego no momento do ato 
criminoso ou logo após fazê-lo. Não precisa de ordem judicial e pode ser efetivada 
por qualquer pessoa, que deverá apresentar o preso imediatamente a uma autoridade 
policial para a lavratura do auto de prisão. Após, o delegado decide se o preso vai ser 
recolhido à prisão, ser solto mediante pagamento de fiança ou ser solto sem fiança. 
Em caso de recolhimento do preso, o auto de prisão em flagrante deve ser 
encaminhado ao juiz competente, em até 24 horas, para verificação da legalidade da 
prisão.
PRISÃO TEMPORÁRIA:
Trata-se de uma forma de prisão que só cabe na fase de investigação, não pode ser 
decretada durante a ação penal. Sua finalidade é garantir a realização de atos ou 
diligências necessárias ao inquérito. Possui prazo fixo de duração.
PRISÃO PREVENTIVA:
É uma medida cautelar, e não significa aplicar pena antecipada, tem por finalidade 
evitar que o acusado cometa novos crimes ou prejudique o andamento do processo, 
destruindo provas, ameaçando testemunhas ou fugindo. Pode ser decretada em 
qualquer fase do processo ou investigação, desde que preencha os requisitos da lei, 
descritos no artigo 312 do Código de Processo Penal.
Aspectos constitucionais
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial;
Aspectos constitucionais (II)
(...)
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo 
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, 
definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do 
preso ou à pessoa por ele indicada;
Aspectos constitucionais (III)
(...)
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família 
e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua 
prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade 
judiciária;
Aspectos constitucionais (IV)
(...)
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei 
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a 
do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
PRISÃO EM FLAGRANTE
PRISÃO EM FLAGRANTE – CPP
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e 
seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em 
flagrante delito.
ESPÉCIES DE FLAGRANTE
• Flagrante próprio: o suspeito é preso no momento em que comete
o crime ou logo após. (art. 302, I e II, do CPP).
• Flagrante impróprio: o suspeito é perseguido logo após o crime,
de forma ininterrupta e sem que a perseguição seja pausada. (art.
302, III, do CPP).
• Flagrante presumido: o suspeito é encontrado logo depois do
crime com objetos, armas ou ferramentas que demonstrem ser a
possível autora da infração penal. (art. 302, IV, do CPP).
ESPÉCIES DE FLAGRANTE (II)
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal; (próprio)
II - acaba de cometê-la; (próprio)
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por 
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da 
infração; (impróprio ou quase flagrante)
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos 
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
(presumido)
Outras formas de flagrante e suas 
consequências jurídicas
Flagrante provocado/preparado
Flagrante forjado 
Flagrante esperado
Flagrante diferido
Flagrante provocado/preparado
• Alguém induz um terceiro a praticar um crime com o intuito de 
surpreendê-lo.
• Ex: um lojista deixa o cofre aberto para aguardar que os valores 
sejam furtados.
• Consequência: é considerado como crime impossível, por força 
do art. 17 do Código Penal.
• Atenção: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela 
polícia torna impossível a sua consumação” (súmula 145 do STF).
Flagrante forjado
• É uma situação artificial em que se cria uma aparência de crime
com o intuito de responsabilizar injustamente terceiro.
• Ex: em uma abordagem, policiais colocam droga, arma de fogo ou 
outro item ilícito na posse do acusado para prendê-lo em 
flagrante.
• Consequência: comprovado o fato, a prisão será ilegal e caberá o 
relaxamento de prisão, bem como eventual responsabilidade 
administrativa, civil e penal dos agentes envolvidos, sem prejuízo 
da responsabilidade civil do estado.
Flagrante esperado
• O flagrante esperado é diferente do flagrante preparado, em que a 
polícia provoca o agente a cometer o crime e, ao mesmo tempo, 
impede a sua consumação.
• Exemplo: após o recebimento de uma denúncia anônima, os 
policiais se posicionam de forma a observar se o crime 
efetivamente ocorrerá.
• “(...) Não caracteriza flagrante preparado, e sim flagrante 
esperado, o fato de a Polícia, tendo conhecimento prévio de que o 
delito estava prestes a ser cometido, surpreende o agente na 
prática da ação delitiva” (STF).
Flagrante diferido
• Também conhecido como “flagrante de ação controlada”, 
“postergado”, “retardado”, “estratégico” ou de “ação controlada”.
• Ele é idealizado para que se promova a captura em flagrante no 
momento mais estratégico. 
• Está previsto na Lei de Organizações Criminosas (basta a 
comunicação ao juiz), bem como na Lei de Drogas (necessária 
autorização judicial).
• É lícito e bastante adequado para investigações complexas.
Flagrante em crime permanente
• Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em 
flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
Flagrante em crime permanente
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em 
flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
Apresentação do preso à autoridade
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá 
esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando 
a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, 
procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao 
interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, 
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, 
a autoridade, afinal, o auto.
Recolhimento à prisão
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o
conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no
caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos
do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for,
enviará os autos à autoridade que o seja.
Informações essenciais
(...)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a
informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa.
Procedimentos indispensáveis
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao
Ministério Público e à família do presoou à pessoa por ele
indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão,
será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em
flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu
advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a
nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão,
o nome do condutor e os das testemunhas.
Voz de prisão
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da
autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções,
constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as
declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas,
sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas
testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber
tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade
que houver presidido o auto.
Prisão de advogado(a)
Art. 7º São direitos do advogado:
(...)
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em
flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para
lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais
casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em
julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e
comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua
falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
• Art. 7º, item 5, do Pacto de San José da Costa Rica (Convenção
Americana de Direitos Humanos): “Toda pessoa detida ou retida
deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra
autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem
direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta
em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua
liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o
seu comparecimento em juízo”.
• Disposto no art. 310 do CPP (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019).
Art. 310 do CPP
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu
advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro
do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,
fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os 
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem 
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; 
ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Possibilidade de liberdade em caso de 
excludente de ilicitude
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o
agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos
incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória,
mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.
Deverá denegar a liberdade provisória...
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra
organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de
fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou
sem medidas cautelares.
Responsabilidade da autoridade
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não
realização da audiência de custódia no prazo estabelecido no
caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente
pela omissão.
Transcorridas as 24 horas
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo
estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência
de custódia sem motivação idônea ensejará também a
ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade
competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva.
Sugestão de leitura: vide acórdão da RECLAMAÇÃO 29.303 RIO DE
JANEIRO (STF, Relator Ministro Edson Fachin).
JURISPRUDÊNCIA
DA SUPREMA CORTE SOBRE USO DE 
ALGEMAS E CONDUÇÃO COERCITIVA 
DE INVESTIGADO OU RÉU
Súmula vinculante 11
“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia,
por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade
por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal
do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil
do Estado”.
ADPF 444
O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, não conheceu
do agravo interposto pela Procuradoria-Geral da República contra a
liminar concedida e julgou procedente a arguição de descumprimento
de preceito fundamental, para pronunciar a não recepção da
expressão "para o interrogatório", constante do art. 260 do CPP, e
declarar a incompatibilidade com a Constituição Federal da
condução coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório,
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade e de ilicitude das provas obtidas, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado. O Tribunal destacou, ainda, que esta
decisão não desconstitui interrogatórios realizados até a data do
presente julgamento, mesmo que os interrogados tenham sido
coercitivamente conduzidos para tal ato.
PRISÃO TEMPORÁRIA
Legislação e conceito
• É regulamentada pela Lei 7.960/89 (Lei da prisão temporária).
• A prisão temporária pode ser definida como uma espécie de 
prisão cautelar, decretada exclusivamente durante o inquérito 
policial, desde que haja representação da autoridade policial ou 
requerimento do Ministério Público, observados os requisitos da 
necessidade e adequação. Não pode ser decretada de ofício pelo 
juiz.
Cabimento
Art. 1° Caberá prisão temporária: (Vide ADI 3360) (Vide ADI 4109)
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito 
policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer 
elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova 
admitida na legislação penal, de autoria ou participação do 
indiciado nos seguintes crimes:
Cabimento (rol taxativo do art. 1º, III)
homicídio doloso seqüestro ou cárcere 
privado roubo extorsão extorsão mediante 
seqüestro 
estupro atentado violento ao 
pudor rapto violento epidemia com 
resultado de morte 
envenenamento de 
água potável ou 
substância alimentícia 
ou medicinal 
qualificado pela morte
quadrilha ou bando genocídio tráfico de drogas crimes contra o 
sistema financeiro; 
crimes previstos na Lei 
de Terrorismo.
ADIs 3360 e 4109
No julgamento das ADIs 3360 e 4109, o STF estabeleceu que, para a
decretação da prisão temporária, é necessário respeitar as seguintes
condições obrigatórias e cumulativas:
• imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial;
• existência de fundadas razões de autoria ou participação do indiciado;
• justificação da medida em fatos novos ou contemporâneos;
• adequação da medida à gravidade concreta do crime, às
circunstâncias do fato e às condições pessoais do indiciado; e
• insuficiência da imposição de medidas cautelares diversas da prisão.
Observações
• A regra prevista no inciso I traz a necessidade de demonstração
do periculum libertatis do representado, requisito indispensável
para a imposição de prisões cautelares por força do princípio
constitucional da presunção de inocência, o qual obsta a
antecipação de penas.
• É vedada a sua utilização como prisão para averiguações, em
violação ao direito à não autoincriminação, ou quando fundada
no mero fato de o representado não possuir residência fixa (inciso
II).
Observações (continuação)
• Deve haver fundadas razões de autoria ou participação do
indiciado nos crimes previstos no art. 1º, III, da Lei 7.960/1989,
demonstrandoo fumus comissi delicti da prisão temporária.
• Rol taxativo: é vedada a analogia ou a interpretação extensiva do
rol previsto no dispositivo, que é taxativo, em razão dos princípios
da legalidade estrita (art. 5º, inciso XXXIX, da CRFB) e do devido
processo legal substantivo (art. 5º, inciso LXV, CRFB).
Fatos novos ou contemporâneos
Art. 312, § 2º - A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser
motivada e fundamentada em receio de perigo e existência
concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada.
PRAZO
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da
representação da autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz,
antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser
fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do
requerimento.
PRISÃO PREVENTIVA
Cabimento em qualquer fase
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do 
processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a 
requerimento do Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da autoridade policial.
OBS: É vedado ao juiz decretar, de ofício, prisão preventiva 
(conforme jurisprudência do STJ e modificações do Pacote 
Anticrime).
Motivação
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia
da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de
autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
Motivação (continuação)
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso 
de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por 
força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º).
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada 
e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de 
fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da 
medida adotada. 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade
máxima superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença
transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput
do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência;
Dúvida sobre a identidade da pessoa
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver
dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não
fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso
ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação,
salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
Vedações legais
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como
decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação
ou recebimento de denúncia.
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada
se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o
agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II
e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal.
DEVER DE FUNDAMENTAÇÃO
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
preventiva será sempre motivada e fundamentada.
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de
qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a
existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada.
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial,
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: (...)
Revogação e Prazo
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar
a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo,
verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão
emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a
cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
ADI 6582
O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação
direta, concedendo ao artigo 316, parágrafo único, do Código de
Processo Penal interpretação conforme a Constituição, no seguinte
sentido: (i) a inobservância da reavaliação prevista no parágrafo
único do artigo 316 do Código de Processo Penal (CPP), com a
redação dada pela Lei 13.964/2019, após o prazo legal de 90
(noventa) dias, não implica a revogação automática da prisão
preventiva, devendo o juízo competente ser instado a reavaliar a
legalidade e a atualidade de seus fundamentos; (...)

Mais conteúdos dessa disciplina