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Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 
 
 
 
 
MARIA LÚCIA PAVANI BUENO 
SEMINÁRIO VII - IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA FÍSICA E REGIME DE 
FONTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
Questões 
1. Construa a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência do imposto sobre a renda da pessoa 
física e responda se existe uma regra-matriz de incidência tributária autônoma para o 
IR fonte ou trata-se de norma jurídica de dever instrumental, justificando sua 
resposta. 
 Como leciona o professor Paulo de Barros Carvalho1, a regra-matriz de incidência 
tributária do Imposto de renda tem natureza complexa, vez que depende de vários 
fatores interligados, que determinam o resultado da renda tributável. Podendo este ser 
a saída do produto de estabelecimento ou o saldo final que determina a renda líquida 
tributável. 
 Assim, podemos dizer eu o critério material no dar, fazer ou receber. Ou seja, o 
adquirir renda ou provento de qualquer natureza, devendo necessariamente ser riqueza 
nova. Deve haver uma um acréscimo no patrimônio daquele contribuinte. 
 No critério espacial, indicamos o território brasileiro por completo por residentes 
ou não residentes. E no caso de residentes o Imposto de Renda pode incidir sobre rendas 
advindas do exterior. 
 O critério temporal é um pouco mais complexo. Para as pessoas físicas, o critério 
temporal ocorre anualmente, sendo o fato gerador todas as riquezas novas que 
adentraram no patrimônio do contribuinte dentro do ano-calendário. 
 Agora, não se tratando de pessoa física, se faz necessário dar uma atenção a 
legislação. Antes da publicação da Lei n.º 7.450/1985, o critério temporal era observado 
anualmente. Porém, após sua publicação, o entendimento foi firmado que o fato 
gerador do IR ocorre sempre que auferida a renda (desde que significativo para o 
 
1 Carvalho, Paulo de Barros. Direito tributário : linguagem e método / Paulo de Barros Carvalho. - 7. ed. 
rev. - São Paulo : Noeses, 2018 p 522 e 523. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
balanço patrimonial daquele contribuinte). 
 Dentro do critério pessoal, temos o sujeito ativo e sujeito passivo. Conforme 
dispõe a Constituição Federal em seu artigo 153, o sujeito ativo é a União, e o sujeito 
passivo é o contribuinte responsável pelo fato gerador. 
 Por fim, no critério quantitativo, a base de cálculo será o acréscimo patrimonial 
do contribuinte auferido no ano-calendário discutido, tendo como alíquota entre 7,5% 
e 27,5%, de forma progressiva. 
 A regra-matriz de incidência tributária (RMIT) estabelece os elementos essenciais 
para a cobrança de um tributo, incluindo o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota, o 
sujeito passivo e o sujeito ativo. No caso do Imposto de Renda (IR), tanto na modalidade 
de retenção na fonte quanto na apuração anual, a RMIT permanece a mesma, pois 
ambas as formas se baseiam na renda como fato gerador do imposto. 
 O IR Fonte e o IR Anual são, na verdade, duas formas diferentes de apuração e 
recolhimento de um único imposto, e não tributos distintos. A distinção entre eles está 
no momento e na maneira como o imposto é apurado e recolhido. A retenção na fonte 
ocorre de forma antecipada, no momento em que a renda é paga ou creditada ao 
contribuinte, enquanto a apuração anual se realiza após o término do ano-calendário, 
através da declaração de ajuste anual. 
 Nesse contexto, é importante distinguir as duas relações jurídicas. A primeira 
relação é entre o fisco e o contribuinte, onde o contribuinte, que obtém a renda, deve 
o imposto devido à essa renda auferida. A segunda relação é entre o substituto 
tributário e o fisco. O substituto tributário, que geralmente é a fonte pagadora ou o 
empregador, tem a responsabilidade de reter e recolher o imposto na fonte. Esse papel 
é de natureza administrativa e constitui um dever instrumental. Ao cumprir essa 
obrigação, o substituto não altera a essência da obrigação principal do contribuinte de 
pagar o imposto sobre a renda que obteve. Ele atua como um agente arrecadador. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 Com isso, a retenção na fonte não estabelece uma regra-matriz de incidência 
tributária independente. Ela é, na verdade, uma norma jurídica de dever instrumental 
que facilita a arrecadação e fiscalização do imposto, sem constituir uma nova regra-
matriz de incidência. A relação principal, que envolve o contribuinte e o fisco, 
permanece inalterada, com a renda obtida pelo contribuinte sendo o fato gerador do 
imposto. 
 A retenção na fonte é, assim, uma obrigação acessória que tem por objetivo 
simplificar a arrecadação e fiscalização pelo Estado, mantendo intacta a relação jurídica 
tributária principal entre o contribuinte e o fisco. 
 
2. Existe um conceito constitucional de “renda” para fins de incidência do IR? A partir do 
seu entendimento e considerando os anexos I, II, III e IV, responda: 
 A Constituição Federal de 1988 não define expressamente o que é "renda". No 
entanto, ela estabelece a competência da União para instituir impostos sobre a renda e 
proventos de qualquer natureza no artigo 153, inciso III. A definição mais precisa de 
"renda" e "proventos de qualquer natureza" é deixada para a legislação 
infraconstitucional, como o Código Tributário Nacional (CTN) e as leis ordinárias 
específicas sobre o Imposto de Renda. 
 a) Qual é o conceito jurídico de “renda”, de “rendimento” e de “ganho”? Há alguma 
relação ou alguma diferença entre esses termos para fins de incidência do imposto 
sobre a renda? 
 Conforme dispõe o doutrinador Ricardo Alexandre2 a renda compreende o 
produto do capital, do trabalho ou de sua combinação. Ou seja, é o aumento de riqueza 
no patrimônio do contribuinte, sendo a soma de todos os rendimentos percebidos por 
 
2 Alexandre, Ricardo Direito tributário esquematizado / Ricardo Alexandre. – 10. ed. rev., atual. e ampl. – 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016. P 511 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
esse contribuinte. Rendimento dispõe acerca dos valores recebidos por uma fonte 
pagadora. E o ganho pode ser líquido, por imóveis, ou qualquer ganho de capital nesse 
sentido. Todos, mesmo sendo diferentes, dizem respeito ao aumento patrimonial do 
contribuinte, sendo ele no formato mais amplo, ou específico. 
 
 b) O que são “proventos de qualquer natureza” nos termos previstos pela legislação 
do imposto sobre a renda? 
 Pelo entendimento de Ricardo Alexandre, proventos de qualquer natureza 
tratam-se em sua realidade da exclusão. Ou seja, tudo aquilo que não é legalmente 
considerado como renda. Esse conceito é utilizado para abranger uma vasta gama de 
receitas e ganhos que vão além do rendimento obtido diretamente através de trabalho 
ou atividade econômica. 
 Nesta gama, podemos utilizar como exemplo prêmios de loteria, pensões, 
aposentadorias, aluguel, doações e herança. 
 
 c) Verbas indenizatórias podem ser consideradas “renda” para fins de incidência do 
IR? Por que? Justifique sua resposta. 
As verbas indenizatórias não são consideradas "renda" para fins de incidência do 
Imposto de Renda (IR), conforme entendimento consolidado na jurisprudência 
brasileira. A principal razão para essa distinção reside na natureza compensatória das 
verbas indenizatórias, que visam restituir o patrimônio do contribuinte ao estado 
anterior à ocorrência do dano ou prejuízo, sem, contudo, representarem um acréscimo 
patrimonial. 
A materialidade do Imposto de Renda está intrinsecamente ligada à existência 
de acréscimo patrimonial, isto é, um aumento efetivo na riqueza do contribuinte. As 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
verbas indenizatórias, por sua vez, possuem caráter ressarcitório, destinando-se a 
compensar perdas ou danos sofridos, seja por danos emergentes ou lucros cessantes. 
Dessa forma, elas não constituem um incremento na riqueza do beneficiário, mas uma 
merarecomposição de seu patrimônio. 
Esse entendimento foi solidificado no julgamento do Supremo Tribunal Federal 
(STF) no RE 855.091, onde ficou estabelecido que a indenização por danos emergentes, 
que visa a recompor efetivas perdas, não se enquadra na materialidade do Imposto de 
Renda prevista no art. 153, III, da Constituição Federal. No mesmo julgamento, o STF 
decidiu que não incide imposto de renda sobre juros de mora devidos pelo atraso no 
pagamento de remuneração, uma vez que esses juros possuem natureza indenizatória, 
objetivando restaurar o patrimônio do credor. 
Adicionalmente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decisões como o REsp 
n. 1.470.443/PR e o AgInt no REsp n. 1.606.518/PR, reforçou o entendimento do STF. O 
STJ especificou que os juros de mora decorrentes do pagamento em atraso de verbas 
alimentares também possuem natureza indenizatória, escapando, portanto, à 
incidência do Imposto de Renda. 
Essas decisões são baseadas no artigo 43 do Código Tributário Nacional (CTN), 
que define o fato gerador do Imposto de Renda como a aquisição de disponibilidade 
econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, pressuposto que 
não se verifica nas verbas indenizatórias. 
Diante desse cenário, fica claro que as verbas indenizatórias, por não 
representarem um acréscimo patrimonial, não se configuram como "renda" para fins de 
incidência do Imposto de Renda. A interpretação jurídica e os precedentes 
jurisprudenciais confirmam que a natureza compensatória dessas verbas impede sua 
tributação, respeitando os princípios constitucionais e legais que regem o sistema 
tributário brasileiro. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
3. Qual é o conceito de “aquisição de disponibilidade jurídica” e de “aquisição de 
disponibilidade econômica” adotado pelo legislador complementar para fins de 
incidência do IR? Há relação desses conceitos com o critério temporal da regra-matriz 
de incidência do imposto sobre a renda da pessoa física? Justifique. (Vide anexo V) 
No contexto da legislação tributária brasileira, os conceitos de disponibilidade 
jurídica e econômica desempenham papéis fundamentais na determinação do 
momento em que ocorre o fato gerador do imposto sobre a renda da pessoa física, 
alinhados ao critério temporal da regra-matriz de incidência fiscal. 
Inicialmente, a disponibilidade jurídica refere-se ao momento em que o 
contribuinte adquire o direito formal de receber um rendimento. Isso pode ocorrer, por 
exemplo, quando há a assinatura de um contrato que estipula o pagamento de juros, 
dividendos ou outras formas de renda. Nesse ponto, o contribuinte torna-se titular do 
direito, mesmo que o valor correspondente não tenha sido recebido de imediato. 
Por outro lado, a disponibilidade econômica ocorre quando o rendimento é 
efetivamente percebido pelo contribuinte, ou seja, quando o dinheiro ou equivalente é 
recebido ou está à sua disposição para livre utilização. Esse conceito é crucial para 
determinar se o rendimento deve ser incluído na base de cálculo do imposto de renda, 
pois reflete a capacidade real do contribuinte de utilizar o valor recebido em suas 
necessidades e despesas. 
No regime de competência, adotado para tributação da renda das pessoas 
físicas, o fato gerador ocorre no momento da aquisição da disponibilidade jurídica ou 
econômica do rendimento. Isso significa que, para efeitos fiscais, o rendimento é 
considerado auferido no momento em que o contribuinte tem o direito de recebê-lo 
(disponibilidade jurídica) ou quando efetivamente o recebe (disponibilidade 
econômica), o que ocorrer primeiro. 
Esse critério temporal é essencial porque permite que o imposto seja 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
calculado e pago de acordo com o período em que os rendimentos são gerados, 
independentemente do momento em que são efetivamente recebidos em dinheiro. 
Assim, a tributação não é postergada até o momento do recebimento, garantindo a 
coerência na apuração da carga tributária ao longo do tempo. 
Vê-se, com isso, que os conceitos de disponibilidade jurídica e econômica 
estão intimamente relacionados ao critério temporal da regra-matriz de incidência do 
imposto sobre a renda da pessoa física. Essa abordagem não apenas assegura a correta 
tributação dos rendimentos conforme são gerados, mas também promove a justiça 
fiscal ao evitar que contribuintes posterguem o reconhecimento de rendimentos para 
períodos fiscais mais favoráveis, mantendo a integridade do sistema tributário nacional. 
Um exemplo emblemático desse entendimento pode ser observado no 
julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) no RE 172.058, que interpretou a norma 
do artigo 35 da Lei 7.713/88. 
No referido julgado, o STF destacou que a norma é constitucional quando o 
contrato social da empresa estabelece a disponibilidade econômica ou jurídica imediata, 
pelos sócios, do lucro líquido apurado na data do encerramento do período-base. Isso 
significa que, de acordo com o entendimento do tribunal, a tributação do imposto sobre 
a renda está condicionada à existência da disponibilidade efetiva dos lucros distribuídos 
aos sócios, seja na forma jurídica (direito estabelecido no contrato social) ou na forma 
econômica (efetivo recebimento). 
Portanto, a jurisprudência do STF reforça a importância dos conceitos de 
disponibilidade jurídica e econômica no contexto da tributação do imposto sobre a 
renda da pessoa física, integrando-os ao critério temporal da regra-matriz de incidência 
fiscal para garantir uma aplicação justa e eficaz das normas tributárias no país. 
 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
4. Em que momento deve ser apurado o imposto sobre a renda das pessoas físicas? Como 
definir o termo inicial para a contagem do prazo decadencial do IRPF em cada um dos 
seguintes casos: 
O imposto sobre a renda das pessoas físicas deve ser apurado conforme o regime 
de competência, que é o princípio adotado pela legislação tributária brasileira. De 
acordo com esse regime, o imposto é calculado e devido no momento em que os 
rendimentos são auferidos, independentemente do seu efetivo recebimento em 
dinheiro. 
Para efeitos fiscais, o momento de apuração do imposto ocorre quando há a 
disponibilidade jurídica ou econômica do rendimento. A disponibilidade jurídica se 
refere ao direito formal de recebimento, estabelecido por contrato, lei ou outra forma 
de garantia legal. Já a disponibilidade econômica ocorre quando o rendimento é 
efetivamente recebido pelo contribuinte ou está disponível para uso imediato, seja em 
dinheiro, bens ou direitos equivalentes. 
 (i) imposto apurado sobre a renda obtida durante todo um exercício financeiro? 
 Nesse caso, o IR deve ser apurado durante todo o ano-calendário do exercício 
financeiro. Após o término do ano-calendário, o contribuinte deve apurar a renda do 
ano anterior e realizar o pagamento do imposto. 
 Assim, o prazo decadencial começa a contar no primeiro dia do exercício 
financeiro seguinte ao aqui apurando, e extingue-se após 5 anos do início da apuração, 
conforme dispõe o artigo 173, I do CTN. 
 (ii) imposto apurado sobre renda de aluguel; 
 Neste caso, o IR deve ser apurado de forma mensal, dependendo da forma pelo 
qual os valores são recebidos. O prazo decadencial nesse caso segue o disposto no artigo 
150, §4 do CTN, que determina 5 anos para a homologação a partir do fato gerador do 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
tributo. 
 (iii) imposto retido de forma antecipada na fonte; 
 Está sujeito ao ajuste anual. Também é determinado pelo artigo 150, § 4 do CTN, 
possuindo o prazo decadencial de 5 anos a partir do fato gerador da retenção na fonte. 
 (iv) imposto cobrado de forma exclusiva na fonte; 
 Por se tratar de rendimento específico, não está sujeito ao ajuste anual, estando 
com o prazo decadencial de 5 anos, do momento do fato gerador, ou seja, do 
pagamento do rendimento.(v) imposto calculado sobre ganho de capital apurado na alienação de bens e direitos. 
 Aqui o imposto é calculado no momento da alienação do bem ou do direito. 
Sendo o prazo decadencial também de 5 anos a contar da alienação. 
5. Analise o enunciado do caput e dos parágrafos do art. 42 da Lei n.º 9.430/96 e responda 
(vide anexo VI): 
 (i) A existência de depósitos bancários sem origem comprovada é uma nova hipótese de 
incidência do imposto sobre a renda da pessoa física? Em caso afirmativo, essa hipótese 
estaria baseada em uma presunção ou em uma ficção? 
O julgado mencionado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no AgRg no REsp n. 
1.467.230/RS, aborda a aplicação do artigo 42 da Lei nº 9.430/96 em casos de omissão de 
receitas para efeitos de imposto de renda. O tribunal estabelece que, diante da ausência 
de identificação da origem de valores creditados na conta bancária do contribuinte, há uma 
presunção legal de que esses valores constituem renda auferida pelo contribuinte, sujeita 
à tributação conforme o referido artigo. 
Essa interpretação reforça que o artigo 42 não cria uma nova hipótese de 
incidência do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF), mas estabelece um método 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
de apuração de renda que pode ter sido omitida ou não declarada. Nesse sentido, os 
valores depositados em contas bancárias, quando a origem não é comprovada pelo 
contribuinte após regular intimação, são presumidos como renda auferida e, portanto, 
passíveis de tributação. 
Essa presunção, conforme o entendimento do STJ, é relativa (juris tantum), o 
que significa que o contribuinte tem a oportunidade de contestar essa presunção 
apresentando documentação hábil e idônea que comprove a origem lícita dos valores 
depositados. Caso não seja possível comprovar a origem, os valores são considerados como 
renda tributável para fins de incidência do IRPF. 
 (ii) O direito tributário admite o uso de presunções e de ficções para a criação de hipótese 
de incidência tributária? Justifique e fundamente sua resposta. 
No direito tributário brasileiro, as presunções são amplamente utilizadas para 
facilitar a fiscalização e a apuração dos tributos. Um exemplo disso é o artigo 42 da Lei n.º 
9.430/96, que presume que depósitos bancários sem origem comprovada constituem 
renda auferida pelo contribuinte, sujeita à tributação. Essa presunção é relativa, 
permitindo ao contribuinte contestá-la apresentando provas da origem lícita dos recursos 
depositados. 
Por outro lado, as ficções jurídicas, que impõem como verdadeiro um fato que 
não corresponde à realidade fática, são mais controversas. O direito tributário tende a 
rejeitar o uso de ficções jurídicas para criar obrigações tributárias, pois isso pode 
comprometer princípios constitucionais como a legalidade e a capacidade contributiva. 
O julgado do STJ no AgRg no REsp n. 1.467.230/RS sustenta que a presunção 
do artigo 42 é válida para identificar omissões de receitas, desde que o contribuinte tenha 
a oportunidade de contestá-la. Essa abordagem equilibra a necessidade de arrecadação 
fiscal com a proteção dos direitos do contribuinte contra interpretações injustas da lei 
tributária. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
6. A atual tabela progressiva do imposto sobre a renda da pessoa física prevê alíquotas 
de 7,5%, 15%, 22,50% e 27,5%. Tal previsão observa o princípio da progressividade? 
 Segundo Ricardo Alexandre3, o princípio da progressividade observa a 
capacidade contributiva do contribuinte: 
Também nos casos de tributos com finalidade fiscal, a finalidade extrafiscal, não 
obstante secundária, far-se-á presente. Analise-se, a título de exemplo, o imposto de 
renda. Trata-se um tributo claramente fiscal, mas a progressividade das alíquotas, 
apesar de ter uma finalidade arrecadatória (exigir mais de quem pode contribuir mais) 
acaba trazendo um efeito social interessante. Quem ganha “pouco” nada paga 
(isenção); quem ganha “muito” contribui sob uma alíquota de 27,5%. Em 
contrapartida, parte da arrecadação é utilizada para prestar serviços públicos e, em 
regra, quem usa tais serviços (educação e saúde, por exemplo) são as pessoas isentas, 
uma vez que as que possuem maior renda normalmente têm planos privados de saúde 
e pagam por educação particular. Dessa forma, o IR acaba tendo uma função 
extrafiscal embutida: redistribuir renda (alguns, mais românticos, chamam-no, por 
isso, de imposto Robin Hood – tira dos ricos para dar aos pobres). 
Nesse mesmo sentido, Paulo de Barros Carvalho4 dispõe que o Imposto de 
Renda é um dos poucos tributos que observa amplamente a capacidade contributiva e 
o princípio da progressividade: 
Aliás, diga-se de passagem, poucos são os tributos que se prestam à aferição da 
autêntica capacidade contributiva relativa como o imposto sobre a renda, dado sua 
forte índole de pessoalidade, sendo inteiramente possível ao legislador, por controlar 
a multiplicidade e a legitimidade dos ingressos e selecionando as quantias admitidas 
como dedutíveis, apurar o verdadeiro saldo identificador da renda tributável ou da 
renda líquida, segundo o regime jurídico de incidência. 
 É entendivel o objetivo da progressividade, nada obstante, acredito que ela 
mereça uma revisão. 
 Isso, porque a alíquota máxima (27,5%) se aplica a todos os contribuintes que 
tenham rendimentos acima de R$ 4.664,68, o que chega a ser questionável, visto que 
 
3 Alexandre, Ricardo Direito tributário esquematizado / Ricardo Alexandre. – 10. ed. rev., atual. e ampl. 
– Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016. P 35 
4 Carvalho, Paulo de Barros. Direito tributário : linguagem e método / Paulo de Barros Carvalho. - 7. ed. 
rev. - São Paulo : Noeses, 2018 p 730. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
uma pessoa que ganha menos de R$ 5.000,00 tem uma alíquota aplicada ao seu 
rendimento que uma pessoa que ganha R$ 50.000,00. 
 Veja-se que a capacidade contributiva de cada um é significativamente diferente, 
mas sua obrigação tributária é a mesma! Assim, é de fácil conclusão que apenas de haver 
uma progressividade dentro do sistema tributário, elas estão longe de ser ideiais e justas 
conforme a capacidade contributiva de cada um. 
7. Sobre deduções em matéria de IRPF, vide anexos VII e VIII e responda: 
 a) Qual é o efeito da chamada “parcela a deduzir” na tabela progressiva mensal do 
IRPF? 
A "parcela a deduzir" na tabela progressiva mensal do Imposto sobre a Renda 
da Pessoa Física (IRPF) tem um efeito significativo na forma como o imposto é calculado 
e na tributação dos contribuintes. Essa parcela é um valor fixo que pode ser subtraído 
da base de cálculo do imposto, antes da aplicação da alíquota correspondente à faixa de 
renda do contribuinte. Essa dedução tem o propósito de ajustar a base de cálculo de 
forma a considerar um acréscimo patrimonial presumido, o que contribui para uma 
tributação mais justa e proporcional à capacidade contributiva de cada indivíduo. 
A aplicação da "parcela a deduzir" também desempenha um papel na 
progressividade da alíquota do IRPF. Embora a progressividade do imposto não seja 
plenamente atingida somente por meio dessa dedução, ela ajuda a mitigar o impacto da 
tributação sobre rendas menores, pois o valor deduzido é mais significativo para os 
contribuintes nas faixas de renda mais baixas. Isso resulta em uma estrutura tributária 
que considera não apenas a renda auferida, mas também a capacidade de pagamento 
dos impostos de cada contribuinte. 
O julgado do STJ no AgInt nos EDcl no AREsp n. 2.111.956/SP não está 
diretamente relacionado à "parcela a deduzir" do IRPF, mas destaca a interpretação 
jurisprudencial sobre a isenção do imposto de renda para portadores de moléstias 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
graves que estão em atividade laboral. Essa decisão reforça a importância da aplicação 
criteriosa das normas tributárias e dasexceções previstas na legislação, ressaltando a 
necessidade de interpretação rigorosa dos critérios para concessão de benefícios fiscais, 
como a isenção do IRPF. 
 b) A legislação federal pode restringir de forma ilimitada as deduções da base de 
cálculo do IRPF ou há parâmetros constitucionais que devem ser respeitados? 
Justifique e fundamente a sua resposta. 
Não, a legislação federal não pode restringir de forma ilimitada as deduções da 
base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) sem respeitar parâmetros 
constitucionais, especialmente o princípio do mínimo existencial e o da razoabilidade. 
O princípio do mínimo existencial é um dos fundamentos constitucionais que 
impede o Estado de confiscar integralmente os recursos mínimos necessários à 
subsistência digna do contribuinte. Isso implica que a legislação faça incidir o imposto 
de renda sobre o mínimo para uma vida digna como a saúde e educação. De forma que 
o contrário poderia impactar substancialmente a capacidade do contribuinte de atender 
suas necessidades básicas, como alimentação, moradia, saúde e educação. 
Além disso, a razoabilidade é um princípio que permeia todo o ordenamento 
jurídico brasileiro e se aplica também às normas tributárias. Ele impõe que as restrições 
impostas pelo Estado ao exercício dos direitos individuais, como a dedução de despesas 
com saúde e educação na base de cálculo do IRPF, devem ser proporcionais e não 
podem ser arbitrárias ou excessivamente limitativas. 
 
 
 
 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
 c) O fisco é obrigado a aceitar simples recibos como comprovantes de despesas 
médicas declaradas pelo contribuinte ou pode exigir outros meios de provas dessas 
despesas para fins de redução da base de cálculo do IR? 
 O fisco pode exigir tão somente o que está disposto no Art. 8º, parágrafo 
segundo, inciso III da Lei 9.250/95, somado com o artigo 97 da Instrução Normativa 
1.500/2014. 
Art. 97. A dedução a título de despesas médicas limita-se a pagamentos especificados e 
comprovados mediante documento fiscal ou outra documentação hábil e idônea que 
contenha, no mínimo: 
I - nome, endereço, número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou CNPJ do 
prestador do serviço; 
II - a identificação do responsável pelo pagamento, bem como a do beneficiário caso seja 
pessoa diversa daquela; 
III - data de sua emissão; e 
IV - assinatura do prestador do serviço. 
 Se o recibo possuir todas as informações indicadas pela lei, não poderá o fisco 
exigir qualquer informação a mais. 
 
8. Analise os efeitos jurídicos inerentes ao contribuinte e à fonte pagadora em cada um 
dos casos abaixo arrolados (vide anexos IX, X, XI e XII). 
 
Retenção – Fonte 
pagadora 
(Pessoa Jurídica) 
Recolhimento – Fonte 
pagadora 
(Pessoa Jurídica) 
Declaração do rendimento na 
Declaração de Ajuste Anual – 
DAA, entregue pela pessoa física 
(empregado ou prestador de 
serviços) em 30 de abril 
Caso 1 Retém Recolhe 
Declara rendimento e 
Módulo Incidência e Crédito Tributário 
retenção 
Caso 2 Retém Recolhe 
Não declara rendimento nem 
retenção 
Caso 3 Retém Não recolhe 
Declara rendimento e 
retenção 
Caso 4 Retém Não recolhe 
Não declara rendimento nem 
retenção 
Caso 5 Não retém Recolhe 
Declara rendimento e 
retenção 
Caso 6 Não retém Recolhe 
Não declara rendimento nem 
retenção 
Caso 7 Não retém Não recolhe 
Declara rendimento e 
retenção 
Caso 8 Não retém Não recolhe 
Não declara rendimento nem 
retenção 
1. O caso está correto. A fonte pagadora vai reter e recolher o IR na fonte, e 
contribuinte vai declarar no ajuste anual. 
2. Nesse caso o contribuinte está incorreto. A fonte pagadora corretamente reteve 
recolheu, mas o contribuinte mesmo pagando, deveria ter indicado e declarado em seu 
ajuste anual. A falta de declaração pode gerar uma multa, como dispõe o julgado REsp 
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n. 1.384.020/SP do STJ. 
3. Esse caso está incorreto, pois a fonte pagadora reteve o valor, mas não o 
recolheu, enquanto o contribuinte declarou. A resposabilidade de recolhimento é da 
fonte pagadora conforme REsp n. 898.925/SP, então ele está incorreto e poderá ser 
multado pelo descumprimento. 
4. A fonte pagadora corretamente reteve, mas não recolheu e o contribuinte não 
declarou. Então a fonte será multada pela falta de recolhimento que é seu dever, a o 
contribuinte multado pela falta de declaração. 
5. O ponto incorreto nesse caso e que gerará multa é a falta de retenção pela fonte 
pagadora, visto que o recolhimento e declaração foram devidamente realizadas. 
6. A fonte pagadora não reteve mas pagou, e o contribuinte não declarou. Assim, 
a fonte pagadora será multada pela falta de retenção, e o contribuinte pela falta de 
declaração, visto que houve o recolhimento do tributo. 
7. Nesse caso, havendo a declaração correta pelo contribuinte, a fonte pagadora 
responserá pelo descumprimento de reter e recolher o tributo, incindindo também a 
multa. 
8. Todos nesse caso serão responsabilizados e multados. 
 
9. Há a incidência de IR fonte ou do IR anual sobre Stock Options? Justifique e 
fundamente sua resposta, explicando o motivo pelo qual o “stock options” pode ou 
não corresponder a uma hipótese de incidência do IRPF. 
 Caso você entenda que é possível a incidência do IR, qual deve ser a base de cálculo 
desse imposto? Seria o preço pelo qual o funcionáro adquire a ação da empresa em 
que trabalha, o preço de mercado dessas ações ou o preço pelo qual elas foram 
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vendidas na mesma data? Responda considerando o anexo XIII e expressando sua 
concordância ou não, de forma justificada. 
As Stock Options são um instrumento de remuneração variável amplamente 
utilizado por empresas para atrair e reter talentos, especialmente executivos e 
funcionários-chave. A tributação das Stock Options no Brasil varia significativamente 
dependendo da caracterização do plano como operação mercantil ou como 
remuneração indireta. 
Em uma perspectiva de operação mercantil, as Stock Options são tratadas 
essencialmente como um instrumento financeiro de incentivo, onde o beneficiário 
adquire o direito de comprar ações da empresa a um preço determinado, após um 
período de carência. Nesse cenário, no momento do exercício da opção de compra, não 
há incidência de imposto de renda na fonte. A tributação ocorre somente na alienação 
das ações adquiridas, onde o ganho de capital - a diferença positiva entre o valor de 
venda das ações e o custo de aquisição (preço de exercício) - é tributado à alíquota de 
15%, podendo chegar a até 22,5% conforme o valor do ganho. 
Por outro lado, quando as Stock Options são consideradas como remuneração 
indireta, o tratamento fiscal é distinto. Nesse caso, o exercício da opção de compra das 
ações é interpretado como uma forma de remuneração adicional ao empregado. 
Consequentemente, o valor concedido pela empresa ao beneficiário no momento do 
exercício da opção é tratado como renda e está sujeito ao imposto de renda na fonte, 
com alíquotas que podem alcançar até 27,5%, além dos encargos previdenciários e 
trabalhistas correspondentes. Posteriormente, na alienação das ações adquiridas, o 
ganho de capital também é tributado à alíquota de 15%, podendo atingir até 22,5%. 
Essa distinção na tributação reflete a interpretação legal e administrativa sobre 
a natureza das Stock Options em cada contexto. Enquanto na operação mercantil o foco 
está na natureza financeira e na valorização das ações como investimento, na 
remuneração indireta o enfoque é na compensação adicional aos serviços prestados 
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pelo empregado. Ambos os regimes buscam assegurar que a tributação seja justa e 
proporcional à capacidade econômica do contribuinte, em linha com os princípios 
constitucionais de capacidade contributiva e equidade fiscal. 
Vale dizer que nãohá um entendimento pacífico nos tribunais administrativos 
e judiciais acerca do assunto. No CARF, entende-se pela natureza remuneratória. Na 
Justiça Federal, a maioria é a favor da natureza mercantil. 
 
10. Incide imposto de renda sobre o valor de um imóvel residencial recebido pelos dois 
herdeiros do proprietário falecido, considerando que esse imóvel constou no 
inventário pelo valor de R$200.000,00? Em caso afirmativo, qual data deve ser 
considerada como a data de aquisição desse imóvel? E se ambos os herdeiros decidem 
vender esse imóvel pelo valor total de R$450.000,00, há incidência de IR? Em caso 
afirmativo, há alguma forma de tentar evitar essa tributação? Justifique e fundamente 
cada uma das suas respostas. 
A tributação sobre ganho de capital na venda de imóveis recebidos por herança 
é um tema relevante no contexto da legislação tributária brasileira. A partir da 
perspectiva legal, a transmissão de bens por herança em si não está sujeita ao Imposto 
de Renda (IR), conforme estabelecido pelo artigo 6º, inciso XVI, da Lei nº 7.713/1988. 
Isso significa que os herdeiros não são obrigados a pagar IR sobre o valor do imóvel 
recebido no inventário, independentemente do seu valor de avaliação na época da 
herança. 
No entanto, a isenção de IR se limita à transmissão dos bens e direitos 
herdados. Quando os herdeiros optam por vender o imóvel recebido por herança, a 
situação muda: é necessário calcular e pagar IR sobre o ganho de capital obtido com a 
venda. O ganho de capital é definido pela diferença entre o valor de venda do imóvel e 
o seu custo de aquisição, que é o valor atribuído ao imóvel no momento da herança. Por 
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exemplo, se o imóvel foi avaliado em R$ 200.000,00 no inventário e vendido 
posteriormente por R$ 450.000,00, o ganho de capital seria de R$ 250.000,00. 
A data de aquisição do imóvel para fins tributários é estabelecida como a data 
do falecimento do proprietário, conforme determinado pelo artigo 23 da Lei nº 
9.532/1997. Essa data marca o momento em que os herdeiros adquirem formalmente 
o direito de propriedade sobre o imóvel, sendo crucial para determinar o custo de 
aquisição na apuração do ganho de capital. 
A tributação sobre o ganho de capital na venda do imóvel segue a tabela 
progressiva definida pela Lei nº 13.259/2016, com alíquotas que variam de 15% a 22,5%, 
dependendo do valor do ganho apurado. No exemplo mencionado, o ganho de R$ 
250.000,00 estaria sujeito à alíquota de 15%, resultando em um imposto de R$ 
37.500,00 sobre o ganho obtido na venda do imóvel. 
Embora a incidência de IR sobre ganho de capital seja um fato, a legislação 
prevê algumas possibilidades para isenção ou redução do imposto. A isenção para 
reinvestimento, conforme previsto no artigo 39 da Lei nº 11.196/2005, permite que os 
herdeiros não paguem IR sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais se 
o valor obtido for reinvestido na compra de outro imóvel residencial dentro de 180 dias 
após a venda. Além disso, o benefício da redução do ganho de capital por tempo de 
posse, conforme o artigo 134 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/2018), pode 
ser aplicável em casos específicos. 
Vê-se, assim, que a tributação sobre ganho de capital na venda de imóveis 
recebidos por herança combina aspectos legais e fiscais que os herdeiros devem 
considerar ao decidir sobre o destino do imóvel. Embora a venda possa gerar imposto a 
pagar, as opções de isenção e redução proporcionam estratégias para minimizar essa 
carga tributária, alinhando-se aos objetivos pessoais e financeiros dos envolvidos. 
Assim, a compreensão detalhada da legislação tributária é essencial para tomar 
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decisões informadas e adequadas à situação de cada família e imóvel herdados.

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