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 TERRITÓRIO DE GAZA -UMA HISTÓRIA DE CONFLITOS
Francisco Evaldo da Silva
Ronaldo Araújo Calhau
Taiana Andrea Almeida de Almeida¹
Francisco Helton Alves da Silva²
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo explicar pontos sobre a questão do território de Gaza que apesar de ser pequeno é um dos lugares mais disputados do mundo. Para conseguir entender a formação territorial da faixa de Gaza vamos voltar na história e estudar tempos antes da 2° Guerra Mundial, relatar como foi o novo começo após os horrores do Holocausto, a tentativa da ONU em dividir a Palestina em duas partes principais: estado judeu(Israel) e o estado árabe( Gaza, Cisjordânia e outros lugares) deixando Jerusalém no centro da região e não pertencendo a nenhuma das partes divididas, sendo considerada território internacional e principalmente, mencionar as ações do Hamas sobre o local. Cada fronteira tem sua singularidade e é definida como territórios que possuem seu regime governamental ,cultural e sociedade distintas, a faixa de Gaza é densamente povoada devido a grande quantidade de refugiado, os indicadores econômicos são extremamente baixos e com uma infraestrutura deteriorada, economicamente, o setor terciário prevalece marcado pelas atividades informais e o comercio. As raízes do conflito entre Israel e Hamas é extremamente político, territorial e religioso , essa guerra já gerou cerca de um milhão de expatriados e devido à criação do Estado de Israel muitos árabes da Palestina que viviam nos territórios designados para o Estado judeu fugiram para o território que deveria ser a pátria. Desavenças de ideologias, reconhecimento por autodeterminação internacional, melhores condições de vida, acesso a recursos básicos como água e comida, diferenças religiosas são fatores que os povos de Israel e Palestina alegam em defesa própria para justificar seus atos contra a humanidade. Esse é um dos conflitos mais longos da história que leva sofrimento para ambos os lados. Palestinos e israelenses, principalmente crianças e idosos , sofrem com as consequências dessa guerra, enfrentam a morte de familiares e amigos,ferimentos físicos e psicológicos e ainda são obrigados a se deslocarem para outros lugares longe de suas casas. Essa complexa dinâmica da região do Oriente Médio vem sendo prejudicada pelo bloqueio e restrições impostas por Israel como punição ao povo e o governo palestino, porém é importante lembrar que nem todo palestino é do grupo extremista Hamas, muitos são cidadãos civis que lutam por melhores condições de vida.
Palavras-chave: Território de Gaza. Israel. Palestina.
1. INTRODUÇÃO
A Faixa de Gaza é um território localizado no Oriente Médio entre os países de Israel e Egito integrando o território da palestina e abrigando a cidade de Gaza, uma das maiores cidades dessa região. Marcada pela pobreza e super lotação esse território é palco de constantes conflitos e desrespeito á humanidade.
O espaço territorial é politico e o poder político é exercido pelos governantes sobre os governados em interesse de ambos. As relações da sociedade com o meio ambiente e as transformações nesse contexto abordam diferentes dimensões, a luta pelo controle e o poder tem gerado profundos conflitos nessa área na briga por territórios e soberania. A faixa de Gaza é conhecida pela intensa discussão imobiliária em que as autoridades palestinas usam como causa nacionalista essas lutas para fazer uso de extrema violência contra os povos que habitam essa região. 
A formação do território e cultura desse lugar é extremamente complexa e com sérios problemas estruturais com constantes combate armados e desavenças ideológicas religiosa. A disputa por essa região habitada é de longa data, há milênios antes dessa era, Gaza foi ocupada por diversos povos como os filisteus, persas, assirios, macedônicos, cananaicas, moabitas e os amonitas, onde reivindicavam o poder devido sua localização estratégica perto do mar Mediterrâneo e com passagem ao Oriente Médio. 
O estudo da elaboração da extensão de Gaza é estruturado por hostilidades e com todos os apontamentos conceituais, reflexivos, críticos e a contextualização histórica levam o local a estar cheio de possibilidades que se manifestam em uma realidade preexistente a qualquer forma de conhecimento e prática. A Faixa de Gaza construiu suas fronteiras nos combate de 1949, no Acordo de Armistício entre Israel e Egito onde foi declarado que a linha de demarcação não era para se tornar uma fronteira internacional. Primeiramente Gaza foi administrada por um governo palestino estabelecido pela Liga Árabe em 1948, a partir da dissolução desse governo em 1959 essa área foi governada por um governo militar egípcio até 1967 . Desde então passa por variados conflitos e disputas territoriais que ao longo desse trabalho vai ser reportado.
A descrição desse trabalho foi orientado através de pesquisas bibliográficas e exploratórias aprofundando abordagens e ferramentas que procuram explicação para questões da realidade dessa região. Compreender os principais pontos da construção territorial e cultural da Faixa de Gaza e a importância dessa região para os cidadãos de ambos povos ( israelitas e palestinos), a influencia da ONU nesse conflito, o bloqueio israelita de recursos básicos e as atrocidades do HAMAS (organização fundamentalista em razão de viés religioso) são partes desse estudo para o conhecimento dos fatos histórico
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A composição do território varia em diversas áreas de conhecimento pois consiste em uma mediação sobre e dentro do espaço, esse processo acontece através de inúmeros atores sociais como o poder público, empresas, sociedades, meio ambiente, política… Dessa forma á concepção de território é entendida como um espaço definido pela relação do poder. Soberania é ter o poder, um Estado está no poder quando detém o poder político sob controle, conforme Bobbio (1986, p.2) o estado é determinado através de três elementos instrutivos “ o povo, o território e a soberania”.
Em ciências sociais, a expressão território vem sendo muito utilizada desde o século passado, por geógrafos, como Frederico Ratzel, preocupado com o papel desempenhado pelo Estado no controle do território, e por Eliseé Reclus que procurava estabelecer as relações entre classes sociais e espaço ocupado e dominado. Os especialistas em Teoria do Estado costumam afirmar que o Estado se caracteriza por três elementos sociais:o território, o povo e o governo, ao passo que a nação é caracterizada pela coexistência do território e do povo, mesmo inexistindo governo,e consequentemente, o Estado ( ANDRADE,2004,p.190).
A Faixa de Gaza é um território palestino que busca reconhecimento internacional como um Estado, sua história é extremamente longa e complexa com uma formação diversificada por vários povos e consequentemente com muitas influencias na sociedade.. Terra sagrada conhecida por três religiões: cristianismo, islamismo e judaísmo onde suas diferenças se tornam palco de conflitos religiosos e territoriais. Toda essa dinâmica resulta no sofrimento desse povo com a falta de estrutura, pobreza e fome levando centenas de refugiados a procura de abrigo.
Pesquisas relatam que a Faixa de Gaza foi fundada no século V a.C. por piratas do Mediterrâneo , os Filisteus consagrando esse local com o nome de Filisteia. Com o decorrer do tempo, essa área disputada passou pelo domínio dos povos das tribos israelitas, babilônicas , persas, assirios, macedônicos, grego, bizantinos e árabes. No decurso de centenas de anos o império Otamano regeu Gaza e a Palestina até os britânicos assumirem o poder no final da 1° Guerra Mundial (1914-1918).
2.1 O INÍCIO DA HISTÓRIA
Conhecida pela localização estratégica às margens do mar Mediterrâneo, pesquisas apontam os filisteus como o inicio da ocupação de Gaza ainda do sec. XII a.C. Essa solo afronta ao longo de muitos anos histórico de cercos, ocupações e lutas pela soberania .
Gaza foi construída,comandada, destruídae reconstruída por profusas dinastias, povos e impérios o que proporcionou esse território uma diversidade cultural. O período mais longo nessa fase está em conformidade com o domínio do Império Otamano, o qual se desfez ao final da 1° guerra mundial (1914-1918) e após as terras foram transferidas para o domínio britânico. No final desse império, camponeses árabes , arrendatários e meeiros foram expulsos das terras onde residiam a muitos gerações com a chegada dos sionistas que acabaram comprando as propriedades dos árabes pois os judeus fizeram um boicote ao trabalho árabe e seus produtos com o objetivo de formar uma sociedade independente da população original.
Os árabes começaram a passar por mudanças demografias, sociais, econômicas e culturais o que virou uma ameaça ao seu povo. As tensões foram aumentando.
2.2 ERA BRITÂNICA 
 Com a crise do império otamano em 1917 os britânicos receberam um mandato da Liga das Nações Palestina para ocupar os territórios de Iraque , Jordânia e Palestina onde ficaram por 30 anos administrando. Com a intuição de receber apoio dos dois lados, eles prometeram aquisições para ambos: para os árabes independência em toda região e aos judeus um lar na Palestina.
Durante a 1° Guerra Mundial o Reino Unido apoderou-se dessas terras e se comprometeu em apoiar a formação de um reino árabe unificado, porém em 1919 as potencias europeias que obtiveram vitória na 1° Guerra Mundial impediram a criação do prometido e decretaram uma série de mandato que facilitaria o controle na região. Assim entre 1920-1948 a Faixa de Gaza começou a fazer parte do Mandato Britânico da Palestina. Com as promessas de imigração não cumpridas,a repressão usada com o povo, o desprezo dos navios com sobreviventes do Holocausto que haviam escapado dos nazistas da Europa e a não aceitação de serem dominados por europeus acabou manifestando conflitos e rebeliões sionistas ( movimentos nacionalista que pretendia a criação do Estado-nação judeu). 
Nessa época a população era constituída por 93% árabe e apenas 7% judaica e a partir dessa fase sob impulso do movimento sionista começou a aumentar a população e fundar cidades com o intuito de dar segurança ao povo e acabar com a fome. Os britânicos não sabiam lidar com essas situações tratando o povo como se fossem animais de estimação, sendo assim, dividiram a região por etnia e religião.
Com o aumento da imigração judaica possibilitada pelo domínio imperialista britânico e a instabilidade árabe na região tensões foram crescendo e situações de preconceito etno religiosos de ambas as portes tomaram partido. Surgiu então as correntes político-ideológica de extrema-direita (o Grande Mufti de Jerusalém Amin al-Husayni professava abertamente o antissemitismo e era aliado de Hitler,do lado árabe enquanto os judeu usavam o sionismo revisionista de Zeeb J e do ladoabotinsky, admirador de Mussolini) .
Ao longo do Mandato Britânico obtiveram massacres intercomunitários o que ocasionou a formação de forças de autodefesa judaicas como o Haganah que mais tarde se tornaria a espinha dorsal das forças armadas israelenses. Com o triunfo de Hitler na Alemanha milhares de judeus foram para o Oriente Médio, muitos migrando para a Palestina o que aumentou a pobreza na região e a falta de infraestrutura, desencadeando a Revolta Árabe (1936-1939) que culminou em uma greve geral com ações de insurreições e guerrilhas. As Forças Britânicas e o Yishuv (comunidade judaica) reprimiram a revolta com milhares de árabes mortos.
Em 1930 a comunidade Árabe e os Yishuv cortaram definitivamente a convivência obrigando os britânicos a analisar o futuro, surgindo assim as primeiras propostas de divisão da Palestina em dois Estados( Comissão PEEL). Sendo assim, surgiu o chamado Livro Branco em 1939, limites que o império comandante colocou sobre a imigração judaica e á compra de terras para evitar uma ruptura com o povo árabe pois necessitaria do apoio para a guerra que estaria por vir ( 2° Guerra Mundial).Em consequência a essa decisão, os Yishuv aboliram o apoio e começaram uma contestação ao domínio. Por vez, após todos esses acontecimentos ao fim da 2° Guerra Mundial (1939-1945) o Império Britânico tornou-se infundado e a recém formada Nações Unidas começou a discutir sobre o futuro. Acarretou então a divisão do território , a Fundação do Estado de Israel e a expulsão em massa dos palestinos.
2.3 A PARTILHA
As Nações Unidas em 1947 resolveu dividir a área árabe judaica da Palestina. Gaza e uma área do território ficariam com os árabes e o restante ( hoje Israel) ficaria com os judeus, frisando que Jerusalém ficaria no centro e não pertenceriam a nenhum dos dois. Em 1948 quando acabou a permanecia britânica na região começou a primeira guerra entre os dois povos dando espaço as forças egípcios entrarem na cidade de Gaza e formando uma quartel general de Força Expedicionária.
Com o apoio de Harry S. Truman do Estados Unidos o fundador de Israel David Ben-Gurion proclamou o Estabelecimento do Estado de Israel, assim, a partir desse fato, os conflitos começaram e o Egito atacou Israel através de Gaza. Israel venceu mas os egípcios continuaram no controle de Gaza e assim os refugiados palestinos começaram a se instalar na região. O controle do Egito continuou estável até 1967 quando eclodiu a Guerra dos Seis Dias que envolveu Israel, Egito, Jordânia e Síria. 
Com o fim da Guerra dos Seis Dias Israel assumiu o poder de Gaza até 1994 , mas foi em 2005 que se retiraram totalmente da região. Ao longo desse tempo muitos acontecimentos importante para a história ocorreram, como por exemplo em 1996 os palestinos em Gaza e da Cisjordânia elegeram um presidente e uma legislatura, em 2000 os israelitas e os palestinos tentaram promover a paz entre as nações porém sem êxodo, ainda em 2000 eclodiu a segunda intifada ( insurreição dos palestinos contra Israel).
Após a saída completa dos israelitas de Gaza em 2006, Hamas que foi fundado em 
1987 como um ramo da Irmandade Muçulmana que venceu as eleições legislativas palestinas por uma vitória esmagadora. Assim o Hamas passou a controlar Gaza mesmo com Israel controlando muitos pontos de acesso ao território.
 FIGURA 01: PARTILHA DA PALESTINA (1947)
 Fonte: Canal Juventude
2.3 DOMÍNIO EGÍPCIO
O controle egípcio foi ratificado pelo Armistício de 1949 , um acordo entre Israel e Egito assinado em 24 de fevereiro que estipulava que a linha de armísticio ia ao longo da fronteira internacional, exceto perto do Mar Mediterrâneo onde o Egito permaneceu no controle de uma faixa de terra ao longo da costa , Gaza. As forças egípcias de Faluja iriam regressar ao Egito com suas armas e a área seria entregue a Israel e a zona de fronteira de ambos os lados próximas de al Uja-Hafeer( Nitzana) deveria ficar sem os militares e se tornar sede da comissão de armisitcio bilateral.
Entre 1955 e 1956 o Egito foi cada vez mais hostil com o povo de Israel matando centenas de israelitas em ataques de Fedayeens ( ocupação egípcia em Gaza), assim bloqueou Golfo de Aqaba assumindo o Canal de Suez e as navegações israelitas violando a Convenção do Canal de Suez de 1988. 
Em 29 de outubro de 1956 Israel invadiu a Faixa de Gaza e Península do Sinai dando origem a Guerra de Suez. Os Estados Unidos forçou a retirada dos israelense de Sinai e de Gaza, porém foi garantida liberdade de acesso ao Mar Vermelho e ao Canal de Suez e uma ação para acabar com os ataques em Gaza.
Em 1964 como apoio de Nasser foi criado a OLP ( organização para a libertação da Palestina) liderada por Ahmed Shukeiri e em 1969 Yasser Arafat tornou-se líder. Em 1978 Israel e Egito assinaram o Acordos de Camp David. Depois despontou em 1967 a Guerra dos Seis Dias já mencionada nesse trabalho, travadas entre israelitas e palestinos que levou Israel ao controle da Faixa de Gaza. Em 1987 ocorreu a 1° linfada, uma revolta do povo palestino contraas tropas israelense. A 2° linfada aconteceu no ano de 2000 onde o povo palestino se revoltou novamente com as tropas militares israelense , usando pedras e pedaços paus como arma, ocasionando assim a morte de milhares de palestinos.
O governo egípcio nunca de fato anexou a Faixa de Gaza formalmente porém tratava o território controlado e administrado por um governo militar. Com a entrada de mais de 200 mil refugiados durante o Mandato Britânico em Gaza o padrão de vida caiu muito, aumentado a pobreza e a falta de infraestrutura. Em consequência desse acontecimento os governo egípcio restringiu a entrada e saída na Faixa de Gaza, fazendo com que os habitantes não pudessem nem procurar emprego na região.
2.4 OCUPAÇÃO ISRAELENSE
As forças de defesa de Israel tomou a faixa de Gaza no fim da Guerra dos Seis Dias em 1967 e criaram o primeiro bloco de assentamento, Gush Katif, no sudoeste perto de Rafah e com o tempo totalizaram 21 assentamentos abrangendo 20% do território total da Faixa de Gaza.
Nessa fase teve um crescimento econômico devido a expansão da renda das oportunidades dentro de Israel, porém os adventos da política israelense afetaram o setor agrícola, pois a região enfrentava sérios problemas hídricos e assim foi proibido plantar novas árvores e o aumento dos impostos geravam declive para os produtos dos mesmos. Dessa forma, os palestinos foram forçados a deixar o setor agrícola na Faixa de Gaza .
2.5 ACORDOS DE OSLO- TENTATIVA DE PAZ ENTRE ISRAEL E PALESTINA
A visão do Estado de Israel em 1948 não foi reconhecida pelos palestinos e árabes, guerras surgiram ao longo dos anos e esses conflitos ficaram conhecidos como guerras “árabes- israelenses”. Na tentativa de pacificar essa briga foram formados diversos acordos na capital de Noruega, Oslo entre os governos de Israel e a organização para a libertação da Palestina (OLP),em 1993.
Nesses acordos os palestinos reconheceriam o Estado de Israel em troca dos israelitas aceitarem a OLP como representante do povo palestino. Os assentamentos israelitas na Cisjordânia seriam desfeitos e a região entregue a Autoridade da Palestina (ANP) que fizeram depois da assinatura dos acordos. Esses acordos davam parte do território da Cisjordânia para a ANP, onde foi dividida em duas áreas : tipo A ( 18% do território) que ficavam com o comando administrativo e militar da ANP, tipo B (22% da Cisjordânia ) com serviços civis da ANP e a segurança por forças israelitas e o tipo C (60% da Cisjordania ) que ficaram sob domínio de Israel.
Porém não foi discutido os problemas históricos da Palestina como o retorno dos refugiados expulsos das suas terras após a criação de Israel , a função da cidade de Jerusalém e a liberação dos prisioneiros palestinos alojados em Israel .Dois anos depois , em 1995 o primeiro-ministro de Israel ( ele iria receber o premio Nobel da Paz) foi assassinado por um israelense contrários aos acordos e por fim as negociações acabaram.
A região do aldeamento palestino foi cercado pelas colonias judias e o governo israelense ( trabalhista e likudistas) o que ocasionou o aumento dessas colonias impossibilitando a constituição de um estado palestino. Por fim sem dar andamento nos acordos, em setembro de 2000 começa a Segunda Intifada levando as forças israelitas reocupar as áreas ocupadas pelos palestinos. Somente em 2005, o primeiro-ministro Ariel Sharon executou um plano para retirar os israelense da Faixa de Gaza, esse previa que Israel continuaria a controlar o espaço aéreo de Gaza , mar territorial e todas as passagens de fronteira.
2.6 HAMAS
Hamas é uma organização política e militar palestina de referencia sunita islâmica ( tradição de Maomé) que governa a Faixa de Gaza como um Estado autocrático e com partido único e apesar de tudo, desfruta uma grande popularidade na sociedade palestina pela posições antissionistas e anti israelenses. Os princípios ideológicos desse grupo é promover o nacionalismo islâmico seguindo uma política de luta armada.
Em 1967 na Guerra dos Seis Dias, Israel tomou posse novamente desse território, 20 anos depois em dezembro 1987 violentos confrontos surgiram nas ruas de Gaza entre palestinos e as tropas israelitas, revolta conhecida como a Primeira Intifada. Foi assim que surgiu o grupo extremista Hamas, cujo objetivo era tornar Palestina o único Estado da região com a capital em Jerusalém.
Com o acordo de Oslo em 1993 a Autoridade Palestina se tornou o órgão administrativo, ficando responsável pelas questões administrativas. Israel ficou no controle do espaço aéreo,das águas territoriais e das fronteiras. Em 2005 as tropas de Israel foram retiradas do território mantendo apenas as fiscalizações nos limites do território. 
O Movimento de Resistência Islâmica se opôs ao acordo de Oslo levando a OPL (Organização pela libertação da Palestina) depor as armas e a negociar com Israel. No ano de 2000 esse grupo começou a disputar as eleições conquistando a maioria do poder legislativo. Os Estados Unidos, Israel e as potencias europeias não concordaram com a decisão e a disputa entra Fatah e Hamas separam a região, Fatah ficou com parte da Cisjordânia e Hamas com a Faixa de Gaza. Sendo assim, Israel bloqueou as fronteiras da Faixa de Gaza e passou a controlar a entrada e saída de pessoas e produtos. 
Hamas foi criado a partir de uma irmandade muçulmana na Palestina com o objetivo de prestar assistência social, educativa e filantrópica para diminuir a fome na localidade. Na Primeira Intifada eles perceberam que não teriam como negociar pois Israel usava força bruta até mesmo com crianças , adolescentes e idosos. Como consequência o Hamas acabou se distanciando da OLP, o grupo extremista usa o islamismo para ganhar a nação palestina usando a narrativa de nacionalismo palestino e luta armada.
Logo no inicio da formação do Hamas foi realizada marchas pacíficas até a fronteira , em resposta, os israelitas atiravam matando centenas de civis. Essa atitude mostrou que não dava para negociar pacificamente com Israel. É difícil falar certo o momento que o Hamas começou a usar violência , hoje o propósito é portar estratégias do terrorismo para garantir a sobrevivência , ficar relevante e fazer vingança.
A violência do Hamas é uma vingança pela violência da ocupação. É áspero argumentar como a ocupação israelense foi opressiva e como é difícil o dia a dia dos palestinos. Muitos voluntários dos Hamas perderam famílias, amigos, casas e ainda mulheres e crianças eram estrupadas, viviam sob humilhações constantes. Hoje eles usam violência extrema , mas vale a pena lembrar que nem todo cidadão palestino faz parte do Hamas.
Em 1987 foi lançada a primeira carta de princípios de Hamas onde especificava que a meta era acabar com Israel e os judeus, deposição que podem ser enquadradas como o antissemitas ( ódio aos judeus). Mais tarde eles trocam a palavra judeu por sionistas e bradam a intenção de causar um Estado islâmico , regido pelas leis islâmicas , mas seriam garantida os direitos e a plena cidadania a islâmicos, cristãos e judeus. 
Hamas é uma organização política e militar palestina de referencia sunita islâmica ( tradição de Maomé) que governa a Faixa de Gaza como um Estado autocrático e com partido único e apesar de tudo, desfruta uma grande popularidade na sociedade palestina pela posições antissionistas e anti israelenses. 
2.7 BLOQUEIO
Após Hamas assumir o poder , Egito e Israel suscitaram o bloqueio terrestre e marítimo na Faixa de Gaza. Esse bloqueio econômico e comercial imposto a localidade causou impactos avassaladores para os civis palestinos que enfrentam limitações de movimentação, falta de infraestrutura e pobreza.
Israel impõe ser necessário essa atitude para proteger os cidadãos do grupo Extremista Hamas ,porém o Comitê Internacional da Cruz Vermelha alega ser ilegal, justificando que essa ação infringe a Convenções de Genebra. A organização Human Rights Watch compara Faixa de Gaza com “uma prisão ao ar livre”.
O bloqueio permiteIsrael ficar sob controle militar , para tentar vencer o bloqueio , Hamas edificou uma rede de túneis para inserir armamentos e mercadorias para o território que servem também, como centro de comando subterrâneo. Sentindo-se ameaçado pelos túneis, Israel faz frequentes ataques aéreos.
Hoje , cerca de 2,3 milhões de palestinos vivem em uma área de 360km² fazendo com que seja um dos territórios mais densamente povoado do mundo. A ONU afirma que quase 600mil de refugiados vivem em acampamentos nessa região. No ano de 2014 Israel fez ao longo da fronteira uma zona de defesa para se defender contra ataques dos militares islâmicos o que acarretou uma diminuição de terras disponíveis para moradias e fazendas. 
3 MATERIAIS E MÉTODOS 
O presente trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas e exploratórias centradas nas questões da formação territorial de Faixa de Gaza. Para essa metodologia foram abordados fontes de pesquisas primárias (dissertações, artigos e projetos em andamento) e secundárias ( livros, periódicos, artigos, sites e internet).
O objetivo geral é avaliar a forma de como surgiu a formação do distrito analisando todas as possibilidades que a história relata e confronta à temática abordada. De acordo com Boccato (2006, p.266),
“...a pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica.”
O seguimento para o desempenho desse trabalho está apurado no método histórico, esse que permite buscar as diferenças a partir de processos mais amplos para abranger a história. Dessa forma catalogamos fatores que podem ter favorecido para o sucesso de cunho popular do Hamas. 
4 RESULTADO E DISCUSSÕES 
A Faixa de Gaza não é reconhecida como país ou Estado, possui uma população maior que muitas capitais brasileiras e com condições de vida abaixa da linha de pobreza. Essa região é castigada pelas constantes guerras e terrorismo acarretando cerca de 75% de refugiados na localidade.
Após quase três décadas de ocupação palestina na Faixa de Gaza, eles ainda precisam de permissão para deslocamento á toques de recolher, imposições e ameaças de terem suas terras confiscadas. Recentemente, a professora e jurista francesa Monique Chemillier-Gendreau pronunciava-se sobre a questão, considerando que:
O impasse no qual entraram as negociações israelo-palestinas não poderia ser explicado exclusivamente por um ou outro dos fatores de desacordo entre esses dois povos tais como são habitualmente enumerados, nem mesmo por sua soma. Na realidade, a situação atual desenvolveu-se historicamente numa dupla negação, aquela do direito nacional (no singular) do povo palestino a ser reconhecido como Estado, à maneira de todos os outros povos da Terra emergentes de um período de descolonização, e aquela do direito dos palestinos (no plural) que provêem da aplicação do direito internacional e, mais precisamente, do exercício do direito dos povos de disporem de si mesmos e também dos direitos do homem tais como proclamados internacionalmente (Chemillier-Gendrau, s.d., p. 285-287).
No inicio dos anos de 1980 a lei israelense definia e registrava como "residente nos territórios administrados" o povo israelense, retirando-os, assim, da competência dos tribunais da Cisjordânia. Trata-se de um "interposto por governo militar" que resulta no não-reconhecimento da entidade nacional palestina e desqualificava o direito à autodeterminação da população por ela representada (Shehadeh, 1989, p. 49-50). 
O domínio territorial israelense reflete sobre todos os locais, vilarejos, cidades e aglomerações palestinas que reforçam a criação de estradas, indo diretamente à Israel e cujo acesso é proibido aos palestinos ( considerados não cidadãos). Toda malha rodoviária tem sido modificada, assim, desvios, barreiras, controles, percursos impostos e caminhos proibidos aumentam a distancia para os palestinos, nagando assim, a circulação. Esse fechamento impede a passagem entre a Cisjordânia e Gaza e o acesso a Israel e Jerusalém. Esse acontecimento acarreta sérios problemas no cotidiano dos cidadãos, atrapalhando os percursos para irem trabalhar e estudar. Segundo E. Djeredian embaixador americano em Israel,
... um terço do PIB palestino depende, na realidade, da mão-de-obra palestina que trabalha em Israel. As exportações palestinas dependem amplamente do mercado israelense. A união aduaneira entre Israel e a Autoridade Palestina representa (para esta última) uma fonte importante de recursos. É por isso que a criação de fronteiras econômicas seria nociva, em particular aos palestinos (Djeredian, 2002, p. 87).
O acordo de Oslo em 1993 decretava a retirada das forças armadas israelenses da Faixa de Gaza e da Cisjordânia e dava direitos aos palestinos ao governo nas zonas governadas pela Autoridade Palestina. A Cisjordânia ficou dividida na áreas do tipo A( 18% região no controle da ANP), B( 22% Cisjordânia com os serviços civis controlados pela ANP e a forças israelitas) e C ( 60%Cisjordânia controlada por Israel). Esse acordo deveria levar reconhecimento a Israel e a OLP, porém não entraram em pauta as demandas históricas dos palestinos como a entrada dos refugiados expulso de suas terras após a criação de Israel, o status de Jerusalém e a liberação dos prisioneiros palestinos em cárceres de Israel.
Na faixa de Gaza milhares de palestinos tentam sobreviver aos ataques israelitas e ao autoritarismo, um terço deles vivem em acampamentos de refugiados onde a água e a comida é cada vez mais escassa. Face a opressão de Israel, os palestinos prevalecem desempregados e cotejados á falta de água ,mercadorias, produtos e ferramentas, além de serem proibido de negociar com o comércio exterior. No desespero da forma em que vivem e por sentirem-se abandonados, os cidadãos criam cada vez mais o sentimento de ódio pela forma da colonização e todas as humilhações sofridas. 
Doravante, a Cisjordânia e Gaza são duas imensas prisões, cujo céu não é nem mesmo aberto. Submetidos ao regime de toque de recolher que os retém em suas casas de maneira quase permanente desde o último mês de agosto e que os asfixia lentamente, os palestinos dos territórios ocupados se vêem reduzidos à categoria de objetos e oscilam entre desespero e o ódio e o sentimento de terem sido traídos [...] Com a guerra, os chefes de família perderam _ como quase todos seus compatriotas _ o pouco que lhes restava: o direito de entrar em Jerusalém Oriental; o direito de exportar seus agrumes, isto é, seu trabalho, para a Jordânia; os meios de pagar seus impostos e de obter o famoso cartão cor de rosa, "certificado de bom comportamento", renovável a cada dois anos, sem o qual tudo se torna proibido: viajar, conduzir [transportes] e até mesmo passar de uma localidade a outra, já que o exército não só restabeleceu as fronteiras da Cisjordânia, mas instituiu espécies de `bantustões", num total de cinco, no interior do território... O chefe de família perdeu seu emprego e como, pela primeira vez neste ano, não pôde pagar o montante cada vez mais insuportável de impostos, teme o fechamento da pequena empresa madeireira por ele dirigida. Seus quatro filhos estão também desempregados _ incluído aquele que, nos últimos anos, havia encontrado um emprego de eletricista em Israel [ ], mas que o perdeu com a guerra. Mal saídos dos toques de recolher intermináveis, os palestinos viram os impostos de 1991 reclamados manu militari abaterem-se sobre eles - uma verdadeira epidemia de multas de todos os gêneros que irão alimentar os cofres israelenses... (Bauge, 1991). 
Dessa forma, Hamas desenvolveu um trabalho social canalizando os sentimentos coletivos para criar um novo sistema político, como explica CARVALHO(1990,p.11), citando como exemplo a Revolução Francesa. “ “Mirabeaudisse-o com clareza: não basta mostrar a verdade, é necessário fazer com que o povo a ame, é necessário apoderar-se da imaginação do povo. Para a Revolução, educação pública significa acima de tudo isto: formar as almas.” 
Hamas doutrina a educação e a islamização na sociedade como meio de mudanças, formação das almas e com o objetivo de fazer a “ preparação de gerações” HROUB (2008,p.107). Nesse sentido , foi os acontecimentos e sentimentos que uniu o Hamas “o sentido de identidade” CARVALHO (1990). Em meio a todo caos que o povo palestino vivia, o Hamas parecia estar correspondendo as pretensões palestinas. Uma mistura de movimento de libertação e religiosidade, [...] Usando estratégias numerosas e interligadas, para expandir as atividades educacionais, sociais e obras de caridade, além da propagação religiosa o grupo conseguiu se tornar amplamente popular no eleitorado palestino, tanto dentro como fora da palestina HROUB (2008, p.17). 
5 CONCLUSÃO
A formação territorial da Faixa de Gaza foi muito complexa, principalmente no desdobrar da política e da religião. Região chamada de barril de pólvora devido aos inúmeros conflitos que ocorrem nessa área, pode-se dizer que os alguns países desenvolvidos como os Estados Unidos, a Inglaterra, a Rússia e a França são responsáveis pela confusão política territorial.
Três fatos importantes contribuíram para esses problemas de confronto armado: as duas Guerras Mundiais, a criação e a efetivação do Estado de Israel e a descoberta das jazidas de petróleo. Durante a 1° Guerra Mundial essa região foi dividida entre os franceses ( Kuwait , Iraque ,Jordânia ) e os britânicos ( Palestina). Nessa época os judeus refugiados retornaram à Palestina para formar um estado judaico, com o intuito de comprar terras e se estabeleceram em uma região para seguirem suas vidas.
No decorrer da 2° Guerra Mundial com o Holocausto, os judeus saíram da Europa em busca de uma nova moradia, Sendo assim, os países resolveram discutir sobre a formação de um estado que abrigaria os judeus. Em 1947 a ONU elaborou um plano para dividir a Palestina em duas partes ( estado judeu compreendido por Israel e o estado árabe que ficava com Gaza,Cisjordânia e outros lugares), e um centro que seria de controle internacional, a tão disputada cidade de Jerusalém. Com apoio dos Estados Unidos, o David Ben-Gurion proclamou o estabelecimento no Estado de Israel e assim começou as guerrilhas.
Seguindo uma cronologia histórica para a formulação do território de Gaza, em 1947 a ONU aprova a Partilha da Palestina em dois Estados -um judeu e outro árabe, porém a Liga dos Estados Árabes não concorda. Em 1948 os judeus proclamam o Estado de Israel mas sem a aprovação dos árabes, desencadeando a Primeira Guerra Árabe -Israelense. Com a vitória de Israel sobre o Egito , os israelenses aumentaram seus territórios e centenas de palestinos são expulsos de suas terras. No ano de 1956 , Israel se retira da Faixa de Gaza e da Península de Sinai e depois em 1964 criaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) cujo objetivo era destruir Israel e criar um Estado Árabe -Palestino utilizando o terrorismo , mas sem sucesso.
Ao longo dos anos guerras, revoltas e ações terroristas são palcos nessa região pela disputa do poder. Os palestinos continuam sem ter um Estado independente , desde 2007 Gaza pode ser considerada com duas administração: o comando do Hamas, grupo extremista que defende os palestinos e a extinção do Estado de Israel e a outra sob comando a ANP- Autoridade Nacional Palestina comandada na área A do território. 
Cerco completo sobre Gaza, controle da entrada e saída de produtos, mercadorias , água, alimentação e qualquer tipo de suprimentos, além dos constantes apagões da energia elétrica ( pois a energia vem de Israel) e o fechamento das fronteiras são as medidas adotadas por Israel para dificultar todos os processos do povo palestino. De acordo com Human Rights Watch “ Gaza é uma prisão ao ar livre” pois os habitantes possuem acesso limitado a cuidados essenciais como saúde, educação e ensejo na economia. 
Atualmente Gaza é densamente povoada e seus indicadores econômicos e sociais são muito baixos. A infraestrutura desse território foi duramente atingida pelas turbulências ocasionadas no decorrer dos anos e é representada internacionalmente pela Organização a Libertação da Palestina (OLP) mas sob domínio do grupo extremista Hamas. A cultura dos gazeus é marcado pela fé islâmica e os hábitos do dia a dia , é toda cercada por muralhas para separar o território de Israel e Egito dos palestinos, sendo que quase 75% da população se registram como refugiados. Essas tensões entre israelitas e palestinos que envolvem a disputa do território tem aumentado gradativamente a população da Faixa de Gaza levando sofrimento e tristeza para todo o povo dessa região.
REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
ANDRADE, Manuel Corrêa de. Territorialidades, desterritorialidades, novas territorialidades: os limites do poder nacional e do poder local. In: SANTOS, M; SOUZA,M.A.A.DE; SILVEIRA, M. L. (orgs). Território: globalização e fragmentação, São Paulo: HUCITEC, Annablumme, 2002/2004. 
BOCCATO, V. R. C. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e o artigo científico como forma de comunicação. Rev. Odontol. Univ. Cidade São Paulo, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 265-274, 2006.Disponível em

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