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Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” - Sêneca. 1 Aula 05 – Correlações e Solos Estratificados Prof: João Henrique Sumário Solo Estratificado ............................................................................................................. 1 Bulbo de Tensões ............................................................................................................. 1 2 Camadas ........................................................................................................................ 2 Obtenção do Peso Específico natural (𝛾nat) ..................................................................... 4 Obtenção de parâmetros de resistência ao cisalhamento .................................................. 4 Atividade 1 ....................................................................................................................... 5 Atividade 2 ....................................................................................................................... 6 Atividade 3 ....................................................................................................................... 7 Atividade 4 ....................................................................................................................... 8 Solo Estratificado Não é raro que o maciço de solo se apresente estratificado em camadas distintas. Para tratar dessa condição, vamos revisar o conceito de bulbo de tensões, o que exige lembrarmos um pouco de propagação de tensões. Bulbo de Tensões Além dos métodos vistos na Mecânica dos Solos, podemos admitir, para um cálculo prático e aproximado, que a propagação de tensões ocorre de uma forma simplificada, mediante uma inclinação 1:2 (que corresponde a aproximadamente 27 graus com a vertical), conforme figura abaixo, em que z é a distância da base da sapata ao topo da segunda camada. Portanto, a parcela de Δσ de tensão propagada à distância z é aproximadamente: 𝛥𝜎 = 𝜎. 𝐵. 𝐿 (𝐵 + 𝑧). (𝐿 + 𝑧) Segundo Simons e Menzies (1981), cálculos mais rigorosos para sapatas flexíveis, pela Teoria da Elasticidade, dão os seguintes valores de profundidade do bulbo de tensões, em função da forma da base da sapata: Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” - Sêneca. 2 i. Sapata Circular: z = 1,5.B ii. Sapata Quadrada: z = 2,5.B iii. Sapata Retangular: z = 3,0.B iv. Sapata Corrida: z = 4,0.B Portanto, para adotar os parâmetros c, θ e 𝛾 do maciço situado sob a base da sapata devemos considerar apenas a espessura atingida pelo bulbo de tensões. Se for uma camada de mesmo solo, mas com alguma variação nesses parâmetros, podemos determinar o valor médio de cada um dentro do bulbo de tensões, assim como a média dos valores de Nspt, se for o caso. 2 Camadas Subjacente à camada superficial em que está embutida a sapata, consideremos uma segunda sapata com características de resistência e compressibilidade diferentes da outra, ambas atingidas pelo bulbo de tensões. Nesse caso, o problema da capacidade de carga torna-se complexo, conforme demonstrado por Vesic (1975). Por isso, vamos apresentar um procedimento prático, detalhado a seguir. Primeiramente, determinas a capacidade de carga, considerando apenas a primeira camada (Δr1) e, depois, a capacidade de carga para uma sapata fictícia apoiada no topo da segunda camada (Δr2), conforme o esquema ao lado. Ao comparar os dois valores, se tivermos: 𝜎𝑟1 ≤ 𝜎𝑟2 → 𝑜𝑘! Significa que a parte inferior da superfície de ruptura se desenvolve em solo mais resistente e, então, poderemos adotar, a favor da segurança, que a capacidade do sistema (σr) é: 𝜎𝑟 = 𝜎𝑟1 No caso da segunda camada ser menos resistente, adotamos uma solução prática aproximada, que consiste, inicialmente, em obter a média ponderada dos dois valores, dentro do bulbo de tensões: 𝜎𝑟1,2 = 𝑎. 𝜎𝑟1 + 𝑏. 𝜎𝑟2 𝑎 + 𝑏 Em seguida, verificamos se não haveria antes a ruptura da segunda camada, na iminência de a sapata aplicar esse valor de tensão. Para isso, calculamos a parcela propagada dessa tensão até o topo da segunda camada (Δσ) e, depois comparamos Δσ com σr2. Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” - Sêneca. 3 Assim, se tivermos: Δσ ≅ Δr1,2. B. L (𝐵 + 𝑧). (𝐿 + 𝑧) ≤ Δr2 → ok! Então a capacidade de caga do sistema (Δr) será a própria capacidade de carga média do bulbo (Δr1,2): Δr = Δr1,2 Caso a verificação não for satisfeita (Δσ > Δr2), será necessário reduzir o valor da capacidade de carga média, de modo que o valor propagado Δσ não ultrapasse Δr2. Para isso, basta utilizar uma regra de três simples, pela qual a capacidade de carga do sistema (Δr) resulta em: Δr = Δσ1,2. Δr2 Δσ Fluxograma Capacidade de Carga Solo 1 Capacidade de Carga Solo 2 𝜎𝑟1 ≤ 𝜎𝑟2 → 𝑜𝑘! Adotar 𝜎𝑟1! Tirar a Média Ponderada 𝜎𝑟1,2 = 𝑎. 𝜎𝑟1 + 𝑏. 𝜎𝑟2 𝑎 + 𝑏 Calcular Parcela Propagada e Comparar com 𝜎2 ! Δσ ≅ Δr1,2. B. L 𝐵 + 𝑧 . 𝐿 + 𝑧 ≤ Δr2 → ok! Δr = Δr1,2 (Δσ > Δr2), Reduzir a Capacidade Média! Δr = Δσ1,2. Δr2 Δσ Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” - Sêneca. 4 Obtenção do Peso Específico natural (𝛾nat) Obtenção de parâmetros de resistência ao cisalhamento Obtenção da coesão: 𝑐 = 0,01 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡 (𝑀𝑃𝑎) 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑒 𝐺𝑜𝑑𝑜𝑦 (1996) 𝑐 = 10 . 𝑁𝑠𝑝𝑡 (𝐾𝑃𝑎) 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑒 𝐺𝑜𝑑𝑜𝑦 (1996) Urbano R. Alonso Tabela (Argilas) Terzaghi (Argilas) Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” - Sêneca. 5 Obtenção do ângulo de atrito: 𝜃 = 28 + 0,4 . 𝑁𝑠𝑝𝑡 (𝐾𝑃𝑎) 𝐺𝑜𝑑𝑜𝑦 (1983) 𝑎𝑝𝑢𝑑 𝐶𝑖𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑒 𝐴𝑜𝑘𝑖 (1999) 𝜃 = √20 . 𝑁𝑠𝑝𝑡 + 15 𝑇𝑒𝑖𝑥𝑒𝑖𝑟𝑎 Atividade 1 Estimar a capacidade de carga de um elemento de fundação por sapata (indicada na figura a seguir) pelo método de Vesic, com as seguintes posições do N.A.: a) -5m (0,867 MPa) b) -7m (0,911 MPa) c) -1m (0,780 MPa) Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” - Sêneca. 6 Atividade 2 Estimar a capacidade de carga de um elemento de fundação por sapata, com as seguintes condições de solo e valores médios no bulbo de tensões: a) Argila rija com Nspt = 15 (0,296 Mpa) b) Areia compacta com Nspt = 30 (0,894 Mpa) c) Areia argilosa com θ = 25 e c = 50 KPa (Valores não drenados) (0,576 Mpa) Solução: utilizar a equação de Terzaghi com a proposição de Vesic. Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” - Sêneca. 7 Atividade 3 Estimar a capacidade de carga de um elemento de fundação por sapata indicado na figura à direita. Solução: vamos inicialmente calcular a capacidade de carga considerando apenas a primeira camada. Após, calcular uma sapata fictícia no topo da segunda camada, com B’= 3+4= 7m. Por fim comparar os dois valores.(σr1 = 0,315 MPa, σr2 = 0,348 MPa e σr = 0,315 MPa) Fundações I UNINOVE – Universidade Nove de Julho “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” - Sêneca. 8 Atividade 4 Estimar a capacidade de carga de um elemento de fundação por sapata indicado na figura ao lado, com as seguintes condições de solo na segunda camada: a) Argila rija com Nspt = 15 (σr = σr1,2 = 0,661MPa) b) Argila mole com Nspt = 4 (σr = MPa)