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HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO 3º ENCONTRO Unidade 3: O governo do Presidente João Figueiredo 1 Presidente João Figueiredo Primeiramente é preciso esclarecer que, apesar de não representar a linha dura das Forças Armadas, Figueiredo fora Chefe de Gabinete no governo Médici e Chefe do Sistema Nacional de Informação no governo Geisel. Fonte da imagem: Memorial da Democracia. 2 A crise econômica no governo do General João Figueiredo Para comandar a economia que passava por uma crise profunda, voltou à cena o “homem do milagre econômico”, Antônio Delfim Neto. Fonte da imagem: VOXMS Para Boris Fausto (2008, p.278), o Presidente João Figueiredo nomeou Delfim Neto como Ministro do Planejamento “[...] após tentativa frustrada do antigo ministro de impor uma política de restrição e sofrer oposição de vários setores, sobretudo de empresários nacionais que se beneficiavam do crescimento da inflação e muitos componentes do próprio governo interessados em ter condições de gastar e mostrar serviço”. Delfim Neto se deparou com um cenário nacional de instabilidade econômica que se acentuou com a segunda crise do petróleo. Como já explicamos, o petróleo era um produto de importação imprescindível para o crescimento interno, sobretudo para as indústrias dos setores automobilísticos e de base. Fonte da imagem: Acervo O Globo. A OPEP e a crise do petróleo. Com o baixo crescimento industrial de bens de consumo duráveis e de capital o desemprego aumentou nas áreas urbanas; a concentração de renda se aprofundou no país e apesar dos sacrifícios impostos pelo governo, especialmente à classe assalariada, a inflação não baixou. Fonte da imagem: Memorial da Democracia. O historiador Boris Fausto (2008, p. 279) explica que durante o Governo Figueiredo “[...] a inflação não baixou significativamente. Tendo alcançado um índice anual de 110,2% em 1980, caiu para 25,2% em 1981 para voltar a subir em 1982 atingindo 99,7%”. Fonte da imagem: estuda.com.ENEM Para tentar sair da estagnação econômica e baixar a inflação, o Governo Figueiredo recorreu em 1983 ao FMI - Fundo Monetário Internacional, muito conhecido dos brasileiros. Fonte da imagem: Blog do Magno Figueiredo recorreu ao FMI porque as reservas nacionais em dólar estavam esgotadas. Mas, a ajuda financeira do FMI veio com exigências, dentre elas, de manter em dia o pagamento dos juros da dívida externa. Fonte da imagem: Jornal Biz. Para saldar as dívidas com os credores estrangeiros, o governo tomou algumas medidas internas como o corte de despesas e investimentos em políticas públicas e equipamentos sociais e a compressão dos salários. Fonte da imagem: Esquerda Online De acordo com de Boris Fausto, (2008, p.279) havia pressões internas contra as medidas restritivas do FMI e o pagamento dos juros da dívida externa, mas, “o esforço para melhorar as contas externas deu resultado”. “A partir de 1984 a economia reativou puxada pelo crescimento das exportações, com destaque para os produtos industrializados”. A queda nos preços do petróleo também fez com que o produto não pesasse tanto no conjunto das importações. Para o historiador (2008, p.279), “[...] apesar da inflação que chegou a 223,8% em 1984 e a dívida externa que subira de US$ 43,5 bilhões para US$ 91 bilhões de dólares”, o Presidente João Figueiredo deixou o governo em 1985 em uma situação de “alivio temporário”. Fonte da imagem: History UOL. Figueiredo é alvo de protestos contra a ditadura militar na Novembrada em Florianópolis- SC. O processo de abertura política e redemocratização do Brasil Em relação à abertura política, uma das medidas tomadas por João Figueiredo foi a tentativa de desarticular a oposição por meio da Lei de Anistia Política, promulgada em 1979 e aprovada pelo Congresso Nacional. Fonte as imagem: Todo Estudo. 13 Dizemos isto porque a Lei não foi uma concessão do governo Figueiredo, mas, o resultado das manifestações populares e pressões de diferentes setores que reivindicaram por anos, o fim das prisões arbitrárias, das torturas, dos desaparecimentos, dos assassinatos e ergueram a bandeira pela anistia política. Fonte da imagem: Departamento de Direito da PUC-Rio. Como se sabe, a Lei da Anistia reverteu a punição aqueles considerados subversivos e criminosos políticos durante a ditadura militar e possibilitou a volta dos exilados para o Brasil. Fonte da imagem: Esquerda Online. 15 Contudo, a lei também beneficiou os militares ligados aos órgãos de repressão das Forças Militares, pois, não seriam punidos pela prática da perseguição política, torturas e assassinatos durante a ditadura militar. Fonte da imagem: IstoÉ. Ainda que haja pesar pela opressão, pelas torturas, desaparecimentos e mortes durante a ditadura militar; precisamos salientar que a lei de Anistia Política, promulgada pelo Presidente João Figueiredo foi uma medida muito importante para o restabelecimento das liberdades no país. Fonte da imagem: Brasil de Fato. Outra medida do governo foi a extinção do bipartidarismo. A ARENA que apoiava o governo militar e era impopular tratou de mudar o nome para PDS – Partido Democrático Social. Fonte da imagem: Centro de Memória Sindical Já o MDB – que era o partido de oposição consentida durante a ditadura militar, apenas acrescentou à sua sigla a palavra - partido e passou a se chamar PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Representantes de diferentes setores, adeptos de correntes ideológicas distintas se filiaram no MDB com o propósito de combater o inimigo comum que era a ditadura militar e reivindicar a redemocratização do Brasil. Todavia, com o processo de abertura política, as diferenças pessoais e ideológicas emergiram e foi formado um novo partido com os dissidentes do MDB. O novo partido foi chamado de PT - Partido dos Trabalhadores que representou diferentes setores da Igreja, do sindicalismo urbano e rural assim como, de uma parcela da classe média. Fonte da imagem: Partido dos Trabalhadores. Mas, a linha dura das Forças Armadas continuava inconformada com o processo de abertura política e continuou à frente de uma série de atos criminosos com o objetivo de incriminar aqueles que faziam oposição ao regime militar. E aqui destacamos um desses atos que ganhou repercussão nacional: a tentativa de explosão de bombas em um centro de convenções no Rio de Janeiro. No local, vários jovens se reuniram para assistir a um festival de música. Porém, a tentativa deu errado, pois, uma das bombas explodiu no interior do carro matando um dos militares e ferindo o gravemente o segundo. Como a investigação foi conduzida pelo governo os envolvidos, que eram militares, foram inocentados. Fonte da imagem: Wikipédia. Atentado Riocentro. Um momento muito marcante para os brasileiros foi às eleições diretas para eleger prefeitos, vereadores, deputados e governadores em 14 de novembro de 1982. Segundo Boris Fausto (2008), foi a primeira vez desde 1965 que mais de 48 milhões de brasileiros foram as urnas. Fonte da imagem: Acervo O globo. Tancredo e a redemocratização. Mas, o povo brasileiro queria mais e em 1983 foi para as ruas reivindicar eleições diretas para presidente da república. O movimento que contou com representantes de diferentes segmentos sociais ficou conhecido na historiografia como “diretas já”. Fonte da imagem: Gazeta do Povo. Infelizmente, apesar das esperanças depositadas pela população no movimento, os brasileiros só elegeram um presidente em 1989. Fontes das imagens: R7 e Acervo Estadão. Em 1989 foi eleito o primeiro presidente após o regime militar Fernando Collor de Mello e seu vice Itamar Franco. Fonte das imagens: Brasil Escola UOL e Carmo Web TV Outro momento de grande relevância histórica foi à promulgação, em 05 de outubro de 1988, da nova Constituição do Brasil pela Assembleia Nacional Constituinte. Fonte da imagem: Politize!. O que é uma assembleia nacional constituinte?A promulgação da nova Constituição de 1988 pode ser considerada um marco histórico porque pôs fim ao regime militar iniciado em 1964 e por garantir os direitos sociais e políticos aos brasileiros. Fonte das imagens: Agência Brasil – EBC e Nova Escola. Referências Bibliográficas FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. -------------------. História Concisa do Brasil. Edusp. São Paulo, 2008. JÚNIOR, Caio Prado. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1987. REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura militar, esquerdas e sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. SODRÉ, Nelson Werneck. História militar do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. Canais de contato: 0800 642 5000 Ambiente Virtual de Aprendizagem DaVinci Talk Professor de Plantão 31 image1.png image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.png image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.jpeg image13.jpeg image14.jpeg image15.jpeg image16.jpeg image17.jpeg image18.jpeg image19.jpeg image20.jpeg image21.jpeg image22.jpeg image23.jpeg image24.jpeg image25.jpeg image26.jpeg image27.jpeg image28.jpeg image29.png