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OS DESAFIOS DOS ALUNOS DO 6º ANO DA ESCOLA DR. ROMEU DE ANDRADE COM A DISCIPLINA MATEMÁTICA MARCIELEN BRITO DOS SANTOS RESUMO: Este trabalho tem como objetivo mostrar os desafios e as formas de superação que os alunos do 6º ano do ensino fundamental, na escola Doutor Romeu de Andrade no município de Óbidos, estado do Pará, encontram na disciplina de Matemática. O estudo teve abordagem qualitativa, onde se desenvolveu um levantamento de dados realizado no 1º semestre de 2022, onde o principal instrumento de coleta de dados foi um questionário aberto com seis (06) perguntas sobre os desafios da disciplina Matemática, sendo aplicado a vinte (20) alunos do 6º ano. O estudo também envolveu pesquisa bibliográfica, para a construção de um referencial teórico visando o tema e a melhor forma de se chegar às conclusões deste trabalho. Finalizamos o levantamento de dados apresentando as informações coletadas através de gráficos e de análise crítica utilizando o referencial teórico como base para explicar tais dados. Diante dos resultados obtidos foi possível perceber que estes alunos enfrentam desafios como infraestrutura precária, falta de acompanhamento da família e falta de hábito de estudo, dentre outros. Desse modo entende-se que é preciso que professores, alunos e comunidade geral encontrem juntos meios para que se facilite o processo de ensino aprendizagem na disciplina Matemática. PALAVRAS-CHAVE: Alunos, desafios, matemática, ensino fundamental. ABSTRACT: This work aims to show the challenges and ways of overcoming that students in the 6th year of elementary school, at the Doutor Romeu de Andrade school in the municipality of Óbidos, state of Pará, find in the discipline of Mathematics. The study had a qualitative approach, where a data survey was carried out in the second semester of 2016, where the main instrument of data collection was an open questionnaire with six (06) questions about the challenges of the discipline Mathematics, being applied to twenty (20) 6th year students. The study also involved bibliographic research, for the construction of a theoretical framework aimed at the theme and the best way to reach the conclusions of this work. We conclude the data collection by presenting the information collected through graphs and critical analysis using the theoretical framework as a basis to explain such data. In view of the results obtained, it was possible to perceive that these students face challenges such as precarious infrastructure, teachers without adequate training, lack of family follow-up and lack of study habits, among others. Thus, it is understood that it is necessary that teachers, students and the general community find together ways to facilitate the teaching process of learning in the mathematics discipline. KEYWORDS: students, challenges, mathematics, elementary school. 1. INTRODUÇÃO _________________ ¹ Acadêmica do Curso de Ensino de Matemática da instituição de ensino superior particular- (UNICSUL) Universidade Cruzeiro do Sul – Pólo de Óbidos; A matemática sempre esteve presente na vida do homem, se olhar ao nosso redor podemos perceber sua presença em vários objetos, ela é uma ciência que relaciona a lógica com situações práticas habituais, ela está presente na rotina do ser humano através de coisas que nem sempre percebemos, assim afirma (D’AMBRÓSIO, 2003): Olhar, classificar, comparar é princípios da matemática. Se alguém estender uma mão cheia de balas e outra com poucas para que uma criança escolha, ela reconhece a diferença de quantidades e vai optar pela mão cheia. Isso é uma aplicação cotidiana e prática da matemática. Essa disciplina é vista como uma das mais complexas por muitos alunos, pois os mesmos passam por muitos desafios que dificultam o seu aprendizado. Nesse contexto, Silva (2006), relata que as dificuldades dos alunos em compreender os conteúdos matemáticos podem ser causadas por diversos motivos. Entre eles, a falta de hábitos de estudos. Afirma Passos (2008), que essa dificuldade também está relacionada à falta ou pouca comunicação entre os alunos e os professores nas aulas de matemática. Segundo Narvaz (2006), um fator que influencia o desinteresse nos alunos em relação à disciplina de Matemática é a falta de contextualização das atividades e a supervalorização de fórmulas, fazendo com que os alunos não relacionem a Matemática desenvolvida na escola com seu cotidiano. Preocupados com esses fatores citados acima, decidiu-se escolher este tema. Este presente artigo irá mostrar através de um levantamento de dados e análise, os desafios e as formas de superação que os alunos do 6º ano do ensino fundamental na Escola Doutor Romeu de Andrade na Comunidade do Repartimento, município de Óbidos no estado do Pará encontram na disciplina de matemática. Este artigo foi dividido em quatro sessões sendo que na primeira sessão relatamos o ensino da matemática e seus desafios no ambiente escolar, destacando os aspectos básicos que visam relacionar observações do mundo https://que.bo/2pvfrldg?partner_id=5eaadd2c&utm_content=insidehref&CCID=20425374204466435&QTR=ZZf201502241154150Za20425374Zg255Zw0Zm0Zc204466435Zs13637ZZ&CLK=640210317065133130&&exp=y real com as representações, na segunda sessão descrevemos as Metodologia desenvolvidas no trabalho, na terceira sessão foi colocados os resultados e discussões dos dados coletados e na sessão quatro colocamos as observações e conclusões do trabalho. 2. DESENVOLVIMENTO O ensino da matemática e seus desafios no ambiente escolar A matemática é uma disciplina do currículo que fornece meios eficazes para o aluno compreender e atuar no mundo que o cerca, pois ela é uma ferramenta essencial na solução de vários tipos de problemas vivenciados tanto no cotidiano quanto no ambiente escolar. O conhecimento matemático faz parte do patrimônio cultural da humanidade, pois é componente importante na construção dos conhecimentos do indivíduo. Por causa disso, o seu ensino deve ser meta prioritária do trabalho docente, procurando desenvolver nos alunos competências para compreender adquirindo raciocínio lógico e transformar a realidade. No ensino da matemática destacam-se aspectos básicos que visam relacionar observações do mundo real com representações, por meio de esquemas, gráficos, tabelas e figuras. E tais representações devem relacionar- se com princípios e conceitos matemáticos. Assim, a aprendizagem matemática está ligada à compreensão do significado, para isso vários recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadoras, computadores e outros materiais tem um papel importante no processo ensino-aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem o aluno ao exercício da análise e da reflexão, para adquirir a base matemática desde os anos iniciais na escola. Para adquirir essa base, é preciso que o aluno saiba contar, comparar, medir, calcular, resolver problemas, construir estratégias, comprovar e justificar resultados, argumentar logicamente, conhecer formas geométricas, organizar, analisar, interpretar criticamente as informações e conhecer formas diferenciadas de abordar problemas. Diante desse argumento, compreende-se que ensinar matemática é importante porque ela está presente em tudo o que nos rodeia enquanto cidadão, em casa, na rua, nas várias profissões, na cidade, no campo e até mesmo nas várias culturas o ser humano necessita da matemática. E ao ingressar no 6º ano do ensino fundamental, o aluno já deve ter essa base, pois é preciso que as crianças aprendam comunicar ideias, desenvolver atitudes matemáticas, falando, dramatizando, escrevendo, desenhando, representando, construindo tabelas, diagramas e gráficos, fazendo pequenas estimativas, trabalhando tudo isso individualmente, em duplas ou pequenas equipes, colocando o que pensamrespeitando o pensamento dos colegas. No entanto, hoje, grande parte das escolas enfrentam vários desafios juntamente com os alunos voltados para o ensino da Matemática, que vão além da comunicação oral e escrita, da assimilação rápida de cálculos, resolvendo e propondo problemas. Nesse sentido, Scoz (2002, p. 151) diz que: É dramático constatar que o número de alunos com reais problemas de aprendizagem são bem maior do que se poderia esperar. Justamente por não terem tido suas dificuldades iniciais prontamente atendidas, por sua vez desenvolveram vínculos negativos como objeto de conhecimento e passaram, efetivamente a ter problemas para aprender. Diante de tantos problemas e desafios que configuram o ensino- aprendizagem da Matemática, é necessário que todos os professores despertem o interesse para uma prática eficaz e conjunta a partir de ações pedagógicas que motive os alunos, a aprender os conteúdos que estão sendo ministrados nas escolas. Enfim, a falta de prática metodológica tem feito com que os problemas de aprendizagem sejam confundidos com os desafios encontrados no processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos na disciplina matemática, que até hoje ainda é vista pelos professores e por grande parte dos alunos como a disciplina mais difícil e complicada da escola. É preciso que o aluno perceba a Matemática como um sistema de códigos e regras que tornam a linguagem de comunicação e ideias e permite modelar a realidade e interpretá-la. Assim, os números e a álgebra como sistema de códigos, a geometria na leitura e interpretação do espaço, a estatística e a probabilidade na compreensão de fenômenos em universos finitos ligados às aplicações. (BRASIL, 1999, p. 251) Diante do que os PCN’s sugerem aos professores compreende-se que o processo de ensino e aprendizagem da Matemática não se restringe ao simples cálculo de equações e funções, mas sim, capacitar o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades de compreensão lógica, com autonomia, aplicando-a de maneira significativa e adequada. Assim, os desafios dos alunos na disciplina Matemática são os seguintes: Nas aulas teóricas os alunos resistem muitas vezes a não copiarem os assuntos, pois segundo eles, não tem utilidade no seu dia-a-dia, outros relatam que não conseguem assimilar os conteúdos e o professor passa a ser considerado o terror da disciplina e da escola. Entretanto, estes desafios são de alta gravidade para o desenvolvimento intelectual dos alunos. Para superar tais desafios, o ensino de matemática deve desenvolver nos alunos: o pensamento numérico, o pensamento algébrico; o pensamento geométrico, o raciocínio proporcional, o raciocínio combinatório, o raciocínio estatístico e probabilístico, a competência métrica, as conexões e integração dos conceitos matemáticos estudados em cada eixo temático, a atitude positiva em relação à matemática e a comunicação. Além disso, o conteúdo trabalhado deve apresentar significado, levando o aluno a sentir que é importante saber o que está sendo ensinado e que este conteúdo será útil para que ele entenda o mundo matemático e o mundo em que vive. Por outro lado, percebe-se que, é preciso gerar no aluno um conhecimento que ultrapasse as paredes da escola. Afinal, não basta apenas ensinar o aluno a fazer o cálculo, é preciso interpretar, desenvolver o raciocínio lógico e a criatividade do aluno. Além disso, é preciso realizar atividades em sala de aula que levem os alunos não apenas a resolver contas, mas também a entender o significado dessas contas. Dessa forma, o aluno começará a entender como a matemática pode melhorar o seu dia a dia e de que forma ele pode aplicar esse conhecimento para que não seja dominado pelos desafios que surgem ao longo do processo ensino aprendizagem da matemática em sua vida escolar e acadêmica. Entretanto, o grande desafio das escolas hoje é que há resistência às mudanças no método de ensino da matemática e que grande parte dos professores ainda utilizam apenas a memorização de regras. Enquanto que a educação matemática deve ser trabalhada não somente com algoritmos, mas também com a construção de conceitos e raciocínio lógico. Por isso, é importante que a escola, antes de iniciar o ano letivo discuta a educação matemática proposta pelo sistema e a possível montagem de uma proposta para a escola, tendo como ponto de partida a formação matemática do aluno e a superação de possíveis desafios encontrados pelos próprios alunos. Trabalhando dessa forma, acredita-se que a escola estará propondo condições que possam contribuir para a organização dos espaços de aprendizagem de matemática, possibilitando aos alunos novas metodologias de ensino por meio de pesquisas utilizando as novas tecnologias existentes que atraem a atenção dos alunos hoje. Afinal, é notório que, os professores, quando valorizados pela comunidade escolar e capacitados profissionalmente, podem sim, transformar a atual situação precária do ensino da matemática em nossas escolas e em nosso país, por meio da inovação. Segundo pesquisas e resultados da OBMEP, quando entregam medalhas de ouro aos alunos temos várias escolas e vários profissionais que estimulam o ensino da matemática dessa forma. E ao analisar o ensino hoje principalmente na Matemática que vem sendo praticado nas escolas, percebe-se que a escola continua agindo de modo tradicional. Além disso, em grande parte das escolas os alunos são avaliados com os modos e tipos de avaliações tradicionais apesar de existir diversas abordagens avaliativas modernas. Para Resende (2005) “o professor ainda atua na contramão, é necessário que ele reveja sua posição na atual modernidade, caso contrário o aluno se divorcia precocemente dos conhecimentos da atual Matemática". Agindo assim, a prática educativa nos dias atuais vem se perdendo e aos poucos o processo avaliativo diagnóstico entra nas escolas. Dessa forma, a produção do conhecimento matemático promovido pelos alunos é tema de grandes discussões, porque a Matemática atual requer um novo perfil de professor. E hoje, sabe-se que não há mais lugar para o autoritarismo e com isso, é preciso quebrar o tradicionalismo e implantar o exercício do raciocínio lógico e criativo nos alunos desde os anos iniciais. Haja vista que no 6º ano do ensino fundamental, o aluno precisa ter domínio da matemática. Vejamos a seguir através do levantamento de dados os resultados obtidos e as discussões coletadas com os alunos de 6º ano do ensino fundamental, com base no referencial teórico sobre o tema deste artigo. 3. DISCUSSÃO /ANÁLISES DOS RESULTADOS É possível perceber que as dificuldades nos alunos, do 6º ano, se dão por vários fatores tendo em vista que, essa transição do 5º ano para o 6º ano, é um dos momentos em que os alunos se deparam com uma realidade totalmente diferente, pois os mesmos estão acostumados a lidar com apenas um professor na sala de aula administrando todas as disciplinas. O tempo para desenvolver um assunto é mais prolongado e desenvolvido em quatro horas diárias, enquanto que no 6º ano as aulas são administradas por vários professores, sendo que os mesmos têm somente 45 minutos para à aplicação dos assuntos. No entanto, o aluno que está vindo do 5º ano terá essa dificuldade de adaptação, de saber diferenciar conteúdos e professores. Diante dessas constatações, percebeu-se que os alunos do 6º ano passam por esse dilema que para muitos se tornou difícil a superação e chegam até a reprovação. Por causa disso, decidiu-se escolher este tema buscando as causas e possíveis informações que possam ajudar o aluno a superar esse trauma. Entretanto, sabe-se que uma das coisas que mais facilitam a vida de um estudante é desenvolver o hábito de estudo, mais com essas mudanças de professores durante uma manhã ou uma tarde dificulta ainda mais a vida deum aluno, pois o mesmo já estava dentro de uma rotina de ter apenas um professor durante suas aulas. A comunicação é um fator importante para interação e discussão dos conteúdos. O fato de o aluno participar por meio de sua fala ou questionamento permite ao professor identificar a sua dificuldade e saná-la. A falta ou pouca comunicação em sala de aula pode contribuir para que os alunos apresentem dificuldades na disciplina. Passos (2008) indica que atualmente essa comunicação ainda acontece timidamente e com pouca intencionalidade o que dificulta a relação ensino- aprendizagem. Quando a maioria dos alunos passa para o 6º ano eles trazem consigo essa timidez de perguntar algo ao seu professor. E um desses motivos é que muitas vezes o aluno não sabe como fazer essa pergunta, outro motivo é que tem alguns professores que não tem a paciência de repetir sua explicação. Quando o professor utiliza situações-problemas desprovidas de significado, essas podem não ter o mesmo sentido e nem tampouco o mesmo valor para o aluno conforme indica Muniz (2008). Ainda sobre esse aspecto, Soares (2003), cita que a qualidade no ensino que um professor ministra está associado à sua capacidade de relacionar os conhecimentos transmitidos, fazendo aparecer nas respostas dos alunos os saberes adquiridos, ao invés de passar conteúdos para que os alunos simplesmente memorizem e depois esqueçam. Para buscar informações a respeito do tema deste artigo foi utilizado para o levantamento de dados, um questionário contendo seis (06) perguntas, sendo aplicado a vinte (20) alunos matriculados no 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Dr. Romeu de Andrade, Comunidade Repartimento, Município de Óbidos-Pará. O universo da pesquisa foi constituído de trinta (30) alunos matriculados no 6º ano, sendo escolhidos os vinte e cinco (25) alunos de forma aleatória que corresponde a 83% desse universo, porém deste total houve um retorno apenas de vinte (20) questionários perfazendo um total de 67% dos alunos. Desse modo, houve um retorno satisfatório dos questionários o que corresponde a uma amostragem considerada representativa para o que está se investigando. Quanto ao sexo 55% foram do feminino o que corresponde a dez (12) alunas e oito (08) foram do sexo masculino perfazendo um total de 45% dos alunos. Analisando os dados referentes à primeira pergunta do questionário, a qual tratou saber se os alunos gostam de Matemática, o resultado foi o seguinte: 40% que corresponde a oito (08) alunos afirmaram que sim, enquanto 60% que equivale a doze (12) alunos afirmaram que não gostam da disciplina. Vejamos o gráfico a seguir: Gráfico 1: Você gosta de Matemática? Justifique. Fonte: Brito, 2022. 40% 60% Sim Não Mediante a análise do gráfico 1 é possível verificar que a maioria dos alunos dessa turma de 6º ano não gostam de Matemática e se justificaram dizendo que apesar de acharem a disciplina importante não gostam porque é difícil e eles tem dificuldades para calcular. Segundo Carvalho (1994, p. 15), “a Matemática se contrapõem aquela que considera o conhecimento em constante construção e os indivíduos, no processo de interação social com o mundo, reelaboram, complementam, complexificam e sistematizam os seus conhecimentos”. Os dados referentes à segunda pergunta do questionário, que tratou das dificuldades que os alunos enfrentam ou enfrentaram para aprender Matemática, os resultados revelam o seguinte: 60% que equivale a doze (12) alunos afirmaram que as dificuldades são enormes, pois os mesmos alegam que as aulas não despertam interesse e acabam tendo pouca atenção por parte dos alunos. Além disso, foi possível perceber que estes alunos enfrentam outros desafios como: a infraestrutura que eles consideram precária, falta de acompanhamento da família e falta de hábito de estudo. Desse modo entende- se que é preciso que professores, alunos e comunidade geral encontrem juntos meios para que se facilite o processo de ensino aprendizagem na disciplina Matemática. Por outro lado, 40% relatam que para eles não existe dificuldade, com certeza este percentual representa os oito (08) alunos que tem afinidade com a disciplina e os métodos aplicados durante as aulas pelo professor. Vejamos o gráfico com as dificuldades dos alunos abaixo: Gráfico 2: Você enfrenta ou enfrentou alguma dificuldade na Matemática? Qual? Fonte: Brito, 2022. 5% 10% 25% 20% 40% Muitos assuntos Divisão Mutiplicação e divisão Falta de atenção dos alunos Alunos que não apresentam dificuldade Ao analisar o gráfico 2, percebeu-se que dos 60% que equivale aos doze (12) alunos que afirmaram que as dificuldades são enormes; sendo que 5% disseram que a dificuldade está em muitos assuntos que são repassados pelo professor e vai acumulando conteúdo, 10% está na operação divisão, 25% afirmaram que a dificuldade está nas operações de multiplicação e divisão e 20% disseram que é a falta de atenção do aluno durante a explicação do professor enfrentam são na Segundo Parra (1996, p.15) “Aos professores de Matemática compete selecionar em toda Matemática existente, a clássica e a moderna, aquela que possa ser útil aos alunos em cada um dos diferentes níveis da educação”. Desta forma, deve-se lembrar de que as dificuldades de aprendizagem no ensino da Matemática estão na forma como os professores selecionam os conteúdos, que em muitos casos, não chamam a atenção e não apresentam nenhum sentido para os alunos. De acordo com o que se questionou na terceira pergunta, interrogando de que maneira os alunos superam os desafios que surgem nessa disciplina, as respostas foram as seguintes: 40% dos investigados que correspondem a oito (08) alunos afirmaram que não tem ideia de como superar um desafio, pois nunca sentiram nenhuma dificuldade na disciplina Matemática, 40% que corresponde a oito (08) alunos afirmaram que superam as dificuldades perguntando para a professora e os colegas até tirar as dúvidas existentes sobre o assunto e 20% que corresponde a quatro (04) alunos disseram que superam os desafios estudando a disciplina em casa e prestando mais atenção durante a aula na explicação do professor. Vejamos o gráfico abaixo: Gráfico 3: De que maneira você supera os desafios que surgem nessa disciplina? Fonte: Brito, 2022. 40% 20% 40% Não tem ideia Perguntando ao professor e os colegas Estudando em casa e prestando atenção na explicação do professor A partir das respostas apresentadas pelos alunos no gráfico 3, cabe ressaltar também que esse percentual, 40% dos alunos que afirmam positivamente que não tem ideia para superar os desafios são aqueles que tem maior facilidade e domínio em relação a disciplina e não apresentam nenhum tipo de dificuldade. Segundo Carvalho (1994, p. 15) “o professor deixa de ser o centralizador da avaliação, abrindo espaço para que o homem participe do julgamento da exatidão dos seus procedimentos e das suas conclusões”. Nesse sentido, o aluno passa a buscar em si mesmo, ou nos colegas apoio para superar os desafios e tirar suas próprias conclusões sobre o assunto ministrado na aula de matemática pelo professor. Os dados referentes a quarta pergunta do questionário, que tratou da opinião dos alunos para saber que conteúdos do 6º ano dificultaram o ensino da Matemática, os resultados revelam o seguinte: 25% que equivale a cinco (05) alunos afirmaram que o conteúdo as operações: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação dificultaram o ensino, pois os mesmos alegam que não sabiam calcular as operações desde o ensino fundamental menor; 25% que equivale a cinco (05) alunos relatam que para eles o conteúdo mais difícil foi Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C) e Máximo Divisor Comum (M.D.C); 20% que corresponde a quatro (04) sentiudificuldade no conteúdo divisibilidade; 15% que são três (03) alunos foi na composição e decomposição de numerais e 15% que corresponde a três (03) alunos sentiu dificuldade na transformação de medidas. Vejamos o gráfico com os conteúdos do 6º ano abaixo: Gráfico 4: Conteúdos do 6º ano dificultaram o ensino aprendizagem da Matemática? Fonte: Brito, 2022. 15% 25% 20% 25% 15% Composição e decomposição de numerais M.M.C e M.D.C Divisibilidade As operações Transformação de medidas A partir das respostas apresentadas pelos alunos no gráfico 4, vale ressaltar 85%, ou seja a maior parte dos alunos afirmam que dentre os conteúdos do 6º ano, os que mais causaram desafios são justamente aqueles que envolvem cálculos dentro das operações, divisibilidade, M.M.C e M.D.C e as transformações que são feitas no sistema de medidas. Por outro lado, percebeu- se também que tais conteúdos são trabalhados no ensino fundamental menor e que desde então os alunos já trazem esses desafios. Com relação a quinta pergunta do questionário, que interrogava os alunos para saber se eles superaram ou não os desafios em relação aos conteúdos que dificultaram o ensino aprendizagem da Matemática do 6º ano, os resultados obtidos revelam que 40% que corresponde a oito (08) alunos superaram os desafios estudando com os colegas os conteúdos, enquanto que 60% equivalente a doze (12) alunos não conseguiram superar tais desafios e acreditam estar reprovados nesse ano letivo devido tais desafios no ensino aprendizagem da Matemática, que segundo alguns alunos eles enfrentam dificuldades desde os anos iniciais do ensino fundamental. Observe o gráfico a seguir com os percentuais referentes a esse questionamento: Gráfico 5: Você superou ou não os desafios em relação aos conteúdos que dificultaram o ensino aprendizagem da Matemática do 6º ano? Fonte: Brito, 2022. Diante das respostas dadas pelos alunos no gráfico 5, compreende-se que a maior parte dos alunos não conseguiram superar os desafios adquiridos com os conteúdos do 6º ano, os que causam aversão pela disciplina e até mesmo a reprovação do aluno neste ano letivo. 40% 60% Superou os desafios Não superou os desafios Ao analisamos a sexta pergunta do questionário que buscou saber a opinião dos alunos ao perguntar como eles gostariam que fosse a Matemática do 6º ano, as respostas foram as seguintes: 50% dos investigados que correspondem a dez (10) alunos afirmaram que Matemática é importante para o nosso dia-a-dia, 15% que correspondem a três (03) alunos relatou que gostariam que a Matemática fosse fácil de aprender na escola, sem atividade avaliativa e 20% que equivalem a quatro (04) alunos afirmaram que Matemática não deveria existir na escola. Enquanto isso, três alunos que equivale a (15%) revela que a Matemática deveria ser uma matéria popular, este percentual de alunos comparece pouco as aulas ou não tem nenhum projeto para sua vida pessoal e nem a profissional. Vejamos o gráfico a seguir: Gráfico 6: Como você gostaria que fosse a Matemática do 6º ano? Fonte: Brito, 2022. Por meio dos dados apresentados no gráfico 6, percebeu-se que dessa forma, as atividades avaliativas empregadas pelos professores vêm sendo rejeitadas pelos alunos, pois se observa que os professores ainda continuam avaliando o aluno pelo valor da nota, não levando em consideração os aspectos que caracterizam uma avaliação inclusiva e não exclusiva, desconsiderando as etapas da avaliação sugeridas pelos estudiosos da área da educação. Diante desse entendimento, Neto (2001, p. 51) afirma que: “A avaliação deve ser um processo contínuo, diagnóstico como assessório da monitoração que o professor faz ao desenvolvimento do aluno”. Para tanto, os alunos devem ser avaliados de diferentes formas para que assim possa mostrar o seu aprendizado. 50% 20% 15% 15% Importante Não deveria existir na escola Fácil de aprender Matéria popular Na perspectiva de que a avaliação possa ajudar o aluno a progredir Haidt (1999, p. 288) expõe princípios básicos que norteiam esse processo: a) Avaliação é um processo contínuo e sistemático; b) A avaliação é funcional, porque se realiza em função dos objetivos previstos; c) A avaliação é orientadora, por que indica os avanços e dificuldades dos alunos; d) A avaliação é integral, pois considera o aluno como um ser total e integrado e não de forma compartilhada. Para este autor, estes princípios básicos norteadores da avaliação no processo da aprendizagem são decorrentes de uma concepção pedagógica e que diante da necessidade de melhorar o processo avaliativo no ensino da Matemática, faz-se necessário avançar na integração desta disciplina com outras áreas do conhecimento, para estimular a inserção das novas tecnologias no processo avaliativo promovendo a interação entre os alunos e o que mais existir de moderno no ensino da Matemática. Afinal, as mudanças na avaliação da Matemática é um processo que ainda caminha em passos lentos, pois ainda temos hoje os professores de matemática que continuam avaliando os alunos apenas de forma curricular e esquecem que estes alunos precisam ser avaliados para a vida e não apenas por um sistema avaliativo que promove a exclusão dos alunos do meio escolar. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s): A avaliação pode assumir um caráter eminentemente formativo, favorecedor do processo pessoal e da autonomia do aluno, integrada ao processo de ensino aprendizagem, para permitir ao aluno consciência de seu próprio caminhar em relação ao conhecimento e permitir ao professor controlar melhor a sua prática pedagógica. (BRASIL, 1999, p. 268) De acordo com os PCN’s, a avaliação da Matemática requer do professor cada vez mais compromisso com o processo de ensino dos alunos, mas para isso o professor deve ter domínio da Matemática. E esse domínio, é um processo em que o professor consegue à medida que vai promovendo ações pedagógicas de acordo com a realidade de cada aluno. Entretanto, para que isso aconteça é necessário que a escola faça um trabalho coletivo entre professor, escola e alunos. Afinal, grande parte dos professores que temos hoje nas escolas, sabe que avaliar é um processo contínuo e lento que se processa por meio da aprendizagem do aluno. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Dentre os desafios encontrados nos alunos do 6º ano, percebeu-se que estes se dão por vários fatores tendo em vista que, na transição do 5º ano para o 6º ano, os alunos se deparam com uma realidade totalmente diferente, pois os mesmos estão acostumados no 5º ano a lidar com apenas um professor na sala de aula ministrando todas as disciplinas em quatro horas diárias. Enquanto que no 6º ano as aulas são ministradas por vários professores, sendo que os mesmos têm somente 45 minutos para à aplicação dos assuntos. No entanto, o aluno que está vindo do 5º ano terá essa dificuldade de adaptação, de saber diferenciar conteúdos e professores. Diante dessas constatações, percebeu-se que os alunos do 6º ano passam por esse dilema que para muitos se tornou difícil a superação e chegam até a reprovação. Por causa disso, decidiu-se escolher o 6º ano, pesquisando sobre este tema, buscando e analisando as causas e possíveis informações que possam ajudar o aluno a superar esse trauma. Buscando pelo menos amenizar essa problemática, o ensino da matemática nas escolas requer e necessita de um constante aperfeiçoamento tais como: uma formação para os professores, incluindo oficinas de matemática e a formação continuada, pois é muito importante o investimento na formação inicial e continuada dos professores no sentidode buscarem inovações e estudos atuais no ensino de matemática, no sentido de reorientar a sua atuação docente, por que sabemos que profissionais qualificados desempenham sua função com qualidade. Na atualidade percebe-se a desmotivação do ensino, pois a maioria dos professores utilizam métodos ultrapassados que não chamam a atenção do aluno para entender a disciplina. E, apesar de estarmos no meio rural, onde ainda há uma carência muito grande em relação ao uso de tecnologias, tais como os computadores, aplicativos e internet, é bem sabido que estas tecnologias são mais do que simples suportes para o professor, como cita as Orientações Curriculares Nacionais que “o uso adequado das novas tecnologias é imprescindível, quando se pensa num ensino de qualidade e eficiente para todos” (BRASIL, 2006, p.56). Outros aperfeiçoamentos estão em uma infraestrutura adequada, melhorando estrutura do prédio e ventilação nas salas de aula; acompanhamento da família nos estudos, criando projetos que envolvam a família na escola; hábito de estudo, motivando os alunos a criarem na escola e em casa um horário para estudo dos assuntos que sentem dificuldades e outros. É necessário também que, todos os profissionais que estão envolvidos no processo trabalhem em sintonia, proporcionando o pleno desenvolvimento dos alunos, pois é na escola que se constrói a interação, a aprendizagem e se prepara o indivíduo para atuar no mundo. Com relação ao levantamento de dados desenvolvido sobre os desafios dos alunos do 6º ano do ensino fundamental com a disciplina matemática, conclui-se que muitos alunos têm passado por situações constrangedoras nesse processo, tais como a falta de estratégias para calcular as operações, os múltiplos e divisores, a divisibilidade e a transformações no sistema de medidas. É interessante registrar que em muitos casos os professores não recebam apoio da direção ou coordenação pedagógica das escolas para minimizar esses problemas. Entretanto, não basta somente o professor fazer a sua parte, pois se percebeu nas respostas dos alunos que cada um deve buscar meios para superar os desafios encontrados na disciplina. Portanto, conclui-se que, mudar a metodologia é ideal para facilitar a aprendizagem matemática desde os anos iniciais para que ao ingressar no ensino fundamental maior, precisamente no 6º ano, o aluno não traga tantos desafios em si e se trouxer saiba como adquirir meios para superá-los, pois se o professor mudar a maneira de explicar e de exemplificar os conteúdos da matemática, o aluno em defasagem conseguirá entender as explicações anteriores, os assuntos serão compreendidos com mais eficácia e os desafios serão superados ou pelo menos amenizados. 5. REFERÊNCIAS BRASIL. Orientações Curriculares Nacionais, ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006, p. 135 (Volume 2 ). BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de educação Média e Tecnologia. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática, ensino fundamental. Brasília: MEC / SEM, 1999. CARVALHO. Dione Lucchesi de. Metodologia do ensino da Matemática. 2ª edição. São Paulo: Cortez, 1994. 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