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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA CURSO DE MATEMÁTICA LICENCIATURA WANDERSON DOS SANTOS FEITOSA LIMA OS DESAFIOS ENCONTRADOS PELOS PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS NO ENSINO DA MATEMÁTICA CAXIAS – MA 2022 WANDERSON DOS SANTOS FEITOSA LIMA OS DESAFIOS ENCONTRADOS PELOS PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS NO ENSINO DA MATEMÁTICA Trabalho de Conclusão do Curso de Matemática Licenciatura, do Centro de Estudos Superiores de Caxias/CESC, da Universidade Estadual do Maranhão /UEMA, para título de Licenciado em Matemática. Orientadora: Prof.ª Dra. Shirlane Maria Batista da Silva Miranda CAXIAS – MA 2022 Elaborada pelo bibliotecário Wilberth Santos Raiol CRB 13/608. L732d Lima, Wanderson dos Santos Feitosa Os desaf ios encontrados pelos professores dos anos inic iais no ensino da Matemática / Wanderson dos Santos Feitosa Lima.Caxias: CESC/UEMA, 2022. 57f . Orientador: Prof ª. Dra. Shirlane Maria Batista da Silva Miranda. Monograf ia (Graduação) – Centro de Estudos Superiores de Caxias, Curso de Licenciatura em Matemática. 1. Conteúdo – Domínio. 2. Dif iculdades. 3. Desaf ios. 4. Matemática. I. Título. CDU 373.3:51 WANDERSON DOS SANTOS FEITOSA LIMA OS DESAFIOS ENCONTRADOS PELOS PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS NO ENSINO DA MATEMÁTICA Trabalho de Conclusão do Curso de Matemática Licenciatura, do Centro de Estudos Superiores de Caxias, da Universidade Estadual do Maranhão, como requisito para a obtenção do grau de Licenciado em Matemática. Aprovado em: 08/08/2022 BANCA EXAMINADORA: _________________________________________________ Prof.ª Dra. Shirlane Maria Batista da Silva Miranda (Orientadora) Doutora em Educação – Universidade Federal do Piauí - UFPI ____________________________________________________ Prof.ª Dra. Lélia de Oliveira Cruz Doutora em Ensino de Ciências e Matemática Universidade Estadual do Maranhão ____________________________________________________ Profa. Me Dulce Helena Teixeira dos Santos Mestre em Educação - UNISINOS Dedico este trabalho ao meu Deus que em todos os momentos esteve comigo na minha trajetória, nos momentos de alegria e dificuldades. AGRADECIMENTOS Agradeço a primeiramente Deus, pois, nos deu a vida, e pelo seu filho nos resgatou da condenação, ele quem sabe de tudo e ele quem criou todas as coisas e tudo está sobre seu controle como diz em sua palavra: “Deus criou tudo, no céu e na terra, tanto o que se vê como o que não se vê inclusive todos os poderes espirituais, as forças, os governos e as autoridades. Por meio dele e para ele, Deus criou todo o Universo. Antes de tudo, ele já existia, e, por estarem unidas com ele, todas as coisas são conservadas em ordem e harmonia.” - Colossenses 1:16,17. Agradeço a todo empenho que minha avó Geraldina dos Santos Lima enquanto em vida me incentivou, a todos os bons conselhos que levarei aos meus pais, Maria José e Elias por apesar de tudo sempre acreditar em mim e está sempre me dando suporte para chegar até aqui. Agradeço a minha tia Solange Maria por toda ajuda que sempre me deu todo incentivo de todas as formas que pode para que conseguir-se chegar até aqui. A minha esposa por ter me incentivado e ter suportado a todos os momentos que tive que deixá- la um pouquinho de lado para me destinar a realização desse trabalho, ao meu irmão Janderson por ter me ajudado na tradução do abstract, aos meus colegas e amigos de turma, em especial a minha amiga Fernanda Costa e Lorrana Bento, por todos os momentos que me ajudaram a chegar até esse momento, onde dividimos momentos de alegria e contritos, mas tudo na vida é um ensinamento. Aos meus amigos Marcio, Jonas, Raynara e Maria Eduarda por todo companheirismo, obrigado por todos os momentos que cada um me proporcionaram nessa jornada, a minha querida Orientadora Prof.ª Dra. Shirlane Maria Batista da Silva Miranda, pelos ensinamentos, pela ajuda e por ter a dedicação de me orientar mesmo sendo do Curso de Matemática. Agradeço a todos que de alguma forma me ajudou para conseguir chegar até aqui. “A matemática é o alfabeto que Deus usou para escrever o Universo.” Galileu Galilei RESUMO O trabalho presente envolve conscientização sobre a relevância da matemática sabendo que ela está contida na trajetória humana, interagindo com as transformações que ocorrem e ocorreram na sociedade. Ela é criada e desenvolvida conforme as necessidades de sobrevivência no meio social das pessoas. Em concordância com estudo denominado Os desafios encontrados pelos professores dos anos iniciais no ensino da matemática, podemos levar em consideração a necessidade de um melhor domínio de conteúdo da disciplina e a mudanças de métodos tradicionais que ajudem os alunos a identificarem a necessidade da matemática em seu cotidiano, sabendo ser nos anos iniciais que se forma a base que será desenvolvida ao longo da vida escolar. A metodologia de pesquisa caracteriza-se como qualitativa, tendo como objetivo geral investigar os principais problemas que causam as dificuldades do ensino da matemática nos anos iniciais. Para coleta de dados, aplicamos um questionário online, cuja finalidade era descobrir as dificuldades enfrentadas pelos professores no ensino da matemática nos anos iniciais. Outro ponto importante foi saber se a dificuldade estava ligada com pouca carga horária destinada à matemática na graduação. Os resultados alcançados através da análise foram satisfatórios, sendo que, permitiram responder às questões norteadoras. Palavras-chave: Domínio de conteúdo, Dificuldades e Desafios em ensinar matemática, Professor polivalente. ABSCTRACT The present work involves awareness about the maths relevance knowing that its contained in the human trajectory interacting with the transformations that happens and have happened in society. It´s created and developed accoring of the necessities of survival in the people social Enviroment. In agreement with a study called the challenges encountered by teachers in the early years in teaching mathematics can taken by consideration the necessity od of a better mastery of discipline content and changes in traditional methods that help students identify the need for mathematics in their daily lives, knowing that it's in the early years that the foundation is formed that will be developed throughout school life. The reserach's metodology is characterized as qualitative, with the general objective of investigating the main problems that cause difficulties in teaching mathematics in the early years. For the data collect was applied an online questionnaire whose purpose was discover the difficulties faced by teachers in teaching mathematics in the early years. Another important point was to know if the difficulty was linked to the low workload allocated to mathematics in undergraduate courses. The results achieved through the analysis were satisfactory, and allowed to answer the guiding questions. Keywords: Content domain, Difficulties and Challenges in teaching mathematics, Multipurpose teacherLISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Legenda do Aproveitamento de Aprendizado ......................................................... 30 Figura 2: Legenda do Aproveitamento de Aprendizagem ...................................................... 31 Quadro 1: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Brasil – 2017.....................28 Quadro 2: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Maranhão - 2017 ............... 29 Quadro 3: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Caxias - 2017 .................... 29 Quadro 4: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Brasil - 2019...................... 30 Quadro 5: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Maranhão - 2019 ............... 30 Quadro 6: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Caxias - 2019 .................... 31 Quadro 7: Cálculo do IDEB – 2017 ........................................................................................ 32 Quadro 8: Cálculo do IDEB 2019 ........................................................................................... 33 Gráfico 1: Dificuldade em Matemática Enquanto Aluno........................................................40 Gráfico 2: Matemática na Graduação ...................................................................................... 41 Gráfico 3: Necessidade de Formação Continuada................................................................... 42 Gráfico 4: Como Você Percebe-se Enquanto Professor (a) de Matemática ............................ 44 LISTA DE SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CNE - Conselho Nacional de Educação EJA - Educação de Jovens e Adultos IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica MEC – Ministério da Educação e Cultura PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 12 2 FORMAÇÃO DO PEDAGOGO E O ENSINO DA MATEMÁTICA............................ 16 3 DESAFIOS NO PROCESSO DE ENSINO DA MATEMÁTICA .................................. 20 4 O ENSINO DA MATEMÁTICA NAS SERIES INICIAIS ............................................. 24 4.1 RECUROS DIDATICOS: uma alternativa pedagógica para otimizar o ensino de matemática ........................................................................................................................... 25 4.2 SAEB: Uma perspectiva da avaliação do ensino ................................................................ 28 5 METODOLOGIA ................................................................................................................ 34 6 ANALISE DE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 36 7 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 49 REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 50 APÊNDICE ............................................................................................................................. 53 12 1 INTRODUÇÃO A matemática é o campo da ciência que envolve o estudo da aritmética, álgebra, geometria, trigonometria, estatística e cálculo, em busca da sistematização de quantidades, medidas, espaços, estruturas e variações. A palavra matemática tem a sua origem grega (mathema) que significa aquilo que pode ser aprendido. É um conhecimento necessário e útil na resolução de problemas, quer sejam no cotidiano bem como de caráter técnico-científico. Ela sempre esteve presente na vida do homem, e de maneira rústica já era conhecida do homem primitivo. O principal objetivo desde trabalho era investigar os principais problemas que causam as dificuldades do ensino da matemática nos anos inicias e consequente os objetivos específicos que nortearam o trabalho foi: identificar os principais problemas que causam as dificuldades do ensino da matemática nos anos iniciais; analisar os desafios encontrados pelos professores polivalentes no desenvolvimento da aprendizagem e por último pontuar os principais problemas encontrados para o ensino da matemática pelos professores polivalentes. A matemática estar presente na trajetória humana, interagindo com as transformações que ocorrem e ocorreram na sociedade. Ela é criada e desenvolvida conforme as necessidades de sobrevivência no meio social das pessoas. Hoje, a matemática engloba uma ampla gama de relações, regularidades e coerências, estimula a curiosidade, estimula a capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair, e facilita o desenvolvimento da estruturação do pensamento e do raciocínio lógico. Faz parte da nossa vida, nas mais simples experiências como contar, comprar e operar quantidades como lavoura e pesca. Esses potenciais do conhecimento matemático devem ser explorados da maneira mais ampla e possível. O presente trabalho teve motivação pela dificuldade dos alunos nas operações básicas da matemática, visto que é imprescindível para toda a trajetória escolar e cotidiano, através disto esteve buscando quais problemas poderiam estar afetando esse aprendizado. Sabemos que ao longo da história da educação, vivemos uma realidade onde o ensino da matemática não tem sido bem-sucedida. Desta forma, qual será o problema que dificultam a aprendizagem? O professor? Aluno? Metodologia de ensino? Podem ser um ou mais fatores, mas observamos que tem crescido ao decorrer dos anos essa dificuldade na aprendizagem matemática. A matemática nos anos iniciais é de extremamente importante assim sendo é quando o aluno começa a construir a base de conhecimentos. Sabendo que às operações fundamentais (Somar, Subtrair, Multiplicar e Dividir) é onde grande parte dos alunos tem maior dificuldade. Por isso é formidável que a Matemática desempenhe equilibradamente, o seu papel na 13 formação capacidade intelectual e agilização do raciocínio dedutivo do aluno, com a aplicação nos diversos problemas de sua vida cotidiana. (BRASIL, 1997). Desta forma compreender a matemática é uma necessidade presente numa sociedade cada vez mais complexa e tecnológica, onde se dificulta encontrar áreas onde a disciplina não existe. (GÓMEZ, 1997). A matemática sempre ocupou um lugar importante na sociedade, desfrutando de uma posição privilegiada em semelhança a outras disciplinas, o que levou ao cultivo de crenças e preconceitos. Apesar de ter ocorrido muitas mudanças no ensino da matemática ao passar dos anos, não foram suficientes para diminuir as dificuldades enfrentadas pelos alunos dessa disciplina. A própria sociedade acredita que a matemática é para os mais talentosos e que essa forma de conhecimento é produzida exclusivamente por grupos sociais ou sociedades mais desenvolvidas e restritas. Ela é vista por muitos alunos como uma disciplina que apenas as pessoas que são “inteligentes” conseguem aprender ou compreender, tendo assim como de difícil aprendizagem. Realmente será mesmo difícil a matemática? Será que a ocorrência de muitos alunos não gostarem da disciplina se dá por conta da falta compreensão da matemática? Tornando-a “chata” e o aluno não demonstra muita satisfação na aprendizagem por não conseguir entender. Com isso levamos em questão como estão sendo formados os docentes dos anos iniciais? Eles estão tendo matérias suficientes para ter domínio dos conteúdos que serão por eles ministrados? Houve alguma repulsa do docente pela disciplina enquanto aluno? É evidente que ela é fundamental para formação de uma base para os alunos como para a vida cotidiana, mas observamos haver uma grande dificuldade de muitospedagogos que lecionam no ensino fundamental I (1° a 5° ano) no ensino da matemática. Passos e Nacarato (2018) enfatizam que o profissional de educação para conseguir selecionar e fazer uma preparação dos conteúdos a serem ensinados, precisa ter algum conhecimento teórico específico da área, além de conhecimentos relacionados ao aluno e como ele aprende. Com isso percebemos a necessidade da teoria na fundamentação da prática e para proporcionar o alcance dos objetivos planejados e desejados no ensino da matemática. Essa pesquisa torna-se interessante pelo simples fato que as dificuldades matemáticas são comuns e existem desde os anos iniciais (ensino fundamental) até o ensino superior. Desta forma essa dificuldade também foi confirmada por uma avaliação externa realizada pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). SAEB é uma avaliação censitária realizada a cada dois anos para alunos de 5ª e 9ª séries de escolas públicas brasileiras, que permite a realização de uma análise da educação brasileira e os fatores que pode intervir no desempenho do estudante. As notas médias dos alunos, calculadas no Saeb, com as taxas de 14 aprovação calculadas no censo escolar, compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O Ideb que é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e estabelecido para avaliar a qualidade do aprendizado nacional e propor metas para a progresso da educação. Com base neste pressuposto, realizamos esta pesquisa de natureza básica e de abordagem qualitativa, buscando contribuições em livros, artigos, revistas, monografias, dissertações, tese e por um questionário online para alguns professores dos anos iniciais bem como alunos do 8º período de Pedagogia, nos quais foram identificados por nomes de flores. Portanto, o presente trabalho procura investigar os principais problemas que causam as dificuldades do ensino da matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Os principais autores que contribuíram com o trabalho foram: Barreto (2011), Borchardt (2015), Bruyne (1991), Brzezinski (1996), Carvalho (1994), Carvalho (2009), Carraher Casassus, Carraher e Schlimann (1995), Casassus (2008), Curi (2004), Curi (2005), Chamorro (2003), Danyluk (1998), Day (2001), Drouet (2006) , D’Ambrosio (1989), Fiorentini et al. (1990), Fonseca (1995), Gatti e Nunes (2009), Gómer, Granel (1997), Guimarães e Selva (2009), Houaiss e Villar (2009), Lorenzato (2009), Lorenzato (2010), Mendes (2008), Nascimento (2007), Panizza (2006) Passos e Nacarato (2018) , PCN (1996), Ramalho, Nuñez e Gauthier(2004) , Richardson (2004), Sanchez (2004), Scoz (2002), Stenhouse (1987), Souza (2007), Shulman (1989), Shulman (1987), Tardif (2010), Torisú e Ferreira (2009), Trivinõs (2008), Vasconcelos (2008), Zanella (2003) e Zabala (1998). Além da ABNT que foram destinadas à preparação de todas as referências desse trabalho. É evidente que a matemática é fundamental para os estudantes e que o fundamento do ensino se forma nos anos iniciais estamos buscando descobrir as dificuldades encontradas pelos professores dos anos iniciais no ensino da matemática, sabendo que boa parte dos alunos tem dificuldade nas operações fundamentais onde muitas das vezes são trabalhados somente métodos tradicionais fazendo o aluno perder o interesse pela disciplina pela falta de assimilação e compreensão do conteúdo. Desta forma entenderemos o motivo por trás dessas dificuldades encontradas pelos professores. Com isso construímos o problema deste estudo: quais as dificuldades encontradas pelos professores dos anos iniciam no ensino da matemática? Sendo assim foram formadas questões norteadoras, para melhor delimitar o problema apresentado, são elas: • Qual conhecimento de matemática possui o professor dos anos iniciais do ensino fundamental? 15 • Em que medida a falta de conhecimento adquirido pelo professor polivalente resulta na dificuldade do ensino de matemática? • De que forma a dificuldade encontrada pelos professores dos anos iniciais estão ligados com a sua dificuldade de aprendizagem do aluno? Este trabalho está constituído de sete capítulos onde o primeiro, a introdução, onde são apresentados à justificativa, o problema e os objetivos. No segundo capítulo, destacamos a formação do pedagogo e o ensino da matemática onde destacamos a trajetória do curso de Pedagogia a relação dos docentes com a matemática e a escassez das disciplinas ofertadas e que são destinadas para o ensino da matemática. No capítulo três, destacamos a dificuldade no método de ensino da matemática onde pelo estilo de ensino a disciplina é vista como complexa para aprender ou até mesmo só os inteligentes conseguem compreender, sabendo ser necessário ter domínio dos conteúdos para o ensino. No capítulo quatro destacamos como é o ensino nas séries iniciais, com subtópico recursos didáticos que são totalmente necessários para melhor compreensão dos conteúdos pelos alunos, além de utilizar o cotidiano para o ensino e subtópico SAEB onde são mostrados os resultados mais recentes. O quinto capítulo, denominado metodologia, apresenta os métodos utilizados para a realização deste trabalho. O penúltimo capítulo traz a análise de dados e o último, a conclusão. 16 2 FORMAÇÃO DO PEDAGOGO E O ENSINO DA MATEMÁTICA O curso de Pedagogia no Brasil foi regulamentado pela Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, que veio através do Decreto de Lei 1.190, de 4 de abril de 1939. Ao longo da sua existência, o currículo pedagógico tem sido interrogado, incluindo a especificidade do seu conteúdo, a sua identidade e a de profissional formado, a sua verdadeira função e a regulação a que foi sujeito durante o seu desenvolvimento é o que dizem alguns estudos de Libâneo (1998) e Brzezinski (1996). O curso de Pedagogia está voltado para a preparação de Pedagogos que são profissionais que devem trabalhar com crianças, jovens e adultos. Sendo que durante a formação são ofertadas disciplinas de diversas áreas, sabendo que o profissional formado em pedagogia tem como uma de suas áreas de atuação à docência e as disciplinas ofertadas visam na preparação para o ensino que compreende a Educação Infantil, os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), Educação de Jovens e Adultos (EJA), e Educação Profissional nas áreas de serviços e apoio escolar dentre outras áreas que sejam previstos conhecimentos pedagógicos, conforme o CNE (Conselho Nacional de Educação) que em 2006 publicou a resolução CNE/CP n° 1, art. 4° instituiu as Diretrizes Curricular Nacionais para o curso de Licenciatura em Pedagogia. Logo, a resolução define os espaços escolares e não escolares como áreas de atuação dos educadores e identifica a instrução como função primordial da formação curricular da pedagogia. Os graduados em Pedagogia devem ser capazes de: Fortalecer o desenvolvimento e as aprendizagens de crianças do Ensino Fundamental […]; ensinar Língua portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes, Educação Física, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano. (BRASIL, 2006, art. III e art. VI). Sabendo que conforme a resolução no Brasil, para lecionar no fundamental I (anos iniciais) objeto deste estudo, não é obrigatória uma formação específica em uma área do conhecimento, por exemplo, no ensino de matemática, não é exigida uma graduação nessa área, no qual é a definição de um docente generalista com formação somente em magistério ou curso normal. Logo com essa realidade, muitos professores acabam tendo uma formação precária na área específica que vão lecionar, como no caso da matemática. A maioria desses futuros educadores chega à faculdade sem conhecimento matemáticoe não consegue adquiri-lo durante o curso. Não só houve desinteresse de alguns alunos por falta de afeto pela disciplina, mas principalmente porque alguns professores da instituição não ofereciam essa oportunidade por não cumprirem seus papéis de “formadores de opinião” e de 17 geradores de conhecimento. Então, o que mais se vê são professores (pedagogos) que concluíram seus cursos e se sentem que não estão preparados para ensinar por não dominarem certos conteúdos como podemos citar no caso da matemática. […] entendemos que o curso e a instituição formadora devam proporcionar o ambiente necessário para que o licenciado construa suas capacidades profissionais, desde a construção de saberes docentes ao aprendizado dos conteúdos necessários à compreensão do ato de ensinar e de aprender, a partir da realidade da prática docente, das relações sociais, da profissão e da escola para o pleno exercício da cidadania no desempenho profissional (MENDES, 2007, p. 72). Muitas instituições se reduzem a preparação do acadêmico através de conceitos de Filosofia, Sociologia, Psicologia e outros campos, destinando 40% das disciplinas. Usando como exemplo a carga horaria que é dedicada ao ensino de matemática na graduação de pedagogia conta com apenas 3,49% da carga horária total do curso (3.435 h), sendo que apenas 1,74% ou 60 horas são de caráter obrigatório (UEMA). Curi (2005) mostra que a carga horária destinada às disciplinas do campo da Educação Matemática mostra-se reduzida e que os conteúdos mais abordados são a construção do número e às quatro operações fundamentais que envolvem números naturais e racionais. Sendo muito básico, visto a precisão do domínio de conteúdos como geometria, álgebra, estatística, probabilidade entre outros. Curi (2004) analisou a estrutura curricular de 36 cursos de Pedagogia em todo o país com o objetivo de refletir sobre o conhecimento e os saberes desenvolvidos nos cursos em relação ao ensino da Matemática. Com o estudo observou que a formação inicial não tem contribuído para que os futuros docentes aprendam matemática nem como ensiná-la e a forma que o aluno aprende, sendo que 90% dos cursos acham essenciais as questões metodológicas para a formação dos professores polivalentes e há pouca importância no conteúdo matemático e suas didáticas. Logo, segundo Curi: É possível considerar que os futuros professores concluem cursos de formação sem conhecimentos de conteúdos matemáticos com os quais irão trabalhar, tanto no que concerne a conceitos quanto a procedimentos, como também da própria linguagem matemática que utilizarão em sua prática docente. Em outras pa lavras, parece h a ver uma concepção de que o professor polivalente não precisa ‘saber Matemática’ e que basta saber como ensiná-la. (CURI, 2004, p. 76-77). Sabendo que o ensino e a aprendizagem ocorrem de maneira gradual o docente necessita de conhecimentos e habilidades que devem ser adquiridos na formação profissional, para assim colocar-se em prática, sendo que com a base de conhecimentos e habilidades o profissional conseguirá desenvolver métodos para aprendizagem do aluno. Apesar de o 18 professor ser o grande articulador do processo educativo, o mediador do processo ensino aprendizagem. Porém, não se devem delegar todas as responsabilidades dos resultados educacionais ao professor. (RAMALHO, NUÑEZ e GAUTHIER, 2004.) Curi (2005) e Gatti e Nunes (2009) destacam que o ensino da matemática ofertada nos currículos dos cursos de Pedagogia tem se mostrado insatisfatória pelo pouco tempo destinado à Educação Matemática aos futuros pedagogos. Desta forma é necessário considerar que “[…] ninguém consegue ensinar o que não sabe” (LORENZATO, 2010, p.3). Logo, percebemos não haver uma grande ênfase na matemática no curso de pedagogia, sendo assim percebemos como destaca Lorenzato é impossível ensinar algo que não se sabe ou que não aprendeu. Day (2004, p. 186) afirma que “enquanto a amplitude das necessidades de aprendizagem dos professores continuarem a ser ignorada, o seu desenvolvimento profissional será restrito, ao invés de amplo, e fragmentado, ao invés de coerente”. Sendo assim enquanto os professores não possuírem domínio dos conteúdos matemáticos e não compreenderem as distintas formas de aplicar os conteúdos matemáticos, na prática, a crença na educação de qualidade torna-se inviável. O professor apesar de construir uma base na graduação necessita ainda continuar seu processo formativo, pois, os métodos, os saberes vão se atualizando na forma que são repassados para os alunos com o decorrer dos anos como explica os autores “O saber atual não é o mesmo de há 40 anos; as mudanças sociais e políticas, bem como a facilidade de acesso a novos conhecimentos, criam no profissional uma necessidade de atualização constante.” (NUÑEZ e RAMALHO, 1998, p. 42). Com isso observamos a importância que essa renovação constante do professor enquanto agente dotado do conhecimento para a vida do aluno. Desta forma o docente necessita com o decorrer dos anos que seus métodos e/ou didáticas sejam aprimorados, ou diferentes, pois, é importante que o ensino possa ser aperfeiçoado melhorando dessa forma o processo ensino aprendizagem. Os docentes dos anos iniciais necessitam de “além do domínio do conteúdo, precisa conhecer as metodologias de ensino, as epistemologias da aprendizagem, os contextos e diversos fatores para que esteja apto a educar” (RAMALHO; NUÑEZ e GAUTHIER, 2004, p. 53), pois, se faz necessário saber que forma aplicar os conhecimentos adquiridos em diferentes situações, fazendo assim que seja mais fácil a compreensão dos alunos. Os conhecimentos adquiridos na graduação são importantes para criação e aplicação de métodos adquiridos, com isso ele vai construindo competências para sua atuação profissional. Portanto, para uma educação de qualidade em qualquer área que for, está inter- relacionada com o desempenho de formação dos docentes, levando-se em conta que eles 19 precisam compreender o conteúdo, dominar métodos e técnicas de instrução e ser capazes de refletir sobre suas posições e seus comportamentos docentes. Diariamente o profissional de educação é confrontado com os desafios que encontrou em sua carreira, que podem ser problemas conhecidos ou que não foram resolvidos antes, mas ele deve conseguir construir soluções a partir dos recursos disponíveis, sabendo não ser um resultado acidental, mas fruto da graduação e desenvolvimento continuado (RAMALHO, NUÑEZ e GAUTHIER, 2014), pois “o desenvolvimento profissional é um processo contínuo que não se produz de forma isolada, ele está inserido em um projeto de vida, no qual se combinam e interagem diferentes modalidades formativas.” (RAMALHO, NUÑEZ e GAUTHIER, 2014, p. 66) sendo favorecido conforme a reflexão de suas práticas educativas de forma crítica, sabendo que todo esse processo produz saberes e competências uteis para o seu aperfeiçoamento da sua prática. Logo, a graduação é imprescindível para o professor lecionar nos anos iniciais, porém, se faz indispensável um desenvolvimento continuado para conseguir ter maior conhecimento específico nas disciplinas que serão por ele ministradas nas escolas para os alunos. No procedimento de ensinar e aprender matemática deve-se observar a tríade: matemática, aluno e docente, e o papel do professor, na prática, é manter o caminho entre a matemática e os alunos o mais curto possível. Cabe a ele, o professor, levar a matéria para o aluno ou levar o aluno até a matemática (PANIZZA, 2006). 20 3 DESAFIOS NO PROCESSO DE ENSINO DA MATEMÁTICA Compreendendo que apesar de a disciplina de matemática fazer parte de nossas vidas ela sempre foi considerada chata ou até mesmo um “bicho de sete cabeças” pelos alunos, muitos sentem dificuldade e isso torna um desafio tanto para osestudantes quanto para os docentes que devem lecionar essa disciplina por ter uma alta complexidade, contudo, a matemática é parte do nosso cotidiano e resolvem muitas situações. Interessante que mesmo tendo uma grande importância muitos se perguntam a necessidade dessa disciplina visto que muitos conteúdos não são vivenciados por eles, tendo muitas das vezes essa fala pelo fato da não compreensão da matemática o que a torna sem sentido para a vida do estudante. É necessário que o docente tenha conhecimentos que são as resultâncias de sua experiência, dos estudos realizados, da familiaridade com modelos de instrução e com propostas de práticas educacionais. Porém, como saber se estas experiências são adequadas aos processos de aprendizagem? Por quais motivos os alunos apresentam muita dificuldade na aprendizagem da matemática? Em concordância com Houaiss e Villar (2009, p. 684), dificuldade é a “qualidade ou caráter do que é difícil; o que é difícil de entender; obstáculo; coisa ou elemento complicado”. São concepções parecidas com que se ouve de alunos. O problema do ensino de matemática não é excepcionalmente a disciplina; é A interação professor-aluno caracterizada pelo aprendizado ocorre em base ao estado atual do aprendizado que é fortemente influenciado pelos interesses mútuos. A matemática é considerada uma das disciplinas que leva aos maiores índices de recuperação dos estudantes e muitas ocasiões são vistas em reprovações. Numerosos estudos demonstram ser a educação prazerosa da matemática através da introdução de jogos didáticos e do uso de programas de computador nos cursos de geometria e trigonometria ajuda a desmistificar que a matemática é um animal de sete cabeças e impossível de aprender. A reconstrução do ensino da matemática propõe uma série de novos métodos de situações de instrução e relações de ensino. O aparecimento de novos processos educacionais criou um leque de opções que dão aos docentes a autonomia de mudar seu curso educacional com base em teorias novas, validadas e comprovadas. Os obstáculos de aprendizagem da matemática podem estar relacionados a diferentes fatores. Fonseca (1995) apontou que existem várias razões para as barreiras existentes em aprender este assunto inclui: “[...] ausência de fundamentos matemáticos, falta de aptidão, 21 problemas emocionais, ensino inapropriado, inteligência geral, capacidades especiais, facilitação verbal e/ou variáveis psico neurológicas” (p. 217). Alguns dos fatores implicados também na dificuldade do aluno em aprender matemática podem estar ligados diretamente a problemas como podemos destacar: leitura, falta de atenção, dificuldade de compreensão. Em analogia à leitura podemos destacar que o acontecimento de falhas no processo pode levar à interpretação errada, o que acaba afetando no raciocínio do aluno sobre a situação problema a ser resolvida. Alguns podem ter problema em relação leitura rápida ou superficial, sendo que para o estudante conseguir desenvolver-se melhor é indispensável ter uma boa compreensão do problema. A dificuldade de foco é uma situação que podemos destacar, pois, é necessário que o estudante esteja atento ao conteúdo enquanto o professor estiver explicando tornando assim a melhor compreensão do assunto. A falta de compreensão muitas das vezes está ligada a falta de interpretação do problema através da leitura. Logo, sabemos que todos somos motivados de determinada forma, isso cabe ao docente encontrar como chegar a cada aluno. Para isso é necessária uma ajuda intensamente e decidida de maneira que envolva o aluno na situação de aprendizagem, que isso oportunize a eventos de mudanças (ZANELLA, 2003). Sanchez (2004) enfatiza as dificuldades no aprendizado da matemática podem se manifestar nas seguintes áreas: Dificuldades em relação ao desenvolvimento cognitivo e à construção da experiência matemática; do tipo da conquista de noções básicas e princípios numéricos, da conquista da numeração, quanto à prática das operações básicas, quanto à mecânica ou quanto à compreensão do significado das operações. Dificuldades na resolução de problemas, o que implica a compreensão do problem a , compreensão e habilidade para analisar o problema e raciocinar matematicamente. Dificuldades quanto às crenças, às atitudes, às expectativas e aos fatores emociona is acerca da matemática. Questões de grande interesse e que com o tempo podem dar lugar ao fenômeno da ansiedade para com a matemática e que sintetiza o acúmulo de problemas que os alunos maiores experimentam diante do contato com a matemática. Dificuldades relativas à própria complexidade da matemática, como seu alto nível de abstração e generalização, a complexidade dos conceitos e a lgoritmos. [...] Dificuldades originadas no ensino ina dequado ou insuficiente, seja porque à organização do mesmo não está bem sequenciado, ou não se proporcionam elementos de motivação suficientes; seja porque os conteúdos não se ajustam às necessidades e ao nível de desenvolvimento do aluno, ou não estão adequados ao nível de abstração, ou não se treinam as habilidades prévias; seja porque a metodologia é muito pouco motivadora e muito pouco eficaz (SANCHEZ, 2004, p. 174). Já existe uma série de fatores que contam para a dificuldade do ensino com isso há uma necessidade de haver melhor ensino que facilite a compreensão dos alunos, pois, assim 22 será mais fácil o entendimento do aluno ao logo de sua vida escolar visto que a matemática é um conhecimento progressivo. Para Carvalho (1994, p. 17), “o trabalho nas salas de aula de matemática deve oferecer ao aluno a oportunidade de operar sobre o material didático, para que possa reconstruir seus conceitos de modo mais sistematizado e completo”. Logo, apesar dos desafios encontrados em classe o docente deve através de suas habilidades adquiridas, saber utilizar metodologias para conseguir que o aluno aprenda. Na escola é compreensível que a matemática é muitas vezes considerada a matéria mais difícil de entender. Essa crença é formada desde o começo da vida escolar, onde os professores são geralmente são formados em pedagogia que ensinam todas as disciplinas, tornando-se assim um fator relevante, pode ser um dos fatores de dificuldades de aprendizagem em matemática e/ou fobia de matemática que esse profissional pode ter adquirido durante a sua vida escolar. Desta forma “a prática pedagógica do docente está orientada por determinados propósitos ou objetivos que são desejáveis de atingir, assim eles têm um sentido ético fundamental.” (RAMALHO, NUÑEZ e GAUTHIER, 2014, p.35). Dessa maneira o professor estar buscando conseguir objetivos específicos para conseguir alcançar um alvo apesar de sabermos que não existe uma fórmula correta para que se chegue ao resultado esperado que no percurso da aplicação deverá ser delineado o caminho, pois, os alunos não aprendem da mesma forma nem no mesmo tempo. Com isso “o professor constrói saberes, competências, não para uma autonomia individualista e competitiva, ou para um poder autoritário, mas para educar segundo perspectivas de socialização, de favorecer a inclusão pelo saber, e não a exclusão.” (RAMALHO, NUÑEZ e GAUTHIER, 2014, p.39). Sabendo que o profissional da educação enquanto mediador do conhecimento em sua turma deve transformar o seu ambiente de trabalho em uma área de pesquisa com o intuído de melhorar a sua prática (STENHOUSE, 1987). Sendo que as pessoas vivem de certa maneira a conseguir alcançar seus próprios interesses, é de grande importância descobrir se o profissional de educação está em buscando ensinar conforme o propósito que lhe convém, pois, isso irá incorporar nas suas ações, na prática. Então é necessário um equilíbrio para que esse professor através de sua prática não esteja buscando alcançar aquilo que é importante para ele e sim para uma eficácia mais satisfatóriapara seus alunos. Nesse caso, o aluno nem sempre é tão ativo quanto deveria, pois, muitos desses educadores acreditam que a matemática é muito complexa e abstrata. O raciocínio lógico e dedutivo dos alunos deve ser considerado desde a primeira série. Os educadores devem 23 inspirar a criatividade e mostrar que a matemática é um campo em constante movimento, como um prédio em construção que precisa ser modificado e adaptado. 24 4 O ENSINO DA MATEMÁTICA NAS SERIES INICIAIS No Brasil, para lecionar nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1° ao 5° ano) cabe ao profissional formado em Pedagogia, sendo não ser obrigatório ter uma formação específica nas áreas de conhecimentos como, por exemplo, em matemática, português, história, geografia, etc. Os anos iniciais da escolaridade são muito importantes para os alunos, pois, é a base para as demais séries, principalmente conceitos e relações em matemática, que serão utilizados ao longo da vida escolar posteriormente. O conhecimento que uma criança adquire em um ano de vida escolar será transportado para os anos seguintes, e ele o aprimorará nos anos seguintes. As crianças que iniciam na primeira série do ensino fundamental até o final da quinta série conseguirão reconhecer mais símbolos e desenvolver alguns raciocínios matemáticos com mais facilidade. Sabendo ser nos anos iniciais que a matemática desenvolve o pensamento lógico e é essencial para construção de conhecimentos em outras áreas, além de servir como base para as séries posteriores. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (1997) destacam a importância: É importante, que a Matemática desempenhe, equilibrada e indissociavelmente, seu papel na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento, na agilização do raciocínio dedutivo do aluno, na sua aplicação a problemas, situa ções da vida cotidiana e atividades do mundo do trabalho e no apoio à construção de conhecimentos em outras á reas curriculares. (BRASIL, 1997, p.29). Sabendo que o docente dos anos iniciais necessita de “além do domínio do conteúdo, precisa conhecer as metodologias de ensino, as epistemologias da aprendizagem, os contextos e diversos fatores para que esteja apto a educar” (RAMALHO, NUÑEZ e GAUTHIER, 2014, p.53), pois, é imprescindível saber que forma aplicar os conhecimentos adquiridos em diferentes situações, fazendo assim que seja mais fácil a compreensão dos alunos. Os conhecimentos adquiridos na graduação são importantes para criação e/ou aplicação de métodos adquiridos, com isso ele vai construindo competências para sua performance profissional. Carraher, Carraher e Schlimann (1995) enfatizaram a necessidade de os professores considerarem as ideias, perguntas, dúvidas e perspectivas levantadas pelas crianças, pois, são significativas para o aprendizado da matemática, pois, ela é exposta no cotidiano muito antes de chegar ao conhecimento da turma. 25 Quando a criança está dividindo, classificando, contando, medindo objetos, resolvendo problemas, ela está fazendo matemática. Assim, fazer matemática nã o é algo apenas restrito à escola, mas é algo que vem sendo construído no dia a dia , na s interações da criança com o mundo (GUIMARÃES; SELVA, 2004, p. 1). 4.1 RECUROS DIDATICOS: uma alternativa pedagógica para otimizar o ensino de matemática Sem dúvidas como já vimos nesse trabalho que a matemática é importante para formação da base dos alunos nos anos iniciais, pois, muitos dos conteúdos serão aproveitados depois ao longo da vida escolar são o caso de geometria, operações fundamentais da matemática (somar, subtrair, multiplicar e dividir). Logo, o docente deve buscar metodologias em que o aluno desenvolva o gosto pela matéria, sendo assim ficando mais fácil a assimilação que pode ser por meio de jogos ou brincadeiras. Como explica Nascimento (2007): Considerar a infância na escola é grande desafio pa ra o ensino fundamental, pressupõe considerar o universo lúdico, os jogos e as brincadeiras como prioridade, definir caminhos pedagógicos nos tempos e espaços da sala de aula que favoreçam o encontro da cultura infantil, valorizando as trocas entre todos que ali estão em que as crianças possam recriar as relações da sociedade na qual estão inseridas, possam expressar suas emoções e formas de ver e de significar o mundo, espaços e tempos que favoreçam a construção da autonomia. (NASCIMENTO, 2007, p.30). Portanto, é fundamental buscar métodos baseados nessa abordagem interessante, sendo que com essa abordagem o professor conseguirá muitas vantagens que servirão de incentivo à aprendizagem do aluno, ela nos permite utilizar materiais que contribuam para a evolução do conhecimento dos alunos. As vantagens que permeiam esse uso podem ser a criação do raciocínio lógico, a interação dos alunos, o aprendizado lúdico e a prática de fazer atividades a começar de sua experiência na elaboração do conhecimento. Apesar de entender que nos primeiros anos para uma aprendizagem satisfatória de uma criança há diversos fatores que contribuem como: a sala de aula, tempo e a iniciativa dos professores para utilizar métodos diferentes, além do fundamental, o domínio sobre o conteúdo trabalhado. Há uma carência de apresentar aos alunos a matemática no seu cotidiano, pois, se concretiza necessário para ter uma aproximação para assim conseguirem ver qual necessária ela é para sua vida. Sabendo que o ensino tradicional desencoraja o uso de recursos didáticos extracurriculares para facilitar a visualização do conteúdo, pois, acreditam que tal atividade dificulta a realização e entrega do conteúdo. Quadros, livros (ferramentas da educação tradicional) são ferramentas importantes para a entrega de conteúdos matemáticos, mas não 26 bastam, os alunos precisam encontrar uma relação específica com os conteúdos matemáticos e seu cotidiano. Segundo Lorenzato (2009), os recursos didáticos são ferramentas que os docentes utilizam como aliados na metodologia de ensino. Os autores explicam que, por melhor que seja a utilização de um recurso, ele “nunca vai além dos auxílios didáticos ou da metodologia disponível para professores e alunos” (LORENZATO, 2009, p. 18). Os recursos são meios que ajuda na melhor compreensão do conteúdo, fazendo assim o aluno ter uma melhor compreensão. Desta forma, Passos (2009, p. 78) aponta que: Os recursos didáticos nas aulas de matemática envolvem uma diversidade de elementos utilizados principalmente como suporte experimental na organização do processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, considero que esses materiais devem servir como mediadores para facilitar a relação professor/aluno/conhecimento no momento em que um saber está sendo construído. Pela definição podemos entender como recursos didáticos sendo variados e são desde jornais, revistas até jogos, vídeos, calculadora, computadores, celulares entre outros. Esses são instrumentos que o profissional pode utilizar na educação de qualquer conteúdo matemático, por exemplo, nos jornais e revistas podem ser retirados dados das notícias e fazer associação com os conteúdos matemáticos, recomendando assim aos alunos, situações problemas com base nas notícias. Os jogos são considerados “conteúdos de ensino” sendo que a matemática nos jogos permite que os estudantes melhorem seu desempenho em matemática. Os jogos são mais divertidos para os estudantes, pois, é uma forma de recreação, o que faz parte de uma cultura divertida porque os alunos atribuem o estudo da matemática a: se divertir. Portanto, o jogo é um método estratégico e permite procedimentos vitoriosos sendo que matemática está inserida em tais estratégias e procedimentos onde desenvolve o cognitivo do aluno. Porém, Nacarato et. al. (2009), destaca que os docentestambém trazem emoções negativas para o ensino da matemática, sugerindo barreiras para aprender e ensinar a disciplina. São vivencias que eles tiveram ao longo da sua trajetória escolar que acarretam a isso, dificuldades de aprendizagem, métodos precários, dificuldades dos professores, etc. Através de Nacarato et al. (2009, p. 35), verificamos também que “é impossível ensinar aquilo sobre o que não se tem um domínio conceitual”. Então apesar de existirem meios que podem ajudar no ensino da matemática existe também uma dificuldade por parte do docente na utilização desses recursos. Como destaca Souza 27 [...] o professor deve ter formação e competência para utilizar os recursos didáticos que estão a seu alcance e muita criatividade, ou até mesmo construir juntamente com seus alunos, pois, ao manipular esses objetos a criança tem a possibilidade de assimilar melhor o conteúdo. (SOUZA, 2007, p. 111). Portanto, é indispensável que os educadores estudem esse campo, pois, não podemos lecionar o que não sabemos e devemos apreender o que será estudado. A matemática deve suscitar descobertas nos alunos, e os docentes devem ser os mediadores de questões e investigações que os tornem atraentes para os alunos na matéria. Logo há uma necessidade de que o docente tenha o domínio dos conteúdos para traçar metodologias de ensino que irão ajudar na compreensão do aluno. Segundo Souza: O uso inadequado de um recurso didático pode resultar no que se chama “inversão didática”, isso acontece quando o material utilizado passa a ser visto como algo por si mesmo e não como instrumento que auxilia o processo de ensino e de aprendizagem, um exemplo disso seria um professor que deve ensina r matemática com o uso do ábaco apenas deixar as criança s brincarem com o objeto sem resgatar a historicidade do mesmo e sua importância para o ensino da matemática. (SOUZA, 2007, p. 113). É evidente que é nas séries iniciais que os alunos devem dominar os aprendizados de leitura e escrita, mas também podem ter desenvolvido “alfabetização matemática”, um termo comum quando se fala sobre o aprendizado da matemática nos anos iniciais da escola. Sabendo que a definição de alfabetização matemática foi proposta pela primeira vez por Ocsana Danyluk, Refere-se aos atos de aprender a ler e a escrever a linguagem matemática usa da nas primeiras séries da escolarização. Ser alfabetizado em matemática é entender o que se lê e escrever o que se entende a respeito das primeiras noções de aritmética, de geometria e da lógica (DANYLUK, 1998, p.14) Portanto, é indispensável que desde o início da escolarização, os alunos consigam desenvolver essas habilidades que conduzirão o aprendizado futuro da matemática. Um meio de motivar o aluno como falado anteriormente é utilizar o lúdico como escolha, pois, motiva os alunos a aprender prazerosamente. Conseguimos entender que o lúdico tem a ver com atividades que envolvam os alunos de forma que proporcione alegria e aprendizado, e observa-se que isso deve ser utilizado para apoiar o ensino. Apesar de sermos cientes que há uma base comum de saberes que são necessárias para a prática docente, sabe-se segundo o PCN que não existe um só caminho e adequado para o ensino de qualquer disciplina. Sabendo que conforme os PCNs (Brasil. Mec, 1997b) ainda é comum o profissional da educação apresentar os conteúdos por meio de definições, exemplos 28 e demonstrações algo estritamente ligado o modelo de ensino tradicional. Onde essa prática parte da hipótese de que o estudante só aprende copiando corretamente o que lhe é apresentado nos exercícios de estudo, fixação e aplicação. Logo é necessário haver uma mudança no desenvolvimento de instrução e aprendizagem do conhecimento matemático, sendo que o PCN afirma haver uma necessidade urgente de reformular metas, revisar conteúdos e encontrar formas de se adequar à formação necessária na sociedade atual (Brasil. MEC, 1997a). 4.2 SAEB: Uma perspectiva da avaliação do ensino Como destacamos anteriormente o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) é uma avaliação com objetivo analisar a educação brasileira sendo destinada aos alunos do 5° ano e 9° ano do ensino fundamental sendo realizada a cada dois anos. A prova do SAEB avalia o desempenho dos alunos através das disciplinas de Português e Matemática. As notas médias dos alunos calculadas no Saeb, juntamente com a taxa de rendimento escolar (aprovação), compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os índices de aprovação são obtidos em correspondência com o Censo Escolar, realizado anualmente. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade do ensino pela população. Serve para que a escola e a sociedade possam se mobilizar em busca de melhorias. Desta forma percebemos um crescimento ao longo dos anos do aprendizado adequado, porém, ainda um pouco distante do ideal. Como podemos constatar na tabela abaixo o desempenho na prova do SAEB em Português e Matemática do Brasil (Quadro 1), Maranhão (Quadro 2) e da cidade de Caxias (Quadro 3) Ao observamos os dados do Quadro 1 no período de 2017 no Brasil houve apenas 44% de nível de aprendizagem adequada em matemática e 57% em português. Sendo que o Percentual de aprendizado no Brasil – 2017 Português 13% 31% 35% 22% Matemática 20% 36% 32% 12% Nível de Aprendizagem Adequada 57% em Português 44% em Matemática Quadro 1: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Brasil - 2017 Fonte: https://novo.qedu.org.br/brasil 29 nível em semelhança à matemática é baixo, não atingiu nem metade, ou seja, 50%, porém, se considerarmos a 2015 houve um aumento significativo de 41% em dois anos. Logo percebemos que o índice de aprendizagem está em crescimento em ambas as disciplinas sendo que em Português houve aumento de 26% passando de mais da metade de aprendiza adequado. Conforme os dados observados do Quadro 2 no período de 2017 o Estado do Maranhão houve apenas 16% de aprendizado adequado em matemática sendo que em português são 29% o qual é pouco apesar de nos anos 2015 ter sido apenas 1% em matemática e 11% em português. Logo houve um crescimento de 15% dentro de dois anos em Matemática e 18% em Português sendo satisfatório, contudo, não chegaram nem a metade, ou seja, 50% de aprendizagem. Em relação aos dados da cidade de Caxias como observamos no Quadro 3 no período de 2017 houve 22% de aprendizado adequado na disciplina de Matemática e 41% em Português sendo que em ambas as disciplinas estavam acima da média de aprendizado do Quadro 2: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Maranhão - 2017 Percentual de aprendizado no Maranhão – 2017 Português 30% 41% 22% 7% Matemática 44% 40% 14% 2% Nível de Aprendizagem Adequada 29% em Português 16% em Matemática Quadro 3: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Caxias - 2017 Percentual de aprendizado em Caxias – 2017 Português 19% 39% 31% 10% Matemática 32% 45% 19% 3% Nível de Aprendizagem Adequada 41% em Português 22% em Matemática Fonte: https://novo.qedu.org.br/municipio/2103000-caxias Fonte: https://novo.qedu.org.br/uf/21-maranhao 30 Estado do Maranhão apesar de estar muito baixo, pois, não chegou nem a metade do nível de aprendizagem adequada, sendo que 78% é inadequado em matemática e 59% em português. Figura 1: Legenda do Aproveitamento de Aprendizado O quadro 4 vem demonstrando os dados do rendimento de aprendizagem no Brasil em 2019 sendo que houve 56% em Português e 47% em Matemática significando haver uma queda em Português de1% e um aumento de 3% em Matemática em analogia a 2017. Logo é observado um aumento em matemática embora seja pequeno. Quadro 4: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Brasil - 2019 Percentual de aprendizado no Brasil – 2019 Português 4% 39% 34% 22% Matemática 18% 36% 32% 15% Nível de Aprendizagem Adequada 56% em Português 47% em Matemática Quadro 5: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Maranhão - 2019 Básico Fonte: https://novo.qedu.org.br/brasil Os alunos neste nível encontram-se preparados para continuar os estudos. Recomendam-se atividades de aprofundamento. Os alunos neste nível precisam melhorar. Sugere-se atividades de reforço. Insuficiente Proficiente Avançado Aprendizado além da expectativa. Recomenda-se para os alunos neste nível atividades desafiadoras. Os alunos neste nível apresentaram pouquíssimo aprendizado. É necessário a recuperação de conteúdos. Fonte: https://novo.qedu.org.br/uf/21-maranhao https://novo.qedu.org.br/brasil 31 Os dados observados no Quadro 5 em analogia ao Estado do Maranhão em 2019 houve um aumento de 4% em Português e 7% em Matemática em semelhança ao ano de 2017. Mesmo sem ter conseguido chegar a 50% do nível de aprendizagem adequado, segue em crescimento com o decorrer dos anos. Ao observamos as informações da Cidade de Caxias em 2019 em semelhança com 2017 houve uma queda de 2% em Português e aumento de 2% em Matemática. Logo podemos definir que o nível de aprendizado adequado estar muito abaixo, significando que ambas as disciplinas estão abaixo de 50% de aprendizagem apropriada. Figura 2: Legenda do Aproveitamento de Aprendizagem Percentual de aprendizado no Maranhão – 2019 Português 10% 57% 24% 9% Matemática 37% 41% 18% 5% Nível de Aprendizagem Adequada 33% em Português 23% em Matemática Quadro 6: Percentual de aprendizado dos alunos do 5° SAEB – Caxias - 2019 Percentual de aprendizado em Caxias – 2019 Português 8% 54% 27% 12% Matemática 34% 42% 19% 5% Nível de Aprendizagem Adequada 39% em Português 24% em Matemática Fonte: https://novo.qedu.org.br/municipio/2103000-caxias Fonte: https://novo.qedu.org.br/uf/21-maranhao Os alunos neste nível encontram-se preparados para continuar os estudos. Recomendam-se atividades de aprofundamento. Os alunos neste nível precisam melhorar. Sugere-se atividades de reforço. Insuficiente Básico Proficiente Avançado Aprendizado a lém da expectativa . Recomenda-se para os alunos neste nível atividades desafiadoras. Os alunos neste nível apresentaram pouquíssimo aprendizado. É necessário a recuperação de conteúdos. Fonte: https://novo.qedu.org.br/brasil 32 Conforme as informações apenas em Português o Brasil conseguiu ultrapassar os 50% de nível de aprendizado, sendo que para alcançar essa marca em matemática necessitam ainda de 3%, sendo que isso em 2019, quando analisado o Estado do Maranhão esse nível ainda está distante visto que necessitam de 17% em Português e 27% em Matemática, sendo que podemos observar estar muito abaixo o nível de aprendizagem o que acarretará em dificuldades dos estudantes nos anos seguintes. Sendo assim a Cidade de Caxias está bem próximo de conseguir metade do nível de aprendizagem adequada em Português e em matemática não chegou a ¼ de aproveitamento sendo muito pouco. Vale ressaltar que para o estudante ter um bom desempenho em matemática é necessário também ele ter uma boa interpretação dos problemas, por isso achamos necessário mostrar os resultados obtidos em português, pois, estão ligados a diretamente também a boa performance em matemática ou não. Os dados nos mostram que ao passar dos anos a uma pequena crescente nos resultados sendo indispensável para melhorar o desempenho, porém, é necessário haver um maior crescimento conduzindo com tenham melhor aprendizado adequado. Com isso podemos analisar os quadros abaixo que estão absolutamente ligados com o nível de aprendizagem adequada onde se calcula o Ideb da escola. Sendo assim nos quadros abaixo mostram o Ideb dos anos iniciais do Estado Maranhão e da cidade de Caxias nos anos de 2017 e 2019. Quadro 7: Cálculo do IDEB – 2017 Maranhão Aprendizado Aprovação Ideb Anos Iniciais 4,92 0,92 4,5 Caxias Aprendizado Aprovação Ideb Anos Iniciais 5,36 0,91 4,9 No quadro 7 observamos que o nível de aprendizado adequado é a soma das médias de Português e Matemática dividido por dois, desta forma se tira a média de aprendizado multiplicada pelo índice de aprovação da escola. Logo observamos que o nível de aprendizado do Maranhão está abaixo do de Caxias, em compensação o nível de aprovação do Estado do Maranhão é maior. Apesar disso ambos conseguiram atingir a meta do MEC sendo de 4,5 para 2017, sendo que a Cidade de Caxias superou essa meta chegando a 4,9. Fonte: Saeb/Ideb, INEP 33 Quadro 8: Cálculo do IDEB 2019 Maranhão Matemática Português Aprovação Ideb Anos Iniciais 5,24 4,96 0,94 4,8 Caxias Matemática Português Aprovação Ideb Anos Iniciais 5,35 5,24 0,91 4,8 Fonte: Saeb/Ideb, INEP – 2019 No Quadro 8 notamos que as médias de Português e Matemática onde a média de aprendizado da disciplina no Maranhão ficou em 5,1 superando o ano de 2017 onde estava com apenas 4,92 de aprendizagem adequada sendo que na cidade de Caxias houve uma queda de seis décimos. Em comparação houve um aumento de três décimos no índice de aprovação no Maranhão, ficando estagnado em 0,91 ou 91% na cidade de Caxias. Apesar disso não conseguiram superar a meta estipulada pelo MEC que era de 5,7. 34 5 METODOLOGIA Neste Capítulo mostraremos os meios adotados, delinearemos a metodologia adotada para essa pesquisa, a qual se tratou das dificuldades dos docentes dos anos iniciais no ensino da matemática. Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos científicos em sua origem e desenvolvimento, logo não se pode reduzir a procedimentos de mensuração de fatos científicos. Desta forma “a metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da investigação científica, mas principalmente seu próprio processo, pois, suas exigências não são de submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos resultados.” (BRUYNE, 1991 p. 29) Logo, percebemos como é importante a realização da metodologia dentro de uma pesquisa cientifica. Todo esse trabalho iniciou-se através da análise no estágio do ensino fundamental onde foi observada a grande dificuldade dos estudantes do 6º ano nas operações básicas da matemática (somar, subtrair, multiplicar e dividir) sendo as operações necessárias para toda a vida do estudante seja na escola ou no seu cotidiano, a partir disso foi necessário realizar pesquisa bibliográfica sobre o tema para ter um aprofundamento das ideias e analisar em que momento poderia estar iniciando essas dificuldades dos alunos nas operações fundamentais da matemática. Logo, em equivalência com as pesquisas observaram um grande número de trabalhos que falavam das dificuldades do Pedagogo no ensino da matemática então foi traçado a trajetória que deveria ser seguido para concretização da pesquisa para descobrir sobre qual o real problema das dificuldades da aprendizagem nas operações básicas, sendo assim trabalharemos em cima do tema abordado, A dificuldade dos professores dos anos iniciais no ensino da matemática. O método de pesquisa utilizado nesse trabalho foi qualitativo, sobre a pesquisa qualitativa, Richardson (1999, p. 102) destaca: O objetivo fundamental da pesquisa qualitativa não reside na produção de op in iõ es representativas e objetivamente mensuráveis de um grupo; está no aprofundamentoda compreensão de um fenômeno social por meio de entrevistas em profundida de e análises qualitativas da consciência articulada dos atores envolvidos no fenômeno. Por isso na pesquisa qualitativa não é pelo tamanho da amostra, mas pela profundidade com que é realizado a pesquisa. Desta forma, Trivinõs (2008) destaca que na pesquisa qualitativa, fontes aleatórias podem ser utilizadas para definir a amostra. Nesse caso, o 35 tamanho da amostra pode ser determinado conscientemente, considerando uma série de condições, como, da perspectiva do pesquisador, esclarecer os principais temas do tópico focal, a facilidade de conhecer pessoas, o momento da entrevista pessoal e assim por diante. Logo, é evidente a relevância da pesquisa qualitativa, visto que é norteadora para a compreensão e enriquecimento do tema da pesquisa. O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi à aplicação de um questionário realizado através da plataforma Google Forms, o qual continha 12 questões objetivas e subjetivas, aplicado de forma online a um total de quatro professores formados e a quatro alunos de pedagogia e a observação das aulas dos mesmos. Foram escolhidos professores que estavam em atividade sendo dois do 4º ano e dois do 5º ano, dentre os alunos foram escolhidos quatro alunos que estivessem no 8º período e estavam tendo estágios no 4º e 5º ano. Foram realizados dois modelos de questionários sendo destinado um para os professores formados e outro para os alunos de Pedagogia em formação. Dentre todas as questões foram analisadas nove que foram apresentadas nos questionários aplicados. Para preservar os professores e alunos participantes desta pesquisa usaremos nomes fictícios serão identificados por: lírio, tulipa, violeta, orquídea, amarílis, antúrio, camélia e cravo que são nomes de flores, sendo assim as respostas ou posicionamentos, quando transcritos para o texto, serão destacados em itálico. Todos os dados coletados, na etapa subsequente foram relacionados com o referencial teórico de modo a conseguir possibilitar uma discussão clara e precisa. 36 6 ANALISE DE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Nesse tópico da pesquisa serão apresentados, analisados e discutidos os resultados encontrados no decorrer da pesquisa realizada. Que tem o objetivo de analisar os resultados obtidos e as discussões e elas existem para destacar as contribuições do estudo na área de conhecimento. (VIACARREIRA, 2019) Logo, a análise dos resultados da pesquisa é bastante importante para confirmar ou refutar o questionamento inicial, que originou esse trabalho. Desta forma, tendo em vista o objetivo de averiguar a dificuldade dos docentes dos anos iniciais no ensino da matemática, buscando a compreensões dos professores dos anos iniciais sobre os desafios apresentados por eles. Reafirmando que o objetivo da pesquisa identificou conforme as respostas dos docentes que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental (4º e 5º ano) e dos alunos do 8º Período de Pedagogia, quanto as diferentes concepções dos docentes e alunos em reverência ao curso de Pedagogia na graduação em matemática, as principais dificuldades ao ensinar matemática além de destacar quais métodos ou práticas pedagógicas esses docentes utilizam na da prática. No grupo de respondentes professores prevalece o gênero feminino com 100%, sendo que todas trabalham em somente uma escola e não tem outro trabalho. Com respeito aos respondentes alunos o gênero feminino novamente prevalece com 75%, enquanto o gênero masculino está representado em apenas 25%. Logo, podemos afirmar que a maioria dos professores dos anos iniciais é do sexo feminino. No que identificamos sobre à faixa etária percebemos que a maioria dos professores está entre a faixa etária de 26 a 35 anos com 75% e acima de 56 anos 25%; em relação aos alunos de Pedagogia 75% tem entre 18 à 25 anos e 25% entre 26 à 35 anos. Logo percebemos que a maioria dos docentes e alunos é relativamente jovem e têm no máximo 35 anos, apesar de ter 1/8 do grupo acima de 56 anos. Sobre os dados profissionais, foi questionado sobre a qual formação possuía com base nos dados, duas professoras são formadas em História, ou seja, 50% e uma em Pedagogia sendo equivalente a 50%. Portanto, concluímos que para ensinar nos anos iniciais não é necessário ter formação exclusiva em Pedagogia, mas poderá atuar nos anos iniciais mesmo não sendo profissional destinada para aquela função. Percebemos que já há uma dificuldade dos professores formados em Pedagogia no ensino da matemática visto a pouca carga horaria destinada à disciplina imagine professores formados em História onde não nenhuma carga horaria destinada à disciplina. É evidente que “além do domínio do conteúdo, precisa conhecer as metodologias de ensino, as epistemologias da aprendizagem, os contextos e 37 diversos fatores para estar a apto a educar” (RAMALHO, NUÑEZ e GAUTHIER, 2014, p.53). Logo se percebe que a dificuldade pode estar ligada a professores que não são da área, mas mesmo assim estão ministrando aulas para os anos iniciais sem ser preparo para a função. No quesito sobre experiência docente, identificou-se que todos (100%) dos professores respondentes possuem experiência docente, sendo que em relação aos alunos 75% tinham experiência e apenas 25% não tinha experiência docente, sendo que 12,5% em educação básica, 50% no Ensino Fundamental e 12,5% no Ensino Médio. Em relação aos alunos a experiência está liga aos estágios (Educação Infantil, Ensino Fundamental I). Dos docentes e alunos que participaram da pesquisa nenhum ou 0% cursa, ou cursou concomitantemente outra graduação. Portanto, todos têm apenas uma graduação ou estar em uma única formação. Foram pesquisados a respeito da quantidade de alunos os professores tinham por sala sendo que em 75% tinha entre 11 e 20 alunos e 25% continham entre 21 à 30 alunos. E com os alunos de pedagogia enquanto estagiários todos (100%) tinham entre 21 à 30 alunos por sala. Em semelhança a pergunta foi se questionada se haveria uma necessidade de uma professora auxiliar onde 75% não acham necessários e 25% constam a necessidade de um (a) professor (a) auxiliar, da mesma forma 100% dos alunos de Pedagogia acham necessário devido à quantidade de alunos por sala e a presença de alunos com maior dificuldade de aprendizagem. Na primeira questão investigamos se os professores e os alunos gostavam da disciplina de matemática obtivemos como resposta que 75% gostam da matemática e apenas 25% não gostam da disciplina, sendo que entre os alunos foram o contrário onde 75% não gostam da disciplina e apenas 25% gostam da disciplina. Questionamos aos professores o porquê de gostar ou não da matemática para buscarmos descobrir os motivos por trás das suas respostas, a Lírio disse: que não gostava porque não tinha domínio e Tulipa diz: ser muitos cálculos. Sendo que foi observado na turma que ambas empregavam em suas salas de aula o método tradicional sem a utilização de nenhum recurso que poderia ajudar na aprendizagem. Nesse sentido sabendo que o docente deve ser o mediador do conhecimento é necessário que o docente tenha domínio do conteúdo, pois, o aluno necessitará de todo conhecimento adquirido no ensino fundamental menor (anos iniciais) para os anos subsequentes. “A falta de conhecimento [...] do professor pode afetar o estilo da instrução. Ao ensinar o que não está seguro, opta por palestrar sobre o assunto ao invés de solicitar que os alunos indaguem o que pode levá-lo a um território desconhecido” (SHULMAN, 1989, p. 9). 38 A Violeta disse: gosta porque é uma disciplina que te desafia a buscar o resultado sendo que apesar de gostar da disciplina observou-se a utilização de métodos tradicionais assim como Lírio empregava. Orquídea disse: por ser uma disciplina desafiadora e cheia de possibilidades. Logonão é suficiente que um professor tenha conhecimentos de matemática, se ao final não puder proporcionar um ambiente onde a conexão com o aluno seja não só uma solução para o problema cognitivo do aluno, mas uma mola que permita desencadear mais aquisição de conhecimento, portanto, essa ideia não pode ser ignorada, pois, se entende que a relação professor/aluno é fundamental para uma aquisição mais efetiva do conhecimento, e ajuda a desenvolver os alunos não apenas em sala de aula, mas em todo o processo. Assim, entre todos os respondentes 62,5% disseram que não gostam de matemática e 37,5% deles gostam de matemática. Desta forma: Historicamente, a matemática é tida como uma disciplina difícil, na qual poucos têm sucesso e que causa, em muitos, certo temor. Para essas pessoas, a Matemática é considerada como a disciplina que oferece maiores dificuldades na escola, e o bom desempenho nessa área se reserva a pessoas mais capazes (TORISU; FERREIRA, 2009, p. 172). Sabendo que isso vai depender da prática docente será responsabilidade do professor estimular seus alunos ao aprendizado da disciplina, ou seja, a gostar da disciplina, mas não tem como o professor fazer o aluno ter mais afinidade pela disciplina se nem ele mesmo gosta da disciplina. Sabendo que a atitude do professor no ensino da matemática pode permitir que os alunos a vejam como uma ferramenta para a solução de problemas cotidianos, pode fazer com que os alunos se interessem em aprender matemática, pois, saberão como e onde aplicar o que aprenderam na escola. Dessa forma Drouet (2006, p.10) diz que “O fato de querer aprender garante à criança um maior sucesso na aquisição de conhecimentos, habilidades ou técnicas. O interesse é, portanto, a mola propulsora da aprendizagem”. Logo se o professor não gostar da disciplina poderá fazer com que o método utilizado sirva de motivação para essa aprendizagem. Com isso se faz necessário que o profissional de educação do 1º ao 5º ano veja a responsabilidade que tem sobre a matemática sabendo que a não aprendizagem acarretará muitos problemas futuros, pois, na matemática o conhecimento é gradual. A segunda questão que analisaremos investigou-se como a relação da matemática na vida estudantil para analisar ter alguma relação com a dificuldade do ensino da matemática pelos professores e alunos de pedagogia. Sendo que Amarílis disse: eu prestava bastante atenção, e compreendia com muita facilidade os assuntos. E os professores eram bem 39 atenciosos isso facilitava bastante o aprendizado. É evidente que o docente faz toda a diferença quando tem domínio sobre o conteúdo que pode utilizar de métodos que facilitem a aprendizagem. Antúrio disse: A minha relação com a matemática foi de amor e ódio, uma vez que dependia bastante do docente que estava ensinando o conteúdo, teve a vivência de ter professores que tinham uma prática favorável e outros não ao longo de todo o fundamental: nos anos iniciais e final era uma aprendizagem mecânica e robotizada que não me dava o acesso de entender a matemática dentro da minha realidade. O seu uso no cotidiano foi pouco explorado. Minha saída para tudo isso foi justamente aprender com os meus outros colegas de sala que estavam compreendendo de modo mais significativo que eu. Portanto, temos percebido algumas consequências dessas práticas matemáticas no cotidiano. Para D’Ambrosio [...] primeiro, os alunos passam a acreditar que a aprendizagem da matemática se dá através de um acúmulo de fórmulas e algoritmos. Aliás, nossos alunos hoje acreditam que fazer matemática é seguir e aplicar regras. Regras essas que foram transmitidas pelo professor. Segundo os alunos que a matemática é um corpo de conceitos verdadeiros e estáticos, dos quais nã o se duvida ou questiona, e nem mesmo se preocupam em compreender porque funciona. “Em geral, acreditam também, que esses conceitos foram descobertos ou criados por gênios”. (D’AMBROSIO, 1989, p.16) Tulipa fala que: tinha dificuldades em cálculos simples, sendo que Camélia disse: minha relação era muito boa. Veio complicar nas séries seguintes. Acredito que na maioria das pessoas é assim. É a fase que começamos a ter muita dificuldade em matemática o que pode ser um problema, pois, sabemos que muito das dificuldades que os alunos têm se dá pela dificuldade que o docente teve enquanto aluno. Cravo disse: achei complicado quando envolveu pequenas frações na 3° série, que hoje é o 4° ano. As continhas de divisões também sentiam muita dificuldade, a prova dos noves me dava um nó na cabeça, acho que até hoje sinto dificuldades se eu for fazer. Cravo descreve algo que aconteceu na infância ainda tem impacto na sua vida, portanto, há uma necessidade que essas dificuldades sejam sanadas para não serem repassadas para os alunos. Sobre todos os respondentes sobre a dificuldades da matemática na vida escolar observe o Gráfico 1. 40 Gráfico 1: Dificuldade em Matemática Enquanto Aluno Não Tiveram 25% Tiveram 75% Portanto, 75% dos alunos respondentes tiveram ou tem dificuldades em matemáticas trazidas durante sua vida escolar e 25% não tiveram dificuldades, sendo que muitas das vezes observamos que essas dificuldades vivenciadas pelos professores são repassadas para os alunos o que acaba virando um ciclo, onde alguns falaram que o docente mostrará a necessidade de a matemática no cotidiano ou fazer relação delas com as vivências dos alunos o que pode acabar fazendo que os alunos percam o interesse pela disciplina. É dramático constatar que o número de alunos com reais problemas de aprendizagem são bem ma ior do que se poderia esperar. Justamente por não terem tido suas dificuldades iniciais prontamente atendidas, por sua vez desenvolveram vínculos negativos como objeto de conhecimento e passaram, efetivamente a ter problemas para aprender (SCOZ, 2002, p.151) É evidente que quando as relações professor-aluno não são fornecidas para proporcionar um ambiente para uma aprendizagem necessária, as salas de aula podem se tornar monótonas, desagradáveis e chatas, levando a falhas de aprendizagem, pois, isso é muitas vezes causado pelo tédio que surge de salas de aula desinteressantes. (CASASSUS, 2008). Diante dos muitos problemas e dificuldades que constituem o ensino e a aprendizagem da matemática, é necessário que todos os educadores despertem o interesse pela prática comum a partir de fatores que estimulem a atenção dos alunos para o que é ensinado nas escolas. Das demais questões foi escolhida seis questões para analisarmos: a terceira que analisaremos sobre a matemática na graduação. Os resultados estão no Gráfico 2. Fonte: Feitosa, 2022. 41 Gráfico 2: Matemática na Graduação Não se Identificou Não Tiveram Como observamos no Gráfico 2, 50% que tiveram alguma disciplina, porém, não se identificaram com a disciplina enquanto aluna (o) da graduação, sendo que 50% dos professores não tiveram nem se quer uma disciplina de matemática. A falta da disciplina ou mesmo a não identificação com ela poderá acarretar num desenvolvimento superficial, ou monótono. Logo para ensinar matemática de forma mais eficaz no procedimento de aprendizagem, há um fator que não pode ser ignorado: os professores precisam dominar o conteúdo e ter clareza sobre o que obter com o objetivo. Para Casassus (2008, p. 28) “para transmitir o gosto pelo conhecimento, um professor precisa dominar os conteúdos de sua disciplina”. Desta forma fica evidente a necessidade de uma formação continuada em matemática para que o docente consiga dominar os conteúdos que deverão por ele ser ministrado. Logo, “a formação inicial não prepara o aluno “com as competências necessárias" para toda a sua vida profissional. A formação inicial é uma etapa no processo de desenvolvimento profissional.”
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