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Aula 4 - Criação de Contextos Favoráveis − Criando contextos favoráveis O conhecimento organizacional e o interorganizacional são essenciais para o desenvolvimento de uma instituição, por isso a promoção de um ambiente favorável a trocas de conhecimento entre pessoas e organizações é necessário, ainda que haja diversas barreiras a serem vencidas para que isso aconteça. Uma empresa é formada e existe por causa de pessoas, logo, desde os fundadores até o mais recente profissional contratado, o conhecimento está presente na organização. Assim, o capital intelectual é o que mantém a competividade e a produtividade que atende às necessidades e às expectativas dos clientes. Portanto, um ambiente favorável é aquele que valoriza e gerencia seu capital intelectual. − Gestão do capital intelectual Capital intelectual refere-se ao conjunto de ativos intangíveis de uma organização que contribui para seu valor e desempenho, mas que não está refletido diretamente em seus balanços patrimoniais tradicionais – justamente por não ser tangível. Esses ativos intangíveis são compostos principalmente por conhecimento, habilidades, experiências e relacionamentos que residem nos indivíduos da organização, bem como em processos, sistemas e cultura organizacional. O capital intelectual pode ser categorizado em três principais componentes: 1. Capital humano: refere-se ao conhecimento, às habilidades, às experiências e às capacidades dos funcionários da organização. Isso inclui educação formal, treinamento, expertise técnica e profissionalismo. O capital humano é essencial para a realização das operações diárias, para a inovação e para a criação de valor. 2. Capital estrutural: envolve sistemas, processos, tecnologias e cultura organizacional, componentes que facilitam a criação, o compartilhamento e a aplicação do conhecimento dentro da organização. Isso inclui sistemas de informação, bases de dados, procedimentos operacionais, políticas e valores organizacionais. O capital estrutural fornece a infraestrutura e o ambiente necessários para alavancar o conhecimento humano de forma eficaz. 3. Capital relacional: refere-se aos relacionamentos e às conexões da organização com stakeholders externos, como clientes, fornecedores, parceiros, investidores e comunidades. Esses relacionamentos podem fornecer acesso a recursos, informações, oportunidades de negócios e suporte que são críticos para o sucesso e a sustentabilidade da organização. Ao reconhecer e investir em seus ativos intangíveis, as organizações podem desenvolver vantagens competitivas sustentáveis, impulsionar a inovação e a criatividade e melhorar sua capacidade de adaptação em um ambiente empresarial em constante mudança. Além disso, o capital intelectual é cada vez mais valorizado pelos investidores e por outras partes interessadas como um indicador-chave de desempenho e potencial de crescimento de uma organização. Gerenciar o capital intelectual de uma organização envolve diversas práticas e estratégias destinadas a identificar, desenvolver, proteger e aproveitar os ativos intangíveis da empresa. Alguns processos e práticas inerentes à gestão efetiva do capital intelectual podem se apresentar de diferentes formas, conforme apresentado a seguir: • Identificação e avaliação dos ativos intangíveis: envolve a identificação dos ativos intangíveis com valor para a organização, como conhecimento dos funcionários, propriedade intelectual, relacionamentos com clientes e reputação da marca. • Criação de uma cultura de compartilhamento e aprendizagem: uma cultura organizacional que valoriza o compartilhamento de conhecimento e experiências entre os funcionários facilita a troca de ideias e o aprendizado contínuo. • Desenvolvimento de sistemas e processos para capturar e armazenar conhecimento: sistemas de gestão do conhecimento que facilitam a captura, a organização e o acesso a informações e experiências são de grande relevância dentro da organização. Isso pode incluir bancos de dados, intranets e outras ferramentas colaborativas. • Investimento em desenvolvimento de funcionários: treinamento e desenvolvimento para capacitar os funcionários e melhorar suas habilidades e conhecimentos são indispensáveis. Exemplos: programas de mentoria, workshops, cursos de capacitação e oportunidades de rotação de cargos para promover o aprendizado e o crescimento profissional. • Proteção da propriedade intelectual: é importante garantir que os ativos intelectuais da organização sejam protegidos adequadamente por meio de patentes, direitos autorais, marcas registradas e acordos de confidencialidade. Isso ajuda a evitar a perda ou o uso não autorizado de informações valiosas. • Integração do capital intelectual na estratégia empresarial: é importante que o capital intelectual faça parte. Integrar, por exemplo, o capital intelectual na formulação da estratégia empresarial, identificando como os ativos intangíveis podem ser alavancados para criar valor, impulsionar a inovação e alcançar os objetivos organizacionais são ótimos exemplos. • Monitoramento e avaliação do desempenho: o estabelecimento de métricas e indicadores- chave de desempenho (KPIs) para monitorar e avaliar o uso e a eficácia do capital intelectual ao longo do tempo permite ajustar estratégias e iniciativas conforme necessário para maximizar o retorno sobre o investimento em ativos intangíveis. Ao adotar essas práticas de gestão do capital intelectual, as organizações podem melhorar sua capacidade de inovar, adaptar-se às mudanças do mercado e manter uma vantagem competitiva sustentável no longo prazo. − Vamos Exercitar! Vamos exercitar os conteúdos discutidos ao longo desta aula? Para tanto, vamos utilizar como ponto de partida o questionamento apresentado a seguir: Como uma organização pode operacionalizar uma estratégia abrangente de gestão do capital intelectual com o objetivo de obter um melhor aproveitamento do conhecimento e da experiência de seus colaboradores? Perceba que a resposta a essa pergunta não diz respeito somente às estratégias, aos processos e às práticas de gestão do capital intelectual, mas implica também uma análise constante do desenvolvimento e da manutenção de um contexto favorável para preservar esse conhecimento, além de evitar que problemas individuais e organizacionais atrapalhem. Sendo assim, é importante que algumas reflexões sejam realizadas: • Há barreiras a serem ultrapassadas na criação do conhecimento. Quais são elas? • Como promover um ambiente favorável à criação do conhecimento? • Há influência dos colaboradores na formação do conhecimento? • Quais são as barreiras que podem ser de origem organizacional? Ao se identificar as barreiras individuais e organizacionais que podem influenciar esse processo, é possível organizar um ambiente favorável de forma que a gestão do conhecimento seja uma realidade. Empresas que pretendem inovar, crescer de maneira sustentável e competir em um mercado cada vez mais acirrado não podem prescindir da criação, da divulgação e do uso do conhecimento gerado. Esse é certamente um diferencial para as organizações independentemente do porte ou tipo de negócio. Dessa forma, ao se valerem da gestão do conhecimento, estarão mais aptas a concretizarem as novas oportunidades quando surgirem. Como você responderia a tais questões? Para isso, é necessário pensar em quais são as dificuldades que impedem de o conhecimento ser formado e compartilhado. Até que ponto a empresa é responsável por essas barreiras e como pode fazer sua parte, evitando que surjam?