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Revisão II- Direito de família
Casamento inexistente
- Diversidade de sexo (questão superada)
Imagine-se o exemplo mais comum de transexualidade, qual seja, o de uma pessoa de sexo
ou gênero masculino que quer ser do sexo ou gênero feminino. Após todos os trâmites
médicos e legais, essa pessoa faz a cirurgia de adequação do sexo e consegue alterar o seu
nome e a indicação de sexo ou gênero perante o registro civil. Por certo é que essa pessoa
passa a ser do gênero feminino.
- A dúvida que surge é a seguinte: essa nova mulher poderá se casar com um homem?
Em hipótese alguma se pode falar em inexistência desse casamento contraído, até porque a
tese do casamento inexistente entre pessoas do mesmo sexo foi superada.
Resta saber se o transexual ainda tem o dever de informar o outro nubente do seu estado
anterior quando da iminência do casamento. Como antes afirmamos, tratar-se-ia de um dever
anexo, relacionado com a boa-fé objetiva, que também merece ser aplicada às relações
familiares. Sendo assim, a quebra desse dever anexo poderia gerar a anulabilidade do
casamento por erro quanto à identidade do outro nubente (art. 1.550, inc. III, c/c o art. 1.557,
inc. I, do CC).
- Dúvida: se houver fraude no registro, em caso de casamento entre homossexuais, em que
uma das partes apresente-se travestido de mulher acompanhado de documentos falsos. Nesse
caso, levando em consideração a fraude no registro devido aos documentos falsos, o
casamento inexiste? Não, o casamento não é inexistente, mas pode gerar anulabilidade
considerando o erro quanto a identidade do nubente.
- Ausência de vontade
Ilustre-se com os casamentos celebrados por uma das partes estando sedada, drogada ou
hipnotizada. Os exemplos, como se nota, têm reduzida aplicação prática. O Tribunal do Rio
de Janeiro aplicou a ideia à situação em que o nubente se apresentava em situação de
debilidade emocional quando da celebração do casamento (TJRJ, Acórdão 4091/1995, 6.ª
Câmara Cível, Rel. Des. Pedro Ligiero, j. 24.09.1996).
- Autoridade absolutamente incompetente
Em relação a matéria, nos casos de casamento celebrado por juiz de direito – nas hipóteses
em que o juiz de paz ou de casamento for a autoridade competente –, por promotor de justiça,
por delegado de polícia, somente perante a autoridade eclesiástica – sem a conversão em
casamento civil ou perante uma autoridade local. Como autoridade local, podem ser citados
os casamentos celebrados pelos coronéis e fazendeiros, pelo interior do Brasil no passado.
Casamento nulo
A título de exemplo, imagine-se o seguinte caso: A e B, marido e mulher, vendem um imóvel
a C, que o adquire de boa-fé. O casamento dos primeiros é declarado nulo por sentença
judicial, pois A já era casado. No caso em questão, mesmo havendo essa nulidade, o que
geraria eventual partilha do bem, a venda deve ser reputada válida, já que celebrada com
boa-fé por C. O cunho social da norma é indeclinável, seguindo toda uma tendência de
proteger aquele que age bem, movido pela boa-fé.
Determina o referido comando legal que essa sentença com efeitos retroativos não poderá
“prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem resultante de
sentença transitada em julgado”.
Dois institutos são aqui protegidos: a boa-fé objetiva (daquele que adquiriu direitos com boa
conduta – v.g., adquirente de um imóvel que pagou o preço com total pontualidade) e a coisa
julgada.
Casamento anulável

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