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Aracaju/2024 Profs. Gabriel Pereira e Paloma Rosa Cotovelo Caso Orientador 2 Dona Maria Joaquina, de 50 anos, é moradora do município de Cruz Credo, que fica vizinho à Nossa senhora dos Alunos perdidos. Ela trabalhou como lavradora durante 40 anos, até que, no final de 2023 teve que se afastar do trabalho por conta das dores que sentia nas regiões de cotovelos, mãos e punhos. Por recomendação médica, procurou a fisioterapeuta, Dra. Hermínia, na clínica FisioLifeCor. Durante a anamnese, dona Maria relatou que pela manhã sentia dificuldade em realizar extensão e supinação de cotovelo, além disso também referiu sentir, os dedos “duros”, e que só conseguia “amolecer” depois de umas 2h fazendo exercício. Além disso, referiu EVA 7 nas mãos e punhos e EVA 9 em cotovelo D, com piora da dor nos dias frios. Havia sinais de deformidade articular no dedo mínimo de ambas as mãos, com edema nas articulações interfalangianas. Os exames de imagem eram sugestivos de erosão articular. Dona Maria queixou-se que não conseguia fazer suas atividades domésticas com destreza, pois derrubava objetos no chão com facilidade. Também estava começando a ter dificuldade para vestir roupas e pentear os cabelos. Feita a avaliação, Dra. Herminia a princípio, utilizou como recurso de tratamento o “banho de contraste”. Posteriormente, foram feitas técnicas analgésicas, com uso de eletroterapia para analgesia. A paciente foi explicada quanto aos objetivos do tratamento fisioterapêutico, bem como foi explicado que no dia seguinte, iria iniciar os atendimentos utilizando também recursos cinesioterapêuticos. Cotovelo Cotovelo Uma das principais articulações do membro superior; Considerada uma articulação estável; Constituída por 3 ossos - úmero, radio e ulna; Articulação em dobradiça. Cotovelo Úmero: Epicôndilo lateral, epicôndilo medial, tróclea. Cotovelo – Articulações Flexão e Extensão Pronação e Supinação Cotovelo – Articulações Biomecânica • Ângulo de carregar –5º a 10º Mulheres é maior Variações durante a ADM do cotovelo ??? Ponto máximo: extensão total Cotovelo – Articulações • Ligamentos –Anular –Ligamento Colateral Ulnar (LCM) –Ligamento Colateral Radial (LCL) Cotovelo – Articulações Músculos e funções • Braquial –Flexão do cotovelo • Braquiorradial –Flexão do cotovelo • Bíceps Braquial –Flexão e supinação do cotovelo, auxilia a flexão de ombro • Supinador –Supinação do antebraço • Tríceps e ancôneo –Extensão do cotovelo • Pronador Redondo e Pronador Quadrado –Pronação do antebraço Cotovelo – Articulações Músculos que agem sobre o punho • Extensão do punho (epicôndilo lateral) –Extensor radial curto do carpo – Extensor comum dos dedos – Extensor ulnar do carpo – Extensor do dedo mínimo • Flexão do punho (epicôndilo medial) –Flexor radial do carpo –Flexor ulnar curto do carpo –Flexor superficial dos dedos –Palmar longo Cotovelo – Articulações Cotovelo – Biomecânica Tipos de parada: • Aproximação e compressão de tecidos moles (mole) –Flexão • Aposição óssea (dura) –Extensão • Tensão de tecidos conjuntivos (Alongamento tecidual) –Prono-supinação Cotovelo – Biomecânica As limitações da extensão • Apoio do olécrano na fossa olecraniana • Tensão da parte anterior da cápsula articular • Resistência dos flexores (bíceps, braquial e braquiorradial) • Se forçada a extensão: fratura do olécrano e rompimento capsular e ligamentar Cotovelo – Biomecânica As limitações da flexão • Flexão ativa: contato da massa muscular –Apoio ósseo e capsular não intervém • Flexão passiva: contato da massa muscular, apoio da cabeça radial na fossa supra condiliana e da coronóide na fossa supratroclear • Tensão da parte posterior da cápsula e tensão passiva do tríceps Cotovelo – Biomecânica As limitações da flexão • Flexão ativa: contato da massa muscular –Apoio ósseo e capsular não intervém • Flexão passiva: contato da massa muscular, apoio da cabeça radial na fossa supra condiliana e da coronóide na fossa supratroclear • Tensão da parte posterior da cápsula e tensão passiva do tríceps Avaliação - História Clínica Qual é a idade e a profissão do paciente? Qual foi o mecanismo de lesão? O paciente sentiu um “estalido” quando ocorreu a lesão? Há quanto tempo o paciente tem o problema? Quais são os locais e limites da dor do paciente? Há quaisquer atividades que aumentem ou diminuem a dor? Avaliação - História Clínica Há quaisquer posições que aliviam a dor? Há qualquer indicação de deformidade, equimose, atrofia ou espasmo muscular? Há movimentos prejudicados? O que o paciente é capaz de fazer funcionalmente? O paciente tem qualquer histórico de lesão por excesso de uso ou trauma? Avaliação – Observação e triagem A avaliação de triagem rápida de um paciente é um componente importante, fornecendo uma idéia do estado do paciente; Observar a postura corporal completa, especialmente a área do pescoço e ombro, quanto a uma possível referência dos sintomas (exploração das artic. periféricas do membro superior); Avaliação geral para determinar que procedimentos específicos de avaliação estão indicados. Inspeção Exame das faces anterior medial e lateral do cotovelo; Contornos ósseos e de tecidos moles do braço e antebraço devem ser comparados em ambos os membros superiores, e qualquer desvio deve ser observado; Observar qualquer tumoração ou derrame articular localizado; Verificar alterações vasomotoras, sudomotoras, pilomotoras e tróficas; Observar posição normal de função do cotovelo: é de 90° de flexão com o antebraço entre a supinação e a pronação; Observar o ângulo de carregamento e deformidades. Palpação Face Anterior (fossa cubital, artéria braquial, tendão do bíceps, processo coronóide e cabeça do rádio); Face Medial (epicôndilo medial, ligamento colateral medial e o nervo ulnar); Face Lateral (epicôndilo lateral, ligamento colateral lateral); Face Posterior (processo do Olécrano, músculo tríceps). Figura 5 - Úmero, Olécrano e Cabeça do Rádio Palpação Mobilidade dos Segmentos Triagem para amplitude de movimento: Consiste em determinar onde e se é necessária uma avaliação goniométrica específica; Se forem identificadas limitações na amplitude de movimento articular, deverá ser realizado um teste goniométrico específico para se obter um quadro das restrições, estabilização e registro das limitações. Mobilidade dos Segmentos Mobilização Movimentos Ativos: Quantidade de movimento articular realizada por um indivíduo sem qualquer auxílio. Objetivo: o examinador tem a informação exata sobre a capacidade, coordenação e força muscular da amplitude de movimento do indivíduo. Mobilidade dos Segmentos Mobilização Movimentos Passivos: Quantidade de movimento realizada pelo examinador sem o auxílio do indivíduo. A ADM passiva fornece ao fisioterapeuta a informação exata sobre a integridade das superfícies articulares e a extensibilidade da cápsula articular, ligamentos e músculos (Levangie & Norkin, 1997). Movimento Ativo O fisioterapeuta deve observar: Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor; Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor; A quantidade de restrição observável; O padrão de movimento; O ritmo e a qualidade do movimento; O movimento das articulações associadas; Qualquer limitação e sua natureza. Extensã (Ativo Resistido) Pronação (Ativo Resistido) Supinação (Ativo Resistido) Movimento Passivo O fisioterapeuta deve observar: Quando e onde, durante cada um dos movimentos, ocorre o início de dor; Se o movimento aumenta a intensidade e a qualidade da dor; O padrão de limitação do movimento; A sensação final do movimento; O movimento das articulações associadas; A amplitude de movimento disponível. Goniometria Método para medir os ângulos articulares do corpo; É utilizado pelos fisioterapeutas para quantificar a limitação dos ângulos articulares, decidir a intervenção fisioterapêutica mais adequada e, ainda documentara eficácia da intervenção. Goniometria Informações dos dados goniométricos Determinar a presença ou não de disfunção; Estabelecer um diagnóstico; Estabelecer os objetivos do tratamento; Direcionar a fabricação de órteses; Avaliar a melhora ou recuperação funcional; Modificar o tratamento; Realizar pesquisas que envolvam a recuperação de limitações articulares Goniometria Amplitude Articular- Goniometria Flexão do Cotovelo É uma articulação em dobradiça uniaxial. O movimento teste ocorre no plano sagital. O movimento de extensão é considerado o retorno da flexão; Amplitude Articular: 0-145°(Marques, 2003; Palmer & Apler, 2000) 0-140°/150° (Magee, 2002). Precauções Evitar a flexão da articulação do ombro; Observar a posição do antebraço se não estiver na posição anatômica. Supinação Radioulnar O movimento-teste de supinação nas artic. radioulnares ocorre no plano transverso; Amplitude articular: 0°-90° (Marques,2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-85/90° (Magee, 2002). Precauções Manter o cotovelo próximo da parte lateral do tronco; Evitar a flexão lateral do tronco para o mesmo lado da mensuração; Evitar a adução e a rotação lateral da artic. do ombro. Goniometria Pronação Radioulnar O movimento-teste de pronação nas artic. radioulnares ocorre no plano transverso; Amplitude articular: 0°-90° (Marques, 2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-85/90° (Magee, 2002). Goniometria Precauções Manter o cotovelo próximo da parte lateral do tronco; Evitar a abdução e a rotação medial do ombro; Evitar a flexão lateral do tronco para o lado oposto. Movimentos do Jogo Articular O teste para folga articular determina a integridade da cápsula; A folga articular deve ser sempre avaliada na posição destravada (decoaptação aberta) na qual a frouxidão da cápsula e dos ligamentos é maior e o contato ósseo é menor. Desvio radial da ulna e rádio sobre o úmero; Desvio ulnar da ulna e rádio sobre o úmero; Distração do olecráno do úmero em 90° de flexão; Deslizamento ântero-posterior do rádio sobre o úmero. Princípios dos Testes de comprimento muscular A finalidade da avaliação do comprimento muscular (flexibilidade) consiste em determinar se a ADM que ocorre em uma articulação é limitada ou excessiva em virtude das estruturas articulares intrínsecas ou dos músculos que cruzam as articulações; O comprimento do músculo é determinado pela distância entre as extremidades proximal e distal do músculo, sendo medido por seu efeito sobre a ADM da articulação. Testes de comprimento muscular Músculos Flexores do Cotovelo: Braquial e Bíceps do braço; Músculos Extensores do Cotovelo: Tríceps Braquial e Ancôneo. Testes de comprimento muscular Músculos Flexores do Cotovelo: Braquial e Bíceps do braço; Músculos Extensores do Cotovelo: Tríceps Braquial e Ancôneo. Testes Musculares Manuais Parte integrante do exame físico, fornecendo informações úteis no diagnóstico diferencial, prognóstico e tratamento de patologias musculoesqueléticas e neuromusculares; A avaliação da força muscular manual deve ocorrer quando forem descartadas outras limitações articulares ou musculares (encurtamentos) impedindo ou dificultando o movimento. Testes Musculares Manuais Braquial, bíceps do braço, braquiorradial, pronador redondo e flexor ulnar do carpo (flexão do cotovelo); Tríceps Braquial e Ancôneo (extensão do cotovelo); Supinador e bíceps do braço (supinação do antebraço); Pronador quadrado, pronador redondo e flexor radial do carpo (pronação do antebraço). Testes Musculares Manuais Testes Musculares Manuais Testes Musculares Manuais Avaliação Funcional A amplitude completa dos movimentos do cotovelo não é necessária para a execução das atividades diárias, podendo ser realizadas entre 30° e 130° de flexão e entre 50° de pronação e 50° de supinação; Formulário de Avaliação de escore numérico. Inclui um componente funcional. ”Functional evaluation of the elbow” (DeMorrey, B.F, Chao, E. Y. S. The Elbow disorders, 1985) Testes Clínicos Especiais Teste ligamentar (teste para instabilidade ligamentar); Teste para epicondilite lateral; Teste para disfunção neurológica (sinal de Tinel). Figura 16 - Teste Ligamentar: Varo Figura 17 - Teste Ligamentar: Valgo Testes Clínicos Especiais Teste para epicondilite lateral. Epicondilite Causa mais comum de dor no cotovelo; Síndrome dolorosa localizada na região do epicôndilos; Repetição de uma tração contínua – microrrupturas nos tendões; Epicondilite Epicondilite lateral: Tendões dos músculos extensores do punho; Epicondilite medial: Tendões dos músculos flexores do punho; Parte lateral (cotovelo de tenista)/parte medial (cotovelo de golfista); Epicondilite Parte lateral (cotovelo de tenista)/parte medial (cotovelo de golfista); Epicondilite Acomete principalmente trabalhadores entre a quarta e quinta décadas de vida; Pacientes jovens, atletas e que praticam intensamente atividades esportivas (5%); Pacientes que exercem atividades de repetição ou esforços intensos isolados, no trabalho ou em casa. Fisiopatologia Degeneração dos tendões; Associada a esforços de tração do músculo; Rupturas microscópicas nas fibras do tendão; Necrose devido à falta de irrigação sanguínea. Estágios Estágio 1 - Inflamatório, reversível e sem alteração patológica; Estágio 2 - degeneração angiofibroblástica. Estágio 3 - caracterizado pela tendinose associada à alteração estrutural (ruptura tendinosa); Estágio 4 - além das alterações do estágio três, encontra-se a presença de fibrose e calcificação. Quadro Clínico Dor localizada, que pode irradiar para o antebraço; Dor à palpação; Perda funcional; Parestesia. Tratamento Fisioterapêutico Flexão Extensão A fisioterapia é um método eficaz no tratamento; Alongamento; Fortalecimento progressivo da musculatura do punho (flexores e extensores); Eletroterapia – TENS, Ultrasson e Laser; Tratamento Fisioterapêutico Crioterapia; Exercícios funcionais; Órteses. image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.jpeg image9.png image10.png image11.png image12.jpg image13.png image14.jpg image15.jpg image16.jpg image17.jpg image18.jpg image19.jpg image20.jpg image21.jpg image22.jpg image23.jpg image24.jpg image25.jpeg image26.jpeg image27.jpg image28.jpg image29.jpeg image30.jpeg image31.png image32.png image33.png image34.png image35.png image36.png image37.png image38.png image42.png image39.png image40.png image41.png image43.png image44.png image45.png