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A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, incluindo os que concernem aos meios digitais, sejam de pessoa natural ou de pessoa jurídica (de direito público ou de direito privado), com o especial objetivo de proteger os direitos fundamentais, de índole constitucional, quanto à liberdade, à privacidade e quanto ao livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. Pode-se dizer, sem dúvidas, que a LGPD estrutura um corpo de normas (regras e princípios) dedicados a estruturar parte substancial, senão imprescindível, do então chamado Direito Cibernético. A LGPD estabelece regras e princípios com elevado rigor. O campo de sentido dessas normas está relacionado à conformação entre postulados atinentes à órbita econômica e a direitos de ordem personalíssima. Logo, a LGPD traz como fundamentos algumas bases como: Respeito a privacidade Autodeterminação informativa Liberdade de expressão Proteção e resguardo dos direitos humanos Seu alcance é extraterritorial, isto é, possui efeitos internacionais, à medida que se “aplica também aos dados que sejam tratados fora do Brasil, desde que a coleta tenha ocorrido em território nacional, ou por oferta de produto ou serviço para indivíduos no território nacional ou que estivessem no Brasil” (PECK, 2021, p. 17). Shuterstock Direito Cibernético Lei Geral de Proteção De Dados (LGPD) Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Precisamos conhecer os requisitos para o tratamento de dados pessoais, tema que vem disciplinado no Capítulo II da LGPD (BRASIL, 2018a), no art. 7º da lei. Isso somente poderá acontecer em algumas hipóteses especí�cas. O requisito mais importante (um verdadeiro pressuposto) é o fornecimento de consentimento pelo titular. O consentimento, segundo a LGPD, é a “manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados pessoais para uma �nalidade determinada” (BRASIL, 2018a, p. 60). Saiba Mais Outro tema correlato, de fundamental importância, e que, por conseguinte, merece cuidado redobrado, é quanto ao tratamento de dados pessoais sensíveis. São dados que estejam relacionados a características da personalidade do indivíduo e suas escolhas pessoais, tais como origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, �liação a sindicato ou a organização de caráter religioso, �losó�co ou político, dado referente a saúde ou a vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural. — PECK, 2016, p. 16 “ ” Nesses casos, o tratamento somente poderá ocorrer em algumas hipóteses especiais, sobretudo, quando houver consentimento especí�co do titular ou de seu representante legal e desde que para �nalidades também especí�cas. Por �m, é preciso destacar o tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes. O tema está regulado no art. 14 da LGPD e merece análise detida. Na espécie, o tratamento de dados de crianças e de adolescentes ocorre mediante consentimento especí�co e, em destaque, dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal. Por outro lado, “é possível realizar a coleta de dados independentemente de consentimento, porém esse dado deve ser utilizado somente dentro de seu propósito”. Esses casos englobam situações nas quais a coleta é necessária para contatar os pais ou o responsável legal, por exemplo, e nas quais os dados sejam utilizados uma única vez e sem que sejam armazenados. Com isso, encerramos esta webaula! Agora, já estamos bem inseridos na LGPD, no coração do Direito Cibernético. Vamos em frente!