Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ORÇAMENTO PÚBLICO. Conceito É o cálculo da receita que se deve arrecadar num exercício financeiro e das despesas que devem ser realizadas pela administração pública, organizado obrigatoriamente pelo executivo e submetido à aprovação das respectivas câmeras legislativas. Objetivo Utilização como instrumento para viabilização financeira e consequentemente a materialização do conjunto de ações e objetivos que foram planejados, visando o melhor atendimento e o bem estar da coletividade. No Brasil, o plano não é impositivo, ou seja, não tem obrigatoriedade em ser cumprido em sua totalidade. Mas não podem ser realizadas ações que estejam fora do planejamento. Tipos Tradicional Base-zero Desempenho Funcional Orçamento-programa: dividido em programas de ações a serem executadas Aspectos Político: revela quais problemas e necessidades são supridos Econômico: aprecia os efeitos recíprocos da política financeira e da conjunta econômica e como utilizá-los Técnico: envolve os estabelecimentos das regras práticas; classificação clara, metódica e racional das receitas/despesas Jurídica: estudo da natureza do documento orçamentário Classificações + Quanto ao número de anos: - Anual - Plurianual + Quanto à categoria econômica: - Corrente (custeio dia a dia da instituição) - Capital (grandes investimentos) + Quanto à destinação dos recursos: - Funcional - Desempenho - Programa Princípios Anualidade: o orçamento tem que estar dentro do exercício financeiro (um ano). No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, conforme disposto no art. 34 da Lei nº 4.320/64. Exceção: Plano Plurianual Exclusividade: só pode se referir a receitas e despesas Este princípio consta do texto constitucional desde 1926 e perdurou em todas as Constituições subsequentes. Na Constituição vigente tem a seguinte redação: Art. 165, § 8º: a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para a abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei. Exceção: créditos adicionais suplementares e autorização de crédito por antecipação de receita Unidade: o orçamento é uma peça única, tendo o orçamento de todas as secretariais, do gabinete do prefeito e as descentralizadas. No Brasil esse princípio se acha consagrado no art. 2º da Lei nº 4.320/64, que estabelece: A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios da unidade, (grifo nosso) universalidade e anualidade.” Acha-se expresso, também, no art. 165 da Constituição, cujo § 5º estabelece: A lei orçamentária anual compreenderá: I- o orçamento fiscal referente aos poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público; II- o orçamento de investimento das empresas ...; III- o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados. Universalidade ou Orçamento Bruto: todas as receitas e todas as despesas devem constar no orçamento (universalidade) em seus valores brutos (orçamento bruto). No ordenamento jurídico brasileiro o princípio se acha consagrado pelos arts. 2º e 6º da Lei nº 4.320/64: Art. 2º. A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade e Art. 6º. Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento [universalidade] pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções [orçamento bruto]. Não afetação (ou não vinculação) das Receitas: não se prende a receita a determinadas despesas. Ex: receitas previstas em lei Equilíbrio: não deve haver superestimação de valores No ordenamento jurídico pátrio esse princípio é acolhido pela Lei nº 4.320/64: (Art. 7º- Em casos de déficit [desequilíbrio orçamentário], a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender à sua cobertura), pelo art. 167 da Constituição, especialmente pelos seus incisos II, III e V, que insistem no equilíbrio entre os compromissos e as disponibilidades e entre as novas alocações e as fontes compensatórias, e por várias normas da LRF. Especialização: receitas/despesas não podem aparecer de forma genérica Sanches (2004, p.149), o define como: “Princípio orçamentário, de natureza complementar, segundo o qual as estimativas orçamentárias devem ser tão exatas quanto possível, a fim de dotar o Orçamento da consistência necessária para que esse possa ser empregado como instrumento de gerência, de programação e de controle.” Publicidade: depois de dada a aprovação e sanção, a decisão deve ser publicada em Diário Oficial. Francisco Glauber (2005, p.36) observa que: “Mais do que um princípio orçamentário, é um princípio constitucional que norteia todos os atos da administração pública, em complemento ao aspecto formal, incluindo os atos relativos a pessoal e os de natureza financeira, patrimonial e contábil. O maior objetivo desse princípio é oferecer o caráter informacional aos atos públicos, na busca da tão propalada transparência dos gastos públicos. Essa regra está prevista no artigo 37 da Constituição Federal, quando estabelece os princípios de administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.” No entendimento de Silva (1973, p.155), “a publicidade é um princípio básico da atividade do poder público no regime democrático, aplicando-se também ao orçamento, que é a peça fundamental da atividade governamental”. Requisitos Discriminação das despesas Proibição de transposição de recursos Sinceridade Equilíbrio por receitas e despesas no mesmo valor Ciclo Orçamentário (arts 22 e 23, Lei nº 4.320/64) Elaboração Estudo e Aprovação Execução - Controle - Fiscalização - Avaliação (analise das metas, verificar se foram alcançadas) Orçamento-programa Plano de trabalho no qual são previstas as receitas fixadas e as despesas a serem aplicadas durante o exercício financeiro, nas funções, programas, subprogramas, projetos e atividades governamentais. Põe em destaque as metas, os objetivos e as intenções do governo. A Constituição Federal de 1988 constitucionalizou o orçamento-programa no Brasil ao estabelecer a normatização da matéria orçamentária através do Plano Plurianual (PPA), da Lei de Diretrizes (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA). As principais características são: relações insumo-produto; alternativas programáticas; acompanhamento físico-financeiro; avaliação de resultados e gerencia por objetivos. Lei 4.320/63 e Decreto-Lei 200/67 Integração do planejamento com o orçamento-programa Informa quanto vai gastar e para que vai gastar A elaboração é baseada em: diretrizes; prioridades; estimativas reais de recursos; cálculo da real necessidade Principal critério de classificação é o funcional-programático Avaliação de resultados e gerencia por objetivos Ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta Finalidade: planejar os gastos públicos de acordo com as prioridades estabelecidas, evitando assim os dispêndios em programações empíricas. Etapas: + Planejamento – objetivos Elaboração por etapas de planos e programas e/ou objetivos e as intenções do governo a serem realizadas durante um período + Programação – atividades + Projeto – recursos de trabalho + Orçamentação – recursos financeiros Orçamento na Constituição Federal/1988 Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. Plano Plurianual (PPA) Base legal: Art. 165 (CF/88) § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes epara as relativas aos programas de duração continuada. [...]§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. Estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas que orientam a administração pública para as despesas de capital e para as despesas relativas aos programas de duração continuada e demais aplicações dos recursos. Abrange um período de 4 anos e corresponde à elaboração de projetos, orçamentos, cronogramas e previsões. *Diretrizes: linhas gerais (Ex.: redução das desigualdades sociais) *Objetivos: alvos que se pretendem atingir (Ex.: duplicação do nº de passageiros transportados pelo sistema metroviário até o final da década) *Metas: quantificação do que se pretende realizar (Ex.: construção de mais 300 salas de aula) Todos os demais planos e programas devem ser subordinados às diretrizes, objetivos e metas estabelecidos no PPA. Despesas de capital e outras delas decorrentes (correntes); Programas de duração continuada; Base orientadora; Vigência quadrienal; Diretrizes do governo; Investimentos não previstos; Prazos. É de iniciativa do Executivo que repassa o projeto para o Legislativo, que o analisa, aprova (com ressalvas ou não) e devolve ao Executivo para sansão. A CF não define forma de orientação na elaboração do PPA. Objetivos: Ampliação, renovação e expansão dos serviços públicos para suprir o aumento da demanda devido à expansão demográfica e evolução tecnológica. Organização por Programas: planejamento, orçamento e gestão por programas Transparência: tornar pública a execução para maior controle Parcerias: descentralização das ações do governo Avaliação: anual para compatibilizar alocação de recursos orçamentários com capacidade de execução. Conteúdo: + Base estratégica - análise da situação econômico-social - diretrizes, objetivos e prioridades do governo - previsão de recursos orçamentários e sua distribuição - diretrizes, objetivos e prioridades dos órgãos setoriais + Programas* - definição dos problemas a serem solucionados - definição dos objetivos a serem alcançados - conjunto de ações a serem realizadas *Programas são instrumentos de organização da ação governamental visando a conscientização dos objetivos pretendidos, mensurados por indicadores estabelecidos no PPA. Etapas de elaboração Definição da metodologia Adequação do órgão coordenador Desenvolvimento do sistema para elaboração do PPA Definição de diretrizes governamentais Treinamento de pessoal Audiência/Consulta pública Produção da base estratégica Sensibilização dos dirigentes Treinamento das técnicas Elaboração de programas Análise da consistência Consolidação do PPA Encaminhamento ao legislativo Execução/Acompanhamento do PPA Avaliação e revisão Requisitos para formulação de um programa: Ter como objetivo dar solução a um problema Ter seu objetivo explicitado de modo a permitir a mensuração dos resultados Possuir escala adequada a um gerenciamento eficaz Ter consistência com as diretrizes emanadas das orientações estratégicas do governo Estabelecer compatibilidade entre os dispêndios previstos e a disponibilidade dos recursos Tipos de programas: Finalístico: bens ou serviços ofertados diretamente à sociedade, podendo ser multissetorial De serviços ao Estado: bens ou serviços ofertados diretamente ao Estado por instituições criadas para esse fim De gestão de políticas públicas: para planejamento e formulação de políticas públicas setoriais, avaliação e controle dos demais programas. Por região. De apoio administrativo: contempla despesas tipicamente administrativas que não estão incluídas nos outros programas
Compartilhar