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FACULDADE MARTHA FALCÃO CAMPUS YCAMIABAS: UM REFÚGIO ESSENCIAL PARA MULHERES VÍTIMAS DE VIOL ÊNCIA DOMÉSTICA EM MANAUS AGLAUBERTO LIMA DOURADO JOÃO FRANCISCO ASSUNÇÃO PESSOA FERNANDA VASCONCELOS SANTOS WASHINGTON FERNANDES DE SOUZA RAYANE MOREIRA DA SILVA YASMIN IRENE CARNEIRO RAMUNCH SARA DOS SANTOS MACEDO MATHEUS LIMA BARKER SILVINO MARTINS DA SILVA NETO ORIENTADORA: TASSIA ALFAIA 2024 Manaus/AM A violência contra as mulheres é uma situação crítica que revela a desigualdade de gênero que consequentemente evidência as mulheres como minorias em diversas sociedades. Essa violência pode ocorrer de várias formas como: Na nossa sociedade atual ainda se mantém presente fatores que corroboram para a continuação desse ciclo de violência, machismo, patriarcado, discriminação, inconformidade de negação e a visão de mulher como uma posse. É importante promover políticas públicas eficazes para combater essa grande problemática e persistente violência contra à mulher. ➢ É a partir desse pensamento e fato que se desenrola a motivação acadêmica: A partir da constante persistência e desigualdades evidenciadas na nossa sociedade contra à mulher, nós estudantes de Direito da faculdade Martha Falcão viemos com a necessidade de evidenciar e destacar essa violência. Para então assim poder promover a conscientização e assegurar uma proteção e garantia para os direitos devidos à essas mulheres. Além de buscar soluções eficazes para apoiar as vítimas e prevenir a violência, visto que muitas mulheres se atentam somente a violência física. A demanda sócio comunitária é a necessidade de implementar políticas públicas eficazes, visto que a violência contra a mulher é bem decorrente. Isso se dá pelo fato de que muitas mulheres as vezes não têm o apoio e a conscientização da violência em si. ➢ Portanto é necessário: • Conscientização e exposto do que é, e sobre as formas de violência contra a mulher. • Assegurar o direito e informar quais são os direitos devido às mulheres. • Envolver a comunidade na discussão e prevenção sobre a violência contra a mulher, fazendo assim uma sociedade mais ativa e menos omissa. • Criação de mais centros de apoios e acolhimento, além de oferecimento de atendimento psicológico e jurídico. • Atendimento humanizado, pois se tratam de questões sensíveis. • Essas atividades, procuram não só a proteção das mulheres mas também uma mudança de visão social. Buscam uma forma de fazer as mulheres serem amparadas e se ter um enfoque estatal e social. A violência contra a mulher é uma questão social complexa e multifacetada, que infelizmente, possui diversas formas, nas quais todos os dias são feitas diversas vítimas, das mais várias formas, tais quais: Violência Física: Envolve agressões que causam dano corporal, como socos, tapas e outras formas de agressão. Muitas vezes, essa violência ocorre em relações íntimas, mas também pode ser perpetrada por estranhos. Violência Psicológica: Essa forma é menos visível, mas igualmente devastadora. Inclui ameaças, humilhações, controle excessivo e manipulação emocional, afetando a autoestima e a saúde mental da mulher. Violência Sexual: Engloba qualquer ato sexual sem consentimento, como estupro, assédio sexual e exploração sexual. Essa violência é uma violação grave dos direitos da mulher e pode deixar sequelas físicas e emocionais duradouras. Violência Patrimonial: Refere-se à destruição ou apropriação de bens da mulher, incluindo dinheiro, documentos e objetos pessoais. Essa forma de violência visa controlar financeiramente a mulher. Violência Moral: Envolve a difamação e a calúnia, causando danos à reputação da mulher. Esse tipo de violência pode ser perpetrado por parceiros, familiares ou até pela sociedade em geral. Violência Institucional: Ocorre quando instituições, como a polícia ou o sistema judiciário, falham em proteger as mulheres ou as tratam de forma discriminatória, perpetuando a violência. Essas formas de violência muitas vezes se interconectam, criando um ciclo difícil de romper. Combatê-las exige uma abordagem integrada que inclua educação, apoio às vítimas e mudanças nas normas sociais. ➢ Violência contra a mulher no Estado do Amazonas. No estado do Amazonas, o número de casos confirmados de violência contra mulher aumentou 42,9% em três anos -no período de 2021 a 2023. No último ano, 64% destes crimes aconteceram dentro da própria casa das vítimas. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP AM). Dados da SSP mostram que mulheres com idade entre 34 e 64 anos são as maiores vítimas do crime. Diariamente, a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) atende, em média, 60 mulheres vítimas de violência doméstica. No ano passado, foram registrados 37 feminicídios em todo o Amazonas. Deste total, somente uma medida foi concedida. Em mais de 90% dos casos, a vítima não havia pedido o benefício à Justiça. Em 2024, já há dois casos de violência contra a mulher que acabaram em morte. De acordo com a delegacia da mulher, nenhuma solicitou a MPU. Antes da criação da lei, as vítimas, mesmo indo à delegacia, voltavam a conviver com o agressor, até o julgamento do caso e decisão do juiz. Em muitos dos casos, o suspeito era sentenciado a pagar apenas uma cesta básica. Comparado ao cenário nacional, o Amazonas possui o menor número de mulheres que declaram conhecer a lei Maria da Penha. ➢ Principais objetivos a serem alcançados com este trabalho de extensão para a melhoria, e minimizar a violência doméstica contra a mulher. Nosso principal objetivo é trazer como benefício, a valorização das mulheres, onde elas poderão expressar seus sentimentos e necessidades, serem ouvidas, e a partir desse momento, em conjunto buscar uma solução para o problema, buscando sempre informa-las que existem algumas técnicas que podem ser realizadas com o intuito de contribuir para a solução e cura dos traumas causados, como por exemplo círculos de construção de paz, círculos reflexivos, mediação entre a vítima-ofensor e conferências familiares. Cientifica-las também, que existe a justiça restaurativa, que conta com o apoio de redes de atendimento e proteção à mulher, como delegacias especializadas, centros de referência, serviços de saúde e assistência social, objetivaremos sempre informar que a justiça restaurativa não exclui o sistema penal, ela apenas complementa buscando uma forma de resolver o conflito, pois o sistema penal nem sempre consegue ser eficaz e trazer um resultado satisfatório. Além disso, o sistema pode ser demorado, burocrático, e muito desgastante para as mulheres que estão em busca da justiça, tendo como meio a justiça restaurativa, que pode ser aplicada em qualquer fase do processo penal, desde que haja consentimento das partes e que não haja risco para a integridade da vítima. Contudo, mostraremos por meio de conversas informativas, que a justiça restaurativa é capaz de promover uma sociedade de paz e de respeito aos direitos das mulheres, enfatizando uma forma de fazer justiça para as que sofrem violência doméstica e familiar. Introduziremos um diálogo com a vítima, para que haja um entendimento da dor que foi causada, e servirá como forma de externalizar o problema, o que contribui para que seja tratada a integridade psíquica da mulher, que sofreu determinada violência. Deste aspecto, a intenção desse tipo de conversa vai muito além da penalização do agente, se trata da tentativa de solucionar as raízes do problema, com o diálogo informativo dentre as principais ferramentas a serem utilizadas. ➢ O verdadeiro significado das Ycamiabas, e o centro de acolhimento oferecido por elas à mulheres que sofrem com vários tipos de violência. O nome Ycamiabas,refere-se a uma tribo de mulheres guerreiras descrita em relatos e lendas durante o período colonial da América do Sul. Segundo essas narrativas, as Ycamiabas viveriam em uma região inexplorada e seriam conhecidas por sua força física, habilidades de combate e pela formação de uma sociedade matriarcal, em que as mulheres detinham o poder político e militar. Esses relatos geralmente descreviam as Ycamiabas como uma tribo de mulheres belas e valentes, que viviam sem a presença de homens. “Ycamiabas – Casa de Acolhimento para Mulheres”, na zona Sul, já se consolida como um dos mais importantes equipamentos socioassistenciais da capital amazonense no atendimento 24 horas a mulheres vítimas de violência. Administrada pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), a Ycamiabas é responsável por fornecer abrigo e atendimento psicossocial para mulheres e seus filhos que se encontram em situação de violência ou vulnerabilidade social. Iniciado o processo de acolhimento, tanto as mulheres atendidas quanto seus filhos são recebidos por uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, psicólogas e pedagogas para que o devido apoio seja prestado durante o período em que a família se encontrará no equipamento. O apoio acontece pelo projeto “Fortalecimento dos Serviços de Violência Baseada no Gênero que Salvam Vidas”, implementado pelo UNFPA com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O objetivo do projeto é fortalecer as capacidades das redes locais de prevenção e enfrentamento à violência baseada no gênero no Amazonas e em Roraima. Implementado desde 2021, o projeto atua com base em três eixos: o acesso à informação e prevenção à violência baseada no gênero, o fortalecimento dos serviços de proteção especializados, e a construção de capacidades e advocacy. Desde o início do projeto, mais de 60 mil pessoas foram alcançadas. O ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, participou do processo de consolidação da estrutura, fornecendo mobiliários e eletrodomésticos para a casa, além de apoio técnico no processo de estruturação do acolhimento institucional. O Abrigo Ycamiabas é uma instituição dedicada a acolher e apoiar mulheres vítimas de violência doméstica, proporcionando-lhes um ambiente seguro e acolhedor onde podem se recuperar e reconstruir suas vidas. Localizado em Manaus, Amazonas, o abrigo oferece uma estrutura multidisciplinar de atendimento, incluindo psicólogos, assistentes sociais, psicopedagogas, cozinheiras e advogados, todos comprometidos em fornecer suporte integral às mulheres abrigadas. ➢ Função do Abrigo Ycamiabas Acolhimento e Proteção: Oferecer abrigo seguro para mulheres em situação de vulnerabilidade, garantindo sua proteção contra agressores. Atendimento Psicossocial: Proporcionar acompanhamento psicológico e social para auxiliar na recuperação emocional e na reintegração social das vítimas. Apoio Jurídico: Fornecer orientação jurídica e assistência para que as mulheres possam exercer seus direitos e obter justiça. Capacitação e Reintegração: Desenvolver programas de capacitação profissional e educação para promover a independência e autonomia das mulheres. ➢ O Abrigo Yacamiabas, realiza projetos e palestras as abrigadas com a finalidade de: A conscientização sobre a violência doméstica e suas implicações, proporcionando apoio e informações às mulheres abrigadas no Ycamiabas, com foco na recuperação e reintegração social. Educação e Conscientização: Realizar palestras informativas para educar as mulheres sobre os diferentes tipos de violência doméstica, seus direitos e os recursos disponíveis para ajuda. Apoio Emocional: Oferecer sessões de apoio emocional e terapêutico para ajudar as vítimas a lidar com traumas e construir resiliência. Capacitação Profissional: Desenvolver oficinas de capacitação profissional para promover a independência financeira das mulheres. Fortalecimento da Rede de Apoio: Conectar as mulheres com serviços comunitários e redes de apoio para ampliar o suporte disponível. Palestras Informativas: Realizar pelo menos uma palestra mensal abordando temas como direitos das mulheres, recursos disponíveis, e estratégias de autoproteção. Distribuição de Panfletos Informativos: Produzir e distribuir 500 panfletos informativos sobre violência doméstica e recursos de apoio em diversos locais estratégicos. Sessões de Terapia em Grupo: Organizar sessões semanais de terapia em grupo, facilitadas por psicólogos especializados, para promover a cura emocional e a troca de experiências. Oficinas de Capacitação: Implementar ao menos três oficinas de capacitação profissional trimestrais, abrangendo habilidades como artesanato, culinária e tecnologia. Fortalecimento da Rede de Apoio: Estabelecer parcerias com pelo menos cinco organizações locais para garantir um suporte abrangente e contínuo às mulheres. ➢ Exemplos Inspiradores: Projeto Mãos que Acolhem: Um projeto similar que oferece oficinas de costura para mulheres em situação de vulnerabilidade, promovendo a geração de renda e a autoestima. Rede de Apoio Mulher Empoderada: Iniciativa que conecta mulheres a redes de apoio psicológico, jurídico e social, proporcionando um suporte integral e contínuo. Empoderar para Transformar: Programa de capacitação profissional para mulheres vítimas de violência, com foco em habilidades tecnológicas e empreendedorismo. ➢ Implementação do projeto de extensão Para alcançar esses objetivos e metas, o projeto contará com a participação ativa de 10 alunos, que serão responsáveis pela organização das palestras, produção dos panfletos, facilitação das oficinas e articulação com a rede de apoio. O trabalho será realizado em estreita colaboração com a equipe multidisciplinar do abrigo Ycamiabas, garantindo que todas as ações sejam alinhadas às necessidades e realidades das mulheres abrigadas. Este projeto não apenas busca fornecer informações e apoio prático, mas também empoderar as mulheres, permitindo que elas reconstruam suas vidas com dignidade e autonomia. Através dessa intervenção, esperamos fazer uma diferença significativa na vida dessas mulheres e contribuir para a erradicação da violência doméstica na comunidade.