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SERVIÇO SOCIAL
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NÁTILA AGUIAR DE OLIVEIRA 
)
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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER
 E AS FORMAS DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
)
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Vitória da Conquista
– Bahia 
2024
)
 (
NÁTILA AGUIAR DE OLIVEIRA 
)
 (
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER
 E AS FORMAS DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
)
 (
Trabalho de Conclusão de Curso
 apresentado
 como requisito parcial para a obtenção do título 
título Bacharel em Serviço Social. Em Nome do Curso de Serviço Social
Prof
essor da disciplina; Valquíria Aparecida Dias Caprioli
)
 (
Vitória da Conquista
– Bahia 
2024
)
 (
Dedico este trabalho...
)
agradecimentos
A Deus, pela minha vida, e por me permitir ultrapassar todos os obstáculos encontrados ao longo da realização deste trabalho.
Aos amigos e familiares, por todo o apoio e pela ajuda, que muito contribuíram para a realização deste trabalho.
Aos professores, pelas correções e ensinamentos que me permitiram apresentar um melhor desempenho no meu processo de formação profissional ao longo do curso.
A todos que participaram, direta ou indiretamente do desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, enriquecendo o meu processo de aprendizado.
 (
“
O ponto de partida de qualquer conquista é o desejo.
”
(
Napoleon Hill
)
)
DE OLIVEIRA, Nátila Aguiar. Violência doméstica contra a mulher e as formas de intervenção do serviço social. 2024. 21pg. Trabalho de Conclusão de Curso Serviço Social – Unopar, Tremedal, 2024.
RESUMO
No Brasil, nos últimos 20 anos, foram criados serviços voltados para a questão, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), uma unidade especializada para atender as mulheres vítimas de violência, as casas abrigo e os centros de referência multiprofissionais que tem o enfoco principalmente, a violência física e sexual por parceiros e ex-parceiros sexuais da mulher oferecendo atendimento: psicológico, serviço social, orientação e encaminhamentos jurídicos, a Defensoria Pública e os Núcleos Especializados da Mulher. Os serviços de saúde para atendimento dos casos de violência contra as mulheres, a Central de atendimento à mulher, entre outros. Perante a um tema tão pertinente, despertou-se o interesse para o desenvolvimento desse trabalho, baseado na seguinte questão: qual é o papel do assistente social no tocante a violência contra a mulher? Para a solução de tal questionamento tem se como objetivo geral realizar uma pesquisar bibliográfica acerca da violência doméstica contra a mulher na sociedade atual, e quais têm sido as intervenções do assistente social. E os objetivos específicos, caracterizar as formas de violência doméstica e suas consequências e avaliar a atuação do profissional de Serviço Social frente à violência contra a mulher. Para realização dessa pesquisa foi adotada a metodologia da pesquisa bibliográfica, em que o pesquisador faz uso de artigos científicos, reportagens, livros e outros materiais que sirvam de suporte para auxiliá-lo na realização de sua pesquisa. Enfim, o combate e a erradicação da violência contra a mulher dependem não somente da junção de recursos humanos e financeiros aplicados em diferentes áreas; mas também de vontade política e da pressão da sociedade; de conscientização sobre problemas que afetam os gêneros e da necessidade de superá-los, a fim de que se quebre o ciclo de violência contra a mulher e que alcancemos em breve a igualdade entre mulheres e homens e, principalmente, o respeito aos direitos das mulheres. 
Palavras-chave: Mulher. Serviço Social. Violência.
DE OLIVEIRA, Nátila Aguiar. Violência doméstica contra a mulher e as formas de intervenção do serviço social. 2024. 21pg. Trabalho de Conclusão de Curso Serviço Social – Unopar, Tremedal, 2024.
ABSTRACT
In Brazil, over the last 20 years, services have been created to address this issue, such as the Specialized Police Stations for Women (DEAM), a specialized unit to assist women who are victims of violence, shelters and multidisciplinary reference centers that focus primarily on physical and sexual violence by women's sexual partners and ex-partners, offering psychological care, social services, guidance and legal referrals, the Public Defender's Office and the Specialized Centers for Women. Health services to deal with cases of violence against women, the Women's Service Center, among others. Given such a pertinent topic, interest was aroused in developing this work, based on the following question: what is the role of the social worker with regard to violence against women? In order to answer this question, the general objective is to conduct a bibliographical research on domestic violence against women in today's society, and what interventions the social worker has been. The specific objectives are to characterize the forms of domestic violence and their consequences and to evaluate the actions of social service professionals in the face of violence against women. The methodology of bibliographic research was adopted to conduct this research, in which the researcher uses scientific articles, reports, books and other materials that serve as support to assist in carrying out his/her research. Ultimately, combating and eradicating violence against women depends not only on the combination of human and financial resources applied in different areas; but also on political will and pressure from society; on awareness of problems that affect both genders and the need to overcome them, in order to break the cycle of violence against women and to achieve equality between women and men and, above all, respect for women's rights.
Key-words: Woman. Social Service. Violence.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	 CRAM 
	Centros de Referência da Mulher
	DEAM
OMS
	Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher
Organização Mundial da Saúde 
	
	
	
	
	
	
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	13
2 DESENVOLVIMENTO	15
2.1VIOLENCIA CONTRA A MULHER E AS LEIS PARA COMBATE-LA	15
2.2 AS FORMAS DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA VIOLÊNCIA DOMESTICA CONTRA A MULHER	19
3 CONCLUSÃO	21
REFERÊNCIAS	23
INTRODUÇÃO
Atualmente vem ocorrendo muitas mudanças em nossa sociedade, mudanças tecnológicas, culturais, sociais junto a essas mudanças, a violência surgiu como um problema para os indivíduos e a sociedade, com suas diferentes manifestações, que cresce descontroladamente e assusta o país, constituindo-se em entrave nas relações humanas. 
A prática da violência é exercida pelo homem desde o princípio de sua existência na terra, por sua vez esta vem se apresentando de formas diferentes. A maioria das mulheres que sofrem violência intrafamiliar permanece calada durante muitos anos e geralmente nem chegam a denunciá-la.
A vergonha é um dos motivos para que essa mulher continue a sofre maus tratos, já que a violência destrói toda sua autoestima, liberdade e segurança de si mesmo, então se sentem humilhada por aquilo e não quer que outras pessoas saibam; o medo e as ameaças do agressor, pois a mulher também teme que ao denunciar, seu agressor fique com mais raiva e agrida ainda mais; a preservação dos filhos, ante a exposição pública dessa violência, pois ela teme que o agressor vá para a prisão, e isso cause constrangimentos sociais aos filhos.
Ao conviver com a violência, a mulher fica mais frágil, sente se inferior podendo desenvolver vários problemas de saúde, sem condição de proteger a si mesma ou aos seus filhos, além de provocar consequências emocionais devastadoras, muitas vezes irreparáveis, e impactos graves sobre a saúde mental sexual e reprodutiva da mulher. 
No Brasil, nos últimos 20 anos, foram criados serviços voltados para a questão, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), uma unidade especializada para atender as mulheres vítimas de violência, as casas abrigo e os centros de referência multiprofissionais que tem o enfoco principalmente, a violência física e sexual por parceiros e ex-parceiros sexuais da mulher oferecendo atendimento:psicológico, serviço social, orientação e encaminhamentos jurídicos, a Defensoria Pública e os Núcleos Especializados da Mulher. Os serviços de saúde para atendimento dos casos de violência contra as mulheres, a Central de atendimento à mulher, entre outros.
Perante a um tema tão pertinente, despertou-se o interesse para o desenvolvimento desse trabalho, baseado na seguinte questão: qual é o papel do assistente social no tocante a violência contra a mulher? 
Para a solução de tal questionamento tem se como objetivo geral realizar uma pesquisar bibliográfica acerca da violência doméstica contra a mulher na sociedade atual, e quais têm sido as intervenções do assistente social. E os objetivos específicos, caracterizar as formas de violência doméstica e suas consequências e avaliar a atuação do profissional de Serviço Social frente à violência contra a mulher. 
Despertou-se o interesse para realização desse trabalho de conclusão de curso mediante a prática de estagio como estudantes de Serviço Social, em campos de atuação diferentes. Almejando trazer um debate teórico que contribua para que o Serviço Social cresça enquanto profissão que se compromete com a questão social. 
Para realização dessa pesquisa foi adotada a metodologia da pesquisa bibliográfica, em que o pesquisador faz uso de artigos científicos, reportagens, livros e outros materiais que sirvam de suporte para auxiliá-lo na realização de sua pesquisa.  
Segundo Gil (1996), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Através da pesquisa bibliográfica foi possível consultar o que outros autores já haviam escrito sobre a base do tema escolhido e, além disso, perceber as divergências e as convergências de opiniões a respeito do tema proposto.
Segundo Gil (2002), a metodologia é composta pelo conjunto de técnicas de pesquisa utilizadas no decorrer do desenvolvimento do trabalho acadêmico. A pesquisa pode ser definida como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. Aqui, a metodologia pode ser compreendida pelo método, a descrição dos questionários, a metodologia de trabalho empregada, a análise e questões levantadas e os resultados da análise dos dados.
DESENVOLVIMENTO
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E as leis para combate-la
Ao falar de violência doméstica contra a mulher deve-se atentar que não se trata de um assunto novo. Pelo contrário, é antigo na sociedade e recorrente. Contudo, a novidade é o grau de importância a sua extinção, que tem sido dispensada para que haja uma construção da humanidade. 
De tal modo tem sido criadas leis que judicializa tal problema, entendendo que a judicialização nada mais é que a criminalização da violência doméstica e qualquer outro tipo de violência contra as mulheres. Não sendo estas apenas formadas pela letra, mas também, pela concretização de construções exclusivas, as quais o poder policial e jurídico pode ser acionado para proteger as vítimas e penitenciar os agressores. 
Diante de todo esse processo de violência contra a mulher, este assunto deve despertar o interesse da sociedade em geral, pois não atinge apenas uma classe social especifica, ou há um gênero, mais a todos, sendo necessária a criação de medidas interventivas para cessá-lo e que não haja mais a impunidade. Afinal, a mulher tem se apresentado cada vez mais presente na sociedade, fazendo papeis importantes em vários setores da mesma, e merecem serem assistidas por leis que as defendam.
Em agosto de 2006, no Brasil foi sancionada a Lei 11.340, denominada por Lei Maria da Penha, com o objetivo de aumentar e enfatizar a rigidez das penalidades para esse tipo de crime. 
A denominação da Lei Maria da Penha, é em razão de algo traumático e doloroso que aconteceu com a senhora Maria da Penha Maia Fernandes, em Fortaleza, Ceará. É uma violência praticada dentro de casa, usualmente entre marido e mulher. Por muito tempo, Maria da Penha sofreu agressões do seu marido, indo denunciar reiteradamente os acometimentos e não vendo efeito algum. 
Além das agressões, houve também, por duas vezes, tentativa de homicídio sendo que da primeira vez, Maria da Penha ficou paraplégica, após esse acontecimento, em pouco mais de uma semana, na segunda tentativa, seu marido, buscou eletrocutá-la por meio de uma descarga elétrica na hora do banho. Maria Berenice Dias em seu livro a Lei Maria da Penha na justiça (2007, p.13) narra a condenação sofrida pelo acusado:
Em 1991, o réu foi condenado pelo tribunal do júri a oito anos de prisão. Além de ter recorrido em liberdade ele, um ano depois, teve seu julgamento anulado. Levado a novo julgamento em 1996, foi-lhe imposta a pena de dez anos e seis meses. Mais uma vez recorreu em liberdade e somente 19 anos e 6 meses após os fatos, em 2002, é que M. A. H. V. foi preso. Cumpriu apenas dois anos de prisão. 
A Lei Maria da Penha trouxe avanços significativos permitindo a prisão preventiva do agressor, e também permite que o juiz determine o comparecimento do agressor a programas de reeducação, e proíbe o pagamento de fiança ou entrega de cestas básicas.
Criada em 7 de agosto de 2006, pelo ex presidente Luiz Inácio Lula da silva, a lei 11.340/2006 entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006, na época o Presidente Lula ao assinar a ratificação da Lei Maria da Penha, disse: Esta mulher renasceu das cinzas para se transformar em um símbolo da luta contra a violência doméstica do país. 
Maria Berenice Dias (2007, p. 21) critica o tratamento dispensado pelo direito brasileiro à violência doméstica antes do advento da Lei Maria da Penha, afirmando que:
Até o advento da Lei Maria da Penha, a violência doméstica não mereceu a devida atenção, nem da sociedade, nem do legislador e muito menos do judiciário. Como eram situações que ocorriam no interior do “lar, doce lar”, ninguém interferia. Afinal, “em briga de marido e mulher ninguém põe a colher”!
A lei fundou-se em normas e diretrizes consagradas na Constituição Federal, no artigo 226, na Convenção da Organização das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de violência contra a mulher e na Convenção Interamericana para Punir e Erradicar a Violência contra a mulher. Registre-se o admirável fundamento político-jurídico da lei.
Quando a violência é praticada em casa, por familiares, por pessoas que convivem no mesmo ambiente doméstico, mesmo que não sejam parentes ou pelo marido, companheiro ou companheira, a mulher agredida terá a proteção da Lei n° 11.340, que ficou conhecida como “Lei Maria da Penha” que foi uma das mais recentes conquistas pelas mulheres nessa área e contêm medidas especiais em caso de violência contra a mulher, porém ainda faltam diversas articulações para que seu direito seja efetivado.
Os avanços trazidos pela Lei Maria da Penha foram muitos, inclusão das agressões psicológicas, morais e patrimoniais como violência doméstica, todas as mulheres, independentemente de sua cor, idade, raça, condição social ou opção sexual são protegidas pela lei, não é mais a mulher quem entrega a intimação ao agressor, a vítima é informada sobre todo o processo que envolve o agressor, especialmente sobre sua prisão ou soltura, medidas de proteção para a vítima como afastamento do lar. 
Em março de 2015 foi sancionada a Lei 13.104/2015, a Lei do Feminicídio, que classifica como crime hediondo e com agravantes a violência contra a mulher, quando ela estiver em situações de vulnerabilidade: gravidez, menor de idade, na presença de filhos. 
O termo Feminicídio é aplicado a situações quando a agressão abrange violência doméstica e familiar, ou quando comprova desaprecio ou discriminação à condição de mulher, caracterizando crime por motivos de condição do sexo feminino. Feminicídio pode ser entendido como agressões feitas a uma mulher em seu ambiente familiar, de forma intencional, causando-lhe lesões que agrave seu quadro de saúde ocasionando a sua morte. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a violênciacomo uso intencional da força física ou poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (Valença, 2010).
O Brasil é um dos países que mais sofre com a violência doméstica, 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas a este tipo de violência, a cada 15 segundos, uma mulher é agredida no Brasil. 
Pelo menos uma em cada três mulheres ao redor do mundo sofre algum tipo de violência durante sua vida, à violência doméstica é a principal causa de morte e deficiência entre mulheres de 16 a 44 anos de idade e mata mais do que o câncer e acidentes de trânsito, cerca de 70% das vítimas de assassinatos do sexo feminino foram mortas por seus maridos ou companheiros. A violência atinge indistintamente mulheres de todas as classes sociais, raças e etnias, religiões e culturas.
Entrou em vigor nesta no dia 10 de outubro de 2024 a Lei 14.994/24, que acresce a pena de feminicídio e o torna um crime autônomo no Código Penal. Inclusive, ele era considerado uma ocasião agravante (qualificadora) do homicídio doloso. Com a medida, o feminicídio passa a considerar em um artigo específico no código, como o infanticídio ou o homicídio, com pena de 20 a 40 anos de reclusão. 
O objetivo da mudança é promover a classificação do crime e consentir que o feminicídio também tenha conjunturas qualificadoras. De acordo com a lei, a pena será acrescida de 1/3 até a metade se o crime for cometido. Todas as circunstâncias do crime serão conferidas também ao coautor ou participante do assassinato.
A nova lei teve origem em projeto (PL 4266/23) da senadora Margareth Buzetti (PSD-MT), aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, e sancionado sem vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A relatora na Câmara foi a deputada Gisela Simona (União-MT).
Em geral, o homem violento apresenta algumas características comuns: alcoolismo (álcool não só como circunstância, mas como hábito); desemprego (nível ocupacional reduzido); autoestima baixa; experiência com maus-tratos (as estatísticas colocam este fator entre os 40% e os 50% em termos de relação com essa prática); depressão; progressão da violência (a agressividade vai aumentando gradualmente, ao ponto de a violência, ao atingir o limiar físico, se juntar à violência psicológica); e precocidade (surgem algumas reações durante a juventude, como que predizendo o que vai suceder no futuro) (Costa, 2003).
2.2 AS FORMAS DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA VIOLÊNCIA DOMESTICA CONTRA A MULHER
O assistente social pode ser um agente de combate, atuando na prevenção e também na eliminação dela. É um trabalho árduo, já que as mulheres que procuram o profissional não conseguem fazer a ruptura e precisam de uma ajuda que exige paciência e muita compreensão. 
Muitas que se separam de seu agressor por dependência financeira, filhos e até mesmo o medo, faz com que elas voltam para os seus parceiros e depois de um tempo estão novamente procurando ajuda. Os serviços que atuam junto a mulheres que sofrem violência doméstica devem trabalhar não só com a mulher, mais também com seu agressor, refletindo com eles sobre os principais motivos que levam a violência. 
Em todos os campos de trabalho onde o assistente social atua ele pode desenvolver um trabalho junto às mulheres, que possa tanto esclarecer, e possibilitar a reflexão sobre essa questão, e também orientar a vítima de seus direitos, como e onde ela deve procurar por ajuda.
Apesar das muitas conquistas pelas mulheres infelizmente, ainda se assiste a muitos atos de violência que afeta a vida de muitas mulheres em seus vários estágios de desenvolvimento, acarretando prejuízos, por vezes, irreversíveis à saúde física e psicológica desde hematomas, pesadelos, depressões e muitas vezes levando a sequelas mais graves como deficiência e até mesmo levando a morte.
O assistente social pode ser um agente de combate, atuando na prevenção e também na eliminação dela, podendo orientar e encaminhar as mulheres vítimas de violência para onde elas possam receber atendimento, com seus direitos garantidos, utilizando de instrumentos técnicos, como o processo de escuta e observação e também as visitas domiciliares para conhecer a realidade da mulher. 
É um trabalho difícil, já que as mulheres que procuram o profissional não conseguem romper com seus parceiros e precisam de uma ajuda que exige paciência e muita compreensão. Muitas separam de seu agressor e depois de um tempo voltam com ele e estão novamente procurando ajuda.
Neste processo, podemos apontar que o assistente social pode e deve desenvolver sua intervenção de forma que contribua para a criação de condições favoráveis a esse processo, por meio do atendimento e acompanhamento destas mulheres, na prevenção das violências praticadas contra as mulheres, na preparação e coordenação de grupos de debate e apoio, na proposição, execução e gestão de políticas públicas voltadas especialmente para essas mulheres e na conscientização das mesmas em relação aos seus direitos, com respectiva inserção nos movimentos sociais.
CONCLUSÃO
Depois de realizado este Trabalho de Conclusão de Curso, é possível fazer algumas considerações finais a respeito do tema violência contra a mulher, e sobre a intervenção do Serviço Social nesta área, bem como sobre o poder destas mulheres e as políticas públicas neste âmbito.
O principal desafio para o assistente social nesta área está em como desenvolver seu trabalho profissional em sentido propositivo e não apenas crítico em relação à própria realidade dos sujeitos nos contextos social, político, econômico e cultural. 
Entre outros desafios, os fatores culturais merecem destaque ao se tratar de violência contra mulher, pois ações e comportamentos machistas tão arraigados na mentalidade de homens e mulheres dificultam a adesão a programas, propostas e legislações inovadoras para combater de fato as violências contra as mulheres. 
Mesmo estando diante destes desafios, entendemos que trabalhar prepositivamente é uma forma para o assistente social aperfeiçoar seu trabalho e colaborar positivamente na transformação social.
O assistente social pode ainda desenvolver sua intervenção para propiciar um ambiente favorável ao poder social, político e psicológico das mulheres, com vistas ao rompimento da situação de violência, buscando desenvolver a autonomia e o desenvolvimento das potencialidades destas mulheres.
Estas ações são fundamentais porque as políticas públicas existentes atualmente no Brasil têm se apresentado insipientes, pois ao invés de diminuir o quadro de violência, têm aumentado a marginalização das mulheres, contribuindo para a reprodução da sua subalternidade e desigualdade. 
É imprescindível que a elaboração de políticas públicas vise a igualdade de gênero; o desenvolvimento das potencialidades das mulheres; a maior participação política, econômica e social destas; considere a subjetividade feminina e a natureza dos conflitos, leve em conta o impacto diferenciado para homens e mulheres, bem como reconheça sempre a legitimidade das ações voltadas para o fortalecimento das mulheres e a sua maior participação.
Enfim, o combate e a erradicação da violência contra a mulher dependem não somente da junção de recursos humanos e financeiros aplicados em diferentes áreas; mas também de vontade política e da pressão da sociedade; de conscientização sobre problemas que afetam os gêneros e da necessidade de superá-los, a fim de que se quebre o ciclo de violência contra a mulher e que alcancemos em breve a igualdade entre mulheres e homens e, principalmente, o respeito aos direitos das mulheres.
REFERÊNCIAS
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