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05/03/2022 1 TRANSTORNOS RELACIONADOS A SUBSTÂNCIAS Santhiago Souza Doutor em Psicologia - UFMG Apresentação Formação: Psicólogo - UNIVALE Formação Clínica em TCC – Instituto WP Especialista em Gestão em Saúde – FIOCRUZ Especialista em TCC – Instituto Cognitivo Mestre em Psicologia – UFMG Doutor em Psicologia: Cognição e Comportamento – UFMG Acadêmico de Medicina – FAMINAS-BH Experiência: Experiência como psicólogo da saúde – Ministério da Saúde Experiência como psicólogo clínico – com foco em pacientes com Transtornos do Humor e Risco e Suicídio Docente em TCC na graduação e pós graduação Coordenador de Especialização em TCC Terapeuta e supervisor clínico em TCC 1 2 05/03/2022 2 Tempestade de ideias 3 4 05/03/2022 3 “Parece improvável que a humanidade em geral seja algum dia capaz de dispensar os ‘paraísos artificiais’, isto é, ... a busca de autotranscendência através das drogas ou ... Umas férias químicas de si mesmo... A maioria dos homens e mulheres levam vidas tão dolorosas – ou tão monótonas, pobres e limitadas, que a tentação de transcender a si mesmo, ainda que por alguns momentos, é e sempre foi um dos principais apetites da alma.” (Aldous Huxley, escritor inglês in SUPERA, 4ª ed., 2011) TCC E DEPENDÊNCIA QUÍMICA A dependência e o abuso de álcool e drogas representam um grande problema de saúde pública. Mesmo os melhores tratamentos do alcoolismo têm um prognóstico pouco favorável. O prognóstico para pacientes com uma maior cronicidade é menos favorável ainda 5 6 05/03/2022 4 TCC E DEPENDÊNCIA QUÍMICA As pessoas sentem de forma diferente os efeitos de uma droga. E mesmo uma mesma pessoa pode sentir de maneira diferente os efeitos de uma mesma droga, em diferentes circunstâncias . Os efeitos dependem de: propriedades farmacológicas (excitantes, depressoras, perturbadoras), personalidade, condições físicas e psíquicas, expectativas. A importância do termo usado: “alcoólatra”, “alcoolista”,”dependente”, “bêbado”... O estigma que carrega. TCC E DEPENDÊNCIA QUÍMICA Conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos que são resultados da interação de um organismo vivo e a droga. Sempre inclui uma compulsão de usar drogas para sentir seu efeito e/ou evitar o desconforto provocado pelo não uso. Os comportamentos aditivos, ou seja de dependência, são o resultado de uma combinação entre uma substância e o meio ambiente. 7 8 05/03/2022 5 Epidemiologia Epidemiologia – “ciência do que ocorre com o povo”. Organização Mundial de Saúde: uso de álcool, tabaco e outras drogas está presente em quase todos os países do mundo. Padrão de consumo varia de acordo com países, tempo e grupos populacionais. Importante para combater mitos e planejar ações de políticas apropriadas. (WHO, 2000) Epidemiologia O mais abrangente levantamento epidemiológico sobre o consumo de drogas no Brasil foi realizado em 2005, denominado II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas, que envolveu 108 maiores cidades do Brasil. As drogas de maior uso na vida (exceto tabaco e álcool) foram em primeiro lugar a maconha (8,8%), seguida de solventes (6,1%) e Benzodiazepínicos (5,6%). (Carlini & Galduróz, 2005, 2007) 9 10 05/03/2022 6 Epidemiologia O uso na vida de álcool correspondeu a 74,6% e tabaco, 44,0%. Crack: 0,7% (discutir o papel da mídia aqui). Com relação ao diagnóstico de dependência de substâncias, estimou-se que em 2005, 12,3% dos participantes eram dependentes de álcool. Epidemiologia Em segundo lugar, com 10,1% está a dependência de tabaco. Em terceiro lugar, 1,2% de dependentes de maconha, com a s demais drogas apresentando proporções menores que esta última. (Martins, Sartes & Amato, 2013) 11 12 05/03/2022 7 Epidemiologia Considerando apenas as causas de morte, o tabaco é apontado como responsável por 9% e o álcool por 3,2% de todas as mortes no mundo. O consumo de tabaco e álcool são, respectivamente, o quarto e o quinto principal fator de risco para doenças evitáveis em todo o mundo. (Martins et al., 2013) Epidemiologia Percentagem de uso na vida: 9 mais usadas Substância Uso ALCOOL 68,7 TABACO 41,1 MACONHA 6,9 SOLVENTES 5,8 OREXÍGENOS 4,3 BENZODIAZEPÍNICOS 3,3 COCAÍNA 2,3 XAROPES (codeína) 2,0 ESTIMULANTES 1,5 13 14 05/03/2022 8 Epidemiologia Percentagem de dependentes Substância Uso ALCOOL 11,2 TABACO 9 BENZODIAZEPÍNICOS 1,1 MACONHA 1 SOLVENTES 0,8 ESTIMULANTES 0,4 Tipos de Drogas Drogas são aquelas que atuam no nosso Sistema Nervoso Central (SNC), ou seja, as psicoativas. Dentre as psicoativas, há um grupo chamado de drogas psicotrópicas, que são aquelas que podem gerar abuso e dependência. 15 16 05/03/2022 9 Tipos de drogas Elas agem nos mecanismos de gratificação e recompensa do cérebro, provocando sensações de prazer, que fazem com que as pessoas tenham vontade de usá-las novamente. As drogas psicotrópicas podem agir de 3 maneiras no SNC: estimulando, deprimindo e pertubando sua atividade. Classificação das substâncias Estimulantes da atividade do SNC: de maneira geral, estimulam o funcionamento do nosso SNC, fazendo com que a pessoa fique mais “ligada”, agitada, elétrica, sem sono e sem apetite. (Sanchez & Santos, 2013) 17 18 05/03/2022 10 Substâncias Estimulantes do SNC Cocaína e Crack Anfetaminas Tabaco Classificação das substâncias Perturbadoras da atividade do SNC: aquelas que causam alterações no funcionamento cerebral quando consumidas, modificando a percepção da realidade e fazendo com que os consumidores tenham uma percepção “perturbada” de si e do meio. Esses fenômenos são parecidos com os que ocorrem em doenças mentais, como as psicoses, e essas drogas induzem alucinações, delírios e ilusões. (Sanchez & Santos, 2013) 19 20 05/03/2022 11 Substâncias Perturbadoras do SNC Cannabis LSD Cogumelos Ayahuasca Anticolinérgicos Classificação das substâncias Depressoras da atividade do SNC: aquelas que de maneira geral diminuem o ritmo de funcionamento do SNC, fazendo com que seus consumidores fiquem mais “devagar”, lentificados, sonolentos. (Sanchez & Santos, 2013) 21 22 05/03/2022 12 Substâncias Depressoras do SNC Benzodiazepínicos Álcool Solventes Opiáceos Classificação das substâncias São chamadas de “drogas de abuso” porque todas têm potencial de alterar o humor e as funções cerebrais, e quando estimulam o núcleo accumbens, aumentam a produção de dopamina e geram prazer. Excesso de busca por este prazer pode gerar o abuso destas drogas. 23 24 05/03/2022 13 Classificação das substâncias De acordo com a CID-10 (OMS, 2008), indivíduos que usam drogas eventualmente, mas exageram nesta condição podem vir a ter problema s legais, de saúde ou familiares decorrentes deste uso. O diagnóstico de uso nocivo/abuso requer que um dano real tenha sido provocado à saúde física e mental do usuário. Principais efeitos das drogas 2 mecanismos de ação são comuns a todas as drogas: capacidade de gerar reforço e neuroadaptação. Reforço: papel da dopamina. Sexo e alimentação também agentes capazes de ativar este circuito. Euforia ➔ gera reforço. Simples cronicidade e reforço não garantem a dependência. 25 26 05/03/2022 14 Vídeo DOPAMINA Principais efeitos das drogas Neuroadaptação: droga induz alterações do SNC com uso crônico. Organismo passa a agir como se a droga fizesse parte de suas funções básicas ➔ acostuma com a presença. Ausência ➔ sintomas de abstinência. 27 28 05/03/2022 15 Prazer Melhora da eficiência, fluência, confiança, perspicácia e criatividade Alívio de ansiedade, depressão e tédio Lidar melhor com estresse, preocupações, adversidade e frustrações Ambiente pouco reforçador COMO ENFRENTAR?Políticas recomendadas pela organização mundial de saúde (OMS) em relação à intervenção: Cuidados primários de saúde ➔ intervenções breves (IB); Organização de serviços especializados. (Babor et al., 2003; WHO, 1993, SUPERA, 2014) 29 30 05/03/2022 16 COMO DETECTAR? Instrumentos de triagem e diagnóstico (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) Instrumentos Audit CAGE ASSIT URICA 31 32 05/03/2022 17 INSTRUMENTOS DE TRIAGEM: Função: ✓ Apontar, dentro de uma grande amostra populacional, aqueles sujeitos que têm tendência a apresentar determinada doença, ou seja eles rastrearão os pacientes mais susceptíveis. ✓ Deve ser um procedimento de rotina como acontece no caso da diabetes e hipertensão. ? ? ? (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) INSTRUMENTOS DE TRIAGEM: Função: ✓ Detectar (precocemente) o grau de envolvimento com substâncias e problemas relacionados; ✓ Determinar os focos principais da intervenção; ✓ Fornecer feedback: Oportunidade para discutir aspectos do consumo; Motivação para mudança. (Miller & Rollnick, 1991 apud Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) 33 34 05/03/2022 18 INSTRUMENTOS PARA TRIAGEM: Há vários instrumentos, adaptados para o português, para triagem ou diagnóstico da gravidade do uso abusivo de álcool em adultos como o questionário CAGE (Masur & Monteiro, 1983 apud Senad & Unifesp, 2006) e as escalas SADD e ADS (Jorge & Masur, 1986 apud Denad & Unifesp, 2006). AUDIT Alcohol Use Disorders Identification Test (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) 35 36 05/03/2022 19 AUDIT Alcohol Use Disorders Identification Test Instrumento de detecção desenvolvido pela OMS; Utilizado para identificar bebedores de risco, medindo o consumo, sintomas de dependência e consequências pessoais e sociais do beber; Validação brasileira: ✓ 87,8% sensibilidade ✓ 80,3 % de especificidade (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) AUDIT Instrumento de fácil aplicação, rápido e consistente com os critérios diagnósticos da CID-10; Caráter preventivo, tarefa educativa (consumo abusivo), identifica a dependência, estimula e motiva a mudança do hábito, realização de intervenção breve e tratamento. (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) 37 38 05/03/2022 20 AUDIT Avalia: ✓ Padrão de consumo e suas consequências nos últimos 12 meses, através de 10 questões que incluem: ▪ 3 itens sobre o uso de álcool; ▪ 4 itens sobre dependência; ▪ 3 itens sobre problemas decorrentes. (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) EM QUEM APLICAR O AUDIT Todas as pessoas com mais de 15 anos que vá aos postos ou nas visitas domiciliares. (Senad & Unifesp, 2006) 39 40 05/03/2022 21 (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) ESCORES DO AUDIT Escores variam de 0 a 40 NÍVEL DE RISCO INTERVENÇÃO ESCORES ZONA I Prevenção Primária 0 – 7 ZONA II Orientação Básica 8 – 15 ZONA III Intervenção Breve e Monitoramento 16 – 19 ZONA IV Encaminhamento para serviço especializado 20 – 40 (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) 41 42 05/03/2022 22 TEMPO MÉDIO PARA ADMINISTRAR O AUDIT Instrumento é útil para a triagem do abuso de álcool em locais de atenção primária à saúde ✓ Tempo para aplicação não é excessivo Média 2 – 4 minutos Em APS (Senad & Unifesp, 2006) UMA DOSE PADRÃO É IGUAL A 140 ml de vinho 340 ml de cerveja 40 ml de destilado 1 garrafa de cerveja = 2 doses (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) 43 44 05/03/2022 23 NÍVEIS DE RISCO Não mais que 5 dias por semana. (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) • Homens (até 65 anos): 2 doses por dia • Mulheres e homens com + de 65 anos: 1 dose por dia NÍVEIS DE RISCO EM UMA ÚNICA OCASIÃO 1 vez por semana (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) • Homens (até 65 anos): 4 doses • Mulheres e homens com + 65 anos: 2 doses 45 46 05/03/2022 24 USO DE RISCO Pessoas que fazem uso de álcool que aumenta os riscos de situações prejudiciais para sua vida. Exemplo: ✓ Dirigir alcoolizado; ✓ Usar álcool em situações de trabalho que requer atenção. (Senad & Unifesp, 2006) USO DE RISCO Uso nocivo (abuso) ✓ Critérios diagnósticos pela CID 10 a) Padrão de uso que está causando prejuízo à saúde. O prejuízo pode ser físico ou mental. b) não há síndrome de dependência de substância para a mesma classe de substância. (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) 47 48 05/03/2022 25 USO DE RISCO Uso nocivo (abuso) ✓ Critérios diagnósticos pela CID 10 a) Padrão de uso que está causando prejuízo à saúde. O prejuízo pode ser físico ou mental. b) não há síndrome de dependência de substância para a mesma classe de substância. (Senad & Unifesp, 2006; SUPERA, 2014) DSM - 5 Critérios do DSM-V para Transtornos do Uso de Substâncias: Um padrão problemático de uso de álcool, levando ao comprometimento ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por pelo menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses: 1. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos: uma necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para atingir a intoxicação ou o efeito desejado; acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância; 49 50 05/03/2022 26 DSM - 5 2. Síndrome de abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos: síndrome de abstinência característica para a substância; a mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência; Dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses Dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses Dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses 3. Existe um desejo persistente ou esforços mal sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância; 4. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido; 5. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância, na utilização ou na recuperação de seus efeitos; Dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses 51 52 05/03/2022 27 DSM V Dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses 6. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de usar a substância; 7. Uso recorrente da substância, resultando no fracasso em desempenhar papéis importantes no trabalho, na escola ou em casa; 8. Uso continuado da substância, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados por seus efeitos; Dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses DSM V 9. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância; 10. Uso recorrente da substância em situações nas quais isso representa perigo para a integridade física; 11. O uso da substância é mantido apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pelo uso da mesma Dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 12 meses 53 54 05/03/2022 28 CID 10 O quinto capítulo da CID-10 refere-se aos “Transtornos Mentais e de Comportamento” e inclui os transtornos provocados pelo uso de substâncias. Cada diagnóstico é codificado por uma letra e dois números. Os diagnósticos relacionados ao uso de substâncias psicoativas, incluindo as bebidas alcoólicas, têm sempre a letra F seguida por dois números, que vão de 10 a 19. Estes são os códigos da CID-10 que indicam a que tipo de substância psicoativa o transtorno está associado. “Transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de substância psicoativa”: F10 - transtornosmentais e comportamentais decorrentes do uso de álcool; F11 - transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de opioides; F12 - transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de canabinoides (maconha); F13 - transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de sedativos e hipnóticos; 55 56 05/03/2022 29 F14 - transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de cocaína; F15 - transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de outros estimulantes, incluindo a cafeína; F16 - transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de alucinógenos; F17 - transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de fumo (tabaco); F18 - transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de solventes voláteis; F19 - transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de múltiplas drogas e do uso de outras substâncias psicoativas. 0 - intoxicação aguda; 1 - uso nocivo para a saúde; 2 - síndrome de dependência; 3 - estado de abstinência; 4 - estado de abstinência com delírio; 5 - transtorno psicótico; 6 - síndrome amnésica; 7 - transtorno psicótico residual e de início tardio; 8 - outros transtornos mentais e de comportamento; 9 - transtorno mental e de comportamento não especificado. 57 58 05/03/2022 30 Exemplos: O código F10.0 deve ser usado em casos de embriaguez (intoxicação aguda devida ao uso de álcool); O código F10.4 deve ser usado em casos de estado de abstinência de álcool com delírio. 59 60 05/03/2022 31 61 62 05/03/2022 32 Pacientes que buscam ajuda Depressão 30-40% Pânico e TAG 15% Fobia Social 20% T Anti-social 44% 63 64 05/03/2022 33 QUANDO IDENTIFICAR A DEPENDÊNCIA? 7 critérios (CID 10): ✓ Forte desejo ou compulsão para consumir a droga; ✓ Dificuldades para controlar o consumo; ✓ Diante da ausência ou diminuição da droga, surgem reações físicas (abstinência); ✓ Tolerância; QUANDO IDENTIFICAR A DEPENDÊNCIA? CID 10 ✓ Abandono progressivo de prazeres; ✓ Aumento do tempo necessário para usá-la e para recuperar- se de seus efeitos; ✓ Persistência no uso apesar das consequências claramente nocivas. 65 66 05/03/2022 34 QUANDO IDENTIFICAR A DEPENDÊNCIA? Os transtornos relacionados a substâncias e adição abrangem 10 classes distintas de drogas: álcool, cafeína, cannabis, alucinógenos, inalantes, opióides, sedativos, hipnóticos e ansiolíticos, estimulantes, tabaco, e outras substâncias. O DSM-5 removeu a divisão feita no DSM-IV-TR entre diagnósticos de abuso e dependência de substâncias, reunindo-os como Transtornos por uso de substâncias. (Araújo & Lotufo Neto, 2014) A nova classificação americana para os transtornos mentais – DSM-5 – QUANDO IDENTIFICAR A DEPENDÊNCIA? O Transtorno por uso de substância somou os antigos critérios para abuso e dependência, mantendo-os com alguma alteração: exclusão de problemas legais recorrentes relacionados ao uso e inclusão de craving ou um forte desejo ou impulso para usar. O diagnóstico passou a ser acompanhado de critérios para intoxicação, abstinência, transtorno induzido por medicação/substância e transtornos induzidos por substância não especificada. A nova classificação americana para os transtornos mentais – DSM-5 – 67 68 05/03/2022 35 QUANDO IDENTIFICAR A DEPENDÊNCIA? O DSM-5 exige 2 ou mais critérios para o diagnóstico de transtorno por uso de substância e a gravidade depende do número de critérios preenchidos. 2 ou 3: transtorno leve 4 ou 5: distúrbio moderado 6 ou mais: transtorno grave. A nova classificação americana para os transtornos mentais – DSM-5 – QUANDO IDENTIFICAR A DEPENDÊNCIA? Incluiu : abstinência de cannabis e de cafeína; Excluiu: diagnóstico de dependência de múltiplas drogas; Substituiu: transtorno por uso de nicotina por transtorno por uso de tabaco; Removeu especificadores: “com dependência fisiológica/sem dependência fisiológica”; Reorganizou especificadores de remissão: precoce (3 meses); sustentada (superior a 12 meses). A nova classificação americana para os transtornos mentais – DSM-5 – 69 70 05/03/2022 36 QUANDO IDENTIFICAR A DEPENDÊNCIA? Incluiu transtorno do jogo entre os transtornos relacionados à substâncias e adição (antes era parte dos transtornos do controle dos impulsos) ➔ fortes evidências de que estes comportamentos atuam sobre o sistema de recompensa com efeitos semelhantes às drogas de abuso. A nova classificação americana para os transtornos mentais – DSM-5 – TCC E DEPENDÊNCIA QUÍMICA Classificação do uso OMS Não-usuário: nunca utilizou drogas Usuário leve: utilizou drogas no último mês, mas o consumo foi menor que uma vez por semana Usuário moderado: utilizou drogas semanalmente, mas não todos os dias, durante o último mês Usuário pesado: utilizou drogas diariamente durante o último mês. 71 72 05/03/2022 37 TCC E DEPENDÊNCIA QUÍMICA Tabela: diagnósticos associados a classes de substâncias TABELA 1 Diagnósticos associados a classes de substâncias Trans- tornos psicóti- cos Trans- tornos bipola- res Trans- tornos depressi- vos Trans- tornos de an- siedade Transtorno obsessivo- compulsivo e transtornos relacionados Trans- tornos do sono Disfun- ções sexuais Delirium Trans- tornos neuro- cogniti- vos Transtor- nos por uso de substância Intoxica- ção com substân- cia Absti- nência de subs- tância Álcool I/A I/A I/A I/A I/A I/A I/A I/A/P X X X Cafeína I I/A X X Cannabis I I I/A I X X X Alucinógenos Feniclidina I I I I I X X Outros alucinógenos I* I I I I X X Inalantes I I I I I/P X X Opioides I/A A I/A I/A I/A X X X Sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos I/A I/A I/A A I/A I/A I/A I/A/P X X X Estimulantes* * I I/A I/A I/A I/A I/A I I X X X Tabaco A X X Outra substância (ou substância desconhecida) I/A I/A I/A I/A I/A I/A I/A I/A I/A/P X X X Nota. X = A categoria é reconhecida no DSM-5. I = O especificador “com início durante a intoxicação” pode ser indicado para a categoria. A = O especificador “com início durante a abstinência” pode ser indicado para a categoria. I/A = Tanto “com início durante a intoxicação” como “com início durante a abstinência” podem ser indicados para a categoria. P = O transtorno é persistente. * Também para transtorno persistente da percepção induzido por alucinógenos (flashbacks). ** Inclui cocaína, substâncias tipo anfetamina e outros estimulantes ou estimulantes não especificados. 73 74 05/03/2022 38 Explicação para o Uso ou Abuso Modelo de Aprendizagem Social O aprendizado do comportamento de beber decorre de influências sociais da família e de pares que modelam os comportamentos, crenças e expectativas à respeito do álcool. Atitudes e comportamentos de pais sobre álcool são os melhores preditores de beber na adolescência. Exemplo: álcool como relaxante após o trabalho Atitudes extremadas quanto a temperança de pais abstinentes também são risco aumentado para desenvolver problemas de beber. 75 76 05/03/2022 39 Modelação a partir de pais e pares e a partir da mídia Modelação do comportamento versus da substância Reforçamento positivo - efeitos do álcool/ drogas - efeitos sociais Reforçamento negativo - redução de tensão e humor negativo - alívio de dor - liberação de inibições sociais Modelo de Aprendizagem Social Papel de estímulos ambientais: condicionamentos pavlovianos e operantes Fatores cognitivos e emocionais: próximos e distantes Existência ou não de repertórios alternativos 77 78 05/03/2022 40 Explicações para Uso de Substâncias Participar de grupo social com poucas exigências de admissão e aceitação Esquiva de problemas da vida Dependência física Explicações para Uso de Substâncias Lidar com depressão e ansiedade. Sensação de aumento da consciência (melhor auto conhecimentoe compreensão) Crenças sobre a interrupção do uso 79 80 05/03/2022 41 Por quê as pessoas usam drogas? O comportamento é aprendido, adaptativo dentro das consequências que os mantém. Por quê as pessoas usam drogas? Para compreender qualquer comportamento é necessário descrever e identificar as relações em 3 níveis: Variáveis ontogenéticas: modificação da relação do organismo modificado pelo consumo da droga com estímulos ambientais; Variáveis filogenéticas: as drogas atual circuito de recompensa e por alterarem a frequência da resposta de um organismo vivo sem que aja treino prévio (adaptação do corpo à substancia) Variáveis culturais: aceitação a determinadas substâncias, acessibilidade e valorização ou repressão social a outras drogas. 81 82 05/03/2022 42 Crenças e regras sobre as vantagens do uso: Só posso ser feliz se usar Meu controle é melhor quando uso Vida não tem nada a me oferecer Sou um fracasso Vou perder meus amigos A fissura é mais forte do que eu Não tenho força de vontade Pessoas vulneráveis Baixa tolerância à frustração Impulsividade Pouca assertividade 83 84 05/03/2022 43 Pessoas vulneráveis Sem repertório comportamental para enfrentar problemas Não aprenderam a obter reforços do ambiente Ambiente não emite reforços Genética e biologia dos receptores sinápticos Dependência de álcool e drogas: Comportamento aprendido adquirido através de experiências. Se a substância produz resultados desejados (bons sentimentos, redução de tensão, etc.) em ocasiões repetidas pode se tornar o modo preferencial de obter estes resultados. 85 86 05/03/2022 44 87 88 05/03/2022 45 Tratamento Terapia Cognitiva Descrição Pensamentos Automáticos Negativos Diálogo Socrático Análise das disfunções do pensamento Esquemas Cognitivos Crenças 89 90 05/03/2022 46 Objetivos do tratamento Identificar necessidades específicas que álcool ou drogas estão satisfazendo. Desenvolver habilidades alternativas para satisfazer essas necessidades. Comportamental - ênfase em antecedentes observáveis e consequências do comportamento. Cognitivo-comportamental - inclui cognições, pensamentos e emoções TCC para Abuso de Substâncias Princípios gerais entre as sessões: Estabelecer um tom de boa vontade desde o início Falar diretamente, simplesmente e honestamente. Focalizar na angústia do cliente. Redefinir a “resistência” do paciente como “ambivalência”. Explorar o objetivo e as metas do tratamento Discutir o assunto da confidencialidade. 91 92 05/03/2022 47 TCC para Abuso de Substâncias Princípios gerais entre as sessões: Evitar comentários de julgamento. Apelar para as áreas de auto-estima positiva do paciente. Reconhecer que a terapia é difícil Pedir feedback e estar disponível para responder perguntas. Prestar atenção: lembrar o que o paciente disse. TCC para Abuso de Substâncias Princípios gerais entre as sessões: Falar a linguagem do paciente: usar imagens, metáforas. Ser consistente, confiável e disponível. Ser confiável, mesmo quando o paciente não o for. Manter-se calmo e frio, até quando o paciente não se mantiver. Ser “humildemente confidente”. Estabelecer limites de uma maneira respeitável. 93 94 05/03/2022 48 TCC para Abuso de Substâncias A Relação Terapêutica e a Conceituação de Caso: Esforçar-se para compreender a dor e o medo atrás da hostilidade e resistência do paciente. Explorar o significado e a função das ações aparentemente oposicionais e autodestrutivas do paciente. Avaliar as crenças do paciente sobre a terapia. Avaliar suas próprias crenças sobre o paciente. Modelo Cognitivo da Dependência Química Beck 1977 e em 1993, descreveu mais completamente o modelo. Neste modelo, enfatiza-se o papel das crenças no desenvolvimento, na manutenção e no tratamento do abuso de substâncias. O conceito central deste modelo é que o uso da substância (inicial ou recaída) em certa situação envolve um processo de tomada de decisões ativo, sobre o qual o individuo exerce uma forma de controle. 95 96 05/03/2022 49 Modelo Cognitivo da Dependência Química Existem três conjuntos de crenças envolvidas no abuso de substâncias. São eles: crenças centrais/esquemas, crenças relativas às drogas e pensamentos automáticos. 1. Crenças centrais são aquelas que o indivíduo tem acerca dele, de outros (pessoas importantes para ele) e sobre o mundo, como resultado de sua experiência passada. Estas crenças podem ser influenciadas por novas experiências, mas também exercem influência na interpretação de novas experiências. 2. Crenças relativas às substâncias são similares às expectativas em relação às substâncias, e podem ser antecipatórias (a expectativa de uma experiência positiva) ou orientadas para o alívio (expectativa de se sentir melhor ou lidar melhor com algo), ou ainda crenças facilitadoras (que permitem que o indivíduo saia da ambivalência através do uso). 3. Pensamentos automáticos estão relacionados com a situação vivida no momento, e são normalmente passageiros, e podem aparecer em forma de frases ou imagens. 97 98 05/03/2022 50 Modelo Cognitivo da Dependência Química ✓ Os sintomas de abstinência serão tão intensos que não poderei suportá-los.. ✓ Eu não serei feliz, a menos que eu use... ✓ Eu ainda posso controlar,mesmo após alguns drinques... ✓ Não posso continuar me sentindo desse jeito... (ansioso ou deprimido) ✓ A droga é necessária para manter o equilíbrio psicológico ou emocional. ✓ A droga melhorará o funcionamento social e intelectual. ✓ A droga trará prazer e excitação. ✓ A droga fornecerá força e poder. ✓ A droga terá efeito calmante. ✓ A droga trará alívio para a monotonia, ansiedade, tensão e depressão. ✓ Sem o uso da droga, o “craving-fissura” continuará, indefinidamente,e cada vez mais forte. “Craving” - Intenso desejo de consumir uma substância que pode ocorrer no início da abstinência ou após longo período sem usar a droga (Beck, 1993)“Craving” - Intenso desejo de consumir uma substância que pode ocorrer no início da abstinência ou após longo período sem usar a droga (Beck, 1993) Algumas crenças mantenedoras do uso: Modelo Cognitivo da Dependência Química Beck ainda enfatiza que o indivíduo está mais propenso a usar substâncias quando frente a CERTOS GATILHOS, os quais podem estar relacionados: estados emocionais internos (depressão, angústia, raiva), estados físicos negativos (sintomas de abstinência, dor) ou circunstâncias externas (lugares ou situações associadas com o uso de drogas). Estes gatilhos ATIVAM CRENÇAS, as quais se transformam em gatilhos para o uso de drogas 99 100 05/03/2022 51 Modelo Cognitivo da Dependência Química 101 102 05/03/2022 52 103 104 05/03/2022 53 105 106 05/03/2022 54 107 108 05/03/2022 55 “Craving” - Intenso desejo de consumir uma substância que pode ocorrer no início da abstinência ou após longo período sem usar a droga (Beck, 1993) Modelo cognitivo para psicopatologia da dependência de drogas Experiências durante o desenvolvimento Desenvolvimento de esquemas e crenças Exposição a e experimentação de comportamentos aditivos Desenvolvimento de crenças relacionadas a drogas Uso Continuado Pensamentos automáticos Estímulo eliciador Crenças ativadas Necessidade, fissura Modelo cognitivo para Psicopatologia da Dependência e Uso Nocivo de Substâncias psicoativas 109 110 05/03/2022 56 Intervenções 111 112 05/03/2022 57 O QUE É INTERVENÇÃO BREVE? O termo intervenção breve refere-se a uma estratégia de atendimento com tempo limitado, cujo foco é a mudança de comportamento do paciente; (Fleming & Maxwell, 1999) Resultados obtidos com tratamentos intensivos não demonstraram superioridade quando comparados com abordagem breve;(SUPERA, 2014) O QUE É INTERVENÇÃO BREVE? Relação custo-benefício, portanto, dos tratamentos intensivos justificam a procura de novas formas de tratamento, menos custosas e mais efetivas, como as IB; São úteis na redução do consumo, em pacientes que ainda não apresentam dependência grave; Visa o desenvolvimento da autonomia, iniciativa, responsabilidade por suas escolhas; (SUPERA, 2014) 113 114 05/03/2022 58 O QUE É INTERVENÇÃO BREVE? Utiliza procedimentos técnicos bem delineados, permitindo estudos sobre sua efetividade. Elementos essenciais: ✓Retorno ✓Menu de opções ✓Responsabilidade ✓Empatia ✓Aconselhamento ✓Autoeficácia (SUPERA, 2014) O QUE É INTERVENÇÃO BREVE? Segue os princípios da entrevista motivacional: ✓ Centrada no paciente; ✓ Respeita os estágios de mudança; ✓ Baseia-se na escolha pessoal; ✓ Evita confrontação e rótulos; ✓ Ajuda a perceber contrastes entre seu comportamento de uso da droga e suas crenças sobre o uso; (Miller et al., 1993) 115 116 05/03/2022 59 O QUE É INTERVENÇÃO BREVE? ✓ Escuta reflexiva (parafrasear); ✓ Ajuda a resolver a ambivalência; ✓ Balanço de vantagens e desvantagens; ✓ Expressa otimismo quanto à mudança; ✓ Resumo ao final. O QUE É INTERVENÇÃO BREVE? A mudança de comportamento é um processo (envolve alguns estágios) (Prochaska & DiClemente, 1986) A motivação está relacionada ao estágio em que se encontra o Indivíduo: Pré-contemplação Contemplação AçãoManutenção Recaída 117 118 05/03/2022 60 Estágios de mudanças Tratamento O que influencia negativamente no processo? ✓ Atitudes rígidas; ✓ Modelo moral; ✓ Medo; ✓ Negativismo; ✓ Hostilidade. 119 120 05/03/2022 61 Tratamento Tanto na IB quanto no tratamento propriamente dito, de base cognitivo-comportamental, o consumo excessivo de álcool/outras drogas é compreendido como um comportamento aprendido. (Beck et al., 1993) O aprendizado ocorre por: ✓ efeito da substância; ✓ Função que a droga adquire em sua vida. Tratamento Tais atribuições provêm de: ✓ Julgamentos positivo ou negativos sobre a droga; ✓ Repetidas experiências com a substância; ✓ Expectativas e crenças sobre o consumo. (Beck et al., 1993) 121 122 05/03/2022 62 Estrutura do Tratamento 1. Diagnóstico (CID-10; DSM 5); 2. Desintoxicação (ambulatorial ou hospitalar); 3. Avaliação clínica, psiquiátrica, psicológica e social; 4. Intervenção familiar; 5. Evitar contato com a(s) substância(s); 6. Identificação de estratégias que já utiliza em períodos de abstinência e investigação de crenças e sentimentos relacionados ao consumo; 7. Ampliação da rede social. (Beck et al., 1993; Edwards et al., 2005) Objetivos do Tratamento Objetivos do tratamento: ✓ Auxiliar o paciente a desenvolver habilidades próprias de observar o comportamento, emoções e cognições associadas ao consumo; ✓ Auxiliar o paciente a reconhecer situações de risco, horários de risco e adotar estratégias frente às mesmas; ✓ Investigar pensamentos e emoções associadas ao consumo; ✓ Identificar crenças e as funções da droga na vida do indivíduo; ✓ Sinalizar os limites do paciente e suas potencialidades. (Beck et al., 1993) 123 124 05/03/2022 63 Princípios Básicos da TCC ✓ Construção de aliança segura: ▪ Ênfase na participação ativa e colaboração; ▪ Focalizada em problemas e orientada para metas; ▪ Enfatiza preferencialmente o presente. (Beck et al., 1993) Princípios Básicos da TCC Sessões estruturadas, plano de tratamento, avaliação da queixa, metas e estratégias, tarefas e feedback. (Beck, J, 1997) 125 126 05/03/2022 64 Modelo Cognitivo da DQ ✓ Envolvimento do paciente no tratamento; ✓ Definição do problema (partir de uma conceituação cognitiva): ▪ Vários acionadores; ✓ Situações de risco: ▪ Emoções agradáveis/ desagradáveis, pressão social, conflito; (Marlatt & Gordon, 1993; Beck et al., 1993) ✓ Modificação destes acionadores através de identificação das emoções antecedentes ao uso; ✓ Estratégias de enfrentamento para lidar com sentimentos; ✓ Identificação e desafio das crenças; ✓ Reatribuição do papel mal adaptativo da droga na vida do paciente; ✓ Criar estilo de vida alternativo; ✓ Tarefas e estratégias para mudança. (Marlatt & Gordon, 1993; Beck et al., 1993) Modelo Cognitivo da DQ 127 128 05/03/2022 65 Modelo Cognitivo do Processo de Recaída (Marlatt & Gordon, 1985) Situação de Alto Risco Estratégia de Enfrentamento Aumento da Autoeficácia Diminuição da Probabilidade de Recaída Ausência de Estratégias de Enfrentamento Lapso/Recaída PREVENÇÃO DE RECAÍDA Determinantes ou precipitadores de recaída intrapessoais ✓ Emoções agradáveis/desagradáveis; ✓ Desconforto físico (não aderência à medicação); ✓ Teste de controle pessoal; ✓ Impulsos/tentações momentâneas. (Marlatt & Gordon, 1993; Beck et al., 1993) 129 130 05/03/2022 66 PREVENÇÃO DE RECAÍDA Determinantes ou precipitadores de recaída interpessoais ✓ Conflitos com outros; ✓ Pressão social: ▪ Direta, ▪ Indireta; ✓ Emoções agradáveis com outros. (Marlatt & Gordon, 1993; Beck et al., 1993) TCC e a DQ Aderência ao tratamento como um todo; Diminuição da frequência e tempo de hospitalização; Diminuição de recaídas e de seu impacto sobre sua vida e a de seus familiares; Administração de sintomas subsindrômicos (principalmente hipomaníacos e depressivos); (Marlatt & Gordon, 1993; Beck et al., 1993) 131 132 05/03/2022 67 TCC e a DQ Identificação de sinais de recaída; Melhora funcional; Favorece a aceitação da doença, aderência ao tratamento farmacológico, diminuição de preconceito e sensibilização da família; Treino de habilidades para lidar com fatores de risco. (Marlatt & Gordon, 1993; Beck et al., 1993) Avaliação na TCC Diagnóstico do paciente: ✓ Quais são as queixas, como se desenvolvem e são mantidas? ✓ Pensamentos e crenças estão associados às queixas e quais reações estão associadas aos pensamentos? ✓ Hipóteses sobre as queixas: ▪ Quais experiências antigas contribuem para a queixa? ▪ Como o paciente enfrenta suas crenças (visão de si, do outro e do futuro – tríade cognitiva)? ▪ Estressores que contribuem para a não resolução do problema. 133 134 05/03/2022 68 Estágios de mudanças Principais técnicas Registro diário de penamentos disfuncionais (RDPD); Seta descendente; Solução de problemas; Exame de vantagens e desvantagens; Avaliação de situações de risco e elaboração de estratégias de enfrentamento; 135 136 05/03/2022 69 Principais técnicas Agendamento e monitoramento; Experimentos comportamentais; Cartões de enfrentamento; Dramatização; Treinamento de assertividade. Role Play 137 138 05/03/2022 70 Estrutura do tratamento Psicoterapia ✓ Crenças básicas; ✓ Estratégias já utilizadas ao longo da vida; ✓ Pensamentos automáticos que auxiliam a manter o problema; ✓ Motivação do paciente para a mudança; ✓ Esclarecimentos para o paciente e a família sobre TCC; ✓ Estabelecer metas e sugerir tarefas; ✓ Dar feedback para o paciente. Estrutura do tratamento Psicoterapia ✓ Auxiliar no desenvolvimento de habilidades (cognitivas, ocupacionais e sociais) para lidar principalmente com as perdas acarretadas pelo transtorno; ✓ Administrar sintomas: identificação precoce da piora sintomática, especialmente sintomas de ansiedade, depressão, e alterações de humor (TB) 139 140 05/03/2022 71 Contraindicações São poucas: ✓ Demência avançada, ✓ Outros transtornos amnésicos e ✓ Estados de confusão mais transitórios, como delirium. Pessoas com transtorno de personalidade antissocial grave ou outros quadros que comprometem o desenvolvimento de uma relação colaborativa. Encaminhamento para DQ Psiquiatria Grupos de Apoio CAPS Rede de Proteção 141 142 05/03/2022 72 Saúde Pública e DQ RENAME Parcerias Privado – Público Rede Informação 143 144 05/03/2022 73 Desafios Caso Clínico 145 146 05/03/2022 74 Importante... O diagnóstico dos problemas relacionados ao consumo de substâncias psicoativas é complexo. O profissional de saúde precisa estar familiarizado com sistemas diagnósticos para não minimizar quadros, ou ao contrário. Importante... Um dos maiores estigmas do diagnóstico da dependência está na impossibilidade de “cura”. Mas conhecendo bem modelos de tratamento baseados em evidências, o profissional pode auxiliar o paciente na mudança de comportamento e no controle do problema. 147 148 05/03/2022 75 Importante... Estar atento a novas perspectivas que surgem na prevenção de recaídas é fundamental, pois ainda estamos longe de contar com modelos que sejam suficientes no controle das mesmas. Mesmo os tratamentos considerados padrão ouro ainda contam com altos índices de recaídas. Dúvidas 149 150 05/03/2022 76 Indicações IndicaçõesIndicações 151 152 05/03/2022 77 Indicações Indicações 153 154 05/03/2022 78 Indicações Filmes 155 156 05/03/2022 79 Filme/Documentário Podcats 157 158 05/03/2022 80 Bibliografia American Psychiatric Association [Apa]. (2014). Manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais – DSM-5. (5ª. ed.). Porto Alegre: Artmed. (Original Publicado Em 2013). Beck, A.T., Wright, F.D., Newman, C.F., & Liese, B.S. (1993). Cognitive therapy of substance abuse. New York; London: The Guilford Press. Bowen, S., Chawla, N., & Marlatt, G.A. (2011). Mindfulness-based relapse prevention for addictive behaviors: a clinician’s guide. New York: The Guilfordpress. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas [Cebrid]. (2006). II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país. São Paulo, SP: Cebrid. Marlatt, G.A., & Donovan, D.M. (2009). Prevenção de recaída: estratégias de manutenção de comportamentos aditivos. (2ª. ed.). Porto Alegre: Artmed. 159 160 05/03/2022 81 Bibliografia Organização Mundial de Saúde [OMS]. (1993). Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artmed. Ribeiro, M., & Laranjeira, R. (2012). O tratamento do usuário de crack. (2ª. ed.). Porto Alegre: Artmed. Ronzani, T.M. (Org.) (2013). Ações integradas sobre drogas: prevenção, abordagens e políticas públicas. Juiz de Fora: Ed. UFJF. Souza, I.C.W. (2013). A prática de mindfulness na prevenção de recaída. In R. B. Araújo, Guia de terapias cognitivo-comportamentais para os transtornos do exagero: tratando pacientes da vida real (pp. 295-306). Novo Hamburgo, RS: Sinopsys. Zanelatto, N.A., & Laranjeira, R. (2013). O tratamento da dependência química e as terapias cognitivo-comportamentais: um guia para terapeutas. Porto Alegre: Artmed. Gratidão! santhiagosouza@yahoo.com.br (31) 99451-8371 santhiagosouzatcc Atendimento e supervisão Av. Izabel Bueno, 788, sala 19, Santa Rosa, Belo Horizonte - MG Santhiago Souza 161 162 05/03/2022 82 Obrigado! 163